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• A primeira metade do século XIX foi marcada pelas
independências das colônias espanholas e
portuguesa do Cone Sul e sua constituição como
estados nacionais com a consolidação das
fronteiras, das relações diplomáticas, entre outros.
• A fragmentação do Vice-Reino do Rio da Prata,
insatisfação da Argentina, que não conseguiu
impedir a independência (de fato) do Paraguai e,
mais tarde, do Uruguai (1828).
• Um dos focos de tensão era a navegação na Bacia do
Rio da Prata, o outro, era a rivalidade entre
Argentina e Brasil, havia ainda as questões dos
gaúchos no Uruguai.
2
Para o Brasil, a
navegação na
bacia platina era
fundamental para
um acesso mais
rápido à
província do
Mato Grosso e
existiam,
também, os
interesses
comerciais.
3
O Brasil se tornara
independente em 1822 e era a
única monarquia da região.
Desde o final da década de
1840, passava por uma
situação de estabilidade
política. Disputava a
hegemonia do Prata com a
Argentina, seus cidadãos
tinham interesses econômicos
no Uruguai e terá problemas
com o Paraguai.
4
A Argentina surgira da
desagregação do Vice-Reino
do Prata. Nas primeira
décadas, se enfrentaram os
unitários, que desejavam um
governo centralizado e
controlavam o porto e a
alfandega de Buenos Aires,
e os federalistas, que
queriam mais autonomia
para as províncias e maior
controle sobre seus tributos.
5
Surgido com o apoio da
Inglaterra em 1828 em
detrimento dos interesses
tanto do Brasil, com quem
travou longa guerra de
independência, quanto da
Argentina. A nação que
deveria equilibrar a região
do Prata, foi marcada por
violentos confrontos entre
os dois partidos locais, os
blancos e os colorados.
6
O partido Colorado foi
fundado em 1836 por
Fructuoso Rivera. Defendia
os ideais federalistas e
liberais, tinha predomínio
de comerciantes e era
simpático à Inglaterra.
O partido Blanco, ou
Nacional, foi fundado em
1836 por Manuel Oribe.
Eram oficialmente liberais
e tinham restrições à
crescente intervenção
estrangeira no país.
7
O Paraguai lutou por sua
independência tanto em
relação à Espanha, quanto
Buenos Aires. A
independência, proclamada
em 1811, foi reconhecida
pela Argentina em 1813, mas
como retaliação, o Paraguai
teve sua saída para o mar
bloqueada. A partir de
então, se inicia um período
de isolamento do país.
8
O governante do Paraguai, José
Gaspar Rodríguez Francia, declarou-
se ditador perpétuo, aboliu a moeda,
expropriou as terras da Igreja
Católica e os grupos que apoiavam a
Argentina, arrendou parte das terras
aos camponeses, a maioria de
origem guarani, e criou as Estâncias
da Pátria que utilizavam trabalho
escravo ou de prisioneiros. Francia
morreu em 1840 e foi sucedido por
Carlos Antônio Lopez.
9
Em 1841, Carlos Antônio Lopez
tornou-se governante do Paraguai e
foi beneficiado por uma reforma
constitucional. Aboliu a escravidão,
libertou presos políticos, buscou o
reconhecimento internacional do
Paraguai, tentou atrair técnicos
estrangeiros e modernizar o país,
enviou seu filho (Solano Lopez) para
estudos na Europa. Ao mesmo
tempo, envolveu-se em conflitos
internacionais com o aumento do
interesse pela Bacia do Prata.
10
• Os Blancos, sob a liderança de
Oribe, tomam o poder no Uruguai
e se aproximam da Argentina, de
Juan Manuel Rosas, movimento
que desagradava ao Brasil,
Inglaterra e França.
• Em 1851, o Brasil intervém
militarmente na região com o
apoio Colorado (Rivera) e das
Províncias argentinas de Entre-
Rios e Corrientes para garantir
seus interesses políticos e
econômicos.
11
• Na também chamada Guerra
Platina, as tropas brasileiras com
o apoio do novo governo do
Uruguai e províncias argentinas
rebeladas, atacam Rosas.
• O presidente argentino derrotado,
disfarçou-se e embarcou em um
navio inglês, recebendo asilo ao
chegar. Credita-se a ele a
seguinte frase "Não foi o povo que
me derrubou. Foram os macacos,
os brasileiros."
12
Os argentinos e
uruguaios
chamam de
Guerra Grande o
conflito que se
estendeu de 1839
até 1851, ano da
deposição de
Oribe, e que
envolveu
Argentina, Brasil,
França, Inglaterra
e estrangeiros
como Garibaldi.
