SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
Baixar para ler offline
Transferência de Calor
Aplicada
UNIZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Curso Engenharia Mecatrônica
Docente: Mestre Eng.ª Beatriz Reyes Collado
e-mail: beatriz50.c@uzambeze.ac.mz cell: 847300421
Introdução à disciplina.
TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de
calor por condução.
2
Objectivos gerais da disciplina:
No fim da disciplina os estudantes devem ser capazes de:
• Conhecer os mecanismos e as leis básicas de transferência de calor;
• Interpretar e aplicar a equação diferencial de transferência de calor para
diferentes configurações simples (parede plana, cilíndrica e esférica);
• Avaliar os coeficientes de transferência de calor por convecção para
várias situações reais;
• Conhecer a essência da radiação e a sua aplicação;
• Idealizar e calcular permutadores de calor.
3
Plano temático da disciplina.
TEMAS HC HEI Total
T P
1 Conceitos básicos.
Transferência de calor por condução.
16 15 - 31
2 Transferência de calor por convecção. 7 8 13 28
3 Transferência de calor por radiação. 8 12 25 45
4 Trocadores de calor. Isolamento térmico. 4 11 31 46
TOTAL 35 46 69 150
4
CONTEÚDOS POR TEMAS
TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de calor por condução.
Introdução.
Mecanismos de transferência de calor.
Leis básicas da transferência de calor.
O Balanço de energia.
Sistemas de unidades.
Método de resolução de problemas técnicos.
ransferência de calor por condução.
Condução em regime permanente numa parede plana.
Superfícies Estendidas.
5
TEMA 2. Transferência de calor por convecção.
Introdução à Convecção
Tipos de escoamentos
Camada limite fluido dinâmica
Camada limite térmica
Escoamentos laminares e turbulentos
Escoamento Externo.
Escoamentos internos
CONTEÚDOS POR TEMAS
6
CONTEÚDOS POR TEMAS
Tema 3. Trocadores de calor. Isolamento térmico.
Trocadores de calor.
Isolamento térmico.
7
CRITERIO DE AVALIAÇÃO
Tipo de
avaliação
Peso da
avaliação
Número de
avaliações
Teste 60% 1
Trabalho
Practico
40% 1
Cálculo da Média de Frequência Mf = 60% T +40% TP
Cálculo da Nota Final Nf = 60% Mf +40% Ef
Exame Final Escrito
8
Bibliografia Básica
 Incropera, F. & DeWitt, David. “Fundamentals of Heat and Mass Transfer.
Editora John Wiley & Sons ISBN 0-471-38650-2
 Cengel, Y; Ghajar, A. “Transferência de Calor e Massa. Uma abordagem
Práctica”. 4ta ed. AMGH Editora LTDA. 2012.
 HOLMAN, J.P. “Transferencia de Calor”. 8. ed Madrid, Editorial
McGRAWHILL. 1998.
 ISACHENKO, V. “Transferencia de Calor” Tomo I y II. Moscú. Edit MIR, 1987.
9
TEMA 1. Conceitos básicos.
Transferência de calor por condução.
1.1. Introdução.
1.Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica.
2.Relevância da transferência de calor.
1.2. Mecanismos de transferência de calor.
1.Condução.
2.Convecção.
3.Radiação.
4.Mecanismos combinados.
5.Regimes de transferência de calor.
10
Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica
Transmissão de Calor é o processo pelo qual a energia é transportada, sempre
que existir um gradiente de temperatura no interior de um sistema ou,
quando dois sistemas com diferentes temperaturas são colocados em
contacto.
1ª Lei da Termodinâmica
A primeira lei da Termodinâmica preconiza que a energia não pode ser criada
ou destruída, mas sim transformada de uma forma para outra. Esta lei governa
quantitativamente todas as transformações de energia, mas não faz restrições
quanto à direcção das referidas transformações.
Introdução.
11
A primeira Lei pode ser enunciada:
“A variação total da quantidade de energia (aumento ou redução) de
um sistema, durante um processo, é igual a diferença entre a energia
total que entra e a que sai do sistema durante o processo.”
Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica
Introdução.
12
2ª Lei da Termodinâmica aponta a direção destas interações
A 2ª Lei da Termodinâmica pode ser enunciada assim:
"É impossível o processo cujo único resultado seja a transferência líquida de
calor de uma região fria para uma região quente".
Consequência das duas leis
A termodinâmica clássica está limitada principalmente ao estudo dos estados
de equilíbrio (mecânico, químico e térmico) e sendo assim ela é de pouca ajuda
na determinação quantitativa das transformações que ocorrem devido à
deficiência ou falta de equilíbrio dos processos de engenharia.
Sendo o fluxo de calor resultado de falta de equilíbrio de temperatura, e seu
