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Introdução a Teologia
O ser de Deus
Introdução à Teologia
Reformada
• O termo teologia, segundo seus aspectos
etimológicos, é composto de duas palavras
gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala,
expressão). Portanto teologia é o estudo
sobre Deus, sua obra e sua revelação.
• A teologia sistemática tem por objetivo
sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar
os princípios ou verdades gerais que tais
fatos envolvem (Charles Hodge).
Doutrina das Escrituras
• O compromisso da reforma para com a
Escritura enfatiza a inspiração, autoridade
e suficiência da Bíblia.
• Uma vez que a Bíblia é a Palavra de Deus e,
portanto, tem a autoridade do próprio
Deus, os reformadores afirmam que essa
autoridade é superior aquela de todos os
governos e de todas as hierarquias da
Igreja.
Doutrina das Escrituras
• Os Reformadores também insistiam sobre o
direito de os crentes estudarem as Escrituras por
si mesmos. Ainda que não negando o valor de
mestres capacitados, eles compreenderam que a
clareza das Escrituras em assuntos essenciais
para a salvação torna a Bíblia propriedade de todo
crente.
• Com esse direito de acesso, sempre vem a
responsabilidade sobre a interpretação cuidadosa
e precisa
Sola Scriptura
• 1. Princípios da Reforma: sola gratia, sola fides, solus
Christus, sacerdócio universal dos fieis, sola Scriptura.
• 2. Sola Scriptura: somente a Escritura é a suprema
autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o
árbitro de todas as controvérsias (= a supremacia das
Escrituras). Ela é a norma normanda ("norma
determinante") e não a norma normata ("norma
determinada") para todas as decisões de fé e vida.
• 3. A autoridade da Escritura é superior a da Igreja e
da tradição. Contra a afirmação católica: "a igreja
ensina" ou "a tradição ensina," os reformadores
afirmavam: "a Escritura ensina."
Sola Scriptura
• 4. Para os reformadores, a Bíblia não era um
livro de doutrinas e proposições a serem
aceitas intelectualmente ou mediante a
autoridade da igreja, mas uma revelação
direta, viva e pessoal de Deus, acessível a
qualquer pessoa.
• 5. Daí a preocupação de colocar as Escrituras
nas línguas vernáculares. Lutero e sua
tradução no castelo de Wartburgo. Calvino e
sua introdução ao Novo Testamento francês
de seu primo Robert Olivetan (1535).
Sola Scriptura
• 6. A autoridade das Escrituras é intrínseca: a
Igreja não confere autoridade as Escrituras,
mas apenas a reconhece. Essa autoridade
decorre da origem divina das Escrituras.
• 7. Existem evidências internas e externas da
inspiração e divina autoridade das Escrituras,
mas estes atributos não são passiveis de
"prova." A única evidência que importa é o
"testemunho interno do Espírito" no coração
do leitor.
Sola Scriptura
• 8. A Igreja não se coloca acima da Escritura
pelo fato de ter definido o seu canôn (Novo
Testamento). A Igreja apenas reconheceu o
que já era aceito há muito tempo pelos
cristãos.
• 9. Não foi a igreja que formou a Escritura,
mas vice-versa. A Igreja está edificada
"sobre o fundamento dos apóstolos e
profetas" (Ef 2:20), ou seja, o evangelho,
que está contido nas Escrituras e é a sua
essência.
Sola Scriptura
• 10. Por isso, Cristo é o centro e a chave das Escrituras
(ênfase especial dos reformadores). A Escritura se
interpreta a si mesma ("analogia da Escritura"), sempre a
luz do principio cristológico.
• 11. Essa ênfase cristocêntrica, levou Lutero a estabelecer
distinções entre os livros da Bíblia. Nem todos revelam a
Cristo com igual clareza. Os evangelhos e Paulo o fazem
de maneira profunda.
• 12. A interpretação alegórica e os múltiplos sentidos
atribuídos a Escritura, obscurecem a sua mensagem. Os
reformadores deram ênfase ao sentido comum, histórico-
gramatical.
Sola Scriptura
• 13. Os "entusiastas" estavam errados ao apelarem
para revelações diretas fora das Escrituras. O
Espírito Santo é o autor último das Escrituras, o
inspirador dos profetas e apóstolos. Ele não pode
contradizer-se.
• 14. Por outro lado, o "principio do livre exame" não
significa interpretar as Escrituras de modo subjetivo
e exclusivista. É preciso levar em conta a história e o
testemunho da Igreja. Os reformadores não
sentiram a necessidade de abandonar os credos do
cristianismo antigo e o testemunho dos Pais da
Igreja. Todos estes, porém, devem ser julgados e
avaliados pela Escritura.
Sola Scriptura
• 15. A experiência é necessária para o
entendimento da Palavra: esta não deve ser
simplesmente repetida ou conhecida, mas
vivida e sentida. Na Escritura o Deus vivo e
verdadeiro sempre confronta o leitor em
julgamento e graça.
• 16. Alguns textos relevantes: Sl 19:7-11; Sl
119; Jo 5:39; Rm 15:4; 2 Tm 3:16-17.
A Centralidade de Palavra
• Na visão reformada, a Bíblia ocupa o centro do
culto, pois é através dela que Deus nos fala. Calvino
afirmou:
"... a função peculiar do Espírito Santo consiste em
gravar a Lei de Deus em nossos corações" [1].
A Igreja é a "escola de Deus“ [2].
O Espírito é o "Mestre" [3]
(o “Mestre interior”)[4].
Para progredir nessa escola, “...devemos antes
renunciar nosso próprio entendimento e nossa
própria vontade” [5].
A Centralidade de Palavra
• A pregação não deve ser rejeitada (lTs 5:19-
21); deve ser entendida como a Palavra de
Deus para nós; recusá-la é o mesmo que
rejeitar o Espírito (cf. lTs 4:8).
• Como há falsos pregadores e falsos mestres, é
necessário "provar" o que está sendo
proclamado para ver se o seu conteúdo se
coaduna com a Palavra de Deus (At 17: 11-12/ I
Jo. 4: 1-6). No entanto, os homens querem
ouvir mais o reflexo de seus desejos e
pensamentos, a homologação de suas práticas.
Centralidade da Palavra
• “Os ouvintes convidam e moldam seus
pregadores. Se as pessoas desejam um
bezerro para adorar, o ministro que
fabrica bezerros logo é encontrado".
Marvin Vincent
• É preciso atenção redobrada para não cair
nessa armadilha, uma vez que não é difícil
confundir os efeitos de uma mensagem com
o conteúdo do que anunciamos: a pregação
deve ser avaliada pelo seu conteúdo, não
pelos resultados.
Para Meditar
• Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio
na sua sabedoria, nem o forte, na sua
força, nem o rico, nas suas riquezas;
• mas o que se gloriar, glorie-se nisto:
em me conhecer e saber que eu sou o
SENHOR e faço misericórdia, juízo e
justiça na terra; porque destas coisas me
agrado, diz o SENHOR. Jeremias 9:23,24
FALE MAIS COM DEUS
• Uma senhora crente procurou o pastor da sua igreja.
Era casada e seu marido não era crente. Contou ao
pastor o seu drama, suas dificuldades.
• - Ah! pastor..., tenho falado tanto de Cristo e não con-
sigo fazer meu marido aceitar Jesus como seu
Salvador...
• - Minha irmã - disse o pastor, - fale mais com Deus a
respeito do seu marido e menos com seu marido
acerca de Deus.
• "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vos-
sas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a
paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará
os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus" (Fp 4.6,7).
Filosofia
• Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - amigo + sophia -
sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área
de estudos, que envolve a investigação, análise,
discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de
mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental.
• Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade
humana em compreender e questionar os valores e as
interpretações comumente aceitas sobre a sua própria
realidade. As interpretações comumente aceitas pelo
homem constituem inicialmente o embasamento de todo o
conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas,
enriquecidas e repassadas de geração em geração.
