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Fluxos de
Informação
Março
2016/17
O ambiente económico e social na história da humanidade nunca
passou por um processo de mudança tão rápido como o que
estamos a viver neste momento. As Tecnologias de Informação,
estão presentes nas mudanças constantes do ambiente
socioeconómico, na globalização, no uso intensivo da Internet e na
generalização da comunicação móvel e na facilidade e rapidez com
que as informações são colocadas à disposição.
Geografia C
Fluxos de Informação Março 2016/17
1 Geografia C
Introdução
A globalização permitiu uma grande cadeia de avanços nos meios de transporte e
comunicação, principalmente após a Terceira Revolução Industrial. Assim, além de aperfeiçoar
os instrumentos já existentes – como as redes telefónicas –, novas ferramentas foram
desenvolvidas no sentido de promover uma maior e melhor integração e relação entre as
diferentes partes do mundo, sendo a internet a maior “ferramenta” da sociedade em que
vivemos e que é marcada por fenómenos de, maiores e menores, fluxos de informação.
Na posse de um computador e com acesso à rede mundial, é possível conectarmo-nos
rapidamente e obter diversas informações sobre inúmeros aspectos de todas as partes do
mundo. Podemos ler notícias sobre a conjuntura nacional e de qualquer parte mundo, ter
acesso a diversas bases de dados, passear por blogues que fazem sucesso em qualquer parte
do mundo ou um vídeo que mais sucesso faz, no fundo, saber todas as novidades sobre todo e
qualquer assunto que se nos apresente como interessante. Diante de tantos dados e conceitos
disponíveis, de fácil acesso, podemos dizer que vivemos na chamada era da informação, que
está, inevitavelmente, associada a uma era de consumo.
Os efeitos do fluxo de informações revelam-se, por exemplo, na padronização relativa de
modelos arquitetónicos, na criação de alguns modelos culturais na moda ou na sociedade em
geral, entre outros… A publicidade, essa, ganhou lugar cativo, mesmo que por vezes de forma
subtil, no quotidiano de todos nós, facilitando assim a proliferação de marcas e empresas por
todo o mundo. Estimativas realizadas por ONGs afirmam que, em um ano, vemos,
actualmente, mais publicidade que uma pessoa que viveu na primeira metade do século XX viu
a vida toda.
Estes fluxos são, essencialmente, proporcionados pelas tecnologias de informação e
comunicação, TIC ,que são o resultado da fusão de três vertentes técnicas: a informática, as
telecomunicações e os meios electrónicos.
Fluxos de Informação Março 2016/17
2 Geografia C
Índice
Introdução ........................................................................................................ 1
I. Sociedade de Informação e de Conhecimento ................ 4
II. Fusão Informática/Telecomunicações .............................. 5
III. Desenvolvimento das Redes de Telecomunicação ....... 6
IV. Redes de Circulação ................................................................. 7
V. Informação geradora de Competitividade ....................... 8
VI. Importância da Informação .................................................. 9
A. Mass Media ...........................................................................................9
B. Ensino à Distância .......................................................................... 10
C. Acesso à Inovação ........................................................................... 11
D. Teletrabalho ...................................................................................... 12
E. Indústris 4.0 ...................................................................................... 12
VII. Infoexclusão..............................................................................14
VIII. Integração de Tecnologias de Informação em Portugal
..................................................................................................................15
Conclusão ........................................................................................................17
Bibliografia .....................................................................................................18
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3 Geografia C
Fluxos de Informação Março 2016/17
4 Geografia C
I. Sociedade de Informação e de Conhecimento
As sociedades contemporâneas estão em constante mudança, tornando cada vez mais
relevante tudo o que se prende com as novas tecnologias, o que levou alguns autores a
defender a existência de um novo paradigma de Sociedade baseada, essencialmente, na
Informação, daí a designação de Sociedade de Informação:
“O conceito de Sociedade da Informação surgiu nos trabalhos de Alain Touraine (1969) e Daniel
Bell (1973) sobre as influências dos avanços tecnológicos nas relações de poder, identificando a
informação como ponto central da sociedade contemporânea. […] A Sociedade da informação
está baseada nas tecnologias de informação e comunicação que envolvem a aquisição, o
armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios electrónicos, como
a rádio, a televisão, telefone e computadores, entre outros. Estas tecnologias não transformam
a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas em contextos sociais, económicos e
políticos, criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da Informação.”
Luís Borges Gouveia, professor catedrático.
Ao longo da história, o Homem tem procurado criar inúmeros meios para comunicar,
melhorando, assim, os seus padrões de vida. Se por um lado, as suas criações representam
uma melhor qualidade de vida, por outro, figura um cenário controverso que a destrói.
Tende-se a confundir e, por isso, comparar o conceito de Sociedade de Informação com
Sociedade de Conhecimento, esta última que se torna diferente na medida em que a
informação é um meio de produção/divulgação de conhecimento. O conceito de Sociedade de
Conhecimento recebe a preferência de muitos por ser, na verdade, o que de benéfico se pode
tirar da Sociedade de Informação.
“O conceito de “sociedade de informação”, a meu ver, está relacionado com a ideia de
‘inovação tecnológica’, enquanto o conceito de ‘sociedade de conhecimento’ inclui uma
dimensão de transformação social, cultural, económica, política e institucional, assim como
uma perspetiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de ‘sociedade de
conhecimento’ é preferível ao da ‘sociedade de informação’, já que expressa melhor a
complexidade e o dinamismo das mudanças que ocorrem atualmente.”
Abdul Waheed Khan, subdiretor-geral da UNESCO para Comunicação e Informação.
Fluxos de Informação Março 2016/17
5 Geografia C
II. Fusão Informática/Telecomunicações
A evolução das TIC e a modernização dos transportes vieram alterar, acima de tudo, o
conceito de distância e, hoje, tudo fica mais perto. A transmissão via satélite ou as redes de
cabo permitem pôr em contacto regiões opostas do globo, possibilitando uma maior relação
entre os países, que se tornam cada vez mais independentes.
A revolução das tecnologias for proporcionada, sobretudo a partir da segunda metade do
séc.XX, com a fusão entre a informática e as telecomunicações. O conceito de telecomunicação
abarca todas as formas de comunicação à distância, enquanto que a informática se refere ao
processamento automático de informação através de dispositivos eletrónicos e sistemas
computacionais.
A fusão ente telecomunicações e informática é, atualmente, concretizada através de várias
formas mas é através da telemática que se realiza de uma forma mais literal. A telemática
conjuga os meios informáticos (computadores, modems, etc.) com meios de comunicação à
distância, ou telecomunicações (linhas telefónicas, satélites, etc.), sendo que a própria palavra
telemática resulta da conjugação das palavras telecomunicações e informática. Atualmente a
telemática é uma das áreas das TIC em grande desenvolvimento e com grandes
potencialidades e perspetivas. A forma mais simples de efetuar uma comunicação telemática é
utilizar um modem, ligando um computador pessoal à rede telefónica e, desta forma, entrar
em contacto com outro computador igual ao nosso ou com um sistema informático diferente,
outros computadores ou redes de computadores.
A internet nasce, precisamente, da aliança entre informática e telecomunicações e é um
exemplo de telemática. Através de um sistema que associa o computador e uma linha
telefónica, qualquer pessoa pode comunicar com outra, independentemente da distância que
as separa, numa vasta rede de partilha de ideias e de informação.
Um outro, e importante, exemplo, não literal mas representativo desta fusão é a forma como
hoje em dia utilizamos o telemóvel, transportando para ele as funcionalidades mais associadas
a um computador.
Fluxos de Informação Março 2016/17
6 Geografia C
III. Desenvolvimento das Redes de Telecomunicação
As telecomunicações constituem um ramo da engenharia elétrica que contempla o projeto, a
implantação, manutenção e controles de redes de sistemas de comunicações (satélites, redes
telefónicas, redes televisivas, sistemas bancários, internet, entre outros…).