tratamento quantitativo deve ser baseado em outros ramos da ciência.
Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica
Introdução.
13
Calor e outras formas de energia
Na análise de sistemas que envolvem fluxos de fluidos, frequentemente
encontra-se a combinação das propriedades u, P e v.
Por conveniência esta combinação é definida como entalpia, h
h = u + Pv (1.1)
Onde:
h – entalpia e representa a energia do fluxo do fluído.
Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica
Introdução.
14
 O calor específico é a energia requerida para elevar em um grau a
temperatura de uma unidade de massa de determinada substância de
um modo especifico.
 O calor específico das substâncias varia com a temperatura.
 O calor específico à pressão constante Cp e à volume constante Cv de
uma substância incompressível, são idênticos e designam-se por C.
Calor Específico
Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica
Introdução.
15
Relevância da transferência de calor.
A transferência de calor é fundamental para todos os ramos da engenharia.
Assim como o engenheiro mecânico enfrenta problemas de refrigeração de motores,
de ventilação, ar condicionado, etc., o engenheiro mecatrónico não pode dispensar a
transferência de calor nos problemas relacionados ao controlo de processos
automação, ou no projeto de robô em fornos, generadores, conversores, etc.
Também o engenheiro químico ou nuclear necessita da mesma ciência em estudos
sobre evaporação, condensação ou em trabalhos em refinarias e reatores, enquanto
o eletricista e o eletrônico a utiliza no cálculo de transformadores e geradores e
dissipadores de calor em microeletrônica.
Até mesmo o engenheiro civil e o arquiteto sentem a importância dela, em seus
projetos, preverem o isolamento térmico adequado que garanta o conforto dos
ambientes.
Introdução.
16
Como visto, a transferência de calor é importante para a maioria de
problemas industriais e ambientais. Como exemplo de aplicação,
consideremos a vital área de produção e conversão de energia:
 Na geração de eletricidade (hidráulica, fusão nuclear, fóssil,
geotérmica, etc) existem numerosos problemas que envolvem
condução, convecção e radiação e estão relacionados com o projeto
de caldeiras, condensadores e turbinas.
 Existe também a necessidade de maximizar a transferência de calor
e manter a integridade dos materiais em altas temperaturas
 É necessário minimizar a descarga de calor no meio ambiente,
evitando a poluição térmica através de torres de refrigeração e
recirculação.
Relevância da transferência de calor.
Introdução.
17
Existem três modos básicos de transferência de calor que são:
 Condução;
 Convecção; e
 Radiação.
Todos os modos de transferência de calor requerem que haja gradiente de
temperatura, e em todos eles a transferência de calor se faz da
temperatura mais alta para a mais baixa.
Mecanismos de transferência de calor.
18
É um processo pelo qual o calor flui duma região de alta temperatura para
outra de baixa temperatura dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso)
ou entre meios diferentes em contacto físico directo.
Na condução a energia é transmitida por meio de comunicação molecular
directa, sem apreciáveis deslocamentos das moléculas.
A figura mostra um gás entre duas placas a diferentes temperaturas:
Condução:
Mecanismos de transferência de calor.
19
1. O gás ocupa o espaço entre duas superfícies (1) e (2) mantidas a diferentes
temperaturas de modo que T1 > T2 (o gás não tem movimento macroscópico);
2. Como altas temperaturas estão associadas com energias moleculares mais
elevadas, as moléculas próximas à superfície são mais energéticas
(movimentam-se mais rápido);
3. O plano hipotético X é constantemente atravessado por moléculas de cima e de
baixo. Entretanto, as moléculas de cima estão associadas com mais energia que
as de baixo.
Condução:
Mecanismos de transferência de calor.
20
Portanto existe uma transferência líquida de energia de (1) para (2) por condução.
Para os líquidos o processo é basicamente o mesmo, embora as moléculas estejam
menos espaçadas e as interações sejam mais fortes e mais frequentes.
Para os sólidos existem basicamente dois processos (ambos bastante complexos):
o Sólido mau condutor de calor: ondas de vibração da estrutura cristalina
o Sólido bom condutor de calor: movimento dos elétrones livres e vibração da
estrutura cristalina.
Condução:
Mecanismos de transferência de calor.
21
É um processo de transferência de energia pela acção combinada da