Cosmovisão
• Cosmovisão - É um esquema conceitual pelo
qual nós consciente ou inconscientemente
colocamos ou adequamos todas as coisas que
cremos e pela qual nós interpretamos e
julgamos a realidade.
• Uma cosmovisão é uma série de crenças, um
sistema de pensamentos sobre as questões
mais importantes da vida. A cosmovisão de
uma pessoa é a sua filosofia de vida.
Gnosticismo
• Gnosticismo designa o movimento histórico e
religioso cristão que floresceu durante os séculos II
e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga
Gnose (palavra grega que significa conhecimento).
• Este movimento revindicava a posse de
conhecimentos secretos (a "gnose apócrifa", em
grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos
cristãos alheios a este conhecimento.
• Originou-se provavelmente na Ásia Menor, e tem
como base as filosofias pagãs, que floresciam na
Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Em seu sentido mais
abrangente, o Gnosticismo significa "a crença na
Salvação pelo Conhecimento" (Joan O'Grady).
• O gnosticismo tornou-se forte influência na Igreja
primitiva levando muitos cristãos da época como
Marcião (160 d. C.) e Valentim de Alexandria a ensinar
sobre a cosmovisão dualista, a qual a uma visão leiga
aparenta ser a premissa básica do movimento.
• Efetivamente, para os gnósticos, existem dois deuses: o
deus criador imperfeito, que eles associam ao Jeová do
Velho Testamento e outro, bom, associado ao Novo
Testamento. O primeiro criou o mundo com imperfeição,
e desta imperfeição é que se origina o sofrimento
humano, tendo a humanidade sido aprisionada neste
mundo pelo mesmo.
• A essência humana seria oriunda de uma "centelha
divina" que perpassa todo o cosmos mesmo sem nele se
situar, e o deus bom teve pena e lhes deu a capacidade
de despertar deste mundo de ilusões e imperfeição.
• Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não
veio em carne e nunca assumiu um corpo
físico, nem foi sujeito à fraqueza e às
emoções humanas, embora parecesse ser um
homem. (João 1:14; 1 João 4:3)
• A principal linha de gnosticismo cristão, a
Valentiniana defende a tese próxima do
nestorianismo doutrina cristã, nascida no
Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo
duas pessoas distintas, uma humana e outra
divina, sendo Cristos (o ungido) o éon
celestial (ser finito emanado do Absoluto)
que a um tempo se une a Jesus.
Agnosticismo
• Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry
Huxley - avô paterno do escritor Aldous Huxley -
numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele
definiu o agnóstico como alguém que acredita que a
questão da existência ou não de um poder superior
(Deus) não foi nem nunca será resolvida.
• O agnóstico opõe-se à possibilidade de a razão
humana conhecer uma entidade concebida como
"Deus“. Para os agnósticos, assim como não é
possível provar racionalmente a existência de Deus,
é igualmente impossível provar a sua inexistência.
Docetismo
• Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é o nome dado
a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela
Igreja primitiva, que defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma
ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente.
• Esta doutrina é refutada para a Igreja Católica e pelos
protestantes no Evangelho de São João, no primeiro capítulo, onde
se afirma que "o Verbo se fez carne".
• Não existiam docetas enquanto seita ou religião específica, mas
como uma corrente de pensamento que atravessou diversos
extratos da Igreja.
• A origem do docetismo é geralmente atribuída a correntes
gnósticas para quem o mundo material era mau e corrompido e que
tentavam aliar, de forma racional, a Revelação diposta nas
escrituras à filosofia grega. Esta doutrina viria a ser condenada
como heresia no Concílio Ecumênico de Calcedônia.
Metafísica ou Ontologia
• Metafísica (do grego μετα [meta] = depois de/além de
e Φυσις [physis] = natureza ou físico) é um ramo da
filosofia que estuda a essência do mundo. A saber, é o
estudo do ser ou da realidade. Se ocupa em procurar
responder perguntas tais como:
• O que é real? O que é natural? O que é sobre-natural
(milagre)? O ramo central da metafísica é a ontologia,
que investiga em quais categorias as coisas estão no
mundo e quais as relações dessas coisas entre si.
• A metafísica também tenta esclarecer as noções de
como as pessoas entendem o mundo, incluindo a
existência e a natureza do relacionamento entre
objetos e suas propriedades, espaço, tempo,
causalidade, e possibilidade.
A Suficiência do
Testemunho das Escrituras
• A Bíblia autentica-se a si mesma como o
registro inspirado e inerrante da revelação
de Deus. Deus ordenou que a sua palavra
fosse escrita (Ex 17.14), sendo chamado
este registro de “Livro do Senhor” (Is
34.16).
• Analisemos este ponto substanciando-o
com alguns dos muitos textos bíblicos que
fundamentam a nossa afirmação:
Os Profetas
1) Os profetas são descritos como aqueles dos quais
Deus fala (Ex 7.1; Dt 18.15,18; Jr 1.9; 7.1). O Profeta
não criava nem adaptava a mensagem; a ele competia
transmiti-la como havia recebido (Ex 4.30; Dt 4.2,5).
O que se exige do Profeta é fidelidade.
• 2)Os Profetas tinham consciência de que foram
chamados por Deus (1 Sm 3; Is 6; Jr 1; Ez 1-3);
receberam a mensagem da parte de Deus (Nm 23.5;
Dt 18.18; Jr 1.9; 5.14), que era distinta dos seus
próprios pensamentos (Nm 16.28; 24.13; 1 Rs 12.33;
Ne 6.8). Os falsos profetas eram acusados
justamente de proferirem as suas próprias palavras
e não as de Deus (Jr 14.14; 23.16; 29.9; Ez 13.2,3,6).
Os Profetas
• 3) Quando os profetas se dirigiam ao povo, diziam:
“Assim diz o Senhor...”, “Ouvi a Palavra do
Senhor...”. “Veio a Palavra do Senhor” (Cf. Ez 31.1;
Os 1.1; Jl 1.1; Am 1.3; 2.1; Ob 1.1; Mq 1.1; Jr 27.1;
30.1,4, etc.); isto indicava a certeza que tinham de
que Deus lhes dera a mensagem e os enviara (Cf.
Jr 20.7-9; Ez 3.4ss, 17,22; 37.1; Am 3.8; Jn 1.2).
• 4) um fato importante a favor da sinceridade dos
profetas de Deus, é que nem sempre eles
entendiam a mensagem transmitida (Cf. Dn 12.8,9;
Zc 1.9; 4.4; 1 Pe 1.10,11).
Os Apóstolos
Os escritores do Novo Testamento reconheciam ser o Antigo
Testamento a Palavra de Deus (Hb 1.1; 3.7), sendo a “Escritura”
um registro fiel da historia e da vontade de Deus (Rm 4.3; 9.17;
Gl 3.8; 4.30).
Os Apóstolos falavam com a convicção de que estavam pregando
e ensinado a Palavra inspirada de Deus, dirigidos pelo Espírito
Santo ( 1 Co 2.4-13; 7.10; 14.37; 2 Co 13.2,3; Gl 1.6-9; Cl 4.16;
1 Ts 2.13; 2 Ts 3.14)
• Paulo e Pedro colocavam os Escritos do Novo testamento no
mesmo nível do Antigo Testamento (Cf. 1 Tm 5.18 compara com
Dt 25.4; Lc 10.7; 2 Pe 3.16).
• Paulo reconheceu os apóstolos e os profetas, no mesmo nível,
como os fundamentos da Igreja, edificados sobre Jesus Cristo, a
pedra angular (Ef 2.20)
Jesus Cristo
• Jesus apela para o Antigo Testamento,
considerando-o como a expressão fiel do
Conselho de Deus, sendo a verdade final e
decisória. Deus é o autor das Escrituras
(Mt 4.4,7, 10; 11.10; 15.4; 19.4; 21.16,42;
22.29; Mt 105-9; 12.24; Lc 19.46; 24.25-
27; 44-47; Jo 10.34).
