O documento descreve a origem e características do feudalismo na Europa medieval. O sistema feudal surgiu a partir da crise do Império Romano, combinando elementos romanos como o colonato e o fortalecimento do poder local com elementos germânicos como a economia agropastoril e laços de fidelidade entre chefes e guerreiros. O feudalismo estruturou a sociedade em senhores e servos ligados à terra.
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Feudalismo 1°J
1. Feudalismo
Foi o modo de organização da vida em
sociedade que caracterizou a Europa
durante grande parte da Idade Média.
Ele não foi igual em todas as regiões
européias.Contribuíram para sua
formação elementos de origem
romana e germânica.
2. • Elementos romanos:
• Colonato- sistema de trabalho servil que se
desenvolveu com a decadência do império,
quando escravos e plebeus empobrecidos
passaram a trabalhar como colonos em terras
de um grande senhor. Com a ruralização
surgiram as vilas medievais, unidades
econômicas do mundo feudal.
• Fortalecimento do poder local- com o
enfraquecimento do poder central romano, os
grandes proprietários de terras foram adquirindo
crescentes poderes locais.
3. • Elementos germânicos:
• Economia agropastoril- os germânicos tinham por
base da economia a agricultura e a criação de animais.
Não se preocupavam em produzir mercadorias
destinadas ao comércio.
• Comitatus- instituição social que estabelecia laços de
fidelidade unindo o chefe militar e seus guerreiros.
• Beneficium- recompensa oferecida pelos chefes
germânicos pelo esforço de seus guerreiros, cedendo-
lhes lotes de terras denominadas beneficium. Em troca o
beneficiado deveria oferecer ao seu senhor, fidelidade,
trabalho e ajuda.
4. • O sistema feudal corresponde ao modo
de organização da vida durante a Idade
média. Suas origens remontam à crise do
império romano. Costuma-se dividir o
período em duas fases: Alta Idade Média
(Formação e consolidação do sistema
feudal) e Baixa Idade Média (Crise do
feudalismo e início da formação do
sistema capitalista).
5. • O processo de formação histórica do sistema feudal tem
seu ponto de partida na Crise do séc. III do Imp.Romano
e se acentua no século V, com as invasões bárbaras. A
retração do escravismo e a implantação de um regime
servil constituem o passo decisivo para a formação do
sistema. Por outro lado, os germanos que invadiram o
império trouxeram consigo relações sociais
comunitárias, de exploração coletiva das terras e
subordinação aos grandes chefes militares. As invasões
bárbaras, além de despovoar as cidades, dificultaram as
comunicações e provocaram o isolamento das
localidades, forçando-as a adotar uma economia de
subsistência.
6. Economia- O modo de produção feudal, próprio do
Ocidente europeu, tinha por base a economia agrária,
não comercial, auto-suficiente, quase totalmente
amonetária. A propriedade feudal, ou senhorial,
pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos
senhores feudais, altos representantes da Igreja (Clero)
e os descendentes dos germânicos (Nobreza).
A principal unidade de produção era o feudo, que se
dividia em três partes distintas: a propriedade privada do
senhor (domínio ou manso senhorial) onde se erigia um
castelo fortificado.
7. • O manso servil ( porção de terras arrendadas aos
camponeses)dividido em lotes denominados tenências
e o manso comunal, constituído por terras
coletivas(pastos e bosques) usadas tanto pelo senhor
como pelos servos.
• Devido ao caráter expropriador do sistema feudal,
caracterizado pelas obrigações (talha, corvéia,
banalidades), o servo não se sentia estimulado a
aumentar a produção com inovações tecnológicas, pois
isso significaria produzir mais, porém não para si, mas
para o senhor. Por esse motivo, o desenvolvimento
tecnológico do período foi irrelevante, de certa maneira
limitando a produtividade.
8. • A principal técnica adotada foi a agricultura dos três
campos (rotação de culturas),que evitava o esgotamento
do solo, mantendo a fertilidade da terra.
