- A primeira metade do século XIX na região do Cone Sul foi marcada pela independência das colônias espanholas e portuguesas e pela formação de novos estados nacionais, mas também por tensões territoriais e rivalidades entre esses novos países, principalmente Argentina, Brasil e Uruguai.
- A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi um longo e sangrento conflito entre Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina que teve enormes consequências humanas e territoriais para o Paraguai.
- At
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Segundo Reinado: Política Externa Parte 1.pptx
1.
2. • A primeira metade do século XIX foi marcada pelas
independências das colônias espanholas e
portuguesa do Cone Sul e sua constituição como
estados nacionais com a consolidação das
fronteiras, das relações diplomáticas, entre outros.
• A fragmentação do Vice-Reino do Rio da Prata,
insatisfação da Argentina, que não conseguiu
impedir a independência (de fato) do Paraguai e,
mais tarde, do Uruguai (1828).
• Um dos focos de tensão era a navegação na Bacia do
Rio da Prata, o outro, era a rivalidade entre
Argentina e Brasil, havia ainda as questões dos
gaúchos no Uruguai.
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3. Para o Brasil, a
navegação na
bacia platina era
fundamental para
um acesso mais
rápido à
província do
Mato Grosso e
existiam,
também, os
interesses
comerciais.
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4. O Brasil se tornara
independente em 1822 e era a
única monarquia da região.
Desde o final da década de
1840, passava por uma
situação de estabilidade
política. Disputava a
hegemonia do Prata com a
Argentina, seus cidadãos
tinham interesses econômicos
no Uruguai e terá problemas
com o Paraguai.
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5. A Argentina surgira da
desagregação do Vice-Reino
do Prata. Nas primeira
décadas, se enfrentaram os
unitários, que desejavam um
governo centralizado e
controlavam o porto e a
alfandega de Buenos Aires,
e os federalistas, que
queriam mais autonomia
para as províncias e maior
controle sobre seus tributos.
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6. Surgido com o apoio da
Inglaterra em 1828 em
detrimento dos interesses
tanto do Brasil, com quem
travou longa guerra de
independência, quanto da
Argentina. A nação que
deveria equilibrar a região
do Prata, foi marcada por
violentos confrontos entre
os dois partidos locais, os
blancos e os colorados.
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7. O partido Colorado foi
fundado em 1836 por
Fructuoso Rivera. Defendia
os ideais federalistas e
liberais, tinha predomínio
de comerciantes e era
simpático à Inglaterra.
O partido Blanco, ou
Nacional, foi fundado em
1836 por Manuel Oribe.
Eram oficialmente liberais
e tinham restrições à
crescente intervenção
estrangeira no país.
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8. O Paraguai lutou por sua
independência tanto em
relação à Espanha, quanto
Buenos Aires. A
independência, proclamada
em 1811, foi reconhecida
pela Argentina em 1813, mas
como retaliação, o Paraguai
teve sua saída para o mar
bloqueada. A partir de
então, se inicia um período
de isolamento do país.
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9. O governante do Paraguai, José
Gaspar Rodríguez Francia, declarou-
se ditador perpétuo, aboliu a moeda,
expropriou as terras da Igreja
Católica e os grupos que apoiavam a
Argentina, arrendou parte das terras
aos camponeses, a maioria de
origem guarani, e criou as Estâncias
da Pátria que utilizavam trabalho
escravo ou de prisioneiros. Francia
morreu em 1840 e foi sucedido por
Carlos Antônio Lopez.
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10. Em 1841, Carlos Antônio Lopez
tornou-se governante do Paraguai e
foi beneficiado por uma reforma
constitucional. Aboliu a escravidão,
libertou presos políticos, buscou o
reconhecimento internacional do
Paraguai, tentou atrair técnicos
estrangeiros e modernizar o país,
enviou seu filho (Solano Lopez) para
estudos na Europa. Ao mesmo
tempo, envolveu-se em conflitos
internacionais com o aumento do
interesse pela Bacia do Prata.
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11. • Os Blancos, sob a liderança de
Oribe, tomam o poder no Uruguai
e se aproximam da Argentina, de
Juan Manuel Rosas, movimento
que desagradava ao Brasil,
Inglaterra e França.
• Em 1851, o Brasil intervém
militarmente na região com o
apoio Colorado (Rivera) e das
Províncias argentinas de Entre-
Rios e Corrientes para garantir
seus interesses políticos e
econômicos.
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12. • Na também chamada Guerra
Platina, as tropas brasileiras com
o apoio do novo governo do
Uruguai e províncias argentinas
rebeladas, atacam Rosas.
• O presidente argentino derrotado,
disfarçou-se e embarcou em um
navio inglês, recebendo asilo ao
chegar. Credita-se a ele a
seguinte frase "Não foi o povo que
me derrubou. Foram os macacos,
os brasileiros."
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13. Os argentinos e
uruguaios
chamam de
Guerra Grande o
conflito que se
estendeu de 1839
até 1851, ano da
deposição de
Oribe, e que
envolveu
Argentina, Brasil,
França, Inglaterra
e estrangeiros
como Garibaldi.
