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Transferência de Calor
Aplicada
UNIZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Curso Engenharia Mecatrônica
Docente: Mestre Eng.ª Beatriz Reyes Collado
e-mail: beatriz50.c@uzambeze.ac.mz cell: 847300421
TEMA 1. Conceitos básicos.
Transferência de calor por condução.
Continuação.
2
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
1.4. O Balanço de Energia.
1.5. Sistemas de unidades
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
Plano de aulas
3
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
As leis básicas de transferência de calor são:
 A Lei de Fourier, que caracteriza a transferência de calor por condução;
 A Lei de Resfriamento de Newton, que determina a quantidade de calor
transferido por convecção; e
 A Lei de Stephan – Boltzman, que serve para a determinação do calor
transferido por radiação.
4
A lei de Fourier é a lei básica de transmissão de calor por condução, tendo
sido Jean-Baptiste Joseph Fourier o primeiro a usa-la explicitamente, num
artigo sobre transferência de calor, no ano de 1822.
Esta lei preconiza que o calor trocado por condução numa certa direcção, é
proporcional a área normal à direcção e ao gradiente de temperaturas em tal
direcção:
Lei de Fourier
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Q α 𝐴
𝑑𝑇
𝑑𝑥
5
Introduzindo uma constante chamada Condutividade Térmica (K), que é uma
propriedade termodinâmica do material, pode-se escrever:
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Fourier
Q = −𝑘𝐴
𝑑𝑇
𝑑𝑥
Utilizando o conceito de Fluxo de Calor (q), que é a taxa de troca de calor por
unidade de área [W/m2], tem-se que:
𝑄
𝐴
= 𝑞 = −𝑘
𝑑𝑇
𝑑𝑥
O sinal negativo é posto para garantir que o fluxo de calor seja positivo no
sinal positivo de x.
6
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Exemplo 1.1
As superfícies interna e externa de uma
parede de 5 x 6 m e 30 cm de espessura e
condutividade térmica de 0,69 W/m0C são
mantidas às temperaturas de 200C e 50C
respectivamente. Determine o calor
transferido pela parede.
Lei de Fourier
7
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Exemplo 1.1 (Resolução)
Assume-se:
1. Regime permanente pois a temperatura da parede mantêm-se constante
nos valores especificados.
2. As propriedades térmicas da parede são constantes.
Propriedades: A condutividade térmica da parede é dada e o valor é
k = 0,69 W/m 0C.
Análise: Sob condições de regime permanente o calor transferido pela parede
calcula-se de:
𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘𝐴
∆𝑇
𝐿
= −(0.69 𝑊 𝑚℃) 5 ∗ 6 𝑚2 5−20 ℃
0.3 𝑚
= 1035 W
Lei de Fourier
8
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Condutividade Térmica
A condutividade térmica é uma propriedade física do material. Ela indica a
quantidade de calor que fluirá através duma área unitária se o gradiente de
temperatura for unitário. Assim a condutividade térmica k é numericamente
igual a quantidade de calor em Joule que passa num segundo através de
uma área unitária (1m2) do corpo, numa queda de temperatura de 1K, sobre
o trajecto de um metro (1m) do fluxo de calor.
Lei de Fourier
9
O fluxo de calor transmitido por unidade de tempo por convecção entre uma
superfície e um fluido pode ser calculado pela relação:
Q = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑠 − 𝑇∞
Esta relação foi proposta originalmente pelo cientista Inglês Isac Newton
(1701), onde:
As = área superficial ou de contacto,
Q = fluxo de calor,
h = coeficiente de troca de calor por conveccão [W/m2K],
Ts = temperatura da superfície e
𝑇∞ = temperatura do fluido.
A temperatura do fluido é em geral tomada num ponto afastado da superfície.
Lei de Newton (I)
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
10
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Newton (II)
Uma preocupação a ser resolvida é o ponto onde deve ser colocado o
termómetro que fará a medição das temperaturas.
