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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
ENGENHARIA QUÍMICA 
ENGC99 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA QUÍMICA 
OPERAÇÕES UNITÁRIAS 
SALVADOR 
MARÇO DE 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
ENGENHARIA QUÍMICA 
ENGC99 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA QUÍMICA 
OPERAÇÕES UNITÁRIAS 
Trabalho referente à Fernanda Gonçalves, Rafaela Vaz, Ravenna Lessa e Verônica de Jesus 
apresentado ao professor Luis Jacinto de Figueiredo, como requisito parcial de avaliação da 
disciplina ENGC99 – Introdução à Engenharia Química. 
SALVADOR 
MARÇO DE 2009
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INTRODUÇÃO 
Em uma indústria química, partindo-se da matéria-prima até se chegar ao produto final 
uma série de processos devem ocorrer, sendo alguns de natureza química e outros de natureza 
física. A matéria-prima, ao chegar à indústria, deve ser previamente tratada antes de entrar no 
reator, onde ocorrerão as transformações químicas. Desta etapa obtém-se uma mistura 
composta pelo produto principal, espécies que não reagiram e resíduos. Estes últimos, por 
comprometeram a qualidade do produto principal, devem ser separados deste. 
As operações unitárias consistem em transformações físicas que antecedem e sucedem 
as reações químicas, independentemente dos materiais que estão sendo processados. Essas 
operações estão agrupadas em cinco grandes categorias: 
 Mecânica dos fluidos – trata do transporte de reagentes e produtos na planta industrial; 
 Transmissão de calor – relacionada à quantidade de calor envolvida em determinados 
processos; 
 Operações de agitação e mistura – homogeneizar misturas; 
 Operação de manuseio de sólidos – peneiramento, trituração etc.; 
 Operação de separação – neste grupo estão contidos processos físicos, como a 
filtração, a decantação e a centrifugação; de transferência de massa, como absorção, adsorção, 
secagem e extração; e processos influenciados pela troca de calor, como evaporação, 
destilação, cristalização, dentre outras. 
Neste trabalho nos deteremos nas principais operações de separação, que constitui o 
maior grupo de operações unitárias, mostrando seus princípios de funcionamento, os 
equipamentos utilizados e suas aplicações industriais. Trataremos posteriormente de aparelhos 
essenciais para a indústria química, os quais são empregados nos mais diversos processos.
7 
OPERAÇÕES UNITÁRIAS 
1. ABSORÇÃO / DESORÇÃO 
1.1 CONCEITO 
A absorção de gás é uma operação unitária em que um ou mais dos componentes de 
uma mistura gasosa é dissolvido num líquido, ou seja, em que se separa um ou mais 
componentes de uma mistura gasosa por meio de um líquido em que são solúveis. Por 
exemplo, a amônia é absorvida de uma mistura de gás e amônia através do contato do gás 
com a água líquida na temperatura ambiente. A amônia é solúvel na água, mas o ar é quase 
insolúvel. Nesta operação há uma transferência de material de uma corrente gasosa para uma 
corrente líquida, ou melhor, uma transferência de um componente solúvel de uma fase gasosa 
para um absorvente líquido relativamente não volátil. Pode se dar de duas formas: “(...) pode 
ser um fenômeno puramente físico ou pode envolver a solubilização da substância no líquido 
seguida por uma reação com um ou mais de um dos constituintes do líquido.” (PERRY, 1997, 
p.14-2). 
Quando se trata, pelo contrário, de separar de uma mistura líquida um de seus 
componentes por meio de um gás, a operação recebe o nome de desorção, ou seja, a desorção 
é o processo inverso da absorção, onde há a remoção de um componente de um líquido pelo 
contato com um gás. 
1.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
Na operação de absorção, uma corrente gasosa é alimentada continuamente pela parte 
inferior de um equipamento absorvedor e escoa em contracorrente com um líquido solvente 
que é admitido pelo topo da torre, para que seja maior a diferença de concentração e maior a 
velocidade de absorção. A absorção é uma das operações cujo fundamento se baseia no 
conhecimento da difusão do componente que se transmite e também, tendo a gravidade um 
efeito mais potente sobre um líquido, é natural que o líquido flua para baixo e a corrente 
gasosa seja ascendente. 
Já na desorção 
(...) o gás solúvel é transferido do líquido para a fase gasosa em virtude de a 
concentração no líquido ser maior do que a concentração de equilíbrio com o gás. 
Por exemplo, pode-se extrair a amônia de uma solução aquosa mediante o 
borbulhamento do ar através da solução. O ar na entrada não contém amônia, 
enquanto o líquido a contém; há então uma transferência do líquido para o gás. 
(FOUST, 1983, p.12)
8 
1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
O equipamento usado para se realizar a absorção é a torre ou coluna absorvedora 
(Figura 2.1). Ela propicia o contato contínuo entre o vapor e o líquido e pode ser uma torre do 
tipo cheia, com um recheio sólido ou com bandejas de borbulhamento; ou vazia, em que o 
contato do líquido com o gás é efetivamente direto. 
Figura 2.1: Torre de absorção (desenho e representação esquemática) 
Fonte: BRASIL, 2004, p. 13 
1.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
Tanto a absorção quanto a desorção são amplamente utilizadas na indústria química. 
Um exemplo é a produção de ácido clorídrico pela absorção do cloreto de hidrogênio gasoso 
em água e também a carbonatação de bebidas refrigerantes, a qual envolve a absorção de 
dióxido de carbono (ocorre certa desorção quando se abre a garrafa e a pressão é reduzida).
9 
2. DESTILAÇÃO 
2.1 CONCEITO 
“Fundamentalmente a destilação é uma operação de transferência de massa entre uma 
fase líquida e uma fase de vapor.” (GOMIDE, Reynaldo p.33). 
A destilação é usada quando se deseja separar uma mistura (líquida, parcialmente 
líquida ou vapor) em duas outras misturas, utilizando calor como um agente de 
separação. A mistura rica nos componentes leves, de menor ponto de ebulição, é 
chamada de destilado ou produto de toco e é rica nos componentes mais pesados é 
chamada de resíduo ou produto de fundo. (BRASIL, Nilo ÍNDIO do, p.13) 
2.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
A destilação está baseada nas diferenças de volatilidade dos componentes de uma 
mistura. 
Vaporizando-se parcialmente uma mistura líquida, esta passa a também apresentar 
uma fase gasosa que conterá os mesmo componentes da fase líquida inicial, porém em 
concentrações diferentes, já que os líquidos não se difundem com as mesma velocidades. 
Ocorre, então, um aumento das concentração do componente mais volátil na fase gasosa e um 
aumento da concentração do componente menos volátil na fase líquida. 
Dessa forma, esse é um processo de transferência de massa tanto da fase líquida para 
de vapor quanto da fase de vapor para a líquida, baseada nos princípios de equilíbrio de fase. 
Quando os líquidos de uma mistura têm volatilidade próximas, usa-se a destilação azeotrópica 
que consiste na adição de um outro componente relativamente volátil que irá concorrer para 
aumentar as volatilidades relativas dos líquidos dessa mistura. No caso de uma destilação 
extrativa, ocorre a adição de um componente relativamente não-volátil, porém com a mesma 
finalidade. 
2.3 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
A destilação tem grande diversidade de aplicações como ,por exemplo, na obtenção de 
oxigênio puro produzido através da destilação do ar previamente liquefeito, na dessalinização 
da água, na purificação de matérias-primas e , sobretudo na indústria do petróleo, tem elevada 
importância. 
O petróleo é uma mistura multicomponente que ao chegar à indústria precisa ser 
separada e purificada. Constituído por muitíssimos compostos orgânicos, e outros 
inorgânicos, essa separação em fases utiliza a destilação em larga escala. A maneira de 
separar o petróleo bruto varia de acordo com as suas propriedades e das características da 
refinaria. A separação inicial é feita através da destilação atmosférica, onde já se obtém a
10 
separação de certos produtos. Estes podem ainda ser submetidos a uma destilação a vácuo, de 
modo a serem obtidas outras frações. 
2.4 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
A destilação industrial é tipicamente realizada em grandes colunas cilíndricas verticais 
conhecidas "torres de destilação ou fracionamento" ou "colunas de destilação".As torres de 
destilação tem escoadouros de líquidos a intervalos na coluna, os quais permitem a retirada de 
diferentes frações ou produtos que possuem diferentes ponto de ebulição. O contato entre as 
fases ocorre em dispositivos de diversas espécies chamados pratos ou bandejas, que 
potencializam as trocas de massa. 
Para se aumentar a eficiência do processo, certas torres industriais usam o refluxo. O 
refluxo refere-se a porção do liquido condensado de uma torre de fracionamento que retorna 
para parte superior da torre, promovendo um resfriamento capaz de condensar o vapor que 
está subindo, desta forma aumentando a eficiência da torre de destilação.
11 
3. ADSORÇÃO/DESORÇÃO 
3.1. CONCEITO 
A adsorção é uma operação unitária de transferência de massa do tipo sólido -fluido 
na qual se explora a habilidade de certos sólidos em concentrar na sua superfície 
determinadas substâncias existentes em soluções líquidas ou gasosas, o que permite 
separá-las dos demais componentes dessas soluções. (GOMIDE, Reynaldo - p. 331) 
A adsorção destaca-se como uma das principais operações unitárias de transformação 
de massa, devido a sua grande eficácia. Operações de transformação de massa onde haja 
transformação de uma fase sólida são, certas vezes, denominadas de processos de sorção. 
Assim o processo reverso a adsorção é conhecido como desorção. 
A desorção ocorre comumente com a perda de adsorvente. Na maioria dos casos a 
volatização térmica é empregada. Assim, com baixas pressões e altas temperaturas, vapores 
podem ser recuperados com alto grau de pureza. 
3.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
A adsorção é baseada na ocorrência de forças na superfície externa dos sólidos. No 
momento em que há o contato entre o fluido esses pontos ativados de volências parciais 
existentes no sólido, uma força de atração promove a concentração do fluido na superfície 
deste sólido. No caso de um gás, ocorre uma espécie de condensação na superfície do sólido e 
"se este for poroso o líquido penetrará também nos capilares e interstícios por um processo de 
difusão molecular ou de Knudsen, caso consiga molhar o sólido." (GOMIDE, Reynaldo p. 
313). 
Assim, quanto maior for essa superfície externa por unidade de peso, mais favorável 
será a adsorção (os adsorvedores são geralmente sólidos com partículas porosas). 
A intensidade da força que liga o adsorvente e o adsorbato depende das naturezas do 
sólido e das moléculas adsorvidas, além de poder variar com fatores como temperatura e 
pressão, nos quais o sistema se encontra. Com base nesse critério a adsorção pode ser de dois 
tipos: adsorção física (de Van der Waals) ou adsorção ativada (quimisorção) 
A força que liga a superfície do sólido as moléculas do fluido é bastante intensa, 
apresentando características de uma reação química. Pode até chegar a ser irreversível. 
Devido ao alto valor da energia envolvida, o processo é lento a baixas temperaturas. Na 
quimisorção ocorre uma reação entre um átomo e uma molécula da fase gasosa, sendo bem 
possível que provoque o estiramento das moléculas sobre a superfície do adsorvente, 
provocando sua dissociação em átomos. Somente essa adsorção apresenta interesse na catálise 
heterogênea.
12 
A grande facilidade com que o adsorbato vai ser retirado torna esse tipo de adsorção 
bastante interessante para a indústria no campo das operações unitárias. 
A interação entre adsorvente e as moléculas adsorvidas é fraca, sendo o processo 
facilmente desfeito mediante aquecimento ou aumento da pressão do sistema. As forças que 
atuam nessa situação são intermoleculares fracas. Em virtude da pequena quantidade de 
energia envolvida nesse processo, o equilíbrio do sistema é rapidamente atingidos por isso a 
adsorção física não é responsável pela aceleração de reações químicas catalizadas por sólidos. 