Batalha de Caseros, com foco na 1ª
Divisão Brasileira. 13
• Em 1862, uma aproximação entre Brasil e Argentina
parecia remota, mas a eleição do liberal Bartolomé
Mitre fez com que o partido liberal brasileiro, que
estava no poder, modificasse a política em relação
ao antigo adversário.
• Os brasileiros e argentinos passaram a favorecer os
Colorados no Uruguai. Solano Lopez, que assumira
o governo paraguaio no lugar do pai, também em
1862, passou a apoiar os brancos.
• Com o rival como aliado, os olhos do governo Brasil
se voltaram para o Paraguai, não por causa do
comércio de erva-mate, mas da intervenção na
política uruguaia em busca de uma saída para o mar.
14
• Com a eleição do blanco Atanasio
Aguirre à presidência em 1864, as
tensões aumentaram. O novo presidente
envolveu-se diretamente em disputas na
fronteira do Uruguai com o Brasil.
• Estancieiros (latifundiários) gaúchos
reclamavam dos roubos de gado,
culpando os uruguaios.
• Já os uruguaios reclamavam das práticas
dos estancieiros gaúchos em seu
território (muitos tinham terras no país
vizinho), principalmente a utilização de
trabalho escravo e do comércio sem
fiscalização para o Brasil.
15
• O presidente Aguirre (foto ao
lado) parecia não dar a devida
atenção as reclamações dos
brasileiros.
• Com o aumento da violência,
forças militares da marinha
brasileiras foram enviadas à
fronteira, sob liderança do
almirante Joaquim Marques
Lisboa, o Barão de Tamandaré.
Em março de 1864, quatro mil
homens do exército chegaram à
fronteira. 16
• Em setembro do mesmo ano,
tropas brasileiras invadiram o
Uruguai com o intuito de
derrubar Aguirre e colocar os
colorados no poder. O Barão de
Mauá, que era gaúcho e tinha
banco no Uruguai, já havia
repassado apoio econômico.
• Derrubado do poder em 1865,
Aguirre fugiu para o Paraguai.
Solano Lopez advertira o Brasil
sobre uma intervenção no
Uruguai e interpretou a ação
como um ato de guerra. 17
• Travada entre Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina,
a Guerra do Paraguai ocorreu entre os anos 1864 e
1870 e é considerada o maior confronto do
continente sul-americano em proporções de números
de mortos.
• O conflito tem vários nomes a depender de quem se
refere a ela. Os Paraguaios costumam chama-la de a
Guerra da Tríplice Aliança, em alusão a união entre
Brasil, Uruguai e Argentina, vistos como os
agressores. No Brasil, o nome mais usual para se
referir ao conflito é Guerra do Paraguai, ou, um mais
raro, Guerra das Quatro Nações.
18
• Para o Paraguai, a intervenção
de Brasil e Argentina no
Uruguai, poderia ameaçar o
acesso do Paraguai ao porto de
Montevidéo (mar) e a sua
própria existência como país
independente.
• Para o Brasil, a guerra foi
provocada pela captura do
vapor Marquês de Olinda, 12 de
novembro de 1864, em Potrero-
Poña, no rio Paraguai, sem
qualquer declaração de guerra.
19
Durante várias décadas após o conflito, a
historiografia brasileira apresentou o conflito como
fruto da megalomania de Solano López, o ditador
paraguaio, além de momento crucial da afirmação do
Exército e de elevação de heróis nacionais, como
Tamandaré, Osório e Caxias.
Durante o governo do ditador Alfredo Stroessner no
Paraguai (1954-1989) consolidou-se a visão do Paraguai
agredido. Stroessner se via continuador politico do
general Bernardino Caballero, fundador do Partido
Colorado, e oficial de confiança de Solano López.
20
Nos anos 1960 e 1970, ganhou popularidade, com o
historiador argentino León Pomer, a tese que atribuía
ao imperialismo inglês a guerra contra o Paraguai,
uma nação cujo desenvolvimento independente
incomodaria os britânicos, usando Brasil e Argentina
para atingir seus interesses.
Em 1979, o livro Genocídio Americano de Júlio José
Chiavenatto, um jornalista que defendia não somente a
tese do imperialismo inglês, mas de que o Brasil tinha
promovido um genocídio no Paraguai e sido responsável
pelo atraso sócio-econômico daquela nação.
21
Nos anos 1990, historiadores como Ricardo Salles
(UniRIO) e Francisco Doratioto (UnB) mudaram mais
uma vez os rumos da discussão sobre a Guerra do
Paraguai propondo que o conflito foi determinado por
questões internas ao próprio Cone Sul e estava ligada
ao processo de afirmação dos Estados Nacionais.
Com base em documentos diversos, alguns inéditos, as
discussões sobre a Guerra do Paraguai vem sendo
redimensionada e as questões platinas anularam a tese
do imperialismo britânico e do Paraguai como nação
industrializada a ser obliterada.
