SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 62
Baixar para ler offline
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013
O MODELO EDUCACIONAL
TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA
DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL
EMERGENTE DO SÉCULO XXI
Jorge Antonio Salvador Dergan
Graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Pós-Graduado em
Redes de Computadores e Pós-Graduado em Desenvolvimento de Aplicações para Web.
Atua como Analista de Tecnologia pela UFPA e desempenha a função de Coordenador de
Informática do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA e atua também como membro da
Congregação do referido Instituto. Estudante do Mestrado em Educação na  Faculdade de
Educação / Universidad de la Empresa
Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no
comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa.
Glenur S.A.
Deposito Legal Nº 363369/14
Dec. 218/996
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Jorge Antonio Salvador Dergan
RESUMO
A pretensão do presente artigo é discutir a lógica embutida no processo de integração da cultura
digital ao ensino-aprendizagem, sobretudo na esfera da educação superior. O eixo central da
investigação ocorre sob a égide de um descompasso cultural que se revela como fonte principal de
obstáculos e problemas presentes na assimilação e manejo de novas competências informáticas
demandadas pela fusão de novas tecnologias com as práticas educacionais. A figura do educador
nesse espaço de mudança de paradigma cultural é referenciada como parte central na adequação
do problema de integração, os elementos periféricos e não menos importantes são analisados e
postos ao fiel da balança, de forma a se obter no final um mapa cognitivo das múltiplas mudanças
que configuram as possibilidades e os gargalos que permeiam a lógica de construção de uma nova
educação que emerge do século xxi.
Palavras chave: integração cultural, competências informáticas, descompasso cultural, cultura
digital, mudança de paradigma cultural.
ABSTRACT
The intention of this article is to discuss the logic embedded in the integration process of digital
culture in the teaching-learning, especially in the sphere of higher education. The central research
takes place under the auspices of a cultural mismatch that is revealed as the main source of obstacles
and problems present in the assimilation and management of new computer skills demanded by
merging new technologies with educational practices. The figure of the educator in this space of
cultural paradigm shift is referenced as a central part in the adaptation of the integration problem,
the peripheral elements and no less important are discussed and put to the faithful of the scale, in
order to get at the end a cognitive map of the multiple changes that shape the opportunities and
bottlenecks that pervade the logic of building a new education that emerges from the twenty-first
century.
Keywords: cultural integration, computer skills, cultural mismatch, digital culture, cultural
paradigm shift.
4
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
INDICE
INTRODUÇAO................................................................................................................................ 6
A reengenharia do processo educacional modelada pelo habitus tecnológico............................... 7
As resistências associadas aos processos cognitivos da inserção digital...................................... 8
A plataforma digital como um recurso facilitador, inclusivo e complementar ao formato presencial
tradicional........................................................................................................................................ 9
A desoneração como propulsora de novos mercados facilitadores de projetos educacionais...... 10
Considerações finais..................................................................................................................... 12
Referencias................................................................................................................................... 13
5
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Jorge Antonio Salvador Dergan
INTRODUÇÃO
Bourdieu (2007) sustenta o uso da história comparada quando afirma que para se perceber a lógica
mais profunda do mundo social é determinante filtrar as particularidades de uma realidade empírica
em seu contexto histórico ao longo de um espaço e tempo determinados. Objetivamente, a idéia
propõe a apreensão dos mecanismos e estruturas dispostos de forma subjacente ao processo de
transição cultural, que passam despercebidos ao crivo do olhar nativo ou estrangeiro, tanto na
construção do espaço social como nos mecanismos de transformação deste espaço. Desse modo,
o trabalho de investigação aqui proposto, pondera os fatores ou diferenças que se estabelecem
entre as estruturas e as disposições (habitus) que deixam de ser observados nas singularidades,
mas que se revelam nas particularidades vivenciadas no ambiente coletivo. Bourdieu arremata
seu pensamento esclarecendo que as análises que consideram as práticas em si mesmas,
independentemente do universo das práticas, são análises substancialistas, ingenuamente realistas
(BOURDIEU, 2007, p.162-166).
O referencial estabelecido a partir de Bourdier visa introduzir a dimensão além fronteiras do espaço
social globalizado, imerso em uma cultura tecnológica crescente, que perpassa os diversos âmbitos
sociais e de modo especial as concepções das políticas educacionais entre as instâncias da
educação superior. O conceito de habitus em Bourdier é abordado pela relação existente entre o
processo de socialização dos atores que atuam no campo educacional e as disposições que eles
adquirem no processo de sua formação teórica e empírica. As experiências de vida incorporadas por
esses atores são as maneiras de pensar e de agir absorvidas em espaços distintos ao da educação
e da prática educativa, onde o habitus integrador relacionado ao novo contexto do paradigma digital
introduz novas formas de relações sociais estruturadas em um campo social “novo” constituído de
uma lógica própria, onde os atores sociais usam de estratégias consignadas por suas posições no
campo social e de seu capital (cultural, político, econômico), produzindo assim, formas assimétricas
de intervenção na realidade, a fim de conservar ou transformar o campo em que atuam.
O setor educacional, entre outros setores, desponta como um grande consumidor e produtor de
insumostecnológicosquesubsidiamoprocessodereengenhariasocial,requisitadoporumamudança
cultural em marcha, caracterizada pela desconstrução de velhos paradigmas e reconstrução de
outros. Schumpter (1997) faz referencia a esse fenômeno como “destruição criativa”, frase que o
tornou famoso por usá-la para descrever um processo em que as velhas formas de fazer as coisas
são endogenamente destruídas e substituídas por novas maneiras. Ele argumenta ainda, que a
inovação tecnológica muitas vezes cria monopólios temporários que são necessários para fornecer
o estímulo criativo para as empresas desenvolverem novos produtos e processos, que permitem
quebrar e promover monopólios, caracterizando assim um comportamento cíclico do processo de
desenvolvimento.
6
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
A REENGENHARIA DO PROCESSO EDUCACIONAL MODELADA PELO HABITUS
TECNOLÓGICO
Rama (2011) argumenta que nas últimas décadas começou a se desenvolver em escala global um
novo modelo econômico atrelado ao surgimento generalizado de novas tecnologias de produção,
onde a mudança do paradigma técnico-econômico a partir dos anos 80/90 tem sua base estruturada
pela microeletrônica e pela programação, que possibilitaram novas formas de produção e novas
configurações sociais, entre as quais se concebeu engendrar uma nova educação. O impacto da
microeletrônica em direção a nano eletrônica provocou mudanças nas ferramentas de produção
que se generalizou por todos os âmbitos, conformando rapidamente um novo tipo de sociedade
global que se expande em termos econômicos e sociais através da digitalização e da introdução
permanente de inovações que alimentam os pólos produtivos que se reproduzem dentro de um
ambiente extremamente competitivo.
Etikin (2006) afirma que numa organização os objetivos lhe dão o sentido para seu desempenho,
mas não é uma condição de existência. Para que uma renovação criativa possa cumprir-se, entre
outras coisas, é necessária a flexibilidade nas relações e a disposição para mudar os esquemas
mentais.
A idéia de transformação da realidade educativa sugere a reflexão de que: o como se aprende é tão
importante quanto o que se aprende. Na metodologia tradicional, o professor transmite a informação
acabada aos alunos, a comunicação encontra-se centrada no professor e é unidirecional. Essa
metodologia vertical de mão única colide com a modernidade, frente às possibilidades oferecidas
pela expansão tecnológica que realimenta e remodela continuamente a cultura digital no habitus
social.
Para que se favoreçam as atividades de ensino-aprendizagem, a opção metodológica que emerge
desse novo cenário, deverá extrair desse meio as ferramentas e práticas que encontram ressonância
no habitus social já incorporado por essa nova geração de alunos, gestada no ventre de uma
revolução digital que permeia todos os processos de comunicação, informação e interação pessoal,
onde é imprescindível não gerar nenhum tipo de limite a incorporação das TIC’s1
no processo de
ensino-aprendizagem, como forma de adaptar conteúdos e velhas práticas metodológicas em
opções compatibilizadas com esse novo habitus digital, integrador e inovador.
Neste contexto adaptativo de mudança cultural é provável que se apresente a idéia subconsciente
de atualização da matriz educacional por um modo release, onde o conceito de prática pedagógica
seria reestruturado por novos conteúdos e mecanismos tecnológicos, como se fosse um “update”
1 TIC’s - Tecnologias da Informação e Comunicação são tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e
comunicativos dos seres. Entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das
funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e
de ensino e aprendizagem.
7
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Jorge Antonio Salvador Dergan
ou uma nova versão como de um programa de computador na qual foram adicionadas correções e
melhorias. Essa visão simplista, frente à nova realidade cognitiva, deverá considerar adicionalmente
e de forma complementar a tecnologia emocional, que se processa em torno de pessoas e suas
necessidades de relacionamento físico e virtual. Para consolidar uma reeducação adaptativa a
esse novo cenário, esta deverá estar associada a uma mudança de mentalidade, que promova
a percepção e assimilação desse novo habitus social que emerge do paradigma digital e que
naturalmente deverá influenciar todas as variáveis e formatos que conformam o processo de ensino-
aprendizagem da educação contemporânea.
AS RESISTÊNCIAS ASSOCIADAS AOS PROCESSOS COGNITIVOS DA INSERÇÃO
DIGITAL.
Atecnologia, inserida no habitus individual ou coletivo assume um caráter pragmático em sua própria
articulação com a dimensão cultural que nega a idéia mais simplista de conceituar a tecnologia por
oposição a tudo aquilo que possa estar contido numa suposta natureza humana, onde o habitus
subjetivo pode naturalizar a forma de reconhecer e de pensar, ou seja, dificilmente as pessoas se
dão conta de que a roupa que vestem, ou a mesa em que comem são tecnologias que de tal forma,
por habitarem seu cotidiano se tornam “parte” de sua natureza humana. Assim, a cultura digital
tende a ocupar seu espaço em todos os âmbitos num processo endógeno ao habitus da civilização
planetária.
Para Cobo2
(2012), a resistência a tecnologia é um assunto cultural, a imaturidade digital
contribui para a ausência de tecnologia social, que vai se somar a outros fatores que contribuem
resistivamente as mudanças que se processam na esteira da transição cultural delineada desde
o inicio do século xxi, onde se associam novos mapas cognitivos, vinculados a novas tecnologias
que por sua vez promovem mudanças no habitus social, gerando inquietações que induzem a
necessidade de reflexionar e de fazer reavaliações conceituais, onde o lócus de uma nova ética
científica caracterizada mais pela contemplação da realidade do que pela dominação da natureza,
pode ser o elemento gerador da força motriz capaz de vencer as resistências e promover exercícios
criativos que estão na base do conhecimento.
Ser adestrado no Twitter3
ou saber apertar corretamente os botões do Facebook4
não é
necessariamente o papel do professor, porém conhecer o impacto das redes sociais numa sociedade
permeada pela informação rápida e muitas vezes fútil torna-se estratégico para a promoção do debate
2 Cristóbal Cobo es doctor en Ciencias de la Comunicación de la Universidad Autónoma de Barcelona e investigador asociado de Oxford
Internet Institute. (cristobal.cobo@oii.ox.ac.uk)
3 Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros
contatos, por meio do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de gerenciamento.
4 Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook
Inc..4 Em 4 de outubro de 2012 o Facebook atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos.
8
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
sobre os efeitos desse impacto, de modo a incitar o pensamento crítico do alunado sobre o porquê
do crescimento de ferramentas digitais que vinculam pessoas a externalização de desejos e críticas
do cotidiano. Esse aspecto de estrategista e não de ferramenteiro, é que evidencia o real papel do
professor. A oferta da informação rápida, integrada e objetiva é uma das principais características
da cultura digital; assistir, por exemplo, um vídeo no YouTube5
sobre como funciona determinado
dispositivo, parece ser mais prático e confortável que foliar as páginas mudas de um manual que
teima em oferecer uma resistência cognitiva aos que ousam decifrá-lo. O manual eletrônico com
seu caráter didático e sua praticidade parece estar integrado ao habitus digital corrente.
Tentar entender as resistências ou limites ao fascínio que as janelas digitais imprimem na mente dos
nativos e dos adaptados a presente cultura digital é mais que um exercício sociológico ou filosófico,
é preciso mergulhar nesse mundo dinâmico, logicamente encadeado, que se amplia continuamente,
oferecendo e recebendo em todos instantes bits e bytes que se convertem em facilidades para
servir a qualquer um explorador virtual que disponha dos requisitos reais necessários. O efeito
desta ciranda tecnológica para as crianças da geração “digital”, que brincam nos joguinhos do
celular ou que já utilizam um tablet em suas tarefas escolares, pode ser encarado como efeito
facilitador cognitivo, que a exemplo da velha calculadora, que apenas liberava o aluno para pensar,
a janela virtual do tablet já embute a calculadora e o celular e, além disso, pode funcionar como
uma plataforma de convivência com seus colegas que acessam jogos online e/ou se comunicam
pela WEB. Todavia o efeito dessa ciranda tecnológica para as crianças, ainda necessita ser melhor
investigado.
A PLATAFORMA DIGITAL COMO UM RECURSO FACILITADOR, INCLUSIVO E
COMPLEMENTAR AO FORMATO PRESENCIAL TRADICIONAL
Para Geertz (1973), a cultura se expressa como um sistema de concepções herdadas
por transmissão entre diferentes pessoas. O que caracteriza o estabelecimento deste sistema é
a necessidade de que exista um conjunto de conexões ou redes entre pessoas, que ofereçam
facilidades a esse processo de construção cultural. O nascimento da World Wide Web ou Internet,
criada em 1990 por Tim Berners-Lee pode ser considerado o marco referencial facilitador de uma
geração que poderia ser batizada, por exemplo, de geração “3W”, naturalmente impregnada por um
DNA tecnodigital e logicamente conectada em rede, onde sua grande nuance é a capacidade de
mobilidade entre o mundo real e o mundo formatado por bits e bytes, onde se processam mudanças
a nível local e global que influenciam fortemente a dinâmica do habitus social contemporâneo.
A academia precisa estar atenta a essa dinâmica cultural e seus nexos integradores nos diversos
âmbitos, especialmente no âmbito educacional. Trata-se de novas perspectivas, que introduzem
novas varáveis que necessitam de acompanhamento analítico e crítico, tanto na atividade de ensino
5 YouTube é um site (http://www.youtube.com/) de compartilhamento de vídeos enviados pelos usuários através da internet. O termo que vem
do Inglês “youtube” poderia ser “você transmite” ou “canal feito por você”.
9
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Jorge Antonio Salvador Dergan
como na atividade de pesquisa. Hoje, em muitos casos, o ensino está debruçado em metodologias
que são aplicadas apenas em torno de conteúdos, não de pessoas. Uma idéia de inclusão pode ser
a integração de uma plataforma virtual de relacionamento e convivência, aplicada adicionalmente
ao ensino presencial e de maneira complementar e vinculante, disponibilizando em ambiente
virtual, além de conteúdos de classe, também um espaço de convivência e interação entre alunos,
professores e os administradores da instituição de ensino, de forma a oportunizar uma educação
integrada, humanista, inclusiva e de qualidade.
A sugestão de adotar uma plataforma vinculada ao ensino presencial é uma forma de integrar as
TIC’s a escola do século xxi, criando desse modo um ambiente de convivência colaborativo que se
combina a pedagogia presencial internalizando facilidades as suas singularidades e complexidades.
Em muitos casos de impedimentos como greves administrativas, viagens extemporâneas do
professor ou do aluno, cataclismos, etc., não haverá necessidade de paralisar o curso em andamento,
por conta de um impedimento que muitas vezes será perfeitamente contornável com o uso da
plataforma. Com esse suporte tecnológico o aluno ganha uma classe virtual onde pode consultar
conteúdos, discutir problemas, participar de fóruns, dialogar com os colegas, fazer novos amigos,
etc., por outro lado, o professor ganha muitos colaboradores e a instituição um espaço onde todos
podem colocar suas dúvidas e sugestões para que se possa sempre aperfeiçoar cada vez mais o
ambiente escolar.
A título de exemplo pode-se pegar como referencia a plataforma Moodle6
que foi projetada pelo
Australiano Martin Dougiama de Perth, que baseou seu projeto nas idéias do construtivismo
pedagógico, onde afirma que o conhecimento se constrói na mente do estudante em lugar de ser
transmitido sem mudanças a partir de livros ou aulas e em ambientes colaborativos. É importante
ressaltar que o sistema Moodle por ser uma aplicação Web, o usuário só necessita para ascender
ao sistema de um dispositivo conectado a internet e que possua um navegador Web instalado, que
pode ser, por exemplo, o Mozilla Firefox, Internet Explorer ou outro qualquer. Na internet pode-se
encontrar uma série de cursos sobre instalação e operação da plataforma Moodle, como também
cursos voltados exclusivamente para professores que desejam criar cursos online e vende-los pela
internet, tendo como suporte um servidor especializado (http://www.moodlelivre.com.br/).
A DESONERAÇÃO COMO PROPULSORA DE NOVOS MERCADOS FACILITADORES
DE PROJETOS EDUCACIONAIS.
É impressionante a velocidade com que a tecnologia digital avança. Nas últimas três décadas a
microeletrônica vem cedendo espaço para a nanoeletrônica que por sua vez, abre novos mercados
6 A palavra Moodle é um acrônimo de modular object-oriented dynamic learning environment (ambiente modular dinâmico de
apendizagem orientado a objetos).
10
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
que se beneficiam do crescimento de velocidade no processamento e transmissão de dados. Hoje
é comum observar que sistemas baseados em redes locais que utilizam servidor local dedicado,
com estrutura física e de pessoal onerosas, estão migrando do físico para o virtual num processo
de desoneração de custos e melhoria nos serviços prestados, que passam a ser disponibilizados
diretamente pela internet. Esse procedimento vem ganhando espaço em todas as áreas e em
especial na área da educação.
São notórias as facilidades que uma biblioteca virtual pode oferecer tanto para os alunos como para os
professores, onde o diferencial em relação à biblioteca física é o poder de acessibilidade, mobilidade,
portabilidade, volume de obras e atendimento direcionado as necessidades e característica do curso
oferecido pela instituição, isso tudo aliado as facilidades de reprodução e impressão de obras, no
todo ou em parte, de qualquer lugar conectado a internet, onde o direito autoral é respeitado, pois,
no ato da cópia existe um custo destinado ao autor, que é debitado na conta do usuário cadastrado.
Muitas instituições hoje em dia adotam pagar pelo acesso a bibliotecas virtuais, não apenas por
suas facilidades, mas, sobretudo, pelo baixo custo comparado a uma biblioteca física tradicional
que necessita de pessoal, instalações predial, horário de funcionamento, manutenções diversas e
ainda a limitação do acervo que estará restrito ao espaço físico existente.
Em serviços que utilizam suporte de uma rede local, onde os computadores clientes estão ligados a
um computador servidor de rede, que abriga programas e banco de dados que são disponibilizados
na rede, como por exemplo, no núcleo de prática jurídica (NPJ) de um hipotético curso de direito
(HCD), ao se optar por eliminar a rede local em favor da contratação de um serviço remoto através do
mercado virtual de aplicativos, o resultado será uma redução do custo operacional, com um aumento
considerável na qualidade do serviço prestado que passará a utilizar uma solução tecnologicamente
sempre atualizada por uma equipe de retaguarda. Em função do constante ganho de velocidade da
internet, o mercado virtual de aplicativos também cresce e oferta soluções de baixo custo e de alta
qualidade que embutem flexibilidade, mobilidade, portabilidade e escalabilidade7
, que são recursos
oferecidos pela maioria dos aplicativos disponibilizados por um servidor virtual dedicado, onde os
clientes virtuais, só precisam ter uma conta de acesso e um equipamento conectado a internet. O
serviço será debitado mensalmente e o valor estará escalonado segundo a soma das facilidades ou
módulos contratados pelo cliente.
Mais recentemente surgiu o conceito de universidade aberta a partir de estratégias digitais de
aprendizagem proposta pelo MOOC (Massive Open Online Courses), ou curso on-line aberto e
massivo que visa à participação interativa em larga escala e do acesso livre via web. Além de
materiais didáticos tradicionais, tais como vídeos, leituras e conjuntos de problemas, MOOCs
proporcionam fóruns de usuários interativos que ajudam a construir uma comunidade para os
alunos, professores e auxiliares de ensino. MOOC é um projeto inovador na educação à distância.
7 Escalabilidade, segundo a WIKIPÉDIA é uma característica que indica a habilidade de um sistema estar preparado para suportar um
aumento de carga crescente quando os recursos (normalmente do hardware) são requeridos.
11
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Jorge Antonio Salvador Dergan
O curso é gratuito e sem pré-requisitos de inscrição, e pode ser feito on-line por qualquer pessoa ao
redor do mundo, no entanto, nenhum crédito universitário é dado no ato de a sua conclusão. Para
alcançar a certificação, o aluno deverá ser aprovado em um exame presencial que naturalmente
envolve custos.
O Coursera8
, o MOOC mais famoso de todos, já tem 75 universidades associadas (eram quatro
em abril/2012) com quase 9.500.000 alunos matriculados até o mês de setembro/2013 (https://
www.coursera.org/about/community). Essas Instituições de ensino incluem pesos-pesados como
Stanford, Columbia, Duke, Princeton, e já se espalhando por universidades de vários outros paises,
como as de Edinbourg, Melbourne, Hong Kong, Lausanne, London e outras. O EDx vem com MIT,
Harvard, Univ. Texas, Berkeley, Georgetown. Yale tem a Open Yale. A inovação contida no MOOC
propõe a inversão na lógica da grade de conteúdos e deixa para o aluno escolher o que quer
acessar e quando quer fazer isso. Os professores passam a ter uma função diferente, já que o aluno
tem mais autonomia. O crescimento continuado dessa modalidade de ensino é uma tendência de
desoneração da educação que se projeta para o futuro.
A Universidade de São Paulo (USP) em junho de 2013 em parceria com o portal brasileiro Veduca
lançou dois cursos MOOC: Física Básica, do professor Vanderlei Salvador Bagnato, e Probabilidade
e Estatística, dos professores Melvin Cymbalista e André Leme Fleury. Qualquer pessoa com
acesso à internet pode fazer os cursos pelo site www.veduca.com.br. Os estudantes que desejarem
obter um certificado precisam fazer uma prova presencial. Nas duas primeiras semanas desde o
lançamento, que aconteceu na Escola Politécnica da USP no dia 12 de junho de 2013, os dois cursos
virtuais ofertados, gratuitos e de nível superior, receberam inscrições de mais de 10.000 estudantes,
demonstrando assim a receptividade da comunidade estudantil a essa nova modalidade de ensino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje, acessar a internet tornou-se parte do habitus social para milhões de pessoas que podem
dispor de uma janela virtual, a busca por informações, lazer, relacionamentos, e por todo tipo de
conhecimento, são elementos morfológicos e característicos da sociedade digital. É imprescindível
que o setor educacional participe e discuta as importantes questões que emergem desse cenário,
de variáveis e constantes que equacionam um processo dinâmico e construtor desse habitus
social inovador, que se retroalimenta, continuamente por permanentes mudanças tecnológicas que
permitem simultaneamente utilizar o potencial da internet como espaço de exposição e como meio
de criação individual e coletiva, onde as possibilidades só encontram limites na capacidade humana,
que se reinventa a todo instante renovando também essas possibilidades. A reengenharia social ou
a criação destrutiva como diria Shumpter, acompanha a tendência de migração do físico para o
virtual num processo de desoneração massiva, onde a mobilidade, a flexibilidade, a portabilidade
8 https://www.coursera.org/ Take the world’s best courses, online, for free.
12
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA
PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
e a escalabilidade estão gestando uma nova forma de educação horizonta, mais democrática e
humanista, com um perfil cognitivo-afetivo que se processa não apenas em torno de conteúdos,
mas também de pessoas, conformando assim um novo modo de pensar e sentir, ou um “novo”
habitus social.
REFERÊNCIAS
Bourdierr, P. Distinção:crítica social do julgamento. Porto Alegre, Editora Zouk, 2007.
Clifford Geertz. A Interpretação das Culturas. Op. Cit. pág. 39. 1973
Etkin, Jorge, Gestión de la complexidad en las organizaciones: La estratégia frente a lo
imprevisto y lo inpensado – 1ª Ed. – Buenos Aires: Granica, 2006
Rama, Claudio. Las reingenierías de las universidades a distancia en América Latina. Edición:
Universidad del Caribe (UNICARIBE), Santo Domingo, República Dominicana, 2010
Schumpeter, Joseph. Empresários, Inovação, Ciclos de Ensaios. 1a
Ed. Celta Editora, 1997
Tesis doctoral: Organización de la Informacion y su Impacto em la usabilidad de las Tecnologias
Interactivas. Autor: Cristóbal Cobo Romani, dirigida por: Dr. Ángél Rodriguez Bravo – México,
marzo de 2005.
El Telégrafo, Periódico equatoriano fundado em 1884 - noticias de tecnologia (09/2012). Disponível
em: <http://www.telegrafo.com.ec/noticias/tecnologia/item/para-cobo-la-resistencia-a-la-tecnologia-
es-un-asunto-cultural.html> Acesso em: 09.09.2013
Portal Terra: em junho de 2013 USP lança cursos on-line de física e estatística; aulas são gratuitas
<http://noticias.terra.com.br/educacao/primeiro-curso-superior-virtual-da-america-latina-ja-soma-
10-mil-inscritos,2a26b78c2b28f310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html> Acesso em: 12.09.2013
The Best MOOC Provider: A Review of Coursera, Udacity and Edx By Catherine Round <http://
www.skilledup.com/blog/the-best-mooc-provider-a-review-of-coursera-udacity-and-edx/> Acesso
em: 12.07.2013
A enciclopédia Livre. WIKIPÉDIA, GNU (open source), 2010. Disponível em: <http://pt.wikipedia.
org/wiki/P%C3%A1gina_principal >. Acesso em: 26.08.2010.
13
Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS
ALUNOS DE MESTRADO BRASIL –
URUGUAI
	