3.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
Na indústria química o tipo de adsorvedor mais utilizado é o leito fixo, no qual existe 
uma corrente de fluido atravessando continuamente um leito adsorvente poroso que está 
fixado em um local. 
Os de leito móvel oferecem a dificuldade de movimentação do sólido, o que pode 
ocasionar o desgaste ou a quebra do equipamento. Sendo assim, são utilizados apenas em 
alguns casos, como por exemplo na adsorção de vapores orgânicos pelo carvão, possibilitando 
a separação da fração mais leve do gás natural. O modelo de leite cilindro vertical é 
conveniente para reduzir a área de implantação. 
Também pode se utilizar a peneira molecular, que é constituída por adsorvedores 
sintéticos especiais. Sua aplicação permite a separação de misturas através da diferença de 
dimensões moleculares, da polaridade ou das saturação de ligações carbônicas. Na troca 
iônica, processo semelhante a uma adsorção, é usada uma resina sólida trocadora de íons que 
reage quimicamente com o soluto. 
Um tipo especial de adsorvente é o clastrato que retém moléculas de uma maneira 
particular. 
É importante salientar que cloratos, resinas trocadoras de íons e peneiras moleculares 
são mais caros quando comparados com os adsorvedores convencionais. Sendo assim, são 
utilizados quando a separação não pode se dar pelos meios convencionais. 
3.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
As operações industriais nas quais a adsorção é a etapa principal são várias. No campo 
dos sistemas líquidos, é possível citar a PERCOLAÇÃO, “na qual o adsorvente granular é 
mantido fixo sob a forma de um leite poroso através do qual o líquido a tratar sobe e desce.” 
(GOMIDE, Reynaldo - p. 314). Exemplos desse tipo de operação são a eliminação do cheiro e 
cor de determinadas soluções, da água, dentre outras substâncias.
13 
Há também a filtração de contato “que consiste em dispersar o adsorvente finalmente 
dividido no líquido a tratar, promovendo simultaneamente uma agitação intensa da suspensão, 
após o que o adsorvente é filtrado.” (GOMIDE, Reynaldo - p.314). Como exemplo dessa 
operação temos a clorificação de óleos lubrificantes utilizando argilas tratadas com ácidos e o 
branqueamento do açúcar com carvão de osso . 
No caso da adsorção com gases, são exemplos importantes a eliminação do cheiro do 
CO2 nos refrigerantes, o fracionamento de misturas de hidrocarbonetos leves, podendo-se 
obter a gasolina a partir do gás natural, o controle da poluição do ar atmosférico, a secagem 
do ar, dentre muitas aplicações. 
O fator mais relevante para um adsorvente ser economicamente viável é a área 
interfacial, que corresponde a área externa mais a área dos poros. Os mais importantes 
adsorventes industriais são: 
 Terra fuller – Branqueamento, clorificação e neutralização de óleos(minerais, 
animais e vegetais), 
 Graxos e gorduras. 
 Argila ativada – Branqueamento de produtos de petróleo. 
 Sílica-gel – Secagem e purificação de gases, funcionamento de misturas de 
hidrocarbonetos e também suporte de catalisadores. 
 Carvão de ossos – Refino do açúcar. 
 Alumínio e bauxita – Secagem de gases.
14 
4. EXTRAÇÃO 
4.1 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO 
4.1.1 CONCEITO 
No processo de extração líquido-líquido, também chamada de extração por solvente, 
pode-se separar os componentes de uma mistura líquida através da adição de um solvente à 
mistura. Forma-se então um sistema com duas fases que, com o decorrer do tempo, atingirá 
um estado de equilíbrio através da transferência de massa de uma fase para outra. 
Neste processo o ideal é que o componente que se quer extrair seja solúvel no 
solvente, e os componentes não desejáveis sejam insolúveis neste solvente. Assim, à medida 
que o soluto vai se dissolvendo no solvente forma-se o extrato e os elementos da mistura 
inicial que são insolúveis formam o refinado. 
Na prática, todos os componentes são, possivelmente, solúveis num certo grau uns 
nos outros, e a separação só é viável quando as solubilidades são suficientemente 
diferentes. Em qualquer caso, o componente não extraído (inerte) deve ser 
suficientemente insolúvel para se formarem duas fases que possam ser extraídas. 
(FOUST, 1982, p.13) 
4.1.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
O princípio que rege a extração por solvente é a miscibilidade entre os líquidos. Nesse 
processo deve haver a mistura de dois líquidos imiscíveis e posterior separação. 
O solvente utilizado deve, além de ser capaz de levar a formação de uma fase separada 
do refinado, ser facilmente separável do soluto. 
4.1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
Como a diferença das fases não é muito grande, a gravidade não age de maneira 
satisfatória no processo de escoamento entre os líquidos. Sendo assim, as colunas de bandejas 
perfuradas, com vertedores descendentes, são bastante utilizadas na extração líquido-líquido. 
Os misturadores mecânicos são empregados para dispersar de maneira mais completa as 
fases, o que nas bandejas perfuradas não ocorre.
15 
4.1.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
Utiliza-se a extração por solvente para retirar componentes indesejáveis dos óleos 
lubrificantes e de outras frações do petróleo cru, na produção de ácido fosfórico concentrado, 
para separar o nióbio do tântalo, entra outras aplicações. 
4.2 EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO 
4.2.1 CONCEITO 
Na extração sólido-líquido, também chamada de lixiviação ou lavagem, os elementos 
de um sólido são extraídos pela adição de um solvente conveniente. Para que essa extração 
seja mais satisfatória o sólido deve estar bastante triturado, assim o solvente terá um maior 
contato com seus constituintes. 
Normalmente o componente que se deseja extrair é solúvel no líquido e o restante da 
fase sólida é insolúvel. Obtêm-se, dessa maneira, o extrato que deverá sofrer um outro 
processo de separação para a retirada do soluto. 
Para que a separação se conclua outras operações podem ser realizadas, como a 
filtração, a decantação etc. 
Figura 4.1 Colunas com bandejas perfuradas 
Fonte: FOUST, 1982, p. 21
16 
4.2.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
O princípio pelo qual se baseia o método da extração sólido-líquido é a solubilidade do 
soluto no solvente. 
4.2.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
Nos processos de separação de um líquido 
com um sólido encontra-se dificuldade no 
transporte do sólido num sistema multiestágio. 
Um dos equipamentos empregados na extração 
sólido-líquido é o extrator com cestos 
transportadores, esquematizado na figura a seguir. 
4.2.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
A extração sólido-liquido é aplicada na 
indústria de óleo de soja, sendo o hexano o 
solvente utilizado. Aplica-se também esse 
processo nas indústrias de café solúvel; na 
recuperação de urânio de minérios de baixo teor, 
com uso de soluções de ácido sulfúrico ou de 
carbonato de sódio. 
Figura 4.2: Extrator com cestos transportadores 
Fonte: FOUST, 1982, p. 22
17 
5. FILTRAÇÃO 
5.1 CONCEITO 
Método de separação entre sólidos em suspensão e um fluido (tanto um líquido quanto 
um gás) que consiste na retenção deste sólido numa superfície específica para cada classe de 
filtrado. O acúmulo deste sólido retido geralmente forma uma camada (ou torta), que com o 
uso do filtro vai ficando mais espesso, ou eles ficam presos dentro dos poros ou do corpo do 
meio filttrante. 
A filtração pode ser utilizada com o objetivo de secagem de sólidos ou de clarificação 
de líquido. Na primeira situação, o sólido é o produto principal, portanto a torta é a parte que 
interessa após a filtração. Já na clarificação de líquidos tanto o filtrado quanto ambas as partes 
podem ser aproveitadas. 
5.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
A força motriz do processo é o surgimento de uma pressão diferencial entre a polpa 
(produto que sofrerá a filtração) e o elemento filtrante. 
O filtrado é induzido a escoar através da membrana pela carga hidrostática 
(gravidade), pela pressão superior à atmosférica aplicada a montante da membrana, 
pela pressão subatmosférica aplicada a jusante, ou pela força centrífuga através da 
membrana. (PERRY, 1997, p.19-53) 
Os processos de filtração são classificados em a partir da maneira escolhida para 
estabelecer essa diferença de pressão entre as partes, que pode ser através da própria 
gravidade ou pode ser induzida por forças externas, o que pode acontecer por meio de forças 
centrífugas, pressão positiva sobre a polpa ou a filtração a vácuo. 
O princípio básico da filtração é baseado na aplicação de uma pressão diferencial entre 
uma suspensão ou polpa a ser filtrada e uma superfície de um elemento filtrante. A pressão 
diferencial pode ser obtida por meio de: vácuo, pressão positiva sobre a polpa e gravidade. 
5.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
Elemento filtrante é o componente do filtro que retém as partículas sólidas através da 
formação da torta ou entre seus poros. O meio filtrante mais adequado depende da natureza do 
fluido a ser filtrado, do grau de purificação que se pretende obter e da relação custo benefício, 
que inclui tanto a escolha do material mais durável para aquele fluido quanto o custo de parar 
o processo para realizar a limpeza dos filtros. O meio filtrante pode ser areia, grades 
metálicas, nylon, porcelana, telas, feltro, tecidos, cartuchos fibrosos, matérias porosos etc.
18 
Alguns filtros possuem um dispositivo que permite a limpeza sem sair do serviço, 
através da injeção de um fluido pressurizado, que desagrega os sólidos retidos no elemento 
filtrante e os retira, viabilizando a continuidade do processo. 
5.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
A filtração é uma operação unitária muito empregada em diferentes tipos de indústrias 
com destaque para as indústrias de alimentos e bebidas a exemplo da produção de suco de 
frutas, vinho, cerveja, óleos vegetais, leite e derivados, entre outros produtos. Normalmente, 
nestes casos, o líquido é a fração que mais interessa após a filtração e o sólido ou é 
aproveitado para fins menos lucrativos ou descartados. Porém é interessante citar o que 
acontece na indústria de refino de açúcar, onde cada parte é aproveitada, até mesmo para gerar 
energia para a própria indústria. 
Na produção de cerveja, depois da maceração do malte, o mosto resultante é separado 
através de filtros. Ele é utilizado para separar a levedura e partículas de proteína em suspensão 
da cerveja, para deixá-la mais clara. 
Em fábricas de refrigerantes, a separação do xarope de suas impurezas também é feita 
a partir da filtração. E na produção de suco de frutas o bagaço é separado da polpa. 
A filtração é muito utilizada pra segregar a água de componentes desnecessários para 
determinado fim. Exemplos disso são o tratamento da água para caldeiras, a dessalinização da 
água do mar e o próprio tratamento da água realizado em empresas como a EMBASA, que 
retém flocos não removidos pelo processo de separação anterior. 
Em muitos outros processos também são utilizados a filtração, como no tratamento 
(purificação) da salmoura para queijos, na indústria automobilística (setor de pintura) e na 
petroquímica e química.
19 
6. CENTRIFUGAÇÃO 
6.1 CONCEITO 
A centrifugação é um processo de separação entre líquidos ou entre sólidos e líquidos. 
Ela é realizada a partir de um motor que provoca o movimento rotacional que vai separar os 
componentes da mistura em virtude da diferença de densidades entre eles. “As centrífugas [...] 
são dispositivos que utilizam o campo centrífugo, em lugar do campo gravitacional, para 
provocar a separação dos componentes de um sistema líquido-sólido ou líquido-líquido.” 
(FOUST, 1983, p.548). 
Há outros meios de separar líquidos e sólidos, como a filtração e a decantação. Porém 
é importante destacar que a centrifugação pode ser um método utilizado para acelerar estes 
dois processos — já que a aceleração no interior de centrífugas industriais é muito maior do 
que a aceleração gravitacional — além de melhorar os seus resultados. Por isso é preciso ter 
em vista qual dessas operações unitárias é mais adequada para uma determinada mistura e 
qual delas iria trazer uma melhor relação custo-benefício. 