condução de calor e movimento da mistura e armazenagem de energia. Na
prática a convecção subentende-se o processo de troca de calor entre
corpo líquido ou gasoso e sólido.
A causa do movimento do fluído pode ser externa em consequência dum
trabalho mecânico (ex.: com ajuda de um ventilador ou bomba); neste caso
tem-se Convecção Forçada.
ou o movimento resulta espontaneamente, quando t=t1-t2 causa uma
diferença de massa específica dum fluído. Este fenómeno chama-se
Convecção Natural.
Convecção:
Mecanismos de transferência de calor.
22
Mecanismos de transferência de calor.
Convecção Forçada:
1. A velocidade da camada de ar próxima à
superfície é muito baixa em razão das forças
viscosas (atrito).
2. Nesta região o calor é transferido por
condução. Ocorre, portanto, um
armazenamento de energia pelas partículas
presentes nesta região.
3. Na medida que estas partículas passam para a
região de alta velocidade, elas são carreadas
pelo fluxo transferindo calor para as partículas
mais frias.
As partículas que estão próximas à superfície
aquecida recebem calor por condução e
armazenam a energia. Esta partícula tem sua
temperatura elevada e, portanto, a densidade
reduzida. Já que são mais leves elas sobem
trocando calor com as partículas mais frias (e
mais pesadas) que descem.
Convecção Natural:
23
É um processo pelo qual o calor é transmitido de um corpo à alta
temperatura, para um de mais baixa, quando tais corpos estão separados
no espaço, ainda que exista vácuo entre eles.
Um corpo quente emite energia de radiação em todas as direcções.
Quando esta energia atinge um outro corpo, uma parte desta pode ser
reflectida, outra transmitida e o resto absorvido e transformado em calor.
Por outras palavras a radiação é um processo de transmissão de calor por
meio de ondas eletromagnéticas.
Radiação:
Mecanismos de transferência de calor.
24
 Todos corpos em temperatura acima do zero absoluto emitem
continuamente radiação térmica.
 As intensidades das emissões dependem somente da temperatura e da
natureza da superfície emitente.
 A radiação térmica viaja na velocidade da luz (300.000 km/s)
Radiação:
Mecanismos de transferência de calor.
25
Na prática ocorre ao mesmo tempo dois ou mais mecanismos de transferência
de calor. Na engenharia, quando um dos mecanismos domina
quantitativamente, podem ser obtidas soluções aproximadas. Entretanto, deve
ficar entendido que variações nas condições do problema podem fazer com que
um mecanismo desprezado se torne importante.
Mecanismos combinados
Mecanismos de transferência de calor.
26
q1: convecção natural café e parede do frasco plástico
q2: condução da parede do frasco plástico
q3: convecção natural do frasco para o ar
q4: convecção natural do ar para a capa plástica
q5: radiação entre as superfícies externa do frasco e interna da capa plástica
q6: condução através da capa plástica
q7: convecção natural da capa plástica para o ar ambiente
q8: radiação entre a superfície externa da capa e as vizinhanças
Mecanismos combinados
Mecanismos de transferência de calor.
27
Analisemos, por exemplo, a transferência de calor através da parede de uma estufa
qualquer. Consideremos duas situações: operação normal e desligamento ou re
ligamento.
Regimes de transferência de calor.
Mecanismos de transferência de calor.
Durante a operação normal, enquanto a estufa
estiver ligada a temperatura na superfície interna da
parede não varia. Se a temperatura ambiente externa
não varia significativamente, a temperatura da
superfície externa também é constante. Sob estas
condições a quantidade de calor transferida para fora
é constante e o perfil de temperatura ao longo da
parede, mostrado na figura (a), não varia. Neste caso,
dizemos que estamos no regime permanente.
28
Na outra situação consideremos, por exemplo, o
desligamento.
Quando a estufa é desligada a temperatura na superfície
interna diminui gradualmente, de modo que o perfil de
temperatura varia com o tempo, como pode ser visto da
figura (b).
Como consequência, a quantidade de calor transferida
para fora é cada vez menor. Portanto, a temperatura em
cada ponto da parede varia.
Neste caso, dizemos que estamos no regime transiente
Regimes de transferência de calor.
Mecanismos de transferência de calor.
29
Na próxima aula
• Leis básicas da transferência de calor.
• O Balanço de Energia.
• Sistemas de unidades.
• Método de Resolução de Problemas Técnicos.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf

Capítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorCapítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorJorge Almeida
 
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Ana Bezerra
 
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfTransferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfmafakina Malolo JRr
 
Apostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteApostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteautomacao16
 
Apostila.curso.vapor cogeraç¦o
Apostila.curso.vapor cogeraç¦oApostila.curso.vapor cogeraç¦o
Apostila.curso.vapor cogeraç¦oconfidencial
 
Manual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfManual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfhafp hafp
 
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014Fersay
 
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015Jorge Vieira
 
Primeiro Princípio da termodinâmica
Primeiro Princípio da termodinâmicaPrimeiro Princípio da termodinâmica
Primeiro Princípio da termodinâmicaLuiz Fabiano
 
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdf
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdfAula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdf
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdfcasemods
 
Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Ctcss
 
Transf calor conducao
Transf calor conducaoTransf calor conducao
Transf calor conducaoorlado
 
Trabalho transcal
Trabalho transcalTrabalho transcal
Trabalho transcalalevilaca
 
Transf calor usp
Transf calor uspTransf calor usp
Transf calor uspDavi Aquino
 

Semelhante a Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf (20)

Capítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calorCapítulo 1 transferência de calor
Capítulo 1 transferência de calor
 
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01Conduodecalor 121023164018-phpapp01
Conduodecalor 121023164018-phpapp01
 
1+ciência..
1+ciência..1+ciência..
1+ciência..
 
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdfTransferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
Transferencia de calor - Leis básicas da TC.pdf
 
Apostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporteApostila de fenomenos_de_transporte
Apostila de fenomenos_de_transporte
 
Tcm 04
Tcm 04Tcm 04
Tcm 04
 
Apostila.curso.vapor cogeraç¦o
Apostila.curso.vapor cogeraç¦oApostila.curso.vapor cogeraç¦o
Apostila.curso.vapor cogeraç¦o
 
Manual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdfManual_Instaladores Solar.pdf
Manual_Instaladores Solar.pdf
 
Aula 01
Aula 01Aula 01
Aula 01
 
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014
Mod 5 transferencia-de-calor-vs 2013-2014
 
1 leitermodinâmica.ppt
1 leitermodinâmica.ppt1 leitermodinâmica.ppt
1 leitermodinâmica.ppt
 
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015
Transferencia de calor_apontamentos_loc_2014_2015
 
Primeiro Princípio da termodinâmica
Primeiro Princípio da termodinâmicaPrimeiro Princípio da termodinâmica
Primeiro Princípio da termodinâmica
 
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdf
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdfAula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdf
Aula 02 - Fundamentos da Termodinâmicas.pdf
 
Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?
 
Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1
 
Transf calor conducao
Transf calor conducaoTransf calor conducao
Transf calor conducao
 
Trabalho transcal
Trabalho transcalTrabalho transcal
Trabalho transcal
 
Transf calor usp
Transf calor uspTransf calor usp
Transf calor usp
 
Aula 1 TCM1.pptx
Aula 1 TCM1.pptxAula 1 TCM1.pptx
Aula 1 TCM1.pptx
 

Último

TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfTipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfMarcos Boaventura
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3filiperigueira1
 
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfPROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfdanielemarques481
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 

Último (7)

TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdfTipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
Tipos de Cargas - Conhecendo suas Características e Classificações.pdf
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
 
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdfPROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 