Janaina Loureiro da Costa
Graduada em Terapia Ocupacional, especialista em Informática e Educação, Tutoria para
Ensino Superior, Gestão em Educação a Distância e desempenha a função de Professora do
da Faculdade Integrada Brasil Amazônia – Fibra, da Faculdade da Amazônia – Faam, Tutora
do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial- Senac/Pa. Maestrada em Educação na
Faculdade de Educação / Universidad de la Empresa.
Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
Graduada em Letras - Português e Espanhol  pelo Centro Universitário de Brasília – UNICEUB.
Especialização em Língua Portuguesa pela  Universidade Salgado de Oliveira - Rio de
Janeiro e desempenha a função de Professora de Língua Portuguesa da SEDF - Secretaria
de Educação do Distrito Federal desde abril de 1997. Maestrada em Educação na Faculdade
de Educação / Universidad de la Empresa.
 
Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no
comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa.
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
RESUMO
Este trabalho trata das relações interculturais estabelecidas entre alunos e professores da
Universidade de La Empresa (UDE), localizada no Uruguai, que oferece o Curso de Mestrado
em Educação. São alunos e professores de diferentes nacionalidades, o que possibilita um
intercâmbio cultural entre ambos. Abordaremos os conceitos teóricos como cultura, diversidade
cultural, multiculturalidade e relações interculturais e faremos uma análise dos resultados de uma
pesquisa feita entre professores e estudantes, verificando si existem dificuldades de adaptação
em relação à cultura e ao idioma entre brasileiros e uruguaios, já que a maioria dos estudantes
é brasileira e os professores são uruguaios, paraguaios, argentinos e brasileiros. A partir desta
pesquisa, analisaremos a interferência do idioma, da cultura nas aulas e os motivos que levaram
muitos alunos brasileiros a escolherem um país com língua materna diferente e, quais as principais
características multiculturais encontradas nesta vivência, no período de estudo.
Palavras-chave:Mestrado,Cultura,DiversidadeCultural,RelaçõesInterculturais, Multiculturalismo
ABSTRACT
This paper is about intercultural relationships established between students and teachers of University
of La Empresa (UDE) in Uruguay, whose offers to the student’s Masters Course in Education. There
are many students and teachers of different nationalities that allow a cultural interchange between
them. The theories about culture, cultural diversity, multiculturalism and intercultural relations, and
we will do an analysis of the results of a research done between teachers and students, verifying the
difficulties of cultural adaptation and language adaptation between Brazilians, Uruguayans because
most of the students are Brazilians and the teachers Uruguayans, Paraguayans, Argentineans and
Brazilians. From this research, we will analysis the language and cultural interferences and the
motives which taken part of many students to choose a country with a different language from their
and which multicultural characteristics found living there during the study period.
Keywords: Master, Culture, Cultural Diversity, Intercultural Relations, Multiculturalism
16
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
INDICE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 18
Uma questão de cultura................................................................................................................. 19
Discutindo os Dados...................................................................................................................... 22
Considerações finais...................................................................................................................... 28
Referencias.................................................................................................................................... 29
17
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
INTRODUÇÃO
Com a globalização que conduz à crescente integração das economias e sociedades dos vários
países, com as novas tecnologias da comunicação intensificadas é preciso considerar que a cultura,
por mais ampla que pareça, não é uma totalidade absoluta. A proposta de elaborar este trabalho
surgiu das diferenças e dificuldades encontradas inicialmente no curso de Mestrado em Educação,
ofertado pela Universidade de La Empresa, entidade que oferece este curso em módulos e que é
procurado por alunos de toda parte do Brasil e por que não dizer do mundo, pois no espaço-tempo
da sala de aula se expressam: costumes, religiosidades, linguagens, dentre outros, diferentes, mas
que convivem e se entrelaçam no cotidiano do mestrado.
A UDE tem um grande número de alunos de diversas partes do Brasil, e muitos sem o conhecimento
da língua materna, o espanhol. Ao se depararem com esta realidade, sem dúvida há um período
de adaptação e mudanças acabam acontecendo, como a linguagem, a adequação aos costumes
do povo, até mesmo quanto aos referentes às diferenças climáticas, uns com mais intensidade do
que outros.
O Brasil, por inúmeros aspectos que envolvem políticas educacionais e que não é o objetivo deste
artigo, não oferece este modelo de mestrado, ou seja, modular. Requer, dessa forma, a validação
dos certificados, que, atualmente passa por um longo processo e não acontece automaticamente,
como firma um dos acordos pelos países integrantes do Mercosul9
. Dentre os referidos acordos,
merece ser destacado o “Protocolo de Integração Educacional para Prosseguimento de Estudos de
Pós- graduação nas Universidades dos Países Membros do Mercosul” sobre o reconhecimento do
diploma de pós graduação.
A partir e desta realidade, será feito um levantamento sobre diversos aspectos como a aceitação,
as principais dificuldades, as facilidades e a troca multicultural que acontece neste período de
intercâmbioentreosalunos,professoreseinstituição.E,comtodosestesaspectos,nosquestionamos
se ocorre uma interação e um aprendizado significativo entre estas culturas e idiomas diferentes e
quais os aspectos mais relevantes expostos pelos entrevistados que facilitem a criação do vínculo
e adaptação neste processo.
Atualmente a totalidade de alunos que participou da pesquisa foi de 137 alunos e 37 professores,
em que foram questionados aspectos importantes para que pudéssemos mapear a realidade do
aprendizado, levando em consideração todo o contexto dos atores envolvidos.
9 Que na Ata da VII Reunião de Ministros da Educação, realizada em Ouro Preto, no dia nove de dezembro de 1994, figurou a
recomendação no sentido de que se assinasse Protocolo sobre reconhecimento de títulos universitários de graduação para fins de
realização de estudos de pós-graduação. Artigo primeiro – Os estados Partes, por meio de seus organismos competentes, reconhecerão,
para fins de realização de estudos de pós-graduação acadêmica, os títulos universitários expedidos pelas Instituição de Ensino Superior.
18
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
UMA QUESTÃO DE CULTURA
O Brasil é um país geograficamente grande e com muitas diferenças culturais. Em relação à língua
materna, o Português, passa por uma variação linguística de acordo com cada região do país, mas
a língua oficial é a mesma, não trazendo dificuldades de compreensão quando transladamos de
uma Estado para outro. Assim sendo, convivemos diretamente com a diversidade, pois não cabe
pensar ao alunado e ao professorado em agir e raciocinar de maneira etnocêntrica, a sala de aula,
a escola como um todo, é um espaço de entrelaçamentos culturais. Sem dúvida, é no ambiente
escolar que a questão cultural é bem definida, é dentro deste espaço que se faz o cruzamento de
culturas e se constrói novos conceitos por meio da troca de experiências.
“O responsável definitivo da natureza, do sentido e da consistência do que os alunos e as alunas
aprendem em sua vida escolar é este vivo, fluido e complexo cruzamento de culturas que se
produz na escola, entre as propostas da cultura crítica, alojada nas disciplinas científicas, artísticas
e filosóficas, as determinações a cultura acadêmica, refletidas nas definições que constituem o
currículo; os influxos da cultura social constituída pelos valores hegemônicos do cenário social; as
pressões do cotidiano da cultura institucional presente nos papéis, nas normas, nas rotinas e nos
ritos próprios da escola como instituição específica; e as características da cultura experiencial
adquirida individualmente pelo aluno através da experiência nos intercâmbios espontâneos com
seu meio ( Perez Gómez, 2001:17) .”
Vale ressaltar, que cultura é um fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade
que os seres humanos têm de dar significados às suas ações e ao mundo à sua volta. Assim, a
cultura é compartilhada por indivíduos de um determinado grupo social em consonância com o
período e lugar no qual se encontram (Araújo, 2009).
Para compreendermos um pouco melhor este tema é preciso conhecer alguns conceitos sobre este
processo de trocas culturais e educacionais. Os conceitos de pluralidade cultural, interculturalidade
e multiculturalidade, passam a fazer do cotidiano educacional no Ensino Fundamental, a partir do
advento dos Parâmetros Curriculares Nacionais, por meio dos temas transversais (BRASIL,1997),
e a relevância social e educacional, com o desenvolvimento do Referencial Curricular Nacional
(Grade Nacional Comum) em diferentes processos educativos e sociais, assim como a obrigação
em escolas públicas ou particulares em ofertar o estudo de uma segunda língua, ficando a seu
critério a escolha do Inglês ou do Espanhol.
Com tais inclusões e a renovação dos paradigmas científicos e metodológicos, ocorre uma maior
oportunidade das perspectivas epistemológicas indispensáveis ampliarem ainda mais as relações
interculturais.
Sobre o tema multiculturalismo podemos abordar diferentes questões quando o assunto é América
19
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
Latina, o Brasil é um país multicultural e tem um histórico cultural advindo das raízes indígenas e
afrodescendentes que influenciam nas relações interpessoais por meio da globalização e o uso da
tecnologia. O multiculturalismo depende basicamente do contexto histórico, político e sociocultural,
entende-se ainda que o multiculturalismo deve ter reconhecimento público como afirma, Pablo
O’farrell (2003):
“... el multiculturalismo, sin embargo, mantiene que ese ámbito es insuficiente, pues las diferencias
culturales, en cuanto tales, tienen que tener asimismo acogida y reconocimiento en el ámbito
público. Aunque no resulte fácil dar una definición, de los distintos usos que se da al término
multiculturalismo, podemos distinguir en él un doble aspecto: por un lado, el multiculturalismo es
la reflexión teórica sobre el modo de integración a realizar en aquellas sociedades que reciben
un considerable número de personas inmigrantes con una cultura distinta a la estabelecida en
la sociedade receptora y, por otro, multiculturalismo denomina también la realización práctica de
modelos alternativos de integración, que la reflexión teórica ...”
Seguindo esta ideia, a abordagem que faremos em relação aos atores envolvidos em nossa pesquisa
dar-se-á a primeira definição sobre multiculturalidade, nos aspectos referentes a integração e
recepção de alunos imigrantes advindos do Brasil para estudarem em Montevidéu, já que a questão
multicultural da América Latina apresenta uma configuração própria, como afirma Vera Candau
(2003) “Neste sentido, o debate multicultural na América Latina nos coloca diante da nossa própria
formação histórica, da pergunta sobre como nos construímos socioculturalmente, o que negamos
e silenciamos, o que afirmamos, valorizamos e integramos na cultura hegemônica.” , ao mesmo
tempo que foi construída.
Para Moreira, 2001, o termo “multicultural” tem sido utilizado como categoria descritiva, analítica,
sociológica ou histórica, para indicar uma realidade de convivência entre diferentes grupos culturais
num mesmo contexto social. Também tem se referido a diferentes perspectivas de respostas a esta
realidade social multicultural, pois a sala de aula denota-se como meio de troca entre culturas e
opiniões de visão de homem e de mundo.
O termo “intercultural” para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura- UNESCO significa que “todos os povos e todos os grupos humanos, qualquer que seja a
sua composição ou a sua origem étnica, contribuem conforme sua própria índole para o progresso
das civilizações e das culturas, que, na sua pluralidade e em virtude de sua interpretação, constituem
o patrimônio comum da humanidade.”(FLEURT, 2000) enfatiza que “o processo de descolonização
e outras transformações históricas conduziram a maioria dos povos precedentemente dominados
a recuperar sua soberania, de modo a fazer com que a comunidade internacional seja um conjunto
universal e ao mesmo tempo diversificado”; Intercultural, para CADAU (2003), tem sido utilizado para
indicar realidades e perspectivas incongruentes entre si: há quem o reduz ao significado de relação
entre grupos “folclóricos”; há quem amplia o conceito de interculturalidade de modo a compreender
o “diferente” que caracteriza a singularidade e a irrepetibilidade de cada sujeito humano; há ainda
20
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
quem considera interculturalidade como sinônimo de “mestiçagem”.
Também o adjetivo “transcultural” é utilizado segundo diferentes sentidos. É entendido às vezes
como elemento transversal já presente em diferentes culturas (universais culturais inscritos na
estrutura humana), ou então como produto original da hibridização de elementos culturalmente
diferentes.
Para além da polissemia terminológica e da evidente diversidade de perspectivas que se expressam
nas teorias e propostas relativas ao multiculturalismo, interculturalismo, transculturalismo, constituise
um campo de debate que se torna paradigmático justamente por sua complexidade: a sua riqueza
consiste justamente na multiplicidade de perspectivas que interagem e que não podem ser reduzidas
por um único código e um único esquema a ser proposto como modelo transferível universalmente.
Entretanto, o eixo conceitual em torno do qual se situam as questões e as reflexões emergentes
nesse campo, e que caracteriza os mais espinhosos problemas do nosso tempo, é o da possibilidade
de respeitar as diferenças e de integrá-las em uma unidade que não as anule. Isso vale, de fato,
tanto para o discurso das diferenças étnicas e culturais, de gênero e de gerações, a ser acolhidas
na escola e na sociedade, quanto para a distinção entre os povos, a ser considerada no equilíbrio
internacional e planetário.
Vale também para a diversidade das propostas metodológicas, assim como para a possibilidade da
articulação em rede das informações e dos novos saberes nas formas do pensamento complexo
(TERRANOVA,1997, p. 13).
O que foi possível observação as diferentes formas de linguagem que facilitam a adaptação, mesmo
com a dificuldade do idioma por não ser nossa língua materna, é possível produzir, criar, reproduzir
transformar e consumir, para, utilizarmos de outros meios para que possamos nos comunicar uns
com os outros.
Abordamos este aspecto, pois durante a pesquisa de amostragem para este artigo, percebemos
que a maior dificuldade encontrada foi relacionada inicialmente ao idioma, e que no decorrer do
processo detectamos uma evolução satisfatória no processo de adaptação, o que aponta que o
ser humano indiferente da situação é um ser adaptável a diversidade de situações e que estrutura
mecanismos que diminuam as dificuldades, fazendo com que culturas conversem entre si.
ParaSantaella(2005),“Cumprenotarqueailusóriaexclusividadedalíngua,comoformadelinguagem
e meio de comunicação privilegiados, é muito intensamente devida a um condicionamento histórico
que nos levou à crença de que as únicas formas de conhecimento de saber e de interpretação do
mundo são aquelas veiculadas pela língua, na sua manifestação como linguagem verbal, oral ou
escrita.”
21
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
As diferentes maneiras culturais de aprendizado, costumes, relações interpessoais, foram aspectos
importantes, que a convivência com diversas pessoas nos fez refletir na importância das relações
que fazem amadurecer e tornar estas dificuldades uma fonte a mais no aprendizado. Visto que,
mesmo com a dificuldade da compreensão do idioma, foi possível construir o conhecimento, aspecto
este registrados na coleta de dados que será mostrada posteriromente.
DISCUTINDO OS DADOS
A UDE oferece o curso de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado em Educação, totalmente
presencial, dividido em quatro fases. Os horários das aulas são de 8h à 12h e 14h às 18h, nos
meses de janeiro e julho, ou seja, dois anos, mais a defesa da tese. O corpo docente é composto
por professores uruguaios e estrangeiros. Vale ressaltar que as aulas são ministradas em espanhol,
embora alguns professores as ministrem em português. O corpo discente do Mestrado em Educação
é praticamente de brasileiros.
A partir deste perfil, realizamos uma pesquisa com os alunos cursistas do Mestrado em Educação
na instituição Universidade de La Empresa situada em Montevidéu – Uruguai, onde a língua
materna é o espanhol. Foram preenchidos, no total, 101 formulários dos 147 alunos, devidamente
matriculados.
Gráfico 1 – Sexo
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Dos alunos entrevistados 70,71% são do sexo feminino e 29,29% do sexo masculino, o que mostra
que cada vez mais as mulheres estão conquistando seu espaço em diversos setores, inclusive na
busca de novos conhecimentos.
22
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
Gráfico 2- Idade
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
No Gráfico 2, é possivel verificar que os alunos são na sua grande maioria, ainda jovens, com18,19%
na faixa etária de 20 a 29 anos e 35,38% entre 30 a 39 anos. Podemos afirmar que as possibilidades
de acesso, de recursos financeiros e a melhor qualificação profissional requerida pelo mercado,
dentre outros, estão, motivando, cada vez mais, os brasileiros a buscarem seu aperfeiçoamento e
cada vez mais os jovens estão investindo nesta nova modalidade de ensino.
Gráfico 3- Nacionalidade
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Neste gráfico, os dados mostram que 96,97% dos alunos são brasileiros, 2,2% uruguaios e 1,1%
angolanos, levados a escolher um curso modular, em que viajam a cada 6 meses para cursar seus
módulos, em virtude de diversos fatores, inclusive, a falta de oportunidades ofertadas no seu país
de origem.
23
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
Gráfico 4- Estados de Origem
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
No gráfico 4, podemos verificar que dos 13 Estados brasileiros representados, a maioria dos alunos
são provenientes do Paraná, 22,25%, dentre outras razões, pela proximidade do país e a facilidade
de locomoção, seguido do Rio de Janeiro, 17,19% e de Pernambuco,14,16%.
O grande número de Estados ampliou a diversidade cultural, possibilitando maior conhecimento e,
também, a convivência com as diversas culturas brasileiras, o que poderia ser mais um aspecto de
dificuldade com hábitos e costumes.
Gráfico 5 – Fluência do Idioma
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
No gráfico 5, consta-se que, do total de alunos, 77,79% não possuem fluência com o idioma
espanhol, o que em muitos momentos poderíamos até considerar como uma barreira para a
qualidade do aprendizado. A fala é um mecanismo de troca, de comunicação entre pessoas e com
esta dificuldade seria necessário criar algumas estratégias para diminuí-la.
24
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
Gráfico 6- Impressão do primeiro encontro
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Na pergunta 6, questionamos sobre a primeira impressão do curso: o aluno se deparar com o
idioma diferente do seu, onde a maioria dos professores falam, apenas, o espanhol no momento
das suas explicações em classe. Na opinião da maioria dos alunos, 31,33%, o primeiro contato
foi considerado como “muito difícil”, o momento de compreender e expressar o que estava sendo
abordado em classe. No entanto, é considerável também que um número expressivo de alunos,
29,31%, não apresentou dificuldades neste primeiro momento, o que foi possivel observar é um
espirito de ajuda coletiva, onde houve um suporte maior aos alunos com dificuldades.
Gráfico 7- Impressão no segundo encontro
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Os dados revelam neste gráfico que as dificuldades foram diminuindo para a maioria dos alunos,
57,53%, mostrando que houve superação em relação aos problemas de compreensao entre a
escrita e a fala e que para 35,33%, o segundo encontro foi desenvolvido “sem dificuldade” o que
demonstra, também, superação dos aspectos negativos iniciais.
25
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
Gráfico 8- Maior dificuldade com o idioma
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
O Gráfico 8, mostra que nos recursos de comunicação o ato de escrever é considerado o mais dificil
por 41,44% dos entrevistados, mas como no curso não há obrigatoriedade de elaborar trabalhos
escritos utilizando o espanhol, espera-se que haja aprimoramento da língua nesse sentido. Já a
resposta de que a “dificuldade em ouvir” foi dada por 31,33% dos alunos, é significativa e preocupante
no processo de aprendizagem pela interação entre docentes e discentes, sendo o principal meio de
comunicação entre eles.
Gráfico 9- Maior facilidade com o idioma
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Os dados mostram neste gráfico que a maior facilidade apontada pelos discentes foi quanto a
leitura com 70,62% das opiniões, o que mostra que as dificuldades apresentadas são parcialmente
vencidas com a leitura de materias de apoio, para a transformação da informação adquirida em
conhecimento.
26
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
Gráfico 10- Pontos interculturais mais importantes
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
A troca cultural entre colegas e professores foi o aspecto considerado o mais relevante pela maioria
dos entrevistados. É importante ressaltar que estas questões foram abertas, isto é, os alunos tiveram
a liberdade de expressar suas opiniões, sendo para a grande maioria a troca cultural entre professores
e alunos a mais importante, não apenas no âmbito educacional, mas também com conhecimentos
regionais, hábitos culturais, pois como mostramos no gráfico 4 há uma grande diversidade cultural
entre os próprios estados brasileiros. Um aspecto que ressaltamos nestes dados coletados é a
busca do aprendizado do idioma, conhecimentos de novos autores e principalmente a adaptacao
aos costumes uruguaios, pois na maioria das vezes comportamentos habituais brasileiros divergem
da cultura uruguaia e, principalmente, a culinária.
Gráfico11- Opção por fazer um curso
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
O gráfico 11 apresenta dados sobre o que havia motivado o aluno a fazer o curso, sendo a motivação
mais relevante a questao de ser uma modalidade semipresencial, acreditamos por ser uma forma
que não é oferecida no nosso país. Na sequência apresentam-secomo motivadores o aspecto
financeiro, a linha de pesquisa, buscando-se a uniao entre teoria e prática, educacao e tecnologia,
a interculturalidade e a oportunidade de estudo.
27
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
Gráfico 12-Sente discriminado por fazer mestrado no Uruguai
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
As respostas à questão referente ao sentimento de discriminação por fazer mestrado no Uruguai
demonstram que 76,75% dos alunos não sentem nenhuma forma de disciminacao, mas para
25,25% isto ocorre, embora não tenha sido justificada de que maneira isso acontece.
Gráfico 13- Sente discriminado em sala de aula pelo idioma
Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013.
Nesta última questão, apresentada no momento das aulas, apenas, 1% dos alunos afirmou que se
sentia discriminado em sala de aula pela dificuldade do idioma, porém não houve justificativa para
esta opção. A quase totalidade, 99%, respondeu que não se sentia discriminada durante as aulas,
aspecto bastante favorável ao processo de ensino- aprendizagem de professores e alunos.
Verificando que mesmo com a diferença do idioma, em nosso país não há sinais de desmerecimento
pelo aprendizado oferecido pelo curso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso trabalho começou por meio de entrevistas feitas com estudantes e professores da UDE e
pudemos constatar a diversidade cultural e objetivos comuns de professores e alunos. Por meio do
estudo mais aprofundado sobre multiculturalismo, foi possível reconhecer a existência de indivíduos
e grupos distintos entre si, mas que não se excluem ou se anulam quando se trata de direitos e
deveres, principalmente, sobre a igualdade e a afirmação de suas identidades.
28
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI
O mundo contemporâneo mostra a conplexidade das relaçoes sociais e interculturais que exige dos
estudantes novas maneiras de construir o conhecimento nas práticas da pesquisa e da educação,
e que cada uma socializa condições equivalentes a uma cultura universal, percebemos muitos
aspectos semelhantes, vivenciamos também o multiculturalismo em que cada grupo apresentou
identidades e culturas próprias, que não chegou a tinterferir na convivência e sim promoveu uma
socialização cultural.
O primeiro contato com a diferente realidade acontece no primeiro momento em que chegamos ao
curso onde é preciso acontecer uma adaptação no compreender, assimilar e processar a informação
recebida em outro idioma, muitas vezes sendo o primeiro contato com uma língua materna diferente
do Português, acreditamos que a familiaridade de estrutura diminua as dificuldades.
Anecessidade de realizar um curso de pós-graduação e as dificuldade em encontrar uma modalidade
de ensino e uma linha de pesquisa sejam as principais causas da procura do curso, situaçoes que
em nosso país de origem ainda possuimos uma carência neste tipo de estudo, infelizmente ainda é
uma realidade em nosso país, que o estudante ou tem que ter dedicação esclusiva para o estudo
de mestrado e recebe em algumas vezes uma bolsa de estudos para fazê-lo.
Percebemos também que cada vez mais os jovens estão investindo nesta modalidade de ensino
seja pela facilidade anteriormente relatada, ou pele busca de novas experiências conhecendo uma
nova cultura, se aprimorando em novos idiomas e socializando formas de aprender e inclusive
didaticas novas de aprendizado. Esta oportunidade nos remete a diferentes locais, como estas
realizades podem influenciar no aprendizado significativo e gerar mudanças na pratica profissional
quando retornamos aos nosso locais de origem.
REFERÊNCIAS
BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
1998
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural e orientação sexual. Brasília:
MEC/SEF,1997.
FLEURI, R. M. (org). Educação intercultural: mediações necessárias. Universidade Federal de
Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. 18 Maio/Jun/Jul/Ago 2003 Nº 23. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a02
ARAÚJO, L., BARRETO, A., PEREIRA, M. E. Gênero e diversidade na escola: formação de
professoras/es em gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais. Livro texto. Rio de janeiro:
CEPESC,2009. Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015510.
pdf. Acessado em 10/03/2013.
29
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho
CANDAU, V. M., MOREIRA A. F. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas.
São Paulo, Ed: Vozes. 2ª edição. 2003.
FLEURT, R. M. Desafios à Educação Intercultural no Brasil. III Seminário Pesquisa em Educação
Região Sul. Porto Alegre, 2000. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em http://www.
fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC16/16-2.pdf. Acessado em 21/04/2013.
GONÇALVES, L. A. O., SILVA, P. B. G.. O jogo das diferenças: multiculturalismo e seus contextos.
Belo Horizonte: Autêntica,1998.
LÉVI-STRUSS, C. et al., Raça e História. In: Raça e ciência. São Paulo: Perspectiva, 1970.
O’FARRELL, P. B. Pluralismo, Tolerancia e Multiculturalismo: Reflexiones para un mundo plural.
Universidade Internacional de Analucia. Ediciones Alal, 2003
SILVA, P. B. G. M.. Currículo educação e discriminação dos negros. Belo Horizonte: Instituto de
Recursos João Pinheiro,1993.
UNESCO. Declaração sobre a raça e os preconceitos raciais. Paris: UNESCO, 1978.
YUS R. Temas transversais: a escola da ultramodernidade. Pátio, Revista Pedagógica, ano 2, nº
5, maio/ jul.,1998 ( p. 8-11).
Tratado, Protocolos y Acuerdos depositados en Paraguay – www.mercosur.int acessado em
01/04/2013.
30
Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013				
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA
EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL –
VITÓRIA/ES – BRASIL
Cemires Paulo Barros
Professora Universitária na Faculdade de Belém FABEL, nos cursos de Gestão em Marketing
e Bacharelado em Administração do Centro Universitário CESMAC. Estudante de la
Maestria em Educação pela UDE. Especialista em Administração de Marketing pela ESABem
Tecnologia da Informação. Graduada em Administração de Empresas, Ênfase em Marketing,
pela Universidade da Amazônia UNAMA.
Ruth Léa da Silva Nunes
Graduada em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior e Especialista
em Finanças, Controladoria e Mercado Financeiro, pela Faculdade Estácio de Sá - Vitória/
ES. Estudante de la Maestria em Educação pela UDE. Professora Universitária na IESFAVI
- Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória, nos cursos Superior de
Administração de Empresas e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos.
Tacyana Cinthya Matos Batista
Professora Universitária do Centro Universitário CESMAC. Estudante de la Maestria em
Educação pela UDE. Especialista em Tecnologia da Informação e graduada e Análise de
Sistemas pelo Centro Universitário CESMAC.
Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no
comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa.
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
RESUMO
O artigo busca investigar a importância da música na educação como facilitadora de integração
nas disciplinas chamadas primárias, no processo de aprendizagem e estímulo ao conhecimento
cognitivo e na integração social, assunto cuja relevância é ressaltada pela promulgação da Lei
11.769/08, que tornou obrigatório o ensino musical em todos os níveis da educação básica. É
abordado como uma Escola Pública no município de Vitória/ES – Brasil integra a educação musical
em seu currículo escolar e qual contribuição o aprendizado da música vem provocando nos alunos.
O desenvolvimento do estudo teve por base as seguintes perguntas de investigação: 1) De que
forma a música influencia na educação do estudante? 2) Como a música aprimora o lado cognitivo?
3) De que maneira o estudo da música faz a integração sociocultural? 4) Qual a compreensão que os
professores tem sobre o papel da música nos processos educativos? 5) O que esperam as crianças
com o aprendizado da música? A metodologia utilizada envolveu pesquisa bibliográfica, visando à
fundamentação teórica do estudo, complementada por um estudo de caso desenvolvido por meio
de entrevista com um professor atuante na área. Observou-se que ainda persiste uma deficiência
na quantidade de profissionais plenamente qualificados para o ensino da música, que a educação
musical, muito embora obrigatória por lei, é oferecida de forma optativa. Observou-se ainda uma
repercussão positiva do ensino da música nos alunos e comunidade, com maior dedicação e
aproveitamento em disciplinas correlatas, com muitos alunos participantes vislumbrando a música
como uma possível alternativa de carreira futura.
Palavras chaves: Educação Musical, Educação, Escola, Música.
ABSTRACT
The present paper investigates the importance of music education in helping the integration of so
called primary disciplines, and in the process of learning and stimulating cognitive knowledge and
social integration, a subject which importance is underscored by the enactment of Law 11.769/08,
decreeing musical education as mandatory at all levels of basic education in Brazil. It is studied how
a government sponsored school in Vitória / ES - Brazil integrates musical education in its curriculum
and what contribution is provided to students through musical learning. The study was developed
based on the following research questions: 1) How does music influence in the student’s education?