Hoje em dia, as telecomunicações, transferem quase instantaneamente, de um local para o
outro do planeta, a preços cada vez mais baixos, uma grande quantidade de informação por
palavras, imagens ou através de símbolos alfanuméricos.
As telecomunicações usam como veículo de transmissão da informação uma rede de cabos
(telégrafo, telefone, fax, televisão por cabos), colocados ao longo do subsolo continental ou no
fundo dos oceanos, evoluíram. Desde 1988 que um só cabo de fibras ópticas oferece
simultaneamente 40 mil circuitos telefónicos através do Atlântico Norte. Tratam-se de “fios de
vidro” um pouco, quase nada, maiores que um fio de cabelo, que vieram substituir os fios de
cobre e transmitir num segundo a quantidade de informação que as redes de cobre
transmitiam em 21 horas.
As telecomunicações sem fio, ou wireless, consistem na transferência de dados e informações
sem a utilização de cabos e as distâncias envolvidas podem ser curtas (como a que se
estabelece entre uma televisão e o seu comando) ou longas (como ocorre com as transmissões
de ondas de rádio). A sua expansão tem-se intensificado nos últimos anos. Presença assídua no
nosso quotidiano, através do telemóvel, do GPS, do controle automático de uma porta comum
ou de uma porta de garagem, do rato e do teclado sem fios, ou o telefone sem fio, é um
sistema que traz vantagens, como a a transmissão de informação a alta velocidade, ou
desvantagens, como a suscetibilidade da captura de dados por alguém não autorizado.
A multiplicação de satélites no espaço permitiu reduzir o isolamento provocado por
obstáculos do relevo e dos oceanos e contribuiu para a construção de uma rede mundial de
telecomunicações cada vez mais densa.
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7 Geografia C
IV. Redes de Circulação
O sistema de redes de circulação trata da comunicação das pessoas entre si e o partilhar de
ideias e informação. Através da Internet, do fax, da videoconferência, jornais ou bolhetins
informativos, as pessoas trocam informações, refletindo e debatendo-as, construindo um
outro tipo de ser e contribuindo para a tal Sociedade de Informação e Conhecimento, cada vez
menos restrita.
O acesso à informação é cada vez mais facilitado, através de instrumentos como o correio
eletrónico, ou até as redes sociais, que permitem trocar mensagens, documentos e imagens
que atingem o seu destino em segundos. Através de computadores integrados em rede ou de
novos equipamentos tecnologicamente evoluídos (tablets, computador portátil, netbooks,
smartphones, iPhone, iPad ou iPod com tecnologia 4G) temos acesso a documentos visuais ou
sonoros, dados , textos vindos de todas as partes do mundo… Um mundo virtual onde
podemos escolher ser leitores de “bibliotecas virtuais” ou, até, alunos de “universidades
virtuais”, que são uma nova forma assumida pelo ensino à distância.
Fluxos de Informação Março 2016/17
8 Geografia C
V. Redes de Circulação
Os grandes avanços da tecnologia nascem, em grande paste, por “culpa” da competição que é
cada vez mais instigada entre as organizações e empresas, no intuito de oferecer mais
qualidade, conforto e benefícios nos seus produtos e serviços, satisfazendo cada vez mais as
necessidades humanas. A evolução das empresas tem, ao longo dos últimos 50 anos, passando
por uma adaptação às novas tecnologias, forçando à especialização neste novo contexto,
oferecendo produtos e serviços mais diversificados e sofisticados. No contexto das Tecnologias
de Informação, a agitação é tão grande que alcançaram um patamar de estratégia utilizada no
ambiente de negócios e em toda a cadeia de atividades no progresso da humanidade, um
progresso que gera curiosidade e vontade de descobrir mais e melhor.
Para se tornarem competitivas, fazendo das Tecnologias de Informação recurso, as empresas
detêm, hoje, sistemas que permitem a organização das informações dos recursos humanos,
sistemas que fornecem informações instantâneas durante o processo produtivo, sites de
relacionamento com clientes e colaboradores internos e estabelecendo interligação entre
todos os trabalhadores da empresa, fazendo recurso ao correio electrónico ou a sistemas de
chat.
Hoje, as grandes empresas procuram nos seus empregados um alto conhecimento, ou até
especialização, em Tecnologias de Informação, sendo-lhes exigido o desenvolvimento e
aprimoramento de novas habilidades de identificação, seleção e interpretação da informação
importante.
O "Capitalismo Digital", um novo conceito nesta nova era digital, é um acumulo de dados e
informações em derivadas áreas e setores, disponível para consulta e venda aos utilizadores
que precisam das informações para obter um determinado produto. É certo que sempre houve
a necessidade de obter informações para o desenvolvimento e para a sobrevivência, mas este
compartilhamento tornou-se tão rápido e instantâneo que gerou a acumulação de informação
e tornou impossível a distinção entre as informações úteis, recentes, obsoletas e vagas,
obrigando muitas empresas a uma adoção de um sistema de Business Inteligence, que trata do
processo de reunião, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de
informações que oferecem suporte à gestão de negócios, permitindo-lhes uma maior
competitividade.
Fluxos de Informação Março 2016/17
9 Geografia C
VI. Importância da Informação
A. Mass Media
As potencialidades das redes atuais de circulação da informação são particularmente
aproveitadas pelos media. As agências noticiosas apoiam-se numa rede sólida de
correspondentes, espalhada pelo mundo e vendem informações variadas às instâncias de
decisão estatais e aos grandes órgãos de comunicação social. Há cerca de 20 anos que os
grandes órgãos de comunicação social, como a CNN, transmitem em direto reportagens de
graves acontecimentos internacionais. Algo que estimula outros grandes órgãos a procederem
da mesma forma, como é o caso dos 3 principais canais portugueses, mas, no fundo, há uma
pequena elite que serve como fonte de informação para, quase, todo o mundo. Os grandes
órgãos de comunicação social são dirigidos pelos países do Norte, sobretudo pelos Estados
Unidos, que tendem a exercer influência sobre a visão do mundo que é veiculada. Os PED
tendem a ser esquecidos pelos meios de comunicação social, à excessão de quando ocorrem
conflitos ou são vítimas de fome ou de epidemias.
A internet causa, entre outras coisas e acima de outras tantas, medo. Tal como com os CD’s,
os livros, os DVD’s, os SMS ou as televisões, cada vez mais os jornais e revistas temem o seu
próprio desaparecimento, com o jornalismo digital a avançar cada vez mais. No passado mês
de Janeiro fecharam duas revistas portuguesas femininas e de lifestyle, um dos mercados mais
saturados, sendo que uma delas mudou-se para o campo digital.
O controlo da informação é um desafio, que se apresenta á sociedade, cada vez maior. A
difusão das fake news, as notícias falsas, ou das post-truth, as pós-verdades, é um fenómeno
que cresce cada vez mais, em Portugal e no mundo, e que trata de, no fundo, difundir
informações falsas, como se de verdades se tratassem. O fenómeno é antigo mas ganhou
destaque com as eleições norte-americanas. Várias páginas da internet divulgaram notícias
fabricadas sobre Donald Trump e Hillary Clinton, assentes no sensacionalismo e em busca de
audiência, cujo objetivo foi atingido. Muitos culpabilizam o fenómeno quando se fala da vitória
de Donald Trump. Agora, os países que vão entrar em tempo de eleições estão debaixo de
fogo e a União Europeia já faz deste um assunto presente na sua ordem de trabalhos.
Estas notícias surgem em grupos de trabalho específicos para criar notícias falsas, com o
intuito de influenciar a opinião pública em relação a diversas matérias, normalmente,
consideradas sensíveis, por norma, a informação está camuflada num site que parece se
apresenta como um órgão de comunicação credível.
“Os think thanks de notícias falsas utilizam uma mistura de verdades selecionadas, meias
verdades e conteúdo fabricado para manipular as pessoas […].”
Wired Massimo Pigliucci, filósofo do City College de Nova Iorque.