22
Dois livros
que
polarizam a
discussão
sobre a
Guerra do
Paraguai.
23

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  • 1.
  • 2. • A primeira metade do século XIX foi marcada pelas independências das colônias espanholas e portuguesa do Cone Sul e sua constituição como estados nacionais com a consolidação das fronteiras, das relações diplomáticas, entre outros. • A fragmentação do Vice-Reino do Rio da Prata, insatisfação da Argentina, que não conseguiu impedir a independência (de fato) do Paraguai e, mais tarde, do Uruguai (1828). • Um dos focos de tensão era a navegação na Bacia do Rio da Prata, o outro, era a rivalidade entre Argentina e Brasil, havia ainda as questões dos gaúchos no Uruguai. 2
  • 3. Para o Brasil, a navegação na bacia platina era fundamental para um acesso mais rápido à província do Mato Grosso e existiam, também, os interesses comerciais. 3
  • 4. O Brasil se tornara independente em 1822 e era a única monarquia da região. Desde o final da década de 1840, passava por uma situação de estabilidade política. Disputava a hegemonia do Prata com a Argentina, seus cidadãos tinham interesses econômicos no Uruguai e terá problemas com o Paraguai. 4
  • 5. A Argentina surgira da desagregação do Vice-Reino do Prata. Nas primeira décadas, se enfrentaram os unitários, que desejavam um governo centralizado e controlavam o porto e a alfandega de Buenos Aires, e os federalistas, que queriam mais autonomia para as províncias e maior controle sobre seus tributos. 5
  • 6. Surgido com o apoio da Inglaterra em 1828 em detrimento dos interesses tanto do Brasil, com quem travou longa guerra de independência, quanto da Argentina. A nação que deveria equilibrar a região do Prata, foi marcada por violentos confrontos entre os dois partidos locais, os blancos e os colorados. 6
  • 7. O partido Colorado foi fundado em 1836 por Fructuoso Rivera. Defendia os ideais federalistas e liberais, tinha predomínio de comerciantes e era simpático à Inglaterra. O partido Blanco, ou Nacional, foi fundado em 1836 por Manuel Oribe. Eram oficialmente liberais e tinham restrições à crescente intervenção estrangeira no país. 7
  • 8. O Paraguai lutou por sua independência tanto em relação à Espanha, quanto Buenos Aires. A independência, proclamada em 1811, foi reconhecida pela Argentina em 1813, mas como retaliação, o Paraguai teve sua saída para o mar bloqueada. A partir de então, se inicia um período de isolamento do país. 8
  • 9. O governante do Paraguai, José Gaspar Rodríguez Francia, declarou- se ditador perpétuo, aboliu a moeda, expropriou as terras da Igreja Católica e os grupos que apoiavam a Argentina, arrendou parte das terras aos camponeses, a maioria de origem guarani, e criou as Estâncias da Pátria que utilizavam trabalho escravo ou de prisioneiros. Francia morreu em 1840 e foi sucedido por Carlos Antônio Lopez. 9
  • 10. Em 1841, Carlos Antônio Lopez tornou-se governante do Paraguai e foi beneficiado por uma reforma constitucional. Aboliu a escravidão, libertou presos políticos, buscou o reconhecimento internacional do Paraguai, tentou atrair técnicos estrangeiros e modernizar o país, enviou seu filho (Solano Lopez) para estudos na Europa. Ao mesmo tempo, envolveu-se em conflitos internacionais com o aumento do interesse pela Bacia do Prata. 10
  • 11. • Os Blancos, sob a liderança de Oribe, tomam o poder no Uruguai e se aproximam da Argentina, de Juan Manuel Rosas, movimento que desagradava ao Brasil, Inglaterra e França. • Em 1851, o Brasil intervém militarmente na região com o apoio Colorado (Rivera) e das Províncias argentinas de Entre- Rios e Corrientes para garantir seus interesses políticos e econômicos. 11
  • 12. • Na também chamada Guerra Platina, as tropas brasileiras com o apoio do novo governo do Uruguai e províncias argentinas rebeladas, atacam Rosas. • O presidente argentino derrotado, disfarçou-se e embarcou em um navio inglês, recebendo asilo ao chegar. Credita-se a ele a seguinte frase "Não foi o povo que me derrubou. Foram os macacos, os brasileiros." 12
  • 13. Os argentinos e uruguaios chamam de Guerra Grande o conflito que se estendeu de 1839 até 1851, ano da deposição de Oribe, e que envolveu Argentina, Brasil, França, Inglaterra e estrangeiros como Garibaldi. Batalha de Caseros, com foco na 1ª Divisão Brasileira. 13
