SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 55
FACULDADES CAMPO REAL
  - Engenharia de Produção -




 Professor Claudinei Cerconi
O QUE É TRANSFERÊNCIA DE CALOR?
 Sólidos Moleculares

Quando a transferência de energia ocorrer em um meio
estacionário, que pode ser um sólido ou um fluido, em
virtude de um gradiente de temperatura, usamos o termo
transferência de calor por condução. A figura 1.1a ilustra a
transferência de calor por condução através de uma parede
sólida submetida à uma diferença de temperatura entre suas
faces.                        ∇




Quando a transferência de energia ocorrer entre uma
superfície e um fluido em movimento em virtude da diferença
de temperatura entre eles, usamos o termo transferência de
calor por convecção. A figura 1.1b ilustra a transferência de
calor de calor por convecção quando um fluido escoa sobre
uma placa aquecida.
O QUE É TRANSFERÊNCIA DE CALOR?
 Sólidos Moleculares

Quando, na ausência de um meio interveniente, existe uma
troca líquida de energia (emitida na forma de ondas
eletromagnéticas) entre duas superfícies a diferentes
temperaturas, usamos o termo radiação. A figura 1.1c ilustra
a transferência de calor por radiação entre duas superfícies a
diferentes temperaturas.
                              ∇
Sólidos Moleculares
                        CONDUÇÃO

Mencionando a palavra condução, devemos imediatamente
visualizar conceitos das atividades atômicas e moleculares,
pois são processos nesses níveis que mantêm este modo de
transferência de calor.

A condução pode ser vista como a transferência de energia
das partículas mais energéticas para as menos energéticas
de uma substância devido às interações entre partículas.

O mecanismo físico da condução é mais facilmente
explicado através da consideração da termodinâmica.
Considere um gás no qual exista um gradiente de
temperatura e admita que não haja movimento global, ou
microscópico.
Sólidos Moleculares
                        CONDUÇÃO

O gás pode ocupar o espaço entre duas superfícies que são
mantidas a diferentes temperaturas como mostrado na figura
1.2.
Sólidos Moleculares
                        CONDUÇÃO

Na presença de um gradiente de temperatura, transferência
de energia por condução deve, então, ocorrer na direção da
diminuição da temperatura. O plano hipotético em xo da
figura 1.2 está sendo constantemente atravessado por
moléculas vindas de cima ou de baixo, devido ao movimento
aleatório destas moléculas.

Contudo, moléculas vindas de cima estão associadas a
temperaturas superiores àquelas das moléculas vindas de
baixo e, neste caso, deve existir uma transferência líquida de
energia na direção positiva de x. Colisões ente moléculas
melhoram essa transferência de energia. Podemos falar da
transferência liquida de energia pelo movimento molecular
aleatório como uma difusão de energia.
Sólidos Moleculares
                        CONDUÇÃO

É possível quantificar processos de transferência de calor em
termos de equações de taxa apropriadas. Essas equações
podem ser usadas para calcular a quantidade de energia
sendo transferida por unidade de tempo. Para a condução
térmica,a equação da taxa é conhecida como Lei de Fourier.


Para a parede plana unidimensional,
mostrada na figura 1.3 ao lado, a
taxa é representada na forma de:

               dT
            q∝
               dL
Sólidos Moleculares
                        CONDUÇÃO

Exemplo 1.1. A parede de um forno industrial é construída
em tijolo refratário com 0,15 m de espessura, cuja
condutividade térmica é 1,7 W/(m.K). Medidas efetuadas ao
longo da operação em regime estacionário revelam
temperaturas de 1400 e 1150 K nas paredes interna e
externa, respectivamente. Qual é a taxa de calor perdida
através de uma parede que mede 0,5 m por 1,2 m?
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

O modo de transferência de calor por convecção abrange
dois mecanismos. Além de transferência de energia devido
ao movimento aleatório, a energia também é transferida
através do movimento global, ou macroscópico do fluido.

Esse movimento do fluido está associado ao fato de que, em
um instante qualquer, um grande número de moléculas está
se movendo coletivamente ou como agregado. Tal
movimento, na presença de um gradiente de temperatura,
contribui para a transferência de calor.

Estamos interessados na transferência de calor por
convecção, que ocorre com o contato entre um fluido em
movimento e uma superfície, estando os dois a diferentes
temperaturas.
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície
aquecida da figura 1.4.
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

Uma consequência da interação entre o fluido e a superfície
é o desenvolvimento de uma região no fluido através da qual
a sua velocidade varia de zero, que pode ser vista na figura
1.4, no contato com a superfície (y = 0), e um valor finito u ∞,
associado ao escoamento do fluido. Essa região do fluido é
conhecida por camada limite hidrodinâmica ou de velocidade.

Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido
forem diferentes, existirá uma região no fluido através da
qual a temperatura variará de Ts em y = 0, até T ∞, associada
à região do escoamento afastada da superfície. Essa região
é conhecida por camada limite térmica, pode ser menor,
maior ou ter o mesmo tamanho daquela através da qual a
velocidade varia.
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

A transferência de calor por convecção pode ser classificada
de acordo com a natureza do escoamento do fluido.
Referimo-nos à convecção forçada quando o escoamento é
causado por meios externos, tais como um ventilador, uma
bomba, ou ventos atmosféricos.

A figura 1.5a mostra um ventilador propiciando o
resfriamento com ar, por convecção forçada, dos
componentes eletrônicos quentes em uma série de placas de
circuito impresso.

Em contraste, no caso da convecção livre (ou natural) o
escoamento do fluido é induzido por forças de empuxo, que
são originadas a partir de diferenças de densidades
causadas por variações de temperatura do fluido.
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

Um exemplo é a transferência de calor por convecção natural
que ocorre a partir dos componentes quentes de uma série
de placas de circuito impresso dispostas verticalmente e
expostas ao ar, figura 1.5b.

O ar que entre em contato direto com os componentes
experimenta um aumento de temperatura e, portanto, uma
redução de densidade. Como ele fica mais leve do que o ar
adjacente, as forças de empuxo induzem um movimento
vertical no qual o ar quente perto das placas ascende e é
substituído pelo influxo de ar ambiente, mais frio.

Condições correspondente à mistura (combinações) de
convecção forçada e natural podem existir.
Sólidos Moleculares
                        CONVECÇÃO

Há processos de convecção nos quais existe também a troca
de calor latente, geralmente associada a uma mudança de
fase entre os estados líquidos e vapor do fluido.

Dois casos interessantes de transferência de calor
abordados em fenômenos de transporte associados ao
exposto acima, refere-se a ebulição e a condensação.

Por exemplo, transferência de calor por convecção resulta da
movimentação do fluido induzida por bolhas de vapor
geradas no fundo de uma panela contendo água em
ebulição, figura 1.5c.

Ou pela condensação de vapor d`água na superfície externa
de uma tubulação por onde escoa água fria, figura 1.5d.
Sólidos Moleculares
                      CONVECÇÃO
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

Radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se
encontra a uma temperatura não-nula. Ainda que voltemos
nossa discussão para a radiação a partir de superfícies
sólidas, a emissão também ocorre a partir de gases e
líquidos.

