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* atualizado até a publicação da Portaria Conjunta RFB/PGFN n° 2 de 2011

Caro leitor.

Este “manual” procura fazer jus ao seu nome: servir de importante e rápida fonte
de informações sobre o parcelamento tributário criado pela Lei nº 11.941/2009, o
chamado “Refis da Crise” ou “Refis IV”, de tal forma que esteja sempre acessível,
nas “mãos” de quem possa interessar.

O seu conteúdo é bastante objetivo e resumido, no intuito de facilitar a consulta e
leitura, trazendo o texto das legislações de regência e das orientações fornecidas no
site da Receita Federal.

Qualquer dúvida, sugestão ou crítica será muito bem-vinda, e poderá ser
encaminhada para qualquer um de nós, da equipe Leite Melo & Camargo
Consultoria Tributária e Cursos.

Boa leitura!

Bauru-SP, fevereiro de 2011.

Omar Augusto Leite Melo – omar@omar.adv.br
Advogado e consultor tributário, pós-graduado em Direito Tributário, professor de
Direito Tributário, conselheiro no Conselho Municipal de Contribuintes de Bauru,
autor dos livros “Supersimples: anotado e comparado”, “ITBI” e “ISS sobre
cartórios”, bem como de vários artigos publicados em revistas especializadas.

Guilherme Vianna Ferraz de Camargo – guilherme@omar.adv.br
Advogado e consultor tributário, pós-graduado em Direito Tributário.

Adalberto Vicentini Silva – adalberto@omar.adv.br
Advogado e consultor tributário, pós-graduando em Direito Tributário.

Bruno Fernandes Rodrigues – bruno@omar.adv.br
Advogado e consultor tributário, pós-graduando em Direito Tributário.

Sintia Salmeron – sintia@omar.adv.br
Advogada e consultora tributária, pós-graduanda em Direito Tributário.


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ÍNDICE

1. Considerações iniciais .............................................................................. 2
2. Histórico dos “REFIS” ............................................................................ 3
3. Benefícios do “REFIS da Crise” .............................................................. 4
4. Débitos e contribuintes abrangidos ......................................................... 5
5. Reflexos na área penal .............................................................................. 8
6. Tipos de parcelamento ............................................................................. 9
7. Migração de um parcelamento para outro .............................................. 10
8. Etapas do parcelamento .......................................................................... 12
9. Reduções .................................................................................................. 18
10. Rescisão do parcelamento .......................................................................20
11. Antecipação das parcelas......................................................................... 21
Adendo 1: Lei nº 11.941/2009 ...........................................................................22
Adendo 2: Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009.....................................30
Adendo 3: Instrução Normativa RFB nº 968/2009 ......................................... 61
Adendo 4: Orientações encontradas no site da Receita Federal ....................66



1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

      A Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, prevê, em seus artigos 1º a 13, um
novo parcelamento especial voltado aos débitos administrados pela Receita Federal
do Brasil (RFB) e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), cujo
vencimento se deu até 30/11/2008.

       Muito embora não tenha recebido oficialmente nenhum nome, esse
parcelamento tem sido chamado de “REFIS 4” ou, ainda, de “REFIS da Crise”.

       Esse parcelamento de débitos vem sendo regulamentado por diversas
Portarias Conjuntas da PGFN e da RFB, com destaque para a Portaria Conjunta
PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009, e suas alterações, que regulamenta o
“Refis da Crise”.

      O seu prazo de adesão se iniciou em 17 de agosto de 2009, e encerrou em 30
de novembro de 2009. Por meio da Lei nº 12.249, de 2010, mais especificamente
em razão do seu artigo 65, §18, abriu-se uma “brecha” para tentar judicialmente uma
prorrogação desse prazo de adesão para até 31/12/2010. No entanto, foram
poucas as decisões judiciais favoráveis conseguidas pelos contribuintes em todo o
País.

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Temos encarado esse novo parcelamento como uma excelente oportunidade
para a administração do passivo tributário federal, bem como para a realização de
planejamento tributário.

       Com efeito, essa nova legislação veio atender aos anseios de inúmeros
devedores tributários, que vêem no REFIS uma chance para regularizar sua
situação fiscal junto à União (PGFN e RFB).


2. HISTÓRICO DOS “REFIS”.

        A expressão REFIS, oficialmente, somente apareceu na Lei nº 9.964/2000
que criou o “Programa de Recuperação Fiscal”. Aliás, vale esclarecer que REFIS
significa “recuperação fiscal”.

       Curiosamente, o Governo Federal vem disponibilizando parcelamentos
diferenciados de três em três anos:

    2000: por meio da citada Lei nº 9.964, foi criado o “autêntico” REFIS;
    2003: foi a vez do chamado parcelamento especial – PAES (REFIS 2),
     previsto na Lei nº 10.684/2003;
    2006: a Medida Provisória nº 303/2006 estabeleceu o Parcelamento
     Excepcional – PAEX (REFIS 3);
    2009: a Lei nº 11.941/2009 criou o parcelamento especial “sem nome”, que
     vem sendo tratado pela RFB e PGFN como “parcelamento ou pagamento à
     vista da Lei nº 11.941/2009”. Ocorre que, vulgarmente, vem sendo chamado
     de “REFIS da Crise”.

   Se o Fisco Federal continuar nesse ritmo, é provável que tenhamos em 2012 um
outro parcelamento diferenciado, que, talvez, seja batizado de “REFIS da Copa”,
diante da proximidade que terá com a Copa de 2014 no Brasil, ou, ainda, “REFIS
da Olimpíada”!

   Brincadeiras a parte, percebe-se que o contribuinte brasileiro, culturalmente,
pode contar com esses parcelamentos especiais, que não é prerrogativa apenas da
União, já que os Estados e os Municípios brasileiros também concedem
corriqueiramente tais benefícios (PPI do ICMS, Primavera Tributária, REFIS etc.).

   Essa prática frequente dos Fiscos acaba encorajando os contribuintes a
discutirem “teses tributárias” administrativa e judicialmente, assim como
“forçarem” alguns entendimentos fiscais, pois, caso percam no futuro, tais débitos
gerados poderão ser “tranquilamente” incluídos em parcelamentos dessa natureza.
                                                                                 3
Ou seja, os “REFIS” acabam servindo de meio para os contribuintes acertarem
seus débitos criados em razão de demandas administrativas e/ou judiciais.

   Agora, é óbvio que os “REFIS” servem como uma medida fiscal para o Fisco
incentivar seus contribuintes a regularizarem suas situações fiscais, principalmente
para aquelas pessoas que estão respondendo por crimes tributários ou, ainda, que
precisam da regularidade fiscal para fins de licitações públicas, empréstimos
bancários, venda de imóveis, adesão ao Simples Nacional etc.

   Por outro lado, paralelamente a esses parcelamentos diferenciados, o Governo
Federal prevê um parcelamento ordinário (comum) na Lei nº 10.522/2002,
regulamentado pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15, de 15/12/2009, em
sessenta parcelas mensais, sem qualquer desconto. Os débitos que remontem até
R$ 500.000,00 podem, inclusive, ser parcelados pela própria Internet (parcelamento
simplificado, que é um tipo de parcelamento ordinário).

   Enfim, os “REFIS” ajudam muito os contribuintes inadimplentes a se
regularizarem perante o Fisco.


3. BENEFÍCIOS DO REFIS DA CRISE

  O “REFIS da Crise” traz inúmeros benefícios aos devedores tributários da
União, valendo destacar os seguintes:

    Aumento no número de parcelas (mais do que 60 do parcelamento
     ordinário): à vista, 30, 60, 120 ou até 180 prestações mensais;
    Possibilidade de incluir inclusive débitos tributários retidos na fonte, mas
     não repassados (apropriação indébita): além de facilitar o pagamento, afasta
     o crime ou suspende processo penal em andamento;
    Anistias de multa e juros: os descontos variam de acordo com a forma de
     pagamento (faixa do parcelamento);
    Compreende tanto pessoas jurídicas como pessoas físicas: eis uma outra
     novidade desse parcelamento especial;
    Possibilidade de utilização de prejuízos fiscais (IRPJ) e bases de cálculo
     negativa (CSLL) para quitação de multas e juros: trata-se de uma subvenção
     criada pelo Governo para que o contribuinte com prejuízo fiscal (e base de
     cálculo negativa da CSLL) acumulado possa desová-lo no pagamento de
     multa e juros, aumentando ainda mais os descontos;
    Extinção dos encargos do Decreto-lei nº 1.025/69: isso implica numa
     significativa redução de 10% dos débitos inscritos em dívida ativa e de 20%
     para os débitos já ajuizados;
                                                                                  4
 Liberação de certidão positiva de débito com efeito de negativa: o REFIS é
     uma chance para o contribuinte regularizar seus débitos tributários e, assim,
     obter esta certidão exigida em licitações públicas, registros imobiliários e
     empréstimos bancários ou, ainda, por fornecedores e clientes. Aliás, a
     própria PGFN emitiu parecer determinando a expedição da certidão com a
     adesão ao REFIS e o pagamento da primeira parcela;
    Desnecessidade de garantia: a lei não pede nenhuma garantia, nem entrada
     mínima para o contribuinte aderir, mantendo-se, no entanto, as garantias até
     então existentes;
    Pessoa física responsabilizada pelos tributos devidos de pessoa jurídica
     poderá realizar o parcelamento em nome próprio: essa alternativa vem
     beneficiar principalmente os sócios de pessoas jurídicas que pararam de
     funcionar;
    Possibilidade do contribuinte amortizar seu saldo devedor a qualquer tempo
     (antecipadamente) com os mesmos descontos do pagamento à vista: desde
     que o contribuinte antecipe pelo menos doze prestações, terá o direito à
     mesma redução conferida para o pagamento à vista;
    Baixo valor das parcelas mínimas: as parcelas podem chegar ao valor mínimo
     de R$ 50,00 para pessoas físicas e R$ 100,00 para pessoas jurídicas. Para
     quem tinha outro parcelamento em andamento, a parcela é reduzida em 15%
     da prestação até então recolhida;
    A regularidade dos tributos correntes (vincendos) não é requisito para
     permanência no REFIS: o contribuinte pode se tornar inadimplente dos
     tributos do mês, sem que isso cause a rescisão do parcelamento;
    Seleção e escolha dos débitos a serem incluídos: compete ao contribuinte
     escolher os débitos que queira incluir no parcelamento, cabendo, inclusive,
     selecionar períodos ou débitos dentro de autos de infração, processos
     administrativos ou inscrições em Dívida Ativa;
    Opção por mais de um tipo de parcelamento ou pagamento à vista: o
     contribuinte poderá parcelar alguns débitos em 30 meses, outros em 60, 120
     ou 180 meses, bem como optar por pagar à vista.

   Enfim, trata-se de uma excelente oportunidade aberta pelo Governo Federal
para os contribuintes regularizarem suas situações fiscais.


4. DÉBITOS E CONTRIBUINTES ABRANGIDOS

   A começar pelos contribuintes beneficiados, a Lei nº 11.941/2009 oportuniza o
parcelamento diferenciado para pessoas jurídicas e pessoas físicas. O REFIS e o
PAEX (REFIS 3) compreenderam apenas as pessoas jurídicas. Já o PAES também
previa a inclusão de débitos de pessoas físicas.
                                                                                5
As pessoas jurídicas de direito público (Municípios, Estados, Distrito Federal, bem
como suas autarquias e fundações públicas) também poderam aderir a esse
parcelamento. Aliás, essa abertura não foi divulgada na mídia nem pela própria
Receita Federal, o que achamos um erro diante da vasta quantidade de entidades
públicas que carecem de um parcelamento dessa natureza. Com efeito, os
benefícios trazidos pela Lei nº 11.941/2009 são maiores do que aqueles previstos
na Lei nº 11.960/2009 (conversão da Medida Provisória nº 457/2008). Logo,
deveria servir como incentivo para os entes públicos, notadamente os Municípios.

   Importante também registrar que as microempresas (ME) e as empresas de
pequeno porte (EPP) também puderam aderir ao REFIS 4, ainda que sejam
optantes pelo Simples Federal (Lei nº 9.713/96) ou Simples Nacional
(“Supersimples” – Lei Complementar nº 123/2006).

   Todavia, de acordo com o artigo 1º, §3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB, não
pôde ser incluído no “REFIS da Crise” os débitos do Simples Nacional, ou seja, a
vedação é para os débitos do Simples Nacional, e não para os optantes do Simples
Nacional.

   Vale dizer que há discussões judiciais em torno dessa vedação, uma vez que ela
não está expressamente prevista na Lei nº 11.941/2009, tendo aparecido apenas na
Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009, norma complementar que não tem
poder para inovar o sistema jurídico, criando uma obrigação ou vedação não
prevista na lei. Em outras palavras, é discutível a validade dessa vedação, pois a
Portaria, nesse ponto, foi contrária à lei e, portanto, feriu o princípio da legalidade.
Há algumas decisões judiciais conferindo a inclusão desses débitos no Refis da
Crise.

    No mais, todos os débitos administrados pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) e pela Receita Federal do Brasil (RFB) poderão ser incluídos no
parcelamento. Isso significa dizer que não serão apenas os tributos federais que
poderão ser parcelados (IRPF, IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSLL, CIDE, ITR etc.),
mas também outros débitos não-tributários, tais como as multas da CLT e
eleitorais.

   Vale dizer que o FGTS não entra nesse parcelamento, por não ser administrado
pela RFB nem pela PGFN, mas sim pela Caixa Econômica Federal.

   Sobre o estágio dos débitos parceláveis, a legislação é clara ao permitir débitos
constituídos ou não (declarados, autuados ou não), inscritos ou não em Dívida
Ativa, ajuizados ou não. Com relação aos débitos que ainda não foram constituídos

                                                                                      6
ou confessados, vide Instrução Normativa RFB nº 1.049/2010 (que revogou a IN
RFB nº 968/2009).

   No tocante ao período envolvido, o benefício fiscal somente atinge os débitos
com vencimento até 30 de novembro de 2008. Logo, a referência é o vencimento do
débito, e não o seu período de apuração.

   A Lei nº 11.941/2009 admite o reparcelamento de débitos, autorizando a
migração de parcelamento anterior para o novo, ainda que aquele tenha sido
rescindido. Daí a possibilidade (necessidade) do contribuinte avaliar essa
possibilidade de trocar o REFIS 1, PAES, PAEX ou parcelamento ordinário pelo
“REFIS da Crise”.

   A migração do parcelamento ordinário para o “REFIS da Crise” sempre será
benéfico ao contribuinte, ou seja, sempre vai compensar essa troca, diante dos
descontos e, até mesmo, da redução das parcelas. Com relação às demais
migrações, importa estudar cada caso. Na maioria dos estudos que já fizemos, são
poucas as hipóteses em que a migração acabou não sendo mais vantajosa aos
contribuintes.

   A propósito, é importante dizer que nada impede que o contribuinte permaneça
em um outro tipo de parcelamento (REFIS 1, PAES, PAEX, parcelamento
simplificado) e, agora, entre no novo REFIS (da Crise) com outros débitos. Agora,
a legislação não permite a migração parcial de um parcelamento para outro: o
contribuinte deve optar por migrar totalmente de um parcelamento para outro ou
não fazer tal migração.

   Ainda sobre os débitos abrangidos, é importante separá-los de acordo com os
seguintes critérios ou modalidades:

    Débitos “virgens” (sem parcelamento anterior, ou que foram parcelados a
     partir de 28/05/2009) e débitos reparcelados (que já foram alvo de REFIS,
     PAES, PAEX, parcelamento ordinário): dependendo do tipo do débito,
     haverá diferenciação na redução da multa e dos juros, assim como também
     poderá interferir no valor da parcela mínima, caso tais parcelamentos
     estavam ativos até 30 de novembro de 2008;
    Débitos administrados pela Receita Federal do Brasil: separar os
     débitos previdenciários (INSS, sobre a folha de pagamento, como, por
     exemplo, cota patronal, empregados, SAT, terceiros) dos não
     previdenciários (sobre o lucro, faturamento, produtos, como é o caso do
     IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSLL). Cada um desses débitos será alvo de um
     parcelamento distinto;
                                                                                7
 Débitos administrados pela Procuradoria da Fazenda Nacional: idem
     ao ponto anterior;
    Débitos decorrentes da utilização indevida do crédito-prêmio do IPI: é
     preciso separar as dívidas que ainda estão na RFB e daquelas da PGFN.
     Neste caso, também haverá uma modalidade distinta de parcelamento para
     esses débitos, por órgão fazendário, e, ainda, o valor da parcela mínima será
     de R$ 2.000,00 por mês.

    Há outras duas modalidades que merecem tratamento específico dentro no
“Refis da Crise”: pagamento à vista com utilização de prejuízo fiscal e de base de
cálculo negativa da CSLL; e parcelamento com utilização de tais créditos fiscais.

   Por fim, cumpre repetir que o contribuinte pode selecionar os débitos que
entrarão no REFIS, conforme sua discricionariedade.


5. REFLEXOS NA ÁREA PENAL

   Os pagamentos à vista e parcelamentos tributário em geral trazem reflexos
automáticos e diretos nas representações fiscais, inquéritos policiais e ações penais
que versem sobre os crimes tributários.

   Com efeito, uma vez paga a dívida tributária, a punibilidade criminal é extinta. O
parcelamento, por sua vez, suspende a pretensão punitiva, independentemente da
sua fase processual.

    Neste aspecto, o REFIS da Crise permite o parcelamento de tributos retidos na
fonte, mas não repassados (INSS dos empregados, IRRF, por exemplo), o que
implica em apropriação indébita. Esses débitos, em regra, não eram passíveis de
parcelamento. Com o advento da Lei nº 11.941/2009 (seu artigo 35), na parte que
alterou a Lei nº 10.522/2002, regulamentada pela Portaria Conjunta PGFN/RFB
nº 15/2009, quando inferiores a R$ 500.000,00, esses débitos poderão ser
parcelados no chamado parcelamento simplificado. Neste sentido, o artigo 31 desta
referida portaria, e artigo 14-C da Lei nº 10.522/2002.

    Ademais, também poderão ser parcelados ou pagos à vista (neste momento, por
meio de antecipação de parcelas) com descontos significantes na multa punitiva
(75%, 125%, 150% ou 250%) e nos juros aqueles débitos decorrentes de auto de
infração, e que caracterizam, em tese, sonegação fiscal.




                                                                                    8
6. TIPOS DE PARCELAMENTOS

   O “REFIS da Crise” não pode ser considerado como um único parcelamento.
Na verdade, ele pode representar um conjunto de parcelamentos, pois, conforme
escrito acima, haverá mais de uma modalidade distinta de parcelamento:

    Débitos na RFB: um parcelamento para débitos previdenciários (INSS),
     outro para não previdenciários (“demais débitos”). Ainda, sofrerá um
     parcelamento distinto aqueles débitos “virgens” (não parcelados
     anteriormente) daqueles que serão reparcelados. Só aqui, denota-se que são
     quatro parcelamentos diferentes;
    Débitos na PGFN: idem;
    Utilização indevida do crédito-prêmio do IPI (decorrente de
     entrada/compra de produtos isentos, imunes ou sujeitos à alíquota zero):
     também serão formalizados parcelamentos diferenciados para tais débitos, e
     por órgão (RFB e PGFN);
    Dentro dos débitos “não virgens”, ou seja, que estão sendo reparcelados,
     ainda será individualizado por tipo do parcelamento anterior: REFIS, PAES,
     PAEX ou parcelamento ordinário.