Existem diversos tipos de centrífugas, cada qual com suas especificidades relacionadas 
com o tipo de mistura: 
 De discos — a pilha de discos aumenta a área efetiva de sedimentação ou clarificação 
e tem a capacidade de separar três materiais; 
 Tubular; 
 Decantadora — Utilizado para separar efluentes, pequenos cristais ou finos etc; 
 Pusher — opera em grande faixa de concentrações e é normalmente utilizada para 
separar grandes cristais; 
 De tambor — utilizada apenas na clarificação de líquidos; 
 De bolsa invertida — o pano filtrante retém os sólidos e depois é virado do avesso 
para retirá-los; 
 De cesta filtrante de cesta horizontal com raspador para descarga (peeler) — permite 
tanto a filtração como a decantação; 
 De cesta vertical — volume relativamente pequeno de material processado; 
 Vibratória — os sólidos são retidos por uma peneira e transportados por vibração axial 
maior que a velocidade rotacional da centrífuga.
20 
6.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
A força centrífuga advinda da rotação do eixo faz com que a parte mais densa adquira 
a tendência de ir para as extremidades. Isso acontece graças a natureza da força centrífuga que 
tem módulo igual a da força centrípeta, o que nos permite utilizar a mesma fórmula para 
calculá-la: Fc = mrω2 
Esta fórmula evidencia que quanto 
maior a massa da substância, maior a 
força centrífuga aplicada a ela, ou seja, a 
parte mais pesada será “empurrada” mais 
fortemente do que a parte leve, separando-as 
(figura 6.1) A partir da análise da 
equação podemos concluir também que 
quanto maior o raio (distância radial ao 
eixo de rotação) e a velocidade angular da 
centrífuga melhor seu desempenho. Porém 
é importante salientar que os cálculos 
Figura 6.1: Centrífuga de disco 
utilizados no dimensionamento e no 
desempenho da centrífuga envolvem muitos outros fatores e que nem sempre o mais eficiente 
é o mais apropriado. 
O modo como ocorre a aplicação da força centrífuga no equipamento é explicado a 
seguir: 
Os separadores centrífugos fazem uso do princípio bem conhecido, de estar sujeito a 
uma força, qualquer objeto que gira em torno de um ponto central, a uma distância 
radial constante. O objeto muda constantemente de direção e está assim acelerado, 
mesmo que a sua velocidade escalar seja constante. Esta aceleração centrípeta é 
produzida pela força centrípeta que age na direção radial no sentido centro de 
rotação. Se o objeto é um recipiente cilíndrico, seu conteúdo exerce sobre ele uma 
força igual e oposta ─ a força centrífuga ─ dirigida para as paredes do recipiente. 
(PERRY, 1997, p19-82) 
6.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
Uma centrífuga é composta pelas seguintes partes: 
 Rotor ou cesta ─ onde a mistura a ser separada se localiza e sofre a ação da força 
centrífuga. O líquido é descarregado na parte superior; 
 Eixo motor ─ está ligado ao motor através de correias, por isso ele é a parte que gira a 
cesta; 
 Mancais ─ suporte de apoio de eixos e rolamentos; 
Fonte: UFRNet
21 
 Selos ─ exercem pressão evitando que vapores escapem para a atmosfera; 
 Motor ─ que é geralmente elétrico ou uma turbina que promove a rotação do eixo; 
 Carcaça ─ separa os produtos de maiores densidade dos de menores densidades, já 
anteriormente segregados. 
6.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
A centrifugação é aplicada em vários tipos de indústria. Um bom exemplo é a 
indústria de produção de álcool. Lá, a centrifugação é aplicada no mosto (melaço com água 
adicionada) para separar a levedura da parte líquida. 
No processo da produção de açúcar em uma indústria de refino, podemos destacar a o 
uso de uma centrífuga. Ela atua na separação dos cristais de açúcar contidos xarope (suco 
concentrado, obtido após um processo de evaporação, que contém principalmente água e 
açúcar). Na primeira centrifugação obtém-se o açúcar branco, conhecido também por açúcar 
de primeiro produto, com cerca de 1 % de umidade. O xarope resultante é submetido à 
centrífuga novamente, obtendo-se açúcar amarelo ou açúcar de segundo produto, que é 
refundido e misturado com o suco concentrado. Este dá origem ao açúcar de terceiro produto, 
ou melaço, através de uma última centrifugação. 
Existe um tipo de centrífuga especial chamada de ultracentrífuga. Ela tem uma 
velocidade de rotação muito alta em relação as outras e faz em média 60.000 rpm a 
1.300km/h. Elas são utilizadas para separar materiais cuja diferença de densidade é muito 
baixa, como moléculas. São muito encontradas em indústrias que separam isótopos de urânio, 
para que a concentração destes isótopos aumente e viabilizando a geração de energia elétrica 
numa de uma usina nuclear. 
Ainda existem muitas outras aplicações industriais das centrífugas, tais como nas 
indústrias de fabricação de sucos, o ajuste do teor de gordura do leite, na clarificação do leite, 
na indústria automobilística, na produção de chá, café solúvel e de bebidas como cerveja, 
vinho e espumante.
22 
7. DECANTAÇÃO 
7.1 CONCEITO 
A decantação é um processo usado para separar misturas heterogêneas. Geralmente 
deseja-se separar partículas, que podem ser sólidas ou gotas de líquidas, de um fluído, que 
pode ser um líquido ou um gás. 
A decantação de uma mistura de sólido e líquido é também chamada de sedimentação. 
7.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
A decantação é um processo que ocorre devido à diferença de densidade entre o fluído 
e as partículas. A força gravitacional atua de modo que a fase mais densa fique abaixo da fase 
menos densa. 
A viscosidade do fluído, o diâmetro e a forma das partículas são fatores que alteram a 
velocidade de sedimentação das partículas. 
7.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
As operações de sedimentação podem ser realizadas em equipamentos chamados de 
tanques de decantação ou decantadores. Esses decantadores são chamados de espessadores, 
quando o produto desejado é a lama decantada, e de clarificadores, quando a operação visa à 
obtenção do líquido límpido. 
O processo de sedimentação pode ser feito de maneira descontínua ou contínua. Os 
decantadores descontínuos são tanques cilíndricos com solução em repouso por certo tempo. 
Já os decantadores contínuos são tanques rasos de grande diâmetro, em que grades atuam na 
remoção da lama. 
Os decantadores contínuos mais comuns são os de rastelo, helicoidal, ciclone e 
hidroseparadores.
23 
Figura 7.1 :Decantador contínuo 
Fonte: FOUST, 1982, p.556 
7.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
As aplicações incluem processos em que a solução é o componente de valor (como 
na extração da alumina), ou em que os sólidos purificados são procurados (hidróxido 
de magnésio da água do mar, por exemplo), ou ambos (como se dá frequentemente 
na indústria de processamento químico e em hidrometalurgia). (PERRY, ANO, 
p.19-52) 
A decantação também é um processo bastante utilizado no tratamento da água.
24 
8. EVAPORAÇÃO 
8.1 CONCEITOS 
A evaporação é uma operação em que se concentra uma solução pela ebulição do 
solvente. Ela é usada para a remoção de um solvente de uma solução líquida, através do 
aquecimento da solução e/ou redução da pressão da operação, ou seja, se utiliza este processo 
para a separação, por ebulição de uma parte do líquido contido em uma dissolução ou 
suspensão. Envolve a transferência de calor e de massa simultaneamente. 
8.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO 
As exigências térmicas são grandes em virtude de o calor latente de vaporização do 
solvente ter que ser fornecido ao sistema e já que o solvente está em ebulição, deve estar em 
contato com o vapor do solvente de puro e assim não há resistência à transmissão de vapor 
pela interface. Um processo de evaporação é portanto inteiramente controlado pelas taxas de 
transmissão de calor. “O meio aquecedor ,normalmente vapor, entra na caixa de distribuição 
onde condensa completamente, liberando seu calor para a solução em ebulição.” 
(BLACKADDER, 1982, p. 232) 
Normalmente, suspende-se o processo concentrante antes de o soluto principiar a 
precipitar-se da solução. Quando o meio de calefação é o vapor de água condensante, o 
aparelho se chama evaporador e a evaporação se estuda separadamente como operação 
unitária, contudo por qualquer outro procedimento pode-se estudar a evaporação dentro da 
transmissão de calor. 
8.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
A evaporação é normalmente efetuada no que é essencialmente um trocador de calor 
modificado. Há uma superfície de transmissão de calor separando o meio aquecedor, 
geralmente vapor condensado, e a solução em ebulição. Ou seja, um evaporador é 
basicamente constituído por um trocador de calor, que leve a solução à fervura, e de um 
dispositivo para separar o vapor do líquido. 
As partes essenciais de um evaporador são a câmara de evaporação, separadas por 
uma superfície de calefação*. A forma e a disposição destas câmaras é projetada 
para proporcionar um funcionamento eficaz e um valor máximo do coeficiente de 
transmissão de calor e são variáveis em função do tipo de evaporador. 
(GUITIÉRREZ, 1969, p. 258) 
*A Calefação é a vaporização que ocorre quando um líquido entra em contato com uma superfície que se 
encontra a uma temperatura muito maior que a temperatura de ebulição do líquido.
25 
Na Figura 8.1 está esquematizado um dos tipos mais comuns de evaporadores. 
8.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA 
A evaporação é usada em larga escala na 
indústria sempre que se deseja concentrar qualquer 
tipo de solução. Por exemplo, o que se chama 
usualmente de destilação da água do mar é, na 
verdade um processo evaporativo para se recuperar 
a água potável. Neste processo 
(...) a água do mar é usada como carga em um 
evaporador de três estágios (evaporador de 
triplo efeito), onde por aquecimento com vapor 
d’água no primeiro estágio e redução da 
pressão nos estágios seguintes se consegue 
produzir água potável e uma salmoura 
concentrada em sais(...) (BRASIL, 2004, p. 
13) 
O esquema deste processo está representado 
na Figura 8.2 
Figura 8.1: Evaporador de tubos horizontais 
Fonte: GUITIÉRREZ, 1969, p. 258 
Figura 8.2: Representação da destilação da água do mar 
Fonte: BRASIL, 2004, p. 13
26 
EQUIPAMENTOS BÁSICOS 
9. BOMBAS 
Bombas são equipamentos mecânicos que fornecem energia ao líquido com o objetivo 
de transferi-lo de um ponto a outro. Essa energia é fornecida através da pressão e da 
velocidade, sendo que nunca a energia é totalmente transferida, ou seja, há sempre perdas de 
energia no processo. 
A energia fornecida pode ser utilizada tanto para elevar o líquido para um nível 
superior quanto para fazê-lo circular em tubulações. Por causa da grande importância de suas 
funções, a bomba é um aparelho de suma importância na indústria e, por isso, o estudo para 
melhorar o seu rendimento energético e ampliar as suas aplicações industriais é largamente 
utilizado. 
As bombas podem ser classificadas em três grupos* que se diferem pelo seu modo de 
funcionamento e utilidade na indústria. São eles: as bombas cinéticas, que por sua vez se 
dividem em centrífugas e regenerativas; as bombas volumétricas, que incluem as bombas 
alternativas e rotativas; bombas especiais, que abrange o grupo do carneiro hidráulico, da 
bomba hidropneumática e as bombas eletromagnéticas. Falaremos um pouco sobre estes tipos 
de bombas. 
9.1 BOMBAS CINÉTICAS 
9.1.1 BOMBAS CENTRÍFUGAS 
É o tipo de bomba mais utilizado em processos químicos e petroquímicos. Elas 
bombeiam o líquido a partir do movimento rotacional do rotor que, através da força centrífuga 
transfere energia ao fluido. Sua ampla utilização nos processos industriais está relacionada ao 
pequeno custo de manutenção, sua crescente evolução e a sua alta flexibilidade operacional. 