Independentemente da forma da matéria, a emissão pode
ser atribuída a mudanças nas configurações eletrônicas dos
átomos ou moléculas que constituem a matéria.

A energia do campo de radiação é transportada por ondas
eletromagnética. Enquanto a transferência de energia por
condução ou convecção requer a presença de um meio
material, a radiação não necessita dele.
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

Considere os processos de transferência de calor por
radiação na superfície da figura 1.6a. A radiação que é
emitida pela superfície tem sua origem na energia térmica da
matéria delimitada pela superfície e a taxa na qual a energia
é liberada por unidade de área (W/m²) é conhecida como
poder emissivo, E, da superfície. Há um limite superior para
o poder emissivo, que é determinado pela lei de Stefan-
Bolztmann

                          E n = σT S
                                    4


onde Ts é a temperatura absoluta (em K) da superfície e σ é
a constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,67x10-8 W/(m².k)4).
Tal superfície é chamada um radiador ideal ou corpo negro.
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

Na figura 1.6b, temos a troca de calor por radiação entre
uma superfície e uma grande vizinhança.
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

O fluxo térmico emitido por uma superfície real é menor do
que aquele emitido por um corpo negro à mesma
temperatura e é dado por:

                          E n = εσTS
                                    4




Onde ε é uma propriedade radiante da superfície conhecida
por emissividade. Com valores na faixa de 0 ≤ ε ≤ 1, essa
propriedade fornece uma medida da eficiência na qual a
superfície emite energia em relação ao corpo negro. Ela
depende fortemente do material da superfície e de seu
acabamento. Valores de emissividade são encontrados em
livros de termodinâmica, resistência dos materiais e ciência
dos materiais.
Sólidos Moleculares
                          RADIAÇÃO

A troca de calor por radiação pode ser resumida através da
seguinte expressão
                            q rad = hr A(TS − TViz )

Onde o hr (chamado coeficiente de transferência de calor por
radiação) é dado por:

                        hr = εσ (Ts + Tviz )(Ts2 + TVIZ )
                                                     2



Para as condições da figura 1.6b, a taxa total de
transferência de calor saindo da superfície é, então:

      q = q conv + q rad = hA(Ts − T∞ ) + εσA(Ts4 − TVIZ )
                                                      4
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

Exemplo 2. Uma célula-combustível de hidrogênio-ar com
membrana de troca de prótons (MTP) é ilustrada a seguir.
Ela é constituída por uma
membrana eletrolítica posicionada
entre materiais porosos que são o
catodo e o anodo, formando um
conjunto    membrana      eletrodo
(CME) muito fino, com três
camadas. No anodo, prótons e
elétrons são gerados:
         2H2  4H+ + 4e-
Enquanto no cátodo prótons e
elétrons se recombinam para
formar água:
      O2 + 4e- + 4H+  2H2O
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO

A dupla tarefa da membrana eletrolítica é transferir íons de
hidrogênio e servir como uma barreira para a transferência
de elétrons, forçando os elétrons a passarem pela carga
elétrica que é externa à célula-combustível.

A membrana deve operar em condições úmidas para
conduzir íons. Entretanto, a presença de água líquida no
material do catodo pode impedir que o oxigênio atinja os
sítios de reação no catodo, resultando no fracasso da célula-
combustível.

Conseqüentemente, é crítico o controle da temperatura da
célula-combustível, Tc, de tal forma que no lado do catodo
haja vapor d`água saturado.
Sólidos Moleculares
                        RADIAÇÃO
Para um dado conjunto de vazões de entrada de H2 e ar, e o uso
de um CME de 50 mm x 50 mm, a célula-combustível gera P=
I.Ec = 9W de potência elétrica, associada a uma voltagem na
célula de Ec = 0,6 V e a uma corrente elétrica I = 15A. Condições
de vapor saturado estão presentes na célula-combustível,
correspondente a Tc = Tsat = 56,4°C. A reação eletroquímica global
é exotérmica e a taxa de geração térmica correspondente de Eg =
11,25W deve ser removida da célula-combustível por convecção e
radiação. As temperaturas ambiente e da vizinhança são T∞ = TViz
= 25°C e a relação entre a velocidade do ar de resfriamento e o
coeficiente de transferência de calor por convecção, h = 10,9
W.s0.8/(m2,8.K)xV0.8 na qual V em unidades de m/s. A superfície tem
uma emissividade de ε = 0,88.

Determine o valor da velocidade do ar de resfriamento necessária
para manter condições de operação em regime estacionário.
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

A lei de Fourier foi desenvolvida a partir da observação dos
fenômenos da natureza em experimentos. Imaginemos um
experimento onde o fluxo de calor resultante é medido após
a variação das condições experimentais. Consideremos, por
exemplo, a transferência de calor através de uma barra de
ferro com uma das extremidades aquecidas e com a área
lateral isolada termicamente, como mostra a figura 2.1:
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

Com base em experiências, variando a área da seção da
barra, a diferença de temperatura e a distância entre as
extremidades,    chega-se   a    seguinte   relação   de
proporcionalidade:
                            •    dT
                            q∝ A
                                 dx
A proporcionalidade pode se convertida para igualdade
através de um coeficiente de proporcionalidade e a Lei de
Fourier pode ser enunciada assim: A quantidade de calor
transferida por condução, na unidade de tempo, em um
material, é igual ao produto das seguintes quantidades:
                        •           dT
                        q = −k . A.
                                    dx
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

Reconhecendo que o fluxo térmico é uma grandeza vetorial,
podemos escrever um enunciado mais geral para a equação
da taxa de condução (Lei de Fourier) da seguinte forma:
               •                  ∂T  ∂T  ∂T 
               q = −k .∇T = − k  i
                                 ∂x + j ∂y + k ∂z .
                                                   
                                                  
A lei de Fourier é a pedra fundamental da transferência de
calor por condução e suas características principais são
resumidas a seguir: 1) Ela não é uma expressão que possa
ser derivada a partir de princípios fundamentais, ela é uma
equação empírica. 2) Ela é uma expressão que define uma
importante propriedade dos materiais, a condutividade
térmica. 3) É uma expressão vetorial, indicando o sentido do
fluxo térmico.
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

A razão do sinal menos na equação de Fourier é que a
direção do aumento da distância x deve ser a direção do
fluxo de calor positivo. Como o calor flui do ponto de
temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa
(gradiente negativo), o fluxo só será positivo quando o
gradiente for positivo (multiplicado por -1).

O fator de proporcionalidade k (condutividade térmica) que
surge da equação de Fourier é uma propriedade de cada
material e vem exprimir maior ou menor facilidade que um
material apresenta à condução de calor.

Os valores numéricos de k variam em extensa faixa
dependendo da constituição química, estado físico e
temperatura dos materiais.
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

Quando o valor de k é elevado o material é considerado
condutor térmico e, caso contrário, isolante térmico.

Com relação à temperatura, em alguns materiais como o
alumínio e o cobre, o k varia muito pouco com a
temperatura, porém em outros, como alguns aços, o k varia
significativamente com a temperatura.