Transferencia de calor aplicada Conceitos basicos.pdf

  • 1. Transferência de Calor Aplicada UNIZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Curso Engenharia Mecatrônica Docente: Mestre Eng.ª Beatriz Reyes Collado e-mail: beatriz50.c@uzambeze.ac.mz cell: 847300421 Introdução à disciplina. TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de calor por condução.
  • 2. 2 Objectivos gerais da disciplina: No fim da disciplina os estudantes devem ser capazes de: • Conhecer os mecanismos e as leis básicas de transferência de calor; • Interpretar e aplicar a equação diferencial de transferência de calor para diferentes configurações simples (parede plana, cilíndrica e esférica); • Avaliar os coeficientes de transferência de calor por convecção para várias situações reais; • Conhecer a essência da radiação e a sua aplicação; • Idealizar e calcular permutadores de calor.
  • 3. 3 Plano temático da disciplina. TEMAS HC HEI Total T P 1 Conceitos básicos. Transferência de calor por condução. 16 15 - 31 2 Transferência de calor por convecção. 7 8 13 28 3 Transferência de calor por radiação. 8 12 25 45 4 Trocadores de calor. Isolamento térmico. 4 11 31 46 TOTAL 35 46 69 150
  • 4. 4 CONTEÚDOS POR TEMAS TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de calor por condução. Introdução. Mecanismos de transferência de calor. Leis básicas da transferência de calor. O Balanço de energia. Sistemas de unidades. Método de resolução de problemas técnicos. ransferência de calor por condução. Condução em regime permanente numa parede plana. Superfícies Estendidas.
  • 5. 5 TEMA 2. Transferência de calor por convecção. Introdução à Convecção Tipos de escoamentos Camada limite fluido dinâmica Camada limite térmica Escoamentos laminares e turbulentos Escoamento Externo. Escoamentos internos CONTEÚDOS POR TEMAS
  • 6. 6 CONTEÚDOS POR TEMAS Tema 3. Trocadores de calor. Isolamento térmico. Trocadores de calor. Isolamento térmico.
  • 7. 7 CRITERIO DE AVALIAÇÃO Tipo de avaliação Peso da avaliação Número de avaliações Teste 60% 1 Trabalho Practico 40% 1 Cálculo da Média de Frequência Mf = 60% T +40% TP Cálculo da Nota Final Nf = 60% Mf +40% Ef Exame Final Escrito
  • 8. 8 Bibliografia Básica  Incropera, F. & DeWitt, David. “Fundamentals of Heat and Mass Transfer. Editora John Wiley & Sons ISBN 0-471-38650-2  Cengel, Y; Ghajar, A. “Transferência de Calor e Massa. Uma abordagem Práctica”. 4ta ed. AMGH Editora LTDA. 2012.  HOLMAN, J.P. “Transferencia de Calor”. 8. ed Madrid, Editorial McGRAWHILL. 1998.  ISACHENKO, V. “Transferencia de Calor” Tomo I y II. Moscú. Edit MIR, 1987.
  • 9. 9 TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de calor por condução. 1.1. Introdução. 1.Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica. 2.Relevância da transferência de calor. 1.2. Mecanismos de transferência de calor. 1.Condução. 2.Convecção. 3.Radiação. 4.Mecanismos combinados. 5.Regimes de transferência de calor.
  • 10. 10 Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica Transmissão de Calor é o processo pelo qual a energia é transportada, sempre que existir um gradiente de temperatura no interior de um sistema ou, quando dois sistemas com diferentes temperaturas são colocados em contacto. 1ª Lei da Termodinâmica A primeira lei da Termodinâmica preconiza que a energia não pode ser criada ou destruída, mas sim transformada de uma forma para outra. Esta lei governa quantitativamente todas as transformações de energia, mas não faz restrições quanto à direcção das referidas transformações. Introdução.
  • 11. 11 A primeira Lei pode ser enunciada: “A variação total da quantidade de energia (aumento ou redução) de um sistema, durante um processo, é igual a diferença entre a energia total que entra e a que sai do sistema durante o processo.” Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica Introdução.
  • 12. 12 2ª Lei da Termodinâmica aponta a direção destas interações A 2ª Lei da Termodinâmica pode ser enunciada assim: "É impossível o processo cujo único resultado seja a transferência líquida de calor de uma região fria para uma região quente". Consequência das duas leis A termodinâmica clássica está limitada principalmente ao estudo dos estados de equilíbrio (mecânico, químico e térmico) e sendo assim ela é de pouca ajuda na determinação quantitativa das transformações que ocorrem devido à deficiência ou falta de equilíbrio dos processos de engenharia. Sendo o fluxo de calor resultado de falta de equilíbrio de temperatura, e seu tratamento quantitativo deve ser baseado em outros ramos da ciência. Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica Introdução.