Afirmações diretas das
Escrituras
• O Novo Testamento declara enfaticamente que toda Escritura,
como Palavra de Deus, é inspirada, inerrante e infalível (Mt 5.18;
Lc 16.17, 29, 31; Jo 10.35; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Rm 15.4; 2
Tm 3.16; Hb 1.1,2; 3.7-11; 10.15-17; 2 Pe 1.20).
• A Bíblia fornece argumentos racionais que demonstram a sua
inspiração e inerrância, todavia, os homens só poderão ter esta
convicção mediante o testemunho interno do Espírito Santo (Sal
119.118).
• Os discípulos de Cristo, só entenderam as Escrituras, quando o
próprio Jesus lhes abriu o entendimento (Lc 24.45). A Escritura
autentica-se a sí mesma e nos a recebemos pelo Espírito.
Impacto do Estudo do Caráter
de Deus
• 1 . O único modo de se conhecer a Deus hoje é
através estudo do seu caráter conforme
revelado nas Escrituras. (Hb 1.1,2; Jo 14.24)
• 2. O caráter de Deus deve ser usado como
fonte para toda a moralidade humana. ( Jz
21.25)
• 3. A ausência do conhecimento do caráter de
Deus conduz à idolatria e a outros pecados
odiosos. Porque as pessoas não conhecem o
Deus verdadeiro, elas acabam adorando falso
deuses, deidades da sua própria imaginação.
• 4. Conhecendo o caráter de Deus, haveremos de
desfrutar de um melhor relacionamento com ele.
Quando conhecermos quem realmente Deus é,
desfrutaremos, com muito mais fervor e alegria,
de nosso relacionamento com ele.
• 5. Conhecendo o caráter de Deus vamos
melhorar em muito a nossa adoração
corporativa.
• Um dos grandes males do nosso tempo é o modo
como prestamos culto a Deus, em decorrência
da nossa ignorância do seu caráter. (Hb 12.28-
29)
• 6. O conhecimento do caráter de Deus faz-
nos ver a vida e o universo que nos cerca de
uma nova perspectiva
• Deus nos ensina a ver tudo o que nos cerca
do seu ponto de vista. A ignorância de Deus
afeta a nossa cosmovisão.
• Em seus termos mais simples, cosmovisão é
uma série de crenças sobre os assuntos mais
importantes da vida.
• Quanto mais conhecemos a Deus, mais
enxergamos as coisas como realmente elas
são. (Salmo 73)
A singularidade de Deus
• Deus é único, sem par, Ele é um, não há
nenhum outro além dele. Todos os outros
seres têm existência por causa dele, e nele.
(Dt 6.4; 32.39; 1 Rs 8.60-61; Is 37.16; 43.10-
11; 44.6-8; Mc 12.29-32; 1Co 8.4-6; Gl 3.20;
Ef 4.6; 1 Tm 2.5)
• Se houvesse mais de um Deus, não haveria
Deus de fato.
Imanência e Transcendência
de Deus
• O Deus das Escrituras é o Deus do teísmo, aquele que ao
mesmo tempo é imanente e transcendente.
• Imanente – se relaciona com a criação.
• Transcendente – está acima e sobre a criação.
• Deve haver equilíbrio destas duas idéias teístas. Se
enfatiza-se exageradamente a imanência, perde-se a
noção de um Deus pessoal, porque há o perigo de se cair
quase que na identificação de um Deus com a sua
criação. Se a ênfase for exagerada na transcendência,
incorre-se no erro de se perder a noção de um Deus
ativo na história.
Imanência
• Diz respeito ao relacionamento de Deus com o
mundo criado, especialmente com o ser humano
e sua história. Ele age de maneira ordinária,
direta e indiretamente, e até mesmo intervém
de modo especial na vida dos seres humanos
que criou, particularmente na vida daqueles
com os quais tem uma relação pactual, aqueles
que Jesus Cristo veio redimir
• Alguns versículos das Escrituras denotam a
preocupação de Deus com o universo criado, e
isto é imanência. (Jr 23:24; Ex 3:7-8; Jó
34:14-15; Sl 104:27-30)
Importância da Doutrina
da Imanência
• Essa doutrina é essencial para o
cristianismo, pois se Deus não fosse
imanente, ele não poderia se relacionar
conosco, nem o Verbo poderia encarnar-se
para realizar nossa redenção.
• É necessário que creiamos em um Deus
separado dos homens, santo, distinto dos
pecadores, mas também em um Deus que se
revela e se envolve com o universo por ele
criado.
Importância da Doutrina da
Imanência
• Há mais coisas que precisamos deduzir da correta
doutrina da imanência de Deus.
• Da Parte de Deus
• Deus não precisa necessariamente trabalhar de
maneira imediata (isto é, sem o uso de meios) para
cumprir seus propósitos. A criação e todos os seres
racionais estão a serviço de Deus.
• Deus, em virtude do seu envolvimento com a criação,
pode usar pessoas ou organizações não-cristãs para
cumprir seus planos. Assíria, Babilônia.
Importância da Doutrina da
Imanência
• Da Nossa Parte
• Deveríamos ter uma apreciação por tudo o
que Deus criou e tem preservado, pois a
criação pertence a Deus e ele está ativo
nela. Por essa razão devemos usá-la para
nossas necessidades legítimas, sem explorá-
la indevidamente.
• Devemos aprender algo de Deus na sua
criação. Ela nos dá uma boa idéia de quem é
Deus.
Transcendência
• A doutrina da transcendência de Deus está presente
em todas as religiões teístas. É a doutrina que fala
que Deus está assentado nas alturas, no seu trono,
sendo um Deus separado de sua criação e
independente dela.
• Deus não está preso às mesmas coisas que os seres
humanos, isto é, tempo e espaço, por isso não deve
ser medido por elas.
• As Escrituras têm algumas informações preciosas a
respeito da transcendência de Deus. Sua
transcendência pode ser observada na grandeza dos
seus pensamentos, do seu poder e dos seus
conhecimentos. Isaías 55:8,9.
Um Perigo a Ser Evitado
• Deveremos ter o cuidado de, crendo na
transcendência de Deus, não cair no ensino
errôneo dos deístas que, enfatizando essa
doutrina, vieram a crer num Deus distante
e sem qualquer relacionamento com o
mundo criado, negando a doutrina da
providência divina ou a doutrina da
revelação geral.
A necessidade da Transcendência
• O Criador tem que estar acima e sobre a sua criação.
Ainda antes de haver criação, ele já existia. Portanto,
se Deus não é transcendente, ele é um ser dependente
e possui necessidades, sendo igual a suas criaturas.
• A transcendência de Deus é necessária para
entendermos alguns dos seus atributos que iremos
estudar posteriormente. A transcendência de Deus
ajuda-nos a ver claramente a sua superioridade sobre o
universo e a dependência do universo todo em relação a
ele.
Resultantes da Transcendência
• 1. Existe algo muito acima de nós. O homem
não é o mais alto bem do universo, nem a
medida mais alta de verdade ou de valor. A
crença na transcendência é um golpe no
orgulho do humanismo.
• 2. Esse Deus que está acima de nós não pode
ser captado, a menos que ele se deixe achar
ou que se revele. Os conceitos humanos não
podem expressar o que ele é, a menos que
estes conceitos tenham base na própria
revelação que Deus faz de si mesmo
Resultantes da Transcendência
• 3. O abismo que existe entre Deus e nós não
é meramente moral ou espiritual, mas
metafísico. A salvação que Deus nos dá
restaura-nos à condição em que fomos
criados, mas nunca nos iguala a ele.
• 4. A idéia de transcendência de Deus deve
levar-nos a uma enorme reverência para com
ele. Essa reverência deve ser manifesta
quando da nossa adoração a Deus como
criatura dele que somos.