Fluxos de Informação Março 2016/17
10 Geografia C
O fenómeno tende a ser defendido como “promotor da verdade através do que é falso, ou
‘meio falso’”, e já chegou a Portugal, havendo até um site de notícias falsas “legítimas”, ou
seja, um site que recorre à sátira e a notícias falsas para apresentar alguns casos reais que se
verificam no país. Trata-se do site “Imprensa Falsa”.
A televisão chega, atualmente, a maior parte das famílias de todo o mundo e passou a ser,
para muitos, parte imprescindível do dia-a-dia, servindo para a difusão de uma “cultura
global”, um fenómeno cada vez mais ameaçado pela internet e pelos serviços de streaming,
um serviço que traz vantagens como o baixo custo e o acesso a conteúdos sem a necessidade
de armazenamento, bem como oferecer a oportunidade ao espetador de assistir o produto
que deseja, consoante a sua vontade (Netflix, Hulu, Amazon Prime).
Uma importante indústria de entretenimento que continua firme são os produtos
cinematográficos, essencialmente, norte-americanos, que difundem uma “cultura de consumo
mundial”.
B. Ensino à Distância
O Ensino à Distância (EAD) trata de qualquer forma de educação ou formação que possa ser
realizada por meios que não impliquem qualquer tipo de presença e que, portanto, se
carateriza pela separação do professor e do aluno no espaço e/ou tempo, podendo ser
realizada pelo uso de diferentes meios como a carta, a rádio, a televisão, vídeo, CD-ROM,
telefone, fax, telemóvel, iPod, notebook etc..
No sistema síncrono professor e aluno estão em aula ao mesmo tempo, enquanto que no
assíncrono as aulas/sessões podem ser dadas/recebidas em diferido. Este é um sistema
disponibilizado na maior parte das universidades do mundo, para alguns cursos, ainda assim
este é um método apontado como a tendência atual de treinamento, aprendizagem e
formação continuada no setor empresarial.
O e-learning é uma modalidade de ensino à distância que possibilita a autoaprendizagem,
assenta no ambiente online, aproveitando as capacidades da Internet para a comunicação e
distribuição de conteúdos.
"[…] o processo pelo qual o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador
e/ou Internet e em que o professor, se existir, está à distância, utilizando a Internet como meio
de comunicação (síncrono ou assíncrono), podendo existir sessões presenciais intermédias
(blended learning)."
David Leal e Luís Amaral em ‘Do ensino em sala ao e-Learning’.
Em Portugal, o Ensino à Distância (ED), no ensino público, é oferecido a todos os níveis de
escolaridade, menos ao 1º ciclo, e “funciona através de uma plataforma digital, constituída por
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11 Geografia C
salas de aula virtuais, organizadas por público-alvo, ano e ciclo de escolaridade, com recurso a
formas de trabalho síncronas e assíncronas”, ainda que qualquer um possa ter acesso, as vagas
abertas dão prioridade a alunos com certo tipo de caraterísticas. Já as universidades
portuguesas oferecem todas oportunidades de ensino à distância e plataformas para a sua
realização, sendo o maior problema a oferta de cursos limitada.
C. Acesso à Inovação
Ainda que para muitos a Internet e o acesso à informação e à inovação seja uma parte
integrante do dia-a-dia, a verdade é que existe uma quebra, tanto espacial como social, que
deixa uma parte do mundo à margem do ciberespaço, principalmente na África e na Ásia
Central. As tecnologias de comunicação, e não só, estão destinadas e ao dispor dos países mais
desenvolvidos, deixando de parte todos os outros. Ainda assim, as regiões em
desenvolvimento são as mais beneficiadas entre as menos, sendo que têm acesso a
tecnologias que tendem a expandir-se rapidamente, como o telemóvel.
A predominância dos EUA no domínio da comunicação chega a ser esmagadora, tratando-se
de uma hegemonia estimulada pelo seu poderio na indústria informática, sendo empresas
como a IBM, Microsoft, Apple, HP, Intel ou a Eletronic Arts, de origem norte-americana, e
maior parte destas empresas reúnem sede ou infraestruturas em Sillicon Valley, na Califórnia,
um local onde se ‘implantam’ empresas, desde 1950, com o objetivo de gerar inovações
científicas e tecnológicas, podendo ser considerado a ‘meca’ das tecnologias ocidentais.
Um outro fenómeno relacionado com o domínio dos EUA na área das TIC tem o nome de
Google. O browser, ou motor de busca, que não é estranho a ninguém e que se tornou numa
eficaz, e de referência, ferramenta de pesquisa mundial.
O Índice de Desenvolvimento das TIC (IDT) criado pela União Internacional das
Telecomunicações (UIT) mostra que os países líderes nesta área são os que possuem elevados
rendimentos per capita, mercados competitivos e população qualificada.
A informação, e o acesso a ela, tem um papel fulcral enquanto recurso das empresas e de
organizações. É muito através dela que, hoje, as grandes, pequenas e médias empresas
definem as suas estratégias e os seus objetivos, uma importância que ganha outra dimensão
tendo em conta que os ganhos de produtividade das empresas aumentam consoante a
informação na sua posse. As grandes empresas transnacionais, ao terem maior facilidade no
acesso à informação, definem os seus países de origem, geralmente desenvolvidos, como
detentores do poderio no domínio económico e cultural. Hoje em dia, tanto as ETN, quanto
outras grandes empresas , procedem à criação das suas próprias bases de dados e redes de
informação.
Nos países mais desenvolvidos, onde há mais oportunidades de acesso, os padrões mudam e
um conjunto de atividades ligadas à utilização das TIC e baseadas essencialmente na inovação
Fluxos de Informação Março 2016/17
12 Geografia C
tecnológica e no funcionamento em rede assume uma notoriedade crescente, como a
informática, a biotecnologia e as telecomunicações.
D. Teletrabalho
Sendo a sociedade da informação uma sociedade de mercado tem, obrigatoriamente, as
empresas como suporte e são elas que lhe dão corpo. Desta forma, a criação de novas
empresas obrigam as próprias a obedecer a novos paradigmas. Com a globalização e, a
evolução tecnológica da informação, a tendência é a ampliação do mercado e o aumento da
competitividade, fazendo surgir o que podemos chamar de empresas virtuais.
As empresas virtuais são empresas tradicionais que, através das tecnologias da informação e
da comunicação, refizeram os seus negócios, em busca de uma maior aproximação com os
seus clientes.
Por serem virtuais, não necessitam de instalações ou manutenção, o que reduz drasticamente
os seus recursos e custos operacionais. A produção e o comércio já não são o que eram antes
da existência das TICs, sendo que o e-commerce, o conjunto de relações comerciais realizadas
através de mecanismos eletrónicos, ganha cada vez mais espaço na economia global.
As tecnologias de tratamento da informação impõem e facilitam a alteração dos processos de
trabalho e a implementação de novos métodos, como é o caso do teletrabalho. O teletrabalho
trata de uma nova forma de organização de trabalho, que permite deslocarmos o trabalho dos
sítios tradicionais para outros lugares, utilizando as telecomunicações. Destacam-se como
vantagens do teletrabalho a maior flexibilidade na hora de organizar o trabalho, a maior
autonomia e produtividade, menos tempo perdido para chegar ao trabalho e um melhor
equilíbrio entre a vida privada e a vida profissional. Por outro lado destaca-se a tendência a
trabalhar mais horas, maiores interferências entre o trabalho e a vida privada, o isolamento,
stress, insónia e uma maior intensificação do trabalho.
Muito se questiona se o teletrabalho virá reduzir o desemprego, a verdade é que, para já, o
teletrabalho não vem reduzir diretamente o desemprego mas sim dinamizar o trabalho
tradicional. Ainda assim, este tipo de trabalho exige uma maior qualificação e, ainda que
diminuam os custos com a mão-de-obra, exige um maior investimento por parte das empresas
que aderem este método.
