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D. Autossómicas Recessivas
 codificadas nos autossomas
 irmãos com curso clínico semelhante
 doença ocorre tipicamente numa única geração
 só se manifestam quando ambos alelos mutados
(homozigotos ou heterozigotos compostos)
 primeiro caso na família (homozigoto) permite identificar a heterozigotia
dos pais (portadores obrigatórios)
■ excepção: atrofia músculo-espinhal
(taxa de mutações de novo: 1.7%)
 risco de recorrência: 25% (1/4)
 irmãos saudáveis de doente têm 67% (2/3) de risco de serem
portadores
H. Autossómica Recessiva
2 progenitores portadores
→ 25 % (1/4) de risco para descendência
→ 67% (2/3) dos saudáveis são portadores
H. Autossómica Recessiva
1 progenitor portador → 0 % de risco para descendência
H. Autossómica Recessiva
1 progenitor afectado → 0 % de risco para descendência
→ 100% de risco de serem portadores
D. Autossómicas Recessivas
I
II
III
1 2 3 4
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5
Particularidades das doenças AR
 consanguinidade
 efeito fundador
→ alta prevalência de uma doença AR
numa determinada população
devido a um ancestral comum
→ doentes são homozigotos para a
mesma mutação
→ s. Meckel, s. Cohen, nefropatia
finlandesa congénita
 vantagem da heterozigotia
→ alta frequência de alelo mutado
numa determinada população
■ drepanocitose e protecção
contra malária
Particularidades das doenças AR
 Heterogeneidade génica
■ Surdez congénita
→ 50% de etiologia genética
→ 30% surdez sindrómica (condução,
neurossensorial e mista) - > 100 genes
77 loci e 31 genes responsáveis por 35
tipos de surdez (estimativa > 100 genes)
Particularidades das doenças AR
 Surdez neurossensorial congénita isolada
AD DFNA 22% 40 loci 15 genes
AR DFNB 77% 30 loci 9 genes
XR DFNC 1% 7 loci 2 genes
mtDNA < 1% 5 genes
► conexina 26 – 1/3 dos casos de surdez AR
Particularidades das doenças AR
 determinação do estado de portador:
■ razoável num familiar do doente, se mutação definida
■ problemático no parceiro não-consanguíneo e sem HF
da mesma doença
→ risco de ser portador = população
→ se doença rara, baixo risco para filhos de ambos
(1/2 risco pop. ser portadora)
■ determinação do estado de portador em indivíduo sem risco
acrescido possível para:
→ fibrose quística
→ atrofia músculo-espinhal
→ drepanocitose
→ talassémia
Particularidades das doenças AR
 derivar o risco da população ser portadora a
partir da frequência da doença:
→ pré-condições:
■ mutações num único locus
■ cruzamento ao acaso
■ população grande
→ equação Hardy-Weinberg
Equação Hardy-Weinberg
p² + q² + 2pq = 1
p = 1 - q
p² = frequência dos homozigotos normais
q² = frequência dos homozigotos doentes
2pq = frequência dos heterozigotos
p + q = 1 p = frequência alelo normal
q = frequência alelo mutado
2pq = 2 (1-q) q = 2q -2q² Se doença rara (≤ 1/1000):
2q² mt pequeno → ignorado
Frequência portadores ≈ 2q = 2 (q²) 1/2
Cálculos de risco
AR – Fibrose Quística
CFTR
Risco do propositus ser doente = risco do pai ser portador x ¼
Cálculos de risco
AR – Fibrose Quística
frequência portadores ≈ 2q = 2 (q²) 1/2
q² = frequência da doença
frequência portadores = 2 (frequência da doença) 1/2
Frequência portadores = 2 (1/2500) 1/2
Frequência portadores = 1/25
frequência da FQ na população em geral = 1/2500
Cálculos de risco
AR – Fibrose Quística
Risco do propositus ser doente = 1/25 x ¼ = 1/100
Risco do propositus ser doente = risco do pai ser portador x ¼
Cálculos de risco
AR - Consanguinidade
Risco do propositus ser doente = 1/8 x ¼ = 1/32
D. Autossómicas Recessivas
 estudos moleculares directos (mutação)
D. Autossómicas Recessivas
 estudos moleculares indirectos (ligação)
D. Autossómicas Recessivas
 estudos moleculares indirectos (ligação)
H. Ligada ao X recessiva
 codificada no cromossoma X
 manifestam-se em homens hemizigotos
 habitualmente não se manifestam em portadoras
→ algumas excepções:
■ DM Duchenne (algumas vezes)
■ X-frágil (frequente)
 lionização
 muito mais frequente no sexo masculino
 mulheres heterozigóticas são o dobro dos
homens afectados (têm dois cromossomas X)
H. Ligada ao X recessiva
1 2
1 2 3 4 5 6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9
I
II
III
IV
H. Ligada ao X recessiva
100% descendência