Imanência e Transcendência
Lado a Lado
• As Escrituras contêm algumas
passagens onde esses dois importantes
aspectos da divindade estão juntos.
• Isaías 6:1-5;
• Salmos 113:5-7
• Isaías 57:15
• Jo 8:23
Deus em outras religiões
• O judaísmo compreende Deus segundo a luz
do Antigo Testamento, possuindo, dessa
forma, muita coisa em comum com a
compreensão cristã. Contudo, as profecias
messiânicas estão como que "suspensas" ou
espiritualizadas no Estado de Israel.
• O islamismo cultua um Deus ultra-
transcendental com nenhum contato ou
relacionamento pessoal com o homem.
Deus em outras religiões
• O hinduísmo vê um Deus único manifestado em milhões
de divindades, confundindo-se com o politeísmo e
tomando emprestado noções panteístas: "Tudo é Deus,
Deus é tudo".
• O budismo crê em uma força impessoal, organizadora
de todo o universo, que ilumina seus iniciados. Ainda
muitos orientais crêem que todos os humanos se
tornam iluminados após a morte, aumentando
infinitamente a lista de seus deuses.
• Portanto, muitos dissociam a personalidade da
Divindade; outros compartilham a Divindade com
muitas pessoas; e ainda outros afirmam graus
evolutivos de divindades.
A Existência de Deus
• A primeira grande pressuposição das
Escrituras e da teologia cristã é que Deus
existe.
• Não precisa haver na teologia cristã a
preocupação de provar a existência de Deus,
porque as próprias Escrituras não a possuem.
A existência de Deus é o ponto crucial de
toda manifestação religiosa.
• Se não existe a noção da existência da
divindade, não há noção de religião, de culto
e de relacionamento com ela.
A Existência de Deus
• Na verdade, não podemos provar a existência
de Deus, apenas crer na sua revelação. Deus
não pode ser detectado pela experiência
laboratorial, nem por qualquer tipo de
demonstração científica. Deus não é passível
de verificação. Admite e tem convicção aquele
que nele crê.
• A teologia cristã crê naquilo que o próprio
Deus informa acerca de si mesmo. É por isso
que todas as coisas relacionadas com Deus tem
que ser pela fé. (Hb 11:6; Sl 19:1; 1 Jo 2:23;
Rm 8:16)
Idéias Inatas Sobre a
Existência de Deus
• Semen Religionis – A semente da religião foi plantada
no coração do homem quando Deus o criou. Nenhum
homem é ateu por natureza.
• Todos têm uma religião natural como resultado da
idéia inata de Deus.
• Essa religião não é suficiente para as necessidades do
homem no estado de pecado em que se encontra.
• Nesse tipo de religião o homem tem medo, porque
conhece somente a justiça de Deus. Ele não tem noção
alguma da sua misericórdia. Daí a idéia de oferecer
sacrifícios, em todas as religiões de povos primitivos,
para aplacar a ira dos deuses.
Idéias Inatas Sobre a
Existência de Deus
• Sensus Divinitatis – A semente da religião
existe porque o ser humano nasce com o
senso de que existe um Ser divino por detrás
de tudo o que ele vê e sente.
• A idéia de Deus plantada na alma humana,
mesmo que, por causa da perversão do
coração humano, não haja um relacionamento
de harmonia com o Deus verdadeiro. (At 17).
• Sensus Religionis e Sensus Divinitatis.
Romanos 1:18-22
A Existência de Deus
• Evidências consideradas como provas naturais
da existência de Deus podem ser encontradas:
• 1) argumento ontológico
• 2) na lei moral (argumento moral)
• 3) no desígnio ou propósito da vida (argumento
teleológico)
• 4) na origem do universo (argumento
cosmológico)
• 5) no desígnio ou propósito do universo
(argumento teleológico ou princípio antrópico)
Argumento Ontológico
• Este argumento parte do pressuposto de
que a existência real de Deus advém de sua
existência necessária em nosso pensamento.
Se temos a idéia dele em nossa mente, é
prova de ele existe.
• A idéia de um ser supremo, poderoso e
altíssimo está presente inerentemente na
alma humana. Para os defensores deste
argumento, esta idéia mostra que realmente
existe Deus assim.
Argumento Moral
• O argumento moral deriva da existência de um
Legislador supremo, que é Deus, e do fato de
haver a presença de uma lei moral no universo.
• O ser humano possui uma natureza intelectual e
moral que pressupõe a existência de um Criador e
Legislador.
• A natureza constitucional do homem (ou seja, sua
mente, emoções e vontade) requer alguém superior
que tenha no mínimo, essas mesmas coisas, mas em
grau maior. Esse alguém é Deus.
Argumento Teleológico
• Este argumento afirma que há um propósito
no universo. Portanto, deve haver alguém que
estabeleceu o propósito, que é Deus.
• A palavra teleológico tem a ver com um
desígnio ou fim (telos). O universo tem um
propósito. Ele não é caótico. Ele foi feito
para um determinado fim, o que implica que
há um designador desse fim.
• Este argumento é forte porque as Escrituras
nos mostram que existe um propósito em
todas as coisas sobretudo, na criação
Argumento Cosmológico
• Conhecido como argumento da primeira causa, ou o
argumento do criador primário.
• Foi defendido por Tomás de Aquino(1220-1274). Sustenta
que tudo o que existe tem uma causa que, por sua vez, tem
outra causa, e assim sucessivamente até chegar a causa
primogênita, ou seja, Deus. No entanto, não pode haver uma
regressão infinita de causas.
• O argumento cosmológico ou primário é dado como segue:
– 1. Tudo tem uma causa.
– 2. Nenhuma causa pode criar-se por si mesma.
– 3. Tudo é causado por outra coisa (causa e efeito)
– 4. Uma cadeia de causa e efeito não pode ser infinita.
– 5. Deve existir um início ou primeira causa.
– 6. Deus é a primeira causa.
O Argumento Cosmológico
Kalam
• Tudo que começa a existir tem uma
causa
• O universo começou a existir
• Portanto o universo tem uma causa
Argumento do Consenso
Universal
• Este argumento deriva a existência de Deus
da universalidade da religião. O fator religião
está inserido na alma humana e nenhum ser
humano escapa do fenômeno religioso.
• O fato de se considerar a religião como fator
universal não significa que todas as pessoas
possuam o conceito sobre Deus nem que a
divindade que eles adoram seja verdadeira.
(sensus divinitatis e semen religionis)
Negação da Existência de
Deus
• A existência de Deus pode ser negada de
diversas formas, pois não envolve
simplesmente o ateísmo. Ela também se dá
de forma disfarçada tanto no deísmo como
no panteísmo. Temos então:
• 1. Negação da Existência de Deus no Ateísmo
• 2. Negação da Existência de Deus no Deísmo
• 3. Negação da Existência de Deus no
Panteísmo
Negação da Existência de
Deus no Ateísmo
• A tentativa de negar a existência de Deus é algo muito comum,
especialmente numa sociedade permeada pelos efeitos do
Iluminismo, que procurou minar a idéia que o sobrenatural se
envolve com mundo dos homens.
• Esta tentativa advém da corrupção, da alienação, da
ignorância, da rebelião e da perspectiva distorcida que o
homem possui de Deus e do mundo, como resultado da sua
incapacidade de racionar conforme os ditames da sua criação.
• O ateísmo não é natural no homem, mas é produto de sua
natureza pecaminosa. O ateísmo nasce de uma rebelião do
coração que procura fugir da idéia de dobrar-se diante de
alguém superior. Sl 14.1; (Ef 2.12 ateu prático; Sl 10.4;Tt 1.16)
Negação da Existência de
Deus no Deísmo
• Teoricamente, os deístas não negam a
existência de Deus, mas chegam a duvidar
de sua existência pela simples razão de que
ele não se comunica com o universo criado.
• Portanto, mesmo não negando
abertamente sua existência, eles negam o
exercício de suas atividades em nosso
mundo. Ora, sem sua atividade, nada se
pode saber dele, se é que ele existe.