Nestes casos, adota-se como solução de engenharia um
valor médio de k em um intervalo de temperatura.
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

Quando o valor de k é elevado o material é considerado
condutor térmico e, caso contrário, isolante térmico.

Com relação à temperatura, em alguns materiais como o
alumínio e o cobre, o k varia muito pouco com a
temperatura, porém em outros, como alguns aços, o k varia
significativamente com a temperatura.

Nestes casos, adota-se como solução de engenharia um
valor médio de k em um intervalo de temperatura.
A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO
  Sólidos Moleculares

Exemplo 3. Um equipamento condicionador de ar deve
manter uma sala, de 15 m de comprimento, 6 m de largura e
3 m de altura a 22°C. As paredes da sala, de 25 cm de
espessura, são feitas de tijolos com condutividade térmica de
0,14 Kcal/h.m.°C e a área das janelas são consideradas
desprezíveis. A face externa das paredes pode estar até a
40°C em um dia de verão. Desprezando a troca de calor pelo
piso e teto, que estão bem isolados, pede-se o calor a ser
extraído da sala pelo condicionador (em HP).

   Dado:
   1HP = 641,2 Kcal/h
ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA
  Sólidos Moleculares

Analogia entre resistência Térmica e resistência Elétrica

Dois sistemas são análogos quando eles obedecem a
equações semelhantes. Por exemplo, a equação abaixo
fornece o fluxo de calor através de uma parede plana pode
ser colocada na seguinte forma:




O denominador e o numerador podem ser entendidos assim:
•(ΔT), a diferença entre a temperatura é o potencial que
causa a transferência de calor.
• (L / k.A) é equivalente a uma resistência térmica (R) que
a parede oferece à transferência de calor.
ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA
  Sólidos Moleculares

Portanto, o fluxo de calor através da parede pode ser
expresso da seguinte forma:




Se substituirmos na equação acima o símbolo do potencial de
temperatura ΔT pelo de potencial elétrico, isto é, a diferença
de tensão ΔU, e o símbolo da resistência térmica R pelo da
resistência elétrica Re, obtemos a equação da lei de Ohm
para i, a intensidade de corrente elétrica:
ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA
  Sólidos Moleculares

Dada esta analogia, é comum a utilização de uma notação
semelhante à usada em circuitos elétricos, quando
representamos a resistência térmica de uma parede. Assim,
uma parede de resistência R, submetida a um potencial ΔT e
atravessada por um fluxo de calor q, pode ser representada
como na figura:
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

ASSOCIAÇÃO DE PAREDES PLANAS EM SÉRIE

Consideremos um sistema de paredes planas associadas em
série, submetidas a uma diferença de temperatura.

Assim, haverá a transferência de um fluxo de calor contínuo
no regime permanente através desta parede composta.
Como exemplo, analisemos a transferência de calor através
da parede de um forno, que pode ser composta de uma
camada interna de refratário (condutividade k1.A e espessura
L1.A), uma camada intermediária de isolante térmico
(condutividade k2.B e espessura L2.B) e uma camada externa
de chapa de aço (condutividade k3.C e espessura L3.C). A figura
adiante ilustra o perfil de temperatura ao longo da espessura
desta parede composta:
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

Circuito equivalente para uma parede composta em série.
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser
obtido em cada uma das paredes planas individualmente:




Colocando em evidência as diferenças de temperatura nas
equações acima e somando membro a membro, obtemos:
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

Ou


Colocando em evidência o fluxo de calor q e substituindo os
valores das resistências térmicas em cada parede na equação
acima, obtemos fluxo de calor pela parede do forno:




Portanto, para o caso geral em que temos uma associação de
n paredes planas associadas em série o fluxo de calor é dado
por :
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

ASSOCIAÇÃO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO:
Consideremos um sistema de paredes planas associadas em
paralelo, como na figura ao lado, submetidas a uma diferença
de temperatura constante e conhecida. Assim, haverá a
transferência de um fluxo de calor contínuo no regime
permanente através da parede composta. Faremos as
seguintes considerações:
• Todas as paredes estão
sujeitas     a    mesma
diferença de temperatura;

• As paredes podem ser
de materiais e/ou dimen-
sões diferentes.
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser
obtido em cada uma das paredes planas individualmente:




O fluxo de calor total é igual a soma dos fluxos da equação
acima:




Como:
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

Substituindo a última equação na penúltima, temos:




Portanto, para o caso geral em que temos uma associação de
n paredes planas associadas em paralelo o fluxo de calor é
dado por:
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

Exemplo 4. Uma camada de material refratário (k=1,5
kcal/h.m.°C) de 50 mm de espessura está localizada entre
duas chapas de aço (k = 45 kcal/h.m°C) de 6,3 mm de
espessura. As faces da camada refratária adjacentes às
placas são rugosas de modo que apenas 30% da área total
está em contato com o aço.

Os espaços vazios são ocupados por ar (k=0,013 kcal/h.m.°C)
e a espessura média da rugosidade de 0,8 mm. Considerando
que as temperaturas das superfícies externas da placa de aço
são 430 °C e 90 °C, respectivamente; calcule o fluxo de calor
que se estabelece na parede composta.

OBS : Na rugosidade, o ar está parado (considerar apenas a
condução).
ASSOCIAÇÃO DE PAREDES
  Sólidos Moleculares

Figuras do Exemplo 4.
CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS
  Sólidos Moleculares

CONDUÇÃO DE CALOR ATRAVÉS DE CONFIGURAÇÕES
CILÍNDRICAS

Consideremos um cilindro vazado submetido à uma diferença
de temperatura entre a superfície interna e a superfície
externa, como pode ser visto na figura:
CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS
  Sólidos Moleculares

O fluxo de calor que atravessa a parede cilíndrica poder ser
obtido através da equação de Fourier, ou seja:




onde dT/dr é o gradiente de temperatura na direção radial.
Para configurações cilíndricas a área é uma função do raio:



Substituindo na equação de Fourier, obtemos:
CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS
  Sólidos Moleculares

Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T 1 em r1
e entre T2 em r2, chega-se a:




Aplicando-se propriedades dos logaritmos, obtemos




O fluxo de calor através de uma
parede cilíndrica será então:
CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS
  Sólidos Moleculares

O conceito de resistência térmica também pode ser aplicado à
parede cilíndrica.