2) How music enhances the cognitive side? 3) How the study of music promotes socio-cultural
integration? 4) What is the understanding that teachers have about the role of music in educational
processes? 5) What are the child’s expectations in learning music? The methodology involved
literature research, for theoretical support, complemented by a case study developed through an
interview with a teacher active in the area. We observed that a deficiency still exists regarding the
number of fully qualified professionals for the teaching of music, and that music education, although
mandated by law, is only offered optionally. We also observed a positive impact of music education
32
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
on students and the community, with greater student dedication and academic performance in related
disciplines, with many of the participating students envisioning music as a possible alternative for a
future career.
Key words: Musical Education, Education, School, Music.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................ .. 34
MARCO TEÓRICO........................................................................................................................ 35
Educação musical na escola......................................................................................................... 35
Desenvolvimento cognitivo e música............................................................................................ 37
O Educador e o ensino da música................................................................................................ 39
A Música e a integração sócio cultural.......................................................................................... 40
METODOLOGIA E ANÁLISE DA COLETA DOS DADOS............................................................. 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................... 43
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 44
33
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
INTRODUÇÃO
A Lei nº 11.769 de 18 de agosto de 2008 (Brasil, 2008), que alterou o artigo 26º da Lei nº 9.394
de 20 de dezembro de 1996 (Brasil, 1996), tornando obrigatório o ensino de música em todos os
níveis da educação básica, instigou Estados e Municípios brasileiros a desencadear uma série de
ações na área de educação musical, em atendimento à necessidade de incorporar a música como
componente de seus currículos escolares.
O presente artigo, dada tal obrigatoriedade, busca investigar a importância da música na educação,
especialmente quanto ao seu papel como facilitadora de integração nas disciplinas chamadas
primárias, no processo de aprendizagem e estímulo ao conhecimento cognitivo e na integração
social.
Com a evolução da sociedade, aliada à massificação da tecnologia da informação e comunicação,
os alunos passaram a ter uma interação mais intensa com o universo virtual. Como todo objeto
de facilitação da vida, a tecnologia também se transformou numa forma de dispersão de atenção,
com muitos alunos se aproveitando da tecnologia quando as aulas não se tornam suficientemente
atrativas.
Uma das dificuldades encontradas é fazer com que os alunos participem do processo ensino-
aprendizagem de forma prazerosa. O desinteresse e a dispersão caracterizam um problema
potencialmente limitante para o docente na prática da construção do conhecimento (Gainza, 1988).
A ausência de algo que prenda a atenção nas aulas gera um aspecto relevante do problema, tem
levado os docentes a buscar soluções eficazes por meio de processos alternativos à realidade
escolar atual. Algumas escolas integraram em seu currículo escolar a disciplina de música, tendo
por finalidade desenvolver o aspecto cognitivo e socialização dos alunos, facilitando o processo
ensino-aprendizagem.
O estudo propõe-se ainda a investigar a importância da música como processo didático-pedagógico,
levando em consideração que seu ensino deve ser algo prazeroso, tendo em vista a dificuldade em
fazer com que crianças desenvolvam seu lado cognitivo.
O ensino da música pode ajudar grandemente a criança, auxiliando-a a coordenar ritmos corporais
cotidianos, como andar e saltitar, ao sincronizá-los com ritmos observáveis na natureza, como o das
ondas do mar e do galope de animais (Schaffer, 1991).
A música é importante para a construção do conhecimento em qualquer momento da vida, desde
a fase infantil até a fase adulta. Por meio dela os seres humanos podem analisar os conflitos e até
mesmo compará-los, adaptar-se ao ambiente em que vivem, desenvolvendo-se de forma criativa e
34
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
aprimorando a sensibilidade auditiva (Blagolini, 2010).
Um trabalho pedagógico inserindo a musica pode ser visto como um processo de construção
contínua, envolvendo perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir, contribuindo para o
desenvolvimento da criança, tanto no aspecto cognitivo, quanto na construção e desenvolvimento
de sua percepção de forma crítica e criativa (Brito, 2003).
O ensino da música também serve de aliado ao docente, que pode observar se o aluno tem algum
bloqueio ou dificuldade e, a partir desta percepção, desenvolver estratégias para ajudá-lo (Gainza,
1988).
Assim, o presente trabalho propõe-se a abordar como uma Escola Pública no município de Vitória/
ES – Brasil integra a educação musical em seu currículo escolar e qual contribuição o aprendizado
da música vem provocando nos alunos.
O desenvolvimento do estudo teve por base as perguntas de investigação, visando responder:
1) De que forma a música influencia na educação do estudante? 2) Como a música aprimora o
lado cognitivo? 3) De que maneira o estudo da música faz a integração sociocultural? 4) Qual a
compreensão que os professores tem sobre o papel da música nos processos educativos? 5) O que
esperam as crianças com o aprendizado da música?.
Ametodologia utilizada envolve a pesquisa bibliográfica, visando à fundamentação teórica do estudo,
seguida de uma pesquisa de campo composta por uma entrevista gravada com a autorização do
entrevistado.
MARCO TEÓRICO
EDUCAÇÃO MUSICAL NA ESCOLA
A música faz parte do cotidiano desde os primórdios dos mais diferentes povos, tais como os
gregos, egípcios e árabes. Até os dias de hoje acompanha-nos desde o nascimento até a morte, e
representa um símbolo da fé cristã na forma cantada de oração. A palavra música tem origem na
mitologia grega que inspirava as artes e as ciências.
Nogueira (2003, p.01) descreve que a música,
[...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste
planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais importantes
formas de comunicação [...]. A experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida,
35
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
analisada e transformadas criticamente.10
A inserção da música na educação é vista desde a Grécia antiga, onde o ensino da música era
obrigatório, e Pitágoras já postulava o poder de mudanças comportamentais e aceleração de
procedimentos curativos, mediante a execução musical de uma correta sequência de sons em
algum instrumento (Bréscia, 2003).
Para Sekeff (2007) a música é uma linguagem com experiências humanas, que transcende
a experiência sensorial, assentando-se numa maior discriminação intelectual. Favorece o
desenvolvimento de sentido, sendo possível desenvolver novas formas de sentir, pensar, ouvir, ver
e viver.
Desta forma é possível perceber que a música contribui de forma a ampliar conhecimentos culturais,
desenvolvimento cognitivo, os relacionamentos interpessoais e o desenvolvimento no ensino-
aprendizagem escolar.
Para Correia (2003), a música na escola serve como instrumento didático-pedagógico, apresentando-
se na maioria das vezes de forma prazerosa, e auxiliando também na expressão e comunicação e
no desenvolvimento do raciocínio lógico.
No Brasil a inserção da música na educação acontece durante os séculos XVI até metade do século
XVIII, inicialmente nos colégios jesuítas, associada às atividades de catequese (Correia, 2003).
Com as reformas na legislação educacional impostas pelo Marques de Pombal, na metade do
século XVIII, surgem as irmandades, com o objetivo de contribuir com a devida difusão da música,
prejudicada na época pela pequena quantidade de padres-músicos existente.
Mais tarde, com o surgimento do Brasil Império, a educação musical é encontrada nas Escolas
Normais, contribuindo na formação dos novos docentes. Mas é durante o Estado Novo em 1937, a
chamada “Era Vargas”, que surge o movimento da Educação Musical de massa, com o ensino do
Canto Orfeônico, um modelo copiado dos estados nacionais europeus, oficializado nos currículos
franceses desde 1833 (Rosa, 2008).
O Canto Orfeônico era uma tentativa de mudar os padrões estéticos das classes sociais menos
favorecidas, tendo à frente o maestro Heitor Villa Lobos. O maestro acreditava que a inserção da
música nas escolas levaria a um desenvolvimento do comportamento cívico e da educação artística
da criança (Rosa, 2008).
����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������Texto extraído de NOGUEIRA, M.A. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003. Disponível
em: www.proec.ufg.br. acesso em: 18/08/2013.
36
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
A introdução do Canto Orfeônico, atendendo a toda a população estudantil, expandiu o conceito de
ensino musical, de modo a alcançar tanto as crianças quanto as grandes massas. Para além da
intenção cívica e disciplinadora, explicitamente anunciada por Villa Lobos, percebe-se também um
objetivo voltado à divulgação e formação de público para a música brasileira (Oliveira, 1996, p. 66).
O Canto Orfeônico esteve presente nas escolas até o final de década de 1960. Após esse período,
com a saída de Villa Lobos da direção da escola, o incentivo à capacitação e formação de professores,
criado na Constituição de 1937, e que difundiu o ensino da música nas escolas brasileiras, foi
perdendo forças (Xavier; Ribeiro; Noronha, 1994).
Atualmente, sob os preceitos da já citada Lei Federal nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de
2008, a música é conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, enraizada nos fundamentos
de auxiliar o desenvolvimento cultural e psicomotor. Com a Lei, a educação musical passa a ser
obrigatória em todas as escolas brasileiras, dentro do componente curricular da disciplina de Artes
(antiga Educação Artística). Dentro da disciplina podem ser trabalhadas quatro modalidades: Artes
Visuais, Música, Teatro e Dança, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), elencados
a partir da Lei 9.394/1996.
Contudo, Santos (1994, p. 10), apontou a possibilidade de um esvaziamento da música como
linguagem auto-expressiva, ao embuti-la nos currículos plenos das escolas como coadjuvante para
expressões artísticas cênicas e plásticas, além de ressaltar que a aprovação de uma lei não é
garantia de sucesso, com uma preocupação latente sobre a necessária formação de educadores
voltados para o ensino da música.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E MÚSICA
A música está presente na vida dos alunos desde as séries iniciais. As brincadeiras cotidianas das
crianças têm o poder de estimular a imaginação infantil em torno daquilo que representam.As crianças
participantes em brincadeiras acabam por dialogar umas com as outras através de tais figuras de
imaginação criadas por cada uma. Por outro lado, frequentemente o cantar é parte integrante de
tais brincadeiras. Os sentimentos despertados por tais cantos, por sua vez, representam imagens
mentais e metáforas sobre a realidade vivida pela criança, expressões mesmo do pensamento
infantil, posteriormente organizado em expressão por meio de uma linguagem musical ou não.
É necessário que linguagem musical esteja presente desde as séries iniciais, de forma que favoreça
a descoberta, a exploração e o desenvolvimento da identidade e autonomia por meio da interação e
utilização de regras e papéis sociais.Amúsica provoca nos alunos diversas condutas impulsionando-
os à ação em diferentes graus e qualidades, (Gainza, 1988).
37
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
Para obtenção de resultados no âmbito didático/pedagógico, faz-se necessário a prática habitual
e constante para que seja desenvolvida a competência da inteligência, que é afetada por diversos
canais seja de forma consciente ou não (Hofstadter, 1979).
A relação entre cognição e música, pode ser desenvolvida por meio da audição. Isso se torna
possível devido ao código sonoro representar um espaço ativo no cérebro, que recebe as
informações codificadas através dos neurônios estimulados pelos códigos musicais, ampliando
sua complexidade à medida que novos conhecimentos somam-se por meio dos cinco sentidos
(Straliotto, 2001).
A música pode ser caracterizada como um meio de expressão, por objetivar e dar forma a uma
vivência humana, e também como um meio de comunicação, por revelar tal vivência e proporcionar
compartilhá-la com outrem. É, assim, um meio adequado para o desenvolvimento da expressão,
do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de se prestar à interação social (Vasques,
1978)11
.
A musicalização implica no desenvolvimento da percepção necessária para que o indivíduo seja
sensibilizado e empreste significado ao conteúdo musical que receba. No contexto educativo,
musicalizar significaria construir competências que permitam ao aluno, enquanto indivíduo,
desenvolver seu gosto musical e melhorar seu entendimento sobre o significado de músicas (Penna,
1991).
A música reforça o desenvolvimento cognitivo/ lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança,
além de desenvolver atividades potenciais possivelmente despercebidas. Ainda mais, a música
possui imenso potencial educativo, por estar vinculada a conhecimentos científicos ligados à física
dos sons e à matemática e muitas vezes demandar habilidade motora e destreza, atendendo assim
o desejo de desenvolvimento integral do ser humano (Saviani, 2003).
A música, em seu papel como mediadora para o desenvolvimento da criatividade, exige que o
educador tenha consciência da importância de buscar melhores práticas pedagógicas, capazes de
estimular o pretendido desenvolvimento cognitivo.
Várias pesquisas indicam que a música não apenas pode ser considerada como poderosa aliada
no processo de aprendizagem, mas também traz benefícios para a saúde, tanto física quanto
mental. Barreto e Silva (2004) menciona que a música auxilia e desenvolve a criatividade, melhora
a concentração, ajuda na socialização, promove vínculos, contribui para a higiene mental e reduz
a ansiedade.
������������������������������������������������������������������������������������������������Extraído apud PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1991.
38
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
O EDUCADOR E O ENSINO DA MÚSICA
Nos dias atuais um dos grandes desafios no ensino musical é encontrar professores de música
qualificados para atuarem nas escolas. A ausência da música nas escolas por longo tempo teve
como efeito a falta de credibilidade nos efeitos da sua prática, tanto por parte da comunidade escolar
como dos envolvidos indiretamente, como os pais de alunos, sendo vista mais como atividade de
lazer e não como fonte contribuinte ao conhecimento (Fonterrada, 2005 p. 252).
Embora possa ser trabalhada na disciplina de Artes, dada a complexidade inerente ao ensino
de música como uma disciplina escolar, ao abranger tanto teoria quanto prática de execução, tal
atividade deve ser reservada a pessoas amplamente qualificadas para tal, sendo que ainda faltam
profissionais em número suficiente para atuar em todo o território brasileiro (Shafer, 1991, p. 303).
A falta de vivência e especialização musical entre os docentes de Artes faz com que necessitem de
capacitação e desenvolvimento adicional, que possibilite a aquisição de conhecimentos nas áreas
da música e torne efetivo um processo continuo de aprendizagem que propicie o desenvolvimento
da construção do saber e do questionamento crítico no aluno.
Rosa (2008) afirma que a educação é um processo em constante mudança, sendo responsabilidade
dos educadores desenvolverem atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência
e pensamento crítico. As práticas musicais são representada como fonte de transformação da
aprendizagem e muitas vezes de transformação do cotidiano de sala de aula.
Um número elevado de docentes formados em Artes está presente para atuar nas escolas de
ensino regulares, mas a formação de docentes habilitados em música ainda é restrita. Por isso cabe
a cada escola escolher qual a melhor forma de trabalhar a questão da música em sala de aula e
alinhá-la com o projeto pedagógico.
O ideal para a Educação Musical seria a união entre escola, professor e música ou arte, em uma
relação prática e enraizada que considerasse a realidade de cada escola, a cultura musical do
aluno e o meio cultural. E é o educador musical, que tem essa função de promover a integração de
trocas de diversidades musicais e culturais, e encontrar pontos comuns para ampliar e aprofundar
a relação do aluno com a música (Lobato, 2007).
As formas de ensinar a música podem variar de município para município, entretanto, alguns
quesitos são importantes, tais como: leitura musical, prática instrumental, apreciação musical,
didática e prática de ensino.
39
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
A MÚSICA E A INTEGRAÇÃO SÓCIO CULTURAL
Existem vários tipos e ritmos de músicas que a escola pode desenvolver, uma vez que a música
brasileira sofreu influência de vários outros países e desenvolveu também a sua própria música
partindo de sua própria cultura.
Peixoto (2001), aponta uma tendência à prática do ensino musical ser desenvolvida de forma a
suavizar e tornar mais atraente o ensino de outras disciplinas, mais áridas em conteúdo, como
matemática e história. A mesma autora, contudo, observa que a chamada globalização, em seu
inexorável rompimento de tradições e fronteiras, impõe um papel adicional indispensável no ensino
da música: apontar caminhos que preservem o conhecimento coletivo e individual sobre a informação
musical intrínseca a identidades culturais nacionais.
A função da música, nas instituições formadoras de professores, passaria então a adquirir um
aspecto disciplinar, com as canções apontando modelos a serem imitados e preservados, objetivando
fundamentalmente a integração de jovens à sociedade (Peixoto, 2001).
Por algum tempo, houve a necessidade de formar cidadãos exatamente iguais, tal qual, sob medida.
Isto é, a sociedade exigia alunos com mesmo formato e mesmo nível de aprendizagem. Entretanto
percebeu-se que cada aluno era único, cada um com suas habilidades e deficiências, deficiências
essas que acabaram por excluir alguns pequenos que não conseguiam acompanhar o ritmo de
aprendizado desejado.
As consequências derivadas dessa exclusão são avassaladoras, pois o aluno que se sente
excluído pode fatalmente perder o interesse educacional, com reflexos em sua autoestima, tornar-
se agressivo com familiares e amigos e até mesmo chegar a sucumbir ao uso de substâncias
entorpecentes (Amato, 2006).
É necessário valorizar o aluno, fazê-lo sentir-se importante, diminuindo essas diferenças. Assim,
para diminuir essa lacuna existente entre os alunos, a música vem sobrepor-se como feixe de união,
pois independente do ritmo musical, a música tem o dom de relaxar, fazer-nos refletir e liberar as
emoções, não obstante sua possível profissionalização.
A música é um instrumento educacional como qualquer outro, promovendo interação e integração
social e sendo capaz de construir o senso de cidadania. Como ferramenta de integração sociocultural,
não é exclusiva de escolas, uma vez que projetos sociais a usam como recurso para capturar a
atenção de crianças que se encontram em zonas de periferia.
Amato (2006) observou que através do estudo da música houve uma quebra de barreiras sociais,
criando a interação de diferentes pessoas, categorias profissionais sendo possivel a realização de
40
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
um mesmo trabalho.
Gainza (1988) complementa que é através da música, que pode ser visto com clareza o trabalho.
O homem tem necessidade de ser aceito e pertencer a organizações ou grupos, aos quais possa
contribuir com seus talentos e habilidades. A música permite que um indivíduo demonstre tais
talentos e expresse suas vocações artísticas. E a educação musical, nesse contexto, atua como
fator gerador de transformação do aluno, levando-o, por meio de sua relação com a música, a uma
melhor compreensão da diversidade cultural em que está inserido e uma maior sintonia sobre qual
é sua relação e responsabilidade com a escola e a sociedade.
METODOLOGIA E ANÁLISE DA COLETA DOS DADOS
São inúmeras as formas de realizar um trabalho de pesquisa. No contexto deste estudo foram
utilizadas técnicas há muito difundido e seguidas por várias áreas do universo acadêmico.
A base teórica foi estabelecida através da realização de pesquisas, cujo conceito pode ser entendido
como encontrar dentro de uma imensidão de informações das mais variadas áreas, aquelas que
associadas aos conhecimentos inerentes do pesquisador, podem resolver ou propor soluções ao
problema, objeto principal do estudo.
Dentre as inúmeras modalidades existentes, a pesquisa bibliográfica foi a que melhor serviu aos
propósitos do presente estudo. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em livros e artigos
científicos já elaborados, sendo exigida como parte de quase todos os estudos encetados na área
acadêmica, existindo pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (Gil,
2002, p. 41).
O presente trabalho conta também com um estudo de caso, que é considerado um método de
pesquisa exploratória que propicia uma maior profundidade no conhecimento de um ou poucos
objetivos, viabilizando uma maior compreensão e uma noção minuciosa acerca do assunto
averiguado. Pode ainda ser enquadrado como pesquisa aplicada, pois tem o objetivo de promover
conhecimento para aplicações práticas, dirigidas à solução de um problema especifico (Gil, 2002).
Para a coleta de dados foi feita uma entrevista gravada, autorizada pelo entrevistado, com o
professor Carlos Cesar Miranda Martins, atuante na educação há mais de 20 anos. O professor
Carlos trabalha em duas escolas municipais de ensino fundamental (EMEF Suzette Cuendet e
EMEF Heloisa Abreu Júdice De Mattos). É formado em Educação Física e, embora não formado em
música, trabalha com Bandas Maciais há 13 anos.
41
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
Conforme já relatado anteriormente, após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tornar
obrigatório o ensino da música na educação básica (Brasil, 2008), os Estados brasileiros não tinham
outro caminho a não ser a implantação da música em seu currículo escolar.
Em Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, não foi diferente, aproveitando-se, porém, proposta
antecedente, por meio de documento que visava a elaboração e implantação de um Projeto de
Educação Musical que foi chamado de “Vitória Musical”, desenvolvido nos anos de 2005 e 2006 por
uma Equipe de Educação Musical (Vitória, 2006).
Durante tal processo, fez-se necessário delimitar os quais seriam os princípios norteadores da
proposta, sendo eleitas como atividades principais, em conformidade com preceitos da literatura
a respeito, a execução/performance, composição e apreciação musical, com literatura e técnica
musical sendo consideradas atividades secundárias (Freire, 2001; Penna, 1991).
Assim, baseado nos princípios supracitados, foram desenvolvidos eixos de atuação, compreendendo
a formação complementar e continuada para educadores sem formação inicial ou específica em
música, coordenação e desenvolvimento de projetos de educação musical aproveitando professores
habilitados com Licenciatura em Música na educação básica, implementação curricular do ensino
de música nas escolas municipais e implantação de curso de formação oferecido a todos os
profissionais das unidades de ensino, fora do horário de trabalho (Vitória, 2006).
Segundo dados disponíveis no site da prefeitura Municipal do estado referido para o ano de 2012,
a rede municipal de ensino de Vitória contava com 4.390 professores, dos quais aproximadamente
2.200 educadores já passaram por alguma formação em música.
As ações formativas pedagógicas e educação musical têm como objetivo proporcionar condições
para ampliação e aprofundamento do trabalho pedagógico, bem como o desenvolvimento cultural
global do indivíduo.
Nas duas escolas analisadas a música é trabalhada em forma de Bandas Marciais, consideradas
como um grupo de músicos que na maioria das vezes apresenta-se ao ar livre, utilizando duas
classes de instrumentos musicais: os metais e a percussão. Geralmente possuem um ritmo forte,
adequado à marcha, e incorporam movimentos corporais em sua apresentação (Brum, 1994).
A prática da música nas duas escolas citadas é trabalhada como atividade extracurricular, mas os
alunos não são obrigados escolher a música, pois as escolas oferecem outras atividades optativas.
Uma vez optando pela música o aluno se compromete a frequentar as aulas de música teórica e
prática. A atividade acontece em horário extraclasse.
Nas duas escolas, um total de 110 alunos é atendido com a educação musical, sendo todos os
42
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
instrumentos oferecidos gratuitamente pelo município.
O processo de inserção musical dos alunos é iniciado com as aulas práticas e chamado de formação
da banca, segundo o entrevistado. São trabalhados os compassos e os ritmos utilizando o uso da
matemática para a contagem dos compassos e intervalos.
Para construir a relação entre a música e a matemática, inicialmente são trabalhados os conceitos
de agudo e grave, grave e forte, timbre, intervalos musicais, consonância e dissonância, utilizando
os instrumentos e as notas musicais. Para explicar os intervalos musicais o professor utiliza o uso
de frações o qual é aplicado nas aulas práticas e teóricas.
Como a escolha da atividade não é obrigatória e sim de livre vontade do aluno em participar percebe-
se uma dedicação e zelo pela atividade, quanto ao comportamento do aluno em sala de aula,
segundo o entrevistado. Há um comportamento diferenciado, de maior dedicação, comprometimento
nos estudos, melhor desenvolvimento e raciocínio na disciplina de matemática.
A música promove tanto processos de conhecimento quanto de autoconhecimento, uma vez que as
maiorias dos jovens participantes veem a música como uma possível profissão. Tanto que, segundo
o entrevistado, a maioria dos jovens participante da banda vislumbra uma perspectiva de ingresso
na faculdade do Estado, a FAMES – Faculdade de Música do Espírito Santo.
Há um envolvimento da comunidade e escola na atividade do aluno, pois a banda da escola participa
das festas da comunidade onde as escolas estão localizadas, com acompanhamento efetivo dos
pais e familiares dos alunos que tocam na banda. Nota-se que a música nas redes de ensino
representa uma alternativa prazerosa de desenvolvimento individual e de socialização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo o Brasil um país de grande extensão territorial, com enorme diversidade cultural, o estudo
musical revela forte poder integrador, pois há o envolvimento sociocultural e desenvolvimento de
aspectos cognitivos, até mesmo como prelúdio para uma possível profissionalização.
Há uma preocupação com a capacitação dos educadores, pois a música deixou de ser tratada como
instrumento de entretenimento, passando a ser trabalhada como instrumento de desenvolvimento de
aspectos cognitivos, emocionais e socioculturais, uma ferramenta, portanto, de extrema importância
no processo ensino-aprendizagem.
Assim, cabe aos educadores e cidadãos aprovar e incentivar o ensino da música no ambiente
escolar, sabendo os efeitos positivos provocados nas nossas crianças.
43
:: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION
Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista
A partir da análise da entrevista é visto claramente que embora o projeto preveja que Educação
Musical seja uma disciplina obrigatória, a escola a realiza como atividade extracurricular, utilizada
como forma de integração às demais disciplinas.
Há relatos sobre outras escolas do município, especialmente aquelas de difícil acesso, onde a
música, mesmo obrigatória por lei, ainda não é estudada, sequer como atividade optativa. Em
alguns estados brasileiros a situação é pior, principalmente naqueles onde o IDH – Índice de
Desenvolvimento Humano é baixo e são precárias as condições e a realidade do setor de ensino.
Nestes estados, muita das vezes, mesmo o ensino geral de artes, como artes visuais, música, teatro
e dança, é inexistente.
O documento norteador da proposta de atuação da equipe musical no município de Vitória prevê
procedimentos diferentes para educação Infantil e nas Escolas de Ensino Fundamental, onde para
atuar com a musicalização os professores pode ser formados em Artes e Educação Física, por
exemplo.
O presente estudo pode ser considerado como um ensaio preliminar, revelando ser interessante a
continuidade do mesmo de forma mais ampla, buscando verificar de que forma a música é trabalhada,
pois na região outras escolas trabalham a música de várias formas, tais como canto, orquestra de
flauta doce, congo e instrumentos de cordas. Fica a proposta para em próxima oportunidade tal
atuação ser mais bem detalhada.
BIBLIOGRAFIA
Amato, Rita de Cássia F. Breve retrospectiva histórica e desafios do ensino de música na
educação básica brasileira. In: Periódico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação
em Música (ANPPOM). OPUS, Campinas, n. 12, p. 144- 165, 2006. Acessível em: http://www.
anppom.com.br/opus/opus12/08_Rita.pdf. Acesso em 12/08/2013.
Barreto, S. J. e Silva, C. A. Contato – Sentir os Sentidos e a Alma – Saúde e Lazer Para o dia-
a-dia. Blumenau: Acadêmica, 2004.
Blagolini, Carlos H. MÚSICA: Ferramenta de Ensino para a construção de conhecimentos.
Disponível em: http://www.artigonal.com/ educacao-infantil-artigos/musica-ferramenta-de-ensino-
para-a-construcao-de-conhecimentos-3041682.html . Acesso em: 10/08/2013.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília:
2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/ 2008/Lei/L11769..
Acesso em: 15/08/2013.
44
SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 ::
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE
ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL
Bréscia, Vera Lúcia P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo:
Átomo, 2003.
Brito, Teca de A. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança.
São Paulo: Peirópolis, 2003.
Brum, Oscar da S. Conhecendo a banda de música: fanfarras e bandas marciais. São Paulo:
Ricordi, 1994.
Correia, Marcos A. Música na Educação: uma possibilidade pedagógica. Revista Luminária,
União da Vitória, PR, n. 6, p. 83-87, 2003. Publicação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências
e Letras de União da Vitória. ISSN 1519-745-X
Fonterrada, Marisa Trench de O. De Tramas e Fios: Um Ensaio sobre Música e Educação. São
Paulo: Editora UNESP, 2005.
Freire, Vanda L. B. Currículos, apreciação musical e culturas brasileiras. Revista da ABEM, n.
6, set. 2001, p. 73 - 86.
Gainza, Violeta H. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: Summus, 1988.
Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Hofstadter, D.R. Gõdel, Escher, Bach: an eternal golden braid. New York: Vintage Books, 1979.
Lobato, W. T. F. Reflexões sobre a prática pedagógico-musical de egressos da Pedagogia nos
anos iniciais do ensino fundamental. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EMEDUCAÇÃO, 30., 2007, Caxambu, MG. Anais... Caxambu:
ANPED, 2007. Disponível em: http://www.anped.org.br. Acesso em: ago. 2013.
Nogueira, M.A. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez
2003. Disponível em: www.proec.ufg.br. acesso em: 18/08/2013.
Oliveira, Alda de Jesus. A pesquisa em psicologia da música. In. Anais do V Encontro Anual da
Abem. V Simpósio Paranaense de Educação Musical. Londrina: Abem, pp. 59-86, 1996.
Penna, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1991.
Peixoto, Ana Maria C. A memória em Minas Gerais; entre o descarte e a preservação. In:
Educação no Brasil; história e historiografia. Sociedade Brasileira de História da Educação (org.).
Campinas : Autores Associados, 2001. (Coleção Memória da Educação, p.190)
Rosa, Camila Simões. Educação Musical no ensino básico: Reflexões de uma pedagoga sobre
45
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4
Estados del arte 4