  • 13. 13 Calor e outras formas de energia Na análise de sistemas que envolvem fluxos de fluidos, frequentemente encontra-se a combinação das propriedades u, P e v. Por conveniência esta combinação é definida como entalpia, h h = u + Pv (1.1) Onde: h – entalpia e representa a energia do fluxo do fluído. Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica Introdução.
  • 14. 14  O calor específico é a energia requerida para elevar em um grau a temperatura de uma unidade de massa de determinada substância de um modo especifico.  O calor específico das substâncias varia com a temperatura.  O calor específico à pressão constante Cp e à volume constante Cv de uma substância incompressível, são idênticos e designam-se por C. Calor Específico Relação entre a transferência de calor e a termodinâmica Introdução.
  • 15. 15 Relevância da transferência de calor. A transferência de calor é fundamental para todos os ramos da engenharia. Assim como o engenheiro mecânico enfrenta problemas de refrigeração de motores, de ventilação, ar condicionado, etc., o engenheiro mecatrónico não pode dispensar a transferência de calor nos problemas relacionados ao controlo de processos automação, ou no projeto de robô em fornos, generadores, conversores, etc. Também o engenheiro químico ou nuclear necessita da mesma ciência em estudos sobre evaporação, condensação ou em trabalhos em refinarias e reatores, enquanto o eletricista e o eletrônico a utiliza no cálculo de transformadores e geradores e dissipadores de calor em microeletrônica. Até mesmo o engenheiro civil e o arquiteto sentem a importância dela, em seus projetos, preverem o isolamento térmico adequado que garanta o conforto dos ambientes. Introdução.
  • 16. 16 Como visto, a transferência de calor é importante para a maioria de problemas industriais e ambientais. Como exemplo de aplicação, consideremos a vital área de produção e conversão de energia:  Na geração de eletricidade (hidráulica, fusão nuclear, fóssil, geotérmica, etc) existem numerosos problemas que envolvem condução, convecção e radiação e estão relacionados com o projeto de caldeiras, condensadores e turbinas.  Existe também a necessidade de maximizar a transferência de calor e manter a integridade dos materiais em altas temperaturas  É necessário minimizar a descarga de calor no meio ambiente, evitando a poluição térmica através de torres de refrigeração e recirculação. Relevância da transferência de calor. Introdução.
  • 17. 17 Existem três modos básicos de transferência de calor que são:  Condução;  Convecção; e  Radiação. Todos os modos de transferência de calor requerem que haja gradiente de temperatura, e em todos eles a transferência de calor se faz da temperatura mais alta para a mais baixa. Mecanismos de transferência de calor.
  • 18. 18 É um processo pelo qual o calor flui duma região de alta temperatura para outra de baixa temperatura dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contacto físico directo. Na condução a energia é transmitida por meio de comunicação molecular directa, sem apreciáveis deslocamentos das moléculas. A figura mostra um gás entre duas placas a diferentes temperaturas: Condução: Mecanismos de transferência de calor.
  • 19. 19 1. O gás ocupa o espaço entre duas superfícies (1) e (2) mantidas a diferentes temperaturas de modo que T1 > T2 (o gás não tem movimento macroscópico); 2. Como altas temperaturas estão associadas com energias moleculares mais elevadas, as moléculas próximas à superfície são mais energéticas (movimentam-se mais rápido); 3. O plano hipotético X é constantemente atravessado por moléculas de cima e de baixo. Entretanto, as moléculas de cima estão associadas com mais energia que as de baixo. Condução: Mecanismos de transferência de calor.
  • 20. 20 Portanto existe uma transferência líquida de energia de (1) para (2) por condução. Para os líquidos o processo é basicamente o mesmo, embora as moléculas estejam menos espaçadas e as interações sejam mais fortes e mais frequentes. Para os sólidos existem basicamente dois processos (ambos bastante complexos): o Sólido mau condutor de calor: ondas de vibração da estrutura cristalina o Sólido bom condutor de calor: movimento dos elétrones livres e vibração da estrutura cristalina. Condução: Mecanismos de transferência de calor.