Devido à analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na
parede cilíndrica também pode ser representado como:
q = ∆T/R, onde ∆T é o potencial térmico e R é a resistência
térmica da parede cilíndrica, então para a parede cilíndrica,
obtemos:


                                 ou
CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS
  Sólidos Moleculares

Para o caso geral em que temos uma associação de paredes
n cilíndricas associadas em paralelo, por analogia com
paredes planas, o fluxo de calor é dado por:
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

CONDUÇÃO   DE    CALOR             ATRAVÉS        DE     UMA
CONFIGURAÇÃO ESFÉRICA

Consideremos uma esfera oca submetida à uma diferença de
temperatura entre a superfície interna e a superfície externa,
como pode ser visto na figura abaixo:
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

O fluxo de calor que atravessa a parede esférica poder ser
obtido através da equação de Fourier, ou seja :




onde dT/dr é o gradiente de temperatura na direção radial.
Para configurações cilíndricas a área é uma função do raio:



Substituindo na equação de Fourier, obtemos:
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T 1 em r1
e entre T2 em r2, chega-se a:

                                 



                                 


O fluxo de calor através de uma parede esférica será então
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

O conceito de resistência térmica também pode ser aplicado à
parede esférica: q = ΔT/R onde, ΔT é o potencial térmico; e R
é a resistência térmica da parede.
Então para a parede esférica, obtemos:


                            


Para o caso geral em que temos uma associação de paredes
n esféricas associadas em paralelo, por analogia com paredes
planas, o fluxo de calor é dado por:
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

Exemplo 5. Uma parede de um forno é constituída de duas
camadas : 0,20 m de tijolo refratário (k = 1,2 kcal/h.m.°C) e
0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.°C). A temperatura
da superfície interna do refratário é 1675 °C e a temperatura
da superfície externa do isolante é 145 °C. Desprezando a
resistência térmica das juntas de argamassa, calcule:
a) o calor perdido por
   unidade de tempo e
   por m2 de parede;

b) a temperatura da
   interface dada entre
    refratário/isolante.
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

Exemplo 6. Um tanque de aço (k = 40 Kcal/h.m.°C), de
formato esférico e raio interno de 0,5 m espessura de 5 mm, é
isolado com 1½" de lã de rocha (k = 0,04 Kcal/h.m.°C). A
temperatura da face interna do tanque é 220 °C e a da face
externa do isolante é 30 °C. Após anos de utilização, a lã de
rocha foi substituída por outro isolante, também de 1½" de
espessura, tendo sido notado então um aumento de 10% no
calor perdido para o ambiente. Determinar:
a) fluxo de calor pelo tanque isolado com lã
de rocha;
b) o coeficiente de condutividade térmica
do novo isolante;
c) qual deve ser a espessura do novo
isolante para que se tenha o mesmo fluxo
de calor antes trocado com a lã de rocha.
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

Exemplo 7. Um tubo de aço (k = 35 kcal/h.m.°C) tem diâmetro
externo de 3”, espessura de 0,2”, 150 m de comprimento e
transporta amônia a -20 °C (convecção na película interna
desprezível). Para isolamento do tubo existem duas opções:
isolamento de borracha (k = 0,13 kcal/h.m.°C) de 3” de
espessura ou isolamento de isopor (k = 0,24 kcal/h.m.°C) de
2” de espessura. Por razões de ordem técnica o máximo fluxo
de calor não pode ultrapassar 7000 Kcal/h. Sabendo que a
temperatura na face externa do isolamento é 40 °C, pede-se:

a) As resistências térmicas dos dois isolamentos;
b) Calcule o fluxo de calor para cada opção de isolante e
diga qual isolamento deve ser usado;
c) Para o que não deve ser usado, calcule qual deveria ser
a espessura mínima para atender o limite.
CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS
  Sólidos Moleculares

a) As resistências térmicas dos dois isolamentos;
b) Calcule o fluxo de calor para cada opção de isolante e
diga qual isolamento deve ser usado;
c) Para o que não deve ser usado, calcule qual deveria ser
a espessura mínima para atender o limite.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Nelson Virgilio Carvalho Filho
 
Operações unitárias
Operações unitárias Operações unitárias
Operações unitárias Maria Teixiera
 
Transferencia de massa livro
Transferencia de massa livroTransferencia de massa livro
Transferencia de massa livroLuciano Costa
 
Cristalização -_ Operações unitárias B
Cristalização -_ Operações unitárias BCristalização -_ Operações unitárias B
Cristalização -_ Operações unitárias BJúlia Figueiredo
 
1 ¬ lei da termodinâmica
1 ¬ lei da termodinâmica1 ¬ lei da termodinâmica
1 ¬ lei da termodinâmicaluciene12345
 
Capítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorCapítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorJorge Almeida
 
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboDimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboThomas Willams
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-iitwolipa
 
1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimicaFersay
 
Calor sensível, capacidade térmica e calor específico
Calor sensível, capacidade térmica e calor específicoCalor sensível, capacidade térmica e calor específico
Calor sensível, capacidade térmica e calor específicoPaulo Alexandre
 
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Nelson Virgilio Carvalho Filho
 

Mais procurados (20)

Condução de calor
Condução de calorCondução de calor
Condução de calor
 
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
 
Operações unitárias
Operações unitárias Operações unitárias
Operações unitárias
 
Transferencia de massa livro
Transferencia de massa livroTransferencia de massa livro
Transferencia de massa livro
 
Cristalização -_ Operações unitárias B
Cristalização -_ Operações unitárias BCristalização -_ Operações unitárias B
Cristalização -_ Operações unitárias B
 
1 ¬ lei da termodinâmica
1 ¬ lei da termodinâmica1 ¬ lei da termodinâmica
1 ¬ lei da termodinâmica
 
Capítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorCapítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calor
 
Aula 24 trocadores-de-calor
Aula 24 trocadores-de-calorAula 24 trocadores-de-calor
Aula 24 trocadores-de-calor
 
Cristalização
CristalizaçãoCristalização
Cristalização
 
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboDimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
 
Aula 02
Aula 02Aula 02
Aula 02
 
1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica1 destilaçâo-tecnologia quimica
1 destilaçâo-tecnologia quimica
 
Aula 23 trocadores-de-calor
Aula 23 trocadores-de-calorAula 23 trocadores-de-calor
Aula 23 trocadores-de-calor
 
Calor sensível, capacidade térmica e calor específico
Calor sensível, capacidade térmica e calor específicoCalor sensível, capacidade térmica e calor específico
Calor sensível, capacidade térmica e calor específico
 
6 fator de atrito
6   fator de atrito6   fator de atrito
6 fator de atrito
 
Trocadores de Calor
Trocadores de CalorTrocadores de Calor
Trocadores de Calor
 
Op.unitárias
Op.unitáriasOp.unitárias
Op.unitárias
 
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
 
Capítulo 7
Capítulo 7Capítulo 7
Capítulo 7
 

Destaque

Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planas
Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planasTransferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planas
Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planasValdivinio J. Marques
 
Apostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteApostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteautomacao16
 
Exercício resolvido transferência de calor por radiação
Exercício resolvido transferência de calor por radiaçãoExercício resolvido transferência de calor por radiação
Exercício resolvido transferência de calor por radiaçãoMarilza Sousa
 
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiais
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiaisAnálise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiais
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiaisIala Almeida
 
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:Marques Valdo
 
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSATRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSAThomas Willams
 
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)Yves Garnard
 
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...Marcos Júnior
 
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01Carla Alves
 
Transmissão de calor e massa programa
Transmissão de calor e massa programaTransmissão de calor e massa programa
Transmissão de calor e massa programaAgregacao
 
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-15511869892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118Thaiany Ribeiro
 
História do Registro do Som: Áudio Digital
História do Registro do Som: Áudio DigitalHistória do Registro do Som: Áudio Digital
História do Registro do Som: Áudio DigitalEmanuel Limeira
 
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...João Henrique Volpini Mattos
 

Destaque (20)

Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planas
Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planasTransferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planas
Transferência de calor por condução em paredes planas, paralelas e planas
 
Apostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteApostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporte
 
Exercício resolvido transferência de calor por radiação
Exercício resolvido transferência de calor por radiaçãoExercício resolvido transferência de calor por radiação
Exercício resolvido transferência de calor por radiação
 
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiais
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiaisAnálise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiais
Análise da transferência de calor em paredes compostas por diferentes materiais
 
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:
CONCEITOS BÁSICOS PAR APLICAÇÃO DA LEI DE FOURIER:
 
Exercícios tc1 p2
Exercícios tc1 p2Exercícios tc1 p2
Exercícios tc1 p2
 
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSATRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA
 
Transmissão de calor
Transmissão de calorTransmissão de calor
Transmissão de calor
 
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)
[Livro]fundamentos de transferencia de calor e de massa incropera (1)
 
2.0 capitulo 8
2.0 capitulo 82.0 capitulo 8
2.0 capitulo 8
 
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...
Trocas de calor, quantidade de calor, calor específico, calor latente e dilat...
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01
Apostilatransfcalor 140407144959-phpapp01
 
Transmissão de calor e massa programa
Transmissão de calor e massa programaTransmissão de calor e massa programa
Transmissão de calor e massa programa
 
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-15511869892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118
69892171 apostila-mth-corrigida-doc-2010-09-08-155118
 
Transferencia de calor e massa
Transferencia de calor e massaTransferencia de calor e massa
Transferencia de calor e massa
 
Joseph Fourier
Joseph Fourier Joseph Fourier
Joseph Fourier
 
Lista 1 parte2
Lista 1   parte2Lista 1   parte2
Lista 1 parte2
 
História do Registro do Som: Áudio Digital
História do Registro do Som: Áudio DigitalHistória do Registro do Som: Áudio Digital
História do Registro do Som: Áudio Digital
 
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...
Análise de Carregamento Hidrodinâmico Em Estruturas Flutuantes - Parte II A R...
 

Semelhante a Transferência de calor por condução, convecção e radiação

Apostila de fenômenos_de_transporte
Apostila de fenômenos_de_transporteApostila de fenômenos_de_transporte
Apostila de fenômenos_de_transporteMarianna Duarte
 
Apostila transcal mecfluidos
Apostila transcal mecfluidosApostila transcal mecfluidos
Apostila transcal mecfluidosDaniele Souza
 
Transferência de calor
Transferência de calorTransferência de calor
Transferência de calorThomas Willams
 
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Ana Bezerra
 
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdfssuser704b7e
 
03-Condução-TC.pdf
03-Condução-TC.pdf03-Condução-TC.pdf
03-Condução-TC.pdfTlioAndrPaiva
 
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfTransferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfmafakina Malolo JRr
 
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. Pedro
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. PedroUnidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. Pedro
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. PedroHugo Moreira
 
2016229 11144 capitulo+1
2016229 11144 capitulo+12016229 11144 capitulo+1
2016229 11144 capitulo+1Marcio Cesário
 
Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf
Transferencia de calor aplicada  Conceitos basicos.pdfTransferencia de calor aplicada  Conceitos basicos.pdf
Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdfmafakina Malolo JRr
 
2 transferência de calor
2 transferência de calor2 transferência de calor
2 transferência de calorAlessandra Melo
 

Semelhante a Transferência de calor por condução, convecção e radiação (20)

Apostila de fenômenos_de_transporte
Apostila de fenômenos_de_transporteApostila de fenômenos_de_transporte
Apostila de fenômenos_de_transporte
 
Apostila transcal mecfluidos
Apostila transcal mecfluidosApostila transcal mecfluidos
Apostila transcal mecfluidos
 
Apostila de fenomenos dos transporte
Apostila de fenomenos dos transporteApostila de fenomenos dos transporte
Apostila de fenomenos dos transporte
 
Apostila tcl 2010_parte_3
Apostila tcl 2010_parte_3Apostila tcl 2010_parte_3
Apostila tcl 2010_parte_3
 
Transferência de calor
Transferência de calorTransferência de calor
Transferência de calor
 
Slide de fisica
Slide de fisicaSlide de fisica
Slide de fisica
 
Slide de fisica
Slide de fisicaSlide de fisica
Slide de fisica
 
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
 
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
1ª Série - Física - 1 Ano - Modulo. 4.pdf
 
Relatório 2
Relatório 2Relatório 2
Relatório 2
 
03-Condução-TC.pdf
03-Condução-TC.pdf03-Condução-TC.pdf
03-Condução-TC.pdf
 
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfTransferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
 
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. Pedro
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. PedroUnidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. Pedro
Unidade I - Resumo - Prof. Paula - Fisica - Escola S. S. Pedro
 
2016229 11144 capitulo+1
2016229 11144 capitulo+12016229 11144 capitulo+1
2016229 11144 capitulo+1
 
Física
FísicaFísica
Física
 
Fisica khamylla
Fisica khamyllaFisica khamylla
Fisica khamylla
 
Transmissão de calor
Transmissão de calorTransmissão de calor
Transmissão de calor
 
Transmissão de calor
Transmissão de calorTransmissão de calor
Transmissão de calor
 
Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf
Transferencia de calor aplicada  Conceitos basicos.pdfTransferencia de calor aplicada  Conceitos basicos.pdf
Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf
 
2 transferência de calor
2 transferência de calor2 transferência de calor
2 transferência de calor
 