Negação da Existência de
Deus no Panteísmo
• O panteísmo enfatizou tanto a imanência de Deus
a ponto de identificar Deus com o mundo e de
negar-se a reconhecê-lo como Ser Divino pessoal,
dotado de inteligência e vontade, distinto da
criação e infinitamente superior a ela.
• Não existe relação entre Deus e o universo porque
os dois são uma coisa só. Ele é destituído de todas
as propriedades de um ser pessoal.
• Crer num Deus assim é negar tudo o que é
verdadeiro e absolutamente sagrado. É negar a
existência de um Deus verdadeiro.
Negação da Existência de
Deus no Politeísmo
• A idéia de um ou mais deuses finitos não é nova; é tão
antiga quanto o politeísmo ou o henoteísmo (a crença
preferencial em um Deus, sem deixar de crer nos
demais deuses. Todos os politeístas possuem a idéia de
um Deus pessoal, mas finito e não pode existir vários
deuses infinitos. Embora finitos esses deuses passam a
ser pessoais.
• Eles tomam nomes e possuem certos poderes pessoais,
mas todos os poderes lhes são concedidos pelos que os
imaginaram.
• Tanto, os panteístas como os politeístas negam a
existência do Deus das Escrituras, que afirma que não
há outro Deus além de si mesmo.

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  • 2. Introdução à Teologia Reformada • O termo teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão). Portanto teologia é o estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação. • A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles Hodge).
  • 3. Doutrina das Escrituras • O compromisso da reforma para com a Escritura enfatiza a inspiração, autoridade e suficiência da Bíblia. • Uma vez que a Bíblia é a Palavra de Deus e, portanto, tem a autoridade do próprio Deus, os reformadores afirmam que essa autoridade é superior aquela de todos os governos e de todas as hierarquias da Igreja.
  • 4. Doutrina das Escrituras • Os Reformadores também insistiam sobre o direito de os crentes estudarem as Escrituras por si mesmos. Ainda que não negando o valor de mestres capacitados, eles compreenderam que a clareza das Escrituras em assuntos essenciais para a salvação torna a Bíblia propriedade de todo crente. • Com esse direito de acesso, sempre vem a responsabilidade sobre a interpretação cuidadosa e precisa
  • 5. Sola Scriptura • 1. Princípios da Reforma: sola gratia, sola fides, solus Christus, sacerdócio universal dos fieis, sola Scriptura. • 2. Sola Scriptura: somente a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias (= a supremacia das Escrituras). Ela é a norma normanda ("norma determinante") e não a norma normata ("norma determinada") para todas as decisões de fé e vida. • 3. A autoridade da Escritura é superior a da Igreja e da tradição. Contra a afirmação católica: "a igreja ensina" ou "a tradição ensina," os reformadores afirmavam: "a Escritura ensina."
  • 6. Sola Scriptura • 4. Para os reformadores, a Bíblia não era um livro de doutrinas e proposições a serem aceitas intelectualmente ou mediante a autoridade da igreja, mas uma revelação direta, viva e pessoal de Deus, acessível a qualquer pessoa. • 5. Daí a preocupação de colocar as Escrituras nas línguas vernáculares. Lutero e sua tradução no castelo de Wartburgo. Calvino e sua introdução ao Novo Testamento francês de seu primo Robert Olivetan (1535).
  • 7. Sola Scriptura • 6. A autoridade das Escrituras é intrínseca: a Igreja não confere autoridade as Escrituras, mas apenas a reconhece. Essa autoridade decorre da origem divina das Escrituras. • 7. Existem evidências internas e externas da inspiração e divina autoridade das Escrituras, mas estes atributos não são passiveis de "prova." A única evidência que importa é o "testemunho interno do Espírito" no coração do leitor.
  • 8. Sola Scriptura • 8. A Igreja não se coloca acima da Escritura pelo fato de ter definido o seu canôn (Novo Testamento). A Igreja apenas reconheceu o que já era aceito há muito tempo pelos cristãos. • 9. Não foi a igreja que formou a Escritura, mas vice-versa. A Igreja está edificada "sobre o fundamento dos apóstolos e profetas" (Ef 2:20), ou seja, o evangelho, que está contido nas Escrituras e é a sua essência.
  • 9. Sola Scriptura • 10. Por isso, Cristo é o centro e a chave das Escrituras (ênfase especial dos reformadores). A Escritura se interpreta a si mesma ("analogia da Escritura"), sempre a luz do principio cristológico. • 11. Essa ênfase cristocêntrica, levou Lutero a estabelecer distinções entre os livros da Bíblia. Nem todos revelam a Cristo com igual clareza. Os evangelhos e Paulo o fazem de maneira profunda. • 12. A interpretação alegórica e os múltiplos sentidos atribuídos a Escritura, obscurecem a sua mensagem. Os reformadores deram ênfase ao sentido comum, histórico- gramatical.
  • 10. Sola Scriptura • 13. Os "entusiastas" estavam errados ao apelarem para revelações diretas fora das Escrituras. O Espírito Santo é o autor último das Escrituras, o inspirador dos profetas e apóstolos. Ele não pode contradizer-se. • 14. Por outro lado, o "principio do livre exame" não significa interpretar as Escrituras de modo subjetivo e exclusivista. É preciso levar em conta a história e o testemunho da Igreja. Os reformadores não sentiram a necessidade de abandonar os credos do cristianismo antigo e o testemunho dos Pais da Igreja. Todos estes, porém, devem ser julgados e avaliados pela Escritura.
  • 11. Sola Scriptura • 15. A experiência é necessária para o entendimento da Palavra: esta não deve ser simplesmente repetida ou conhecida, mas vivida e sentida. Na Escritura o Deus vivo e verdadeiro sempre confronta o leitor em julgamento e graça. • 16. Alguns textos relevantes: Sl 19:7-11; Sl 119; Jo 5:39; Rm 15:4; 2 Tm 3:16-17.
  • 12. A Centralidade de Palavra • Na visão reformada, a Bíblia ocupa o centro do culto, pois é através dela que Deus nos fala. Calvino afirmou: "... a função peculiar do Espírito Santo consiste em gravar a Lei de Deus em nossos corações" [1]. A Igreja é a "escola de Deus“ [2]. O Espírito é o "Mestre" [3] (o “Mestre interior”)[4]. Para progredir nessa escola, “...devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade” [5].
  • 13. A Centralidade de Palavra • A pregação não deve ser rejeitada (lTs 5:19- 21); deve ser entendida como a Palavra de Deus para nós; recusá-la é o mesmo que rejeitar o Espírito (cf. lTs 4:8). • Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário "provar" o que está sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com a Palavra de Deus (At 17: 11-12/ I Jo. 4: 1-6). No entanto, os homens querem ouvir mais o reflexo de seus desejos e pensamentos, a homologação de suas práticas.
  • 14. Centralidade da Palavra • “Os ouvintes convidam e moldam seus pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro que fabrica bezerros logo é encontrado". Marvin Vincent • É preciso atenção redobrada para não cair nessa armadilha, uma vez que não é difícil confundir os efeitos de uma mensagem com o conteúdo do que anunciamos: a pregação deve ser avaliada pelo seu conteúdo, não pelos resultados.
  • 15. Para Meditar • Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; • mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. Jeremias 9:23,24
  • 16. FALE MAIS COM DEUS • Uma senhora crente procurou o pastor da sua igreja. Era casada e seu marido não era crente. Contou ao pastor o seu drama, suas dificuldades. • - Ah! pastor..., tenho falado tanto de Cristo e não con- sigo fazer meu marido aceitar Jesus como seu Salvador... • - Minha irmã - disse o pastor, - fale mais com Deus a respeito do seu marido e menos com seu marido acerca de Deus. • "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vos- sas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4.6,7).
  • 17. Filosofia • Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - amigo + sophia - sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias (ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental. • Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração.