  • 21. 21 É um processo de transferência de energia pela acção combinada da condução de calor e movimento da mistura e armazenagem de energia. Na prática a convecção subentende-se o processo de troca de calor entre corpo líquido ou gasoso e sólido. A causa do movimento do fluído pode ser externa em consequência dum trabalho mecânico (ex.: com ajuda de um ventilador ou bomba); neste caso tem-se Convecção Forçada. ou o movimento resulta espontaneamente, quando t=t1-t2 causa uma diferença de massa específica dum fluído. Este fenómeno chama-se Convecção Natural. Convecção: Mecanismos de transferência de calor.
  • 22. 22 Mecanismos de transferência de calor. Convecção Forçada: 1. A velocidade da camada de ar próxima à superfície é muito baixa em razão das forças viscosas (atrito). 2. Nesta região o calor é transferido por condução. Ocorre, portanto, um armazenamento de energia pelas partículas presentes nesta região. 3. Na medida que estas partículas passam para a região de alta velocidade, elas são carreadas pelo fluxo transferindo calor para as partículas mais frias. As partículas que estão próximas à superfície aquecida recebem calor por condução e armazenam a energia. Esta partícula tem sua temperatura elevada e, portanto, a densidade reduzida. Já que são mais leves elas sobem trocando calor com as partículas mais frias (e mais pesadas) que descem. Convecção Natural:
  • 23. 23 É um processo pelo qual o calor é transmitido de um corpo à alta temperatura, para um de mais baixa, quando tais corpos estão separados no espaço, ainda que exista vácuo entre eles. Um corpo quente emite energia de radiação em todas as direcções. Quando esta energia atinge um outro corpo, uma parte desta pode ser reflectida, outra transmitida e o resto absorvido e transformado em calor. Por outras palavras a radiação é um processo de transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas. Radiação: Mecanismos de transferência de calor.
  • 24. 24  Todos corpos em temperatura acima do zero absoluto emitem continuamente radiação térmica.  As intensidades das emissões dependem somente da temperatura e da natureza da superfície emitente.  A radiação térmica viaja na velocidade da luz (300.000 km/s) Radiação: Mecanismos de transferência de calor.
  • 25. 25 Na prática ocorre ao mesmo tempo dois ou mais mecanismos de transferência de calor. Na engenharia, quando um dos mecanismos domina quantitativamente, podem ser obtidas soluções aproximadas. Entretanto, deve ficar entendido que variações nas condições do problema podem fazer com que um mecanismo desprezado se torne importante. Mecanismos combinados Mecanismos de transferência de calor.
  • 26. 26 q1: convecção natural café e parede do frasco plástico q2: condução da parede do frasco plástico q3: convecção natural do frasco para o ar q4: convecção natural do ar para a capa plástica q5: radiação entre as superfícies externa do frasco e interna da capa plástica q6: condução através da capa plástica q7: convecção natural da capa plástica para o ar ambiente q8: radiação entre a superfície externa da capa e as vizinhanças Mecanismos combinados Mecanismos de transferência de calor.
  • 27. 27 Analisemos, por exemplo, a transferência de calor através da parede de uma estufa qualquer. Consideremos duas situações: operação normal e desligamento ou re ligamento. Regimes de transferência de calor. Mecanismos de transferência de calor. Durante a operação normal, enquanto a estufa estiver ligada a temperatura na superfície interna da parede não varia. Se a temperatura ambiente externa não varia significativamente, a temperatura da superfície externa também é constante. Sob estas condições a quantidade de calor transferida para fora é constante e o perfil de temperatura ao longo da parede, mostrado na figura (a), não varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime permanente.
  • 28. 28 Na outra situação consideremos, por exemplo, o desligamento. Quando a estufa é desligada a temperatura na superfície interna diminui gradualmente, de modo que o perfil de temperatura varia com o tempo, como pode ser visto da figura (b). Como consequência, a quantidade de calor transferida para fora é cada vez menor. Portanto, a temperatura em cada ponto da parede varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime transiente Regimes de transferência de calor. Mecanismos de transferência de calor.
  • 29. 29 Na próxima aula • Leis básicas da transferência de calor. • O Balanço de Energia. • Sistemas de unidades. • Método de Resolução de Problemas Técnicos.