E. Indústria 4.0
Cada vez mais cresce o conceito e a aplicação do que é a Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução
Industrial. Trata-se de um conceito de reindustrialização, que se desenvolveu nos últimos anos
Fluxos de Informação Março 2016/17
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nos Estados Unidos, onde depois de um processo de desindustrialização de cerca de 30 anos,
se concebeu a ideia de um retorno à indústria, mas a uma indústria de novo tipo. De uma
forma simplificada, trata-se de uma indústria que utiliza ao máximo as tecnologias da
informação, comunicação e localização (TICLs) mais avançadas e a robótica para desenhar,
projetar e produzir produtos a partir da recolha das necessidades e dos gostos dos clientes,
produtos em certos casos produzidos em pequenas quantidades, ou até individualmente, para
serem entregues aos clientes diretamente, depois de uma encomenda personalizada e sem
custos de armazenamento.
A Indústria 4.0 representa, ainda, a entrada definitiva e inevitável das Tecnologias de
Informação em todos os níveis do sistema de produção, o que leva a que os produtos possam
ser planeados e executadas com um mínimo de intervenção humana.
Portugal aposta forte neste processo de reindustrialização e o Ministro da Economia
anunciou, no mês de Fevereiro deste ano, uma linha de crédito de 220 milhões de euros para
empresas direcionadas à Indústria 4.0.
Fluxos de Informação Março 2016/17
14 Geografia C
VII. Infoexclusão
A infoexclusão trata do desconhecimento dos meios, dos métodos ou das novas tecnologias
da informação. A infoinclusão, como contraponto da infoexclusão, significa formar cidadãos
capazes de utilizar as tecnologias de informação e comunicação para a transformação
económica, social e cultural. Como tal, a infoinclusão deve ser encarada por todos como uma
missão, tratando-se de uma condição para a prosperidade da sociedade e do indivíduo.
Sabe-se, porém, que a infoexclusão é um desafio que requer mudanças organizacionais e
culturais que vão além de se ter acesso e saber utilizar um computador. Na aliança contra a
infoexclusão, é fundamental a conjugação das políticas nacionais direccionadas para o digital
com o envolvimento ativo das empresas e da vontade de todos em participar na sociedade de
informação.
Como é natural, a infoexclusão é associada a pessoas em faixas etárias mais velhas, na
generalidade, e são os jovens os mais “infoincluídos” da sociedade. Ainda assim, em 2014, um
relatório fundamentado no International Computer and Information Literacy Study (ICILS)
apresentou resultados que vão de encontro com uma postura funcional e básica dos mais
jovens face à utilização das TIC, uma vez que cerca de 83% dos inquiridos têm um nível de
competências digitais básico, que não envolve nem promove o pensamento crítico. Ainda de
acordo com este relatório, apenas 2% dos jovens inquiridos apresentam um elevado nível de
domínio digital. Cá está uma prova de que quantidade e qualidade não são significado, e as
medidas de educação para a Sociedade de Informação já passou o objetivo do acesso,
passando para o da obtenção de qualidade.
Este é um problema ao qual se deve dar especial atenção, sendo que trata de pessoas que,
independentemente de terem acesso aos meios, não têm qualificações mínimas para serem
atores do mundo global em que vivemos. Por isso, o combate à infoexclusão é a chave de
qualquer progresso, visando a igualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, uma redução
das assimetrias e um desenvolvimento sustentável.
Fluxos de Informação Março 2016/17
15 Geografia C
IX. Integração de Tecnologias de Informação em Portugal
Sabe-se que, em 2015, a percentagem de portugueses (dos 16 aos 74 anos) que nunca utilizou
Internet diminuiu de 32% em 2014 para 28%, como anunciou a ANACOM, reconhecendo "a
distância" face à média europeia de 16%. Uma distância que tende a diminuir
proporcionalmente com a da média europeia. A faixa etária que menos recorre a este
instrumento trata de idades mais avançadas, com apenas 27% a usarem a internet.
Hoje em dia, uma das mais crescentes atividades e investimentos que se verificam nas
empresas são as de Investigação e Desenvolvimento (I&D), tratando-se de atividades que
devem envolver trabalhos experimentais ou teóricos com vista à obtenção de novos
conhecimentos de modo a que estes possam ser utilizados no desenvolvimento de novos
materiais, de novos produtos e/ou processos, sistemas e serviços, ou à melhoria dos já
existentes, trantando-se de uma atividade que anda constantemente de “mãos-dadas” com a
tecnologia. A sua resolução antevê-se sempre ser de elevado grau de incerteza científica e/ou
tecnológica (risco). Em Portugal, o Portal dos Incentivos, por exemplo, financiado por fundos
do Portugal 2020, oferece um Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento
Tecnológico a todas as empresas que se candidatarem, com o seu projecto de I&D, a receber
este incentivo e que detenham os critérios de elegibilidade exigidos. Trata-se, então, de um
investimento com que Portugal se tem vindo a preocupar e a apostar forte, ainda assim, como
em tudo, há trabalho a ser feito, sendo que num documento publicado pelo FMI, em Março de
2016, os técnicos do FMI apresentaram dados que defendem que as empresas portuguesas
estão entre as que menos gastam em investigação e desenvolvimento (I&D) na Europa.
Ao longo dos últimos anos Portugal e os seus governos procuraram incrementar a utilização
das novas tecnologias e, nomeadamente, da internet, através do campo da educação. Desde
1985 que se criam programas que ajudaram a este processo, como o Ligar Portugal - cujo
objectivo foi ligar todas as escolas portuguesas ao sistema de banda-larga da Internet,
realizado entre 2005 e 2006 – ou o Programa E-Escolas – que ao tentava tornar possível o
acesso a computadores e internet de todos os estratos sociais, procurando divulgar a
Sociedade de Informação junto das escolas – apresentado em 2007.
Em Portugal vigora, ainda, desde 2013 e até 2020, alinhada com as prioridades da Agenda
Digital para a Europa e da Estratégia Europa 2020, a Agenda Portugal Digital que tem “o
objetivo estratégico de promover a inovação, o empreendedorismo e a internacionalização da
economia nacional, com vista a tornar Portugal um país com empresas de elevado potencial de
crescimento e de internacionalização, foi reafirmada a relevância da utilização das Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC) pelas empresas como fator decisivo para o aumento da
sua produtividade e competitividade”.
No passado ano, de 7 a 10 de Novembro, o país recebeu uma das maiores conferências de
tecnologia na Europa, que se realiza desde 2009, a Web Summit. Para além de informações
que declaram que o impacto direto do evento terá sido entre 150 e 200 milhões de euros, já
foi confirmado pelo Presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de
Fluxos de Informação Março 2016/17
16 Geografia C
Portugal que a Web Summit fica em Portugal até 2020, na esperança de que o país se torne
num “‘hub’ tecnológico”.
Portugal ainda tem um longo caminho pela frente, mas as expectativas são altas.
Fluxos de Informação Março 2016/17
17 Geografia C
Conclusão
Posta toda a análise e informação em causa, se há verdade irrefutável nos dias de hoje, é a de
que hoje vivemos em plena Sociedade de Informação e Conhecimento, onde a Internet deixou
de ser única e exclusivamente importante para passar a ser parte integrante da nossa vida.
Algo que levanta questões acaba por ser a finalidade do uso de toda a informação que nos
chega, seja por ser utilizada para fins menos legítimos, seja por causar desemprego em certos
setores ou por ser simplesmente assimilada e não refletida. Assim, o objetivo deixou de ser o
acesso à informação para o bom uso da informação.
Fluxos de Informação Março 2016/17
18 Geografia C
Bibliografia
Livros:
DOMINGOS, Cristina; LEMOS, Sílvia; CANAVILHAS, Telma. Geografia C 12º Ano. Lisboa: Plátano Editora, 2015.
Internet:
Fluxos de Informações, Alunos Online. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/fluxo-informacoes.html>. Acesso
em 2 de Março de 2017.
Sociedade da Informação, Universidade de Coimbra. Disponível em: <http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008007.pdf>.
Acesso em 2 de Março de 2017.
Sociedade da Informação X Sociedade de Conhecimento, Baguete. Disponível em: <http://www.baguete.com.br/colunas/claudio-
de-musacchio/26/07/2014/sociedade-da-informacao-x-sociedade-do-conhecimento>. Acesso em 2 de Março de 2017.