  Essas modalidades de parcelamento terão abatimentos diferenciados, assim
como também ficarão com parcelas mínimas distintas.

   Diante desse número de modalidades, muitos contribuintes acabaram errando
na seleção das modalidades que efetivamente pretendiam aderir, gerando uma
incerteza quanto à possibilidade de se corrigir tais seleções. Algumas unidades da
RFB e da PGFN já vinham admitindo a retificação por parte dos contribuintes;
mas a maioria infelizmente não. Teve contribuinte que acabou entrando com ação
judicial para conseguir essa retificação.

   Por meio da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2010, mais especificamente
o seu artigo 9º, que alterou a redação do artigo 20 da Portaria Conjunta
PGFN/RFB nº 6/2009, constou a competência dos Delegados da RFB e dos
Procuradores Seccionais da PGFN julgarem pedidos relativos à retificação e
regularização de adesões.

    Agora, por meio da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, essa permissão
se tornou expressa. No prazo que vai de 1º a 31 de março (artigo 1º, I, “b”), o
contribuinte interessado poderá retificar a modalidade de parcelamento, seja para
alterar como para incluir nova modalidade, nos termos do artigo 3º desta portaria. O
artigo 1º, §2º, determina que essa retificação se dará eletronicamente, nos sites da
RFB ou PGFN.
                                                                                  9
A retificação poderá consistir, segundo o §1º do artigo 3º da Portaria Conjunta
nº 2/2011 em:

   I – alterar uma modalidade, cancelando a modalidade indevidamente requerida e
substituindo-a por nova modalidade de parcelamento; ou
   II – incluir nova modalidade de parcelamento, mantidas as modalidades
anteriormente requeridas.

   Um cuidado especial que os contribuintes deverão ter nessas retificações
corresponde ao acerto das antecipações até então realizadas, ou seja, o contribuinte
também deverá retificar (pagar ou complementar) as antecipações desde o mês de
adesão (ou desde novembro/2009, na hipótese de inclusão de nova modalidade),
sob pena de indeferimento do parcelamento. Esses pagamentos deverão ocorrer até
o mês anterior ao da conclusão da consolidação, ou seja, no mês anterior aos
prazos fixados no artigo 1º, incisos III a V, da Portaria Conjunta nº 2/2011,
dependendo do tipo de contribuinte.


7. MIGRAÇÃO DE UM PARCELAMENTO PARA OUTRO

   Como já informado, é possível transferir os débitos que estejam parcelados
(REFIS, PAES, PAEX, parcelamento ordinário) para o parcelamento da Lei nº
11.941/2009. Reforçando o que também já foi dito, somente será cabível a
migração total de um parcelamento para o outro. Ademais, nada impede que o
contribuinte entre no novo REFIS e, ainda, continue pagando um outro
parcelamento.

  Uma vez escolhida a migração para o novo REFIS, a legislação é clara (e óbvia)
ao determinar que a nova adesão implicará em desistência automática e
compulsória do parcelamento anterior.

   Vale dizer que a migração pressupõe que o parcelamento esteja ativo até a data
da opção pelo novo REFIS.

   Agora, é preciso ter cautela no momento de fazer tal migração.

    A legislação determina as seguintes consequências para os débitos que sofram
tal migração:

       O saldo devedor originário será aquele da data da consolidação do
        parcelamento anterior, sem qualquer redução;

                                                                                 10
 Sobre esse saldo devedor, incidirá a SELIC até a data da nova adesão;
       Os pagamentos realizados pelo contribuinte durante o parcelamento
        anterior também deverão ser atualizados pela SELIC (saldo credor);
       Deverá ser feito um encontro de contas entre o saldo devedor e o saldo
        credor apurados conforme acima explicado;
       O que a legislação não prevê é a maneira pela qual serão computadas as
        prestações pagas, ou seja, não há qualquer explicação sobre a amortização
        dos débitos;
       Entendemos que poderá ser aplicado o critério da proporcionalidade ou,
        então, fazer a imputação dos pagamentos de acordo com o que estatui o
        artigo 163 do CTN, ou seja: I – em primeiro lugar, aos débitos por
        obrigação própria e, em segundo lugar, aos decorrentes de
        responsabilidade tributária; II – primeiramente, às contribuições de
        melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III – na ordem
        crescente dos prazos de prescrição; e IV – na ordem decrescente dos
        montantes. Neste ponto, o artigo 5º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº
        6/2009 apenas menciona que “computadas as prestações pagas, os
        débitos que compõem os saldos remanescentes dos parcelamentos
        referidos no art. 4º serão restabelecidos à data da solicitação do novo
        parcelamento, com os acréscimos legais devidos na forma da legislação
        aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores”.

   A migração de um parcelamento para outro refletirá no valor mínimo da
parcela, que não será os R$ 50,00 ou R$ 100,00. Conforme prevê o artigo 9º, §1º,
da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009:

         “Art. 9º. Para apuração do valor das prestações relativas aos parcelamentos previstos
         neste Capítulo, será observado o disposto neste artigo.
         §1º. Em relação aos débitos objeto dos parcelamentos referidos no art. 4º que estejam
         ativos no mês anterior ao da publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de
         dezembro de 2008 [novembro de 2008], e sejam:
         I – provenientes do Programa Refis, a prestação mínima será o equivalente a 85%
         (oitenta e cinco por cento) da média das prestações devidas entre os meses de dezembro
         de 2007 a novembro de 2008; e
         II – provenientes dos demais parcelamentos, a prestação mínima será o equivalente a
         85% (oitenta e cinco por cento) do valor da prestação devida no mês de novembro de
         2008”.

   O §2º do mesmo dispositivo se refere exclusivamente aos débitos que estavam
no REFIS (1), e a exclusão do programa ocorreu entre dezembro de 2007 a
novembro de 2008:

                                                                                            11
“§2º. No caso de débitos já parcelados no programa Refis, cuja exclusão do programa
          tenha ocorrido no período compreendido entre os meses de dezembro de 2007 a
          novembro de 2008, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por
          cento) da média das prestações devidas no Programa nesse período”.

   E quando o contribuinte possuía mais de um parcelamento ativo, e insere dois
ou mais no novo REFIS? Cada débito reparcelado deverá observar a
particularidade dos parcelamentos migrados, consoante §3º do citado artigo 9º:

          “§3º. No caso de débitos provenientes de mais de um parcelamento, a prestação
          mínima será equivalente ao somatório das prestações mínimas definidas nos §§ 1º e
          2º.”

   Finalmente, para os demais casos, assim estatui o § 4º, que se aplica, vale
destacar, àqueles débitos que foram anteriormente parcelados (REFIS, PAES,
PAEX, parcelamento ordinário), mas estavam rompidos (não ativos) antes das
datas acima destacadas, quando, então, observarão as parcelas mínimas de R$ 50,00
(pessoa física) ou R$ 100,00 (pessoa jurídica):

          “§4º. Os casos que não se enquadrem nas hipóteses previstas nos §§1º e 2º deverão
          observar a prestação mínima estipulada no art. 3º”.

   Portanto, é importante estudar os benefícios de se migrar de um parcelamento
para o outro, pois, conforme dispõe a legislação, a migração implicará na
desistência compulsória e irretratável do parcelamento anterior.

    A Lei nº 11.941/2009 e a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 foram
omissas a respeito da possibilidade, ou não, do contribuinte migrar para o REFIS 4
o chamado “parcelamento especial para ingresso no Simples Nacional”. O Fisco
não admite amigavelmente essa migração, como se veiculou através de uma
orientação no site da Receita, mas isso poder ser revertido na via judicial, diante da
ausência de lei em contrário e, ainda, para não criar um tratamento tributário
piorado para ME/EPP optante pelo Simples Nacional.


8. ETAPAS DO PARCELAMENTO.

   Entre 17 de agosto a 30 de novembro de 2009, estavam abertas as adesões para o
novo REFIS. Trata-se da primeira etapa do parcelamento: fase das adesões. A Lei nº
12.249/2010, em seu artigo 65, §18, deu uma brecha para se tentar uma reabertura
na via judicial até 31/12/2010, mas o fato é que poucas foram as decisões judiciais
favoráveis neste sentido.

                                                                                          12
Nesta etapa da adesão, os contribuinte apenas manifestaram seu interesse de
entrar no REFIS da Crise e, se for o caso, migrar os débitos de um parcelamento
anterior para esse novo (quando, então, tiveram que desistir daquele outro
parcelamento em andamento). Além disso, neste primeiro momento, os
contribuintes tiveram que selecionar as modalidades de parcelamentos. Conforme já
comentado acima, no final do tópico 6, a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011
flexibilizou aquela indicação original, permitindo expressamente a retificação dessas
seleções de modalidades entre os dias 1º a 31 de março de 2011.

   Importante notar que a Lei nº 11.941/2009 não prevê a exigência de garantia
para os contribuintes entrarem no novo parcelamento, ressalvando apenas a
permanência das garantias até então existentes (penhora, arresto, arrolamento).
Assim, a simples adesão ao REFIS evita a penhora para aqueles contribuintes que
foram recentemente citados em execuções fiscais.

   Aliás, o artigo 127 da Lei nº 12.249/2010 prevê:


          “Art. 127. Até que ocorra a indicação de que trata o art.5o da Lei 11941, de 27 de
          maio de 2009, os débitos de devedores que apresentaram pedidos de parcelamentos
          previstos nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei 11941, de 27 de maio de 2009, vencidos até 30
          de novembro de 2008, que tenham sido deferidos pela administração tributária devem
          ser considerados parcelados para os fins do inciso VI do art. 151 da Lei 5172, de 25
          de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

          Parágrafo único. A indicação de que trata o art. 5o da Lei 11941, de 27 de maio de
          2009, poderá ser instada a qualquer tempo pela administração tributária”.


   Logo, o contribuinte optante que, no período em que já se encontrava no “Refis
da Crise” (adesão), teve a sua dívida (ora parcelada) inscrita em dívida ativa ou,
ainda, ajuizada, poderá requerer a nulidade da CDA ou extinção da execução fiscal, na
medida em que, com a mera adesão (e indicação da modalidade do parcelamento
que abrange o débito inscrito ou ajuizado) teve o condão de suspender a
exigibilidade do crédito tributário.

   Vale insistir: tais contribuinte devem pedir a extinção da execução fiscal ajuizada
durante o período em que ele já estava no “Refis da Crise”. Não se trata de
hipótese de suspensão! Cabe exceção de pré-executividade para pedir isso
judicialmente, inclusive com direito condenação em honorários advocatícios.

   Com efeito, o deferimento do parcelamento, que se dará na data em que o
sujeito passivo concluir a apresentação das informações necessárias (artigos 4º a 11
                                                                                           13
da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011), retroage à data do requerimento de
adesão. Neste sentido, o artigo 12, §1º da Portaria Conjunta nº 2/2011 (e artigo 16
da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009).

    Por outro lado, quanto aos débitos que o contribuinte incluir no Refis somente
a partir de requerimento de retificação da modalidade (artigo 3º da Portaria
Conjunta nº 2/2011), a CDA até então formalizada ou a execução fiscal já ajuizada
não serão canceladas, conforme artigo 12, §3º desta mesma norma complementar.
Realmente, aqui a situação é diferente: o contribuinte errou na seleção original da
modalidade de parcelamento, retificando apenas posteriormente, quando a CDA já
estava (corretamente) inscrita ou a execução fiscal já (corretamente) ajuizada.

    Outra vantagem do REFIS é que ele dispensa a regularidade fiscal do tributos
vincendos, e, ainda, não força o contribuinte a parcelar os débitos posteriores a
novembro de 2008. Aliás, desde já vale a pena dizer que a inadimplência dos
tributos correntes (“dom mês”) não causará a exclusão do REFIS. A legislação
exige apenas a regularidade dentro no próprio REFIS da Crise.

    No entanto, nessa primeira etapa, o contribuinte ainda não apontou quais são os
débitos (re)parcelados. Isso somente ocorreu na segunda fase do parcelamento, qual
seja: etapa da consolidação, que se iniciou em junho de 2010 (até 16/08/2010), quando
o optante pelo Refis teve que indicar se incluiria todos os débitos parceláveis
(declaração do “sim”) ou apenas parte deles (declaração do “não”). Dentro desse
prazo, o contribuinte que optou pela inclusão parcial dos débitos parceláveis, teve
que entregar nas unidades da PGFN e da RFB, conforme competência de cada um
desses órgãos, formulário “em papel” (anexos à Portaria Conjunta PGFN/RFB nº
3/2010) apontando especificamente quais débitos, então, seriam incluídos. Tratam
desse assunto as Portarias Conjuntas PGFN/RFB nº 3, 11 e 13, todas de 2010.

   O apontamento desses débitos deveria ter sido feito até 16/08/2010, mas
acabou não sendo algo definitivo. A Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011
voltou a determinar que os contribuintes apontem novamente os débitos que
pretendem parcelar, juntamente com outras informações (artigos 4º a 11 desta
Portaria), cabendo a inclusão de novos débitos que foram esquecidos naquela
primeira oportunidade.

  Essa fase final da consolidação vem disciplinada na Portaria Conjunta
PGFN/RFB nº 2/2011.

   O artigo 1º dessa Portaria criou prazos para os contribuintes optantes do Refis:

    I – todos os contribuintes que optaram pelo “Refis da Crise”, no período de 1º a
    31 de março de 2011, deverão:
                                                                                      14
a) consultar os débitos parceláveis em cada modalidade; e
b) retificar modalidades de parcelamento, se for o caso (conforme artigo 3º);

II - no período de 4 a 15 de abril de 2011, prestar as informações necessárias à
consolidação, no caso de pessoa jurídica optante por modalidade de pagamento à
vista com utilização de créditos decorrentes de Prejuízo Fiscal ou de Base de
Cálculo Negativa da CSLL. Ou seja, esse prazo somente alcança quem optou
pelo “pagamento à vista” com aproveitamento desses créditos fiscais, não
alcançando quem pediu o parcelamento com aproveitamento de tais créditos
fiscais;

III - no período de 2 a 25 de maio de 2011, prestar as informações necessárias à
consolidação:
a) de todas as modalidades de parcelamento, no caso de pessoa física. Ou seja, as
pessoas físicas (CPF) deverão informar nesse prazo; e
b) da modalidade de Parcelamento de Débitos Decorrentes do Aproveitamento
Indevido de Créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no
caso de pessoa jurídica.
Portanto, essa modalidade especial de parcelamento ganhou um prazo especial.
Pelo que depreende do texto normativo, a pessoa jurídica que também tiver
incluído no Refis outros débitos (que não sejam do IPI decorrente do
aproveitamento indevido de crédito relativo às operações de entrada isentas,
imunes ou sujeitas à alíquota zero) terá que observar os outros prazos abaixo
fixados, no que diz respeito a esses demais débitos.
Em outras palavras, esse prazo envolve apenas esta modalidade específica de
parcelamento. O que justifica esse prazo especial é que tais débitos ensejam
uma parcela mínima de R$ 2.000,00, e serão parceladas separadamente dos
demais débitos não previdenciários;

IV - no período de 7 a 30 de junho de 2011, prestar as informações necessárias
à consolidação das demais modalidades de parcelamento, no caso de pessoa jurídica
submetida ao acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial
no ano de 2011 ou de pessoa jurídica que optou pela tributação do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) no ano-calendário de 2009 com base no Lucro Presumido, cuja
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) do
exercício de 2010 tenha sido apresentada até 30 de setembro de 2010.
Aqui, temos as seguintes considerações a serem feitas:
a) esse prazo refere-se aos “demais débitos”, ou seja, que não seja de IPI
decorrente de aproveitamento indevido de créditos utilizados sobre as compras
com IPI isento, imune ou alíquota zero;
b) não envolve as pessoas físicas, mas apenas as pessoas jurídicas ali
mencionadas, que serão identificadas na sequência;
                                                                                15
c) nem todas as pessoas jurídicas se submeterão a esse prazo;
   d) o primeiro grupo de pessoas jurídicas são aquelas com “acompanhamento
   econômico-tributário diferenciado e especial” em 2011, ou seja, aquelas pessoas
   tratadas nos artigos 2º e 3º da Portaria RFB nº 2.357, de 14/12/2010. São elas:
   I) cuja receita bruta anual em 2009 for superior a R$ 90.000.000,00; II – quem
   declarou débitos em DCTF, relativamente ao ano de 2009, em montante
   superior a R$ 9.000.000,00; III – possui “massa salarial” (folha de salário) anual
   em 2009 informado em GFIP, no valor superior a R$ 15.000.000,00; ou IV –
   declarou débitos em GFIP referente ao ano de 2009 superior a R$
   5.000.000,00. Portanto, a pessoa jurídica que se enquadrar em um desses itens, e
   tenha optado pelo regime tributário do lucro presumido, real ou arbitrado
   (logo, com afastamento apenas do Simples Nacional!), terá que prestar as
   informações dentro desse prazo;
   e) também se sujeitam a esse prazo, continua o inciso IV do artigo 1º da
   Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, as pessoas jurídicas sujeitas ao
   LUCRO PRESUMIDO no ano de 2009, cuja DIPJ de 2010 (relativa a 2009)
   tenha sido apresentada até 30/09/2010. Aqui uma observação: pelo que consta
   no texto normativo, a pessoa jurídica que tenha entregue a DIPJ com atraso, ou
   melhor, após 30/09/2010, não se submeterá a este prazo, caindo na “vala
   comum” do inciso V.

   V – finalmente, no período de 6 a 29 de julho de 2011, por exclusão, as
   “demais pessoas jurídicas” (não previstas no inciso anterior) deverão prestar as
   informações necessárias à consolidação das “demais modalidades de
   parcelamento” (que não seja o IPI tratado no inciso III, letra “b”).

   As pessoas jurídicas localizadas nos municípios da região serrana do Estado do
Rio de Janeiro, listados na Portaria MF nº 24, de 19/01/2011, que foram afetados
pelas enchentes, prestarão as informações necessárias no período compreendido
entre 1º a 12 de agosto de 2011.