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA
Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA
Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA Universidad de la Empresa UDE
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Universidad de la Empresa UDE
 
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...Universidad de la Empresa UDE
 
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa..."Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...Jurjo Torres Santomé
 
CONAPE 2018 - trabalhos aprovados
CONAPE 2018 - trabalhos aprovadosCONAPE 2018 - trabalhos aprovados
CONAPE 2018 - trabalhos aprovadosSINTE Regional
 
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...IFSP - CPV
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
ApresentaçãoPaulo Lima
 
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavallet
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavalletDocencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavallet
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavalletPROIDDBahiana
 
Aprendereensinar
AprendereensinarAprendereensinar
AprendereensinarVida Bella
 
Patria educadora documento_preliminar_sae
Patria educadora documento_preliminar_saePatria educadora documento_preliminar_sae
Patria educadora documento_preliminar_saeDaniela Carvalho
 
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...Alsone Jorge Guambe
 
Educacao em Mocambique
Educacao em MocambiqueEducacao em Mocambique
Educacao em MocambiqueIsaias Tembe
 
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...Jurjo Torres Santomé
 
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresPolíticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresAdilson P Motta Motta
 
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andrade
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andradeEducação x democracia pedagoga claudia de oliveira andrade
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andradePedagoga Claudia Oliveira Andrade
 
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015Ellen Rodrigues
 
IntroduçãO7
IntroduçãO7IntroduçãO7
IntroduçãO7rogerio
 

Mais procurados (20)

Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA
Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA
Avances de investigación: INVESTIGAÇÃO EDUCATIVA BÁSICA, APLICADA E AVALIATIVA
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
 
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...
Avances de investigación: Sociedad, Educación y Cultura - Línea de Investigac...
 
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa..."Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...
"Novas políticas de vigilância e recentralização do poder e controlo em educa...
 
Cie cidadania
Cie cidadaniaCie cidadania
Cie cidadania
 
CONAPE 2018 - trabalhos aprovados
CONAPE 2018 - trabalhos aprovadosCONAPE 2018 - trabalhos aprovados
CONAPE 2018 - trabalhos aprovados
 
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...
Alexandre Camargo Maia - O CURSINHO POPULAR DO IFSP-CAPIVARI PELA PERSPECTIVA...
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavallet
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavalletDocencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavallet
Docencia no-ensino-superior-pimenta-anastasiou-cavallet
 
Aprendereensinar
AprendereensinarAprendereensinar
Aprendereensinar
 
Patria educadora documento_preliminar_sae
Patria educadora documento_preliminar_saePatria educadora documento_preliminar_sae
Patria educadora documento_preliminar_sae
 
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...
 
Educacao em Mocambique
Educacao em MocambiqueEducacao em Mocambique
Educacao em Mocambique
 
9 anos
9 anos9 anos
9 anos
 
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...
 
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos TrabalhadoresPolíticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
Políticas de Currículo e Escolarização de Jovens e Adultos Trabalhadores
 
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andrade
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andradeEducação x democracia pedagoga claudia de oliveira andrade
Educação x democracia pedagoga claudia de oliveira andrade
 
A escola e a formação do leitor crítico da mídia
A escola e a formação do leitor crítico da mídiaA escola e a formação do leitor crítico da mídia
A escola e a formação do leitor crítico da mídia
 
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015
Parabéns Hermógenes Gomes, tu passaste no vestibular 2015
 
IntroduçãO7
IntroduçãO7IntroduçãO7
IntroduçãO7
 

Destaque

Destaque (8)

Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad RSEUS 4 ISSN: 2393...
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad RSEUS 4 ISSN: 2393...Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad RSEUS 4 ISSN: 2393...
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad RSEUS 4 ISSN: 2393...
 