Batalha de Caseros, com foco na 1ª
Divisão Brasileira. 13
14. • Em 1862, uma aproximação entre Brasil e Argentina
parecia remota, mas a eleição do liberal Bartolomé
Mitre fez com que o partido liberal brasileiro, que
estava no poder, modificasse a política em relação
ao antigo adversário.
• Os brasileiros e argentinos passaram a favorecer os
Colorados no Uruguai. Solano Lopez, que assumira
o governo paraguaio no lugar do pai, também em
1862, passou a apoiar os brancos.
• Com o rival como aliado, os olhos do governo Brasil
se voltaram para o Paraguai, não por causa do
comércio de erva-mate, mas da intervenção na
política uruguaia em busca de uma saída para o mar.
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15. • Com a eleição do blanco Atanasio
Aguirre à presidência em 1864, as
tensões aumentaram. O novo presidente
envolveu-se diretamente em disputas na
fronteira do Uruguai com o Brasil.
• Estancieiros (latifundiários) gaúchos
reclamavam dos roubos de gado,
culpando os uruguaios.
• Já os uruguaios reclamavam das práticas
dos estancieiros gaúchos em seu
território (muitos tinham terras no país
vizinho), principalmente a utilização de
trabalho escravo e do comércio sem
fiscalização para o Brasil.
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16. • O presidente Aguirre (foto ao
lado) parecia não dar a devida
atenção as reclamações dos
brasileiros.
• Com o aumento da violência,
forças militares da marinha
brasileiras foram enviadas à
fronteira, sob liderança do
almirante Joaquim Marques
Lisboa, o Barão de Tamandaré.
Em março de 1864, quatro mil
homens do exército chegaram à
fronteira. 16
17. • Em setembro do mesmo ano,
tropas brasileiras invadiram o
Uruguai com o intuito de
derrubar Aguirre e colocar os
colorados no poder. O Barão de
Mauá, que era gaúcho e tinha
banco no Uruguai, já havia
repassado apoio econômico.
• Derrubado do poder em 1865,
Aguirre fugiu para o Paraguai.
Solano Lopez advertira o Brasil
sobre uma intervenção no
Uruguai e interpretou a ação
como um ato de guerra. 17
18. • Travada entre Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina,
a Guerra do Paraguai ocorreu entre os anos 1864 e
1870 e é considerada o maior confronto do
continente sul-americano em proporções de números
de mortos.
• O conflito tem vários nomes a depender de quem se
refere a ela. Os Paraguaios costumam chama-la de a
Guerra da Tríplice Aliança, em alusão a união entre
Brasil, Uruguai e Argentina, vistos como os
agressores. No Brasil, o nome mais usual para se
referir ao conflito é Guerra do Paraguai, ou, um mais
raro, Guerra das Quatro Nações.
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19. • Para o Paraguai, a intervenção
de Brasil e Argentina no
Uruguai, poderia ameaçar o
acesso do Paraguai ao porto de
Montevidéo (mar) e a sua
própria existência como país
independente.
• Para o Brasil, a guerra foi
provocada pela captura do
vapor Marquês de Olinda, 12 de
novembro de 1864, em Potrero-
Poña, no rio Paraguai, sem
qualquer declaração de guerra.
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20. Durante várias décadas após o conflito, a
historiografia brasileira apresentou o conflito como
fruto da megalomania de Solano López, o ditador
paraguaio, além de momento crucial da afirmação do
Exército e de elevação de heróis nacionais, como
Tamandaré, Osório e Caxias.
Durante o governo do ditador Alfredo Stroessner no
Paraguai (1954-1989) consolidou-se a visão do Paraguai
agredido. Stroessner se via continuador politico do
general Bernardino Caballero, fundador do Partido
Colorado, e oficial de confiança de Solano López.
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21. Nos anos 1960 e 1970, ganhou popularidade, com o
historiador argentino León Pomer, a tese que atribuía
ao imperialismo inglês a guerra contra o Paraguai,
uma nação cujo desenvolvimento independente
incomodaria os britânicos, usando Brasil e Argentina
para atingir seus interesses.
Em 1979, o livro Genocídio Americano de Júlio José
Chiavenatto, um jornalista que defendia não somente a
tese do imperialismo inglês, mas de que o Brasil tinha
promovido um genocídio no Paraguai e sido responsável
pelo atraso sócio-econômico daquela nação.
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22. Nos anos 1990, historiadores como Ricardo Salles
(UniRIO) e Francisco Doratioto (UnB) mudaram mais
uma vez os rumos da discussão sobre a Guerra do
Paraguai propondo que o conflito foi determinado por
questões internas ao próprio Cone Sul e estava ligada
ao processo de afirmação dos Estados Nacionais.
Com base em documentos diversos, alguns inéditos, as
discussões sobre a Guerra do Paraguai vem sendo
redimensionada e as questões platinas anularam a tese
do imperialismo britânico e do Paraguai como nação
industrializada a ser obliterada.
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