• Sociedade- no feudalismo, a posse da terra era o
critério de diferenciação dos grupos sociais, rigidamente
definidos: de um lado, os senhores, cuja riqueza
provinha da posse territorial e do trabalho servil; de
outro, os servos, vinculados à terra e sem possibilidades
de ascender socialmente. A esse tipo de sociedade,
estratificada, sem mobilidade, dá-se o nome de
sociedade estamental.
9. • Assim, a sociedade feudal(dentro do feudo)
era composta por dois estamentos: os senhores
feudais e os servos. Os servos eram
constituídos pela maior parcela da população
camponesa, vivendo como os antigos colonos
romanos, presos à terra e sofrendo intensa
exploração. Eram obrigados a prestar serviços
ao senhor e a pagar-lhe diversos tributos em
troca da permissão de uso da terra e de
proteção militar.
10. • Corveia- trabalho gratuito nas terras do
senhor alguns dias por semana.
• Talha- obrigação de dar porcentagem
da produção das tenências.
• Banalidades- taxas pagas pelo uso do
moinho, forno, celeiros, lagar e outras
instalações do feudo.
11. • De maneira geral, clero, nobreza e
servos eram os grupos definidores da
hierarquia feudal,havendo, entretanto,
alguns grupos sociais menores, como os
vilões (antigos proprietários, eram servos
com menos deveres e mais liberdades).
12. • A terra tinha grande importância na época feudal, em
decorrência da escassez de moedas e de outras formas
de riqueza. Assim, estimulou-se a prática de retribuir
serviços prestados com a concessão de terras. Os
nobres que as cediam eram os suseranos e aqueles
que as recebiam tornavam-se seus vassalos.
• Um cerimonial ( homenagem)acompanhava a
concessão do feudo (beneficium), ocasião em que o
vassalo jurava fidelidade ao suserano, comprometendo-
se a acompanhá-lo nas guerras, assim como o suserano
jurava, em reciprocidade, proteção ao vassalo. Enfim,
suserano e vassalo assumiam compromissos de ajuda e
consulta mútuas (auxilium e concilium).
13. • A estruturação do feudalismo se fez em meio
a guerras contínuas, decorrentes das invasões
dos bárbaros e de suas constantes disputas
pelo poder. Foi nessas circunstâncias que se
formou a cavalaria medieval, cujo ideal de
honra, lealdade e heroísmo configurava um
mito, o do “protetor”, invejado herói da época.
• Política- como a terra, ou seja, o feudo era a
unidade básica do modo de produção, possuir
terras e servos significava ter poder.
14. • O parcelamento das terras para a
formação de novos feudos originou,
portanto, a fragmentação desse poder.
Assim, teoricamente, o rei era o suserano
dos suseranos, diante do qual todos os
vassalos deveriam se curvar. Entretanto,
na prática, a figura real exercia pouca
influência nos domínios dos senhores
feudais, sendo cada um deles, de fato, a
suprema autoridade em seus territórios.
15. • A Igreja- a Igreja cristã tornou-se a maior
instituição feudal do Ocidente europeu. Sua
incalculável riqueza,a sólida organização
hierárquica e a herança cultural greco-romana
permitiram-lhe exercer a hegemonia ideológica
e cultural da época, caracterizada pelo
teocentrismo.
Atuando em todos os níveis da vida social, a
Igreja estabeleceu normas, orientou
comportamentos e, sobretudo, imprimiu nos
ideais do homem medieval os valores
teológicos, isto é, a cultura religiosa.
16. • Envolto pelo idealismo religioso, o clero
transmitia à população uma visão de mundo que
lhe era conveniente e adequada ao período: um
mundo dividido em estamentos,
necessariamente desiguais. Leia as palavras de
um religioso medieval: “Deus quis que, entre os
homens, uns fossem senhores e outros servos,
de tal maneira que os senhores estejam
obrigados a venerar e amar a Deus, e que os
servos estejam obrigados a amar e venerar o
seu senhor...”(ANGERS,St. Laud de.)
17. • Coube, assim, ao clero forjar a
mentalidade da época, reforçando o
predomínio dos senhores feudais ( clero e
nobreza), justificando os privilégios
estabelecidos e oferecendo ao povo, em
troca, a promessa do paraíso celestial.