Estados del arte 3
Estados del arte 3Estados del arte 3
Estados del arte 3
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
 
Cuaderno de eduación 02 - Barboza
Cuaderno de eduación 02  - BarbozaCuaderno de eduación 02  - Barboza
Cuaderno de eduación 02 - Barboza
 
Cuaderno de eduación 03 - Cosse
Cuaderno de eduación 03  - Cosse Cuaderno de eduación 03  - Cosse
Cuaderno de eduación 03 - Cosse
 
Cuaderno de eduación 04 - Dra. Beatriz Checchia
Cuaderno de eduación 04 - Dra. Beatriz ChecchiaCuaderno de eduación 04 - Dra. Beatriz Checchia
Cuaderno de eduación 04 - Dra. Beatriz Checchia
 
Cuaderno de eduación 01 - Pérez Lindo
Cuaderno de eduación 01 - Pérez LindoCuaderno de eduación 01 - Pérez Lindo
Cuaderno de eduación 01 - Pérez Lindo
 

Semelhante a Estados del arte 4

Artigo belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasil
Artigo   belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasilArtigo   belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasil
Artigo belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasilJackeline Ferreira
 
Cibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasCibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasSyonara Rodrigues
 
Cibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasCibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasSyonara Rodrigues
 
Agudo - Debora Schünemann
Agudo - Debora SchünemannAgudo - Debora Schünemann
Agudo - Debora SchünemannCursoTICs
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoRecursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoTania Maria
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoRecursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoTania Maria
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação Tania2161
 
Proposta Curricular de SC Educação e Tecnologia
Proposta Curricular  de SC Educação e TecnologiaProposta Curricular  de SC Educação e Tecnologia
Proposta Curricular de SC Educação e TecnologiaRichard Reinaldo
 
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICASCIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICASMARCIASR09
 
Cibercultura e Teoria Histórico-cultural
Cibercultura e Teoria Histórico-culturalCibercultura e Teoria Histórico-cultural
Cibercultura e Teoria Histórico-culturalUniversidade Unigranrio
 
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológica
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológicaTeorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológica
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológicaAngelica Rodrigues
 
Ppt por elisangela costa tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4
Ppt por elisangela costa   tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4Ppt por elisangela costa   tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4
Ppt por elisangela costa tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4videoparatodos
 
A corrente racional tecnológica e a cibercultura
A corrente racional tecnológica e a ciberculturaA corrente racional tecnológica e a cibercultura
A corrente racional tecnológica e a ciberculturaanaeduarda1
 
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da cibercultura
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da ciberculturaA corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da cibercultura
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da ciberculturashuchufec
 
Educação Online e Formação Contínua em Medicina
Educação Online e Formação Contínua em MedicinaEducação Online e Formação Contínua em Medicina
Educação Online e Formação Contínua em MedicinaMAURILIO LUIELE
 
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educação
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educaçãoTeorias pedagógicas e a cibercultura na educação
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educaçãolemedri
 
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...Luiza Carvalho
 
Interação Social em AVA
Interação Social em AVAInteração Social em AVA
Interação Social em AVAJoanirse
 
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insere
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insereRelação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insere
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se inserefredericocardim
 

Semelhante a Estados del arte 4 (20)

Artigo belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasil
Artigo   belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasilArtigo   belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasil
Artigo belloni 2002 - ensaio sobre a educação a distância no brasil
 
Cibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasCibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicas
 
Cibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicasCibercultura e teorias pedagógicas
Cibercultura e teorias pedagógicas
 
Agudo - Debora Schünemann
Agudo - Debora SchünemannAgudo - Debora Schünemann
Agudo - Debora Schünemann
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoRecursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educaçãoRecursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação
 
Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação Recursos tecnológicos e educação
Recursos tecnológicos e educação
 
Proposta Curricular de SC Educação e Tecnologia
Proposta Curricular  de SC Educação e TecnologiaProposta Curricular  de SC Educação e Tecnologia
Proposta Curricular de SC Educação e Tecnologia
 
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICASCIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
CIBERCULTURA E AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
 
Cibercultura e Teoria Histórico-cultural
Cibercultura e Teoria Histórico-culturalCibercultura e Teoria Histórico-cultural
Cibercultura e Teoria Histórico-cultural
 
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológica
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológicaTeorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológica
Teorias Pedagógicas no contexto da Cibercultura - Corrente Racional-tecnológica
 
Ppt por elisangela costa tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4
Ppt por elisangela costa   tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4Ppt por elisangela costa   tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4
Ppt por elisangela costa tr 44 - meios de comunicação e educação - grupo 4
 
A corrente racional tecnológica e a cibercultura
A corrente racional tecnológica e a ciberculturaA corrente racional tecnológica e a cibercultura
A corrente racional tecnológica e a cibercultura
 
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da cibercultura
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da ciberculturaA corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da cibercultura
A corrente pedagógica racional-tecnológica no contexto da cibercultura
 
Educação Online e Formação Contínua em Medicina
Educação Online e Formação Contínua em MedicinaEducação Online e Formação Contínua em Medicina
Educação Online e Formação Contínua em Medicina
 
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educação
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educaçãoTeorias pedagógicas e a cibercultura na educação
Teorias pedagógicas e a cibercultura na educação
 
Pedagogia e tecnologia 3
Pedagogia e tecnologia 3Pedagogia e tecnologia 3
Pedagogia e tecnologia 3
 
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
 
Interação Social em AVA
Interação Social em AVAInteração Social em AVA
Interação Social em AVA
 
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insere
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insereRelação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insere
Relação entre o ensino música e os contextos sociais em que ela se insere
 

Mais de Universidad de la Empresa UDE

Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad Universidad de la Empresa UDE
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Universidad de la Empresa UDE
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016Universidad de la Empresa UDE
 
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y Comunicación
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y ComunicaciónRevista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y Comunicación
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y ComunicaciónUniversidad de la Empresa UDE
 
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO Universidad de la Empresa UDE
 

Mais de Universidad de la Empresa UDE (20)

Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad
 
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
Revista sudamericana de educación universitaria y sociedad ISSN: 2393-7815
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016
Facultad ciencias jurídicas revista número 8 - 2016
 
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y Comunicación
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y ComunicaciónRevista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y Comunicación
Revista crea universidad de la empresa - Facultad Diseño y Comunicación
 
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 4 2012
Facultad ciencias jurídicas revista número 4   2012Facultad ciencias jurídicas revista número 4   2012
Facultad ciencias jurídicas revista número 4 2012
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 3 2011
Facultad ciencias jurídicas revista número 3   2011Facultad ciencias jurídicas revista número 3   2011
Facultad ciencias jurídicas revista número 3 2011
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 2 2009
Facultad ciencias jurídicas revista número 2   2009Facultad ciencias jurídicas revista número 2   2009
Facultad ciencias jurídicas revista número 2 2009
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 1 2008
Facultad ciencias jurídicas revista número 1   2008Facultad ciencias jurídicas revista número 1   2008
Facultad ciencias jurídicas revista número 1 2008
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 7 2015
Facultad ciencias jurídicas revista número 7   2015Facultad ciencias jurídicas revista número 7   2015
Facultad ciencias jurídicas revista número 7 2015
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 6 2014
Facultad ciencias jurídicas revista número 6   2014Facultad ciencias jurídicas revista número 6   2014
Facultad ciencias jurídicas revista número 6 2014
 
Facultad ciencias jurídicas revista número 5 2013
Facultad ciencias jurídicas revista número 5   2013Facultad ciencias jurídicas revista número 5   2013
Facultad ciencias jurídicas revista número 5 2013
 
Cuaderno 6 de Derecho
Cuaderno 6 de Derecho Cuaderno 6 de Derecho
Cuaderno 6 de Derecho
 
Cuadernos de derecho 3
Cuadernos de derecho 3Cuadernos de derecho 3
Cuadernos de derecho 3
 
Cuadernos de derecho 2
Cuadernos de derecho 2Cuadernos de derecho 2
Cuadernos de derecho 2
 
Cuadernos de derecho 1
Cuadernos de derecho 1 Cuadernos de derecho 1
Cuadernos de derecho 1
 
Serie temática orden y sistema jurídico nº 1
 Serie temática orden y sistema jurídico nº 1 Serie temática orden y sistema jurídico nº 1
Serie temática orden y sistema jurídico nº 1
 
Estudios de derecho publico
Estudios de derecho publicoEstudios de derecho publico
Estudios de derecho publico
 
Cuadernos de derecho 5
Cuadernos de derecho 5Cuadernos de derecho 5
Cuadernos de derecho 5
 
Cuadernos de Derecho 4
Cuadernos de Derecho 4Cuadernos de Derecho 4
Cuadernos de Derecho 4
 

Último

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 

Último (20)

Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 

Estados del arte 4

  • 1. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI
  • 2.
  • 3. Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013 O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI Jorge Antonio Salvador Dergan Graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Pós-Graduado em Redes de Computadores e Pós-Graduado em Desenvolvimento de Aplicações para Web. Atua como Analista de Tecnologia pela UFPA e desempenha a função de Coordenador de Informática do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA e atua também como membro da Congregação do referido Instituto. Estudante do Mestrado em Educação na  Faculdade de Educação / Universidad de la Empresa Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa. Glenur S.A. Deposito Legal Nº 363369/14 Dec. 218/996
  • 4. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Jorge Antonio Salvador Dergan RESUMO A pretensão do presente artigo é discutir a lógica embutida no processo de integração da cultura digital ao ensino-aprendizagem, sobretudo na esfera da educação superior. O eixo central da investigação ocorre sob a égide de um descompasso cultural que se revela como fonte principal de obstáculos e problemas presentes na assimilação e manejo de novas competências informáticas demandadas pela fusão de novas tecnologias com as práticas educacionais. A figura do educador nesse espaço de mudança de paradigma cultural é referenciada como parte central na adequação do problema de integração, os elementos periféricos e não menos importantes são analisados e postos ao fiel da balança, de forma a se obter no final um mapa cognitivo das múltiplas mudanças que configuram as possibilidades e os gargalos que permeiam a lógica de construção de uma nova educação que emerge do século xxi. Palavras chave: integração cultural, competências informáticas, descompasso cultural, cultura digital, mudança de paradigma cultural. ABSTRACT The intention of this article is to discuss the logic embedded in the integration process of digital culture in the teaching-learning, especially in the sphere of higher education. The central research takes place under the auspices of a cultural mismatch that is revealed as the main source of obstacles and problems present in the assimilation and management of new computer skills demanded by merging new technologies with educational practices. The figure of the educator in this space of cultural paradigm shift is referenced as a central part in the adaptation of the integration problem, the peripheral elements and no less important are discussed and put to the faithful of the scale, in order to get at the end a cognitive map of the multiple changes that shape the opportunities and bottlenecks that pervade the logic of building a new education that emerges from the twenty-first century. Keywords: cultural integration, computer skills, cultural mismatch, digital culture, cultural paradigm shift. 4
  • 5. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI INDICE INTRODUÇAO................................................................................................................................ 6 A reengenharia do processo educacional modelada pelo habitus tecnológico............................... 7 As resistências associadas aos processos cognitivos da inserção digital...................................... 8 A plataforma digital como um recurso facilitador, inclusivo e complementar ao formato presencial tradicional........................................................................................................................................ 9 A desoneração como propulsora de novos mercados facilitadores de projetos educacionais...... 10 Considerações finais..................................................................................................................... 12 Referencias................................................................................................................................... 13 5
  • 6. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Jorge Antonio Salvador Dergan INTRODUÇÃO Bourdieu (2007) sustenta o uso da história comparada quando afirma que para se perceber a lógica mais profunda do mundo social é determinante filtrar as particularidades de uma realidade empírica em seu contexto histórico ao longo de um espaço e tempo determinados. Objetivamente, a idéia propõe a apreensão dos mecanismos e estruturas dispostos de forma subjacente ao processo de transição cultural, que passam despercebidos ao crivo do olhar nativo ou estrangeiro, tanto na construção do espaço social como nos mecanismos de transformação deste espaço. Desse modo, o trabalho de investigação aqui proposto, pondera os fatores ou diferenças que se estabelecem entre as estruturas e as disposições (habitus) que deixam de ser observados nas singularidades, mas que se revelam nas particularidades vivenciadas no ambiente coletivo. Bourdieu arremata seu pensamento esclarecendo que as análises que consideram as práticas em si mesmas, independentemente do universo das práticas, são análises substancialistas, ingenuamente realistas (BOURDIEU, 2007, p.162-166). O referencial estabelecido a partir de Bourdier visa introduzir a dimensão além fronteiras do espaço social globalizado, imerso em uma cultura tecnológica crescente, que perpassa os diversos âmbitos sociais e de modo especial as concepções das políticas educacionais entre as instâncias da educação superior. O conceito de habitus em Bourdier é abordado pela relação existente entre o processo de socialização dos atores que atuam no campo educacional e as disposições que eles adquirem no processo de sua formação teórica e empírica. As experiências de vida incorporadas por esses atores são as maneiras de pensar e de agir absorvidas em espaços distintos ao da educação e da prática educativa, onde o habitus integrador relacionado ao novo contexto do paradigma digital introduz novas formas de relações sociais estruturadas em um campo social “novo” constituído de uma lógica própria, onde os atores sociais usam de estratégias consignadas por suas posições no campo social e de seu capital (cultural, político, econômico), produzindo assim, formas assimétricas de intervenção na realidade, a fim de conservar ou transformar o campo em que atuam. O setor educacional, entre outros setores, desponta como um grande consumidor e produtor de insumostecnológicosquesubsidiamoprocessodereengenhariasocial,requisitadoporumamudança cultural em marcha, caracterizada pela desconstrução de velhos paradigmas e reconstrução de outros. Schumpter (1997) faz referencia a esse fenômeno como “destruição criativa”, frase que o tornou famoso por usá-la para descrever um processo em que as velhas formas de fazer as coisas são endogenamente destruídas e substituídas por novas maneiras. Ele argumenta ainda, que a inovação tecnológica muitas vezes cria monopólios temporários que são necessários para fornecer o estímulo criativo para as empresas desenvolverem novos produtos e processos, que permitem quebrar e promover monopólios, caracterizando assim um comportamento cíclico do processo de desenvolvimento. 6
  • 7. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI A REENGENHARIA DO PROCESSO EDUCACIONAL MODELADA PELO HABITUS TECNOLÓGICO Rama (2011) argumenta que nas últimas décadas começou a se desenvolver em escala global um novo modelo econômico atrelado ao surgimento generalizado de novas tecnologias de produção, onde a mudança do paradigma técnico-econômico a partir dos anos 80/90 tem sua base estruturada pela microeletrônica e pela programação, que possibilitaram novas formas de produção e novas configurações sociais, entre as quais se concebeu engendrar uma nova educação. O impacto da microeletrônica em direção a nano eletrônica provocou mudanças nas ferramentas de produção que se generalizou por todos os âmbitos, conformando rapidamente um novo tipo de sociedade global que se expande em termos econômicos e sociais através da digitalização e da introdução permanente de inovações que alimentam os pólos produtivos que se reproduzem dentro de um ambiente extremamente competitivo. Etikin (2006) afirma que numa organização os objetivos lhe dão o sentido para seu desempenho, mas não é uma condição de existência. Para que uma renovação criativa possa cumprir-se, entre outras coisas, é necessária a flexibilidade nas relações e a disposição para mudar os esquemas mentais. A idéia de transformação da realidade educativa sugere a reflexão de que: o como se aprende é tão importante quanto o que se aprende. Na metodologia tradicional, o professor transmite a informação acabada aos alunos, a comunicação encontra-se centrada no professor e é unidirecional. Essa metodologia vertical de mão única colide com a modernidade, frente às possibilidades oferecidas pela expansão tecnológica que realimenta e remodela continuamente a cultura digital no habitus social. Para que se favoreçam as atividades de ensino-aprendizagem, a opção metodológica que emerge desse novo cenário, deverá extrair desse meio as ferramentas e práticas que encontram ressonância no habitus social já incorporado por essa nova geração de alunos, gestada no ventre de uma revolução digital que permeia todos os processos de comunicação, informação e interação pessoal, onde é imprescindível não gerar nenhum tipo de limite a incorporação das TIC’s1 no processo de ensino-aprendizagem, como forma de adaptar conteúdos e velhas práticas metodológicas em opções compatibilizadas com esse novo habitus digital, integrador e inovador. Neste contexto adaptativo de mudança cultural é provável que se apresente a idéia subconsciente de atualização da matriz educacional por um modo release, onde o conceito de prática pedagógica seria reestruturado por novos conteúdos e mecanismos tecnológicos, como se fosse um “update” 1 TIC’s - Tecnologias da Informação e Comunicação são tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem. 7
  • 8. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Jorge Antonio Salvador Dergan ou uma nova versão como de um programa de computador na qual foram adicionadas correções e melhorias. Essa visão simplista, frente à nova realidade cognitiva, deverá considerar adicionalmente e de forma complementar a tecnologia emocional, que se processa em torno de pessoas e suas necessidades de relacionamento físico e virtual. Para consolidar uma reeducação adaptativa a esse novo cenário, esta deverá estar associada a uma mudança de mentalidade, que promova a percepção e assimilação desse novo habitus social que emerge do paradigma digital e que naturalmente deverá influenciar todas as variáveis e formatos que conformam o processo de ensino- aprendizagem da educação contemporânea. AS RESISTÊNCIAS ASSOCIADAS AOS PROCESSOS COGNITIVOS DA INSERÇÃO DIGITAL. Atecnologia, inserida no habitus individual ou coletivo assume um caráter pragmático em sua própria articulação com a dimensão cultural que nega a idéia mais simplista de conceituar a tecnologia por oposição a tudo aquilo que possa estar contido numa suposta natureza humana, onde o habitus subjetivo pode naturalizar a forma de reconhecer e de pensar, ou seja, dificilmente as pessoas se dão conta de que a roupa que vestem, ou a mesa em que comem são tecnologias que de tal forma, por habitarem seu cotidiano se tornam “parte” de sua natureza humana. Assim, a cultura digital tende a ocupar seu espaço em todos os âmbitos num processo endógeno ao habitus da civilização planetária. Para Cobo2 (2012), a resistência a tecnologia é um assunto cultural, a imaturidade digital contribui para a ausência de tecnologia social, que vai se somar a outros fatores que contribuem resistivamente as mudanças que se processam na esteira da transição cultural delineada desde o inicio do século xxi, onde se associam novos mapas cognitivos, vinculados a novas tecnologias que por sua vez promovem mudanças no habitus social, gerando inquietações que induzem a necessidade de reflexionar e de fazer reavaliações conceituais, onde o lócus de uma nova ética científica caracterizada mais pela contemplação da realidade do que pela dominação da natureza, pode ser o elemento gerador da força motriz capaz de vencer as resistências e promover exercícios criativos que estão na base do conhecimento. Ser adestrado no Twitter3 ou saber apertar corretamente os botões do Facebook4 não é necessariamente o papel do professor, porém conhecer o impacto das redes sociais numa sociedade permeada pela informação rápida e muitas vezes fútil torna-se estratégico para a promoção do debate 2 Cristóbal Cobo es doctor en Ciencias de la Comunicación de la Universidad Autónoma de Barcelona e investigador asociado de Oxford Internet Institute. (cristobal.cobo@oii.ox.ac.uk) 3 Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos, por meio do website do serviço, por SMS e por softwares específicos de gerenciamento. 4 Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook Inc..4 Em 4 de outubro de 2012 o Facebook atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos. 8
  • 9. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI sobre os efeitos desse impacto, de modo a incitar o pensamento crítico do alunado sobre o porquê do crescimento de ferramentas digitais que vinculam pessoas a externalização de desejos e críticas do cotidiano. Esse aspecto de estrategista e não de ferramenteiro, é que evidencia o real papel do professor. A oferta da informação rápida, integrada e objetiva é uma das principais características da cultura digital; assistir, por exemplo, um vídeo no YouTube5 sobre como funciona determinado dispositivo, parece ser mais prático e confortável que foliar as páginas mudas de um manual que teima em oferecer uma resistência cognitiva aos que ousam decifrá-lo. O manual eletrônico com seu caráter didático e sua praticidade parece estar integrado ao habitus digital corrente. Tentar entender as resistências ou limites ao fascínio que as janelas digitais imprimem na mente dos nativos e dos adaptados a presente cultura digital é mais que um exercício sociológico ou filosófico, é preciso mergulhar nesse mundo dinâmico, logicamente encadeado, que se amplia continuamente, oferecendo e recebendo em todos instantes bits e bytes que se convertem em facilidades para servir a qualquer um explorador virtual que disponha dos requisitos reais necessários. O efeito desta ciranda tecnológica para as crianças da geração “digital”, que brincam nos joguinhos do celular ou que já utilizam um tablet em suas tarefas escolares, pode ser encarado como efeito facilitador cognitivo, que a exemplo da velha calculadora, que apenas liberava o aluno para pensar, a janela virtual do tablet já embute a calculadora e o celular e, além disso, pode funcionar como uma plataforma de convivência com seus colegas que acessam jogos online e/ou se comunicam pela WEB. Todavia o efeito dessa ciranda tecnológica para as crianças, ainda necessita ser melhor investigado. A PLATAFORMA DIGITAL COMO UM RECURSO FACILITADOR, INCLUSIVO E COMPLEMENTAR AO FORMATO PRESENCIAL TRADICIONAL Para Geertz (1973), a cultura se expressa como um sistema de concepções herdadas por transmissão entre diferentes pessoas. O que caracteriza o estabelecimento deste sistema é a necessidade de que exista um conjunto de conexões ou redes entre pessoas, que ofereçam facilidades a esse processo de construção cultural. O nascimento da World Wide Web ou Internet, criada em 1990 por Tim Berners-Lee pode ser considerado o marco referencial facilitador de uma geração que poderia ser batizada, por exemplo, de geração “3W”, naturalmente impregnada por um DNA tecnodigital e logicamente conectada em rede, onde sua grande nuance é a capacidade de mobilidade entre o mundo real e o mundo formatado por bits e bytes, onde se processam mudanças a nível local e global que influenciam fortemente a dinâmica do habitus social contemporâneo. A academia precisa estar atenta a essa dinâmica cultural e seus nexos integradores nos diversos âmbitos, especialmente no âmbito educacional. Trata-se de novas perspectivas, que introduzem novas varáveis que necessitam de acompanhamento analítico e crítico, tanto na atividade de ensino 5 YouTube é um site (http://www.youtube.com/) de compartilhamento de vídeos enviados pelos usuários através da internet. O termo que vem do Inglês “youtube” poderia ser “você transmite” ou “canal feito por você”. 9
  • 10. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Jorge Antonio Salvador Dergan como na atividade de pesquisa. Hoje, em muitos casos, o ensino está debruçado em metodologias que são aplicadas apenas em torno de conteúdos, não de pessoas. Uma idéia de inclusão pode ser a integração de uma plataforma virtual de relacionamento e convivência, aplicada adicionalmente ao ensino presencial e de maneira complementar e vinculante, disponibilizando em ambiente virtual, além de conteúdos de classe, também um espaço de convivência e interação entre alunos, professores e os administradores da instituição de ensino, de forma a oportunizar uma educação integrada, humanista, inclusiva e de qualidade. A sugestão de adotar uma plataforma vinculada ao ensino presencial é uma forma de integrar as TIC’s a escola do século xxi, criando desse modo um ambiente de convivência colaborativo que se combina a pedagogia presencial internalizando facilidades as suas singularidades e complexidades. Em muitos casos de impedimentos como greves administrativas, viagens extemporâneas do professor ou do aluno, cataclismos, etc., não haverá necessidade de paralisar o curso em andamento, por conta de um impedimento que muitas vezes será perfeitamente contornável com o uso da plataforma. Com esse suporte tecnológico o aluno ganha uma classe virtual onde pode consultar conteúdos, discutir problemas, participar de fóruns, dialogar com os colegas, fazer novos amigos, etc., por outro lado, o professor ganha muitos colaboradores e a instituição um espaço onde todos podem colocar suas dúvidas e sugestões para que se possa sempre aperfeiçoar cada vez mais o ambiente escolar. A título de exemplo pode-se pegar como referencia a plataforma Moodle6 que foi projetada pelo Australiano Martin Dougiama de Perth, que baseou seu projeto nas idéias do construtivismo pedagógico, onde afirma que o conhecimento se constrói na mente do estudante em lugar de ser transmitido sem mudanças a partir de livros ou aulas e em ambientes colaborativos. É importante ressaltar que o sistema Moodle por ser uma aplicação Web, o usuário só necessita para ascender ao sistema de um dispositivo conectado a internet e que possua um navegador Web instalado, que pode ser, por exemplo, o Mozilla Firefox, Internet Explorer ou outro qualquer. Na internet pode-se encontrar uma série de cursos sobre instalação e operação da plataforma Moodle, como também cursos voltados exclusivamente para professores que desejam criar cursos online e vende-los pela internet, tendo como suporte um servidor especializado (http://www.moodlelivre.com.br/). A DESONERAÇÃO COMO PROPULSORA DE NOVOS MERCADOS FACILITADORES DE PROJETOS EDUCACIONAIS. É impressionante a velocidade com que a tecnologia digital avança. Nas últimas três décadas a microeletrônica vem cedendo espaço para a nanoeletrônica que por sua vez, abre novos mercados 6 A palavra Moodle é um acrônimo de modular object-oriented dynamic learning environment (ambiente modular dinâmico de apendizagem orientado a objetos). 10
  • 11. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI que se beneficiam do crescimento de velocidade no processamento e transmissão de dados. Hoje é comum observar que sistemas baseados em redes locais que utilizam servidor local dedicado, com estrutura física e de pessoal onerosas, estão migrando do físico para o virtual num processo de desoneração de custos e melhoria nos serviços prestados, que passam a ser disponibilizados diretamente pela internet. Esse procedimento vem ganhando espaço em todas as áreas e em especial na área da educação. São notórias as facilidades que uma biblioteca virtual pode oferecer tanto para os alunos como para os professores, onde o diferencial em relação à biblioteca física é o poder de acessibilidade, mobilidade, portabilidade, volume de obras e atendimento direcionado as necessidades e característica do curso oferecido pela instituição, isso tudo aliado as facilidades de reprodução e impressão de obras, no todo ou em parte, de qualquer lugar conectado a internet, onde o direito autoral é respeitado, pois, no ato da cópia existe um custo destinado ao autor, que é debitado na conta do usuário cadastrado. Muitas instituições hoje em dia adotam pagar pelo acesso a bibliotecas virtuais, não apenas por suas facilidades, mas, sobretudo, pelo baixo custo comparado a uma biblioteca física tradicional que necessita de pessoal, instalações predial, horário de funcionamento, manutenções diversas e ainda a limitação do acervo que estará restrito ao espaço físico existente. Em serviços que utilizam suporte de uma rede local, onde os computadores clientes estão ligados a um computador servidor de rede, que abriga programas e banco de dados que são disponibilizados na rede, como por exemplo, no núcleo de prática jurídica (NPJ) de um hipotético curso de direito (HCD), ao se optar por eliminar a rede local em favor da contratação de um serviço remoto através do mercado virtual de aplicativos, o resultado será uma redução do custo operacional, com um aumento considerável na qualidade do serviço prestado que passará a utilizar uma solução tecnologicamente sempre atualizada por uma equipe de retaguarda. Em função do constante ganho de velocidade da internet, o mercado virtual de aplicativos também cresce e oferta soluções de baixo custo e de alta qualidade que embutem flexibilidade, mobilidade, portabilidade e escalabilidade7 , que são recursos oferecidos pela maioria dos aplicativos disponibilizados por um servidor virtual dedicado, onde os clientes virtuais, só precisam ter uma conta de acesso e um equipamento conectado a internet. O serviço será debitado mensalmente e o valor estará escalonado segundo a soma das facilidades ou módulos contratados pelo cliente. Mais recentemente surgiu o conceito de universidade aberta a partir de estratégias digitais de aprendizagem proposta pelo MOOC (Massive Open Online Courses), ou curso on-line aberto e massivo que visa à participação interativa em larga escala e do acesso livre via web. Além de materiais didáticos tradicionais, tais como vídeos, leituras e conjuntos de problemas, MOOCs proporcionam fóruns de usuários interativos que ajudam a construir uma comunidade para os alunos, professores e auxiliares de ensino. MOOC é um projeto inovador na educação à distância. 7 Escalabilidade, segundo a WIKIPÉDIA é uma característica que indica a habilidade de um sistema estar preparado para suportar um aumento de carga crescente quando os recursos (normalmente do hardware) são requeridos. 11
  • 12. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Jorge Antonio Salvador Dergan O curso é gratuito e sem pré-requisitos de inscrição, e pode ser feito on-line por qualquer pessoa ao redor do mundo, no entanto, nenhum crédito universitário é dado no ato de a sua conclusão. Para alcançar a certificação, o aluno deverá ser aprovado em um exame presencial que naturalmente envolve custos. O Coursera8 , o MOOC mais famoso de todos, já tem 75 universidades associadas (eram quatro em abril/2012) com quase 9.500.000 alunos matriculados até o mês de setembro/2013 (https:// www.coursera.org/about/community). Essas Instituições de ensino incluem pesos-pesados como Stanford, Columbia, Duke, Princeton, e já se espalhando por universidades de vários outros paises, como as de Edinbourg, Melbourne, Hong Kong, Lausanne, London e outras. O EDx vem com MIT, Harvard, Univ. Texas, Berkeley, Georgetown. Yale tem a Open Yale. A inovação contida no MOOC propõe a inversão na lógica da grade de conteúdos e deixa para o aluno escolher o que quer acessar e quando quer fazer isso. Os professores passam a ter uma função diferente, já que o aluno tem mais autonomia. O crescimento continuado dessa modalidade de ensino é uma tendência de desoneração da educação que se projeta para o futuro. A Universidade de São Paulo (USP) em junho de 2013 em parceria com o portal brasileiro Veduca lançou dois cursos MOOC: Física Básica, do professor Vanderlei Salvador Bagnato, e Probabilidade e Estatística, dos professores Melvin Cymbalista e André Leme Fleury. Qualquer pessoa com acesso à internet pode fazer os cursos pelo site www.veduca.com.br. Os estudantes que desejarem obter um certificado precisam fazer uma prova presencial. Nas duas primeiras semanas desde o lançamento, que aconteceu na Escola Politécnica da USP no dia 12 de junho de 2013, os dois cursos virtuais ofertados, gratuitos e de nível superior, receberam inscrições de mais de 10.000 estudantes, demonstrando assim a receptividade da comunidade estudantil a essa nova modalidade de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS Hoje, acessar a internet tornou-se parte do habitus social para milhões de pessoas que podem dispor de uma janela virtual, a busca por informações, lazer, relacionamentos, e por todo tipo de conhecimento, são elementos morfológicos e característicos da sociedade digital. É imprescindível que o setor educacional participe e discuta as importantes questões que emergem desse cenário, de variáveis e constantes que equacionam um processo dinâmico e construtor desse habitus social inovador, que se retroalimenta, continuamente por permanentes mudanças tecnológicas que permitem simultaneamente utilizar o potencial da internet como espaço de exposição e como meio de criação individual e coletiva, onde as possibilidades só encontram limites na capacidade humana, que se reinventa a todo instante renovando também essas possibilidades. A reengenharia social ou a criação destrutiva como diria Shumpter, acompanha a tendência de migração do físico para o virtual num processo de desoneração massiva, onde a mobilidade, a flexibilidade, a portabilidade 8 https://www.coursera.org/ Take the world’s best courses, online, for free. 12
  • 13. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MODELO EDUCACIONAL TRADICIONAL E SUA REENGENHARIA DEMANDADA PELA CULTURA DIGITAL EMERGENTE DO SÉCULO XXI e a escalabilidade estão gestando uma nova forma de educação horizonta, mais democrática e humanista, com um perfil cognitivo-afetivo que se processa não apenas em torno de conteúdos, mas também de pessoas, conformando assim um novo modo de pensar e sentir, ou um “novo” habitus social. REFERÊNCIAS Bourdierr, P. Distinção:crítica social do julgamento. Porto Alegre, Editora Zouk, 2007. Clifford Geertz. A Interpretação das Culturas. Op. Cit. pág. 39. 1973 Etkin, Jorge, Gestión de la complexidad en las organizaciones: La estratégia frente a lo imprevisto y lo inpensado – 1ª Ed. – Buenos Aires: Granica, 2006 Rama, Claudio. Las reingenierías de las universidades a distancia en América Latina. Edición: Universidad del Caribe (UNICARIBE), Santo Domingo, República Dominicana, 2010 Schumpeter, Joseph. Empresários, Inovação, Ciclos de Ensaios. 1a Ed. Celta Editora, 1997 Tesis doctoral: Organización de la Informacion y su Impacto em la usabilidad de las Tecnologias Interactivas. Autor: Cristóbal Cobo Romani, dirigida por: Dr. Ángél Rodriguez Bravo – México, marzo de 2005. El Telégrafo, Periódico equatoriano fundado em 1884 - noticias de tecnologia (09/2012). Disponível em: <http://www.telegrafo.com.ec/noticias/tecnologia/item/para-cobo-la-resistencia-a-la-tecnologia- es-un-asunto-cultural.html> Acesso em: 09.09.2013 Portal Terra: em junho de 2013 USP lança cursos on-line de física e estatística; aulas são gratuitas <http://noticias.terra.com.br/educacao/primeiro-curso-superior-virtual-da-america-latina-ja-soma- 10-mil-inscritos,2a26b78c2b28f310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html> Acesso em: 12.09.2013 The Best MOOC Provider: A Review of Coursera, Udacity and Edx By Catherine Round <http:// www.skilledup.com/blog/the-best-mooc-provider-a-review-of-coursera-udacity-and-edx/> Acesso em: 12.07.2013 A enciclopédia Livre. WIKIPÉDIA, GNU (open source), 2010. Disponível em: <http://pt.wikipedia. org/wiki/P%C3%A1gina_principal >. Acesso em: 26.08.2010. 13
  • 14.
  • 15. Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013 O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI Janaina Loureiro da Costa Graduada em Terapia Ocupacional, especialista em Informática e Educação, Tutoria para Ensino Superior, Gestão em Educação a Distância e desempenha a função de Professora do da Faculdade Integrada Brasil Amazônia – Fibra, da Faculdade da Amazônia – Faam, Tutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial- Senac/Pa. Maestrada em Educação na Faculdade de Educação / Universidad de la Empresa. Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho Graduada em Letras - Português e Espanhol  pelo Centro Universitário de Brasília – UNICEUB. Especialização em Língua Portuguesa pela  Universidade Salgado de Oliveira - Rio de Janeiro e desempenha a função de Professora de Língua Portuguesa da SEDF - Secretaria de Educação do Distrito Federal desde abril de 1997. Maestrada em Educação na Faculdade de Educação / Universidad de la Empresa.   Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa.
  • 16. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho RESUMO Este trabalho trata das relações interculturais estabelecidas entre alunos e professores da Universidade de La Empresa (UDE), localizada no Uruguai, que oferece o Curso de Mestrado em Educação. São alunos e professores de diferentes nacionalidades, o que possibilita um intercâmbio cultural entre ambos. Abordaremos os conceitos teóricos como cultura, diversidade cultural, multiculturalidade e relações interculturais e faremos uma análise dos resultados de uma pesquisa feita entre professores e estudantes, verificando si existem dificuldades de adaptação em relação à cultura e ao idioma entre brasileiros e uruguaios, já que a maioria dos estudantes é brasileira e os professores são uruguaios, paraguaios, argentinos e brasileiros. A partir desta pesquisa, analisaremos a interferência do idioma, da cultura nas aulas e os motivos que levaram muitos alunos brasileiros a escolherem um país com língua materna diferente e, quais as principais características multiculturais encontradas nesta vivência, no período de estudo. Palavras-chave:Mestrado,Cultura,DiversidadeCultural,RelaçõesInterculturais, Multiculturalismo ABSTRACT This paper is about intercultural relationships established between students and teachers of University of La Empresa (UDE) in Uruguay, whose offers to the student’s Masters Course in Education. There are many students and teachers of different nationalities that allow a cultural interchange between them. The theories about culture, cultural diversity, multiculturalism and intercultural relations, and we will do an analysis of the results of a research done between teachers and students, verifying the difficulties of cultural adaptation and language adaptation between Brazilians, Uruguayans because most of the students are Brazilians and the teachers Uruguayans, Paraguayans, Argentineans and Brazilians. From this research, we will analysis the language and cultural interferences and the motives which taken part of many students to choose a country with a different language from their and which multicultural characteristics found living there during the study period. Keywords: Master, Culture, Cultural Diversity, Intercultural Relations, Multiculturalism 16