Este tipo de bomba é chamado também de bomba cinética ou rotodinâmicas, pois a 
energia cedida ao líquido advém, a maior parte, velocidade fornecida do que da pressão. 
O rotor é a parte mais importante das bombas centrífugas, que podem um ou mais 
rotores. Ele é o componente mecânico básico que, efetivamente, faz a transferência de energia
27 
*Dependendo do autor esta classificação pode variar 
para a massa líquida. O rotor possui acessórios como o indutor, o eixo, os anéis de desgaste, o 
acoplamento e o sistema de vedação, que aumentam a sua eficiência. 
9.1.2 BOMBAS REGENERATIVAS 
O próprio líquido gira as palhetas deste tipo de bomba e essa energia é utilizada para 
impulsionar o líquido. 
9.2 BOMBAS VOLUMÉTRICAS 
9.2.1 BOMBAS ALTERNATIVAS 
São também chamadas de bombas recíprocas. Elas funcionam deslocando um volume 
fixo de líquido a cada ciclo. A energia cedida ao líquido por essas bombas é 
predominantemente de pressão, ao contrário do que acontece com as bombas centrífugas. 
As bombas alternativas funcionam através de duas operações básicas: uma de 
aspiração e outra de descarga. Na de aspiração um pistão é movido com o objetivo de esvaziar 
o cilindro, reduzindo a pressão em seu interior. Por causa dessa diferença de pressão, o 
líquido entra no cilindro. Quando este é preenchido pelo fluido, o pistão empurra o líquido 
para fora do cilindro, caracterizando a fase de descarga. Assim q o cilindro volta a ficar vazio, 
o pistão recua novamente tendendo a produzir o vácuo no interior do cilindro, reiniciando o 
ciclo. 
9.2.2 BOMBAS ROTATIVAS 
É um tipo de bomba volumétrica ou de deslocamento positivo, pois desloca 
sempre o mesmo volume de líquido a cada rotação. Segundo Foust “A vazão do líquido, 
numa bomba rotatória, é função do seu tamanho e da velocidade de rotação, mas é apenas 
ligeiramente dependente da pressão de descarga, dentro dos limites do modelo da bomba.” 
(FOUST, 1982, p.513 e p.514) 
O líquido é impulsionado pela ação de órgãos girantes (engrenagens, palhetas, 
parafusos etc) que provocam a formação de um vácuo parcial na fase da sucção, fazendo com 
que o líquido vá para os espaços vazios e depois para fora da bomba.
28 
9.3 BOMBAS ESPECIAIS 
9.3.1 CARNEIRO HIDRÀULICO 
Faz com que o líquido se choque contra um obstáculo, ocasionando o chamado “Golpe 
de Ariete”, o qual utiliza o princípio da sobrepressão. 
Um fluxo de água passa pela bomba e quando a velocidade desse fluxo atinge um 
valor adequado uma válvula o interrompe abruptamente (já que a válvula é convenientemente 
Figura 9.1: Carneiro Hidráulico 
Fonte: Site da UFCG 
equilibrada por pesos, 
compondo o chamado castelo). 
O impacto transforma a energia 
cinética do fluido em energia 
potencial, permitido a elevação 
do nível deste fluido. 
9.3.2 BOMBAS HIDROPNEUMÁTICAS 
Funcionam através da injeção de um gás comprimido (geralmente o próprio ar), que 
age como uma força propulsora para o líquido em questão. 
9.3.3 BOMBAS ELETROMAGNÉTICAS 
Impulsiona um líquido a partir de uma corrente alternada que movimenta as bobinas. 
Portanto elas funcionam a partir da lei de Faraday, na qual a força eletromotriz gera o 
bombeamento do fluido. São muito encontradas em usinas nucleares. 
Só é utilizável com líquidos de elevada condutividade elétrica, como os metais 
líquidos. Não tem partes mecânicas móveis, e por isso não usa selos. [...] O líquido 
condutor carreia a corrente que circula em ângulo reto com o campo magnético 
impresso ao sistema. Com isto, provoca-se uma força que causa o escoamento do 
líquido. (FOUST, 1982, p.522 e p.523).
29 
10. CALDEIRAS 
A caldeira é um equipamento que tem como finalidade primordial a produção de 
vapor, mediante o aquecimento da água. É um recipiente constituído de material metálico, 
podendo ser usado no cozimento de alimentos através do vapor, para alimentar máquinas 
térmicas, autoclaves para esterilização de materiais diversos, entre outras aplicações. 
Dentre os principais tipos de caldeiras, podemos citar: 
 Caldeiras a tubo de água: os produtos de combustão envolvem os tubos que 
contém água a ser vaporizada. São utilizadas para a queima de óleo ou gás. Geralmente são 
construídas fora das fábricas ou no local onde serão utilizadas. Podem produzir vapor 
superaquecido com a adaptação de superaquecedores. 
 Caldeiras de tubo de fogo: também conhecidas como geradores de vapor, 
caracterizam-se pelo fato de que o produto de combustão está dentro dos tubos da caldeira. É 
constituído por um vaso maior (chamado casca) que é cercado de espelhos frontais e traseiros 
e que ontem a água que será vaporizada. Geralmente são montadas dentro da própria fábrica, 
sendo usadas para queimar óleo ou gás. Limitam-se a produção de vapor saturado. 
 Caldeiras horizontais: nos principais modelos, apresentam tubulações internas por 
onde passam os gases quentes. Normalmente têm de 1 a 4 tubos de fornalha. 
 Caldeiras verticais: seus tubos estão posicionados verticalmente em um corpo 
cilíndrico, fechados nas extremidades por espelho (placas). Podem ser de fornalha interna ou 
externa (mais utilizadas para combustíveis de baixo teor calorífero). 
 Caldeiras multitubulares de fornalha interna: apresentam vários tubos de fumaça, 
podendo ser de três tipos: 
a) Tubos de fogo diretos-o corpo de caldeira é percorrido pelos gases uma única 
vez. 
b) Tubos de fogo de retorno- a circulação dos gases proveniente da combustão é 
feita em tubos de retorno. 
c) Tubos de fogo diretos e de retorno- os gases quentes circulam na ida pelos 
tubos diretos e na volta pelos tubos de retorno. 
 Caldeiras multitubulares de fornalha externa: em alguns modelos, inicialmente 
ocorre o contato da base inferior do cilindro com os gases provenientes da combustão, que 
retornam pelos tubos de fogo.
30 
11. COMPRESSORES 
11.1 CONCEITO 
A compressão de gases é um processo bastante utilizado nas indústrias químicas. A 
elevação da pressão de um sistema gasoso em muitos casos se faz necessária para que o 
rendimento de um processo seja satisfatório. Os compressores também são usados para 
proporcionar o deslocamento dos gases. 
Um outro tipo de aparelho usado para promover o deslocamento dos gases são os 
ventiladores. 
Os compressores podem ser classificados de duas formas: 
 Compressores de deslocamento positivos, que se dividem em alternativos e rotatórios; 
 Compressores centrífugos, que abrange os de fluxo radial e os de fluxo axial. 
11.2 COMPRESSORES ALTERNATIVOS 
“Os compressores alternativos podem fornecer gás com pressão de algumas frações de 
atmosfera até gás com pressões elevadas, da ordem de 2400atm manométricas.” (FOUST, 
1982, p.527). 
Esses compressores são compostos por um pistão, um cilindro com válvulas 
adequadas para admissão e exaustão e eixo de manivela acoplado ao motor, como pode ser 
visualizado na figura abaixo. 
Figura 11.1: Compressor Alternativo 
(Fonte: FOUST, 1982, p. 527)
31 
Nas condições ideais, a ação do compressor é um processo reversível e adiabático, isto 
serve de referência para o cálculo de suas eficiências. 
11.3 COMPRESSORES ROTATÓRIOS 
Nestes tipos de compressores os gases são comprimidos por peças giratórias. Os 
compressores rotativos apresentam alguns aspectos peculiares, como menores perdas 
mecânicas por atrito, devido a uma menor utilização de peças móveis; a compressão é feita de 
maneira contínua, ao contrário dos compressores alternativos; e ausência de válvulas de 
admissão e descarga. 
Os compressores rotatórios possuem vantagens econômicas com energia, com 
rendimentos volumétricos e mecânicos e com a manutenção das peças que constituem a 
máquina. 
11.4 COMPRESSORES CENTRÍFUGOS 
Os compressores de fluxo axial são aqueles onde o escoamento se dá na direção do 
eixo do rotor. 
Nos compressores centrífugos de fluxo radial, o escoamento entra no rotor paralelo ao 
eixo e sai dele perpendicular ao mesmo. Este tipo de compressor é mais adequado para baixas 
pressões. 
Para se obter compressores adequados para altas pressões pode-se fazer uma 
combinação com um tipo de compressor de fluxo axial, ou usar o compressor de fluxo axial 
diretamente. 
11.5 APLICAÇÕES 
Os gases comprimidos podem ser empregados em ferramentas pneumáticas, como 
veículo de transporte de partículas sólidas, para controle pneumático de máquinas ou 
processos, como propelente para tintas e vernizes, para limpeza industrial (puro ou em 
emulsão com água e detergentes), etc.
32 
Figura 12.1: Forno vertical de cal 
Fonte: SHREVE, R. Norris, p.137 
12. FORNOS 
Um dos equipamentos comumente utilizados nas indústrias são os fornos, os quais são 
aparelhos em que se pode fechar e conservar calor em altas temperaturas. Eles podem ter 
formatos diversos e exercer funções diferentes, dependendo do tipo da indústria em que o 
forno será utilizado. O material tratado pode estar em contato direto com o combustível ou 
este contato pode se dar de forma indireta, geralmente através de serpentinas. 
Alguns exemplos de indústrias que utilizam fornos estão listados abaixo, juntamente 
com o tipo de forno utilizado: 
 Indústria cerâmica – Fornos 
contínuos de chama direta, onde 
os gases de combustão queimam 
diretamente entre as peças; e de 
chama indireta, onde os produtos 
da combustão não entram em 
contato com as peças; 
 Indústria cimenteira – Fornos 
verticais, há vários tipos, mas o 
mais utilizado é o qual a 
combustão do gás é feita em 
queimadores especiais, com 
várias bocas e resfriados a água. 
(Figura 12.1) 
 Indústria vidreira – Fornos de 
cadinho, são adotados na pequena 
produção de vidros especiais; e tanque, onde os materiais de partida são introduzidos 
por uma extremidade de um grande tanque; 
 Indústria eletrotérmica – Fornos elétricos, permitem um controle mais exato e uma 
maior concentração de calor em relação aos outros tipos de fornos; a arco, em que se 
aproveita o calor produzido pela passagem de uma corrente elétrica entre dois 
eletrodos, e de indução, em que se induzem fortes campos eletromagnéticos.
33 
CONCLUSÃO 
As operações unitárias englobam procedimentos de importância vital para a indústria 
de processamento químico. Elas estão presentes em praticamente todo o transcorrer de um 
processo, sendo indispensável ao engenheiro químico conhece-las, de modo a aplicar a 
operação mais conveniente tanto em termos práticos quanto em termos econômicos. 
A partir desse trabalho, adquirimos uma visão mais ampla a cerca do funcionamento 
de uma indústria química, através do estudo dos mecanismos intrínsecos às operações 
unitárias.
34 
REFERÊNCIAS 
Abastecimento de Água - Carneiro Hidráulico (UFCG) 
<http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Carneiro.html> 
Acessado em 26 de março de 2009 
BLACKADDER, D. A. NEDDERMAN, R. M. Manual de Operações Unitárias. Londres, 
1982. Ed. Hemus. 1ª ed. 
BRASIL, Nilo Índio. Introdução à Engenharia Química. Rio de Janeiro, 2004. Editora 
Interciência. 2ª ed. 