Sociedade da informação / Sociedade do conhecimento, Vecam. Disponível em: <http://vecam.org/archives/article519.html>.
Acesso em 2 de Março de 2017.
Telemática, TIC Luis Ferreira. Disponível em: <http://ticluisferreira.blogspot.pt/p/telematica.html>. Acesso em 2 de Março de
2017.
Revistas “Flash!” e “Cosmopolitan” fecham edições impressas, Luis Paulo Rodrigues Comunicação. Disponível em:
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2017.
A liberdade de expressão e as notícias falsas, Diário de Notícias. Disponível em: <http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-
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Ensino a distância, DGE. Disponível em: <http://www.dge.mec.pt/ensino-distancia-0>. Acesso em 2 de Março de 2017.
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Fluxos de Informação Março 2016/17
20 Geografia C
Realizado por:
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Geografia C, 12º C, Escola Secundária E/B2,3 Michel Giacometti
2016/17

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Trabalho Escrito - Fluxos de Informação

  • 1. Fluxos de Informação Março 2016/17 O ambiente económico e social na história da humanidade nunca passou por um processo de mudança tão rápido como o que estamos a viver neste momento. As Tecnologias de Informação, estão presentes nas mudanças constantes do ambiente socioeconómico, na globalização, no uso intensivo da Internet e na generalização da comunicação móvel e na facilidade e rapidez com que as informações são colocadas à disposição. Geografia C
  • 2. Fluxos de Informação Março 2016/17 1 Geografia C Introdução A globalização permitiu uma grande cadeia de avanços nos meios de transporte e comunicação, principalmente após a Terceira Revolução Industrial. Assim, além de aperfeiçoar os instrumentos já existentes – como as redes telefónicas –, novas ferramentas foram desenvolvidas no sentido de promover uma maior e melhor integração e relação entre as diferentes partes do mundo, sendo a internet a maior “ferramenta” da sociedade em que vivemos e que é marcada por fenómenos de, maiores e menores, fluxos de informação. Na posse de um computador e com acesso à rede mundial, é possível conectarmo-nos rapidamente e obter diversas informações sobre inúmeros aspectos de todas as partes do mundo. Podemos ler notícias sobre a conjuntura nacional e de qualquer parte mundo, ter acesso a diversas bases de dados, passear por blogues que fazem sucesso em qualquer parte do mundo ou um vídeo que mais sucesso faz, no fundo, saber todas as novidades sobre todo e qualquer assunto que se nos apresente como interessante. Diante de tantos dados e conceitos disponíveis, de fácil acesso, podemos dizer que vivemos na chamada era da informação, que está, inevitavelmente, associada a uma era de consumo. Os efeitos do fluxo de informações revelam-se, por exemplo, na padronização relativa de modelos arquitetónicos, na criação de alguns modelos culturais na moda ou na sociedade em geral, entre outros… A publicidade, essa, ganhou lugar cativo, mesmo que por vezes de forma subtil, no quotidiano de todos nós, facilitando assim a proliferação de marcas e empresas por todo o mundo. Estimativas realizadas por ONGs afirmam que, em um ano, vemos, actualmente, mais publicidade que uma pessoa que viveu na primeira metade do século XX viu a vida toda. Estes fluxos são, essencialmente, proporcionados pelas tecnologias de informação e comunicação, TIC ,que são o resultado da fusão de três vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e os meios electrónicos.
  • 3. Fluxos de Informação Março 2016/17 2 Geografia C Índice Introdução ........................................................................................................ 1 I. Sociedade de Informação e de Conhecimento ................ 4 II. Fusão Informática/Telecomunicações .............................. 5 III. Desenvolvimento das Redes de Telecomunicação ....... 6 IV. Redes de Circulação ................................................................. 7 V. Informação geradora de Competitividade ....................... 8 VI. Importância da Informação .................................................. 9 A. Mass Media ...........................................................................................9 B. Ensino à Distância .......................................................................... 10 C. Acesso à Inovação ........................................................................... 11 D. Teletrabalho ...................................................................................... 12 E. Indústris 4.0 ...................................................................................... 12 VII. Infoexclusão..............................................................................14 VIII. Integração de Tecnologias de Informação em Portugal ..................................................................................................................15 Conclusão ........................................................................................................17 Bibliografia .....................................................................................................18
  • 4. Fluxos de Informação Março 2016/17 3 Geografia C
  • 5. Fluxos de Informação Março 2016/17 4 Geografia C I. Sociedade de Informação e de Conhecimento As sociedades contemporâneas estão em constante mudança, tornando cada vez mais relevante tudo o que se prende com as novas tecnologias, o que levou alguns autores a defender a existência de um novo paradigma de Sociedade baseada, essencialmente, na Informação, daí a designação de Sociedade de Informação: “O conceito de Sociedade da Informação surgiu nos trabalhos de Alain Touraine (1969) e Daniel Bell (1973) sobre as influências dos avanços tecnológicos nas relações de poder, identificando a informação como ponto central da sociedade contemporânea. […] A Sociedade da informação está baseada nas tecnologias de informação e comunicação que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios electrónicos, como a rádio, a televisão, telefone e computadores, entre outros. Estas tecnologias não transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas em contextos sociais, económicos e políticos, criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da Informação.” Luís Borges Gouveia, professor catedrático. Ao longo da história, o Homem tem procurado criar inúmeros meios para comunicar, melhorando, assim, os seus padrões de vida. Se por um lado, as suas criações representam uma melhor qualidade de vida, por outro, figura um cenário controverso que a destrói. Tende-se a confundir e, por isso, comparar o conceito de Sociedade de Informação com Sociedade de Conhecimento, esta última que se torna diferente na medida em que a informação é um meio de produção/divulgação de conhecimento. O conceito de Sociedade de Conhecimento recebe a preferência de muitos por ser, na verdade, o que de benéfico se pode tirar da Sociedade de Informação. “O conceito de “sociedade de informação”, a meu ver, está relacionado com a ideia de ‘inovação tecnológica’, enquanto o conceito de ‘sociedade de conhecimento’ inclui uma dimensão de transformação social, cultural, económica, política e institucional, assim como uma perspetiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de ‘sociedade de conhecimento’ é preferível ao da ‘sociedade de informação’, já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mudanças que ocorrem atualmente.” Abdul Waheed Khan, subdiretor-geral da UNESCO para Comunicação e Informação.
  • 6. Fluxos de Informação Março 2016/17 5 Geografia C II. Fusão Informática/Telecomunicações A evolução das TIC e a modernização dos transportes vieram alterar, acima de tudo, o conceito de distância e, hoje, tudo fica mais perto. A transmissão via satélite ou as redes de cabo permitem pôr em contacto regiões opostas do globo, possibilitando uma maior relação entre os países, que se tornam cada vez mais independentes. A revolução das tecnologias for proporcionada, sobretudo a partir da segunda metade do séc.XX, com a fusão entre a informática e as telecomunicações. O conceito de telecomunicação abarca todas as formas de comunicação à distância, enquanto que a informática se refere ao processamento automático de informação através de dispositivos eletrónicos e sistemas computacionais. A fusão ente telecomunicações e informática é, atualmente, concretizada através de várias formas mas é através da telemática que se realiza de uma forma mais literal. A telemática conjuga os meios informáticos (computadores, modems, etc.) com meios de comunicação à distância, ou telecomunicações (linhas telefónicas, satélites, etc.), sendo que a própria palavra telemática resulta da conjugação das palavras telecomunicações e informática. Atualmente a telemática é uma das áreas das TIC em grande desenvolvimento e com grandes potencialidades e perspetivas. A forma mais simples de efetuar uma comunicação telemática é utilizar um modem, ligando um computador pessoal à rede telefónica e, desta forma, entrar em contacto com outro computador igual ao nosso ou com um sistema informático diferente, outros computadores ou redes de computadores. A internet nasce, precisamente, da aliança entre informática e telecomunicações e é um exemplo de telemática. Através de um sistema que associa o computador e uma linha telefónica, qualquer pessoa pode comunicar com outra, independentemente da distância que as separa, numa vasta rede de partilha de ideias e de informação. Um outro, e importante, exemplo, não literal mas representativo desta fusão é a forma como hoje em dia utilizamos o telemóvel, transportando para ele as funcionalidades mais associadas a um computador.