   Nessa fase de finalização da consolidação, aberta pela mencionada Portaria
Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, o contribuinte terá que informar quais débitos
serão incluídos no novo parcelamento. Ademais, somente nessa etapa final é que o
contribuinte deverá prestar as informações citadas nos artigos 4º a 11 dessa
portaria, ou seja:

       Indicar o montante disponível de prejuízo fiscal e de base de cálculo
        negativa da CSLL, referente a períodos de apuração encerrados até
        27/05/2009, que pretende utilizar para quitação de multa e de juros
        (tanto no pagamento à vista como no parcelamento);


                                                                                  16
 Confessar os “demais débitos não previdenciários”, ainda não
        constituídos, vencidos até 30/11/2008, em relação aos quais o sujeito
        passivo esteja desobrigado da entrega de declarações à RFB, conforme
        artigo 2º, III, da IN RFB nº 1.049/2010;
       Indicar, por meio de declaração eletrônica, os débitos a serem parcelados
        ou aqueles que foram pagos à vista (neste último caso – pagamento à
        vista - apenas para quem vai utilizar prejuízo fiscal ou base negativa da
        CSLL). Vale dizer: indicar “de novo”, já que o contribuinte já teve que
        fazer isso em 2010 (até 16/08/2010), ao declarar “sim” (inclusão total dos
        débitos parceláveis) ou “não” (inclusão parcial, cujos débitos foram
        apontados e entregues na RFB/PGFN mediante formulário em papel). A
        Portaria Conjunta nº 2/2011, no § 3º do seu artigo 9º, fala apenas em
        “inclusão” de (novos) débitos não indicados anteriormente. Agora, seria
        possível excluir (ou substituir) algum débito anteriormente indicado?
        Pensamos que não, pois portarias anteriores mencionaram que aqueles
        apontamentos seriam irretratáveis (artigos 1º, §3º, da Portaria Conjunta nº
        3/2010; e 1º, §4º, da Portaria Conjunta nº 11/2010).
       Indicar a “faixa de prestações” (até 30; até 60; até 120; ou até 180), para
        as modalidades de parcelamento de dívidas não parceladas anteriormente.
        Essa informação é necessária para o cálculo do abatimento das multas e
        dos juros.
       Indicar os montantes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa d
        CSLL a serem utilizados para quitação de multa e juros nos parcelamentos
        ou no pagamento à vista. Aliás, os artigos 5º a 8º da Portaria Conjunta nº
        2/2011 normatizam esse tema.
       Indicar o número de prestações pretendido (exceto no caso de
        pagamento à vista com utilização de créditos fiscais).

    Essa etapa de conclusão da consolidação de modalidade somente será efetivada
se o sujeito passivo tiver efetuado, em até 3 (três) dias úteis antes do término dos
prazos fixados no artigo 1º, conforme o caso, o pagamento das antecipações ou do
saldo devedor de que trata o artigo 28 da Portaria Conjunta 6/2009 (pagamento à
vista efetuado tenha sido insuficiente para quitar o débito, na hipótese de
aproveitamento de prejuízo fiscal).

   Até o momento da consolidação final, do “deferimento final” do parcelamento,
o contribuinte vai pagar o parcelamento de conformidade com as parcelas mínimas.

   Finalmente, a       respeito dos débitos com exigibilidade suspensa, que o
contribuinte deseja    incluir no “Refis da Crise”, a legislação exige a desistência das
discussões judiciais   ou administrativas. No caso das discussões judiciais, vale dizer
que isso somente       será necessário quando o débito estiver “com exigibilidade
                                                                                     17
suspensa” (liminar, tutela antecipada, depósito). Os prazos para o contribuinte
cumprir essa exigência variaram: originalmente, era 30 dias a contar do deferimento
do termo de adesão; depois, passou para o dia 1º de março de 2010; reabriu para 30
de setembro de 2010; e, agora, por meio do artigo 13 da Portaria Conjunta
PGFN/RFB nº 2/2011, esse prazo foi reaberto até o último dia útil do mês
subseqüente à ciência do deferimento da respectiva modalidade de parcelamento ou
da conclusão da consolidação de que trata o artigo 28 da Portaria Conjunta nº
6/2009. Aliás, a desistência pode até mesmo ser dispensada, quando se tratar de
impugnação ou recurso administrativo, consoante o §3º do artigo 13 da Portaria nº
2/2011.


9. DAS REDUÇÕES.

   O novo REFIS traz reduções nas multas e nos juros, bem como afasta os
encargos do Decreto-lei nº 1.025/69 (de 10% para débitos inscritos em Dívida
Ativa; e 20% para débitos ajuizados).

    No caso das multas, o REFIS reduz tantos as multas moratórias (de 20%,
relativas a débitos declarados e não pagos) como também as multas punitivas, de
ofício (de 75% a 150%, decorrentes de auto de infração. Dependendo do débito e
do número de prestações, as multas moratórias e de ofício sofrerão descontos de
100% a 60%.

   A legislação também prevê redução para as multas isoladas (que decorrem do
descumprimento de obrigações acessórias, como é o caso, por exemplo, da multa
por atraso na entrega da DCTF, ou das multas trabalhistas por descumprimento da
CLT). As reduções oscilam entre 20% a 40%.

   Os juros também sofrerão descontos que vão de 45% a 25%.

   Outra excelente vantagem para os débitos que estejam na PGFN é a eliminação
de 100% dos encargos do Decreto-lei nº 1.025/69. Isso, por si só, já tem o condão
de reduzir o débito em 10% ou 20%,conforme o caso.

    No site da Receita Federal do Brasil consta o seguinte quadro resumo, que
facilita a análise desses descontos previstos no REFIS da Crise:




                                                                                18
Parcelamento
                                                                            Saldo Remanescente de
                        Pagamento Dívidas não Parceladas                  Parcelamentos Anteriores –
                          à vista  Anteriormente (nunca                       Refis, Paes, Paex e
                                    parceladas até o dia                   Parcelamentos Ordinários
                                        27/05/2009)
                                                                        (parcelados até o dia 27/05/2009)
                         Vencidos
 Débitos abrangidos         até          Vencidos até 30/11/2008             Vencidos até 30/11/2008
                        30/11/2008
                                     Nos sítios da PGFN ou
 Prazo para efetuar o                                                     Nos sítios da PGFN ou RFB na
                                       RFB na Internet de
      pedido de                                                          Internet de 17/08/2009 até às 20
                        30/11/2009 17/08/2009 até às 20 horas
   parcelamento ou                                                       horas (horário de Brasília) do dia
                                   (horário de Brasília) do dia
  pagamento à vista                                                                 30/11/2009
                                           30/11/2009
                                         2a    31 a   61 a     121 a
Número de Prestações    Não se aplica                                                   180
                                         30     60    120       180
                                        Não se Não se Não se   Não se                         Parcelamento
 Origem dos Débitos     Não se aplica
                                        aplica aplica aplica   aplica   Refis Paes Paex
                                                                                                Ordinário
               Multas
              de Mora
                          100%          90%    80%    70%      60%      40%    70%    80%        100%
                e de
               Ofício
 Reduções Multas           40%          35%    30%    25%      20%      40%    40%    40%         40%
concedidas Isoladas
               Juros
                           45%          40%    35%    30%      25%      25%    30%    35%         40%
              de Mora
              Encargo
                          100%          100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%                       100%
               Legal


   Sobre o valor de cada parcela será acrescido de juros SELIC, a partir do mês
subseqüente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de 1% para
o mês do pagamento.

    No tocante à utilização do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa, a
legislação autoriza a quitação desses “créditos” com multas e juros. Diferentemente
do que ocorreu no REFIS 1, no novo REFIS não será admitia compensação com
prejuízo de terceiros. Os artigos 27 e 28 da Portaria Conjunta nº 6/2009
regulamentam esse benefício, assim como os artigos 5º a 8º da Portaria Conjunta nº
2/2011.

   O contribuinte poderá utilizar até 25% do prejuízo fiscal e 9% da base negativa.

   Uma observação a respeito da apuração do prejuízo fiscal e da base de cálculo
negativa para fins de compensação com multa e juros no Refis da Crise: o artigo 27,
§3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 determina que tais “créditos”
devem ser “relativos aos períodos de apuração encerrados” até 28/05/2009 (data
                                                                                                         19
de publicação da Lei nº 11.941). Portanto, é preciso atentar para esse encerramento
do último período de apuração anterior a maio/2009.

    Nesse sentido, o contribuinte deverá apurar o prejuízo fiscal (base de cálculo
negativa) em 31/03/2009 (1º trimestre/2009), caso apure trimestralmente o IRPJ
(artigo 220 do RIR/99); se a empresa apurar anualmente o IRPJ (artigo 221 do
RIR/99), o valor corresponderá ao prejuízo fiscal (ou base negativa) em
31/12/2008, consoante artigos 15 e 16 da Lei nº 9.065/1995 e artigos 220 e 221 do
RIR/99.


10. RESCISÃO DO PARCELAMENTO

   A legislação aponta apenas uma única causa de rescisão do REFIS da Crise:
inadimplência das parcelas do próprio REFIS.

   Sendo assim, o contribuinte pode se tornar inativo, como também pode deixar
de pagar os tributos correntes ou outros parcelamentos paralelamente vigentes que
não perderá o REFIS.

   Assim dispõe o artigo 21 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009:

          “Art. 21. Implicará rescisão do parcelamento e remessa do débito para inscrição em
          DAU ou prosseguimento da execução, conforme o caso, a falta de pagamento:
          I – de 3 (três) prestações, consecutivas ou não, desde que vencidas em prazo superior a
          30 (trinta) dias; ou
          II – de, pelo menos, 1 (uma) prestação, estando pagas todas as demais”.

   Existe uma certa dificuldade de se entender esse inciso II. Temos dado a
seguinte interpretação: onde está escrito “demais”, ler como “posteriores”. Ou seja,
se um contribuinte estiver com três prestações em aberto, e resolver pagar apenas
mais recente, deixando, portanto, em aberto, as duas prestações mais antigas, ele
será excluído do REFIS. Nesse caso, para fugir da exclusão, o contribuinte terá que
pagar, sempre, a parcela mais antiga em aberto.

    O §1º concede um importante fôlego ao contribuinte, ao estabelecer que “a
prestação paga com até 30 (trinta) dias de atraso não configura inadimplência para os fins
previstos neste artigo”.

  Quanto aos efeitos da rescisão do REFIS, os artigos 21 e 22 da Portaria
Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 aduzem:

          “Art. 21.
                                                                                              20
...........................................................................
         § 2º A rescisão implicará:
         I - exigibilidade imediata da totalidade do débito confessado e ainda não pago;
         II - cancelamento dos benefícios concedidos, inclusive sobre o valor já pago ou liquidado
         mediante utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL; e
         III - automática execução da garantia prestada, quando existente.
         § 3º Ocorrendo a rescisão do parcelamento:
         I - será efetuada a apuração do valor original do débito, restabelecendo-se os acréscimos
         legais na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos
         geradores até a data da rescisão;
         II - serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as prestações pagas,
         com acréscimos legais até a data da rescisão.
         § 4º O sujeito passivo será comunicado da exclusão do parcelamento por meio
         eletrônico, com prova de recebimento, nos termos dos §§ 7º a 10 do art. 12.
         § 5º A desistência do parcelamento, a pedido do sujeito passivo, produz os mesmos
         efeitos da rescisão de que trata este artigo, não sendo cabível o recurso previsto nos arts.
         23 a 26.
         Art. 22. A rescisão de que trata o art. 21 produzirá efeitos no 1º (primeiro) dia
         subsequente ao término do prazo para interposição de recurso de que tratam os arts.
         23 a 26.
         § 1º A liquidação integral do débito consolidado, desde que efetuada antes do prazo
         para produção dos efeitos a que se refere o caput, prejudica a rescisão.
         § 2º No caso dos parcelamentos de que trata esta Portaria, aplica-se o disposto no art.
         17”.

   Os artigos 23 a 26 da Portaria Conjunta nº 6/2009 também trazem disposições
acerca do processo administrativo de rescisão do parcelamento. Ao contrário do
que vinha sendo feito nos outros parcelamentos, cuja rescisão se dava
unilateralmente, e com publicação em Diário Oficial.

   A exclusão deverá ser comunicada por meio eletrônico, “com prova de
recebimento”. O contribuinte terá o prazo de dez dias para recorrer contra a
exclusão, cujo recurso terá efeito suspensivo.


11. ANTECIPAÇÃO DAS PARCELAS

    Uma outra excelente alternativa concedida pela Lei nº 11.941/2009 trata-se do
direito do contribuinte antecipar parcelas do parcelamento com os mesmos
benefícios do pagamento à vista. Para tanto, ele deve pagar, no mínimo, um “lote”
de doze parcelas.


                                                                                                  21
Neste caso, o contribuinte terá descontos, sobre essas parcelas antecipadas,
equivalentes aos previstos para pagamento à vista.

  O artigo 17 da Portaria Conjunta PGFN/RFB disciplina essa situação dessa
maneira:

         “Art. 17. O sujeito passivo que mantiver ativos os parcelamentos de que trata esta
         Portaria poderá amortizar seu saldo devedor, com as reduções de que trata o inciso I
         do art. 2º, mediante a antecipação do pagamento de prestações.
         § 1º O montante de cada amortização de que trata o caput deverá ser equivalente, no
         mínimo, ao valor de 12 (doze) prestações.
         § 2º A amortização de que trata o caput implicará redução proporcional da
         quantidade de prestações vincendas, com amortização das últimas, mantendo-se o valor
         da prestação apurado na consolidação.
         § 3º Para obter a redução de que trata o caput, o sujeito passivo primeiramente deverá
         quitar eventuais prestações vencidas até a data do pagamento da antecipação.
         § 4º Para efeitos do disposto no § 1º, as prestações pagas após o vencimento não serão
         consideradas”.

   O artigo 21 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011 também lida sobre
esse assunto.

    Aliás, tendo em vista essa oportunidade, recomendava-se que o contribuinte não
fizesse a imediata adesão ao REFIS pelo pagamento à vista. Uma postura mais
prudente e conservadora era o contribuinte aderir pela sistemática do parcelamento
e pagar as prestações (mínimas) até o momento da consolidação, quando, então,
optaria pelo pagamento à vista (antecipado), já com os valores selecionados e
consolidados.



ADENDOS


ADENDO 1 - LEI Nº 11.941/2009



SUMÁRIO:
Artigo 1º: abrangência e benefícios do pagamento à vista e do parcelamento de
débitos “virgens” (não parcelados).
Artigo 2º: pagamento à vista e parcelamento de débitos decorrentes do
aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI.
                                                                                             22
Artigo 3º: migração de parcelamentos anteriores (REFIS, PAES, PAEX,
parcelamentos ordinários) para o novo REFIS.
Artigo 4º: disposição comum aos parcelamentos.
Artigo 5º: irrevogabilidade e irretratabilidade da confissão de débitos.
Artigo 6º: inclusão de débitos discutidos judicialmente.
Artigo 7º: disposições sobre a opção ao REFIS.
Artigo 8º : adesão ao REFIS não significa novação de dívida.
Artigo 9º: não cumulatividade das reduções.
Artigo 10: depósito existentes.
Artigo 11: desnecessidade de garantias.
Artigo 12: prazo para regulamentação.
Artigo 13: aplicação subsidiária da Lei nº 10.522/2002.




               LEI Nº 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009.
                                      DOU de 28.5.2009


                           O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
         Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

                                     CAPÍTULO I
                                DOS PARCELAMENTOS

                                       Seção I
                       Do Parcelamento ou Pagamento de Dívidas

Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições
desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos
para com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos
débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a Lei no
9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei no 10.684,
de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida
Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei n o 10.522, de 19
de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e
parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da aquisição de matérias-primas,
material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de
dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados.




                                                                                          23
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em
Dívida Ativa da União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foram
indevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo.

§ 2o Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderão ser pagas ou parceladas as dívidas
vencidas até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo
sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ou não, inscritas ou não em dívida ativa,
consideradas isoladamente, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham
sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta
de pagamento, assim considerados:

I - os débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional;

II - os débitos relativos ao aproveitamento indevido de crédito de IPI referido no caput deste
artigo;

III - os débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo
único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título
de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e
fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e

IV - os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 3o Observado o disposto no art. 3o desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em
ato conjunto do Procurador-Geral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do
Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os
débitos que não foram objeto de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão
ser pagos ou parcelados da seguinte forma:

I - pagos a vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de
40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora
e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

II - parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais, com redução de 90% (noventa por
cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das isoladas, de 40%
(quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo
legal;

III - parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais, com redução de 80% (oitenta por
cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e
cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;


IV - parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, com redução de 70% (setenta
por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das isoladas, de
30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo
legal; ou

                                                                                               24
V - parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais, com redução de 60%
(sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das isoladas, de
25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do
encargo legal.

§ 4o O requerimento do parcelamento abrange os débitos de que trata este artigo, incluídos a
critério do optante, no âmbito de cada um dos órgãos.

§ 5o (VETADO)

§ 6o Observado o disposto no art. 3o desta Lei, a dívida objeto do parcelamento será
consolidada na data do seu requerimento e será dividida pelo número de prestações que forem
indicadas pelo sujeito passivo, nos termos dos §§ 2o e 5o deste artigo, não podendo cada
prestação mensal ser inferior a:

I - R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de pessoa física; e

II - R$ 100,00 (cem reais), no caso de pessoa jurídica.

§ 7o As empresas que optarem pelo pagamento ou parcelamento dos débitos nos termos deste
artigo poderão liquidar os valores correspondentes a multa, de mora ou de ofício, e a juros
moratórios, inclusive as relativas a débitos inscritos em dívida ativa, com a utilização de
prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro líquido
próprios.

§ 8o Na hipótese do § 7o deste artigo, o valor a ser utilizado será determinado mediante a
aplicação sobre o montante do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa das alíquotas de
25% (vinte e cinco por cento) e 9% (nove por cento), respectivamente.

§ 9o A manutenção em aberto de 3 (três) parcelas, consecutivas ou não, ou de uma parcela,
estando pagas todas as demais, implicará, após comunicação ao sujeito passivo, a imediata
rescisão do parcelamento e, conforme o caso, o prosseguimento da cobrança.

§ 10. As parcelas pagas com até 30 (trinta) dias de atraso não configurarão inadimplência
para os fins previstos no § 9o deste artigo.

§ 11. A pessoa jurídica optante pelo parcelamento previsto neste artigo deverá indicar
pormenorizadamente, no respectivo requerimento de parcelamento, quais débitos deverão ser
nele incluídos.

§ 12. Os contribuintes que tiverem optado pelos parcelamentos previstos nos arts. 1o a 3o da
Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008, poderão optar, na forma de
regulamento, pelo reparcelamento dos respectivos débitos segundo as regras previstas neste
artigo até o último dia útil do 6o (sexto) mês subsequente ao da publicação desta Lei.

§ 13. Podem ser parcelados nos termos e condições desta Lei os débitos de Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social - COFINS das sociedades civis de prestação de
serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada a que se

                                                                                           25
referia o Decreto-Lei no 2.397, de 21 de dezembro de 1987, revogado pela Lei no 9.430, de 27
de dezembro de 1996.

§ 14. Na hipótese de rescisão do parcelamento com o cancelamento dos benefícios
concedidos:

I - será efetuada a apuração do valor original do débito, com a incidência dos acréscimos
legais, até a data da rescisão;

II - serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as parcelas pagas, com
acréscimos legais até a data da rescisão.

§ 15. A pessoa física responsabilizada pelo não pagamento ou recolhimento de tributos
devidos pela pessoa jurídica poderá efetuar, nos mesmos termos e condições previstos nesta
Lei, em relação à totalidade ou à parte determinada dos débitos:

I - pagamento;

II - parcelamento, desde que com anuência da pessoa jurídica, nos termos a serem definidos
em regulamento.