Para a temperatura Ts é simples uma vez que por definição esta deverá ser a
temperatura da superfície. Entretanto no segundo caso, a situação
complica-se uma vez que a temperatura próximo da peça quente será maior
que longe dela. A quantidade total de calor transmitida é dada por:
𝑄 = 𝑞. 𝐴 𝑊
11
Exemplo 1.2
Considere-se um tanque esférico de 4 m de diâmetro inicialmente cheio de
nitrogénio líquido a 1 atm e a temperatura de -1960C.
O tanque está exposto ao ar ambiente que se encontra a temperatura de 200C,
com um coeficiente de transmissão de calor de 25 W/m2 0C. As paredes do
tanque são finas pelo que podemos considerar que a temperatura delas é a
mesma do nitrogénio que se encontra no seu interior.
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Desprezando a transferência de calor por
radiação determine a taxa de evaporação do
nitrogénio líquido no tanque, como resultado da
transferência de calor do ar ambiente.
12
Exemplo 1.2 (Resolução I)
Assume-se:
1. Regime permanente;
2. As perdas de calor por radiação são desprezadas;
3. O coeficiente de transferência de calor por convecção é constante e
uniforme em toda a superfície:
4. A temperatura das paredes do tanque é igual a temperatura do nitrogénio
no seu interior.
Propriedades: O calor de vaporização do nitrogénio a 1 atm, ℎ𝑓𝑔 =198 kJ/kg .
Análise: O calor transferido para o tanque calcula-se de:
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
13
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Exemplo 1.2 (Resolução II)
𝐴𝑠 = 𝜋𝐷2 = 𝜋 4𝑚 2 = 50.27 𝑚2
𝑄 = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑎𝑖𝑟 − 𝑇𝑠 = 25 𝑊 𝑚2
℃ 50.27𝑚2
20 − −196 ℃
𝑸 = 𝟐𝟕𝟏, 𝟒𝟑𝟎 𝒌𝑾
A taxa de evaporação do nitrogénio líquido do tanque determina-se de:
𝑄 = 𝑚ℎ𝑓𝑔 → 𝑚 =
𝑄
ℎ𝑓𝑔
=
271,430 𝑘𝐽 𝑠
198 𝑘𝐽 𝑘𝑔
= 1.37𝑘𝑔/𝑠
14
Lei de Stephan – Boltzman (I)
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
A quantidade de (calor) energia que deixa a superfície como calor radiante
depende da temperatura absoluta e da natureza da superfície.
Um irradiador perfeito ou corpo negro emite energia radiante da sua
superfície a razão qrad é dada por:
𝑄𝑟𝑎𝑑 = 𝜎𝐴(𝑇1
4
− 𝑇2
4
)
Onde σ é uma constante de proporcionalidade chamada constante de Stefan-
Boltzman, que tem o valor de 5,675·10-8 W/m2K4.
(1.8)
15
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Stephan – Boltzman (II)
Onde:
A - área da superfície em m2;
T1 - temperatura da superfície emissora em Kelvin;
T2 - temperatura absoluta do ambiente que troca calor com o corpo dado
ε - emissividade do corpo dado.
Contudo os corpos reais emitem e absorvem apenas uma percentagem da
energia radiante o que se traduz pela expressão:
𝑄𝑟𝑎𝑑 = 𝜎𝜀𝐴(𝑇1
4
− 𝑇2
4
)
16
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Stephan – Boltzman
Exemplo 1.3
Considere uma pessoa cuja área exposta é de 1,7 m2, a sua emissividade de
0,7 e a temperatura da sua superfície de 36 0C.
Determinar o calor que esta pessoa perde por radiação numa sala grande se
esta tiver as paredes a:
a) 300 K;
b) 280 K.
17
Exemplo. 1.3 (Resolução I)
Assume-se:
1. Regime permanente;
2. As perdas de calor por convecção são desprezadas;
3. A emissividade da pessoa considera-se constante em todo o corpo.
Propriedades: A emissividade é considerada constante de 0,7.
Análise: É de notar que o homem está completamente envolvido pela pelas
paredes da sala.