  • 7. Fluxos de Informação Março 2016/17 6 Geografia C III. Desenvolvimento das Redes de Telecomunicação As telecomunicações constituem um ramo da engenharia elétrica que contempla o projeto, a implantação, manutenção e controles de redes de sistemas de comunicações (satélites, redes telefónicas, redes televisivas, sistemas bancários, internet, entre outros…). Hoje em dia, as telecomunicações, transferem quase instantaneamente, de um local para o outro do planeta, a preços cada vez mais baixos, uma grande quantidade de informação por palavras, imagens ou através de símbolos alfanuméricos. As telecomunicações usam como veículo de transmissão da informação uma rede de cabos (telégrafo, telefone, fax, televisão por cabos), colocados ao longo do subsolo continental ou no fundo dos oceanos, evoluíram. Desde 1988 que um só cabo de fibras ópticas oferece simultaneamente 40 mil circuitos telefónicos através do Atlântico Norte. Tratam-se de “fios de vidro” um pouco, quase nada, maiores que um fio de cabelo, que vieram substituir os fios de cobre e transmitir num segundo a quantidade de informação que as redes de cobre transmitiam em 21 horas. As telecomunicações sem fio, ou wireless, consistem na transferência de dados e informações sem a utilização de cabos e as distâncias envolvidas podem ser curtas (como a que se estabelece entre uma televisão e o seu comando) ou longas (como ocorre com as transmissões de ondas de rádio). A sua expansão tem-se intensificado nos últimos anos. Presença assídua no nosso quotidiano, através do telemóvel, do GPS, do controle automático de uma porta comum ou de uma porta de garagem, do rato e do teclado sem fios, ou o telefone sem fio, é um sistema que traz vantagens, como a a transmissão de informação a alta velocidade, ou desvantagens, como a suscetibilidade da captura de dados por alguém não autorizado. A multiplicação de satélites no espaço permitiu reduzir o isolamento provocado por obstáculos do relevo e dos oceanos e contribuiu para a construção de uma rede mundial de telecomunicações cada vez mais densa.
  • 8. Fluxos de Informação Março 2016/17 7 Geografia C IV. Redes de Circulação O sistema de redes de circulação trata da comunicação das pessoas entre si e o partilhar de ideias e informação. Através da Internet, do fax, da videoconferência, jornais ou bolhetins informativos, as pessoas trocam informações, refletindo e debatendo-as, construindo um outro tipo de ser e contribuindo para a tal Sociedade de Informação e Conhecimento, cada vez menos restrita. O acesso à informação é cada vez mais facilitado, através de instrumentos como o correio eletrónico, ou até as redes sociais, que permitem trocar mensagens, documentos e imagens que atingem o seu destino em segundos. Através de computadores integrados em rede ou de novos equipamentos tecnologicamente evoluídos (tablets, computador portátil, netbooks, smartphones, iPhone, iPad ou iPod com tecnologia 4G) temos acesso a documentos visuais ou sonoros, dados , textos vindos de todas as partes do mundo… Um mundo virtual onde podemos escolher ser leitores de “bibliotecas virtuais” ou, até, alunos de “universidades virtuais”, que são uma nova forma assumida pelo ensino à distância.
  • 9. Fluxos de Informação Março 2016/17 8 Geografia C V. Redes de Circulação Os grandes avanços da tecnologia nascem, em grande paste, por “culpa” da competição que é cada vez mais instigada entre as organizações e empresas, no intuito de oferecer mais qualidade, conforto e benefícios nos seus produtos e serviços, satisfazendo cada vez mais as necessidades humanas. A evolução das empresas tem, ao longo dos últimos 50 anos, passando por uma adaptação às novas tecnologias, forçando à especialização neste novo contexto, oferecendo produtos e serviços mais diversificados e sofisticados. No contexto das Tecnologias de Informação, a agitação é tão grande que alcançaram um patamar de estratégia utilizada no ambiente de negócios e em toda a cadeia de atividades no progresso da humanidade, um progresso que gera curiosidade e vontade de descobrir mais e melhor. Para se tornarem competitivas, fazendo das Tecnologias de Informação recurso, as empresas detêm, hoje, sistemas que permitem a organização das informações dos recursos humanos, sistemas que fornecem informações instantâneas durante o processo produtivo, sites de relacionamento com clientes e colaboradores internos e estabelecendo interligação entre todos os trabalhadores da empresa, fazendo recurso ao correio electrónico ou a sistemas de chat. Hoje, as grandes empresas procuram nos seus empregados um alto conhecimento, ou até especialização, em Tecnologias de Informação, sendo-lhes exigido o desenvolvimento e aprimoramento de novas habilidades de identificação, seleção e interpretação da informação importante. O "Capitalismo Digital", um novo conceito nesta nova era digital, é um acumulo de dados e informações em derivadas áreas e setores, disponível para consulta e venda aos utilizadores que precisam das informações para obter um determinado produto. É certo que sempre houve a necessidade de obter informações para o desenvolvimento e para a sobrevivência, mas este compartilhamento tornou-se tão rápido e instantâneo que gerou a acumulação de informação e tornou impossível a distinção entre as informações úteis, recentes, obsoletas e vagas, obrigando muitas empresas a uma adoção de um sistema de Business Inteligence, que trata do processo de reunião, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte à gestão de negócios, permitindo-lhes uma maior competitividade.
  • 10. Fluxos de Informação Março 2016/17 9 Geografia C VI. Importância da Informação A. Mass Media As potencialidades das redes atuais de circulação da informação são particularmente aproveitadas pelos media. As agências noticiosas apoiam-se numa rede sólida de correspondentes, espalhada pelo mundo e vendem informações variadas às instâncias de decisão estatais e aos grandes órgãos de comunicação social. Há cerca de 20 anos que os grandes órgãos de comunicação social, como a CNN, transmitem em direto reportagens de graves acontecimentos internacionais. Algo que estimula outros grandes órgãos a procederem da mesma forma, como é o caso dos 3 principais canais portugueses, mas, no fundo, há uma pequena elite que serve como fonte de informação para, quase, todo o mundo. Os grandes órgãos de comunicação social são dirigidos pelos países do Norte, sobretudo pelos Estados Unidos, que tendem a exercer influência sobre a visão do mundo que é veiculada. Os PED tendem a ser esquecidos pelos meios de comunicação social, à excessão de quando ocorrem conflitos ou são vítimas de fome ou de epidemias. A internet causa, entre outras coisas e acima de outras tantas, medo. Tal como com os CD’s, os livros, os DVD’s, os SMS ou as televisões, cada vez mais os jornais e revistas temem o seu próprio desaparecimento, com o jornalismo digital a avançar cada vez mais. No passado mês de Janeiro fecharam duas revistas portuguesas femininas e de lifestyle, um dos mercados mais saturados, sendo que uma delas mudou-se para o campo digital. O controlo da informação é um desafio, que se apresenta á sociedade, cada vez maior. A difusão das fake news, as notícias falsas, ou das post-truth, as pós-verdades, é um fenómeno que cresce cada vez mais, em Portugal e no mundo, e que trata de, no fundo, difundir informações falsas, como se de verdades se tratassem. O fenómeno é antigo mas ganhou destaque com as eleições norte-americanas. Várias páginas da internet divulgaram notícias fabricadas sobre Donald Trump e Hillary Clinton, assentes no sensacionalismo e em busca de audiência, cujo objetivo foi atingido. Muitos culpabilizam o fenómeno quando se fala da vitória de Donald Trump. Agora, os países que vão entrar em tempo de eleições estão debaixo de fogo e a União Europeia já faz deste um assunto presente na sua ordem de trabalhos. Estas notícias surgem em grupos de trabalho específicos para criar notícias falsas, com o intuito de influenciar a opinião pública em relação a diversas matérias, normalmente, consideradas sensíveis, por norma, a informação está camuflada num site que parece se apresenta como um órgão de comunicação credível. “Os think thanks de notícias falsas utilizam uma mistura de verdades selecionadas, meias verdades e conteúdo fabricado para manipular as pessoas […].” Wired Massimo Pigliucci, filósofo do City College de Nova Iorque.