§ 16. Na hipótese do inciso II do § 15 deste artigo:

I - a pessoa física que solicitar o parcelamento passará a ser solidariamente responsável,
juntamente com a pessoa jurídica, em relação à dívida parcelada;

II - fica suspensa a exigibilidade de crédito tributário, aplicando-se o disposto no art. 125
combinado com o inciso IV do parágrafo único do art. 174, ambos da Lei n o 5.172, de 25 de
outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;

III - é suspenso o julgamento na esfera administrativa.

§ 17. Na hipótese de rescisão do parcelamento previsto no inciso II do § 15 deste artigo, a
pessoa jurídica será intimada a pagar o saldo remanescente calculado na forma do § 14 deste
artigo.

                                       Seção II
Do Pagamento ou do Parcelamento de Dívidas Decorrentes de Aproveitamento Indevido
 de Créditos de IPI, dos Parcelamentos Ordinários e dos Programas Refis, Paes e Paex

Art. 2o No caso dos débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto
sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de
embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006,
com incidência de alíquota zero ou como não-tributados:

I - o valor mínimo de cada prestação não poderá ser inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais);


                                                                                               26
II - a pessoa jurídica não está obrigada a consolidar todos os débitos existentes decorrentes do
aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários
relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI neste
parcelamento, devendo indicar, por ocasião do requerimento, quais débitos deverão ser
incluídos nele.

Art. 3o No caso de débitos que tenham sido objeto do Programa de Recuperação Fiscal -
REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, do Parcelamento Especial - PAES,
de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, do Parcelamento Excepcional - PAEX,
de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, do parcelamento previsto no
art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e do parcelamento previsto no art. 10 da Lei no
10.522, de 19 de julho de 2002, observar-se-á o seguinte:

I - serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento os valores correspondentes
ao crédito originalmente confessado e seus respectivos acréscimos legais, de acordo com a
legislação aplicável em cada caso, consolidado à época do parcelamento anterior;

II - computadas as parcelas pagas, atualizadas pelos critérios aplicados aos débitos, até a data
da solicitação do novo parcelamento, o pagamento ou parcelamento do saldo que houver
poderá ser liquidado pelo contribuinte na forma e condições previstas neste artigo; e

III - a opção pelo pagamento ou parcelamento de que trata este artigo importará desistência
compulsória e definitiva do REFIS, do PAES, do PAEX e dos parcelamentos previstos no art.
38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de
2002.

§ 1o Relativamente aos débitos previstos neste artigo:

I - será observado como parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco
por cento) do valor da última parcela devida no mês anterior ao da edição da Medida
Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008;

II - no caso dos débitos do Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, será observado como
parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das
12 (doze) últimas parcelas devidas no Programa antes da edição da Medida Provisória no 449,
de 3 de dezembro de 2008;

III - caso tenha havido a exclusão ou rescisão do Programa de Recuperação Fiscal - REFIS
em um período menor que 12 (doze) meses, será observado como parcela mínima do
parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das parcelas devidas
no Programa antes da edição da Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008;

IV - (VETADO)

V - na hipótese em que os débitos do contribuinte tenham sido objeto de reparcelamento na
forma do Refis, do Paes ou do Paex, para a aplicação das regras previstas nesta Lei será
levado em conta o primeiro desses parcelamentos em que os débitos tenham sido incluídos.

                                                                                             27
§ 2o Serão observadas as seguintes reduções para os débitos previstos neste artigo:

I - os débitos anteriormente incluídos no Refis terão redução de 40% (quarenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco
por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

II - os débitos anteriormente incluídos no Paes terão redução de 70% (setenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 30% (trinta por
cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

III - os débitos anteriormente incluídos no Paex terão redução de 80% (oitenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco
por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; e

IV - os débitos anteriormente incluídos no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212,
de 24 de julho de 1991, e do parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho
de 2002, terão redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40%
(quarenta por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100%
(cem por cento) sobre o valor do encargo legal.

                                        Seção III
                          Disposições Comuns aos Parcelamentos

Art. 4o Aos parcelamentos de que trata esta Lei não se aplica o disposto no § 1o do art. 3o da
Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no § 2o do art. 14-A da Lei no 10.522, de 19 de julho de
2002, e no § 10 do art. 1o da Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003.

Parágrafo único. Não será computada na apuração da base de cálculo do Imposto de Renda,
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, da Contribuição para o PIS/PASEP e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS a parcela equivalente à
redução do valor das multas, juros e encargo legal em decorrência do disposto nos arts. 1o, 2o
e 3o desta Lei.

Art. 5o A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e
irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou
responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão
extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e irretratável de
todas as condições estabelecidas nesta Lei.

Art. 6o O sujeito passivo que possuir ação judicial em curso, na qual requer o
restabelecimento de sua opção ou a sua reinclusão em outros parcelamentos, deverá, como
condição para valer-se das prerrogativas dos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei, desistir da respectiva
ação judicial e renunciar a qualquer alegação de direito sobre a qual se funda a referida ação,
protocolando requerimento de extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do
inciso V do caput do art. 269 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo
Civil, até 30 (trinta) dias após a data de ciência do deferimento do requerimento do
parcelamento.

                                                                                             28
§ 1o Ficam dispensados os honorários advocatícios em razão da extinção da ação na forma
deste artigo.

§ 2o Para os fins de que trata este artigo, o saldo remanescente será apurado de acordo com as
regras estabelecidas no art. 3o desta Lei, adotando-se valores confessados e seus respectivos
acréscimos devidos na data da opção do respectivo parcelamento.

Art. 7o A opção pelo pagamento a vista ou pelos parcelamentos de débitos de que trata esta
Lei deverá ser efetivada até o último dia útil do 6o (sexto) mês subsequente ao da publicação
desta Lei.

§ 1o As pessoas que se mantiverem ativas no parcelamento de que trata o art. 1o desta Lei
poderão amortizar seu saldo devedor com as reduções de que trata o inciso I do § 3o do art. 1o
desta Lei, mediante a antecipação no pagamento de parcelas.

§ 2o O montante de cada amortização de que trata o § 1o deste artigo deverá ser equivalente,
no mínimo, ao valor de 12 (doze) parcelas.

§ 3o A amortização de que trata o § 1o deste artigo implicará redução proporcional da
quantidade de parcelas vincendas.

Art. 8o A inclusão de débitos nos parcelamentos de que trata esta Lei não implica novação de
dívida.
Art. 9o As reduções previstas nos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei não são cumulativas com outras
previstas em lei e serão aplicadas somente em relação aos saldos devedores dos débitos.
Parágrafo único. Na hipótese de anterior concessão de redução de multa, de mora e de ofício,
de juros de mora ou de encargos legais em percentuais diversos dos estabelecidos nos arts. 1o,
2o e 3o desta Lei, prevalecerão os percentuais nela referidos, aplicados sobre os respectivos
valores originais.

Art. 10. Os depósitos existentes, vinculados aos débitos a serem pagos ou parcelados nos
termos desta Lei, serão automaticamente convertidos em renda da União, aplicando-se as
reduções para pagamento a vista ou parcelamento, sobre o saldo remanescente.

Art. 10. Os depósitos existentes vinculados aos débitos a serem pagos ou parcelados nos
termos desta Lei serão automaticamente convertidos em renda da União, após aplicação das
reduções para pagamento a vista ou parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 27 de
agosto de 2009)

Parágrafo único. Na hipótese em que o valor depositado exceda o valor do débito após a
consolidação de que trata esta Lei, o saldo remanescente será levantado pelo sujeito passivo.

Art. 11. Os parcelamentos requeridos na forma e condições de que tratam os arts. 1o, 2o e 3o
desta Lei:

I - não dependem de apresentação de garantia ou de arrolamento de bens, exceto quando já
houver penhora em execução fiscal ajuizada; e


                                                                                           29
II - no caso de débito inscrito em Dívida Ativa da União, abrangerão inclusive os encargos
legais que forem devidos, sem prejuízo da dispensa prevista no § 1o do art. 6o desta Lei.

Art. 12. A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, no âmbito de suas respectivas competências, editarão, no prazo máximo de 60
(sessenta) dias a contar da data de publicação desta Lei, os atos necessários à execução dos
parcelamentos de que trata esta Lei, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos
débitos a serem parcelados.

Art. 13. Aplicam-se, subsidiariamente, aos parcelamentos previstos nos arts. 1o, 2o e 3o desta
Lei as disposições do § 1o do art. 14-A da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, não se lhes
aplicando o disposto no art. 14 da mesma Lei.



ADENDO 2 - PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 6/2009

SUMÁRIO:

Artigo 1º: abrangência dos débitos para pagamento à vista e parcelamento de
débitos “virgens” (não parcelados).
Artigo 2º: benefícios e reduções para cada modalidade de pagamento (à vista ou
parcelado).
Artigo 3º: valores mínimos das prestações e suas atualizações mensais.
Artigo 4º: do parcelamento e pagamento do saldo remanescente de
parcelamentos anteriores.
Artigo 5º: da liquidação do saldo remanescente.
Artigo 6º: pagamento à vista.
Artigo 7º: possibilidade de parcelamento até 180 vezes.
Artigo 8º : reduções sobre o saldo remanescente para cada espécie de
parcelamento.
Artigo 9º: cálculo do valor da parcela.
Artigo 10: adesão ao parcelamento acarreta em rescisão definitiva dos
parcelamentos em vigor.
Artigo 11: possibilidade de escolher os parcelamentos rescindidos.
Artigo 12: pedido de adesão ao parcelamento.
Artigo 13: a adesão ao parcelamento acarreta desistência das discussões
administrativas dos débitos.
Artigo 14: consolidação do débito na data do requerimento do parcelamento ou
do pagamento à vista.
Artigo 15: divulgação, por meio de ato conjunto (Procuradoria e Receita
Federal), do prazo para o contribuinte apresentar informações para consolidar o
parcelamento.
Artigo 16: consolidação do débito e forma de cálculo do valor
                                                                                           30
Artigo 17: possibilidade de antecipação de pelo menos 12 últimas parcelas com
os benefícios do pagamento à vista.
Artigo 18: migração do parcelamento da MP 449 para o “Refis da Crise”
Artigo 19: revogado
Artigo 20: competência da Procuradoria e Receita Federal de “fiscalizar” os
pedidos de parcelamento
Artigo 21: causas de rescisão.
Artigo 22: efeitos da rescisão.
Artigo 23: prazo de 10 dias para apresentar recurso administrativo da exclusão
do parcelamento.
Artigo 24: efeito suspensivo do recurso administrativo: permanência no
parcelamento até seu julgamento
Artigo 25: ciência do resultado do recurso
Artigo 26: decisão do recurso é definitiva na esfera administrativa
Artigo 27: aproveitamento de crédito de prejuízo fiscal para liquidar multa e
juros
Artigo 28: forma de realização deste aproveitamento de crédito
Artigo 29: possibilidade da pessoa física parcelar os débitos da pessoa jurídica
Artigo 30: códigos Darf específicos para cada espécie de pagamento.
Artigo 31: não cumulatividade das reduções deste parcelamento com os
parcelamentos anteriores
Artigo 32: do aproveitamentos dos valores depositados para discussão
administrativa ou judicial. Levantamento do saldo remanescente
Artigo 33: possibilidade de inclusão de novos débitos
Artigo 34: impossibilidade de compensar os débitos se aproveitando das
reduções deste parcelamento.
Artigo 35: impossibilidade utilização desta lei para débitos remanescentes de
parcelamentos diversos aos previstos (Refis, Paes, Paex, Ordinário)



     Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009
DOU de 23.7.2009

                Dispõe sobre pagamento e parcelamento de débitos junto à Procuradoria-
                Geral da Fazenda Nacional e à Secretaria da Receita Federal do Brasil, de
                que tratam os arts. 1º a 13 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e
                estabelece normas complementares à Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1,
                de 10 de março de 2009, que dispõe sobre o parcelamento de débitos para
                com a Fazenda Nacional, de que tratam os arts. 1º a 13 da Medida
                Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008.


                                                                                      31
O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL E O SECRETÁRIO DA
RECEITA FEDERAL DO BRASIL - INTERINO, no uso das atribuições que lhes
conferem o art. 72 do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
aprovado pela Portaria MF nº 257, de 23 de junho de 2009, e o inciso III do art. 261 do
Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº
125, de 4 de março de 2009, respectivamente, e tendo em vista o disposto nos arts. 10 a 14-F
da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e nos arts. 1º a 13 da Lei nº 11.941, de 27 de maio
de 2009,

resolvem:

CAPÍTULO I

DO PAGAMENTO À VISTA OU DO PARCELAMENTO DE DÍVIDAS NÃO
PARCELADAS ANTERIORMENTE

Seção I

Dos Débitos Objeto de Parcelamento ou Pagamento

Art. 1º Os débitos de qualquer natureza junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) ou à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), vencidos até 30 de novembro de
2008, que não estejam nem tenham sido parcelados até o dia anterior ao da publicação da Lei
nº 11.941, de 27 de maio de 2009, poderão ser excepcionalmente pagos ou parcelados, no
âmbito de cada um dos órgãos, na forma e condições previstas neste Capítulo.

§ 1º Para os fins do disposto no caput, poderão ser pagos ou parcelados os débitos de pessoas
físicas ou jurídicas, consolidados por sujeito passivo, constituídos ou não, com exigibilidade
suspensa ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União (DAU), mesmo que em fase de
execução fiscal já ajuizada, considerados isoladamente:

I - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) oriundos da aquisição de matérias-primas,
material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de
dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados;

II - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas
"a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das
contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim
entendidas outras entidades e fundos;

III - os demais débitos administrados pela PGFN;

IV - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI
oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários
relacionados na Tipi, aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 2006, com incidência de alíquota 0
(zero) ou como não-tributados;

                                                                                              32
V - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas
"a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições
instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas
outras entidades e fundos; e

VI - os demais débitos administrados pela RFB.

§ 2º Poderão também ser pagos ou parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo,
os débitos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) das
sociedades civis de prestação de serviços profissionais, relativos ao exercício de profissão
legalmente regulamentada a que se referia o Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de
1987, revogado pela Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.

§ 3º O disposto neste Capítulo não contempla os débitos apurados na forma do Regime
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) de que trata a Lei Complementar nº 123, de
14 de dezembro de 2006.

§ 4º Poderão ser ainda parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo, os débitos
parcelados de acordo com a Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, cuja primeira solicitação
de parcelamento tenha sido efetuada a partir da publicação da Lei nº 11.941, de 2009.

§ 5º O requerimento de adesão ao parcelamento dos débitos de que trata o § 4º implicará
desistência compulsória e definitiva do parcelamento anterior, sem restabelecimento dos
parcelamentos rescindidos caso não seja efetuado o pagamento da 1ª (primeira) prestação ou
não sejam prestadas as informações na forma do art. 15.

Seção II

Das Reduções e da Quantidade de Prestações

Art. 2º Os débitos de que trata este Capítulo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte
forma:

I - pagos à vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de
40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros
de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

II - parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais e sucessivas, com redução de 90%
(noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das
multas isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento)
sobre o valor do encargo legal;

III - parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais e sucessivas, com redução de 80%
(oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das multas
isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre
o valor do encargo legal;


                                                                                           33
IV - parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais e sucessivas, com redução de
70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das
multas isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre
o valor do encargo legal; ou

V - parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais e sucessivas, com redução de
60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das multas
isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre
o valor do encargo legal.

Parágrafo único. O requerimento de parcelamento abrangerá todos os débitos indicados pelo
sujeito passivo, no âmbito de cada um dos órgãos, na forma do art. 15.

Seção III

Das Prestações

Art. 3º No caso de opção pelo parcelamento de que trata este Capítulo, a dívida consolidada
será dividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, não
podendo cada prestação mensal, considerados isoladamente os parcelamentos referidos nos
incisos I a VI do § 1º do art. 1º, ser inferior a:

I - R$ 2.000,00 (dois mil reais), no caso de parcelamento de débitos decorrentes do
aproveitamento indevido de créditos do IPI oriundos da aquisição de matérias-primas,
material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tipi, aprovada pelo Decreto
nº 6.006, de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados, ainda que o
parcelamento seja de responsabilidade de pessoa física;

II - R$ 50,00 (cinqüenta reais), no caso de pessoa física; e

III - R$ 100,00 (cem reais), no caso dos demais débitos de pessoa jurídica, ainda que o
parcelamento seja de responsabilidade de pessoa física.

§ 1º Até o mês anterior ao da consolidação dos parcelamentos de que trata o art. 15, o devedor
fica obrigado a pagar, a cada mês, prestação em valor não inferior ao estipulado neste artigo.

§ 2º Após a consolidação, computadas as prestações pagas, o valor das prestações será obtido
mediante divisão do montante do débito consolidado pelo número de prestações restantes,
observada a prestação mínima prevista neste artigo.

§ 3º O valor de cada prestação será acrescido de juros correspondentes à variação mensal da
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais
a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de 1%
(um por cento) para o mês do pagamento.

§ 4º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação
ser paga no mês em que for formalizado o pedido, observado o disposto no § 3º do art. 12.

CAPÍTULO II
                                                                                           34
DO PAGAMENTO À VISTA OU DO PARCELAMENTO DE SALDO
REMANESCENTE DO PROGRAMA REFIS E DOS PARCELAMENTOS PAES,
PAEX E ORDINÁRIOS

Seção I

Dos Débitos Objeto de Parcelamento ou Pagamento

Art. 4º Poderão ser pagos ou parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo, os
saldos remanescentes de débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), de
que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial (Paes), de que trata
a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional (Paex), de que trata a
Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006, e nos parcelamentos ordinários previstos
no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, e nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, mesmo
que tenha havido rescisão ou exclusão dos respectivos programas ou parcelamentos.

§ 1º O disposto no caput aplica-se aos débitos que foram objeto de parcelamentos concedidos
até o dia anterior ao da publicação da Lei nº 11.941, de 2009.

§ 2º Constituirão parcelamentos distintos:

I - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas
"a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições
instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas
outras entidades e fundos;

II - os demais débitos administrados pela PGFN;

III - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas
"a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições
instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas
outras entidades e fundos; e

IV - os demais débitos administrados pela RFB.

Art. 5º Computadas as prestações pagas, os débitos que compõem os saldos remanescentes
dos parcelamentos referidos no art. 4º serão restabelecidos à data da solicitação do novo
parcelamento, com os acréscimos legais devidos na forma da legislação aplicável à época da
ocorrência dos respectivos fatos geradores.

Parágrafo único. A dívida objeto de reparcelamento, apurada na forma deste artigo, será
consolidada na data do requerimento do novo parcelamento ou do pagamento à vista de que
trata este Capítulo.

Seção II

Das Reduções e da Quantidade de Prestações


                                                                                            35
Art. 6º Os débitos de que trata este Capítulo poderão ser pagos à vista com as reduções
previstas no inciso I do art. 2º.

Art. 7º O parcelamento de que trata este Capítulo poderá ser concedido em até 180 (cento e
oitenta) prestações mensais e sucessivas, observado o disposto no art. 9º.