Transferência de calor por condução, convecção e radiação

  • 1. FACULDADES CAMPO REAL - Engenharia de Produção - Professor Claudinei Cerconi
  • 2. O QUE É TRANSFERÊNCIA DE CALOR? Sólidos Moleculares Quando a transferência de energia ocorrer em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou um fluido, em virtude de um gradiente de temperatura, usamos o termo transferência de calor por condução. A figura 1.1a ilustra a transferência de calor por condução através de uma parede sólida submetida à uma diferença de temperatura entre suas faces. ∇ Quando a transferência de energia ocorrer entre uma superfície e um fluido em movimento em virtude da diferença de temperatura entre eles, usamos o termo transferência de calor por convecção. A figura 1.1b ilustra a transferência de calor de calor por convecção quando um fluido escoa sobre uma placa aquecida.
  • 3. O QUE É TRANSFERÊNCIA DE CALOR? Sólidos Moleculares Quando, na ausência de um meio interveniente, existe uma troca líquida de energia (emitida na forma de ondas eletromagnéticas) entre duas superfícies a diferentes temperaturas, usamos o termo radiação. A figura 1.1c ilustra a transferência de calor por radiação entre duas superfícies a diferentes temperaturas. ∇
  • 4. Sólidos Moleculares CONDUÇÃO Mencionando a palavra condução, devemos imediatamente visualizar conceitos das atividades atômicas e moleculares, pois são processos nesses níveis que mantêm este modo de transferência de calor. A condução pode ser vista como a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância devido às interações entre partículas. O mecanismo físico da condução é mais facilmente explicado através da consideração da termodinâmica. Considere um gás no qual exista um gradiente de temperatura e admita que não haja movimento global, ou microscópico.
  • 5. Sólidos Moleculares CONDUÇÃO O gás pode ocupar o espaço entre duas superfícies que são mantidas a diferentes temperaturas como mostrado na figura 1.2.
  • 6. Sólidos Moleculares CONDUÇÃO Na presença de um gradiente de temperatura, transferência de energia por condução deve, então, ocorrer na direção da diminuição da temperatura. O plano hipotético em xo da figura 1.2 está sendo constantemente atravessado por moléculas vindas de cima ou de baixo, devido ao movimento aleatório destas moléculas. Contudo, moléculas vindas de cima estão associadas a temperaturas superiores àquelas das moléculas vindas de baixo e, neste caso, deve existir uma transferência líquida de energia na direção positiva de x. Colisões ente moléculas melhoram essa transferência de energia. Podemos falar da transferência liquida de energia pelo movimento molecular aleatório como uma difusão de energia.
  • 7. Sólidos Moleculares CONDUÇÃO É possível quantificar processos de transferência de calor em termos de equações de taxa apropriadas. Essas equações podem ser usadas para calcular a quantidade de energia sendo transferida por unidade de tempo. Para a condução térmica,a equação da taxa é conhecida como Lei de Fourier. Para a parede plana unidimensional, mostrada na figura 1.3 ao lado, a taxa é representada na forma de: dT q∝ dL
  • 8. Sólidos Moleculares CONDUÇÃO Exemplo 1.1. A parede de um forno industrial é construída em tijolo refratário com 0,15 m de espessura, cuja condutividade térmica é 1,7 W/(m.K). Medidas efetuadas ao longo da operação em regime estacionário revelam temperaturas de 1400 e 1150 K nas paredes interna e externa, respectivamente. Qual é a taxa de calor perdida através de uma parede que mede 0,5 m por 1,2 m?
  • 9. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO O modo de transferência de calor por convecção abrange dois mecanismos. Além de transferência de energia devido ao movimento aleatório, a energia também é transferida através do movimento global, ou macroscópico do fluido. Esse movimento do fluido está associado ao fato de que, em um instante qualquer, um grande número de moléculas está se movendo coletivamente ou como agregado. Tal movimento, na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor. Estamos interessados na transferência de calor por convecção, que ocorre com o contato entre um fluido em movimento e uma superfície, estando os dois a diferentes temperaturas.
  • 10. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície aquecida da figura 1.4.
  • 11. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO Uma consequência da interação entre o fluido e a superfície é o desenvolvimento de uma região no fluido através da qual a sua velocidade varia de zero, que pode ser vista na figura 1.4, no contato com a superfície (y = 0), e um valor finito u ∞, associado ao escoamento do fluido. Essa região do fluido é conhecida por camada limite hidrodinâmica ou de velocidade. Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, existirá uma região no fluido através da qual a temperatura variará de Ts em y = 0, até T ∞, associada à região do escoamento afastada da superfície. Essa região é conhecida por camada limite térmica, pode ser menor, maior ou ter o mesmo tamanho daquela através da qual a velocidade varia.
  • 12. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento do fluido. Referimo-nos à convecção forçada quando o escoamento é causado por meios externos, tais como um ventilador, uma bomba, ou ventos atmosféricos. A figura 1.5a mostra um ventilador propiciando o resfriamento com ar, por convecção forçada, dos componentes eletrônicos quentes em uma série de placas de circuito impresso. Em contraste, no caso da convecção livre (ou natural) o escoamento do fluido é induzido por forças de empuxo, que são originadas a partir de diferenças de densidades causadas por variações de temperatura do fluido.
  • 13. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO Um exemplo é a transferência de calor por convecção natural que ocorre a partir dos componentes quentes de uma série de placas de circuito impresso dispostas verticalmente e expostas ao ar, figura 1.5b. O ar que entre em contato direto com os componentes experimenta um aumento de temperatura e, portanto, uma redução de densidade. Como ele fica mais leve do que o ar adjacente, as forças de empuxo induzem um movimento vertical no qual o ar quente perto das placas ascende e é substituído pelo influxo de ar ambiente, mais frio. Condições correspondente à mistura (combinações) de convecção forçada e natural podem existir.
  • 14. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO Há processos de convecção nos quais existe também a troca de calor latente, geralmente associada a uma mudança de fase entre os estados líquidos e vapor do fluido. Dois casos interessantes de transferência de calor abordados em fenômenos de transporte associados ao exposto acima, refere-se a ebulição e a condensação. Por exemplo, transferência de calor por convecção resulta da movimentação do fluido induzida por bolhas de vapor geradas no fundo de uma panela contendo água em ebulição, figura 1.5c. Ou pela condensação de vapor d`água na superfície externa de uma tubulação por onde escoa água fria, figura 1.5d.
  • 15. Sólidos Moleculares CONVECÇÃO
  • 16. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO Radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura não-nula. Ainda que voltemos nossa discussão para a radiação a partir de superfícies sólidas, a emissão também ocorre a partir de gases e líquidos. Independentemente da forma da matéria, a emissão pode ser atribuída a mudanças nas configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas que constituem a matéria. A energia do campo de radiação é transportada por ondas eletromagnética. Enquanto a transferência de energia por condução ou convecção requer a presença de um meio material, a radiação não necessita dele.
  • 17. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO Considere os processos de transferência de calor por radiação na superfície da figura 1.6a. A radiação que é emitida pela superfície tem sua origem na energia térmica da matéria delimitada pela superfície e a taxa na qual a energia é liberada por unidade de área (W/m²) é conhecida como poder emissivo, E, da superfície. Há um limite superior para o poder emissivo, que é determinado pela lei de Stefan- Bolztmann E n = σT S 4 onde Ts é a temperatura absoluta (em K) da superfície e σ é a constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,67x10-8 W/(m².k)4). Tal superfície é chamada um radiador ideal ou corpo negro.