  • 18. Cosmovisão • Cosmovisão - É um esquema conceitual pelo qual nós consciente ou inconscientemente colocamos ou adequamos todas as coisas que cremos e pela qual nós interpretamos e julgamos a realidade. • Uma cosmovisão é uma série de crenças, um sistema de pensamentos sobre as questões mais importantes da vida. A cosmovisão de uma pessoa é a sua filosofia de vida.
  • 19. Gnosticismo • Gnosticismo designa o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga Gnose (palavra grega que significa conhecimento). • Este movimento revindicava a posse de conhecimentos secretos (a "gnose apócrifa", em grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos cristãos alheios a este conhecimento. • Originou-se provavelmente na Ásia Menor, e tem como base as filosofias pagãs, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Em seu sentido mais abrangente, o Gnosticismo significa "a crença na Salvação pelo Conhecimento" (Joan O'Grady).
  • 20. • O gnosticismo tornou-se forte influência na Igreja primitiva levando muitos cristãos da época como Marcião (160 d. C.) e Valentim de Alexandria a ensinar sobre a cosmovisão dualista, a qual a uma visão leiga aparenta ser a premissa básica do movimento. • Efetivamente, para os gnósticos, existem dois deuses: o deus criador imperfeito, que eles associam ao Jeová do Velho Testamento e outro, bom, associado ao Novo Testamento. O primeiro criou o mundo com imperfeição, e desta imperfeição é que se origina o sofrimento humano, tendo a humanidade sido aprisionada neste mundo pelo mesmo. • A essência humana seria oriunda de uma "centelha divina" que perpassa todo o cosmos mesmo sem nele se situar, e o deus bom teve pena e lhes deu a capacidade de despertar deste mundo de ilusões e imperfeição.
  • 21. • Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem. (João 1:14; 1 João 4:3) • A principal linha de gnosticismo cristão, a Valentiniana defende a tese próxima do nestorianismo doutrina cristã, nascida no Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, sendo Cristos (o ungido) o éon celestial (ser finito emanado do Absoluto) que a um tempo se une a Jesus.
  • 22. Agnosticismo • Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry Huxley - avô paterno do escritor Aldous Huxley - numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida. • O agnóstico opõe-se à possibilidade de a razão humana conhecer uma entidade concebida como "Deus“. Para os agnósticos, assim como não é possível provar racionalmente a existência de Deus, é igualmente impossível provar a sua inexistência.
  • 23. Docetismo • Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é o nome dado a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva, que defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. • Esta doutrina é refutada para a Igreja Católica e pelos protestantes no Evangelho de São João, no primeiro capítulo, onde se afirma que "o Verbo se fez carne". • Não existiam docetas enquanto seita ou religião específica, mas como uma corrente de pensamento que atravessou diversos extratos da Igreja. • A origem do docetismo é geralmente atribuída a correntes gnósticas para quem o mundo material era mau e corrompido e que tentavam aliar, de forma racional, a Revelação diposta nas escrituras à filosofia grega. Esta doutrina viria a ser condenada como heresia no Concílio Ecumênico de Calcedônia.
  • 24. Metafísica ou Ontologia • Metafísica (do grego μετα [meta] = depois de/além de e Φυσις [physis] = natureza ou físico) é um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. A saber, é o estudo do ser ou da realidade. Se ocupa em procurar responder perguntas tais como: • O que é real? O que é natural? O que é sobre-natural (milagre)? O ramo central da metafísica é a ontologia, que investiga em quais categorias as coisas estão no mundo e quais as relações dessas coisas entre si. • A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objetos e suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade.
  • 25. A Suficiência do Testemunho das Escrituras • A Bíblia autentica-se a si mesma como o registro inspirado e inerrante da revelação de Deus. Deus ordenou que a sua palavra fosse escrita (Ex 17.14), sendo chamado este registro de “Livro do Senhor” (Is 34.16). • Analisemos este ponto substanciando-o com alguns dos muitos textos bíblicos que fundamentam a nossa afirmação:
  • 26. Os Profetas 1) Os profetas são descritos como aqueles dos quais Deus fala (Ex 7.1; Dt 18.15,18; Jr 1.9; 7.1). O Profeta não criava nem adaptava a mensagem; a ele competia transmiti-la como havia recebido (Ex 4.30; Dt 4.2,5). O que se exige do Profeta é fidelidade. • 2)Os Profetas tinham consciência de que foram chamados por Deus (1 Sm 3; Is 6; Jr 1; Ez 1-3); receberam a mensagem da parte de Deus (Nm 23.5; Dt 18.18; Jr 1.9; 5.14), que era distinta dos seus próprios pensamentos (Nm 16.28; 24.13; 1 Rs 12.33; Ne 6.8). Os falsos profetas eram acusados justamente de proferirem as suas próprias palavras e não as de Deus (Jr 14.14; 23.16; 29.9; Ez 13.2,3,6).
  • 27. Os Profetas • 3) Quando os profetas se dirigiam ao povo, diziam: “Assim diz o Senhor...”, “Ouvi a Palavra do Senhor...”. “Veio a Palavra do Senhor” (Cf. Ez 31.1; Os 1.1; Jl 1.1; Am 1.3; 2.1; Ob 1.1; Mq 1.1; Jr 27.1; 30.1,4, etc.); isto indicava a certeza que tinham de que Deus lhes dera a mensagem e os enviara (Cf. Jr 20.7-9; Ez 3.4ss, 17,22; 37.1; Am 3.8; Jn 1.2). • 4) um fato importante a favor da sinceridade dos profetas de Deus, é que nem sempre eles entendiam a mensagem transmitida (Cf. Dn 12.8,9; Zc 1.9; 4.4; 1 Pe 1.10,11).
  • 28. Os Apóstolos Os escritores do Novo Testamento reconheciam ser o Antigo Testamento a Palavra de Deus (Hb 1.1; 3.7), sendo a “Escritura” um registro fiel da historia e da vontade de Deus (Rm 4.3; 9.17; Gl 3.8; 4.30). Os Apóstolos falavam com a convicção de que estavam pregando e ensinado a Palavra inspirada de Deus, dirigidos pelo Espírito Santo ( 1 Co 2.4-13; 7.10; 14.37; 2 Co 13.2,3; Gl 1.6-9; Cl 4.16; 1 Ts 2.13; 2 Ts 3.14) • Paulo e Pedro colocavam os Escritos do Novo testamento no mesmo nível do Antigo Testamento (Cf. 1 Tm 5.18 compara com Dt 25.4; Lc 10.7; 2 Pe 3.16). • Paulo reconheceu os apóstolos e os profetas, no mesmo nível, como os fundamentos da Igreja, edificados sobre Jesus Cristo, a pedra angular (Ef 2.20)
  • 29. Jesus Cristo • Jesus apela para o Antigo Testamento, considerando-o como a expressão fiel do Conselho de Deus, sendo a verdade final e decisória. Deus é o autor das Escrituras (Mt 4.4,7, 10; 11.10; 15.4; 19.4; 21.16,42; 22.29; Mt 105-9; 12.24; Lc 19.46; 24.25- 27; 44-47; Jo 10.34).
  • 30. Afirmações diretas das Escrituras • O Novo Testamento declara enfaticamente que toda Escritura, como Palavra de Deus, é inspirada, inerrante e infalível (Mt 5.18; Lc 16.17, 29, 31; Jo 10.35; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Rm 15.4; 2 Tm 3.16; Hb 1.1,2; 3.7-11; 10.15-17; 2 Pe 1.20). • A Bíblia fornece argumentos racionais que demonstram a sua inspiração e inerrância, todavia, os homens só poderão ter esta convicção mediante o testemunho interno do Espírito Santo (Sal 119.118). • Os discípulos de Cristo, só entenderam as Escrituras, quando o próprio Jesus lhes abriu o entendimento (Lc 24.45). A Escritura autentica-se a sí mesma e nos a recebemos pelo Espírito.