dos homens afectados
é saudável
■ 100% rapazes não afectados
■ 100% raparigas portadoras
H. Ligada ao X recessiva
25% descendência
das portadoras é
doente:
■ 50% rapazes doentes
■ 50% rapazes não-
afectados
■ 50% raparigas não-
afectadas
■ 50% raparigas
portadoras
H. Ligada ao X recessiva
Cálculos de risco
XL - Duchenne
probando
portador
probando
não-portador
risco prévio ¼ ¾
risco condicional
(2 filhos saudáveis)
½ x ½ = ¼ 1
risco conjunto ¼ x ¼ =
1/16
¾ = 12/16
risco relativo 1 12
risco final 1/(1+12) =
1/13
12//1+12) =
12/13
Cálculos de risco
XL - Duchenne
portador não-portador
risco prévio ¼ ¾
risco condicional
(2 filhos saudáveis)
½ x ½ = ¼ 1
risco conjunto ¼ x ¼ =
1/16
¾ = 12/16
risco relativo 1 12
risco final 1/(1+12) =
1/13
12//1+12) =
12/13
risco prévio 1/26 25/26
III1
IV1
Cálculos de risco
XL caso isolado - Duchenne
H. Ligada ao X recessiva
 estudos moleculares directos (mutação)
H. Ligada ao X recessiva
 estudos moleculares indirectos (ligação)
H. Ligada ao X dominante
 pouco frequente
 patologia mais frequente no sexo feminino
 morte in uteru ou morte neonatal no sexo masculino
 exclusão desta situação num feto masculino a termo
 irmãos (sexo masculino) dos afectados nunca são doentes
 irmãs têm possibilidades iguais de serem normais ou doente
s. Rett
incontinentia pigmenti,
s. oro-facio-digital tipo 1
s. oto-palato-digital tipos 1 e 2
H. Ligada ao X dominante
Uma mulher com uma doença dominante ligada ao X letal
in utero para o sexo masculino (incontinentia pigmenti tipo
1) casa com um homem saudável. Qual a probabilidade de
ter descendência doente?
X Y
X XX XY
Xm XmX XmY
H. Ligada ao X dominante
Hereditariedade Holândrica
 genes holândricos são exclusivos do cromossoma Y
 só ocorrem nos indivíduos de sexo masculino
 passam de geração em geração, sempre pela linhagem
masculina
 os genes holândricos nunca apresentam relação de
dominância ou de recessividade
Hipertricose auricular
Hereditariedade Holândrica
1 2
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1 2
I
II
III
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  • 1. D. Autossómicas Recessivas  codificadas nos autossomas  irmãos com curso clínico semelhante  doença ocorre tipicamente numa única geração  só se manifestam quando ambos alelos mutados (homozigotos ou heterozigotos compostos)  primeiro caso na família (homozigoto) permite identificar a heterozigotia dos pais (portadores obrigatórios) ■ excepção: atrofia músculo-espinhal (taxa de mutações de novo: 1.7%)  risco de recorrência: 25% (1/4)  irmãos saudáveis de doente têm 67% (2/3) de risco de serem portadores
  • 2. H. Autossómica Recessiva 2 progenitores portadores → 25 % (1/4) de risco para descendência → 67% (2/3) dos saudáveis são portadores
  • 3. H. Autossómica Recessiva 1 progenitor portador → 0 % de risco para descendência
  • 4. H. Autossómica Recessiva 1 progenitor afectado → 0 % de risco para descendência → 100% de risco de serem portadores
  • 5. D. Autossómicas Recessivas I II III 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 5 5
  • 6. Particularidades das doenças AR  consanguinidade  efeito fundador → alta prevalência de uma doença AR numa determinada população devido a um ancestral comum → doentes são homozigotos para a mesma mutação → s. Meckel, s. Cohen, nefropatia finlandesa congénita  vantagem da heterozigotia → alta frequência de alelo mutado numa determinada população ■ drepanocitose e protecção contra malária
  • 7. Particularidades das doenças AR  Heterogeneidade génica ■ Surdez congénita → 50% de etiologia genética → 30% surdez sindrómica (condução, neurossensorial e mista) - > 100 genes 77 loci e 31 genes responsáveis por 35 tipos de surdez (estimativa > 100 genes)
  • 8. Particularidades das doenças AR  Surdez neurossensorial congénita isolada AD DFNA 22% 40 loci 15 genes AR DFNB 77% 30 loci 9 genes XR DFNC 1% 7 loci 2 genes mtDNA < 1% 5 genes ► conexina 26 – 1/3 dos casos de surdez AR
  • 9. Particularidades das doenças AR  determinação do estado de portador: ■ razoável num familiar do doente, se mutação definida ■ problemático no parceiro não-consanguíneo e sem HF da mesma doença → risco de ser portador = população → se doença rara, baixo risco para filhos de ambos (1/2 risco pop. ser portadora) ■ determinação do estado de portador em indivíduo sem risco acrescido possível para: → fibrose quística → atrofia músculo-espinhal → drepanocitose → talassémia