FOUST, Alan S.; WENZEL, Leonard A.; CLUMP, Curtis W.; MAUS, Louis; ANDERSEN, 
L. Bryce. Princípios das Operações Unitárias. Rio de Janeiro, 1983, Guanabara Dois. 2ª ed. 
GUTIÉRREZ Jodra, Luis; MARTÍNEZ Moreno, Juan M.; MEDINA Catellanos, Santiago; 
MORENO Segura, Pedro; OCÓN García, Joaquim; VIAN Ortuño, Ângelo. Elementos de 
Ingeniería Química. Madrid, 1969, Aguilar. 5ª ed. 
OPERAÇÕES UNITÁRIAS Engenharia Química - UFRN 
<http://www.ufrnet.ufrn.br/~lair/Pagina-OPUNIT/equipamento.htm> 
Acessado em 29 de março de 2009 
PERRY, R. H.; GREEN, D.W. Manual do Engenheiro Químico, 1997, McGraw-Hill 
SHREVE, R. Norris; BRINK Jr., Joseph A. Indústrias de Processos Químicos. Rio de Janeiro, 
1977. Editora Guanabara. 4ªed.

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Op.unitárias

  • 1. 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ENGENHARIA QUÍMICA ENGC99 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA QUÍMICA OPERAÇÕES UNITÁRIAS SALVADOR MARÇO DE 2009
  • 2. 5 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ENGENHARIA QUÍMICA ENGC99 – INTRODUÇÃO À ENGENHARIA QUÍMICA OPERAÇÕES UNITÁRIAS Trabalho referente à Fernanda Gonçalves, Rafaela Vaz, Ravenna Lessa e Verônica de Jesus apresentado ao professor Luis Jacinto de Figueiredo, como requisito parcial de avaliação da disciplina ENGC99 – Introdução à Engenharia Química. SALVADOR MARÇO DE 2009
  • 3. 6 INTRODUÇÃO Em uma indústria química, partindo-se da matéria-prima até se chegar ao produto final uma série de processos devem ocorrer, sendo alguns de natureza química e outros de natureza física. A matéria-prima, ao chegar à indústria, deve ser previamente tratada antes de entrar no reator, onde ocorrerão as transformações químicas. Desta etapa obtém-se uma mistura composta pelo produto principal, espécies que não reagiram e resíduos. Estes últimos, por comprometeram a qualidade do produto principal, devem ser separados deste. As operações unitárias consistem em transformações físicas que antecedem e sucedem as reações químicas, independentemente dos materiais que estão sendo processados. Essas operações estão agrupadas em cinco grandes categorias:  Mecânica dos fluidos – trata do transporte de reagentes e produtos na planta industrial;  Transmissão de calor – relacionada à quantidade de calor envolvida em determinados processos;  Operações de agitação e mistura – homogeneizar misturas;  Operação de manuseio de sólidos – peneiramento, trituração etc.;  Operação de separação – neste grupo estão contidos processos físicos, como a filtração, a decantação e a centrifugação; de transferência de massa, como absorção, adsorção, secagem e extração; e processos influenciados pela troca de calor, como evaporação, destilação, cristalização, dentre outras. Neste trabalho nos deteremos nas principais operações de separação, que constitui o maior grupo de operações unitárias, mostrando seus princípios de funcionamento, os equipamentos utilizados e suas aplicações industriais. Trataremos posteriormente de aparelhos essenciais para a indústria química, os quais são empregados nos mais diversos processos.
  • 4. 7 OPERAÇÕES UNITÁRIAS 1. ABSORÇÃO / DESORÇÃO 1.1 CONCEITO A absorção de gás é uma operação unitária em que um ou mais dos componentes de uma mistura gasosa é dissolvido num líquido, ou seja, em que se separa um ou mais componentes de uma mistura gasosa por meio de um líquido em que são solúveis. Por exemplo, a amônia é absorvida de uma mistura de gás e amônia através do contato do gás com a água líquida na temperatura ambiente. A amônia é solúvel na água, mas o ar é quase insolúvel. Nesta operação há uma transferência de material de uma corrente gasosa para uma corrente líquida, ou melhor, uma transferência de um componente solúvel de uma fase gasosa para um absorvente líquido relativamente não volátil. Pode se dar de duas formas: “(...) pode ser um fenômeno puramente físico ou pode envolver a solubilização da substância no líquido seguida por uma reação com um ou mais de um dos constituintes do líquido.” (PERRY, 1997, p.14-2). Quando se trata, pelo contrário, de separar de uma mistura líquida um de seus componentes por meio de um gás, a operação recebe o nome de desorção, ou seja, a desorção é o processo inverso da absorção, onde há a remoção de um componente de um líquido pelo contato com um gás. 1.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO Na operação de absorção, uma corrente gasosa é alimentada continuamente pela parte inferior de um equipamento absorvedor e escoa em contracorrente com um líquido solvente que é admitido pelo topo da torre, para que seja maior a diferença de concentração e maior a velocidade de absorção. A absorção é uma das operações cujo fundamento se baseia no conhecimento da difusão do componente que se transmite e também, tendo a gravidade um efeito mais potente sobre um líquido, é natural que o líquido flua para baixo e a corrente gasosa seja ascendente. Já na desorção (...) o gás solúvel é transferido do líquido para a fase gasosa em virtude de a concentração no líquido ser maior do que a concentração de equilíbrio com o gás. Por exemplo, pode-se extrair a amônia de uma solução aquosa mediante o borbulhamento do ar através da solução. O ar na entrada não contém amônia, enquanto o líquido a contém; há então uma transferência do líquido para o gás. (FOUST, 1983, p.12)
  • 5. 8 1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS O equipamento usado para se realizar a absorção é a torre ou coluna absorvedora (Figura 2.1). Ela propicia o contato contínuo entre o vapor e o líquido e pode ser uma torre do tipo cheia, com um recheio sólido ou com bandejas de borbulhamento; ou vazia, em que o contato do líquido com o gás é efetivamente direto. Figura 2.1: Torre de absorção (desenho e representação esquemática) Fonte: BRASIL, 2004, p. 13 1.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA Tanto a absorção quanto a desorção são amplamente utilizadas na indústria química. Um exemplo é a produção de ácido clorídrico pela absorção do cloreto de hidrogênio gasoso em água e também a carbonatação de bebidas refrigerantes, a qual envolve a absorção de dióxido de carbono (ocorre certa desorção quando se abre a garrafa e a pressão é reduzida).
  • 6. 9 2. DESTILAÇÃO 2.1 CONCEITO “Fundamentalmente a destilação é uma operação de transferência de massa entre uma fase líquida e uma fase de vapor.” (GOMIDE, Reynaldo p.33). A destilação é usada quando se deseja separar uma mistura (líquida, parcialmente líquida ou vapor) em duas outras misturas, utilizando calor como um agente de separação. A mistura rica nos componentes leves, de menor ponto de ebulição, é chamada de destilado ou produto de toco e é rica nos componentes mais pesados é chamada de resíduo ou produto de fundo. (BRASIL, Nilo ÍNDIO do, p.13) 2.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO A destilação está baseada nas diferenças de volatilidade dos componentes de uma mistura. Vaporizando-se parcialmente uma mistura líquida, esta passa a também apresentar uma fase gasosa que conterá os mesmo componentes da fase líquida inicial, porém em concentrações diferentes, já que os líquidos não se difundem com as mesma velocidades. Ocorre, então, um aumento das concentração do componente mais volátil na fase gasosa e um aumento da concentração do componente menos volátil na fase líquida. Dessa forma, esse é um processo de transferência de massa tanto da fase líquida para de vapor quanto da fase de vapor para a líquida, baseada nos princípios de equilíbrio de fase. Quando os líquidos de uma mistura têm volatilidade próximas, usa-se a destilação azeotrópica que consiste na adição de um outro componente relativamente volátil que irá concorrer para aumentar as volatilidades relativas dos líquidos dessa mistura. No caso de uma destilação extrativa, ocorre a adição de um componente relativamente não-volátil, porém com a mesma finalidade. 2.3 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A destilação tem grande diversidade de aplicações como ,por exemplo, na obtenção de oxigênio puro produzido através da destilação do ar previamente liquefeito, na dessalinização da água, na purificação de matérias-primas e , sobretudo na indústria do petróleo, tem elevada importância. O petróleo é uma mistura multicomponente que ao chegar à indústria precisa ser separada e purificada. Constituído por muitíssimos compostos orgânicos, e outros inorgânicos, essa separação em fases utiliza a destilação em larga escala. A maneira de separar o petróleo bruto varia de acordo com as suas propriedades e das características da refinaria. A separação inicial é feita através da destilação atmosférica, onde já se obtém a
  • 7. 10 separação de certos produtos. Estes podem ainda ser submetidos a uma destilação a vácuo, de modo a serem obtidas outras frações. 2.4 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS A destilação industrial é tipicamente realizada em grandes colunas cilíndricas verticais conhecidas "torres de destilação ou fracionamento" ou "colunas de destilação".As torres de destilação tem escoadouros de líquidos a intervalos na coluna, os quais permitem a retirada de diferentes frações ou produtos que possuem diferentes ponto de ebulição. O contato entre as fases ocorre em dispositivos de diversas espécies chamados pratos ou bandejas, que potencializam as trocas de massa. Para se aumentar a eficiência do processo, certas torres industriais usam o refluxo. O refluxo refere-se a porção do liquido condensado de uma torre de fracionamento que retorna para parte superior da torre, promovendo um resfriamento capaz de condensar o vapor que está subindo, desta forma aumentando a eficiência da torre de destilação.
  • 8. 11 3. ADSORÇÃO/DESORÇÃO 3.1. CONCEITO A adsorção é uma operação unitária de transferência de massa do tipo sólido -fluido na qual se explora a habilidade de certos sólidos em concentrar na sua superfície determinadas substâncias existentes em soluções líquidas ou gasosas, o que permite separá-las dos demais componentes dessas soluções. (GOMIDE, Reynaldo - p. 331) A adsorção destaca-se como uma das principais operações unitárias de transformação de massa, devido a sua grande eficácia. Operações de transformação de massa onde haja transformação de uma fase sólida são, certas vezes, denominadas de processos de sorção. Assim o processo reverso a adsorção é conhecido como desorção. A desorção ocorre comumente com a perda de adsorvente. Na maioria dos casos a volatização térmica é empregada. Assim, com baixas pressões e altas temperaturas, vapores podem ser recuperados com alto grau de pureza. 3.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO A adsorção é baseada na ocorrência de forças na superfície externa dos sólidos. No momento em que há o contato entre o fluido esses pontos ativados de volências parciais existentes no sólido, uma força de atração promove a concentração do fluido na superfície deste sólido. No caso de um gás, ocorre uma espécie de condensação na superfície do sólido e "se este for poroso o líquido penetrará também nos capilares e interstícios por um processo de difusão molecular ou de Knudsen, caso consiga molhar o sólido." (GOMIDE, Reynaldo p. 313). Assim, quanto maior for essa superfície externa por unidade de peso, mais favorável será a adsorção (os adsorvedores são geralmente sólidos com partículas porosas). A intensidade da força que liga o adsorvente e o adsorbato depende das naturezas do sólido e das moléculas adsorvidas, além de poder variar com fatores como temperatura e pressão, nos quais o sistema se encontra. Com base nesse critério a adsorção pode ser de dois tipos: adsorção física (de Van der Waals) ou adsorção ativada (quimisorção) A força que liga a superfície do sólido as moléculas do fluido é bastante intensa, apresentando características de uma reação química. Pode até chegar a ser irreversível. Devido ao alto valor da energia envolvida, o processo é lento a baixas temperaturas. Na quimisorção ocorre uma reação entre um átomo e uma molécula da fase gasosa, sendo bem possível que provoque o estiramento das moléculas sobre a superfície do adsorvente, provocando sua dissociação em átomos. Somente essa adsorção apresenta interesse na catálise heterogênea.