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Stephan – Boltzman
18
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Lei de Stephan – Boltzman
Exemplo. 1.3 (Resolução II)
𝑎) 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟 = 300𝐾
𝑄rad= 𝜀𝜎𝐴𝑠 𝑇𝑠
4 − 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟
4
𝑄𝑟𝑎𝑑 = 0.7 5.67𝑥10−8
𝑊 𝑚2
𝐾4
1.7𝑚2
36 + 273 4
− (300𝐾)4
𝐾4
𝑏) 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟 = 280𝐾
𝑸rad= 𝟔𝟖, 𝟓𝟗 W
𝑄𝑟𝑎𝑑 = 0.7 5.67𝑥10−8
𝑊 𝑚2
𝐾4
1.7𝑚2
36 + 273 4
− (280𝐾)4
𝐾4
𝑸rad= 𝟐𝟎𝟎, 𝟑𝟗W
19
Mecanismo Combinado de Transmissão de Calor
1.3. Leis básicas da transferência de calor.
Até agora considerou-se, separadamente os mecanismos básicos de
transmissão de calor (condução, convecção e radiação). Em muitos casos
práticos a transferência de calor numa superfície ocorre simultaneamente
por convecção para o ar ambiente e por radiação para o meio circundante.
Neste caso a perda de calor por unidade de área e dada pela combinação
dos dois mecanismos.
𝑄 = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑠 − 𝑇∞ + 𝜎𝐴𝑠 𝑇1
4
− 𝑇2
4
20
1.4. O Balanço de Energia.
A consideração do balanço de energia, muitas vezes desempenha um papel
muito importante na análise de transferência de calor.
Se delimitar-se as fronteiras do sistema em consideração, é possível igualar o
fluxo de energia que está a ser transferida de ou para esse sistema, ao fluxo de
energia que esta a ser armazenada dentro do mesmo sistema.
Durante a consideração do balanço de energia as designações usadas para os
fluxos de energia transferidas ou geradas são as seguintes:
Ein- é o fluxo de energia fornecida ao sistema;
Eout- é o fluxo de energia que sai do sistema;
Eg- é o fluxo de energia gerada no interior do sistema;
Es - é o fluxo de energia que está a ser armazenada no sistema.
21
1.4. O Balanço de Energia.
O balanço dos fluxos de energia através da fronteira do sistema e as
alterações internas que podem ocorrer podem ser expressas duma forma
geral como:
Eg
Es
Eout
Ein
Fronteira do sistema
𝐸𝑖𝑛 + 𝐸𝑔 − 𝐸𝑜𝑢𝑡 = 𝐸𝑠
22
1.5. Sistemas de unidades
Dimensões fundamentais: tempo, comprimento, massa e temperatura.
Unidades fundamentais dos sistemas de unidades mais comuns
Sistema Tempo (t) Comprimento (L) Massa (m) Temperatura (T)
S.I. segundo, s metro, m quilograma, kg Kelvin, k
Inglês segundo, s pé, ft libra-massa, lb Farenheit, oF
Métrico segundo, s metro, m quilograma, kg celsius, oC
Unidades são meios de expressar numericamente as dimensões.
23
Unidades derivadas mais importantes para a transferência de calor
1.5. Sistemas de unidades
 Lei de Newton: Força é o produto de massa por aceleração ( F = m.a ), então :
1 Newton ( N ) é a força que acelera a massa de 1 kg a 1 m/s2
 Trabalho (Energia) é o produto da força pela distância (𝑊 = F. x ), então :
1 Joule ( J ) é a energia dispendida por uma força de 1 N em 1 m
 Potência é o trabalho na unidade de tempo ( P = W / t ), então :
1 Watt ( W ) é a potência dissipada por uma força de 1 J em 1 s
24
Unidades derivadas dos sistemas de unidades mais comuns
1.5. Sistemas de unidades
Sistema Força, F Enegia, E Potência, P
S.I. Newton, N Joule, J Watt, W
Inglês libra-força, lbf lbf-ft (Btu) Btu/h
Métrico kilograma-força, kgf kgm (kcal) kcal/h
As de energia ( Btu e Kcal ) são baseadas em fenômenos térmicos:
 Btu é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1lb
de água de 67,5 oF a 68,5 oF
 Kcal é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de
1kg de água de 14,5 oF a 15,5 oF
Em relação ao calor transferido, as seguintes unidades que são, em geral, utilizadas :
 𝑞- fluxo de calor transferido (potência) : W, Btu/h, Kcal/h
 Q- quantidade de calor transferido (energia) : J, Btu, Kcal
25
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
A primeira etapa ao aprender-se qualquer ciência é conhecer os fundamentos.
