As violações das leis do Criador (material em pdf)
Verso il Sinodo Panamazzonico_FMA_Pari Cachoeira 1_parte_POR
1. CAMINHANDO RUMO AO SÍNODO PAN-AMAZÔNICO
“Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia integral”
PRESENÇA DAS FMA EM PARI-CACHOEIRA
PATRONATO MARIA AUXILIADORA
Rio Tiquié – Estado do AMAZONAS (Brasil)
Oratório – Grupos juvenis – Pastoral itinerante – Atividades promocionais entre os indígenas “Hupda” –
Promoção das mulheres – Visita às famílias – União das Ex-alunas
1ª PARTE
Histórico da fundação
Os Salesianos já trabalhavam há muitos
anos no local, quando precisamente em 19 de
agosto de 1946, acompanhadas por Dom Pedro
Massa, as Filhas de Maria Auxiliadora chegaram a
Pari-Cachoeira. A casa era muito pequena,
entretanto possuía uma capela e acolhia uma
comunidade internacional. Eram três as Irmãs:
Elisa Castelli – italiana; Cristina Alves – brasileira;
Katharina Remetter - alemã. Eram acompanhadas
por Lúcia Souza, uma leiga octogenária que deu a
vida nas missões.
No dia seguinte à chegada, deram início às aulas e a um pequeno internato para vinte alunas.
A casa das internas era apenas um grande pavilhão com três divisões e coberto de sapé.
Em 1947, aumentou o número de matrículas e foi necessário ampliar os ambientes. Foram
construídos provisoriamente mais três pavilhões e, assim, foi inaugurado o internato com 25
internas.
Em 1949, iniciou-se a construção do prédio definitivo. A construção concluída satisfazia, em
grande parte, às exigências didáticas. Os pátios para os recreios eram espaçosos.
Além do Curso Elementar, a obra oferecia o Curso Doméstico Profissional que
compreendia: aulas de costura, bordado, culinária, pomar, horta, jardinagem e tecelagem de tucum
(uma especialidade dessa região), dando assim à jovem indígena uma formação completa.
Neste Patronato funcionava um Oratório festivo aos domingos e dias santos, destinado às
aulas de Catecismo aos adultos que se preparavam para receber os Sacramentos.
Ao longo dos anos, muitos missionários se destacaram no trabalho em favor do povo: Padre
João Marchesi, Ir. Elisa Castelli, a senhora Lúcia Souza, Ir. Jadwiga Sikorska, Ir. Ana do Carmo
Assis Fraga, Ir. Katharina Remetter, Ir. Elisabeth Schwarger, Ir. Sandra Henry que, com apenas 40
anos, foi vítima de uma explosão, falecendo em Manaus no dia 16 de janeiro de 1987 (cf. Facciamo
Memoria 1987).
Localização
O Distrito de Pari-Cachoeira está localizado no noroeste do Estado do Amazonas, à margem
direita do Rio Tiquié, região do Alto Rio Negro, a 1.152 Km de distância da capital Manaus.
2. Atualmente...
Desde 2005, as Irmãs deixaram a direção da Escola Estadual Dom Pedro Massa e passaram
a trabalhar no acompanhamento às crianças, adolescentes e jovens no “Centro Juvenil Ir. Sandra
Henry”, nas Pastorais da Paróquia D. Bosco, nas visitas às famílias e vilas. O Oratório dominical é
aberto a todos e para muitos é o único espaço de lazer, de convivência nas manhãs de domingo.
Nos últimos anos, a Comunidade Maria Auxiliadora de Pari-Cachoeira tem desenvolvido
atividades evangelizadoras na sede do Distrito, especialmente assessorando a Pastoral da Juventude,
a catequese de Crisma, a pastoral familiar.
Integrando escola, povo, comunidade religiosa e Igreja (Irmãs, Padre, professores e
lideranças) foi realizado em cada vila um trabalho sobre o uso indevido de bebidas alcoólicas e suas
consequências. Debates e dramatizações favoreceram o diálogo e o entendimento, reduzindo assim
o consumo.
Também foi criado o grupo “Jovens missionários”, cujo objetivo é transformar o jovem em
missionário de outros jovens. Em 2018, este grupo conseguiu animar em cada vila a “Infância e
Adolescência Missionária”, culminado num grande encontro dos grupos no mês de novembro
passado.