  • 9. 12 A grande facilidade com que o adsorbato vai ser retirado torna esse tipo de adsorção bastante interessante para a indústria no campo das operações unitárias. A interação entre adsorvente e as moléculas adsorvidas é fraca, sendo o processo facilmente desfeito mediante aquecimento ou aumento da pressão do sistema. As forças que atuam nessa situação são intermoleculares fracas. Em virtude da pequena quantidade de energia envolvida nesse processo, o equilíbrio do sistema é rapidamente atingidos por isso a adsorção física não é responsável pela aceleração de reações químicas catalizadas por sólidos. 3.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Na indústria química o tipo de adsorvedor mais utilizado é o leito fixo, no qual existe uma corrente de fluido atravessando continuamente um leito adsorvente poroso que está fixado em um local. Os de leito móvel oferecem a dificuldade de movimentação do sólido, o que pode ocasionar o desgaste ou a quebra do equipamento. Sendo assim, são utilizados apenas em alguns casos, como por exemplo na adsorção de vapores orgânicos pelo carvão, possibilitando a separação da fração mais leve do gás natural. O modelo de leite cilindro vertical é conveniente para reduzir a área de implantação. Também pode se utilizar a peneira molecular, que é constituída por adsorvedores sintéticos especiais. Sua aplicação permite a separação de misturas através da diferença de dimensões moleculares, da polaridade ou das saturação de ligações carbônicas. Na troca iônica, processo semelhante a uma adsorção, é usada uma resina sólida trocadora de íons que reage quimicamente com o soluto. Um tipo especial de adsorvente é o clastrato que retém moléculas de uma maneira particular. É importante salientar que cloratos, resinas trocadoras de íons e peneiras moleculares são mais caros quando comparados com os adsorvedores convencionais. Sendo assim, são utilizados quando a separação não pode se dar pelos meios convencionais. 3.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA As operações industriais nas quais a adsorção é a etapa principal são várias. No campo dos sistemas líquidos, é possível citar a PERCOLAÇÃO, “na qual o adsorvente granular é mantido fixo sob a forma de um leite poroso através do qual o líquido a tratar sobe e desce.” (GOMIDE, Reynaldo - p. 314). Exemplos desse tipo de operação são a eliminação do cheiro e cor de determinadas soluções, da água, dentre outras substâncias.
  • 10. 13 Há também a filtração de contato “que consiste em dispersar o adsorvente finalmente dividido no líquido a tratar, promovendo simultaneamente uma agitação intensa da suspensão, após o que o adsorvente é filtrado.” (GOMIDE, Reynaldo - p.314). Como exemplo dessa operação temos a clorificação de óleos lubrificantes utilizando argilas tratadas com ácidos e o branqueamento do açúcar com carvão de osso . No caso da adsorção com gases, são exemplos importantes a eliminação do cheiro do CO2 nos refrigerantes, o fracionamento de misturas de hidrocarbonetos leves, podendo-se obter a gasolina a partir do gás natural, o controle da poluição do ar atmosférico, a secagem do ar, dentre muitas aplicações. O fator mais relevante para um adsorvente ser economicamente viável é a área interfacial, que corresponde a área externa mais a área dos poros. Os mais importantes adsorventes industriais são:  Terra fuller – Branqueamento, clorificação e neutralização de óleos(minerais, animais e vegetais),  Graxos e gorduras.  Argila ativada – Branqueamento de produtos de petróleo.  Sílica-gel – Secagem e purificação de gases, funcionamento de misturas de hidrocarbonetos e também suporte de catalisadores.  Carvão de ossos – Refino do açúcar.  Alumínio e bauxita – Secagem de gases.
  • 11. 14 4. EXTRAÇÃO 4.1 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO 4.1.1 CONCEITO No processo de extração líquido-líquido, também chamada de extração por solvente, pode-se separar os componentes de uma mistura líquida através da adição de um solvente à mistura. Forma-se então um sistema com duas fases que, com o decorrer do tempo, atingirá um estado de equilíbrio através da transferência de massa de uma fase para outra. Neste processo o ideal é que o componente que se quer extrair seja solúvel no solvente, e os componentes não desejáveis sejam insolúveis neste solvente. Assim, à medida que o soluto vai se dissolvendo no solvente forma-se o extrato e os elementos da mistura inicial que são insolúveis formam o refinado. Na prática, todos os componentes são, possivelmente, solúveis num certo grau uns nos outros, e a separação só é viável quando as solubilidades são suficientemente diferentes. Em qualquer caso, o componente não extraído (inerte) deve ser suficientemente insolúvel para se formarem duas fases que possam ser extraídas. (FOUST, 1982, p.13) 4.1.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO O princípio que rege a extração por solvente é a miscibilidade entre os líquidos. Nesse processo deve haver a mistura de dois líquidos imiscíveis e posterior separação. O solvente utilizado deve, além de ser capaz de levar a formação de uma fase separada do refinado, ser facilmente separável do soluto. 4.1.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Como a diferença das fases não é muito grande, a gravidade não age de maneira satisfatória no processo de escoamento entre os líquidos. Sendo assim, as colunas de bandejas perfuradas, com vertedores descendentes, são bastante utilizadas na extração líquido-líquido. Os misturadores mecânicos são empregados para dispersar de maneira mais completa as fases, o que nas bandejas perfuradas não ocorre.
  • 12. 15 4.1.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA Utiliza-se a extração por solvente para retirar componentes indesejáveis dos óleos lubrificantes e de outras frações do petróleo cru, na produção de ácido fosfórico concentrado, para separar o nióbio do tântalo, entra outras aplicações. 4.2 EXTRAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO 4.2.1 CONCEITO Na extração sólido-líquido, também chamada de lixiviação ou lavagem, os elementos de um sólido são extraídos pela adição de um solvente conveniente. Para que essa extração seja mais satisfatória o sólido deve estar bastante triturado, assim o solvente terá um maior contato com seus constituintes. Normalmente o componente que se deseja extrair é solúvel no líquido e o restante da fase sólida é insolúvel. Obtêm-se, dessa maneira, o extrato que deverá sofrer um outro processo de separação para a retirada do soluto. Para que a separação se conclua outras operações podem ser realizadas, como a filtração, a decantação etc. Figura 4.1 Colunas com bandejas perfuradas Fonte: FOUST, 1982, p. 21
  • 13. 16 4.2.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO O princípio pelo qual se baseia o método da extração sólido-líquido é a solubilidade do soluto no solvente. 4.2.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Nos processos de separação de um líquido com um sólido encontra-se dificuldade no transporte do sólido num sistema multiestágio. Um dos equipamentos empregados na extração sólido-líquido é o extrator com cestos transportadores, esquematizado na figura a seguir. 4.2.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A extração sólido-liquido é aplicada na indústria de óleo de soja, sendo o hexano o solvente utilizado. Aplica-se também esse processo nas indústrias de café solúvel; na recuperação de urânio de minérios de baixo teor, com uso de soluções de ácido sulfúrico ou de carbonato de sódio. Figura 4.2: Extrator com cestos transportadores Fonte: FOUST, 1982, p. 22
  • 14. 17 5. FILTRAÇÃO 5.1 CONCEITO Método de separação entre sólidos em suspensão e um fluido (tanto um líquido quanto um gás) que consiste na retenção deste sólido numa superfície específica para cada classe de filtrado. O acúmulo deste sólido retido geralmente forma uma camada (ou torta), que com o uso do filtro vai ficando mais espesso, ou eles ficam presos dentro dos poros ou do corpo do meio filttrante. A filtração pode ser utilizada com o objetivo de secagem de sólidos ou de clarificação de líquido. Na primeira situação, o sólido é o produto principal, portanto a torta é a parte que interessa após a filtração. Já na clarificação de líquidos tanto o filtrado quanto ambas as partes podem ser aproveitadas. 5.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO A força motriz do processo é o surgimento de uma pressão diferencial entre a polpa (produto que sofrerá a filtração) e o elemento filtrante. O filtrado é induzido a escoar através da membrana pela carga hidrostática (gravidade), pela pressão superior à atmosférica aplicada a montante da membrana, pela pressão subatmosférica aplicada a jusante, ou pela força centrífuga através da membrana. (PERRY, 1997, p.19-53) Os processos de filtração são classificados em a partir da maneira escolhida para estabelecer essa diferença de pressão entre as partes, que pode ser através da própria gravidade ou pode ser induzida por forças externas, o que pode acontecer por meio de forças centrífugas, pressão positiva sobre a polpa ou a filtração a vácuo. O princípio básico da filtração é baseado na aplicação de uma pressão diferencial entre uma suspensão ou polpa a ser filtrada e uma superfície de um elemento filtrante. A pressão diferencial pode ser obtida por meio de: vácuo, pressão positiva sobre a polpa e gravidade. 5.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Elemento filtrante é o componente do filtro que retém as partículas sólidas através da formação da torta ou entre seus poros. O meio filtrante mais adequado depende da natureza do fluido a ser filtrado, do grau de purificação que se pretende obter e da relação custo benefício, que inclui tanto a escolha do material mais durável para aquele fluido quanto o custo de parar o processo para realizar a limpeza dos filtros. O meio filtrante pode ser areia, grades metálicas, nylon, porcelana, telas, feltro, tecidos, cartuchos fibrosos, matérias porosos etc.
  • 15. 18 Alguns filtros possuem um dispositivo que permite a limpeza sem sair do serviço, através da injeção de um fluido pressurizado, que desagrega os sólidos retidos no elemento filtrante e os retira, viabilizando a continuidade do processo. 5.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A filtração é uma operação unitária muito empregada em diferentes tipos de indústrias com destaque para as indústrias de alimentos e bebidas a exemplo da produção de suco de frutas, vinho, cerveja, óleos vegetais, leite e derivados, entre outros produtos. Normalmente, nestes casos, o líquido é a fração que mais interessa após a filtração e o sólido ou é aproveitado para fins menos lucrativos ou descartados. Porém é interessante citar o que acontece na indústria de refino de açúcar, onde cada parte é aproveitada, até mesmo para gerar energia para a própria indústria. Na produção de cerveja, depois da maceração do malte, o mosto resultante é separado através de filtros. Ele é utilizado para separar a levedura e partículas de proteína em suspensão da cerveja, para deixá-la mais clara. Em fábricas de refrigerantes, a separação do xarope de suas impurezas também é feita a partir da filtração. E na produção de suco de frutas o bagaço é separado da polpa. A filtração é muito utilizada pra segregar a água de componentes desnecessários para determinado fim. Exemplos disso são o tratamento da água para caldeiras, a dessalinização da água do mar e o próprio tratamento da água realizado em empresas como a EMBASA, que retém flocos não removidos pelo processo de separação anterior. Em muitos outros processos também são utilizados a filtração, como no tratamento (purificação) da salmoura para queijos, na indústria automobilística (setor de pintura) e na petroquímica e química.