A etapa seguinte é dominar os fundamentos, pondo este conhecimento em
teste. Isto é feito resolvendo problemas relevantes.
A resolução de tais problemas, especialmente complicados, requer uma
aproximação sistemática. Usando uma aproximação passo a passo, pode-se
reduzir a solução de um problema complicado à resolução de uma série de
problemas simples.
Ao resolver um problema, recomenda-se usar as seguintes etapas, com zelo,
quando possível. Isto ajuda a evitar alguns dos erros comuns associados a
resolução de problemas.
26
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
 Etapa 1: Tradução do problema em suas próprias palavras.
Em suas palavras faça uma descrição sumária do problema, a informação chave
dada, e as grandezas a serem encontradas.
Isto é certifique-se de que compreende o problema e os objectivos, antes de
tentar resolve-lo.
27
 Etapa 2: Esquema
Desenhe um esboço real do sistema físico envolvido e anote a informação
relevante na figura. O esboço não tem de ser algo muito elaborado, mas deve
assemelhar-se ao sistema real e mostrar as características chave.
Indique todas as interacções de energia e mássicas com os arredores.
Alistar a informação dada no esboço, ajuda a compreender o problema, no seu
todo, de uma vez.
Também, confira as propriedades que permanecem constantes durante o
processo (tais como a temperatura durante um processo isotérmico), e indique-
as no esboço.
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
28
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
 Etapa 3: As suposições
Indique todas as suposições feitas para simplificar o problema e para tornar
possível a sua resolução.
Justifique as suposições questionáveis.
Proponha valores razoáveis para as grandezas necessárias em falta.
Por exemplo, na ausência de dados específicos sobre a pressão atmosférica,
pode admitir que seja 1 atm. Entretanto, deve-se notar na análise que a
pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude.
29
 Etapa 4: As leis físicas
Aplique todas as leis e princípios básicos físicos relevantes (tais como o da
conservação de energia), e reduza a sua formulação o mais simples
utilizando as suposições feitas.
Entretanto, a região a que uma lei física é aplicada deve ser primeiramente
claramente identificada. Por exemplo, o aquecimento ou o resfriar de uma
bebida enlatada são analisados geralmente aplicando o princípio de
conservação de energia à toda a lata.
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
30
 Etapa 5: As propriedades
Determine as propriedades desconhecidas nos estados conhecidos,
necessárias para resolver o problema, das relações ou de tabelas de
propriedades. Aliste as propriedades separadamente e indique a sua fonte se
possível.
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
31
 Etapa 6: Os cálculos
Substitua as grandezas conhecidas nas relações simplificadas e execute
os cálculos para determinar as desconhecidas.
Atenção particular deve se dar às unidades e à simplificação das mesmas
e recorde-se que uma grandeza dimensional sem unidades não faz
nenhum sentido. Também, não dê uma falsa exactidão elevada do
resultado, copiando todos os dígitos da máquina de calcular, arredonde
os resultados a um número apropriado de dígitos significativos.
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
32
 Etapa 7: Raciocínio, verificação e discussão
Para certificar-se de que os resultados obtidos são razoáveis e racionais,
verifique a validade das suposições feitas.
Repita os cálculos que resultaram em valores não racionais. Por exemplo,
isolar um aquecedor de água que consome $80 de gás natural por ano não
pode resultar em economizar $200 num ano.
1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
33
1.7. Transferência de calor por condução.
1.7.1. Dedução da equação Básica;
1.7.2. Aspectos particulares da equação diferencial (leis de Fourier, Poisson
e Laplace);
1.7.3. Solução da equação unidimensional de transferência de calor em
regime permanente.