  • 10. Particularidades das doenças AR  derivar o risco da população ser portadora a partir da frequência da doença: → pré-condições: ■ mutações num único locus ■ cruzamento ao acaso ■ população grande → equação Hardy-Weinberg
  • 11. Equação Hardy-Weinberg p² + q² + 2pq = 1 p = 1 - q p² = frequência dos homozigotos normais q² = frequência dos homozigotos doentes 2pq = frequência dos heterozigotos p + q = 1 p = frequência alelo normal q = frequência alelo mutado 2pq = 2 (1-q) q = 2q -2q² Se doença rara (≤ 1/1000): 2q² mt pequeno → ignorado Frequência portadores ≈ 2q = 2 (q²) 1/2
  • 12. Cálculos de risco AR – Fibrose Quística CFTR Risco do propositus ser doente = risco do pai ser portador x ¼
  • 13. Cálculos de risco AR – Fibrose Quística frequência portadores ≈ 2q = 2 (q²) 1/2 q² = frequência da doença frequência portadores = 2 (frequência da doença) 1/2 Frequência portadores = 2 (1/2500) 1/2 Frequência portadores = 1/25 frequência da FQ na população em geral = 1/2500
  • 14. Cálculos de risco AR – Fibrose Quística Risco do propositus ser doente = 1/25 x ¼ = 1/100 Risco do propositus ser doente = risco do pai ser portador x ¼
  • 15. Cálculos de risco AR - Consanguinidade Risco do propositus ser doente = 1/8 x ¼ = 1/32
  • 16. D. Autossómicas Recessivas  estudos moleculares directos (mutação)
  • 17. D. Autossómicas Recessivas  estudos moleculares indirectos (ligação)
  • 18. D. Autossómicas Recessivas  estudos moleculares indirectos (ligação)
  • 19. H. Ligada ao X recessiva  codificada no cromossoma X  manifestam-se em homens hemizigotos  habitualmente não se manifestam em portadoras → algumas excepções: ■ DM Duchenne (algumas vezes) ■ X-frágil (frequente)  lionização  muito mais frequente no sexo masculino  mulheres heterozigóticas são o dobro dos homens afectados (têm dois cromossomas X)
  • 20. H. Ligada ao X recessiva 1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 I II III IV
  • 21. H. Ligada ao X recessiva 100% descendência dos homens afectados é saudável ■ 100% rapazes não afectados ■ 100% raparigas portadoras
  • 22. H. Ligada ao X recessiva 25% descendência das portadoras é doente: ■ 50% rapazes doentes ■ 50% rapazes não- afectados ■ 50% raparigas não- afectadas ■ 50% raparigas portadoras
  • 23. H. Ligada ao X recessiva
  • 24. Cálculos de risco XL - Duchenne probando portador probando não-portador risco prévio ¼ ¾ risco condicional (2 filhos saudáveis) ½ x ½ = ¼ 1 risco conjunto ¼ x ¼ = 1/16 ¾ = 12/16 risco relativo 1 12 risco final 1/(1+12) = 1/13 12//1+12) = 12/13
  • 25. Cálculos de risco XL - Duchenne portador não-portador risco prévio ¼ ¾ risco condicional (2 filhos saudáveis) ½ x ½ = ¼ 1 risco conjunto ¼ x ¼ = 1/16 ¾ = 12/16 risco relativo 1 12 risco final 1/(1+12) = 1/13 12//1+12) = 12/13 risco prévio 1/26 25/26 III1 IV1
  • 26. Cálculos de risco XL caso isolado - Duchenne
  • 27. H. Ligada ao X recessiva  estudos moleculares directos (mutação)
  • 28. H. Ligada ao X recessiva  estudos moleculares indirectos (ligação)
  • 29. H. Ligada ao X dominante  pouco frequente  patologia mais frequente no sexo feminino  morte in uteru ou morte neonatal no sexo masculino  exclusão desta situação num feto masculino a termo  irmãos (sexo masculino) dos afectados nunca são doentes  irmãs têm possibilidades iguais de serem normais ou doente s. Rett incontinentia pigmenti, s. oro-facio-digital tipo 1 s. oto-palato-digital tipos 1 e 2
  • 30. H. Ligada ao X dominante Uma mulher com uma doença dominante ligada ao X letal in utero para o sexo masculino (incontinentia pigmenti tipo 1) casa com um homem saudável. Qual a probabilidade de ter descendência doente? X Y X XX XY Xm XmX XmY H. Ligada ao X dominante
  • 31. Hereditariedade Holândrica  genes holândricos são exclusivos do cromossoma Y  só ocorrem nos indivíduos de sexo masculino  passam de geração em geração, sempre pela linhagem masculina  os genes holândricos nunca apresentam relação de dominância ou de recessividade Hipertricose auricular
  • 32. Hereditariedade Holândrica 1 2 1 2 3 4 1 2 I II III