Art. 8º Serão observadas as seguintes reduções para parcelamento dos débitos que trata o art.
4º:

I - os débitos anteriormente incluídos no Refis terão redução de 40% (quarenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 25% (vinte e
cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

II - os débitos anteriormente incluídos no Paes terão redução de 70% (setenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 30% (trinta
por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;

III - os débitos anteriormente incluídos no Paex terão redução de 80% (oitenta por cento) das
multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 35% (trinta e
cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal;
e

IV - os débitos anteriormente incluídos no parcelamento previsto no art. 38 da Lei nº 8.212,
de 1991, e do parcelamento previsto nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, terão
redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por
cento) das multas isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem
por cento) sobre o valor do encargo legal.

§ 1º Na hipótese em que o mesmo débito tenha sido objeto de parcelamento na forma do
Refis, Paes ou Paex, para aplicação das reduções previstas neste artigo, será considerado o 1º
(primeiro) desses parcelamentos especiais.

§ 2º O disposto no § 1º aplica-se inclusive aos débitos que tenham sido anterior ou
posteriormente parcelados na forma dos parcelamentos ordinários.

Seção III

Das Prestações

Art. 9º Para apuração do valor das prestações relativas aos parcelamentos previstos neste
Capítulo, será observado o disposto neste artigo.

§ 1º Em relação aos débitos objeto dos parcelamentos referidos no art. 4º que estejam ativos
no mês anterior ao da publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, e
sejam:

I - provenientes do Programa Refis, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e
cinco por cento) da média das prestações devidas entre os meses de dezembro de 2007 a
novembro de 2008; e
                                                                                        36
II - provenientes dos demais parcelamentos, a prestação mínima será o equivalente a 85%
(oitenta e cinco por cento) do valor da prestação devida no mês de novembro de 2008.

§ 2º No caso de débitos já parcelados no programa Refis, cuja exclusão do programa tenha
ocorrido no período compreendido entre os meses de dezembro de 2007 a novembro de 2008,
a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das
prestações devidas no Programa nesse período.

§ 3º No caso de débitos provenientes de mais de um parcelamento, a prestação mínima será
equivalente ao somatório das prestações mínimas definidas nos §§ 1º e 2º.

§ 4º Os casos que não se enquadrem nas hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º deverão observar a
prestação mínima estipulada no art. 3º.

§ 5º Após a consolidação, computadas as prestações pagas, o valor das prestações será obtido
mediante divisão do montante do débito consolidado pelo número de prestações restantes,
observada as prestações mínimas previstas nos §§ 1º a 4º.

§ 6º O valor mínimo, previsto nos §§ 1º e 2º, será dividido proporcionalmente à dívida perante
cada órgão, conforme disposto nos incisos I a IV do § 2º do art. 4º, e será observado mesmo
que o sujeito passivo não inclua no parcelamento de que trata este Capítulo todos os débitos
que compõem o saldo remanescente dos parcelamentos referidos no art. 4º.

§ 7º Em nenhuma hipótese o valor da prestação poderá ser inferior ao estipulado no art. 3º.

§ 8º O valor de cada prestação será acrescido de juros correspondentes à variação mensal da
taxa Selic para títulos federais a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês
anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) para o mês do pagamento.

§ 9º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação
ser paga no mês em que for formalizado o pedido, observado o § 3º do art. 12.

§ 10. Até o mês anterior ao da consolidação dos parcelamentos de que trata o art. 15, o
devedor fica obrigado a pagar, a cada mês, prestação em valor não inferior ao estipulado neste
artigo.

Seção IV

Da Desistência de Parcelamentos Anteriormente Concedidos

Art. 10. A adesão ao parcelamento de que trata este Capítulo importará desistência
compulsória e definitiva do Refis, do Paes, do Paex e dos parcelamentos previstos no art. 38
da Lei nº 8.212, de 1991, e nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, que forem objeto do
requerimento.

§ 1º O sujeito passivo que desejar pagar à vista ou parcelar os saldos remanescentes do Refis,
do Paes, do Paex, dos parcelamentos previstos no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, ou nos arts.
10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, deverá formalizar a desistência dessas modalidades
exclusivamente nos sítios da PGFN ou da RFB na Internet, conforme o caso, nos endereços
                                                                                            37
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Manual do refis da crise v2 - atualizado