  • 31. Impacto do Estudo do Caráter de Deus • 1 . O único modo de se conhecer a Deus hoje é através estudo do seu caráter conforme revelado nas Escrituras. (Hb 1.1,2; Jo 14.24) • 2. O caráter de Deus deve ser usado como fonte para toda a moralidade humana. ( Jz 21.25) • 3. A ausência do conhecimento do caráter de Deus conduz à idolatria e a outros pecados odiosos. Porque as pessoas não conhecem o Deus verdadeiro, elas acabam adorando falso deuses, deidades da sua própria imaginação.
  • 32. • 4. Conhecendo o caráter de Deus, haveremos de desfrutar de um melhor relacionamento com ele. Quando conhecermos quem realmente Deus é, desfrutaremos, com muito mais fervor e alegria, de nosso relacionamento com ele. • 5. Conhecendo o caráter de Deus vamos melhorar em muito a nossa adoração corporativa. • Um dos grandes males do nosso tempo é o modo como prestamos culto a Deus, em decorrência da nossa ignorância do seu caráter. (Hb 12.28- 29)
  • 33. • 6. O conhecimento do caráter de Deus faz- nos ver a vida e o universo que nos cerca de uma nova perspectiva • Deus nos ensina a ver tudo o que nos cerca do seu ponto de vista. A ignorância de Deus afeta a nossa cosmovisão. • Em seus termos mais simples, cosmovisão é uma série de crenças sobre os assuntos mais importantes da vida. • Quanto mais conhecemos a Deus, mais enxergamos as coisas como realmente elas são. (Salmo 73)
  • 34. A singularidade de Deus • Deus é único, sem par, Ele é um, não há nenhum outro além dele. Todos os outros seres têm existência por causa dele, e nele. (Dt 6.4; 32.39; 1 Rs 8.60-61; Is 37.16; 43.10- 11; 44.6-8; Mc 12.29-32; 1Co 8.4-6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1 Tm 2.5) • Se houvesse mais de um Deus, não haveria Deus de fato.
  • 35. Imanência e Transcendência de Deus • O Deus das Escrituras é o Deus do teísmo, aquele que ao mesmo tempo é imanente e transcendente. • Imanente – se relaciona com a criação. • Transcendente – está acima e sobre a criação. • Deve haver equilíbrio destas duas idéias teístas. Se enfatiza-se exageradamente a imanência, perde-se a noção de um Deus pessoal, porque há o perigo de se cair quase que na identificação de um Deus com a sua criação. Se a ênfase for exagerada na transcendência, incorre-se no erro de se perder a noção de um Deus ativo na história.
  • 36. Imanência • Diz respeito ao relacionamento de Deus com o mundo criado, especialmente com o ser humano e sua história. Ele age de maneira ordinária, direta e indiretamente, e até mesmo intervém de modo especial na vida dos seres humanos que criou, particularmente na vida daqueles com os quais tem uma relação pactual, aqueles que Jesus Cristo veio redimir • Alguns versículos das Escrituras denotam a preocupação de Deus com o universo criado, e isto é imanência. (Jr 23:24; Ex 3:7-8; Jó 34:14-15; Sl 104:27-30)
  • 37. Importância da Doutrina da Imanência • Essa doutrina é essencial para o cristianismo, pois se Deus não fosse imanente, ele não poderia se relacionar conosco, nem o Verbo poderia encarnar-se para realizar nossa redenção. • É necessário que creiamos em um Deus separado dos homens, santo, distinto dos pecadores, mas também em um Deus que se revela e se envolve com o universo por ele criado.
  • 38. Importância da Doutrina da Imanência • Há mais coisas que precisamos deduzir da correta doutrina da imanência de Deus. • Da Parte de Deus • Deus não precisa necessariamente trabalhar de maneira imediata (isto é, sem o uso de meios) para cumprir seus propósitos. A criação e todos os seres racionais estão a serviço de Deus. • Deus, em virtude do seu envolvimento com a criação, pode usar pessoas ou organizações não-cristãs para cumprir seus planos. Assíria, Babilônia.
  • 39. Importância da Doutrina da Imanência • Da Nossa Parte • Deveríamos ter uma apreciação por tudo o que Deus criou e tem preservado, pois a criação pertence a Deus e ele está ativo nela. Por essa razão devemos usá-la para nossas necessidades legítimas, sem explorá- la indevidamente. • Devemos aprender algo de Deus na sua criação. Ela nos dá uma boa idéia de quem é Deus.
  • 40. Transcendência • A doutrina da transcendência de Deus está presente em todas as religiões teístas. É a doutrina que fala que Deus está assentado nas alturas, no seu trono, sendo um Deus separado de sua criação e independente dela. • Deus não está preso às mesmas coisas que os seres humanos, isto é, tempo e espaço, por isso não deve ser medido por elas. • As Escrituras têm algumas informações preciosas a respeito da transcendência de Deus. Sua transcendência pode ser observada na grandeza dos seus pensamentos, do seu poder e dos seus conhecimentos. Isaías 55:8,9.
  • 41. Um Perigo a Ser Evitado • Deveremos ter o cuidado de, crendo na transcendência de Deus, não cair no ensino errôneo dos deístas que, enfatizando essa doutrina, vieram a crer num Deus distante e sem qualquer relacionamento com o mundo criado, negando a doutrina da providência divina ou a doutrina da revelação geral.
  • 42. A necessidade da Transcendência • O Criador tem que estar acima e sobre a sua criação. Ainda antes de haver criação, ele já existia. Portanto, se Deus não é transcendente, ele é um ser dependente e possui necessidades, sendo igual a suas criaturas. • A transcendência de Deus é necessária para entendermos alguns dos seus atributos que iremos estudar posteriormente. A transcendência de Deus ajuda-nos a ver claramente a sua superioridade sobre o universo e a dependência do universo todo em relação a ele.
  • 43. Resultantes da Transcendência • 1. Existe algo muito acima de nós. O homem não é o mais alto bem do universo, nem a medida mais alta de verdade ou de valor. A crença na transcendência é um golpe no orgulho do humanismo. • 2. Esse Deus que está acima de nós não pode ser captado, a menos que ele se deixe achar ou que se revele. Os conceitos humanos não podem expressar o que ele é, a menos que estes conceitos tenham base na própria revelação que Deus faz de si mesmo
  • 44. Resultantes da Transcendência • 3. O abismo que existe entre Deus e nós não é meramente moral ou espiritual, mas metafísico. A salvação que Deus nos dá restaura-nos à condição em que fomos criados, mas nunca nos iguala a ele. • 4. A idéia de transcendência de Deus deve levar-nos a uma enorme reverência para com ele. Essa reverência deve ser manifesta quando da nossa adoração a Deus como criatura dele que somos.
  • 45. Imanência e Transcendência Lado a Lado • As Escrituras contêm algumas passagens onde esses dois importantes aspectos da divindade estão juntos. • Isaías 6:1-5; • Salmos 113:5-7 • Isaías 57:15 • Jo 8:23
  • 46. Deus em outras religiões • O judaísmo compreende Deus segundo a luz do Antigo Testamento, possuindo, dessa forma, muita coisa em comum com a compreensão cristã. Contudo, as profecias messiânicas estão como que "suspensas" ou espiritualizadas no Estado de Israel. • O islamismo cultua um Deus ultra- transcendental com nenhum contato ou relacionamento pessoal com o homem.
  • 47. Deus em outras religiões • O hinduísmo vê um Deus único manifestado em milhões de divindades, confundindo-se com o politeísmo e tomando emprestado noções panteístas: "Tudo é Deus, Deus é tudo". • O budismo crê em uma força impessoal, organizadora de todo o universo, que ilumina seus iniciados. Ainda muitos orientais crêem que todos os humanos se tornam iluminados após a morte, aumentando infinitamente a lista de seus deuses. • Portanto, muitos dissociam a personalidade da Divindade; outros compartilham a Divindade com muitas pessoas; e ainda outros afirmam graus evolutivos de divindades.