Proxima Aula

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  • 1. Transferência de Calor Aplicada UNIZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Curso Engenharia Mecatrônica Docente: Mestre Eng.ª Beatriz Reyes Collado e-mail: beatriz50.c@uzambeze.ac.mz cell: 847300421 TEMA 1. Conceitos básicos. Transferência de calor por condução. Continuação.
  • 2. 2 1.3. Leis básicas da transferência de calor. 1.4. O Balanço de Energia. 1.5. Sistemas de unidades 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos Plano de aulas
  • 3. 3 1.3. Leis básicas da transferência de calor. As leis básicas de transferência de calor são:  A Lei de Fourier, que caracteriza a transferência de calor por condução;  A Lei de Resfriamento de Newton, que determina a quantidade de calor transferido por convecção; e  A Lei de Stephan – Boltzman, que serve para a determinação do calor transferido por radiação.
  • 4. 4 A lei de Fourier é a lei básica de transmissão de calor por condução, tendo sido Jean-Baptiste Joseph Fourier o primeiro a usa-la explicitamente, num artigo sobre transferência de calor, no ano de 1822. Esta lei preconiza que o calor trocado por condução numa certa direcção, é proporcional a área normal à direcção e ao gradiente de temperaturas em tal direcção: Lei de Fourier 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Q α 𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑥
  • 5. 5 Introduzindo uma constante chamada Condutividade Térmica (K), que é uma propriedade termodinâmica do material, pode-se escrever: 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Fourier Q = −𝑘𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑥 Utilizando o conceito de Fluxo de Calor (q), que é a taxa de troca de calor por unidade de área [W/m2], tem-se que: 𝑄 𝐴 = 𝑞 = −𝑘 𝑑𝑇 𝑑𝑥 O sinal negativo é posto para garantir que o fluxo de calor seja positivo no sinal positivo de x.
  • 6. 6 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Exemplo 1.1 As superfícies interna e externa de uma parede de 5 x 6 m e 30 cm de espessura e condutividade térmica de 0,69 W/m0C são mantidas às temperaturas de 200C e 50C respectivamente. Determine o calor transferido pela parede. Lei de Fourier
  • 7. 7 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Exemplo 1.1 (Resolução) Assume-se: 1. Regime permanente pois a temperatura da parede mantêm-se constante nos valores especificados. 2. As propriedades térmicas da parede são constantes. Propriedades: A condutividade térmica da parede é dada e o valor é k = 0,69 W/m 0C. Análise: Sob condições de regime permanente o calor transferido pela parede calcula-se de: 𝑄𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘𝐴 ∆𝑇 𝐿 = −(0.69 𝑊 𝑚℃) 5 ∗ 6 𝑚2 5−20 ℃ 0.3 𝑚 = 1035 W Lei de Fourier
  • 8. 8 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Condutividade Térmica A condutividade térmica é uma propriedade física do material. Ela indica a quantidade de calor que fluirá através duma área unitária se o gradiente de temperatura for unitário. Assim a condutividade térmica k é numericamente igual a quantidade de calor em Joule que passa num segundo através de uma área unitária (1m2) do corpo, numa queda de temperatura de 1K, sobre o trajecto de um metro (1m) do fluxo de calor. Lei de Fourier
  • 9. 9 O fluxo de calor transmitido por unidade de tempo por convecção entre uma superfície e um fluido pode ser calculado pela relação: Q = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑠 − 𝑇∞ Esta relação foi proposta originalmente pelo cientista Inglês Isac Newton (1701), onde: As = área superficial ou de contacto, Q = fluxo de calor, h = coeficiente de troca de calor por conveccão [W/m2K], Ts = temperatura da superfície e 𝑇∞ = temperatura do fluido. A temperatura do fluido é em geral tomada num ponto afastado da superfície. Lei de Newton (I) 1.3. Leis básicas da transferência de calor.