  • 1. * atualizado até a publicação da Portaria Conjunta RFB/PGFN n° 2 de 2011 Caro leitor. Este “manual” procura fazer jus ao seu nome: servir de importante e rápida fonte de informações sobre o parcelamento tributário criado pela Lei nº 11.941/2009, o chamado “Refis da Crise” ou “Refis IV”, de tal forma que esteja sempre acessível, nas “mãos” de quem possa interessar. O seu conteúdo é bastante objetivo e resumido, no intuito de facilitar a consulta e leitura, trazendo o texto das legislações de regência e das orientações fornecidas no site da Receita Federal. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica será muito bem-vinda, e poderá ser encaminhada para qualquer um de nós, da equipe Leite Melo & Camargo Consultoria Tributária e Cursos. Boa leitura! Bauru-SP, fevereiro de 2011. Omar Augusto Leite Melo – omar@omar.adv.br Advogado e consultor tributário, pós-graduado em Direito Tributário, professor de Direito Tributário, conselheiro no Conselho Municipal de Contribuintes de Bauru, autor dos livros “Supersimples: anotado e comparado”, “ITBI” e “ISS sobre cartórios”, bem como de vários artigos publicados em revistas especializadas. Guilherme Vianna Ferraz de Camargo – guilherme@omar.adv.br Advogado e consultor tributário, pós-graduado em Direito Tributário. Adalberto Vicentini Silva – adalberto@omar.adv.br Advogado e consultor tributário, pós-graduando em Direito Tributário. Bruno Fernandes Rodrigues – bruno@omar.adv.br Advogado e consultor tributário, pós-graduando em Direito Tributário. Sintia Salmeron – sintia@omar.adv.br Advogada e consultora tributária, pós-graduanda em Direito Tributário. 1
  • 2. ÍNDICE 1. Considerações iniciais .............................................................................. 2 2. Histórico dos “REFIS” ............................................................................ 3 3. Benefícios do “REFIS da Crise” .............................................................. 4 4. Débitos e contribuintes abrangidos ......................................................... 5 5. Reflexos na área penal .............................................................................. 8 6. Tipos de parcelamento ............................................................................. 9 7. Migração de um parcelamento para outro .............................................. 10 8. Etapas do parcelamento .......................................................................... 12 9. Reduções .................................................................................................. 18 10. Rescisão do parcelamento .......................................................................20 11. Antecipação das parcelas......................................................................... 21 Adendo 1: Lei nº 11.941/2009 ...........................................................................22 Adendo 2: Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009.....................................30 Adendo 3: Instrução Normativa RFB nº 968/2009 ......................................... 61 Adendo 4: Orientações encontradas no site da Receita Federal ....................66 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, prevê, em seus artigos 1º a 13, um novo parcelamento especial voltado aos débitos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), cujo vencimento se deu até 30/11/2008. Muito embora não tenha recebido oficialmente nenhum nome, esse parcelamento tem sido chamado de “REFIS 4” ou, ainda, de “REFIS da Crise”. Esse parcelamento de débitos vem sendo regulamentado por diversas Portarias Conjuntas da PGFN e da RFB, com destaque para a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009, e suas alterações, que regulamenta o “Refis da Crise”. O seu prazo de adesão se iniciou em 17 de agosto de 2009, e encerrou em 30 de novembro de 2009. Por meio da Lei nº 12.249, de 2010, mais especificamente em razão do seu artigo 65, §18, abriu-se uma “brecha” para tentar judicialmente uma prorrogação desse prazo de adesão para até 31/12/2010. No entanto, foram poucas as decisões judiciais favoráveis conseguidas pelos contribuintes em todo o País. 2
  • 3. Temos encarado esse novo parcelamento como uma excelente oportunidade para a administração do passivo tributário federal, bem como para a realização de planejamento tributário. Com efeito, essa nova legislação veio atender aos anseios de inúmeros devedores tributários, que vêem no REFIS uma chance para regularizar sua situação fiscal junto à União (PGFN e RFB). 2. HISTÓRICO DOS “REFIS”. A expressão REFIS, oficialmente, somente apareceu na Lei nº 9.964/2000 que criou o “Programa de Recuperação Fiscal”. Aliás, vale esclarecer que REFIS significa “recuperação fiscal”. Curiosamente, o Governo Federal vem disponibilizando parcelamentos diferenciados de três em três anos:  2000: por meio da citada Lei nº 9.964, foi criado o “autêntico” REFIS;  2003: foi a vez do chamado parcelamento especial – PAES (REFIS 2), previsto na Lei nº 10.684/2003;  2006: a Medida Provisória nº 303/2006 estabeleceu o Parcelamento Excepcional – PAEX (REFIS 3);  2009: a Lei nº 11.941/2009 criou o parcelamento especial “sem nome”, que vem sendo tratado pela RFB e PGFN como “parcelamento ou pagamento à vista da Lei nº 11.941/2009”. Ocorre que, vulgarmente, vem sendo chamado de “REFIS da Crise”. Se o Fisco Federal continuar nesse ritmo, é provável que tenhamos em 2012 um outro parcelamento diferenciado, que, talvez, seja batizado de “REFIS da Copa”, diante da proximidade que terá com a Copa de 2014 no Brasil, ou, ainda, “REFIS da Olimpíada”! Brincadeiras a parte, percebe-se que o contribuinte brasileiro, culturalmente, pode contar com esses parcelamentos especiais, que não é prerrogativa apenas da União, já que os Estados e os Municípios brasileiros também concedem corriqueiramente tais benefícios (PPI do ICMS, Primavera Tributária, REFIS etc.). Essa prática frequente dos Fiscos acaba encorajando os contribuintes a discutirem “teses tributárias” administrativa e judicialmente, assim como “forçarem” alguns entendimentos fiscais, pois, caso percam no futuro, tais débitos gerados poderão ser “tranquilamente” incluídos em parcelamentos dessa natureza. 3
  • 4. Ou seja, os “REFIS” acabam servindo de meio para os contribuintes acertarem seus débitos criados em razão de demandas administrativas e/ou judiciais. Agora, é óbvio que os “REFIS” servem como uma medida fiscal para o Fisco incentivar seus contribuintes a regularizarem suas situações fiscais, principalmente para aquelas pessoas que estão respondendo por crimes tributários ou, ainda, que precisam da regularidade fiscal para fins de licitações públicas, empréstimos bancários, venda de imóveis, adesão ao Simples Nacional etc. Por outro lado, paralelamente a esses parcelamentos diferenciados, o Governo Federal prevê um parcelamento ordinário (comum) na Lei nº 10.522/2002, regulamentado pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15, de 15/12/2009, em sessenta parcelas mensais, sem qualquer desconto. Os débitos que remontem até R$ 500.000,00 podem, inclusive, ser parcelados pela própria Internet (parcelamento simplificado, que é um tipo de parcelamento ordinário). Enfim, os “REFIS” ajudam muito os contribuintes inadimplentes a se regularizarem perante o Fisco. 3. BENEFÍCIOS DO REFIS DA CRISE O “REFIS da Crise” traz inúmeros benefícios aos devedores tributários da União, valendo destacar os seguintes:  Aumento no número de parcelas (mais do que 60 do parcelamento ordinário): à vista, 30, 60, 120 ou até 180 prestações mensais;  Possibilidade de incluir inclusive débitos tributários retidos na fonte, mas não repassados (apropriação indébita): além de facilitar o pagamento, afasta o crime ou suspende processo penal em andamento;  Anistias de multa e juros: os descontos variam de acordo com a forma de pagamento (faixa do parcelamento);  Compreende tanto pessoas jurídicas como pessoas físicas: eis uma outra novidade desse parcelamento especial;  Possibilidade de utilização de prejuízos fiscais (IRPJ) e bases de cálculo negativa (CSLL) para quitação de multas e juros: trata-se de uma subvenção criada pelo Governo para que o contribuinte com prejuízo fiscal (e base de cálculo negativa da CSLL) acumulado possa desová-lo no pagamento de multa e juros, aumentando ainda mais os descontos;  Extinção dos encargos do Decreto-lei nº 1.025/69: isso implica numa significativa redução de 10% dos débitos inscritos em dívida ativa e de 20% para os débitos já ajuizados; 4
  • 5.  Liberação de certidão positiva de débito com efeito de negativa: o REFIS é uma chance para o contribuinte regularizar seus débitos tributários e, assim, obter esta certidão exigida em licitações públicas, registros imobiliários e empréstimos bancários ou, ainda, por fornecedores e clientes. Aliás, a própria PGFN emitiu parecer determinando a expedição da certidão com a adesão ao REFIS e o pagamento da primeira parcela;  Desnecessidade de garantia: a lei não pede nenhuma garantia, nem entrada mínima para o contribuinte aderir, mantendo-se, no entanto, as garantias até então existentes;  Pessoa física responsabilizada pelos tributos devidos de pessoa jurídica poderá realizar o parcelamento em nome próprio: essa alternativa vem beneficiar principalmente os sócios de pessoas jurídicas que pararam de funcionar;  Possibilidade do contribuinte amortizar seu saldo devedor a qualquer tempo (antecipadamente) com os mesmos descontos do pagamento à vista: desde que o contribuinte antecipe pelo menos doze prestações, terá o direito à mesma redução conferida para o pagamento à vista;  Baixo valor das parcelas mínimas: as parcelas podem chegar ao valor mínimo de R$ 50,00 para pessoas físicas e R$ 100,00 para pessoas jurídicas. Para quem tinha outro parcelamento em andamento, a parcela é reduzida em 15% da prestação até então recolhida;  A regularidade dos tributos correntes (vincendos) não é requisito para permanência no REFIS: o contribuinte pode se tornar inadimplente dos tributos do mês, sem que isso cause a rescisão do parcelamento;  Seleção e escolha dos débitos a serem incluídos: compete ao contribuinte escolher os débitos que queira incluir no parcelamento, cabendo, inclusive, selecionar períodos ou débitos dentro de autos de infração, processos administrativos ou inscrições em Dívida Ativa;  Opção por mais de um tipo de parcelamento ou pagamento à vista: o contribuinte poderá parcelar alguns débitos em 30 meses, outros em 60, 120 ou 180 meses, bem como optar por pagar à vista. Enfim, trata-se de uma excelente oportunidade aberta pelo Governo Federal para os contribuintes regularizarem suas situações fiscais. 4. DÉBITOS E CONTRIBUINTES ABRANGIDOS A começar pelos contribuintes beneficiados, a Lei nº 11.941/2009 oportuniza o parcelamento diferenciado para pessoas jurídicas e pessoas físicas. O REFIS e o PAEX (REFIS 3) compreenderam apenas as pessoas jurídicas. Já o PAES também previa a inclusão de débitos de pessoas físicas. 5
  • 6. As pessoas jurídicas de direito público (Municípios, Estados, Distrito Federal, bem como suas autarquias e fundações públicas) também poderam aderir a esse parcelamento. Aliás, essa abertura não foi divulgada na mídia nem pela própria Receita Federal, o que achamos um erro diante da vasta quantidade de entidades públicas que carecem de um parcelamento dessa natureza. Com efeito, os benefícios trazidos pela Lei nº 11.941/2009 são maiores do que aqueles previstos na Lei nº 11.960/2009 (conversão da Medida Provisória nº 457/2008). Logo, deveria servir como incentivo para os entes públicos, notadamente os Municípios. Importante também registrar que as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) também puderam aderir ao REFIS 4, ainda que sejam optantes pelo Simples Federal (Lei nº 9.713/96) ou Simples Nacional (“Supersimples” – Lei Complementar nº 123/2006). Todavia, de acordo com o artigo 1º, §3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB, não pôde ser incluído no “REFIS da Crise” os débitos do Simples Nacional, ou seja, a vedação é para os débitos do Simples Nacional, e não para os optantes do Simples Nacional. Vale dizer que há discussões judiciais em torno dessa vedação, uma vez que ela não está expressamente prevista na Lei nº 11.941/2009, tendo aparecido apenas na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009, norma complementar que não tem poder para inovar o sistema jurídico, criando uma obrigação ou vedação não prevista na lei. Em outras palavras, é discutível a validade dessa vedação, pois a Portaria, nesse ponto, foi contrária à lei e, portanto, feriu o princípio da legalidade. Há algumas decisões judiciais conferindo a inclusão desses débitos no Refis da Crise. No mais, todos os débitos administrados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e pela Receita Federal do Brasil (RFB) poderão ser incluídos no parcelamento. Isso significa dizer que não serão apenas os tributos federais que poderão ser parcelados (IRPF, IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSLL, CIDE, ITR etc.), mas também outros débitos não-tributários, tais como as multas da CLT e eleitorais. Vale dizer que o FGTS não entra nesse parcelamento, por não ser administrado pela RFB nem pela PGFN, mas sim pela Caixa Econômica Federal. Sobre o estágio dos débitos parceláveis, a legislação é clara ao permitir débitos constituídos ou não (declarados, autuados ou não), inscritos ou não em Dívida Ativa, ajuizados ou não. Com relação aos débitos que ainda não foram constituídos 6
  • 7. ou confessados, vide Instrução Normativa RFB nº 1.049/2010 (que revogou a IN RFB nº 968/2009). No tocante ao período envolvido, o benefício fiscal somente atinge os débitos com vencimento até 30 de novembro de 2008. Logo, a referência é o vencimento do débito, e não o seu período de apuração. A Lei nº 11.941/2009 admite o reparcelamento de débitos, autorizando a migração de parcelamento anterior para o novo, ainda que aquele tenha sido rescindido. Daí a possibilidade (necessidade) do contribuinte avaliar essa possibilidade de trocar o REFIS 1, PAES, PAEX ou parcelamento ordinário pelo “REFIS da Crise”. A migração do parcelamento ordinário para o “REFIS da Crise” sempre será benéfico ao contribuinte, ou seja, sempre vai compensar essa troca, diante dos descontos e, até mesmo, da redução das parcelas. Com relação às demais migrações, importa estudar cada caso. Na maioria dos estudos que já fizemos, são poucas as hipóteses em que a migração acabou não sendo mais vantajosa aos contribuintes. A propósito, é importante dizer que nada impede que o contribuinte permaneça em um outro tipo de parcelamento (REFIS 1, PAES, PAEX, parcelamento simplificado) e, agora, entre no novo REFIS (da Crise) com outros débitos. Agora, a legislação não permite a migração parcial de um parcelamento para outro: o contribuinte deve optar por migrar totalmente de um parcelamento para outro ou não fazer tal migração. Ainda sobre os débitos abrangidos, é importante separá-los de acordo com os seguintes critérios ou modalidades:  Débitos “virgens” (sem parcelamento anterior, ou que foram parcelados a partir de 28/05/2009) e débitos reparcelados (que já foram alvo de REFIS, PAES, PAEX, parcelamento ordinário): dependendo do tipo do débito, haverá diferenciação na redução da multa e dos juros, assim como também poderá interferir no valor da parcela mínima, caso tais parcelamentos estavam ativos até 30 de novembro de 2008;  Débitos administrados pela Receita Federal do Brasil: separar os débitos previdenciários (INSS, sobre a folha de pagamento, como, por exemplo, cota patronal, empregados, SAT, terceiros) dos não previdenciários (sobre o lucro, faturamento, produtos, como é o caso do IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSLL). Cada um desses débitos será alvo de um parcelamento distinto; 7
  • 8.  Débitos administrados pela Procuradoria da Fazenda Nacional: idem ao ponto anterior;  Débitos decorrentes da utilização indevida do crédito-prêmio do IPI: é preciso separar as dívidas que ainda estão na RFB e daquelas da PGFN. Neste caso, também haverá uma modalidade distinta de parcelamento para esses débitos, por órgão fazendário, e, ainda, o valor da parcela mínima será de R$ 2.000,00 por mês. Há outras duas modalidades que merecem tratamento específico dentro no “Refis da Crise”: pagamento à vista com utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL; e parcelamento com utilização de tais créditos fiscais. Por fim, cumpre repetir que o contribuinte pode selecionar os débitos que entrarão no REFIS, conforme sua discricionariedade. 5. REFLEXOS NA ÁREA PENAL Os pagamentos à vista e parcelamentos tributário em geral trazem reflexos automáticos e diretos nas representações fiscais, inquéritos policiais e ações penais que versem sobre os crimes tributários. Com efeito, uma vez paga a dívida tributária, a punibilidade criminal é extinta. O parcelamento, por sua vez, suspende a pretensão punitiva, independentemente da sua fase processual. Neste aspecto, o REFIS da Crise permite o parcelamento de tributos retidos na fonte, mas não repassados (INSS dos empregados, IRRF, por exemplo), o que implica em apropriação indébita. Esses débitos, em regra, não eram passíveis de parcelamento. Com o advento da Lei nº 11.941/2009 (seu artigo 35), na parte que alterou a Lei nº 10.522/2002, regulamentada pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2009, quando inferiores a R$ 500.000,00, esses débitos poderão ser parcelados no chamado parcelamento simplificado. Neste sentido, o artigo 31 desta referida portaria, e artigo 14-C da Lei nº 10.522/2002. Ademais, também poderão ser parcelados ou pagos à vista (neste momento, por meio de antecipação de parcelas) com descontos significantes na multa punitiva (75%, 125%, 150% ou 250%) e nos juros aqueles débitos decorrentes de auto de infração, e que caracterizam, em tese, sonegação fiscal. 8
  • 9. 6. TIPOS DE PARCELAMENTOS O “REFIS da Crise” não pode ser considerado como um único parcelamento. Na verdade, ele pode representar um conjunto de parcelamentos, pois, conforme escrito acima, haverá mais de uma modalidade distinta de parcelamento:  Débitos na RFB: um parcelamento para débitos previdenciários (INSS), outro para não previdenciários (“demais débitos”). Ainda, sofrerá um parcelamento distinto aqueles débitos “virgens” (não parcelados anteriormente) daqueles que serão reparcelados. Só aqui, denota-se que são quatro parcelamentos diferentes;  Débitos na PGFN: idem;  Utilização indevida do crédito-prêmio do IPI (decorrente de entrada/compra de produtos isentos, imunes ou sujeitos à alíquota zero): também serão formalizados parcelamentos diferenciados para tais débitos, e por órgão (RFB e PGFN);  Dentro dos débitos “não virgens”, ou seja, que estão sendo reparcelados, ainda será individualizado por tipo do parcelamento anterior: REFIS, PAES, PAEX ou parcelamento ordinário. Essas modalidades de parcelamento terão abatimentos diferenciados, assim como também ficarão com parcelas mínimas distintas. Diante desse número de modalidades, muitos contribuintes acabaram errando na seleção das modalidades que efetivamente pretendiam aderir, gerando uma incerteza quanto à possibilidade de se corrigir tais seleções. Algumas unidades da RFB e da PGFN já vinham admitindo a retificação por parte dos contribuintes; mas a maioria infelizmente não. Teve contribuinte que acabou entrando com ação judicial para conseguir essa retificação. Por meio da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2010, mais especificamente o seu artigo 9º, que alterou a redação do artigo 20 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009, constou a competência dos Delegados da RFB e dos Procuradores Seccionais da PGFN julgarem pedidos relativos à retificação e regularização de adesões. Agora, por meio da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, essa permissão se tornou expressa. No prazo que vai de 1º a 31 de março (artigo 1º, I, “b”), o contribuinte interessado poderá retificar a modalidade de parcelamento, seja para alterar como para incluir nova modalidade, nos termos do artigo 3º desta portaria. O artigo 1º, §2º, determina que essa retificação se dará eletronicamente, nos sites da RFB ou PGFN. 9
  • 10. A retificação poderá consistir, segundo o §1º do artigo 3º da Portaria Conjunta nº 2/2011 em: I – alterar uma modalidade, cancelando a modalidade indevidamente requerida e substituindo-a por nova modalidade de parcelamento; ou II – incluir nova modalidade de parcelamento, mantidas as modalidades anteriormente requeridas. Um cuidado especial que os contribuintes deverão ter nessas retificações corresponde ao acerto das antecipações até então realizadas, ou seja, o contribuinte também deverá retificar (pagar ou complementar) as antecipações desde o mês de adesão (ou desde novembro/2009, na hipótese de inclusão de nova modalidade), sob pena de indeferimento do parcelamento. Esses pagamentos deverão ocorrer até o mês anterior ao da conclusão da consolidação, ou seja, no mês anterior aos prazos fixados no artigo 1º, incisos III a V, da Portaria Conjunta nº 2/2011, dependendo do tipo de contribuinte. 7. MIGRAÇÃO DE UM PARCELAMENTO PARA OUTRO Como já informado, é possível transferir os débitos que estejam parcelados (REFIS, PAES, PAEX, parcelamento ordinário) para o parcelamento da Lei nº 11.941/2009. Reforçando o que também já foi dito, somente será cabível a migração total de um parcelamento para o outro. Ademais, nada impede que o contribuinte entre no novo REFIS e, ainda, continue pagando um outro parcelamento. Uma vez escolhida a migração para o novo REFIS, a legislação é clara (e óbvia) ao determinar que a nova adesão implicará em desistência automática e compulsória do parcelamento anterior. Vale dizer que a migração pressupõe que o parcelamento esteja ativo até a data da opção pelo novo REFIS. Agora, é preciso ter cautela no momento de fazer tal migração. A legislação determina as seguintes consequências para os débitos que sofram tal migração:  O saldo devedor originário será aquele da data da consolidação do parcelamento anterior, sem qualquer redução; 10
  • 11.  Sobre esse saldo devedor, incidirá a SELIC até a data da nova adesão;  Os pagamentos realizados pelo contribuinte durante o parcelamento anterior também deverão ser atualizados pela SELIC (saldo credor);  Deverá ser feito um encontro de contas entre o saldo devedor e o saldo credor apurados conforme acima explicado;  O que a legislação não prevê é a maneira pela qual serão computadas as prestações pagas, ou seja, não há qualquer explicação sobre a amortização dos débitos;  Entendemos que poderá ser aplicado o critério da proporcionalidade ou, então, fazer a imputação dos pagamentos de acordo com o que estatui o artigo 163 do CTN, ou seja: I – em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria e, em segundo lugar, aos decorrentes de responsabilidade tributária; II – primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III – na ordem crescente dos prazos de prescrição; e IV – na ordem decrescente dos montantes. Neste ponto, o artigo 5º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 apenas menciona que “computadas as prestações pagas, os débitos que compõem os saldos remanescentes dos parcelamentos referidos no art. 4º serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento, com os acréscimos legais devidos na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores”. A migração de um parcelamento para outro refletirá no valor mínimo da parcela, que não será os R$ 50,00 ou R$ 100,00. Conforme prevê o artigo 9º, §1º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009: “Art. 9º. Para apuração do valor das prestações relativas aos parcelamentos previstos neste Capítulo, será observado o disposto neste artigo. §1º. Em relação aos débitos objeto dos parcelamentos referidos no art. 4º que estejam ativos no mês anterior ao da publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008 [novembro de 2008], e sejam: I – provenientes do Programa Refis, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das prestações devidas entre os meses de dezembro de 2007 a novembro de 2008; e II – provenientes dos demais parcelamentos, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor da prestação devida no mês de novembro de 2008”. O §2º do mesmo dispositivo se refere exclusivamente aos débitos que estavam no REFIS (1), e a exclusão do programa ocorreu entre dezembro de 2007 a novembro de 2008: 11
  • 12. “§2º. No caso de débitos já parcelados no programa Refis, cuja exclusão do programa tenha ocorrido no período compreendido entre os meses de dezembro de 2007 a novembro de 2008, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das prestações devidas no Programa nesse período”. E quando o contribuinte possuía mais de um parcelamento ativo, e insere dois ou mais no novo REFIS? Cada débito reparcelado deverá observar a particularidade dos parcelamentos migrados, consoante §3º do citado artigo 9º: “§3º. No caso de débitos provenientes de mais de um parcelamento, a prestação mínima será equivalente ao somatório das prestações mínimas definidas nos §§ 1º e 2º.” Finalmente, para os demais casos, assim estatui o § 4º, que se aplica, vale destacar, àqueles débitos que foram anteriormente parcelados (REFIS, PAES, PAEX, parcelamento ordinário), mas estavam rompidos (não ativos) antes das datas acima destacadas, quando, então, observarão as parcelas mínimas de R$ 50,00 (pessoa física) ou R$ 100,00 (pessoa jurídica): “§4º. Os casos que não se enquadrem nas hipóteses previstas nos §§1º e 2º deverão observar a prestação mínima estipulada no art. 3º”. Portanto, é importante estudar os benefícios de se migrar de um parcelamento para o outro, pois, conforme dispõe a legislação, a migração implicará na desistência compulsória e irretratável do parcelamento anterior. A Lei nº 11.941/2009 e a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 foram omissas a respeito da possibilidade, ou não, do contribuinte migrar para o REFIS 4 o chamado “parcelamento especial para ingresso no Simples Nacional”. O Fisco não admite amigavelmente essa migração, como se veiculou através de uma orientação no site da Receita, mas isso poder ser revertido na via judicial, diante da ausência de lei em contrário e, ainda, para não criar um tratamento tributário piorado para ME/EPP optante pelo Simples Nacional. 8. ETAPAS DO PARCELAMENTO. Entre 17 de agosto a 30 de novembro de 2009, estavam abertas as adesões para o novo REFIS. Trata-se da primeira etapa do parcelamento: fase das adesões. A Lei nº 12.249/2010, em seu artigo 65, §18, deu uma brecha para se tentar uma reabertura na via judicial até 31/12/2010, mas o fato é que poucas foram as decisões judiciais favoráveis neste sentido. 12