  • 14. • Em 1862, uma aproximação entre Brasil e Argentina parecia remota, mas a eleição do liberal Bartolomé Mitre fez com que o partido liberal brasileiro, que estava no poder, modificasse a política em relação ao antigo adversário. • Os brasileiros e argentinos passaram a favorecer os Colorados no Uruguai. Solano Lopez, que assumira o governo paraguaio no lugar do pai, também em 1862, passou a apoiar os brancos. • Com o rival como aliado, os olhos do governo Brasil se voltaram para o Paraguai, não por causa do comércio de erva-mate, mas da intervenção na política uruguaia em busca de uma saída para o mar. 14
  • 15. • Com a eleição do blanco Atanasio Aguirre à presidência em 1864, as tensões aumentaram. O novo presidente envolveu-se diretamente em disputas na fronteira do Uruguai com o Brasil. • Estancieiros (latifundiários) gaúchos reclamavam dos roubos de gado, culpando os uruguaios. • Já os uruguaios reclamavam das práticas dos estancieiros gaúchos em seu território (muitos tinham terras no país vizinho), principalmente a utilização de trabalho escravo e do comércio sem fiscalização para o Brasil. 15
  • 16. • O presidente Aguirre (foto ao lado) parecia não dar a devida atenção as reclamações dos brasileiros. • Com o aumento da violência, forças militares da marinha brasileiras foram enviadas à fronteira, sob liderança do almirante Joaquim Marques Lisboa, o Barão de Tamandaré. Em março de 1864, quatro mil homens do exército chegaram à fronteira. 16
  • 17. • Em setembro do mesmo ano, tropas brasileiras invadiram o Uruguai com o intuito de derrubar Aguirre e colocar os colorados no poder. O Barão de Mauá, que era gaúcho e tinha banco no Uruguai, já havia repassado apoio econômico. • Derrubado do poder em 1865, Aguirre fugiu para o Paraguai. Solano Lopez advertira o Brasil sobre uma intervenção no Uruguai e interpretou a ação como um ato de guerra. 17
  • 18. • Travada entre Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina, a Guerra do Paraguai ocorreu entre os anos 1864 e 1870 e é considerada o maior confronto do continente sul-americano em proporções de números de mortos. • O conflito tem vários nomes a depender de quem se refere a ela. Os Paraguaios costumam chama-la de a Guerra da Tríplice Aliança, em alusão a união entre Brasil, Uruguai e Argentina, vistos como os agressores. No Brasil, o nome mais usual para se referir ao conflito é Guerra do Paraguai, ou, um mais raro, Guerra das Quatro Nações. 18
  • 19. • Para o Paraguai, a intervenção de Brasil e Argentina no Uruguai, poderia ameaçar o acesso do Paraguai ao porto de Montevidéo (mar) e a sua própria existência como país independente. • Para o Brasil, a guerra foi provocada pela captura do vapor Marquês de Olinda, 12 de novembro de 1864, em Potrero- Poña, no rio Paraguai, sem qualquer declaração de guerra. 19
  • 20. Durante várias décadas após o conflito, a historiografia brasileira apresentou o conflito como fruto da megalomania de Solano López, o ditador paraguaio, além de momento crucial da afirmação do Exército e de elevação de heróis nacionais, como Tamandaré, Osório e Caxias. Durante o governo do ditador Alfredo Stroessner no Paraguai (1954-1989) consolidou-se a visão do Paraguai agredido. Stroessner se via continuador politico do general Bernardino Caballero, fundador do Partido Colorado, e oficial de confiança de Solano López. 20
  • 21. Nos anos 1960 e 1970, ganhou popularidade, com o historiador argentino León Pomer, a tese que atribuía ao imperialismo inglês a guerra contra o Paraguai, uma nação cujo desenvolvimento independente incomodaria os britânicos, usando Brasil e Argentina para atingir seus interesses. Em 1979, o livro Genocídio Americano de Júlio José Chiavenatto, um jornalista que defendia não somente a tese do imperialismo inglês, mas de que o Brasil tinha promovido um genocídio no Paraguai e sido responsável pelo atraso sócio-econômico daquela nação. 21
  • 22. Nos anos 1990, historiadores como Ricardo Salles (UniRIO) e Francisco Doratioto (UnB) mudaram mais uma vez os rumos da discussão sobre a Guerra do Paraguai propondo que o conflito foi determinado por questões internas ao próprio Cone Sul e estava ligada ao processo de afirmação dos Estados Nacionais. Com base em documentos diversos, alguns inéditos, as discussões sobre a Guerra do Paraguai vem sendo redimensionada e as questões platinas anularam a tese do imperialismo britânico e do Paraguai como nação industrializada a ser obliterada. 22