  • 48. A Existência de Deus • A primeira grande pressuposição das Escrituras e da teologia cristã é que Deus existe. • Não precisa haver na teologia cristã a preocupação de provar a existência de Deus, porque as próprias Escrituras não a possuem. A existência de Deus é o ponto crucial de toda manifestação religiosa. • Se não existe a noção da existência da divindade, não há noção de religião, de culto e de relacionamento com ela.
  • 49. A Existência de Deus • Na verdade, não podemos provar a existência de Deus, apenas crer na sua revelação. Deus não pode ser detectado pela experiência laboratorial, nem por qualquer tipo de demonstração científica. Deus não é passível de verificação. Admite e tem convicção aquele que nele crê. • A teologia cristã crê naquilo que o próprio Deus informa acerca de si mesmo. É por isso que todas as coisas relacionadas com Deus tem que ser pela fé. (Hb 11:6; Sl 19:1; 1 Jo 2:23; Rm 8:16)
  • 50. Idéias Inatas Sobre a Existência de Deus • Semen Religionis – A semente da religião foi plantada no coração do homem quando Deus o criou. Nenhum homem é ateu por natureza. • Todos têm uma religião natural como resultado da idéia inata de Deus. • Essa religião não é suficiente para as necessidades do homem no estado de pecado em que se encontra. • Nesse tipo de religião o homem tem medo, porque conhece somente a justiça de Deus. Ele não tem noção alguma da sua misericórdia. Daí a idéia de oferecer sacrifícios, em todas as religiões de povos primitivos, para aplacar a ira dos deuses.
  • 51. Idéias Inatas Sobre a Existência de Deus • Sensus Divinitatis – A semente da religião existe porque o ser humano nasce com o senso de que existe um Ser divino por detrás de tudo o que ele vê e sente. • A idéia de Deus plantada na alma humana, mesmo que, por causa da perversão do coração humano, não haja um relacionamento de harmonia com o Deus verdadeiro. (At 17). • Sensus Religionis e Sensus Divinitatis. Romanos 1:18-22
  • 52. A Existência de Deus • Evidências consideradas como provas naturais da existência de Deus podem ser encontradas: • 1) argumento ontológico • 2) na lei moral (argumento moral) • 3) no desígnio ou propósito da vida (argumento teleológico) • 4) na origem do universo (argumento cosmológico) • 5) no desígnio ou propósito do universo (argumento teleológico ou princípio antrópico)
  • 53. Argumento Ontológico • Este argumento parte do pressuposto de que a existência real de Deus advém de sua existência necessária em nosso pensamento. Se temos a idéia dele em nossa mente, é prova de ele existe. • A idéia de um ser supremo, poderoso e altíssimo está presente inerentemente na alma humana. Para os defensores deste argumento, esta idéia mostra que realmente existe Deus assim.
  • 54. Argumento Moral • O argumento moral deriva da existência de um Legislador supremo, que é Deus, e do fato de haver a presença de uma lei moral no universo. • O ser humano possui uma natureza intelectual e moral que pressupõe a existência de um Criador e Legislador. • A natureza constitucional do homem (ou seja, sua mente, emoções e vontade) requer alguém superior que tenha no mínimo, essas mesmas coisas, mas em grau maior. Esse alguém é Deus.
  • 55. Argumento Teleológico • Este argumento afirma que há um propósito no universo. Portanto, deve haver alguém que estabeleceu o propósito, que é Deus. • A palavra teleológico tem a ver com um desígnio ou fim (telos). O universo tem um propósito. Ele não é caótico. Ele foi feito para um determinado fim, o que implica que há um designador desse fim. • Este argumento é forte porque as Escrituras nos mostram que existe um propósito em todas as coisas sobretudo, na criação
  • 56. Argumento Cosmológico • Conhecido como argumento da primeira causa, ou o argumento do criador primário. • Foi defendido por Tomás de Aquino(1220-1274). Sustenta que tudo o que existe tem uma causa que, por sua vez, tem outra causa, e assim sucessivamente até chegar a causa primogênita, ou seja, Deus. No entanto, não pode haver uma regressão infinita de causas. • O argumento cosmológico ou primário é dado como segue: – 1. Tudo tem uma causa. – 2. Nenhuma causa pode criar-se por si mesma. – 3. Tudo é causado por outra coisa (causa e efeito) – 4. Uma cadeia de causa e efeito não pode ser infinita. – 5. Deve existir um início ou primeira causa. – 6. Deus é a primeira causa.
  • 57. O Argumento Cosmológico Kalam • Tudo que começa a existir tem uma causa • O universo começou a existir • Portanto o universo tem uma causa
  • 58. Argumento do Consenso Universal • Este argumento deriva a existência de Deus da universalidade da religião. O fator religião está inserido na alma humana e nenhum ser humano escapa do fenômeno religioso. • O fato de se considerar a religião como fator universal não significa que todas as pessoas possuam o conceito sobre Deus nem que a divindade que eles adoram seja verdadeira. (sensus divinitatis e semen religionis)
  • 59. Negação da Existência de Deus • A existência de Deus pode ser negada de diversas formas, pois não envolve simplesmente o ateísmo. Ela também se dá de forma disfarçada tanto no deísmo como no panteísmo. Temos então: • 1. Negação da Existência de Deus no Ateísmo • 2. Negação da Existência de Deus no Deísmo • 3. Negação da Existência de Deus no Panteísmo
  • 60. Negação da Existência de Deus no Ateísmo • A tentativa de negar a existência de Deus é algo muito comum, especialmente numa sociedade permeada pelos efeitos do Iluminismo, que procurou minar a idéia que o sobrenatural se envolve com mundo dos homens. • Esta tentativa advém da corrupção, da alienação, da ignorância, da rebelião e da perspectiva distorcida que o homem possui de Deus e do mundo, como resultado da sua incapacidade de racionar conforme os ditames da sua criação. • O ateísmo não é natural no homem, mas é produto de sua natureza pecaminosa. O ateísmo nasce de uma rebelião do coração que procura fugir da idéia de dobrar-se diante de alguém superior. Sl 14.1; (Ef 2.12 ateu prático; Sl 10.4;Tt 1.16)
  • 61. Negação da Existência de Deus no Deísmo • Teoricamente, os deístas não negam a existência de Deus, mas chegam a duvidar de sua existência pela simples razão de que ele não se comunica com o universo criado. • Portanto, mesmo não negando abertamente sua existência, eles negam o exercício de suas atividades em nosso mundo. Ora, sem sua atividade, nada se pode saber dele, se é que ele existe.
  • 62. Negação da Existência de Deus no Panteísmo • O panteísmo enfatizou tanto a imanência de Deus a ponto de identificar Deus com o mundo e de negar-se a reconhecê-lo como Ser Divino pessoal, dotado de inteligência e vontade, distinto da criação e infinitamente superior a ela. • Não existe relação entre Deus e o universo porque os dois são uma coisa só. Ele é destituído de todas as propriedades de um ser pessoal. • Crer num Deus assim é negar tudo o que é verdadeiro e absolutamente sagrado. É negar a existência de um Deus verdadeiro.
  • 63. Negação da Existência de Deus no Politeísmo • A idéia de um ou mais deuses finitos não é nova; é tão antiga quanto o politeísmo ou o henoteísmo (a crença preferencial em um Deus, sem deixar de crer nos demais deuses. Todos os politeístas possuem a idéia de um Deus pessoal, mas finito e não pode existir vários deuses infinitos. Embora finitos esses deuses passam a ser pessoais. • Eles tomam nomes e possuem certos poderes pessoais, mas todos os poderes lhes são concedidos pelos que os imaginaram. • Tanto, os panteístas como os politeístas negam a existência do Deus das Escrituras, que afirma que não há outro Deus além de si mesmo.