  • 10. 10 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Newton (II) Uma preocupação a ser resolvida é o ponto onde deve ser colocado o termómetro que fará a medição das temperaturas. Para a temperatura Ts é simples uma vez que por definição esta deverá ser a temperatura da superfície. Entretanto no segundo caso, a situação complica-se uma vez que a temperatura próximo da peça quente será maior que longe dela. A quantidade total de calor transmitida é dada por: 𝑄 = 𝑞. 𝐴 𝑊
  • 11. 11 Exemplo 1.2 Considere-se um tanque esférico de 4 m de diâmetro inicialmente cheio de nitrogénio líquido a 1 atm e a temperatura de -1960C. O tanque está exposto ao ar ambiente que se encontra a temperatura de 200C, com um coeficiente de transmissão de calor de 25 W/m2 0C. As paredes do tanque são finas pelo que podemos considerar que a temperatura delas é a mesma do nitrogénio que se encontra no seu interior. 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Desprezando a transferência de calor por radiação determine a taxa de evaporação do nitrogénio líquido no tanque, como resultado da transferência de calor do ar ambiente.
  • 12. 12 Exemplo 1.2 (Resolução I) Assume-se: 1. Regime permanente; 2. As perdas de calor por radiação são desprezadas; 3. O coeficiente de transferência de calor por convecção é constante e uniforme em toda a superfície: 4. A temperatura das paredes do tanque é igual a temperatura do nitrogénio no seu interior. Propriedades: O calor de vaporização do nitrogénio a 1 atm, ℎ𝑓𝑔 =198 kJ/kg . Análise: O calor transferido para o tanque calcula-se de: 1.3. Leis básicas da transferência de calor.
  • 13. 13 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Exemplo 1.2 (Resolução II) 𝐴𝑠 = 𝜋𝐷2 = 𝜋 4𝑚 2 = 50.27 𝑚2 𝑄 = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑎𝑖𝑟 − 𝑇𝑠 = 25 𝑊 𝑚2 ℃ 50.27𝑚2 20 − −196 ℃ 𝑸 = 𝟐𝟕𝟏, 𝟒𝟑𝟎 𝒌𝑾 A taxa de evaporação do nitrogénio líquido do tanque determina-se de: 𝑄 = 𝑚ℎ𝑓𝑔 → 𝑚 = 𝑄 ℎ𝑓𝑔 = 271,430 𝑘𝐽 𝑠 198 𝑘𝐽 𝑘𝑔 = 1.37𝑘𝑔/𝑠
  • 14. 14 Lei de Stephan – Boltzman (I) 1.3. Leis básicas da transferência de calor. A quantidade de (calor) energia que deixa a superfície como calor radiante depende da temperatura absoluta e da natureza da superfície. Um irradiador perfeito ou corpo negro emite energia radiante da sua superfície a razão qrad é dada por: 𝑄𝑟𝑎𝑑 = 𝜎𝐴(𝑇1 4 − 𝑇2 4 ) Onde σ é uma constante de proporcionalidade chamada constante de Stefan- Boltzman, que tem o valor de 5,675·10-8 W/m2K4. (1.8)
  • 15. 15 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Stephan – Boltzman (II) Onde: A - área da superfície em m2; T1 - temperatura da superfície emissora em Kelvin; T2 - temperatura absoluta do ambiente que troca calor com o corpo dado ε - emissividade do corpo dado. Contudo os corpos reais emitem e absorvem apenas uma percentagem da energia radiante o que se traduz pela expressão: 𝑄𝑟𝑎𝑑 = 𝜎𝜀𝐴(𝑇1 4 − 𝑇2 4 )
  • 16. 16 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Stephan – Boltzman Exemplo 1.3 Considere uma pessoa cuja área exposta é de 1,7 m2, a sua emissividade de 0,7 e a temperatura da sua superfície de 36 0C. Determinar o calor que esta pessoa perde por radiação numa sala grande se esta tiver as paredes a: a) 300 K; b) 280 K.