  • 17. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI INDICE INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 18 Uma questão de cultura................................................................................................................. 19 Discutindo os Dados...................................................................................................................... 22 Considerações finais...................................................................................................................... 28 Referencias.................................................................................................................................... 29 17
  • 18. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho INTRODUÇÃO Com a globalização que conduz à crescente integração das economias e sociedades dos vários países, com as novas tecnologias da comunicação intensificadas é preciso considerar que a cultura, por mais ampla que pareça, não é uma totalidade absoluta. A proposta de elaborar este trabalho surgiu das diferenças e dificuldades encontradas inicialmente no curso de Mestrado em Educação, ofertado pela Universidade de La Empresa, entidade que oferece este curso em módulos e que é procurado por alunos de toda parte do Brasil e por que não dizer do mundo, pois no espaço-tempo da sala de aula se expressam: costumes, religiosidades, linguagens, dentre outros, diferentes, mas que convivem e se entrelaçam no cotidiano do mestrado. A UDE tem um grande número de alunos de diversas partes do Brasil, e muitos sem o conhecimento da língua materna, o espanhol. Ao se depararem com esta realidade, sem dúvida há um período de adaptação e mudanças acabam acontecendo, como a linguagem, a adequação aos costumes do povo, até mesmo quanto aos referentes às diferenças climáticas, uns com mais intensidade do que outros. O Brasil, por inúmeros aspectos que envolvem políticas educacionais e que não é o objetivo deste artigo, não oferece este modelo de mestrado, ou seja, modular. Requer, dessa forma, a validação dos certificados, que, atualmente passa por um longo processo e não acontece automaticamente, como firma um dos acordos pelos países integrantes do Mercosul9 . Dentre os referidos acordos, merece ser destacado o “Protocolo de Integração Educacional para Prosseguimento de Estudos de Pós- graduação nas Universidades dos Países Membros do Mercosul” sobre o reconhecimento do diploma de pós graduação. A partir e desta realidade, será feito um levantamento sobre diversos aspectos como a aceitação, as principais dificuldades, as facilidades e a troca multicultural que acontece neste período de intercâmbioentreosalunos,professoreseinstituição.E,comtodosestesaspectos,nosquestionamos se ocorre uma interação e um aprendizado significativo entre estas culturas e idiomas diferentes e quais os aspectos mais relevantes expostos pelos entrevistados que facilitem a criação do vínculo e adaptação neste processo. Atualmente a totalidade de alunos que participou da pesquisa foi de 137 alunos e 37 professores, em que foram questionados aspectos importantes para que pudéssemos mapear a realidade do aprendizado, levando em consideração todo o contexto dos atores envolvidos. 9 Que na Ata da VII Reunião de Ministros da Educação, realizada em Ouro Preto, no dia nove de dezembro de 1994, figurou a recomendação no sentido de que se assinasse Protocolo sobre reconhecimento de títulos universitários de graduação para fins de realização de estudos de pós-graduação. Artigo primeiro – Os estados Partes, por meio de seus organismos competentes, reconhecerão, para fins de realização de estudos de pós-graduação acadêmica, os títulos universitários expedidos pelas Instituição de Ensino Superior. 18
  • 19. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI UMA QUESTÃO DE CULTURA O Brasil é um país geograficamente grande e com muitas diferenças culturais. Em relação à língua materna, o Português, passa por uma variação linguística de acordo com cada região do país, mas a língua oficial é a mesma, não trazendo dificuldades de compreensão quando transladamos de uma Estado para outro. Assim sendo, convivemos diretamente com a diversidade, pois não cabe pensar ao alunado e ao professorado em agir e raciocinar de maneira etnocêntrica, a sala de aula, a escola como um todo, é um espaço de entrelaçamentos culturais. Sem dúvida, é no ambiente escolar que a questão cultural é bem definida, é dentro deste espaço que se faz o cruzamento de culturas e se constrói novos conceitos por meio da troca de experiências. “O responsável definitivo da natureza, do sentido e da consistência do que os alunos e as alunas aprendem em sua vida escolar é este vivo, fluido e complexo cruzamento de culturas que se produz na escola, entre as propostas da cultura crítica, alojada nas disciplinas científicas, artísticas e filosóficas, as determinações a cultura acadêmica, refletidas nas definições que constituem o currículo; os influxos da cultura social constituída pelos valores hegemônicos do cenário social; as pressões do cotidiano da cultura institucional presente nos papéis, nas normas, nas rotinas e nos ritos próprios da escola como instituição específica; e as características da cultura experiencial adquirida individualmente pelo aluno através da experiência nos intercâmbios espontâneos com seu meio ( Perez Gómez, 2001:17) .” Vale ressaltar, que cultura é um fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade que os seres humanos têm de dar significados às suas ações e ao mundo à sua volta. Assim, a cultura é compartilhada por indivíduos de um determinado grupo social em consonância com o período e lugar no qual se encontram (Araújo, 2009). Para compreendermos um pouco melhor este tema é preciso conhecer alguns conceitos sobre este processo de trocas culturais e educacionais. Os conceitos de pluralidade cultural, interculturalidade e multiculturalidade, passam a fazer do cotidiano educacional no Ensino Fundamental, a partir do advento dos Parâmetros Curriculares Nacionais, por meio dos temas transversais (BRASIL,1997), e a relevância social e educacional, com o desenvolvimento do Referencial Curricular Nacional (Grade Nacional Comum) em diferentes processos educativos e sociais, assim como a obrigação em escolas públicas ou particulares em ofertar o estudo de uma segunda língua, ficando a seu critério a escolha do Inglês ou do Espanhol. Com tais inclusões e a renovação dos paradigmas científicos e metodológicos, ocorre uma maior oportunidade das perspectivas epistemológicas indispensáveis ampliarem ainda mais as relações interculturais. Sobre o tema multiculturalismo podemos abordar diferentes questões quando o assunto é América 19
  • 20. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho Latina, o Brasil é um país multicultural e tem um histórico cultural advindo das raízes indígenas e afrodescendentes que influenciam nas relações interpessoais por meio da globalização e o uso da tecnologia. O multiculturalismo depende basicamente do contexto histórico, político e sociocultural, entende-se ainda que o multiculturalismo deve ter reconhecimento público como afirma, Pablo O’farrell (2003): “... el multiculturalismo, sin embargo, mantiene que ese ámbito es insuficiente, pues las diferencias culturales, en cuanto tales, tienen que tener asimismo acogida y reconocimiento en el ámbito público. Aunque no resulte fácil dar una definición, de los distintos usos que se da al término multiculturalismo, podemos distinguir en él un doble aspecto: por un lado, el multiculturalismo es la reflexión teórica sobre el modo de integración a realizar en aquellas sociedades que reciben un considerable número de personas inmigrantes con una cultura distinta a la estabelecida en la sociedade receptora y, por otro, multiculturalismo denomina también la realización práctica de modelos alternativos de integración, que la reflexión teórica ...” Seguindo esta ideia, a abordagem que faremos em relação aos atores envolvidos em nossa pesquisa dar-se-á a primeira definição sobre multiculturalidade, nos aspectos referentes a integração e recepção de alunos imigrantes advindos do Brasil para estudarem em Montevidéu, já que a questão multicultural da América Latina apresenta uma configuração própria, como afirma Vera Candau (2003) “Neste sentido, o debate multicultural na América Latina nos coloca diante da nossa própria formação histórica, da pergunta sobre como nos construímos socioculturalmente, o que negamos e silenciamos, o que afirmamos, valorizamos e integramos na cultura hegemônica.” , ao mesmo tempo que foi construída. Para Moreira, 2001, o termo “multicultural” tem sido utilizado como categoria descritiva, analítica, sociológica ou histórica, para indicar uma realidade de convivência entre diferentes grupos culturais num mesmo contexto social. Também tem se referido a diferentes perspectivas de respostas a esta realidade social multicultural, pois a sala de aula denota-se como meio de troca entre culturas e opiniões de visão de homem e de mundo. O termo “intercultural” para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura- UNESCO significa que “todos os povos e todos os grupos humanos, qualquer que seja a sua composição ou a sua origem étnica, contribuem conforme sua própria índole para o progresso das civilizações e das culturas, que, na sua pluralidade e em virtude de sua interpretação, constituem o patrimônio comum da humanidade.”(FLEURT, 2000) enfatiza que “o processo de descolonização e outras transformações históricas conduziram a maioria dos povos precedentemente dominados a recuperar sua soberania, de modo a fazer com que a comunidade internacional seja um conjunto universal e ao mesmo tempo diversificado”; Intercultural, para CADAU (2003), tem sido utilizado para indicar realidades e perspectivas incongruentes entre si: há quem o reduz ao significado de relação entre grupos “folclóricos”; há quem amplia o conceito de interculturalidade de modo a compreender o “diferente” que caracteriza a singularidade e a irrepetibilidade de cada sujeito humano; há ainda 20
  • 21. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI quem considera interculturalidade como sinônimo de “mestiçagem”. Também o adjetivo “transcultural” é utilizado segundo diferentes sentidos. É entendido às vezes como elemento transversal já presente em diferentes culturas (universais culturais inscritos na estrutura humana), ou então como produto original da hibridização de elementos culturalmente diferentes. Para além da polissemia terminológica e da evidente diversidade de perspectivas que se expressam nas teorias e propostas relativas ao multiculturalismo, interculturalismo, transculturalismo, constituise um campo de debate que se torna paradigmático justamente por sua complexidade: a sua riqueza consiste justamente na multiplicidade de perspectivas que interagem e que não podem ser reduzidas por um único código e um único esquema a ser proposto como modelo transferível universalmente. Entretanto, o eixo conceitual em torno do qual se situam as questões e as reflexões emergentes nesse campo, e que caracteriza os mais espinhosos problemas do nosso tempo, é o da possibilidade de respeitar as diferenças e de integrá-las em uma unidade que não as anule. Isso vale, de fato, tanto para o discurso das diferenças étnicas e culturais, de gênero e de gerações, a ser acolhidas na escola e na sociedade, quanto para a distinção entre os povos, a ser considerada no equilíbrio internacional e planetário. Vale também para a diversidade das propostas metodológicas, assim como para a possibilidade da articulação em rede das informações e dos novos saberes nas formas do pensamento complexo (TERRANOVA,1997, p. 13). O que foi possível observação as diferentes formas de linguagem que facilitam a adaptação, mesmo com a dificuldade do idioma por não ser nossa língua materna, é possível produzir, criar, reproduzir transformar e consumir, para, utilizarmos de outros meios para que possamos nos comunicar uns com os outros. Abordamos este aspecto, pois durante a pesquisa de amostragem para este artigo, percebemos que a maior dificuldade encontrada foi relacionada inicialmente ao idioma, e que no decorrer do processo detectamos uma evolução satisfatória no processo de adaptação, o que aponta que o ser humano indiferente da situação é um ser adaptável a diversidade de situações e que estrutura mecanismos que diminuam as dificuldades, fazendo com que culturas conversem entre si. ParaSantaella(2005),“Cumprenotarqueailusóriaexclusividadedalíngua,comoformadelinguagem e meio de comunicação privilegiados, é muito intensamente devida a um condicionamento histórico que nos levou à crença de que as únicas formas de conhecimento de saber e de interpretação do mundo são aquelas veiculadas pela língua, na sua manifestação como linguagem verbal, oral ou escrita.” 21
  • 22. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho As diferentes maneiras culturais de aprendizado, costumes, relações interpessoais, foram aspectos importantes, que a convivência com diversas pessoas nos fez refletir na importância das relações que fazem amadurecer e tornar estas dificuldades uma fonte a mais no aprendizado. Visto que, mesmo com a dificuldade da compreensão do idioma, foi possível construir o conhecimento, aspecto este registrados na coleta de dados que será mostrada posteriromente. DISCUTINDO OS DADOS A UDE oferece o curso de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado em Educação, totalmente presencial, dividido em quatro fases. Os horários das aulas são de 8h à 12h e 14h às 18h, nos meses de janeiro e julho, ou seja, dois anos, mais a defesa da tese. O corpo docente é composto por professores uruguaios e estrangeiros. Vale ressaltar que as aulas são ministradas em espanhol, embora alguns professores as ministrem em português. O corpo discente do Mestrado em Educação é praticamente de brasileiros. A partir deste perfil, realizamos uma pesquisa com os alunos cursistas do Mestrado em Educação na instituição Universidade de La Empresa situada em Montevidéu – Uruguai, onde a língua materna é o espanhol. Foram preenchidos, no total, 101 formulários dos 147 alunos, devidamente matriculados. Gráfico 1 – Sexo Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Dos alunos entrevistados 70,71% são do sexo feminino e 29,29% do sexo masculino, o que mostra que cada vez mais as mulheres estão conquistando seu espaço em diversos setores, inclusive na busca de novos conhecimentos. 22
  • 23. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI Gráfico 2- Idade Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. No Gráfico 2, é possivel verificar que os alunos são na sua grande maioria, ainda jovens, com18,19% na faixa etária de 20 a 29 anos e 35,38% entre 30 a 39 anos. Podemos afirmar que as possibilidades de acesso, de recursos financeiros e a melhor qualificação profissional requerida pelo mercado, dentre outros, estão, motivando, cada vez mais, os brasileiros a buscarem seu aperfeiçoamento e cada vez mais os jovens estão investindo nesta nova modalidade de ensino. Gráfico 3- Nacionalidade Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Neste gráfico, os dados mostram que 96,97% dos alunos são brasileiros, 2,2% uruguaios e 1,1% angolanos, levados a escolher um curso modular, em que viajam a cada 6 meses para cursar seus módulos, em virtude de diversos fatores, inclusive, a falta de oportunidades ofertadas no seu país de origem. 23
  • 24. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho Gráfico 4- Estados de Origem Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. No gráfico 4, podemos verificar que dos 13 Estados brasileiros representados, a maioria dos alunos são provenientes do Paraná, 22,25%, dentre outras razões, pela proximidade do país e a facilidade de locomoção, seguido do Rio de Janeiro, 17,19% e de Pernambuco,14,16%. O grande número de Estados ampliou a diversidade cultural, possibilitando maior conhecimento e, também, a convivência com as diversas culturas brasileiras, o que poderia ser mais um aspecto de dificuldade com hábitos e costumes. Gráfico 5 – Fluência do Idioma Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. No gráfico 5, consta-se que, do total de alunos, 77,79% não possuem fluência com o idioma espanhol, o que em muitos momentos poderíamos até considerar como uma barreira para a qualidade do aprendizado. A fala é um mecanismo de troca, de comunicação entre pessoas e com esta dificuldade seria necessário criar algumas estratégias para diminuí-la. 24
  • 25. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI Gráfico 6- Impressão do primeiro encontro Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Na pergunta 6, questionamos sobre a primeira impressão do curso: o aluno se deparar com o idioma diferente do seu, onde a maioria dos professores falam, apenas, o espanhol no momento das suas explicações em classe. Na opinião da maioria dos alunos, 31,33%, o primeiro contato foi considerado como “muito difícil”, o momento de compreender e expressar o que estava sendo abordado em classe. No entanto, é considerável também que um número expressivo de alunos, 29,31%, não apresentou dificuldades neste primeiro momento, o que foi possivel observar é um espirito de ajuda coletiva, onde houve um suporte maior aos alunos com dificuldades. Gráfico 7- Impressão no segundo encontro Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Os dados revelam neste gráfico que as dificuldades foram diminuindo para a maioria dos alunos, 57,53%, mostrando que houve superação em relação aos problemas de compreensao entre a escrita e a fala e que para 35,33%, o segundo encontro foi desenvolvido “sem dificuldade” o que demonstra, também, superação dos aspectos negativos iniciais. 25
  • 26. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho Gráfico 8- Maior dificuldade com o idioma Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. O Gráfico 8, mostra que nos recursos de comunicação o ato de escrever é considerado o mais dificil por 41,44% dos entrevistados, mas como no curso não há obrigatoriedade de elaborar trabalhos escritos utilizando o espanhol, espera-se que haja aprimoramento da língua nesse sentido. Já a resposta de que a “dificuldade em ouvir” foi dada por 31,33% dos alunos, é significativa e preocupante no processo de aprendizagem pela interação entre docentes e discentes, sendo o principal meio de comunicação entre eles. Gráfico 9- Maior facilidade com o idioma Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Os dados mostram neste gráfico que a maior facilidade apontada pelos discentes foi quanto a leitura com 70,62% das opiniões, o que mostra que as dificuldades apresentadas são parcialmente vencidas com a leitura de materias de apoio, para a transformação da informação adquirida em conhecimento. 26
  • 27. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI Gráfico 10- Pontos interculturais mais importantes Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. A troca cultural entre colegas e professores foi o aspecto considerado o mais relevante pela maioria dos entrevistados. É importante ressaltar que estas questões foram abertas, isto é, os alunos tiveram a liberdade de expressar suas opiniões, sendo para a grande maioria a troca cultural entre professores e alunos a mais importante, não apenas no âmbito educacional, mas também com conhecimentos regionais, hábitos culturais, pois como mostramos no gráfico 4 há uma grande diversidade cultural entre os próprios estados brasileiros. Um aspecto que ressaltamos nestes dados coletados é a busca do aprendizado do idioma, conhecimentos de novos autores e principalmente a adaptacao aos costumes uruguaios, pois na maioria das vezes comportamentos habituais brasileiros divergem da cultura uruguaia e, principalmente, a culinária. Gráfico11- Opção por fazer um curso Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. O gráfico 11 apresenta dados sobre o que havia motivado o aluno a fazer o curso, sendo a motivação mais relevante a questao de ser uma modalidade semipresencial, acreditamos por ser uma forma que não é oferecida no nosso país. Na sequência apresentam-secomo motivadores o aspecto financeiro, a linha de pesquisa, buscando-se a uniao entre teoria e prática, educacao e tecnologia, a interculturalidade e a oportunidade de estudo. 27
  • 28. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho Gráfico 12-Sente discriminado por fazer mestrado no Uruguai Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. As respostas à questão referente ao sentimento de discriminação por fazer mestrado no Uruguai demonstram que 76,75% dos alunos não sentem nenhuma forma de disciminacao, mas para 25,25% isto ocorre, embora não tenha sido justificada de que maneira isso acontece. Gráfico 13- Sente discriminado em sala de aula pelo idioma Fonte: Pesquisa de Campo,jan/2013. Nesta última questão, apresentada no momento das aulas, apenas, 1% dos alunos afirmou que se sentia discriminado em sala de aula pela dificuldade do idioma, porém não houve justificativa para esta opção. A quase totalidade, 99%, respondeu que não se sentia discriminada durante as aulas, aspecto bastante favorável ao processo de ensino- aprendizagem de professores e alunos. Verificando que mesmo com a diferença do idioma, em nosso país não há sinais de desmerecimento pelo aprendizado oferecido pelo curso. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nosso trabalho começou por meio de entrevistas feitas com estudantes e professores da UDE e pudemos constatar a diversidade cultural e objetivos comuns de professores e alunos. Por meio do estudo mais aprofundado sobre multiculturalismo, foi possível reconhecer a existência de indivíduos e grupos distintos entre si, mas que não se excluem ou se anulam quando se trata de direitos e deveres, principalmente, sobre a igualdade e a afirmação de suas identidades. 28
  • 29. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: O MULTICULTURALISMO ENTRE OS ALUNOS DE MESTRADO BRASIL – URUGUAI O mundo contemporâneo mostra a conplexidade das relaçoes sociais e interculturais que exige dos estudantes novas maneiras de construir o conhecimento nas práticas da pesquisa e da educação, e que cada uma socializa condições equivalentes a uma cultura universal, percebemos muitos aspectos semelhantes, vivenciamos também o multiculturalismo em que cada grupo apresentou identidades e culturas próprias, que não chegou a tinterferir na convivência e sim promoveu uma socialização cultural. O primeiro contato com a diferente realidade acontece no primeiro momento em que chegamos ao curso onde é preciso acontecer uma adaptação no compreender, assimilar e processar a informação recebida em outro idioma, muitas vezes sendo o primeiro contato com uma língua materna diferente do Português, acreditamos que a familiaridade de estrutura diminua as dificuldades. Anecessidade de realizar um curso de pós-graduação e as dificuldade em encontrar uma modalidade de ensino e uma linha de pesquisa sejam as principais causas da procura do curso, situaçoes que em nosso país de origem ainda possuimos uma carência neste tipo de estudo, infelizmente ainda é uma realidade em nosso país, que o estudante ou tem que ter dedicação esclusiva para o estudo de mestrado e recebe em algumas vezes uma bolsa de estudos para fazê-lo. Percebemos também que cada vez mais os jovens estão investindo nesta modalidade de ensino seja pela facilidade anteriormente relatada, ou pele busca de novas experiências conhecendo uma nova cultura, se aprimorando em novos idiomas e socializando formas de aprender e inclusive didaticas novas de aprendizado. Esta oportunidade nos remete a diferentes locais, como estas realizades podem influenciar no aprendizado significativo e gerar mudanças na pratica profissional quando retornamos aos nosso locais de origem. REFERÊNCIAS BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 1998 BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural e orientação sexual. Brasília: MEC/SEF,1997. FLEURI, R. M. (org). Educação intercultural: mediações necessárias. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. 18 Maio/Jun/Jul/Ago 2003 Nº 23. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a02 ARAÚJO, L., BARRETO, A., PEREIRA, M. E. Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais. Livro texto. Rio de janeiro: CEPESC,2009. Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015510. pdf. Acessado em 10/03/2013. 29
  • 30. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Janaina Loureiro da Costa - Cyntia Cássia da Costa Silva Coutinho CANDAU, V. M., MOREIRA A. F. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. São Paulo, Ed: Vozes. 2ª edição. 2003. FLEURT, R. M. Desafios à Educação Intercultural no Brasil. III Seminário Pesquisa em Educação Região Sul. Porto Alegre, 2000. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em http://www. fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC16/16-2.pdf. Acessado em 21/04/2013. GONÇALVES, L. A. O., SILVA, P. B. G.. O jogo das diferenças: multiculturalismo e seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica,1998. LÉVI-STRUSS, C. et al., Raça e História. In: Raça e ciência. São Paulo: Perspectiva, 1970. O’FARRELL, P. B. Pluralismo, Tolerancia e Multiculturalismo: Reflexiones para un mundo plural. Universidade Internacional de Analucia. Ediciones Alal, 2003 SILVA, P. B. G. M.. Currículo educação e discriminação dos negros. Belo Horizonte: Instituto de Recursos João Pinheiro,1993. UNESCO. Declaração sobre a raça e os preconceitos raciais. Paris: UNESCO, 1978. YUS R. Temas transversais: a escola da ultramodernidade. Pátio, Revista Pedagógica, ano 2, nº 5, maio/ jul.,1998 ( p. 8-11). Tratado, Protocolos y Acuerdos depositados en Paraguay – www.mercosur.int acessado em 01/04/2013. 30
  • 31. Serie Estados del Arte N° 4 | Año 2013 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL Cemires Paulo Barros Professora Universitária na Faculdade de Belém FABEL, nos cursos de Gestão em Marketing e Bacharelado em Administração do Centro Universitário CESMAC. Estudante de la Maestria em Educação pela UDE. Especialista em Administração de Marketing pela ESABem Tecnologia da Informação. Graduada em Administração de Empresas, Ênfase em Marketing, pela Universidade da Amazônia UNAMA. Ruth Léa da Silva Nunes Graduada em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior e Especialista em Finanças, Controladoria e Mercado Financeiro, pela Faculdade Estácio de Sá - Vitória/ ES. Estudante de la Maestria em Educação pela UDE. Professora Universitária na IESFAVI - Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória, nos cursos Superior de Administração de Empresas e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos. Tacyana Cinthya Matos Batista Professora Universitária do Centro Universitário CESMAC. Estudante de la Maestria em Educação pela UDE. Especialista em Tecnologia da Informação e graduada e Análise de Sistemas pelo Centro Universitário CESMAC. Las opiniones y expresiones vertidas en este trabajo son de exclusiva responsabilidad del autor y no comprometen a la Facultad de Ciencias de la Educación ni a la Universidad de la Empresa.
  • 32. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista RESUMO O artigo busca investigar a importância da música na educação como facilitadora de integração nas disciplinas chamadas primárias, no processo de aprendizagem e estímulo ao conhecimento cognitivo e na integração social, assunto cuja relevância é ressaltada pela promulgação da Lei 11.769/08, que tornou obrigatório o ensino musical em todos os níveis da educação básica. É abordado como uma Escola Pública no município de Vitória/ES – Brasil integra a educação musical em seu currículo escolar e qual contribuição o aprendizado da música vem provocando nos alunos. O desenvolvimento do estudo teve por base as seguintes perguntas de investigação: 1) De que forma a música influencia na educação do estudante? 2) Como a música aprimora o lado cognitivo? 3) De que maneira o estudo da música faz a integração sociocultural? 4) Qual a compreensão que os professores tem sobre o papel da música nos processos educativos? 5) O que esperam as crianças com o aprendizado da música? A metodologia utilizada envolveu pesquisa bibliográfica, visando à fundamentação teórica do estudo, complementada por um estudo de caso desenvolvido por meio de entrevista com um professor atuante na área. Observou-se que ainda persiste uma deficiência na quantidade de profissionais plenamente qualificados para o ensino da música, que a educação musical, muito embora obrigatória por lei, é oferecida de forma optativa. Observou-se ainda uma repercussão positiva do ensino da música nos alunos e comunidade, com maior dedicação e aproveitamento em disciplinas correlatas, com muitos alunos participantes vislumbrando a música como uma possível alternativa de carreira futura. Palavras chaves: Educação Musical, Educação, Escola, Música. ABSTRACT The present paper investigates the importance of music education in helping the integration of so called primary disciplines, and in the process of learning and stimulating cognitive knowledge and social integration, a subject which importance is underscored by the enactment of Law 11.769/08, decreeing musical education as mandatory at all levels of basic education in Brazil. It is studied how a government sponsored school in Vitória / ES - Brazil integrates musical education in its curriculum and what contribution is provided to students through musical learning. The study was developed based on the following research questions: 1) How does music influence in the student’s education? 2) How music enhances the cognitive side? 3) How the study of music promotes socio-cultural integration? 4) What is the understanding that teachers have about the role of music in educational processes? 5) What are the child’s expectations in learning music? The methodology involved literature research, for theoretical support, complemented by a case study developed through an interview with a teacher active in the area. We observed that a deficiency still exists regarding the number of fully qualified professionals for the teaching of music, and that music education, although mandated by law, is only offered optionally. We also observed a positive impact of music education 32