  • 18. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO Na figura 1.6b, temos a troca de calor por radiação entre uma superfície e uma grande vizinhança.
  • 19. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO O fluxo térmico emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido por um corpo negro à mesma temperatura e é dado por: E n = εσTS 4 Onde ε é uma propriedade radiante da superfície conhecida por emissividade. Com valores na faixa de 0 ≤ ε ≤ 1, essa propriedade fornece uma medida da eficiência na qual a superfície emite energia em relação ao corpo negro. Ela depende fortemente do material da superfície e de seu acabamento. Valores de emissividade são encontrados em livros de termodinâmica, resistência dos materiais e ciência dos materiais.
  • 20. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO A troca de calor por radiação pode ser resumida através da seguinte expressão q rad = hr A(TS − TViz ) Onde o hr (chamado coeficiente de transferência de calor por radiação) é dado por: hr = εσ (Ts + Tviz )(Ts2 + TVIZ ) 2 Para as condições da figura 1.6b, a taxa total de transferência de calor saindo da superfície é, então: q = q conv + q rad = hA(Ts − T∞ ) + εσA(Ts4 − TVIZ ) 4
  • 21. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO Exemplo 2. Uma célula-combustível de hidrogênio-ar com membrana de troca de prótons (MTP) é ilustrada a seguir. Ela é constituída por uma membrana eletrolítica posicionada entre materiais porosos que são o catodo e o anodo, formando um conjunto membrana eletrodo (CME) muito fino, com três camadas. No anodo, prótons e elétrons são gerados: 2H2  4H+ + 4e- Enquanto no cátodo prótons e elétrons se recombinam para formar água: O2 + 4e- + 4H+  2H2O
  • 22. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO A dupla tarefa da membrana eletrolítica é transferir íons de hidrogênio e servir como uma barreira para a transferência de elétrons, forçando os elétrons a passarem pela carga elétrica que é externa à célula-combustível. A membrana deve operar em condições úmidas para conduzir íons. Entretanto, a presença de água líquida no material do catodo pode impedir que o oxigênio atinja os sítios de reação no catodo, resultando no fracasso da célula- combustível. Conseqüentemente, é crítico o controle da temperatura da célula-combustível, Tc, de tal forma que no lado do catodo haja vapor d`água saturado.
  • 23. Sólidos Moleculares RADIAÇÃO Para um dado conjunto de vazões de entrada de H2 e ar, e o uso de um CME de 50 mm x 50 mm, a célula-combustível gera P= I.Ec = 9W de potência elétrica, associada a uma voltagem na célula de Ec = 0,6 V e a uma corrente elétrica I = 15A. Condições de vapor saturado estão presentes na célula-combustível, correspondente a Tc = Tsat = 56,4°C. A reação eletroquímica global é exotérmica e a taxa de geração térmica correspondente de Eg = 11,25W deve ser removida da célula-combustível por convecção e radiação. As temperaturas ambiente e da vizinhança são T∞ = TViz = 25°C e a relação entre a velocidade do ar de resfriamento e o coeficiente de transferência de calor por convecção, h = 10,9 W.s0.8/(m2,8.K)xV0.8 na qual V em unidades de m/s. A superfície tem uma emissividade de ε = 0,88. Determine o valor da velocidade do ar de resfriamento necessária para manter condições de operação em regime estacionário.
  • 24. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares A lei de Fourier foi desenvolvida a partir da observação dos fenômenos da natureza em experimentos. Imaginemos um experimento onde o fluxo de calor resultante é medido após a variação das condições experimentais. Consideremos, por exemplo, a transferência de calor através de uma barra de ferro com uma das extremidades aquecidas e com a área lateral isolada termicamente, como mostra a figura 2.1:
  • 25. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares Com base em experiências, variando a área da seção da barra, a diferença de temperatura e a distância entre as extremidades, chega-se a seguinte relação de proporcionalidade: • dT q∝ A dx A proporcionalidade pode se convertida para igualdade através de um coeficiente de proporcionalidade e a Lei de Fourier pode ser enunciada assim: A quantidade de calor transferida por condução, na unidade de tempo, em um material, é igual ao produto das seguintes quantidades: • dT q = −k . A. dx
  • 26. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares Reconhecendo que o fluxo térmico é uma grandeza vetorial, podemos escrever um enunciado mais geral para a equação da taxa de condução (Lei de Fourier) da seguinte forma: •   ∂T  ∂T  ∂T  q = −k .∇T = − k  i  ∂x + j ∂y + k ∂z .    A lei de Fourier é a pedra fundamental da transferência de calor por condução e suas características principais são resumidas a seguir: 1) Ela não é uma expressão que possa ser derivada a partir de princípios fundamentais, ela é uma equação empírica. 2) Ela é uma expressão que define uma importante propriedade dos materiais, a condutividade térmica. 3) É uma expressão vetorial, indicando o sentido do fluxo térmico.
  • 27. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares A razão do sinal menos na equação de Fourier é que a direção do aumento da distância x deve ser a direção do fluxo de calor positivo. Como o calor flui do ponto de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa (gradiente negativo), o fluxo só será positivo quando o gradiente for positivo (multiplicado por -1). O fator de proporcionalidade k (condutividade térmica) que surge da equação de Fourier é uma propriedade de cada material e vem exprimir maior ou menor facilidade que um material apresenta à condução de calor. Os valores numéricos de k variam em extensa faixa dependendo da constituição química, estado físico e temperatura dos materiais.
  • 28. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares Quando o valor de k é elevado o material é considerado condutor térmico e, caso contrário, isolante térmico. Com relação à temperatura, em alguns materiais como o alumínio e o cobre, o k varia muito pouco com a temperatura, porém em outros, como alguns aços, o k varia significativamente com a temperatura. Nestes casos, adota-se como solução de engenharia um valor médio de k em um intervalo de temperatura.
  • 29. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares Quando o valor de k é elevado o material é considerado condutor térmico e, caso contrário, isolante térmico. Com relação à temperatura, em alguns materiais como o alumínio e o cobre, o k varia muito pouco com a temperatura, porém em outros, como alguns aços, o k varia significativamente com a temperatura. Nestes casos, adota-se como solução de engenharia um valor médio de k em um intervalo de temperatura.
  • 30. A LEI DE FOURIER - CONDUÇÃO Sólidos Moleculares Exemplo 3. Um equipamento condicionador de ar deve manter uma sala, de 15 m de comprimento, 6 m de largura e 3 m de altura a 22°C. As paredes da sala, de 25 cm de espessura, são feitas de tijolos com condutividade térmica de 0,14 Kcal/h.m.°C e a área das janelas são consideradas desprezíveis. A face externa das paredes pode estar até a 40°C em um dia de verão. Desprezando a troca de calor pelo piso e teto, que estão bem isolados, pede-se o calor a ser extraído da sala pelo condicionador (em HP). Dado: 1HP = 641,2 Kcal/h
  • 31. ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA Sólidos Moleculares Analogia entre resistência Térmica e resistência Elétrica Dois sistemas são análogos quando eles obedecem a equações semelhantes. Por exemplo, a equação abaixo fornece o fluxo de calor através de uma parede plana pode ser colocada na seguinte forma: O denominador e o numerador podem ser entendidos assim: •(ΔT), a diferença entre a temperatura é o potencial que causa a transferência de calor. • (L / k.A) é equivalente a uma resistência térmica (R) que a parede oferece à transferência de calor.
  • 32. ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA Sólidos Moleculares Portanto, o fluxo de calor através da parede pode ser expresso da seguinte forma: Se substituirmos na equação acima o símbolo do potencial de temperatura ΔT pelo de potencial elétrico, isto é, a diferença de tensão ΔU, e o símbolo da resistência térmica R pelo da resistência elétrica Re, obtemos a equação da lei de Ohm para i, a intensidade de corrente elétrica:
  • 33. ANALOGIA ENTRE RESISTÊNCIA Sólidos Moleculares Dada esta analogia, é comum a utilização de uma notação semelhante à usada em circuitos elétricos, quando representamos a resistência térmica de uma parede. Assim, uma parede de resistência R, submetida a um potencial ΔT e atravessada por um fluxo de calor q, pode ser representada como na figura:
  • 34. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares ASSOCIAÇÃO DE PAREDES PLANAS EM SÉRIE Consideremos um sistema de paredes planas associadas em série, submetidas a uma diferença de temperatura. Assim, haverá a transferência de um fluxo de calor contínuo no regime permanente através desta parede composta. Como exemplo, analisemos a transferência de calor através da parede de um forno, que pode ser composta de uma camada interna de refratário (condutividade k1.A e espessura L1.A), uma camada intermediária de isolante térmico (condutividade k2.B e espessura L2.B) e uma camada externa de chapa de aço (condutividade k3.C e espessura L3.C). A figura adiante ilustra o perfil de temperatura ao longo da espessura desta parede composta:
  • 35. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares Circuito equivalente para uma parede composta em série.
  • 36. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente: Colocando em evidência as diferenças de temperatura nas equações acima e somando membro a membro, obtemos:
  • 37. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares Ou Colocando em evidência o fluxo de calor q e substituindo os valores das resistências térmicas em cada parede na equação acima, obtemos fluxo de calor pela parede do forno: Portanto, para o caso geral em que temos uma associação de n paredes planas associadas em série o fluxo de calor é dado por :
  • 38. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares ASSOCIAÇÃO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO: Consideremos um sistema de paredes planas associadas em paralelo, como na figura ao lado, submetidas a uma diferença de temperatura constante e conhecida. Assim, haverá a transferência de um fluxo de calor contínuo no regime permanente através da parede composta. Faremos as seguintes considerações: • Todas as paredes estão sujeitas a mesma diferença de temperatura; • As paredes podem ser de materiais e/ou dimen- sões diferentes.
  • 39. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente: O fluxo de calor total é igual a soma dos fluxos da equação acima: Como:
  • 40. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares Substituindo a última equação na penúltima, temos: Portanto, para o caso geral em que temos uma associação de n paredes planas associadas em paralelo o fluxo de calor é dado por:
  • 41. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares Exemplo 4. Uma camada de material refratário (k=1,5 kcal/h.m.°C) de 50 mm de espessura está localizada entre duas chapas de aço (k = 45 kcal/h.m°C) de 6,3 mm de espessura. As faces da camada refratária adjacentes às placas são rugosas de modo que apenas 30% da área total está em contato com o aço. Os espaços vazios são ocupados por ar (k=0,013 kcal/h.m.°C) e a espessura média da rugosidade de 0,8 mm. Considerando que as temperaturas das superfícies externas da placa de aço são 430 °C e 90 °C, respectivamente; calcule o fluxo de calor que se estabelece na parede composta. OBS : Na rugosidade, o ar está parado (considerar apenas a condução).
  • 42. ASSOCIAÇÃO DE PAREDES Sólidos Moleculares Figuras do Exemplo 4.
  • 43. CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Sólidos Moleculares CONDUÇÃO DE CALOR ATRAVÉS DE CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Consideremos um cilindro vazado submetido à uma diferença de temperatura entre a superfície interna e a superfície externa, como pode ser visto na figura:
  • 44. CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Sólidos Moleculares O fluxo de calor que atravessa a parede cilíndrica poder ser obtido através da equação de Fourier, ou seja: onde dT/dr é o gradiente de temperatura na direção radial. Para configurações cilíndricas a área é uma função do raio: Substituindo na equação de Fourier, obtemos:
  • 45. CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Sólidos Moleculares Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T 1 em r1 e entre T2 em r2, chega-se a: Aplicando-se propriedades dos logaritmos, obtemos O fluxo de calor através de uma parede cilíndrica será então:
  • 46. CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Sólidos Moleculares O conceito de resistência térmica também pode ser aplicado à parede cilíndrica. Devido à analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na parede cilíndrica também pode ser representado como: q = ∆T/R, onde ∆T é o potencial térmico e R é a resistência térmica da parede cilíndrica, então para a parede cilíndrica, obtemos: ou
  • 47. CONFIGURAÇÕES CILÍNDRICAS Sólidos Moleculares Para o caso geral em que temos uma associação de paredes n cilíndricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor é dado por:
  • 48. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares CONDUÇÃO DE CALOR ATRAVÉS DE UMA CONFIGURAÇÃO ESFÉRICA Consideremos uma esfera oca submetida à uma diferença de temperatura entre a superfície interna e a superfície externa, como pode ser visto na figura abaixo:
  • 49. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares O fluxo de calor que atravessa a parede esférica poder ser obtido através da equação de Fourier, ou seja : onde dT/dr é o gradiente de temperatura na direção radial. Para configurações cilíndricas a área é uma função do raio: Substituindo na equação de Fourier, obtemos:
  • 50. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares Fazendo a separação de variáveis e integrando entre T 1 em r1 e entre T2 em r2, chega-se a:   O fluxo de calor através de uma parede esférica será então
  • 51. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares O conceito de resistência térmica também pode ser aplicado à parede esférica: q = ΔT/R onde, ΔT é o potencial térmico; e R é a resistência térmica da parede. Então para a parede esférica, obtemos:  Para o caso geral em que temos uma associação de paredes n esféricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor é dado por:
  • 52. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares Exemplo 5. Uma parede de um forno é constituída de duas camadas : 0,20 m de tijolo refratário (k = 1,2 kcal/h.m.°C) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.°C). A temperatura da superfície interna do refratário é 1675 °C e a temperatura da superfície externa do isolante é 145 °C. Desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa, calcule: a) o calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede; b) a temperatura da interface dada entre refratário/isolante.
  • 53. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares Exemplo 6. Um tanque de aço (k = 40 Kcal/h.m.°C), de formato esférico e raio interno de 0,5 m espessura de 5 mm, é isolado com 1½" de lã de rocha (k = 0,04 Kcal/h.m.°C). A temperatura da face interna do tanque é 220 °C e a da face externa do isolante é 30 °C. Após anos de utilização, a lã de rocha foi substituída por outro isolante, também de 1½" de espessura, tendo sido notado então um aumento de 10% no calor perdido para o ambiente. Determinar: a) fluxo de calor pelo tanque isolado com lã de rocha; b) o coeficiente de condutividade térmica do novo isolante; c) qual deve ser a espessura do novo isolante para que se tenha o mesmo fluxo de calor antes trocado com a lã de rocha.
  • 54. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares Exemplo 7. Um tubo de aço (k = 35 kcal/h.m.°C) tem diâmetro externo de 3”, espessura de 0,2”, 150 m de comprimento e transporta amônia a -20 °C (convecção na película interna desprezível). Para isolamento do tubo existem duas opções: isolamento de borracha (k = 0,13 kcal/h.m.°C) de 3” de espessura ou isolamento de isopor (k = 0,24 kcal/h.m.°C) de 2” de espessura. Por razões de ordem técnica o máximo fluxo de calor não pode ultrapassar 7000 Kcal/h. Sabendo que a temperatura na face externa do isolamento é 40 °C, pede-se: a) As resistências térmicas dos dois isolamentos; b) Calcule o fluxo de calor para cada opção de isolante e diga qual isolamento deve ser usado; c) Para o que não deve ser usado, calcule qual deveria ser a espessura mínima para atender o limite.
  • 55. CONFIGURAÇÕES ESFÉRICAS Sólidos Moleculares a) As resistências térmicas dos dois isolamentos; b) Calcule o fluxo de calor para cada opção de isolante e diga qual isolamento deve ser usado; c) Para o que não deve ser usado, calcule qual deveria ser a espessura mínima para atender o limite.