  • 17. 17 Exemplo. 1.3 (Resolução I) Assume-se: 1. Regime permanente; 2. As perdas de calor por convecção são desprezadas; 3. A emissividade da pessoa considera-se constante em todo o corpo. Propriedades: A emissividade é considerada constante de 0,7. Análise: É de notar que o homem está completamente envolvido pela pelas paredes da sala. 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Stephan – Boltzman
  • 18. 18 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Lei de Stephan – Boltzman Exemplo. 1.3 (Resolução II) 𝑎) 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟 = 300𝐾 𝑄rad= 𝜀𝜎𝐴𝑠 𝑇𝑠 4 − 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟 4 𝑄𝑟𝑎𝑑 = 0.7 5.67𝑥10−8 𝑊 𝑚2 𝐾4 1.7𝑚2 36 + 273 4 − (300𝐾)4 𝐾4 𝑏) 𝑇𝑠𝑢𝑟𝑟 = 280𝐾 𝑸rad= 𝟔𝟖, 𝟓𝟗 W 𝑄𝑟𝑎𝑑 = 0.7 5.67𝑥10−8 𝑊 𝑚2 𝐾4 1.7𝑚2 36 + 273 4 − (280𝐾)4 𝐾4 𝑸rad= 𝟐𝟎𝟎, 𝟑𝟗W
  • 19. 19 Mecanismo Combinado de Transmissão de Calor 1.3. Leis básicas da transferência de calor. Até agora considerou-se, separadamente os mecanismos básicos de transmissão de calor (condução, convecção e radiação). Em muitos casos práticos a transferência de calor numa superfície ocorre simultaneamente por convecção para o ar ambiente e por radiação para o meio circundante. Neste caso a perda de calor por unidade de área e dada pela combinação dos dois mecanismos. 𝑄 = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑠 − 𝑇∞ + 𝜎𝐴𝑠 𝑇1 4 − 𝑇2 4
  • 20. 20 1.4. O Balanço de Energia. A consideração do balanço de energia, muitas vezes desempenha um papel muito importante na análise de transferência de calor. Se delimitar-se as fronteiras do sistema em consideração, é possível igualar o fluxo de energia que está a ser transferida de ou para esse sistema, ao fluxo de energia que esta a ser armazenada dentro do mesmo sistema. Durante a consideração do balanço de energia as designações usadas para os fluxos de energia transferidas ou geradas são as seguintes: Ein- é o fluxo de energia fornecida ao sistema; Eout- é o fluxo de energia que sai do sistema; Eg- é o fluxo de energia gerada no interior do sistema; Es - é o fluxo de energia que está a ser armazenada no sistema.
  • 21. 21 1.4. O Balanço de Energia. O balanço dos fluxos de energia através da fronteira do sistema e as alterações internas que podem ocorrer podem ser expressas duma forma geral como: Eg Es Eout Ein Fronteira do sistema 𝐸𝑖𝑛 + 𝐸𝑔 − 𝐸𝑜𝑢𝑡 = 𝐸𝑠
  • 22. 22 1.5. Sistemas de unidades Dimensões fundamentais: tempo, comprimento, massa e temperatura. Unidades fundamentais dos sistemas de unidades mais comuns Sistema Tempo (t) Comprimento (L) Massa (m) Temperatura (T) S.I. segundo, s metro, m quilograma, kg Kelvin, k Inglês segundo, s pé, ft libra-massa, lb Farenheit, oF Métrico segundo, s metro, m quilograma, kg celsius, oC Unidades são meios de expressar numericamente as dimensões.
  • 23. 23 Unidades derivadas mais importantes para a transferência de calor 1.5. Sistemas de unidades  Lei de Newton: Força é o produto de massa por aceleração ( F = m.a ), então : 1 Newton ( N ) é a força que acelera a massa de 1 kg a 1 m/s2  Trabalho (Energia) é o produto da força pela distância (𝑊 = F. x ), então : 1 Joule ( J ) é a energia dispendida por uma força de 1 N em 1 m  Potência é o trabalho na unidade de tempo ( P = W / t ), então : 1 Watt ( W ) é a potência dissipada por uma força de 1 J em 1 s
  • 24. 24 Unidades derivadas dos sistemas de unidades mais comuns 1.5. Sistemas de unidades Sistema Força, F Enegia, E Potência, P S.I. Newton, N Joule, J Watt, W Inglês libra-força, lbf lbf-ft (Btu) Btu/h Métrico kilograma-força, kgf kgm (kcal) kcal/h As de energia ( Btu e Kcal ) são baseadas em fenômenos térmicos:  Btu é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1lb de água de 67,5 oF a 68,5 oF  Kcal é a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1kg de água de 14,5 oF a 15,5 oF Em relação ao calor transferido, as seguintes unidades que são, em geral, utilizadas :  𝑞- fluxo de calor transferido (potência) : W, Btu/h, Kcal/h  Q- quantidade de calor transferido (energia) : J, Btu, Kcal
  • 25. 25 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos A primeira etapa ao aprender-se qualquer ciência é conhecer os fundamentos. A etapa seguinte é dominar os fundamentos, pondo este conhecimento em teste. Isto é feito resolvendo problemas relevantes. A resolução de tais problemas, especialmente complicados, requer uma aproximação sistemática. Usando uma aproximação passo a passo, pode-se reduzir a solução de um problema complicado à resolução de uma série de problemas simples. Ao resolver um problema, recomenda-se usar as seguintes etapas, com zelo, quando possível. Isto ajuda a evitar alguns dos erros comuns associados a resolução de problemas.