  • 13. Nesta etapa da adesão, os contribuinte apenas manifestaram seu interesse de entrar no REFIS da Crise e, se for o caso, migrar os débitos de um parcelamento anterior para esse novo (quando, então, tiveram que desistir daquele outro parcelamento em andamento). Além disso, neste primeiro momento, os contribuintes tiveram que selecionar as modalidades de parcelamentos. Conforme já comentado acima, no final do tópico 6, a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011 flexibilizou aquela indicação original, permitindo expressamente a retificação dessas seleções de modalidades entre os dias 1º a 31 de março de 2011. Importante notar que a Lei nº 11.941/2009 não prevê a exigência de garantia para os contribuintes entrarem no novo parcelamento, ressalvando apenas a permanência das garantias até então existentes (penhora, arresto, arrolamento). Assim, a simples adesão ao REFIS evita a penhora para aqueles contribuintes que foram recentemente citados em execuções fiscais. Aliás, o artigo 127 da Lei nº 12.249/2010 prevê: “Art. 127. Até que ocorra a indicação de que trata o art.5o da Lei 11941, de 27 de maio de 2009, os débitos de devedores que apresentaram pedidos de parcelamentos previstos nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei 11941, de 27 de maio de 2009, vencidos até 30 de novembro de 2008, que tenham sido deferidos pela administração tributária devem ser considerados parcelados para os fins do inciso VI do art. 151 da Lei 5172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. Parágrafo único. A indicação de que trata o art. 5o da Lei 11941, de 27 de maio de 2009, poderá ser instada a qualquer tempo pela administração tributária”. Logo, o contribuinte optante que, no período em que já se encontrava no “Refis da Crise” (adesão), teve a sua dívida (ora parcelada) inscrita em dívida ativa ou, ainda, ajuizada, poderá requerer a nulidade da CDA ou extinção da execução fiscal, na medida em que, com a mera adesão (e indicação da modalidade do parcelamento que abrange o débito inscrito ou ajuizado) teve o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário. Vale insistir: tais contribuinte devem pedir a extinção da execução fiscal ajuizada durante o período em que ele já estava no “Refis da Crise”. Não se trata de hipótese de suspensão! Cabe exceção de pré-executividade para pedir isso judicialmente, inclusive com direito condenação em honorários advocatícios. Com efeito, o deferimento do parcelamento, que se dará na data em que o sujeito passivo concluir a apresentação das informações necessárias (artigos 4º a 11 13
  • 14. da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011), retroage à data do requerimento de adesão. Neste sentido, o artigo 12, §1º da Portaria Conjunta nº 2/2011 (e artigo 16 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009). Por outro lado, quanto aos débitos que o contribuinte incluir no Refis somente a partir de requerimento de retificação da modalidade (artigo 3º da Portaria Conjunta nº 2/2011), a CDA até então formalizada ou a execução fiscal já ajuizada não serão canceladas, conforme artigo 12, §3º desta mesma norma complementar. Realmente, aqui a situação é diferente: o contribuinte errou na seleção original da modalidade de parcelamento, retificando apenas posteriormente, quando a CDA já estava (corretamente) inscrita ou a execução fiscal já (corretamente) ajuizada. Outra vantagem do REFIS é que ele dispensa a regularidade fiscal do tributos vincendos, e, ainda, não força o contribuinte a parcelar os débitos posteriores a novembro de 2008. Aliás, desde já vale a pena dizer que a inadimplência dos tributos correntes (“dom mês”) não causará a exclusão do REFIS. A legislação exige apenas a regularidade dentro no próprio REFIS da Crise. No entanto, nessa primeira etapa, o contribuinte ainda não apontou quais são os débitos (re)parcelados. Isso somente ocorreu na segunda fase do parcelamento, qual seja: etapa da consolidação, que se iniciou em junho de 2010 (até 16/08/2010), quando o optante pelo Refis teve que indicar se incluiria todos os débitos parceláveis (declaração do “sim”) ou apenas parte deles (declaração do “não”). Dentro desse prazo, o contribuinte que optou pela inclusão parcial dos débitos parceláveis, teve que entregar nas unidades da PGFN e da RFB, conforme competência de cada um desses órgãos, formulário “em papel” (anexos à Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 3/2010) apontando especificamente quais débitos, então, seriam incluídos. Tratam desse assunto as Portarias Conjuntas PGFN/RFB nº 3, 11 e 13, todas de 2010. O apontamento desses débitos deveria ter sido feito até 16/08/2010, mas acabou não sendo algo definitivo. A Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011 voltou a determinar que os contribuintes apontem novamente os débitos que pretendem parcelar, juntamente com outras informações (artigos 4º a 11 desta Portaria), cabendo a inclusão de novos débitos que foram esquecidos naquela primeira oportunidade. Essa fase final da consolidação vem disciplinada na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011. O artigo 1º dessa Portaria criou prazos para os contribuintes optantes do Refis: I – todos os contribuintes que optaram pelo “Refis da Crise”, no período de 1º a 31 de março de 2011, deverão: 14
  • 15. a) consultar os débitos parceláveis em cada modalidade; e b) retificar modalidades de parcelamento, se for o caso (conforme artigo 3º); II - no período de 4 a 15 de abril de 2011, prestar as informações necessárias à consolidação, no caso de pessoa jurídica optante por modalidade de pagamento à vista com utilização de créditos decorrentes de Prejuízo Fiscal ou de Base de Cálculo Negativa da CSLL. Ou seja, esse prazo somente alcança quem optou pelo “pagamento à vista” com aproveitamento desses créditos fiscais, não alcançando quem pediu o parcelamento com aproveitamento de tais créditos fiscais; III - no período de 2 a 25 de maio de 2011, prestar as informações necessárias à consolidação: a) de todas as modalidades de parcelamento, no caso de pessoa física. Ou seja, as pessoas físicas (CPF) deverão informar nesse prazo; e b) da modalidade de Parcelamento de Débitos Decorrentes do Aproveitamento Indevido de Créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no caso de pessoa jurídica. Portanto, essa modalidade especial de parcelamento ganhou um prazo especial. Pelo que depreende do texto normativo, a pessoa jurídica que também tiver incluído no Refis outros débitos (que não sejam do IPI decorrente do aproveitamento indevido de crédito relativo às operações de entrada isentas, imunes ou sujeitas à alíquota zero) terá que observar os outros prazos abaixo fixados, no que diz respeito a esses demais débitos. Em outras palavras, esse prazo envolve apenas esta modalidade específica de parcelamento. O que justifica esse prazo especial é que tais débitos ensejam uma parcela mínima de R$ 2.000,00, e serão parceladas separadamente dos demais débitos não previdenciários; IV - no período de 7 a 30 de junho de 2011, prestar as informações necessárias à consolidação das demais modalidades de parcelamento, no caso de pessoa jurídica submetida ao acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial no ano de 2011 ou de pessoa jurídica que optou pela tributação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no ano-calendário de 2009 com base no Lucro Presumido, cuja Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) do exercício de 2010 tenha sido apresentada até 30 de setembro de 2010. Aqui, temos as seguintes considerações a serem feitas: a) esse prazo refere-se aos “demais débitos”, ou seja, que não seja de IPI decorrente de aproveitamento indevido de créditos utilizados sobre as compras com IPI isento, imune ou alíquota zero; b) não envolve as pessoas físicas, mas apenas as pessoas jurídicas ali mencionadas, que serão identificadas na sequência; 15
  • 16. c) nem todas as pessoas jurídicas se submeterão a esse prazo; d) o primeiro grupo de pessoas jurídicas são aquelas com “acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial” em 2011, ou seja, aquelas pessoas tratadas nos artigos 2º e 3º da Portaria RFB nº 2.357, de 14/12/2010. São elas: I) cuja receita bruta anual em 2009 for superior a R$ 90.000.000,00; II – quem declarou débitos em DCTF, relativamente ao ano de 2009, em montante superior a R$ 9.000.000,00; III – possui “massa salarial” (folha de salário) anual em 2009 informado em GFIP, no valor superior a R$ 15.000.000,00; ou IV – declarou débitos em GFIP referente ao ano de 2009 superior a R$ 5.000.000,00. Portanto, a pessoa jurídica que se enquadrar em um desses itens, e tenha optado pelo regime tributário do lucro presumido, real ou arbitrado (logo, com afastamento apenas do Simples Nacional!), terá que prestar as informações dentro desse prazo; e) também se sujeitam a esse prazo, continua o inciso IV do artigo 1º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, as pessoas jurídicas sujeitas ao LUCRO PRESUMIDO no ano de 2009, cuja DIPJ de 2010 (relativa a 2009) tenha sido apresentada até 30/09/2010. Aqui uma observação: pelo que consta no texto normativo, a pessoa jurídica que tenha entregue a DIPJ com atraso, ou melhor, após 30/09/2010, não se submeterá a este prazo, caindo na “vala comum” do inciso V. V – finalmente, no período de 6 a 29 de julho de 2011, por exclusão, as “demais pessoas jurídicas” (não previstas no inciso anterior) deverão prestar as informações necessárias à consolidação das “demais modalidades de parcelamento” (que não seja o IPI tratado no inciso III, letra “b”). As pessoas jurídicas localizadas nos municípios da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, listados na Portaria MF nº 24, de 19/01/2011, que foram afetados pelas enchentes, prestarão as informações necessárias no período compreendido entre 1º a 12 de agosto de 2011. Nessa fase de finalização da consolidação, aberta pela mencionada Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, o contribuinte terá que informar quais débitos serão incluídos no novo parcelamento. Ademais, somente nessa etapa final é que o contribuinte deverá prestar as informações citadas nos artigos 4º a 11 dessa portaria, ou seja:  Indicar o montante disponível de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL, referente a períodos de apuração encerrados até 27/05/2009, que pretende utilizar para quitação de multa e de juros (tanto no pagamento à vista como no parcelamento); 16
  • 17.  Confessar os “demais débitos não previdenciários”, ainda não constituídos, vencidos até 30/11/2008, em relação aos quais o sujeito passivo esteja desobrigado da entrega de declarações à RFB, conforme artigo 2º, III, da IN RFB nº 1.049/2010;  Indicar, por meio de declaração eletrônica, os débitos a serem parcelados ou aqueles que foram pagos à vista (neste último caso – pagamento à vista - apenas para quem vai utilizar prejuízo fiscal ou base negativa da CSLL). Vale dizer: indicar “de novo”, já que o contribuinte já teve que fazer isso em 2010 (até 16/08/2010), ao declarar “sim” (inclusão total dos débitos parceláveis) ou “não” (inclusão parcial, cujos débitos foram apontados e entregues na RFB/PGFN mediante formulário em papel). A Portaria Conjunta nº 2/2011, no § 3º do seu artigo 9º, fala apenas em “inclusão” de (novos) débitos não indicados anteriormente. Agora, seria possível excluir (ou substituir) algum débito anteriormente indicado? Pensamos que não, pois portarias anteriores mencionaram que aqueles apontamentos seriam irretratáveis (artigos 1º, §3º, da Portaria Conjunta nº 3/2010; e 1º, §4º, da Portaria Conjunta nº 11/2010).  Indicar a “faixa de prestações” (até 30; até 60; até 120; ou até 180), para as modalidades de parcelamento de dívidas não parceladas anteriormente. Essa informação é necessária para o cálculo do abatimento das multas e dos juros.  Indicar os montantes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa d CSLL a serem utilizados para quitação de multa e juros nos parcelamentos ou no pagamento à vista. Aliás, os artigos 5º a 8º da Portaria Conjunta nº 2/2011 normatizam esse tema.  Indicar o número de prestações pretendido (exceto no caso de pagamento à vista com utilização de créditos fiscais). Essa etapa de conclusão da consolidação de modalidade somente será efetivada se o sujeito passivo tiver efetuado, em até 3 (três) dias úteis antes do término dos prazos fixados no artigo 1º, conforme o caso, o pagamento das antecipações ou do saldo devedor de que trata o artigo 28 da Portaria Conjunta 6/2009 (pagamento à vista efetuado tenha sido insuficiente para quitar o débito, na hipótese de aproveitamento de prejuízo fiscal). Até o momento da consolidação final, do “deferimento final” do parcelamento, o contribuinte vai pagar o parcelamento de conformidade com as parcelas mínimas. Finalmente, a respeito dos débitos com exigibilidade suspensa, que o contribuinte deseja incluir no “Refis da Crise”, a legislação exige a desistência das discussões judiciais ou administrativas. No caso das discussões judiciais, vale dizer que isso somente será necessário quando o débito estiver “com exigibilidade 17
  • 18. suspensa” (liminar, tutela antecipada, depósito). Os prazos para o contribuinte cumprir essa exigência variaram: originalmente, era 30 dias a contar do deferimento do termo de adesão; depois, passou para o dia 1º de março de 2010; reabriu para 30 de setembro de 2010; e, agora, por meio do artigo 13 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011, esse prazo foi reaberto até o último dia útil do mês subseqüente à ciência do deferimento da respectiva modalidade de parcelamento ou da conclusão da consolidação de que trata o artigo 28 da Portaria Conjunta nº 6/2009. Aliás, a desistência pode até mesmo ser dispensada, quando se tratar de impugnação ou recurso administrativo, consoante o §3º do artigo 13 da Portaria nº 2/2011. 9. DAS REDUÇÕES. O novo REFIS traz reduções nas multas e nos juros, bem como afasta os encargos do Decreto-lei nº 1.025/69 (de 10% para débitos inscritos em Dívida Ativa; e 20% para débitos ajuizados). No caso das multas, o REFIS reduz tantos as multas moratórias (de 20%, relativas a débitos declarados e não pagos) como também as multas punitivas, de ofício (de 75% a 150%, decorrentes de auto de infração. Dependendo do débito e do número de prestações, as multas moratórias e de ofício sofrerão descontos de 100% a 60%. A legislação também prevê redução para as multas isoladas (que decorrem do descumprimento de obrigações acessórias, como é o caso, por exemplo, da multa por atraso na entrega da DCTF, ou das multas trabalhistas por descumprimento da CLT). As reduções oscilam entre 20% a 40%. Os juros também sofrerão descontos que vão de 45% a 25%. Outra excelente vantagem para os débitos que estejam na PGFN é a eliminação de 100% dos encargos do Decreto-lei nº 1.025/69. Isso, por si só, já tem o condão de reduzir o débito em 10% ou 20%,conforme o caso. No site da Receita Federal do Brasil consta o seguinte quadro resumo, que facilita a análise desses descontos previstos no REFIS da Crise: 18
  • 19. Parcelamento Saldo Remanescente de Pagamento Dívidas não Parceladas Parcelamentos Anteriores – à vista Anteriormente (nunca Refis, Paes, Paex e parceladas até o dia Parcelamentos Ordinários 27/05/2009) (parcelados até o dia 27/05/2009) Vencidos Débitos abrangidos até Vencidos até 30/11/2008 Vencidos até 30/11/2008 30/11/2008 Nos sítios da PGFN ou Prazo para efetuar o Nos sítios da PGFN ou RFB na RFB na Internet de pedido de Internet de 17/08/2009 até às 20 30/11/2009 17/08/2009 até às 20 horas parcelamento ou horas (horário de Brasília) do dia (horário de Brasília) do dia pagamento à vista 30/11/2009 30/11/2009 2a 31 a 61 a 121 a Número de Prestações Não se aplica 180 30 60 120 180 Não se Não se Não se Não se Parcelamento Origem dos Débitos Não se aplica aplica aplica aplica aplica Refis Paes Paex Ordinário Multas de Mora 100% 90% 80% 70% 60% 40% 70% 80% 100% e de Ofício Reduções Multas 40% 35% 30% 25% 20% 40% 40% 40% 40% concedidas Isoladas Juros 45% 40% 35% 30% 25% 25% 30% 35% 40% de Mora Encargo 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Legal Sobre o valor de cada parcela será acrescido de juros SELIC, a partir do mês subseqüente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de 1% para o mês do pagamento. No tocante à utilização do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa, a legislação autoriza a quitação desses “créditos” com multas e juros. Diferentemente do que ocorreu no REFIS 1, no novo REFIS não será admitia compensação com prejuízo de terceiros. Os artigos 27 e 28 da Portaria Conjunta nº 6/2009 regulamentam esse benefício, assim como os artigos 5º a 8º da Portaria Conjunta nº 2/2011. O contribuinte poderá utilizar até 25% do prejuízo fiscal e 9% da base negativa. Uma observação a respeito da apuração do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa para fins de compensação com multa e juros no Refis da Crise: o artigo 27, §3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 determina que tais “créditos” devem ser “relativos aos períodos de apuração encerrados” até 28/05/2009 (data 19
  • 20. de publicação da Lei nº 11.941). Portanto, é preciso atentar para esse encerramento do último período de apuração anterior a maio/2009. Nesse sentido, o contribuinte deverá apurar o prejuízo fiscal (base de cálculo negativa) em 31/03/2009 (1º trimestre/2009), caso apure trimestralmente o IRPJ (artigo 220 do RIR/99); se a empresa apurar anualmente o IRPJ (artigo 221 do RIR/99), o valor corresponderá ao prejuízo fiscal (ou base negativa) em 31/12/2008, consoante artigos 15 e 16 da Lei nº 9.065/1995 e artigos 220 e 221 do RIR/99. 10. RESCISÃO DO PARCELAMENTO A legislação aponta apenas uma única causa de rescisão do REFIS da Crise: inadimplência das parcelas do próprio REFIS. Sendo assim, o contribuinte pode se tornar inativo, como também pode deixar de pagar os tributos correntes ou outros parcelamentos paralelamente vigentes que não perderá o REFIS. Assim dispõe o artigo 21 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009: “Art. 21. Implicará rescisão do parcelamento e remessa do débito para inscrição em DAU ou prosseguimento da execução, conforme o caso, a falta de pagamento: I – de 3 (três) prestações, consecutivas ou não, desde que vencidas em prazo superior a 30 (trinta) dias; ou II – de, pelo menos, 1 (uma) prestação, estando pagas todas as demais”. Existe uma certa dificuldade de se entender esse inciso II. Temos dado a seguinte interpretação: onde está escrito “demais”, ler como “posteriores”. Ou seja, se um contribuinte estiver com três prestações em aberto, e resolver pagar apenas mais recente, deixando, portanto, em aberto, as duas prestações mais antigas, ele será excluído do REFIS. Nesse caso, para fugir da exclusão, o contribuinte terá que pagar, sempre, a parcela mais antiga em aberto. O §1º concede um importante fôlego ao contribuinte, ao estabelecer que “a prestação paga com até 30 (trinta) dias de atraso não configura inadimplência para os fins previstos neste artigo”. Quanto aos efeitos da rescisão do REFIS, os artigos 21 e 22 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009 aduzem: “Art. 21. 20
  • 21. ........................................................................... § 2º A rescisão implicará: I - exigibilidade imediata da totalidade do débito confessado e ainda não pago; II - cancelamento dos benefícios concedidos, inclusive sobre o valor já pago ou liquidado mediante utilização de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL; e III - automática execução da garantia prestada, quando existente. § 3º Ocorrendo a rescisão do parcelamento: I - será efetuada a apuração do valor original do débito, restabelecendo-se os acréscimos legais na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores até a data da rescisão; II - serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as prestações pagas, com acréscimos legais até a data da rescisão. § 4º O sujeito passivo será comunicado da exclusão do parcelamento por meio eletrônico, com prova de recebimento, nos termos dos §§ 7º a 10 do art. 12. § 5º A desistência do parcelamento, a pedido do sujeito passivo, produz os mesmos efeitos da rescisão de que trata este artigo, não sendo cabível o recurso previsto nos arts. 23 a 26. Art. 22. A rescisão de que trata o art. 21 produzirá efeitos no 1º (primeiro) dia subsequente ao término do prazo para interposição de recurso de que tratam os arts. 23 a 26. § 1º A liquidação integral do débito consolidado, desde que efetuada antes do prazo para produção dos efeitos a que se refere o caput, prejudica a rescisão. § 2º No caso dos parcelamentos de que trata esta Portaria, aplica-se o disposto no art. 17”. Os artigos 23 a 26 da Portaria Conjunta nº 6/2009 também trazem disposições acerca do processo administrativo de rescisão do parcelamento. Ao contrário do que vinha sendo feito nos outros parcelamentos, cuja rescisão se dava unilateralmente, e com publicação em Diário Oficial. A exclusão deverá ser comunicada por meio eletrônico, “com prova de recebimento”. O contribuinte terá o prazo de dez dias para recorrer contra a exclusão, cujo recurso terá efeito suspensivo. 11. ANTECIPAÇÃO DAS PARCELAS Uma outra excelente alternativa concedida pela Lei nº 11.941/2009 trata-se do direito do contribuinte antecipar parcelas do parcelamento com os mesmos benefícios do pagamento à vista. Para tanto, ele deve pagar, no mínimo, um “lote” de doze parcelas. 21
  • 22. Neste caso, o contribuinte terá descontos, sobre essas parcelas antecipadas, equivalentes aos previstos para pagamento à vista. O artigo 17 da Portaria Conjunta PGFN/RFB disciplina essa situação dessa maneira: “Art. 17. O sujeito passivo que mantiver ativos os parcelamentos de que trata esta Portaria poderá amortizar seu saldo devedor, com as reduções de que trata o inciso I do art. 2º, mediante a antecipação do pagamento de prestações. § 1º O montante de cada amortização de que trata o caput deverá ser equivalente, no mínimo, ao valor de 12 (doze) prestações. § 2º A amortização de que trata o caput implicará redução proporcional da quantidade de prestações vincendas, com amortização das últimas, mantendo-se o valor da prestação apurado na consolidação. § 3º Para obter a redução de que trata o caput, o sujeito passivo primeiramente deverá quitar eventuais prestações vencidas até a data do pagamento da antecipação. § 4º Para efeitos do disposto no § 1º, as prestações pagas após o vencimento não serão consideradas”. O artigo 21 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2/2011 também lida sobre esse assunto. Aliás, tendo em vista essa oportunidade, recomendava-se que o contribuinte não fizesse a imediata adesão ao REFIS pelo pagamento à vista. Uma postura mais prudente e conservadora era o contribuinte aderir pela sistemática do parcelamento e pagar as prestações (mínimas) até o momento da consolidação, quando, então, optaria pelo pagamento à vista (antecipado), já com os valores selecionados e consolidados. ADENDOS ADENDO 1 - LEI Nº 11.941/2009 SUMÁRIO: Artigo 1º: abrangência e benefícios do pagamento à vista e do parcelamento de débitos “virgens” (não parcelados). Artigo 2º: pagamento à vista e parcelamento de débitos decorrentes do aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI. 22
  • 23. Artigo 3º: migração de parcelamentos anteriores (REFIS, PAES, PAEX, parcelamentos ordinários) para o novo REFIS. Artigo 4º: disposição comum aos parcelamentos. Artigo 5º: irrevogabilidade e irretratabilidade da confissão de débitos. Artigo 6º: inclusão de débitos discutidos judicialmente. Artigo 7º: disposições sobre a opção ao REFIS. Artigo 8º : adesão ao REFIS não significa novação de dívida. Artigo 9º: não cumulatividade das reduções. Artigo 10: depósito existentes. Artigo 11: desnecessidade de garantias. Artigo 12: prazo para regulamentação. Artigo 13: aplicação subsidiária da Lei nº 10.522/2002. LEI Nº 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009. DOU de 28.5.2009 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DOS PARCELAMENTOS Seção I Do Parcelamento ou Pagamento de Dívidas Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei n o 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados. 23
  • 24. § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foram indevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo. § 2o Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderão ser pagas ou parceladas as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ou não, inscritas ou não em dívida ativa, consideradas isoladamente, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento, assim considerados: I - os débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; II - os débitos relativos ao aproveitamento indevido de crédito de IPI referido no caput deste artigo; III - os débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e IV - os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 3o Observado o disposto no art. 3o desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em ato conjunto do Procurador-Geral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os débitos que não foram objeto de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I - pagos a vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II - parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais, com redução de 90% (noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III - parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais, com redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; IV - parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, com redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; ou 24
  • 25. V - parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais, com redução de 60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. § 4o O requerimento do parcelamento abrange os débitos de que trata este artigo, incluídos a critério do optante, no âmbito de cada um dos órgãos. § 5o (VETADO) § 6o Observado o disposto no art. 3o desta Lei, a dívida objeto do parcelamento será consolidada na data do seu requerimento e será dividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, nos termos dos §§ 2o e 5o deste artigo, não podendo cada prestação mensal ser inferior a: I - R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de pessoa física; e II - R$ 100,00 (cem reais), no caso de pessoa jurídica. § 7o As empresas que optarem pelo pagamento ou parcelamento dos débitos nos termos deste artigo poderão liquidar os valores correspondentes a multa, de mora ou de ofício, e a juros moratórios, inclusive as relativas a débitos inscritos em dívida ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro líquido próprios. § 8o Na hipótese do § 7o deste artigo, o valor a ser utilizado será determinado mediante a aplicação sobre o montante do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa das alíquotas de 25% (vinte e cinco por cento) e 9% (nove por cento), respectivamente. § 9o A manutenção em aberto de 3 (três) parcelas, consecutivas ou não, ou de uma parcela, estando pagas todas as demais, implicará, após comunicação ao sujeito passivo, a imediata rescisão do parcelamento e, conforme o caso, o prosseguimento da cobrança. § 10. As parcelas pagas com até 30 (trinta) dias de atraso não configurarão inadimplência para os fins previstos no § 9o deste artigo. § 11. A pessoa jurídica optante pelo parcelamento previsto neste artigo deverá indicar pormenorizadamente, no respectivo requerimento de parcelamento, quais débitos deverão ser nele incluídos. § 12. Os contribuintes que tiverem optado pelos parcelamentos previstos nos arts. 1o a 3o da Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008, poderão optar, na forma de regulamento, pelo reparcelamento dos respectivos débitos segundo as regras previstas neste artigo até o último dia útil do 6o (sexto) mês subsequente ao da publicação desta Lei. § 13. Podem ser parcelados nos termos e condições desta Lei os débitos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS das sociedades civis de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada a que se 25