Como atividade social, há também o grupo das “Laurinhas”, formado por meninas de 8 a 15
anos que, duas vezes na semana, se reúnem, participam de oficinas de arte e dança, recebem
formação, brincam e merendam no contra turno da Escola.
Há também o grupo de Costureiras, formado por mães que confeccionam e comercializam,
ajudando assim na renda da casa, além de receber formação cristã e cívica. O “Centro Juvenil Irmã
Sandra Henry” dispõe de espaços próprios tanto para confeccionar, quanto para expor e
comercializar. Mensalmente se trabalha a formação humano-cristã.
Uma outra característica missionária da comunidade é a animação vocacional com a
realização de encontros e acolhida de jovens na residência das FMA.
As Irmãs também realizam um trabalho junto à escola do Estado e do Município,
ministrando aulas, dando apoio ao gestor e colaborando na formação dos professores.
A comunidade se empenha também na “Itinerância missionária”. Uma Irmã com formação
em Enfermagem, acompanhada de leigos, faz duas visitas ao ano às comunidades distantes que
dificilmente recebem os agentes de saúde. Ela faz atendimento ambulatorial e aproveita para a
evangelização e formação das lideranças.
A comunidade inteira faz “Itinerância” junto à comunidade da etnia “Hupda”, uma das mais
discriminadas. A aldeia fica distante da Sede cerca de duas horas, e para lá chegar é necessário
percorrer um trajeto pelas águas (com canoa motorizada) e por terra (com trator). Ali as FMA têm
uma casa em meio aos barracos das famílias que, infelizmente, têm introjetada como identidade a
escravidão. Esta convivência ajuda a partilhar com o povo o tempo, os saberes, a oração, a Palavra,
os direitos e deveres, o lazer, os serviços, os bens. Para as Irmãs, é uma verdadeira missão:
“alimentados pelo nosso cuidado, podem sentir o cuidado de Deus e buscar melhorar o próprio
viver”.
Em 2019, a comunidade é formada por três corajosas irmãs abertas à
intercongregacionalidade, felizes em contribuir para que o Reino de Deus se manifeste: Ir. Ângela
Cardoso, Ir. Iris Farias, Ir. Rosalina Lemos. Nas centenas de voltas do Rio Tiquié está a
perseverança e o ardor missionário das que indo e vindo não se cansam de evangelizar e de se
deixar evangelizar.
3. Vista aérea do Centro missionário de Pari-Cachoeira (Amazonas – Brasil)
Irmã Rosalina Lemos e o grupo de dança tradicional (2018)
4. Crianças indígenas da Infância e Adolescência Missionária (2018)
Irmã Rosalina Lemos e Irmã Rosalia Lapo durante o Encontro dos grupos
da Infância e Adolescência Missionária
5. Moradias da comunidade “Nova Fundação” – Etnia “Hupda” (2018)
Grupo da “Juventude Missionária” (2018)
6. Oratório no Centro missionário de Pari-Cachoeira (2017)
Irmã Iris de Araújo e algumas mulheres das etnias Tuyuca, Desano e Tukano.
Curso de Corte e Costura no “Centro juvenil Ir. Sandra Henry” (2018)
7. Irmã Mariluce Mesquita, da etnia Barassana, e o motorista que acompanhou a benfeitora Patrizia
Brocchetti, durante a viagem no Rio Tiquié (2017)
Irmã Rosalia Lapo e Irmã Iris Araújo durante a vacinação de crianças e adultos (2018)
8. Irmã Iris e Irmã Mariluce durante a viagem de Itinerância para visitar as comunidades indígenas
(2018)
Mulher e crianças da etnia Tukano caminham até o rio para tomar banho (2017)
10. A casa de uma família “Hupda” na comunidade “Nova Fundação” (2017)
Uma menina “Hupda” mostra o “beiju”, principal alimento da sua cultura (2017)
11. Crianças “Hupda” na escola da comunidade “Nova Fundação” (2017)
Crianças e alguns adultos da etnia “Hupda” durante o encontro formativo,
no centro comunitário “Nova Fundação” (2017)
12. Artesanato feito pelas mulheres e meninas “Hupda” (2017)
Irmã Rosalia Lapo atravessando um igarapé
para visitar doentes de uma comunidade
indígena (2017)
Colaboraram:
Ir. Madalena Luiza Scaramussa
e Ir. Terezinha de Jesus dos Santos
Março 2019
P.S. No mês de abril será apresentada a 2ª parte
sobre a presença FMA em Pari-Cachoeira.