  • 11. Fluxos de Informação Março 2016/17 10 Geografia C O fenómeno tende a ser defendido como “promotor da verdade através do que é falso, ou ‘meio falso’”, e já chegou a Portugal, havendo até um site de notícias falsas “legítimas”, ou seja, um site que recorre à sátira e a notícias falsas para apresentar alguns casos reais que se verificam no país. Trata-se do site “Imprensa Falsa”. A televisão chega, atualmente, a maior parte das famílias de todo o mundo e passou a ser, para muitos, parte imprescindível do dia-a-dia, servindo para a difusão de uma “cultura global”, um fenómeno cada vez mais ameaçado pela internet e pelos serviços de streaming, um serviço que traz vantagens como o baixo custo e o acesso a conteúdos sem a necessidade de armazenamento, bem como oferecer a oportunidade ao espetador de assistir o produto que deseja, consoante a sua vontade (Netflix, Hulu, Amazon Prime). Uma importante indústria de entretenimento que continua firme são os produtos cinematográficos, essencialmente, norte-americanos, que difundem uma “cultura de consumo mundial”. B. Ensino à Distância O Ensino à Distância (EAD) trata de qualquer forma de educação ou formação que possa ser realizada por meios que não impliquem qualquer tipo de presença e que, portanto, se carateriza pela separação do professor e do aluno no espaço e/ou tempo, podendo ser realizada pelo uso de diferentes meios como a carta, a rádio, a televisão, vídeo, CD-ROM, telefone, fax, telemóvel, iPod, notebook etc.. No sistema síncrono professor e aluno estão em aula ao mesmo tempo, enquanto que no assíncrono as aulas/sessões podem ser dadas/recebidas em diferido. Este é um sistema disponibilizado na maior parte das universidades do mundo, para alguns cursos, ainda assim este é um método apontado como a tendência atual de treinamento, aprendizagem e formação continuada no setor empresarial. O e-learning é uma modalidade de ensino à distância que possibilita a autoaprendizagem, assenta no ambiente online, aproveitando as capacidades da Internet para a comunicação e distribuição de conteúdos. "[…] o processo pelo qual o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em que o professor, se existir, está à distância, utilizando a Internet como meio de comunicação (síncrono ou assíncrono), podendo existir sessões presenciais intermédias (blended learning)." David Leal e Luís Amaral em ‘Do ensino em sala ao e-Learning’. Em Portugal, o Ensino à Distância (ED), no ensino público, é oferecido a todos os níveis de escolaridade, menos ao 1º ciclo, e “funciona através de uma plataforma digital, constituída por
  • 12. Fluxos de Informação Março 2016/17 11 Geografia C salas de aula virtuais, organizadas por público-alvo, ano e ciclo de escolaridade, com recurso a formas de trabalho síncronas e assíncronas”, ainda que qualquer um possa ter acesso, as vagas abertas dão prioridade a alunos com certo tipo de caraterísticas. Já as universidades portuguesas oferecem todas oportunidades de ensino à distância e plataformas para a sua realização, sendo o maior problema a oferta de cursos limitada. C. Acesso à Inovação Ainda que para muitos a Internet e o acesso à informação e à inovação seja uma parte integrante do dia-a-dia, a verdade é que existe uma quebra, tanto espacial como social, que deixa uma parte do mundo à margem do ciberespaço, principalmente na África e na Ásia Central. As tecnologias de comunicação, e não só, estão destinadas e ao dispor dos países mais desenvolvidos, deixando de parte todos os outros. Ainda assim, as regiões em desenvolvimento são as mais beneficiadas entre as menos, sendo que têm acesso a tecnologias que tendem a expandir-se rapidamente, como o telemóvel. A predominância dos EUA no domínio da comunicação chega a ser esmagadora, tratando-se de uma hegemonia estimulada pelo seu poderio na indústria informática, sendo empresas como a IBM, Microsoft, Apple, HP, Intel ou a Eletronic Arts, de origem norte-americana, e maior parte destas empresas reúnem sede ou infraestruturas em Sillicon Valley, na Califórnia, um local onde se ‘implantam’ empresas, desde 1950, com o objetivo de gerar inovações científicas e tecnológicas, podendo ser considerado a ‘meca’ das tecnologias ocidentais. Um outro fenómeno relacionado com o domínio dos EUA na área das TIC tem o nome de Google. O browser, ou motor de busca, que não é estranho a ninguém e que se tornou numa eficaz, e de referência, ferramenta de pesquisa mundial. O Índice de Desenvolvimento das TIC (IDT) criado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) mostra que os países líderes nesta área são os que possuem elevados rendimentos per capita, mercados competitivos e população qualificada. A informação, e o acesso a ela, tem um papel fulcral enquanto recurso das empresas e de organizações. É muito através dela que, hoje, as grandes, pequenas e médias empresas definem as suas estratégias e os seus objetivos, uma importância que ganha outra dimensão tendo em conta que os ganhos de produtividade das empresas aumentam consoante a informação na sua posse. As grandes empresas transnacionais, ao terem maior facilidade no acesso à informação, definem os seus países de origem, geralmente desenvolvidos, como detentores do poderio no domínio económico e cultural. Hoje em dia, tanto as ETN, quanto outras grandes empresas , procedem à criação das suas próprias bases de dados e redes de informação. Nos países mais desenvolvidos, onde há mais oportunidades de acesso, os padrões mudam e um conjunto de atividades ligadas à utilização das TIC e baseadas essencialmente na inovação
  • 13. Fluxos de Informação Março 2016/17 12 Geografia C tecnológica e no funcionamento em rede assume uma notoriedade crescente, como a informática, a biotecnologia e as telecomunicações. D. Teletrabalho Sendo a sociedade da informação uma sociedade de mercado tem, obrigatoriamente, as empresas como suporte e são elas que lhe dão corpo. Desta forma, a criação de novas empresas obrigam as próprias a obedecer a novos paradigmas. Com a globalização e, a evolução tecnológica da informação, a tendência é a ampliação do mercado e o aumento da competitividade, fazendo surgir o que podemos chamar de empresas virtuais. As empresas virtuais são empresas tradicionais que, através das tecnologias da informação e da comunicação, refizeram os seus negócios, em busca de uma maior aproximação com os seus clientes. Por serem virtuais, não necessitam de instalações ou manutenção, o que reduz drasticamente os seus recursos e custos operacionais. A produção e o comércio já não são o que eram antes da existência das TICs, sendo que o e-commerce, o conjunto de relações comerciais realizadas através de mecanismos eletrónicos, ganha cada vez mais espaço na economia global. As tecnologias de tratamento da informação impõem e facilitam a alteração dos processos de trabalho e a implementação de novos métodos, como é o caso do teletrabalho. O teletrabalho trata de uma nova forma de organização de trabalho, que permite deslocarmos o trabalho dos sítios tradicionais para outros lugares, utilizando as telecomunicações. Destacam-se como vantagens do teletrabalho a maior flexibilidade na hora de organizar o trabalho, a maior autonomia e produtividade, menos tempo perdido para chegar ao trabalho e um melhor equilíbrio entre a vida privada e a vida profissional. Por outro lado destaca-se a tendência a trabalhar mais horas, maiores interferências entre o trabalho e a vida privada, o isolamento, stress, insónia e uma maior intensificação do trabalho. Muito se questiona se o teletrabalho virá reduzir o desemprego, a verdade é que, para já, o teletrabalho não vem reduzir diretamente o desemprego mas sim dinamizar o trabalho tradicional. Ainda assim, este tipo de trabalho exige uma maior qualificação e, ainda que diminuam os custos com a mão-de-obra, exige um maior investimento por parte das empresas que aderem este método. E. Indústria 4.0 Cada vez mais cresce o conceito e a aplicação do que é a Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução Industrial. Trata-se de um conceito de reindustrialização, que se desenvolveu nos últimos anos
  • 14. Fluxos de Informação Março 2016/17 13 Geografia C nos Estados Unidos, onde depois de um processo de desindustrialização de cerca de 30 anos, se concebeu a ideia de um retorno à indústria, mas a uma indústria de novo tipo. De uma forma simplificada, trata-se de uma indústria que utiliza ao máximo as tecnologias da informação, comunicação e localização (TICLs) mais avançadas e a robótica para desenhar, projetar e produzir produtos a partir da recolha das necessidades e dos gostos dos clientes, produtos em certos casos produzidos em pequenas quantidades, ou até individualmente, para serem entregues aos clientes diretamente, depois de uma encomenda personalizada e sem custos de armazenamento. A Indústria 4.0 representa, ainda, a entrada definitiva e inevitável das Tecnologias de Informação em todos os níveis do sistema de produção, o que leva a que os produtos possam ser planeados e executadas com um mínimo de intervenção humana. Portugal aposta forte neste processo de reindustrialização e o Ministro da Economia anunciou, no mês de Fevereiro deste ano, uma linha de crédito de 220 milhões de euros para empresas direcionadas à Indústria 4.0.