  • 26. referia o Decreto-Lei no 2.397, de 21 de dezembro de 1987, revogado pela Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 14. Na hipótese de rescisão do parcelamento com o cancelamento dos benefícios concedidos: I - será efetuada a apuração do valor original do débito, com a incidência dos acréscimos legais, até a data da rescisão; II - serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as parcelas pagas, com acréscimos legais até a data da rescisão. § 15. A pessoa física responsabilizada pelo não pagamento ou recolhimento de tributos devidos pela pessoa jurídica poderá efetuar, nos mesmos termos e condições previstos nesta Lei, em relação à totalidade ou à parte determinada dos débitos: I - pagamento; II - parcelamento, desde que com anuência da pessoa jurídica, nos termos a serem definidos em regulamento. § 16. Na hipótese do inciso II do § 15 deste artigo: I - a pessoa física que solicitar o parcelamento passará a ser solidariamente responsável, juntamente com a pessoa jurídica, em relação à dívida parcelada; II - fica suspensa a exigibilidade de crédito tributário, aplicando-se o disposto no art. 125 combinado com o inciso IV do parágrafo único do art. 174, ambos da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional; III - é suspenso o julgamento na esfera administrativa. § 17. Na hipótese de rescisão do parcelamento previsto no inciso II do § 15 deste artigo, a pessoa jurídica será intimada a pagar o saldo remanescente calculado na forma do § 14 deste artigo. Seção II Do Pagamento ou do Parcelamento de Dívidas Decorrentes de Aproveitamento Indevido de Créditos de IPI, dos Parcelamentos Ordinários e dos Programas Refis, Paes e Paex Art. 2o No caso dos débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota zero ou como não-tributados: I - o valor mínimo de cada prestação não poderá ser inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais); 26
  • 27. II - a pessoa jurídica não está obrigada a consolidar todos os débitos existentes decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI neste parcelamento, devendo indicar, por ocasião do requerimento, quais débitos deverão ser incluídos nele. Art. 3o No caso de débitos que tenham sido objeto do Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, do Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, do Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, do parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e do parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, observar-se-á o seguinte: I - serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento os valores correspondentes ao crédito originalmente confessado e seus respectivos acréscimos legais, de acordo com a legislação aplicável em cada caso, consolidado à época do parcelamento anterior; II - computadas as parcelas pagas, atualizadas pelos critérios aplicados aos débitos, até a data da solicitação do novo parcelamento, o pagamento ou parcelamento do saldo que houver poderá ser liquidado pelo contribuinte na forma e condições previstas neste artigo; e III - a opção pelo pagamento ou parcelamento de que trata este artigo importará desistência compulsória e definitiva do REFIS, do PAES, do PAEX e dos parcelamentos previstos no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002. § 1o Relativamente aos débitos previstos neste artigo: I - será observado como parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor da última parcela devida no mês anterior ao da edição da Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008; II - no caso dos débitos do Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, será observado como parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das 12 (doze) últimas parcelas devidas no Programa antes da edição da Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008; III - caso tenha havido a exclusão ou rescisão do Programa de Recuperação Fiscal - REFIS em um período menor que 12 (doze) meses, será observado como parcela mínima do parcelamento o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das parcelas devidas no Programa antes da edição da Medida Provisória no 449, de 3 de dezembro de 2008; IV - (VETADO) V - na hipótese em que os débitos do contribuinte tenham sido objeto de reparcelamento na forma do Refis, do Paes ou do Paex, para a aplicação das regras previstas nesta Lei será levado em conta o primeiro desses parcelamentos em que os débitos tenham sido incluídos. 27
  • 28. § 2o Serão observadas as seguintes reduções para os débitos previstos neste artigo: I - os débitos anteriormente incluídos no Refis terão redução de 40% (quarenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II - os débitos anteriormente incluídos no Paes terão redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III - os débitos anteriormente incluídos no Paex terão redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; e IV - os débitos anteriormente incluídos no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e do parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, terão redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. Seção III Disposições Comuns aos Parcelamentos Art. 4o Aos parcelamentos de que trata esta Lei não se aplica o disposto no § 1o do art. 3o da Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no § 2o do art. 14-A da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, e no § 10 do art. 1o da Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003. Parágrafo único. Não será computada na apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS a parcela equivalente à redução do valor das multas, juros e encargo legal em decorrência do disposto nos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei. Art. 5o A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas nesta Lei. Art. 6o O sujeito passivo que possuir ação judicial em curso, na qual requer o restabelecimento de sua opção ou a sua reinclusão em outros parcelamentos, deverá, como condição para valer-se das prerrogativas dos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei, desistir da respectiva ação judicial e renunciar a qualquer alegação de direito sobre a qual se funda a referida ação, protocolando requerimento de extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do inciso V do caput do art. 269 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, até 30 (trinta) dias após a data de ciência do deferimento do requerimento do parcelamento. 28
  • 29. § 1o Ficam dispensados os honorários advocatícios em razão da extinção da ação na forma deste artigo. § 2o Para os fins de que trata este artigo, o saldo remanescente será apurado de acordo com as regras estabelecidas no art. 3o desta Lei, adotando-se valores confessados e seus respectivos acréscimos devidos na data da opção do respectivo parcelamento. Art. 7o A opção pelo pagamento a vista ou pelos parcelamentos de débitos de que trata esta Lei deverá ser efetivada até o último dia útil do 6o (sexto) mês subsequente ao da publicação desta Lei. § 1o As pessoas que se mantiverem ativas no parcelamento de que trata o art. 1o desta Lei poderão amortizar seu saldo devedor com as reduções de que trata o inciso I do § 3o do art. 1o desta Lei, mediante a antecipação no pagamento de parcelas. § 2o O montante de cada amortização de que trata o § 1o deste artigo deverá ser equivalente, no mínimo, ao valor de 12 (doze) parcelas. § 3o A amortização de que trata o § 1o deste artigo implicará redução proporcional da quantidade de parcelas vincendas. Art. 8o A inclusão de débitos nos parcelamentos de que trata esta Lei não implica novação de dívida. Art. 9o As reduções previstas nos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei não são cumulativas com outras previstas em lei e serão aplicadas somente em relação aos saldos devedores dos débitos. Parágrafo único. Na hipótese de anterior concessão de redução de multa, de mora e de ofício, de juros de mora ou de encargos legais em percentuais diversos dos estabelecidos nos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei, prevalecerão os percentuais nela referidos, aplicados sobre os respectivos valores originais. Art. 10. Os depósitos existentes, vinculados aos débitos a serem pagos ou parcelados nos termos desta Lei, serão automaticamente convertidos em renda da União, aplicando-se as reduções para pagamento a vista ou parcelamento, sobre o saldo remanescente. Art. 10. Os depósitos existentes vinculados aos débitos a serem pagos ou parcelados nos termos desta Lei serão automaticamente convertidos em renda da União, após aplicação das reduções para pagamento a vista ou parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 12.024, de 27 de agosto de 2009) Parágrafo único. Na hipótese em que o valor depositado exceda o valor do débito após a consolidação de que trata esta Lei, o saldo remanescente será levantado pelo sujeito passivo. Art. 11. Os parcelamentos requeridos na forma e condições de que tratam os arts. 1o, 2o e 3o desta Lei: I - não dependem de apresentação de garantia ou de arrolamento de bens, exceto quando já houver penhora em execução fiscal ajuizada; e 29
  • 30. II - no caso de débito inscrito em Dívida Ativa da União, abrangerão inclusive os encargos legais que forem devidos, sem prejuízo da dispensa prevista no § 1o do art. 6o desta Lei. Art. 12. A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no âmbito de suas respectivas competências, editarão, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta Lei, os atos necessários à execução dos parcelamentos de que trata esta Lei, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos débitos a serem parcelados. Art. 13. Aplicam-se, subsidiariamente, aos parcelamentos previstos nos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei as disposições do § 1o do art. 14-A da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, não se lhes aplicando o disposto no art. 14 da mesma Lei. ADENDO 2 - PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 6/2009 SUMÁRIO: Artigo 1º: abrangência dos débitos para pagamento à vista e parcelamento de débitos “virgens” (não parcelados). Artigo 2º: benefícios e reduções para cada modalidade de pagamento (à vista ou parcelado). Artigo 3º: valores mínimos das prestações e suas atualizações mensais. Artigo 4º: do parcelamento e pagamento do saldo remanescente de parcelamentos anteriores. Artigo 5º: da liquidação do saldo remanescente. Artigo 6º: pagamento à vista. Artigo 7º: possibilidade de parcelamento até 180 vezes. Artigo 8º : reduções sobre o saldo remanescente para cada espécie de parcelamento. Artigo 9º: cálculo do valor da parcela. Artigo 10: adesão ao parcelamento acarreta em rescisão definitiva dos parcelamentos em vigor. Artigo 11: possibilidade de escolher os parcelamentos rescindidos. Artigo 12: pedido de adesão ao parcelamento. Artigo 13: a adesão ao parcelamento acarreta desistência das discussões administrativas dos débitos. Artigo 14: consolidação do débito na data do requerimento do parcelamento ou do pagamento à vista. Artigo 15: divulgação, por meio de ato conjunto (Procuradoria e Receita Federal), do prazo para o contribuinte apresentar informações para consolidar o parcelamento. Artigo 16: consolidação do débito e forma de cálculo do valor 30
  • 31. Artigo 17: possibilidade de antecipação de pelo menos 12 últimas parcelas com os benefícios do pagamento à vista. Artigo 18: migração do parcelamento da MP 449 para o “Refis da Crise” Artigo 19: revogado Artigo 20: competência da Procuradoria e Receita Federal de “fiscalizar” os pedidos de parcelamento Artigo 21: causas de rescisão. Artigo 22: efeitos da rescisão. Artigo 23: prazo de 10 dias para apresentar recurso administrativo da exclusão do parcelamento. Artigo 24: efeito suspensivo do recurso administrativo: permanência no parcelamento até seu julgamento Artigo 25: ciência do resultado do recurso Artigo 26: decisão do recurso é definitiva na esfera administrativa Artigo 27: aproveitamento de crédito de prejuízo fiscal para liquidar multa e juros Artigo 28: forma de realização deste aproveitamento de crédito Artigo 29: possibilidade da pessoa física parcelar os débitos da pessoa jurídica Artigo 30: códigos Darf específicos para cada espécie de pagamento. Artigo 31: não cumulatividade das reduções deste parcelamento com os parcelamentos anteriores Artigo 32: do aproveitamentos dos valores depositados para discussão administrativa ou judicial. Levantamento do saldo remanescente Artigo 33: possibilidade de inclusão de novos débitos Artigo 34: impossibilidade de compensar os débitos se aproveitando das reduções deste parcelamento. Artigo 35: impossibilidade utilização desta lei para débitos remanescentes de parcelamentos diversos aos previstos (Refis, Paes, Paex, Ordinário) Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009 DOU de 23.7.2009 Dispõe sobre pagamento e parcelamento de débitos junto à Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional e à Secretaria da Receita Federal do Brasil, de que tratam os arts. 1º a 13 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e estabelece normas complementares à Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 10 de março de 2009, que dispõe sobre o parcelamento de débitos para com a Fazenda Nacional, de que tratam os arts. 1º a 13 da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. 31
  • 32. O PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL E O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL - INTERINO, no uso das atribuições que lhes conferem o art. 72 do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, aprovado pela Portaria MF nº 257, de 23 de junho de 2009, e o inciso III do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009, respectivamente, e tendo em vista o disposto nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e nos arts. 1º a 13 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, resolvem: CAPÍTULO I DO PAGAMENTO À VISTA OU DO PARCELAMENTO DE DÍVIDAS NÃO PARCELADAS ANTERIORMENTE Seção I Dos Débitos Objeto de Parcelamento ou Pagamento Art. 1º Os débitos de qualquer natureza junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ou à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), vencidos até 30 de novembro de 2008, que não estejam nem tenham sido parcelados até o dia anterior ao da publicação da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, poderão ser excepcionalmente pagos ou parcelados, no âmbito de cada um dos órgãos, na forma e condições previstas neste Capítulo. § 1º Para os fins do disposto no caput, poderão ser pagos ou parcelados os débitos de pessoas físicas ou jurídicas, consolidados por sujeito passivo, constituídos ou não, com exigibilidade suspensa ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União (DAU), mesmo que em fase de execução fiscal já ajuizada, considerados isoladamente: I - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados; II - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; III - os demais débitos administrados pela PGFN; IV - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tipi, aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados; 32
  • 33. V - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; e VI - os demais débitos administrados pela RFB. § 2º Poderão também ser pagos ou parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo, os débitos de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) das sociedades civis de prestação de serviços profissionais, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada a que se referia o Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, revogado pela Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 3º O disposto neste Capítulo não contempla os débitos apurados na forma do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) de que trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. § 4º Poderão ser ainda parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo, os débitos parcelados de acordo com a Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, cuja primeira solicitação de parcelamento tenha sido efetuada a partir da publicação da Lei nº 11.941, de 2009. § 5º O requerimento de adesão ao parcelamento dos débitos de que trata o § 4º implicará desistência compulsória e definitiva do parcelamento anterior, sem restabelecimento dos parcelamentos rescindidos caso não seja efetuado o pagamento da 1ª (primeira) prestação ou não sejam prestadas as informações na forma do art. 15. Seção II Das Reduções e da Quantidade de Prestações Art. 2º Os débitos de que trata este Capítulo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I - pagos à vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II - parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais e sucessivas, com redução de 90% (noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das multas isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III - parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais e sucessivas, com redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das multas isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; 33
  • 34. IV - parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais e sucessivas, com redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das multas isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; ou V - parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais e sucessivas, com redução de 60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das multas isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. Parágrafo único. O requerimento de parcelamento abrangerá todos os débitos indicados pelo sujeito passivo, no âmbito de cada um dos órgãos, na forma do art. 15. Seção III Das Prestações Art. 3º No caso de opção pelo parcelamento de que trata este Capítulo, a dívida consolidada será dividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, não podendo cada prestação mensal, considerados isoladamente os parcelamentos referidos nos incisos I a VI do § 1º do art. 1º, ser inferior a: I - R$ 2.000,00 (dois mil reais), no caso de parcelamento de débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI oriundos da aquisição de matérias-primas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tipi, aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não-tributados, ainda que o parcelamento seja de responsabilidade de pessoa física; II - R$ 50,00 (cinqüenta reais), no caso de pessoa física; e III - R$ 100,00 (cem reais), no caso dos demais débitos de pessoa jurídica, ainda que o parcelamento seja de responsabilidade de pessoa física. § 1º Até o mês anterior ao da consolidação dos parcelamentos de que trata o art. 15, o devedor fica obrigado a pagar, a cada mês, prestação em valor não inferior ao estipulado neste artigo. § 2º Após a consolidação, computadas as prestações pagas, o valor das prestações será obtido mediante divisão do montante do débito consolidado pelo número de prestações restantes, observada a prestação mínima prevista neste artigo. § 3º O valor de cada prestação será acrescido de juros correspondentes à variação mensal da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) para o mês do pagamento. § 4º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação ser paga no mês em que for formalizado o pedido, observado o disposto no § 3º do art. 12. CAPÍTULO II 34
  • 35. DO PAGAMENTO À VISTA OU DO PARCELAMENTO DE SALDO REMANESCENTE DO PROGRAMA REFIS E DOS PARCELAMENTOS PAES, PAEX E ORDINÁRIOS Seção I Dos Débitos Objeto de Parcelamento ou Pagamento Art. 4º Poderão ser pagos ou parcelados, na forma e condições previstas neste Capítulo, os saldos remanescentes de débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial (Paes), de que trata a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional (Paex), de que trata a Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006, e nos parcelamentos ordinários previstos no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, e nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, mesmo que tenha havido rescisão ou exclusão dos respectivos programas ou parcelamentos. § 1º O disposto no caput aplica-se aos débitos que foram objeto de parcelamentos concedidos até o dia anterior ao da publicação da Lei nº 11.941, de 2009. § 2º Constituirão parcelamentos distintos: I - os débitos, no âmbito da PGFN, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; II - os demais débitos administrados pela PGFN; III - os débitos, no âmbito da RFB, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; e IV - os demais débitos administrados pela RFB. Art. 5º Computadas as prestações pagas, os débitos que compõem os saldos remanescentes dos parcelamentos referidos no art. 4º serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento, com os acréscimos legais devidos na forma da legislação aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Parágrafo único. A dívida objeto de reparcelamento, apurada na forma deste artigo, será consolidada na data do requerimento do novo parcelamento ou do pagamento à vista de que trata este Capítulo. Seção II Das Reduções e da Quantidade de Prestações 35
  • 36. Art. 6º Os débitos de que trata este Capítulo poderão ser pagos à vista com as reduções previstas no inciso I do art. 2º. Art. 7º O parcelamento de que trata este Capítulo poderá ser concedido em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais e sucessivas, observado o disposto no art. 9º. Art. 8º Serão observadas as seguintes reduções para parcelamento dos débitos que trata o art. 4º: I - os débitos anteriormente incluídos no Refis terão redução de 40% (quarenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II - os débitos anteriormente incluídos no Paes terão redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III - os débitos anteriormente incluídos no Paex terão redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; e IV - os débitos anteriormente incluídos no parcelamento previsto no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, e do parcelamento previsto nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, terão redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. § 1º Na hipótese em que o mesmo débito tenha sido objeto de parcelamento na forma do Refis, Paes ou Paex, para aplicação das reduções previstas neste artigo, será considerado o 1º (primeiro) desses parcelamentos especiais. § 2º O disposto no § 1º aplica-se inclusive aos débitos que tenham sido anterior ou posteriormente parcelados na forma dos parcelamentos ordinários. Seção III Das Prestações Art. 9º Para apuração do valor das prestações relativas aos parcelamentos previstos neste Capítulo, será observado o disposto neste artigo. § 1º Em relação aos débitos objeto dos parcelamentos referidos no art. 4º que estejam ativos no mês anterior ao da publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, e sejam: I - provenientes do Programa Refis, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das prestações devidas entre os meses de dezembro de 2007 a novembro de 2008; e 36
  • 37. II - provenientes dos demais parcelamentos, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor da prestação devida no mês de novembro de 2008. § 2º No caso de débitos já parcelados no programa Refis, cuja exclusão do programa tenha ocorrido no período compreendido entre os meses de dezembro de 2007 a novembro de 2008, a prestação mínima será o equivalente a 85% (oitenta e cinco por cento) da média das prestações devidas no Programa nesse período. § 3º No caso de débitos provenientes de mais de um parcelamento, a prestação mínima será equivalente ao somatório das prestações mínimas definidas nos §§ 1º e 2º. § 4º Os casos que não se enquadrem nas hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º deverão observar a prestação mínima estipulada no art. 3º. § 5º Após a consolidação, computadas as prestações pagas, o valor das prestações será obtido mediante divisão do montante do débito consolidado pelo número de prestações restantes, observada as prestações mínimas previstas nos §§ 1º a 4º. § 6º O valor mínimo, previsto nos §§ 1º e 2º, será dividido proporcionalmente à dívida perante cada órgão, conforme disposto nos incisos I a IV do § 2º do art. 4º, e será observado mesmo que o sujeito passivo não inclua no parcelamento de que trata este Capítulo todos os débitos que compõem o saldo remanescente dos parcelamentos referidos no art. 4º. § 7º Em nenhuma hipótese o valor da prestação poderá ser inferior ao estipulado no art. 3º. § 8º O valor de cada prestação será acrescido de juros correspondentes à variação mensal da taxa Selic para títulos federais a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) para o mês do pagamento. § 9º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação ser paga no mês em que for formalizado o pedido, observado o § 3º do art. 12. § 10. Até o mês anterior ao da consolidação dos parcelamentos de que trata o art. 15, o devedor fica obrigado a pagar, a cada mês, prestação em valor não inferior ao estipulado neste artigo. Seção IV Da Desistência de Parcelamentos Anteriormente Concedidos Art. 10. A adesão ao parcelamento de que trata este Capítulo importará desistência compulsória e definitiva do Refis, do Paes, do Paex e dos parcelamentos previstos no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, e nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, que forem objeto do requerimento. § 1º O sujeito passivo que desejar pagar à vista ou parcelar os saldos remanescentes do Refis, do Paes, do Paex, dos parcelamentos previstos no art. 38 da Lei nº 8.212, de 1991, ou nos arts. 10 a 14-F da Lei nº 10.522, de 2002, deverá formalizar a desistência dessas modalidades exclusivamente nos sítios da PGFN ou da RFB na Internet, conforme o caso, nos endereços 37