  • 33. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL on students and the community, with greater student dedication and academic performance in related disciplines, with many of the participating students envisioning music as a possible alternative for a future career. Key words: Musical Education, Education, School, Music. ÍNDICE INTRODUÇÃO............................................................................................................................ .. 34 MARCO TEÓRICO........................................................................................................................ 35 Educação musical na escola......................................................................................................... 35 Desenvolvimento cognitivo e música............................................................................................ 37 O Educador e o ensino da música................................................................................................ 39 A Música e a integração sócio cultural.......................................................................................... 40 METODOLOGIA E ANÁLISE DA COLETA DOS DADOS............................................................. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................... 43 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 44 33
  • 34. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista INTRODUÇÃO A Lei nº 11.769 de 18 de agosto de 2008 (Brasil, 2008), que alterou o artigo 26º da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (Brasil, 1996), tornando obrigatório o ensino de música em todos os níveis da educação básica, instigou Estados e Municípios brasileiros a desencadear uma série de ações na área de educação musical, em atendimento à necessidade de incorporar a música como componente de seus currículos escolares. O presente artigo, dada tal obrigatoriedade, busca investigar a importância da música na educação, especialmente quanto ao seu papel como facilitadora de integração nas disciplinas chamadas primárias, no processo de aprendizagem e estímulo ao conhecimento cognitivo e na integração social. Com a evolução da sociedade, aliada à massificação da tecnologia da informação e comunicação, os alunos passaram a ter uma interação mais intensa com o universo virtual. Como todo objeto de facilitação da vida, a tecnologia também se transformou numa forma de dispersão de atenção, com muitos alunos se aproveitando da tecnologia quando as aulas não se tornam suficientemente atrativas. Uma das dificuldades encontradas é fazer com que os alunos participem do processo ensino- aprendizagem de forma prazerosa. O desinteresse e a dispersão caracterizam um problema potencialmente limitante para o docente na prática da construção do conhecimento (Gainza, 1988). A ausência de algo que prenda a atenção nas aulas gera um aspecto relevante do problema, tem levado os docentes a buscar soluções eficazes por meio de processos alternativos à realidade escolar atual. Algumas escolas integraram em seu currículo escolar a disciplina de música, tendo por finalidade desenvolver o aspecto cognitivo e socialização dos alunos, facilitando o processo ensino-aprendizagem. O estudo propõe-se ainda a investigar a importância da música como processo didático-pedagógico, levando em consideração que seu ensino deve ser algo prazeroso, tendo em vista a dificuldade em fazer com que crianças desenvolvam seu lado cognitivo. O ensino da música pode ajudar grandemente a criança, auxiliando-a a coordenar ritmos corporais cotidianos, como andar e saltitar, ao sincronizá-los com ritmos observáveis na natureza, como o das ondas do mar e do galope de animais (Schaffer, 1991). A música é importante para a construção do conhecimento em qualquer momento da vida, desde a fase infantil até a fase adulta. Por meio dela os seres humanos podem analisar os conflitos e até mesmo compará-los, adaptar-se ao ambiente em que vivem, desenvolvendo-se de forma criativa e 34
  • 35. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL aprimorando a sensibilidade auditiva (Blagolini, 2010). Um trabalho pedagógico inserindo a musica pode ser visto como um processo de construção contínua, envolvendo perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir, contribuindo para o desenvolvimento da criança, tanto no aspecto cognitivo, quanto na construção e desenvolvimento de sua percepção de forma crítica e criativa (Brito, 2003). O ensino da música também serve de aliado ao docente, que pode observar se o aluno tem algum bloqueio ou dificuldade e, a partir desta percepção, desenvolver estratégias para ajudá-lo (Gainza, 1988). Assim, o presente trabalho propõe-se a abordar como uma Escola Pública no município de Vitória/ ES – Brasil integra a educação musical em seu currículo escolar e qual contribuição o aprendizado da música vem provocando nos alunos. O desenvolvimento do estudo teve por base as perguntas de investigação, visando responder: 1) De que forma a música influencia na educação do estudante? 2) Como a música aprimora o lado cognitivo? 3) De que maneira o estudo da música faz a integração sociocultural? 4) Qual a compreensão que os professores tem sobre o papel da música nos processos educativos? 5) O que esperam as crianças com o aprendizado da música?. Ametodologia utilizada envolve a pesquisa bibliográfica, visando à fundamentação teórica do estudo, seguida de uma pesquisa de campo composta por uma entrevista gravada com a autorização do entrevistado. MARCO TEÓRICO EDUCAÇÃO MUSICAL NA ESCOLA A música faz parte do cotidiano desde os primórdios dos mais diferentes povos, tais como os gregos, egípcios e árabes. Até os dias de hoje acompanha-nos desde o nascimento até a morte, e representa um símbolo da fé cristã na forma cantada de oração. A palavra música tem origem na mitologia grega que inspirava as artes e as ciências. Nogueira (2003, p.01) descreve que a música, [...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida, 35
  • 36. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista analisada e transformadas criticamente.10 A inserção da música na educação é vista desde a Grécia antiga, onde o ensino da música era obrigatório, e Pitágoras já postulava o poder de mudanças comportamentais e aceleração de procedimentos curativos, mediante a execução musical de uma correta sequência de sons em algum instrumento (Bréscia, 2003). Para Sekeff (2007) a música é uma linguagem com experiências humanas, que transcende a experiência sensorial, assentando-se numa maior discriminação intelectual. Favorece o desenvolvimento de sentido, sendo possível desenvolver novas formas de sentir, pensar, ouvir, ver e viver. Desta forma é possível perceber que a música contribui de forma a ampliar conhecimentos culturais, desenvolvimento cognitivo, os relacionamentos interpessoais e o desenvolvimento no ensino- aprendizagem escolar. Para Correia (2003), a música na escola serve como instrumento didático-pedagógico, apresentando- se na maioria das vezes de forma prazerosa, e auxiliando também na expressão e comunicação e no desenvolvimento do raciocínio lógico. No Brasil a inserção da música na educação acontece durante os séculos XVI até metade do século XVIII, inicialmente nos colégios jesuítas, associada às atividades de catequese (Correia, 2003). Com as reformas na legislação educacional impostas pelo Marques de Pombal, na metade do século XVIII, surgem as irmandades, com o objetivo de contribuir com a devida difusão da música, prejudicada na época pela pequena quantidade de padres-músicos existente. Mais tarde, com o surgimento do Brasil Império, a educação musical é encontrada nas Escolas Normais, contribuindo na formação dos novos docentes. Mas é durante o Estado Novo em 1937, a chamada “Era Vargas”, que surge o movimento da Educação Musical de massa, com o ensino do Canto Orfeônico, um modelo copiado dos estados nacionais europeus, oficializado nos currículos franceses desde 1833 (Rosa, 2008). O Canto Orfeônico era uma tentativa de mudar os padrões estéticos das classes sociais menos favorecidas, tendo à frente o maestro Heitor Villa Lobos. O maestro acreditava que a inserção da música nas escolas levaria a um desenvolvimento do comportamento cívico e da educação artística da criança (Rosa, 2008). ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������Texto extraído de NOGUEIRA, M.A. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003. Disponível em: www.proec.ufg.br. acesso em: 18/08/2013. 36
  • 37. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL A introdução do Canto Orfeônico, atendendo a toda a população estudantil, expandiu o conceito de ensino musical, de modo a alcançar tanto as crianças quanto as grandes massas. Para além da intenção cívica e disciplinadora, explicitamente anunciada por Villa Lobos, percebe-se também um objetivo voltado à divulgação e formação de público para a música brasileira (Oliveira, 1996, p. 66). O Canto Orfeônico esteve presente nas escolas até o final de década de 1960. Após esse período, com a saída de Villa Lobos da direção da escola, o incentivo à capacitação e formação de professores, criado na Constituição de 1937, e que difundiu o ensino da música nas escolas brasileiras, foi perdendo forças (Xavier; Ribeiro; Noronha, 1994). Atualmente, sob os preceitos da já citada Lei Federal nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, a música é conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica, enraizada nos fundamentos de auxiliar o desenvolvimento cultural e psicomotor. Com a Lei, a educação musical passa a ser obrigatória em todas as escolas brasileiras, dentro do componente curricular da disciplina de Artes (antiga Educação Artística). Dentro da disciplina podem ser trabalhadas quatro modalidades: Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), elencados a partir da Lei 9.394/1996. Contudo, Santos (1994, p. 10), apontou a possibilidade de um esvaziamento da música como linguagem auto-expressiva, ao embuti-la nos currículos plenos das escolas como coadjuvante para expressões artísticas cênicas e plásticas, além de ressaltar que a aprovação de uma lei não é garantia de sucesso, com uma preocupação latente sobre a necessária formação de educadores voltados para o ensino da música. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E MÚSICA A música está presente na vida dos alunos desde as séries iniciais. As brincadeiras cotidianas das crianças têm o poder de estimular a imaginação infantil em torno daquilo que representam.As crianças participantes em brincadeiras acabam por dialogar umas com as outras através de tais figuras de imaginação criadas por cada uma. Por outro lado, frequentemente o cantar é parte integrante de tais brincadeiras. Os sentimentos despertados por tais cantos, por sua vez, representam imagens mentais e metáforas sobre a realidade vivida pela criança, expressões mesmo do pensamento infantil, posteriormente organizado em expressão por meio de uma linguagem musical ou não. É necessário que linguagem musical esteja presente desde as séries iniciais, de forma que favoreça a descoberta, a exploração e o desenvolvimento da identidade e autonomia por meio da interação e utilização de regras e papéis sociais.Amúsica provoca nos alunos diversas condutas impulsionando- os à ação em diferentes graus e qualidades, (Gainza, 1988). 37
  • 38. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista Para obtenção de resultados no âmbito didático/pedagógico, faz-se necessário a prática habitual e constante para que seja desenvolvida a competência da inteligência, que é afetada por diversos canais seja de forma consciente ou não (Hofstadter, 1979). A relação entre cognição e música, pode ser desenvolvida por meio da audição. Isso se torna possível devido ao código sonoro representar um espaço ativo no cérebro, que recebe as informações codificadas através dos neurônios estimulados pelos códigos musicais, ampliando sua complexidade à medida que novos conhecimentos somam-se por meio dos cinco sentidos (Straliotto, 2001). A música pode ser caracterizada como um meio de expressão, por objetivar e dar forma a uma vivência humana, e também como um meio de comunicação, por revelar tal vivência e proporcionar compartilhá-la com outrem. É, assim, um meio adequado para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de se prestar à interação social (Vasques, 1978)11 . A musicalização implica no desenvolvimento da percepção necessária para que o indivíduo seja sensibilizado e empreste significado ao conteúdo musical que receba. No contexto educativo, musicalizar significaria construir competências que permitam ao aluno, enquanto indivíduo, desenvolver seu gosto musical e melhorar seu entendimento sobre o significado de músicas (Penna, 1991). A música reforça o desenvolvimento cognitivo/ lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança, além de desenvolver atividades potenciais possivelmente despercebidas. Ainda mais, a música possui imenso potencial educativo, por estar vinculada a conhecimentos científicos ligados à física dos sons e à matemática e muitas vezes demandar habilidade motora e destreza, atendendo assim o desejo de desenvolvimento integral do ser humano (Saviani, 2003). A música, em seu papel como mediadora para o desenvolvimento da criatividade, exige que o educador tenha consciência da importância de buscar melhores práticas pedagógicas, capazes de estimular o pretendido desenvolvimento cognitivo. Várias pesquisas indicam que a música não apenas pode ser considerada como poderosa aliada no processo de aprendizagem, mas também traz benefícios para a saúde, tanto física quanto mental. Barreto e Silva (2004) menciona que a música auxilia e desenvolve a criatividade, melhora a concentração, ajuda na socialização, promove vínculos, contribui para a higiene mental e reduz a ansiedade. ������������������������������������������������������������������������������������������������Extraído apud PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1991. 38
  • 39. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL O EDUCADOR E O ENSINO DA MÚSICA Nos dias atuais um dos grandes desafios no ensino musical é encontrar professores de música qualificados para atuarem nas escolas. A ausência da música nas escolas por longo tempo teve como efeito a falta de credibilidade nos efeitos da sua prática, tanto por parte da comunidade escolar como dos envolvidos indiretamente, como os pais de alunos, sendo vista mais como atividade de lazer e não como fonte contribuinte ao conhecimento (Fonterrada, 2005 p. 252). Embora possa ser trabalhada na disciplina de Artes, dada a complexidade inerente ao ensino de música como uma disciplina escolar, ao abranger tanto teoria quanto prática de execução, tal atividade deve ser reservada a pessoas amplamente qualificadas para tal, sendo que ainda faltam profissionais em número suficiente para atuar em todo o território brasileiro (Shafer, 1991, p. 303). A falta de vivência e especialização musical entre os docentes de Artes faz com que necessitem de capacitação e desenvolvimento adicional, que possibilite a aquisição de conhecimentos nas áreas da música e torne efetivo um processo continuo de aprendizagem que propicie o desenvolvimento da construção do saber e do questionamento crítico no aluno. Rosa (2008) afirma que a educação é um processo em constante mudança, sendo responsabilidade dos educadores desenvolverem atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento crítico. As práticas musicais são representada como fonte de transformação da aprendizagem e muitas vezes de transformação do cotidiano de sala de aula. Um número elevado de docentes formados em Artes está presente para atuar nas escolas de ensino regulares, mas a formação de docentes habilitados em música ainda é restrita. Por isso cabe a cada escola escolher qual a melhor forma de trabalhar a questão da música em sala de aula e alinhá-la com o projeto pedagógico. O ideal para a Educação Musical seria a união entre escola, professor e música ou arte, em uma relação prática e enraizada que considerasse a realidade de cada escola, a cultura musical do aluno e o meio cultural. E é o educador musical, que tem essa função de promover a integração de trocas de diversidades musicais e culturais, e encontrar pontos comuns para ampliar e aprofundar a relação do aluno com a música (Lobato, 2007). As formas de ensinar a música podem variar de município para município, entretanto, alguns quesitos são importantes, tais como: leitura musical, prática instrumental, apreciação musical, didática e prática de ensino. 39
  • 40. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista A MÚSICA E A INTEGRAÇÃO SÓCIO CULTURAL Existem vários tipos e ritmos de músicas que a escola pode desenvolver, uma vez que a música brasileira sofreu influência de vários outros países e desenvolveu também a sua própria música partindo de sua própria cultura. Peixoto (2001), aponta uma tendência à prática do ensino musical ser desenvolvida de forma a suavizar e tornar mais atraente o ensino de outras disciplinas, mais áridas em conteúdo, como matemática e história. A mesma autora, contudo, observa que a chamada globalização, em seu inexorável rompimento de tradições e fronteiras, impõe um papel adicional indispensável no ensino da música: apontar caminhos que preservem o conhecimento coletivo e individual sobre a informação musical intrínseca a identidades culturais nacionais. A função da música, nas instituições formadoras de professores, passaria então a adquirir um aspecto disciplinar, com as canções apontando modelos a serem imitados e preservados, objetivando fundamentalmente a integração de jovens à sociedade (Peixoto, 2001). Por algum tempo, houve a necessidade de formar cidadãos exatamente iguais, tal qual, sob medida. Isto é, a sociedade exigia alunos com mesmo formato e mesmo nível de aprendizagem. Entretanto percebeu-se que cada aluno era único, cada um com suas habilidades e deficiências, deficiências essas que acabaram por excluir alguns pequenos que não conseguiam acompanhar o ritmo de aprendizado desejado. As consequências derivadas dessa exclusão são avassaladoras, pois o aluno que se sente excluído pode fatalmente perder o interesse educacional, com reflexos em sua autoestima, tornar- se agressivo com familiares e amigos e até mesmo chegar a sucumbir ao uso de substâncias entorpecentes (Amato, 2006). É necessário valorizar o aluno, fazê-lo sentir-se importante, diminuindo essas diferenças. Assim, para diminuir essa lacuna existente entre os alunos, a música vem sobrepor-se como feixe de união, pois independente do ritmo musical, a música tem o dom de relaxar, fazer-nos refletir e liberar as emoções, não obstante sua possível profissionalização. A música é um instrumento educacional como qualquer outro, promovendo interação e integração social e sendo capaz de construir o senso de cidadania. Como ferramenta de integração sociocultural, não é exclusiva de escolas, uma vez que projetos sociais a usam como recurso para capturar a atenção de crianças que se encontram em zonas de periferia. Amato (2006) observou que através do estudo da música houve uma quebra de barreiras sociais, criando a interação de diferentes pessoas, categorias profissionais sendo possivel a realização de 40
  • 41. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL um mesmo trabalho. Gainza (1988) complementa que é através da música, que pode ser visto com clareza o trabalho. O homem tem necessidade de ser aceito e pertencer a organizações ou grupos, aos quais possa contribuir com seus talentos e habilidades. A música permite que um indivíduo demonstre tais talentos e expresse suas vocações artísticas. E a educação musical, nesse contexto, atua como fator gerador de transformação do aluno, levando-o, por meio de sua relação com a música, a uma melhor compreensão da diversidade cultural em que está inserido e uma maior sintonia sobre qual é sua relação e responsabilidade com a escola e a sociedade. METODOLOGIA E ANÁLISE DA COLETA DOS DADOS São inúmeras as formas de realizar um trabalho de pesquisa. No contexto deste estudo foram utilizadas técnicas há muito difundido e seguidas por várias áreas do universo acadêmico. A base teórica foi estabelecida através da realização de pesquisas, cujo conceito pode ser entendido como encontrar dentro de uma imensidão de informações das mais variadas áreas, aquelas que associadas aos conhecimentos inerentes do pesquisador, podem resolver ou propor soluções ao problema, objeto principal do estudo. Dentre as inúmeras modalidades existentes, a pesquisa bibliográfica foi a que melhor serviu aos propósitos do presente estudo. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em livros e artigos científicos já elaborados, sendo exigida como parte de quase todos os estudos encetados na área acadêmica, existindo pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (Gil, 2002, p. 41). O presente trabalho conta também com um estudo de caso, que é considerado um método de pesquisa exploratória que propicia uma maior profundidade no conhecimento de um ou poucos objetivos, viabilizando uma maior compreensão e uma noção minuciosa acerca do assunto averiguado. Pode ainda ser enquadrado como pesquisa aplicada, pois tem o objetivo de promover conhecimento para aplicações práticas, dirigidas à solução de um problema especifico (Gil, 2002). Para a coleta de dados foi feita uma entrevista gravada, autorizada pelo entrevistado, com o professor Carlos Cesar Miranda Martins, atuante na educação há mais de 20 anos. O professor Carlos trabalha em duas escolas municipais de ensino fundamental (EMEF Suzette Cuendet e EMEF Heloisa Abreu Júdice De Mattos). É formado em Educação Física e, embora não formado em música, trabalha com Bandas Maciais há 13 anos. 41
  • 42. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista Conforme já relatado anteriormente, após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tornar obrigatório o ensino da música na educação básica (Brasil, 2008), os Estados brasileiros não tinham outro caminho a não ser a implantação da música em seu currículo escolar. Em Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, não foi diferente, aproveitando-se, porém, proposta antecedente, por meio de documento que visava a elaboração e implantação de um Projeto de Educação Musical que foi chamado de “Vitória Musical”, desenvolvido nos anos de 2005 e 2006 por uma Equipe de Educação Musical (Vitória, 2006). Durante tal processo, fez-se necessário delimitar os quais seriam os princípios norteadores da proposta, sendo eleitas como atividades principais, em conformidade com preceitos da literatura a respeito, a execução/performance, composição e apreciação musical, com literatura e técnica musical sendo consideradas atividades secundárias (Freire, 2001; Penna, 1991). Assim, baseado nos princípios supracitados, foram desenvolvidos eixos de atuação, compreendendo a formação complementar e continuada para educadores sem formação inicial ou específica em música, coordenação e desenvolvimento de projetos de educação musical aproveitando professores habilitados com Licenciatura em Música na educação básica, implementação curricular do ensino de música nas escolas municipais e implantação de curso de formação oferecido a todos os profissionais das unidades de ensino, fora do horário de trabalho (Vitória, 2006). Segundo dados disponíveis no site da prefeitura Municipal do estado referido para o ano de 2012, a rede municipal de ensino de Vitória contava com 4.390 professores, dos quais aproximadamente 2.200 educadores já passaram por alguma formação em música. As ações formativas pedagógicas e educação musical têm como objetivo proporcionar condições para ampliação e aprofundamento do trabalho pedagógico, bem como o desenvolvimento cultural global do indivíduo. Nas duas escolas analisadas a música é trabalhada em forma de Bandas Marciais, consideradas como um grupo de músicos que na maioria das vezes apresenta-se ao ar livre, utilizando duas classes de instrumentos musicais: os metais e a percussão. Geralmente possuem um ritmo forte, adequado à marcha, e incorporam movimentos corporais em sua apresentação (Brum, 1994). A prática da música nas duas escolas citadas é trabalhada como atividade extracurricular, mas os alunos não são obrigados escolher a música, pois as escolas oferecem outras atividades optativas. Uma vez optando pela música o aluno se compromete a frequentar as aulas de música teórica e prática. A atividade acontece em horário extraclasse. Nas duas escolas, um total de 110 alunos é atendido com a educação musical, sendo todos os 42
  • 43. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL instrumentos oferecidos gratuitamente pelo município. O processo de inserção musical dos alunos é iniciado com as aulas práticas e chamado de formação da banca, segundo o entrevistado. São trabalhados os compassos e os ritmos utilizando o uso da matemática para a contagem dos compassos e intervalos. Para construir a relação entre a música e a matemática, inicialmente são trabalhados os conceitos de agudo e grave, grave e forte, timbre, intervalos musicais, consonância e dissonância, utilizando os instrumentos e as notas musicais. Para explicar os intervalos musicais o professor utiliza o uso de frações o qual é aplicado nas aulas práticas e teóricas. Como a escolha da atividade não é obrigatória e sim de livre vontade do aluno em participar percebe- se uma dedicação e zelo pela atividade, quanto ao comportamento do aluno em sala de aula, segundo o entrevistado. Há um comportamento diferenciado, de maior dedicação, comprometimento nos estudos, melhor desenvolvimento e raciocínio na disciplina de matemática. A música promove tanto processos de conhecimento quanto de autoconhecimento, uma vez que as maiorias dos jovens participantes veem a música como uma possível profissão. Tanto que, segundo o entrevistado, a maioria dos jovens participante da banda vislumbra uma perspectiva de ingresso na faculdade do Estado, a FAMES – Faculdade de Música do Espírito Santo. Há um envolvimento da comunidade e escola na atividade do aluno, pois a banda da escola participa das festas da comunidade onde as escolas estão localizadas, com acompanhamento efetivo dos pais e familiares dos alunos que tocam na banda. Nota-se que a música nas redes de ensino representa uma alternativa prazerosa de desenvolvimento individual e de socialização. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sendo o Brasil um país de grande extensão territorial, com enorme diversidade cultural, o estudo musical revela forte poder integrador, pois há o envolvimento sociocultural e desenvolvimento de aspectos cognitivos, até mesmo como prelúdio para uma possível profissionalização. Há uma preocupação com a capacitação dos educadores, pois a música deixou de ser tratada como instrumento de entretenimento, passando a ser trabalhada como instrumento de desenvolvimento de aspectos cognitivos, emocionais e socioculturais, uma ferramenta, portanto, de extrema importância no processo ensino-aprendizagem. Assim, cabe aos educadores e cidadãos aprovar e incentivar o ensino da música no ambiente escolar, sabendo os efeitos positivos provocados nas nossas crianças. 43
  • 44. :: FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACION Cemires Paulo Barros - Ruth Léa da Silva Nunes - Tacyana Cinthya Matos Batista A partir da análise da entrevista é visto claramente que embora o projeto preveja que Educação Musical seja uma disciplina obrigatória, a escola a realiza como atividade extracurricular, utilizada como forma de integração às demais disciplinas. Há relatos sobre outras escolas do município, especialmente aquelas de difícil acesso, onde a música, mesmo obrigatória por lei, ainda não é estudada, sequer como atividade optativa. Em alguns estados brasileiros a situação é pior, principalmente naqueles onde o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano é baixo e são precárias as condições e a realidade do setor de ensino. Nestes estados, muita das vezes, mesmo o ensino geral de artes, como artes visuais, música, teatro e dança, é inexistente. O documento norteador da proposta de atuação da equipe musical no município de Vitória prevê procedimentos diferentes para educação Infantil e nas Escolas de Ensino Fundamental, onde para atuar com a musicalização os professores pode ser formados em Artes e Educação Física, por exemplo. O presente estudo pode ser considerado como um ensaio preliminar, revelando ser interessante a continuidade do mesmo de forma mais ampla, buscando verificar de que forma a música é trabalhada, pois na região outras escolas trabalham a música de várias formas, tais como canto, orquestra de flauta doce, congo e instrumentos de cordas. Fica a proposta para em próxima oportunidade tal atuação ser mais bem detalhada. BIBLIOGRAFIA Amato, Rita de Cássia F. Breve retrospectiva histórica e desafios do ensino de música na educação básica brasileira. In: Periódico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM). OPUS, Campinas, n. 12, p. 144- 165, 2006. Acessível em: http://www. anppom.com.br/opus/opus12/08_Rita.pdf. Acesso em 12/08/2013. Barreto, S. J. e Silva, C. A. Contato – Sentir os Sentidos e a Alma – Saúde e Lazer Para o dia- a-dia. Blumenau: Acadêmica, 2004. Blagolini, Carlos H. MÚSICA: Ferramenta de Ensino para a construção de conhecimentos. Disponível em: http://www.artigonal.com/ educacao-infantil-artigos/musica-ferramenta-de-ensino- para-a-construcao-de-conhecimentos-3041682.html . Acesso em: 10/08/2013. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/ 2008/Lei/L11769.. Acesso em: 15/08/2013. 44
  • 45. SERIE ESTADOS DEL ARTE N°4 | Año 2013 :: A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ESTUDO DE CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL – VITÓRIA/ES – BRASIL Bréscia, Vera Lúcia P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003. Brito, Teca de A. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003. Brum, Oscar da S. Conhecendo a banda de música: fanfarras e bandas marciais. São Paulo: Ricordi, 1994. Correia, Marcos A. Música na Educação: uma possibilidade pedagógica. Revista Luminária, União da Vitória, PR, n. 6, p. 83-87, 2003. Publicação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória. ISSN 1519-745-X Fonterrada, Marisa Trench de O. De Tramas e Fios: Um Ensaio sobre Música e Educação. São Paulo: Editora UNESP, 2005. Freire, Vanda L. B. Currículos, apreciação musical e culturas brasileiras. Revista da ABEM, n. 6, set. 2001, p. 73 - 86. Gainza, Violeta H. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: Summus, 1988. Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Hofstadter, D.R. Gõdel, Escher, Bach: an eternal golden braid. New York: Vintage Books, 1979. Lobato, W. T. F. Reflexões sobre a prática pedagógico-musical de egressos da Pedagogia nos anos iniciais do ensino fundamental. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EMEDUCAÇÃO, 30., 2007, Caxambu, MG. Anais... Caxambu: ANPED, 2007. Disponível em: http://www.anped.org.br. Acesso em: ago. 2013. Nogueira, M.A. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003. Disponível em: www.proec.ufg.br. acesso em: 18/08/2013. Oliveira, Alda de Jesus. A pesquisa em psicologia da música. In. Anais do V Encontro Anual da Abem. V Simpósio Paranaense de Educação Musical. Londrina: Abem, pp. 59-86, 1996. Penna, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1991. Peixoto, Ana Maria C. A memória em Minas Gerais; entre o descarte e a preservação. In: Educação no Brasil; história e historiografia. Sociedade Brasileira de História da Educação (org.). Campinas : Autores Associados, 2001. (Coleção Memória da Educação, p.190) Rosa, Camila Simões. Educação Musical no ensino básico: Reflexões de uma pedagoga sobre 45