  • 26. 26 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos  Etapa 1: Tradução do problema em suas próprias palavras. Em suas palavras faça uma descrição sumária do problema, a informação chave dada, e as grandezas a serem encontradas. Isto é certifique-se de que compreende o problema e os objectivos, antes de tentar resolve-lo.
  • 27. 27  Etapa 2: Esquema Desenhe um esboço real do sistema físico envolvido e anote a informação relevante na figura. O esboço não tem de ser algo muito elaborado, mas deve assemelhar-se ao sistema real e mostrar as características chave. Indique todas as interacções de energia e mássicas com os arredores. Alistar a informação dada no esboço, ajuda a compreender o problema, no seu todo, de uma vez. Também, confira as propriedades que permanecem constantes durante o processo (tais como a temperatura durante um processo isotérmico), e indique- as no esboço. 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
  • 28. 28 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos  Etapa 3: As suposições Indique todas as suposições feitas para simplificar o problema e para tornar possível a sua resolução. Justifique as suposições questionáveis. Proponha valores razoáveis para as grandezas necessárias em falta. Por exemplo, na ausência de dados específicos sobre a pressão atmosférica, pode admitir que seja 1 atm. Entretanto, deve-se notar na análise que a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude.
  • 29. 29  Etapa 4: As leis físicas Aplique todas as leis e princípios básicos físicos relevantes (tais como o da conservação de energia), e reduza a sua formulação o mais simples utilizando as suposições feitas. Entretanto, a região a que uma lei física é aplicada deve ser primeiramente claramente identificada. Por exemplo, o aquecimento ou o resfriar de uma bebida enlatada são analisados geralmente aplicando o princípio de conservação de energia à toda a lata. 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
  • 30. 30  Etapa 5: As propriedades Determine as propriedades desconhecidas nos estados conhecidos, necessárias para resolver o problema, das relações ou de tabelas de propriedades. Aliste as propriedades separadamente e indique a sua fonte se possível. 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
  • 31. 31  Etapa 6: Os cálculos Substitua as grandezas conhecidas nas relações simplificadas e execute os cálculos para determinar as desconhecidas. Atenção particular deve se dar às unidades e à simplificação das mesmas e recorde-se que uma grandeza dimensional sem unidades não faz nenhum sentido. Também, não dê uma falsa exactidão elevada do resultado, copiando todos os dígitos da máquina de calcular, arredonde os resultados a um número apropriado de dígitos significativos. 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
  • 32. 32  Etapa 7: Raciocínio, verificação e discussão Para certificar-se de que os resultados obtidos são razoáveis e racionais, verifique a validade das suposições feitas. Repita os cálculos que resultaram em valores não racionais. Por exemplo, isolar um aquecedor de água que consome $80 de gás natural por ano não pode resultar em economizar $200 num ano. 1.6. Método de Resolução de Problemas Técnicos
  • 33. 33 1.7. Transferência de calor por condução. 1.7.1. Dedução da equação Básica; 1.7.2. Aspectos particulares da equação diferencial (leis de Fourier, Poisson e Laplace); 1.7.3. Solução da equação unidimensional de transferência de calor em regime permanente. Proxima Aula