  • 16. 19 6. CENTRIFUGAÇÃO 6.1 CONCEITO A centrifugação é um processo de separação entre líquidos ou entre sólidos e líquidos. Ela é realizada a partir de um motor que provoca o movimento rotacional que vai separar os componentes da mistura em virtude da diferença de densidades entre eles. “As centrífugas [...] são dispositivos que utilizam o campo centrífugo, em lugar do campo gravitacional, para provocar a separação dos componentes de um sistema líquido-sólido ou líquido-líquido.” (FOUST, 1983, p.548). Há outros meios de separar líquidos e sólidos, como a filtração e a decantação. Porém é importante destacar que a centrifugação pode ser um método utilizado para acelerar estes dois processos — já que a aceleração no interior de centrífugas industriais é muito maior do que a aceleração gravitacional — além de melhorar os seus resultados. Por isso é preciso ter em vista qual dessas operações unitárias é mais adequada para uma determinada mistura e qual delas iria trazer uma melhor relação custo-benefício. Existem diversos tipos de centrífugas, cada qual com suas especificidades relacionadas com o tipo de mistura:  De discos — a pilha de discos aumenta a área efetiva de sedimentação ou clarificação e tem a capacidade de separar três materiais;  Tubular;  Decantadora — Utilizado para separar efluentes, pequenos cristais ou finos etc;  Pusher — opera em grande faixa de concentrações e é normalmente utilizada para separar grandes cristais;  De tambor — utilizada apenas na clarificação de líquidos;  De bolsa invertida — o pano filtrante retém os sólidos e depois é virado do avesso para retirá-los;  De cesta filtrante de cesta horizontal com raspador para descarga (peeler) — permite tanto a filtração como a decantação;  De cesta vertical — volume relativamente pequeno de material processado;  Vibratória — os sólidos são retidos por uma peneira e transportados por vibração axial maior que a velocidade rotacional da centrífuga.
  • 17. 20 6.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO A força centrífuga advinda da rotação do eixo faz com que a parte mais densa adquira a tendência de ir para as extremidades. Isso acontece graças a natureza da força centrífuga que tem módulo igual a da força centrípeta, o que nos permite utilizar a mesma fórmula para calculá-la: Fc = mrω2 Esta fórmula evidencia que quanto maior a massa da substância, maior a força centrífuga aplicada a ela, ou seja, a parte mais pesada será “empurrada” mais fortemente do que a parte leve, separando-as (figura 6.1) A partir da análise da equação podemos concluir também que quanto maior o raio (distância radial ao eixo de rotação) e a velocidade angular da centrífuga melhor seu desempenho. Porém é importante salientar que os cálculos Figura 6.1: Centrífuga de disco utilizados no dimensionamento e no desempenho da centrífuga envolvem muitos outros fatores e que nem sempre o mais eficiente é o mais apropriado. O modo como ocorre a aplicação da força centrífuga no equipamento é explicado a seguir: Os separadores centrífugos fazem uso do princípio bem conhecido, de estar sujeito a uma força, qualquer objeto que gira em torno de um ponto central, a uma distância radial constante. O objeto muda constantemente de direção e está assim acelerado, mesmo que a sua velocidade escalar seja constante. Esta aceleração centrípeta é produzida pela força centrípeta que age na direção radial no sentido centro de rotação. Se o objeto é um recipiente cilíndrico, seu conteúdo exerce sobre ele uma força igual e oposta ─ a força centrífuga ─ dirigida para as paredes do recipiente. (PERRY, 1997, p19-82) 6.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Uma centrífuga é composta pelas seguintes partes:  Rotor ou cesta ─ onde a mistura a ser separada se localiza e sofre a ação da força centrífuga. O líquido é descarregado na parte superior;  Eixo motor ─ está ligado ao motor através de correias, por isso ele é a parte que gira a cesta;  Mancais ─ suporte de apoio de eixos e rolamentos; Fonte: UFRNet
  • 18. 21  Selos ─ exercem pressão evitando que vapores escapem para a atmosfera;  Motor ─ que é geralmente elétrico ou uma turbina que promove a rotação do eixo;  Carcaça ─ separa os produtos de maiores densidade dos de menores densidades, já anteriormente segregados. 6.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A centrifugação é aplicada em vários tipos de indústria. Um bom exemplo é a indústria de produção de álcool. Lá, a centrifugação é aplicada no mosto (melaço com água adicionada) para separar a levedura da parte líquida. No processo da produção de açúcar em uma indústria de refino, podemos destacar a o uso de uma centrífuga. Ela atua na separação dos cristais de açúcar contidos xarope (suco concentrado, obtido após um processo de evaporação, que contém principalmente água e açúcar). Na primeira centrifugação obtém-se o açúcar branco, conhecido também por açúcar de primeiro produto, com cerca de 1 % de umidade. O xarope resultante é submetido à centrífuga novamente, obtendo-se açúcar amarelo ou açúcar de segundo produto, que é refundido e misturado com o suco concentrado. Este dá origem ao açúcar de terceiro produto, ou melaço, através de uma última centrifugação. Existe um tipo de centrífuga especial chamada de ultracentrífuga. Ela tem uma velocidade de rotação muito alta em relação as outras e faz em média 60.000 rpm a 1.300km/h. Elas são utilizadas para separar materiais cuja diferença de densidade é muito baixa, como moléculas. São muito encontradas em indústrias que separam isótopos de urânio, para que a concentração destes isótopos aumente e viabilizando a geração de energia elétrica numa de uma usina nuclear. Ainda existem muitas outras aplicações industriais das centrífugas, tais como nas indústrias de fabricação de sucos, o ajuste do teor de gordura do leite, na clarificação do leite, na indústria automobilística, na produção de chá, café solúvel e de bebidas como cerveja, vinho e espumante.
  • 19. 22 7. DECANTAÇÃO 7.1 CONCEITO A decantação é um processo usado para separar misturas heterogêneas. Geralmente deseja-se separar partículas, que podem ser sólidas ou gotas de líquidas, de um fluído, que pode ser um líquido ou um gás. A decantação de uma mistura de sólido e líquido é também chamada de sedimentação. 7.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO A decantação é um processo que ocorre devido à diferença de densidade entre o fluído e as partículas. A força gravitacional atua de modo que a fase mais densa fique abaixo da fase menos densa. A viscosidade do fluído, o diâmetro e a forma das partículas são fatores que alteram a velocidade de sedimentação das partículas. 7.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS As operações de sedimentação podem ser realizadas em equipamentos chamados de tanques de decantação ou decantadores. Esses decantadores são chamados de espessadores, quando o produto desejado é a lama decantada, e de clarificadores, quando a operação visa à obtenção do líquido límpido. O processo de sedimentação pode ser feito de maneira descontínua ou contínua. Os decantadores descontínuos são tanques cilíndricos com solução em repouso por certo tempo. Já os decantadores contínuos são tanques rasos de grande diâmetro, em que grades atuam na remoção da lama. Os decantadores contínuos mais comuns são os de rastelo, helicoidal, ciclone e hidroseparadores.
  • 20. 23 Figura 7.1 :Decantador contínuo Fonte: FOUST, 1982, p.556 7.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA As aplicações incluem processos em que a solução é o componente de valor (como na extração da alumina), ou em que os sólidos purificados são procurados (hidróxido de magnésio da água do mar, por exemplo), ou ambos (como se dá frequentemente na indústria de processamento químico e em hidrometalurgia). (PERRY, ANO, p.19-52) A decantação também é um processo bastante utilizado no tratamento da água.
  • 21. 24 8. EVAPORAÇÃO 8.1 CONCEITOS A evaporação é uma operação em que se concentra uma solução pela ebulição do solvente. Ela é usada para a remoção de um solvente de uma solução líquida, através do aquecimento da solução e/ou redução da pressão da operação, ou seja, se utiliza este processo para a separação, por ebulição de uma parte do líquido contido em uma dissolução ou suspensão. Envolve a transferência de calor e de massa simultaneamente. 8.2 LEIS QUE REGEM A OPERAÇÃO As exigências térmicas são grandes em virtude de o calor latente de vaporização do solvente ter que ser fornecido ao sistema e já que o solvente está em ebulição, deve estar em contato com o vapor do solvente de puro e assim não há resistência à transmissão de vapor pela interface. Um processo de evaporação é portanto inteiramente controlado pelas taxas de transmissão de calor. “O meio aquecedor ,normalmente vapor, entra na caixa de distribuição onde condensa completamente, liberando seu calor para a solução em ebulição.” (BLACKADDER, 1982, p. 232) Normalmente, suspende-se o processo concentrante antes de o soluto principiar a precipitar-se da solução. Quando o meio de calefação é o vapor de água condensante, o aparelho se chama evaporador e a evaporação se estuda separadamente como operação unitária, contudo por qualquer outro procedimento pode-se estudar a evaporação dentro da transmissão de calor. 8.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS A evaporação é normalmente efetuada no que é essencialmente um trocador de calor modificado. Há uma superfície de transmissão de calor separando o meio aquecedor, geralmente vapor condensado, e a solução em ebulição. Ou seja, um evaporador é basicamente constituído por um trocador de calor, que leve a solução à fervura, e de um dispositivo para separar o vapor do líquido. As partes essenciais de um evaporador são a câmara de evaporação, separadas por uma superfície de calefação*. A forma e a disposição destas câmaras é projetada para proporcionar um funcionamento eficaz e um valor máximo do coeficiente de transmissão de calor e são variáveis em função do tipo de evaporador. (GUITIÉRREZ, 1969, p. 258) *A Calefação é a vaporização que ocorre quando um líquido entra em contato com uma superfície que se encontra a uma temperatura muito maior que a temperatura de ebulição do líquido.
  • 22. 25 Na Figura 8.1 está esquematizado um dos tipos mais comuns de evaporadores. 8.4 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A evaporação é usada em larga escala na indústria sempre que se deseja concentrar qualquer tipo de solução. Por exemplo, o que se chama usualmente de destilação da água do mar é, na verdade um processo evaporativo para se recuperar a água potável. Neste processo (...) a água do mar é usada como carga em um evaporador de três estágios (evaporador de triplo efeito), onde por aquecimento com vapor d’água no primeiro estágio e redução da pressão nos estágios seguintes se consegue produzir água potável e uma salmoura concentrada em sais(...) (BRASIL, 2004, p. 13) O esquema deste processo está representado na Figura 8.2 Figura 8.1: Evaporador de tubos horizontais Fonte: GUITIÉRREZ, 1969, p. 258 Figura 8.2: Representação da destilação da água do mar Fonte: BRASIL, 2004, p. 13
  • 23. 26 EQUIPAMENTOS BÁSICOS 9. BOMBAS Bombas são equipamentos mecânicos que fornecem energia ao líquido com o objetivo de transferi-lo de um ponto a outro. Essa energia é fornecida através da pressão e da velocidade, sendo que nunca a energia é totalmente transferida, ou seja, há sempre perdas de energia no processo. A energia fornecida pode ser utilizada tanto para elevar o líquido para um nível superior quanto para fazê-lo circular em tubulações. Por causa da grande importância de suas funções, a bomba é um aparelho de suma importância na indústria e, por isso, o estudo para melhorar o seu rendimento energético e ampliar as suas aplicações industriais é largamente utilizado. As bombas podem ser classificadas em três grupos* que se diferem pelo seu modo de funcionamento e utilidade na indústria. São eles: as bombas cinéticas, que por sua vez se dividem em centrífugas e regenerativas; as bombas volumétricas, que incluem as bombas alternativas e rotativas; bombas especiais, que abrange o grupo do carneiro hidráulico, da bomba hidropneumática e as bombas eletromagnéticas. Falaremos um pouco sobre estes tipos de bombas. 9.1 BOMBAS CINÉTICAS 9.1.1 BOMBAS CENTRÍFUGAS É o tipo de bomba mais utilizado em processos químicos e petroquímicos. Elas bombeiam o líquido a partir do movimento rotacional do rotor que, através da força centrífuga transfere energia ao fluido. Sua ampla utilização nos processos industriais está relacionada ao pequeno custo de manutenção, sua crescente evolução e a sua alta flexibilidade operacional. Este tipo de bomba é chamado também de bomba cinética ou rotodinâmicas, pois a energia cedida ao líquido advém, a maior parte, velocidade fornecida do que da pressão. O rotor é a parte mais importante das bombas centrífugas, que podem um ou mais rotores. Ele é o componente mecânico básico que, efetivamente, faz a transferência de energia
  • 24. 27 *Dependendo do autor esta classificação pode variar para a massa líquida. O rotor possui acessórios como o indutor, o eixo, os anéis de desgaste, o acoplamento e o sistema de vedação, que aumentam a sua eficiência. 9.1.2 BOMBAS REGENERATIVAS O próprio líquido gira as palhetas deste tipo de bomba e essa energia é utilizada para impulsionar o líquido. 9.2 BOMBAS VOLUMÉTRICAS 9.2.1 BOMBAS ALTERNATIVAS São também chamadas de bombas recíprocas. Elas funcionam deslocando um volume fixo de líquido a cada ciclo. A energia cedida ao líquido por essas bombas é predominantemente de pressão, ao contrário do que acontece com as bombas centrífugas. As bombas alternativas funcionam através de duas operações básicas: uma de aspiração e outra de descarga. Na de aspiração um pistão é movido com o objetivo de esvaziar o cilindro, reduzindo a pressão em seu interior. Por causa dessa diferença de pressão, o líquido entra no cilindro. Quando este é preenchido pelo fluido, o pistão empurra o líquido para fora do cilindro, caracterizando a fase de descarga. Assim q o cilindro volta a ficar vazio, o pistão recua novamente tendendo a produzir o vácuo no interior do cilindro, reiniciando o ciclo. 9.2.2 BOMBAS ROTATIVAS É um tipo de bomba volumétrica ou de deslocamento positivo, pois desloca sempre o mesmo volume de líquido a cada rotação. Segundo Foust “A vazão do líquido, numa bomba rotatória, é função do seu tamanho e da velocidade de rotação, mas é apenas ligeiramente dependente da pressão de descarga, dentro dos limites do modelo da bomba.” (FOUST, 1982, p.513 e p.514) O líquido é impulsionado pela ação de órgãos girantes (engrenagens, palhetas, parafusos etc) que provocam a formação de um vácuo parcial na fase da sucção, fazendo com que o líquido vá para os espaços vazios e depois para fora da bomba.
  • 25. 28 9.3 BOMBAS ESPECIAIS 9.3.1 CARNEIRO HIDRÀULICO Faz com que o líquido se choque contra um obstáculo, ocasionando o chamado “Golpe de Ariete”, o qual utiliza o princípio da sobrepressão. Um fluxo de água passa pela bomba e quando a velocidade desse fluxo atinge um valor adequado uma válvula o interrompe abruptamente (já que a válvula é convenientemente Figura 9.1: Carneiro Hidráulico Fonte: Site da UFCG equilibrada por pesos, compondo o chamado castelo). O impacto transforma a energia cinética do fluido em energia potencial, permitido a elevação do nível deste fluido. 9.3.2 BOMBAS HIDROPNEUMÁTICAS Funcionam através da injeção de um gás comprimido (geralmente o próprio ar), que age como uma força propulsora para o líquido em questão. 9.3.3 BOMBAS ELETROMAGNÉTICAS Impulsiona um líquido a partir de uma corrente alternada que movimenta as bobinas. Portanto elas funcionam a partir da lei de Faraday, na qual a força eletromotriz gera o bombeamento do fluido. São muito encontradas em usinas nucleares. Só é utilizável com líquidos de elevada condutividade elétrica, como os metais líquidos. Não tem partes mecânicas móveis, e por isso não usa selos. [...] O líquido condutor carreia a corrente que circula em ângulo reto com o campo magnético impresso ao sistema. Com isto, provoca-se uma força que causa o escoamento do líquido. (FOUST, 1982, p.522 e p.523).
  • 26. 29 10. CALDEIRAS A caldeira é um equipamento que tem como finalidade primordial a produção de vapor, mediante o aquecimento da água. É um recipiente constituído de material metálico, podendo ser usado no cozimento de alimentos através do vapor, para alimentar máquinas térmicas, autoclaves para esterilização de materiais diversos, entre outras aplicações. Dentre os principais tipos de caldeiras, podemos citar:  Caldeiras a tubo de água: os produtos de combustão envolvem os tubos que contém água a ser vaporizada. São utilizadas para a queima de óleo ou gás. Geralmente são construídas fora das fábricas ou no local onde serão utilizadas. Podem produzir vapor superaquecido com a adaptação de superaquecedores.  Caldeiras de tubo de fogo: também conhecidas como geradores de vapor, caracterizam-se pelo fato de que o produto de combustão está dentro dos tubos da caldeira. É constituído por um vaso maior (chamado casca) que é cercado de espelhos frontais e traseiros e que ontem a água que será vaporizada. Geralmente são montadas dentro da própria fábrica, sendo usadas para queimar óleo ou gás. Limitam-se a produção de vapor saturado.  Caldeiras horizontais: nos principais modelos, apresentam tubulações internas por onde passam os gases quentes. Normalmente têm de 1 a 4 tubos de fornalha.  Caldeiras verticais: seus tubos estão posicionados verticalmente em um corpo cilíndrico, fechados nas extremidades por espelho (placas). Podem ser de fornalha interna ou externa (mais utilizadas para combustíveis de baixo teor calorífero).  Caldeiras multitubulares de fornalha interna: apresentam vários tubos de fumaça, podendo ser de três tipos: a) Tubos de fogo diretos-o corpo de caldeira é percorrido pelos gases uma única vez. b) Tubos de fogo de retorno- a circulação dos gases proveniente da combustão é feita em tubos de retorno. c) Tubos de fogo diretos e de retorno- os gases quentes circulam na ida pelos tubos diretos e na volta pelos tubos de retorno.  Caldeiras multitubulares de fornalha externa: em alguns modelos, inicialmente ocorre o contato da base inferior do cilindro com os gases provenientes da combustão, que retornam pelos tubos de fogo.
  • 27. 30 11. COMPRESSORES 11.1 CONCEITO A compressão de gases é um processo bastante utilizado nas indústrias químicas. A elevação da pressão de um sistema gasoso em muitos casos se faz necessária para que o rendimento de um processo seja satisfatório. Os compressores também são usados para proporcionar o deslocamento dos gases. Um outro tipo de aparelho usado para promover o deslocamento dos gases são os ventiladores. Os compressores podem ser classificados de duas formas:  Compressores de deslocamento positivos, que se dividem em alternativos e rotatórios;  Compressores centrífugos, que abrange os de fluxo radial e os de fluxo axial. 11.2 COMPRESSORES ALTERNATIVOS “Os compressores alternativos podem fornecer gás com pressão de algumas frações de atmosfera até gás com pressões elevadas, da ordem de 2400atm manométricas.” (FOUST, 1982, p.527). Esses compressores são compostos por um pistão, um cilindro com válvulas adequadas para admissão e exaustão e eixo de manivela acoplado ao motor, como pode ser visualizado na figura abaixo. Figura 11.1: Compressor Alternativo (Fonte: FOUST, 1982, p. 527)
  • 28. 31 Nas condições ideais, a ação do compressor é um processo reversível e adiabático, isto serve de referência para o cálculo de suas eficiências. 11.3 COMPRESSORES ROTATÓRIOS Nestes tipos de compressores os gases são comprimidos por peças giratórias. Os compressores rotativos apresentam alguns aspectos peculiares, como menores perdas mecânicas por atrito, devido a uma menor utilização de peças móveis; a compressão é feita de maneira contínua, ao contrário dos compressores alternativos; e ausência de válvulas de admissão e descarga. Os compressores rotatórios possuem vantagens econômicas com energia, com rendimentos volumétricos e mecânicos e com a manutenção das peças que constituem a máquina. 11.4 COMPRESSORES CENTRÍFUGOS Os compressores de fluxo axial são aqueles onde o escoamento se dá na direção do eixo do rotor. Nos compressores centrífugos de fluxo radial, o escoamento entra no rotor paralelo ao eixo e sai dele perpendicular ao mesmo. Este tipo de compressor é mais adequado para baixas pressões. Para se obter compressores adequados para altas pressões pode-se fazer uma combinação com um tipo de compressor de fluxo axial, ou usar o compressor de fluxo axial diretamente. 11.5 APLICAÇÕES Os gases comprimidos podem ser empregados em ferramentas pneumáticas, como veículo de transporte de partículas sólidas, para controle pneumático de máquinas ou processos, como propelente para tintas e vernizes, para limpeza industrial (puro ou em emulsão com água e detergentes), etc.
  • 29. 32 Figura 12.1: Forno vertical de cal Fonte: SHREVE, R. Norris, p.137 12. FORNOS Um dos equipamentos comumente utilizados nas indústrias são os fornos, os quais são aparelhos em que se pode fechar e conservar calor em altas temperaturas. Eles podem ter formatos diversos e exercer funções diferentes, dependendo do tipo da indústria em que o forno será utilizado. O material tratado pode estar em contato direto com o combustível ou este contato pode se dar de forma indireta, geralmente através de serpentinas. Alguns exemplos de indústrias que utilizam fornos estão listados abaixo, juntamente com o tipo de forno utilizado:  Indústria cerâmica – Fornos contínuos de chama direta, onde os gases de combustão queimam diretamente entre as peças; e de chama indireta, onde os produtos da combustão não entram em contato com as peças;  Indústria cimenteira – Fornos verticais, há vários tipos, mas o mais utilizado é o qual a combustão do gás é feita em queimadores especiais, com várias bocas e resfriados a água. (Figura 12.1)  Indústria vidreira – Fornos de cadinho, são adotados na pequena produção de vidros especiais; e tanque, onde os materiais de partida são introduzidos por uma extremidade de um grande tanque;  Indústria eletrotérmica – Fornos elétricos, permitem um controle mais exato e uma maior concentração de calor em relação aos outros tipos de fornos; a arco, em que se aproveita o calor produzido pela passagem de uma corrente elétrica entre dois eletrodos, e de indução, em que se induzem fortes campos eletromagnéticos.
  • 30. 33 CONCLUSÃO As operações unitárias englobam procedimentos de importância vital para a indústria de processamento químico. Elas estão presentes em praticamente todo o transcorrer de um processo, sendo indispensável ao engenheiro químico conhece-las, de modo a aplicar a operação mais conveniente tanto em termos práticos quanto em termos econômicos. A partir desse trabalho, adquirimos uma visão mais ampla a cerca do funcionamento de uma indústria química, através do estudo dos mecanismos intrínsecos às operações unitárias.
  • 31. 34 REFERÊNCIAS Abastecimento de Água - Carneiro Hidráulico (UFCG) <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Carneiro.html> Acessado em 26 de março de 2009 BLACKADDER, D. A. NEDDERMAN, R. M. Manual de Operações Unitárias. Londres, 1982. Ed. Hemus. 1ª ed. BRASIL, Nilo Índio. Introdução à Engenharia Química. Rio de Janeiro, 2004. Editora Interciência. 2ª ed. FOUST, Alan S.; WENZEL, Leonard A.; CLUMP, Curtis W.; MAUS, Louis; ANDERSEN, L. Bryce. Princípios das Operações Unitárias. Rio de Janeiro, 1983, Guanabara Dois. 2ª ed. GUTIÉRREZ Jodra, Luis; MARTÍNEZ Moreno, Juan M.; MEDINA Catellanos, Santiago; MORENO Segura, Pedro; OCÓN García, Joaquim; VIAN Ortuño, Ângelo. Elementos de Ingeniería Química. Madrid, 1969, Aguilar. 5ª ed. OPERAÇÕES UNITÁRIAS Engenharia Química - UFRN <http://www.ufrnet.ufrn.br/~lair/Pagina-OPUNIT/equipamento.htm> Acessado em 29 de março de 2009 PERRY, R. H.; GREEN, D.W. Manual do Engenheiro Químico, 1997, McGraw-Hill SHREVE, R. Norris; BRINK Jr., Joseph A. Indústrias de Processos Químicos. Rio de Janeiro, 1977. Editora Guanabara. 4ªed.