  • 15. Fluxos de Informação Março 2016/17 14 Geografia C VII. Infoexclusão A infoexclusão trata do desconhecimento dos meios, dos métodos ou das novas tecnologias da informação. A infoinclusão, como contraponto da infoexclusão, significa formar cidadãos capazes de utilizar as tecnologias de informação e comunicação para a transformação económica, social e cultural. Como tal, a infoinclusão deve ser encarada por todos como uma missão, tratando-se de uma condição para a prosperidade da sociedade e do indivíduo. Sabe-se, porém, que a infoexclusão é um desafio que requer mudanças organizacionais e culturais que vão além de se ter acesso e saber utilizar um computador. Na aliança contra a infoexclusão, é fundamental a conjugação das políticas nacionais direccionadas para o digital com o envolvimento ativo das empresas e da vontade de todos em participar na sociedade de informação. Como é natural, a infoexclusão é associada a pessoas em faixas etárias mais velhas, na generalidade, e são os jovens os mais “infoincluídos” da sociedade. Ainda assim, em 2014, um relatório fundamentado no International Computer and Information Literacy Study (ICILS) apresentou resultados que vão de encontro com uma postura funcional e básica dos mais jovens face à utilização das TIC, uma vez que cerca de 83% dos inquiridos têm um nível de competências digitais básico, que não envolve nem promove o pensamento crítico. Ainda de acordo com este relatório, apenas 2% dos jovens inquiridos apresentam um elevado nível de domínio digital. Cá está uma prova de que quantidade e qualidade não são significado, e as medidas de educação para a Sociedade de Informação já passou o objetivo do acesso, passando para o da obtenção de qualidade. Este é um problema ao qual se deve dar especial atenção, sendo que trata de pessoas que, independentemente de terem acesso aos meios, não têm qualificações mínimas para serem atores do mundo global em que vivemos. Por isso, o combate à infoexclusão é a chave de qualquer progresso, visando a igualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, uma redução das assimetrias e um desenvolvimento sustentável.
  • 16. Fluxos de Informação Março 2016/17 15 Geografia C IX. Integração de Tecnologias de Informação em Portugal Sabe-se que, em 2015, a percentagem de portugueses (dos 16 aos 74 anos) que nunca utilizou Internet diminuiu de 32% em 2014 para 28%, como anunciou a ANACOM, reconhecendo "a distância" face à média europeia de 16%. Uma distância que tende a diminuir proporcionalmente com a da média europeia. A faixa etária que menos recorre a este instrumento trata de idades mais avançadas, com apenas 27% a usarem a internet. Hoje em dia, uma das mais crescentes atividades e investimentos que se verificam nas empresas são as de Investigação e Desenvolvimento (I&D), tratando-se de atividades que devem envolver trabalhos experimentais ou teóricos com vista à obtenção de novos conhecimentos de modo a que estes possam ser utilizados no desenvolvimento de novos materiais, de novos produtos e/ou processos, sistemas e serviços, ou à melhoria dos já existentes, trantando-se de uma atividade que anda constantemente de “mãos-dadas” com a tecnologia. A sua resolução antevê-se sempre ser de elevado grau de incerteza científica e/ou tecnológica (risco). Em Portugal, o Portal dos Incentivos, por exemplo, financiado por fundos do Portugal 2020, oferece um Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico a todas as empresas que se candidatarem, com o seu projecto de I&D, a receber este incentivo e que detenham os critérios de elegibilidade exigidos. Trata-se, então, de um investimento com que Portugal se tem vindo a preocupar e a apostar forte, ainda assim, como em tudo, há trabalho a ser feito, sendo que num documento publicado pelo FMI, em Março de 2016, os técnicos do FMI apresentaram dados que defendem que as empresas portuguesas estão entre as que menos gastam em investigação e desenvolvimento (I&D) na Europa. Ao longo dos últimos anos Portugal e os seus governos procuraram incrementar a utilização das novas tecnologias e, nomeadamente, da internet, através do campo da educação. Desde 1985 que se criam programas que ajudaram a este processo, como o Ligar Portugal - cujo objectivo foi ligar todas as escolas portuguesas ao sistema de banda-larga da Internet, realizado entre 2005 e 2006 – ou o Programa E-Escolas – que ao tentava tornar possível o acesso a computadores e internet de todos os estratos sociais, procurando divulgar a Sociedade de Informação junto das escolas – apresentado em 2007. Em Portugal vigora, ainda, desde 2013 e até 2020, alinhada com as prioridades da Agenda Digital para a Europa e da Estratégia Europa 2020, a Agenda Portugal Digital que tem “o objetivo estratégico de promover a inovação, o empreendedorismo e a internacionalização da economia nacional, com vista a tornar Portugal um país com empresas de elevado potencial de crescimento e de internacionalização, foi reafirmada a relevância da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) pelas empresas como fator decisivo para o aumento da sua produtividade e competitividade”. No passado ano, de 7 a 10 de Novembro, o país recebeu uma das maiores conferências de tecnologia na Europa, que se realiza desde 2009, a Web Summit. Para além de informações que declaram que o impacto direto do evento terá sido entre 150 e 200 milhões de euros, já foi confirmado pelo Presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de
  • 17. Fluxos de Informação Março 2016/17 16 Geografia C Portugal que a Web Summit fica em Portugal até 2020, na esperança de que o país se torne num “‘hub’ tecnológico”. Portugal ainda tem um longo caminho pela frente, mas as expectativas são altas.
  • 18. Fluxos de Informação Março 2016/17 17 Geografia C Conclusão Posta toda a análise e informação em causa, se há verdade irrefutável nos dias de hoje, é a de que hoje vivemos em plena Sociedade de Informação e Conhecimento, onde a Internet deixou de ser única e exclusivamente importante para passar a ser parte integrante da nossa vida. Algo que levanta questões acaba por ser a finalidade do uso de toda a informação que nos chega, seja por ser utilizada para fins menos legítimos, seja por causar desemprego em certos setores ou por ser simplesmente assimilada e não refletida. Assim, o objetivo deixou de ser o acesso à informação para o bom uso da informação.
  • 19. Fluxos de Informação Março 2016/17 18 Geografia C Bibliografia Livros: DOMINGOS, Cristina; LEMOS, Sílvia; CANAVILHAS, Telma. Geografia C 12º Ano. Lisboa: Plátano Editora, 2015. Internet: Fluxos de Informações, Alunos Online. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/fluxo-informacoes.html>. Acesso em 2 de Março de 2017. Sociedade da Informação, Universidade de Coimbra. Disponível em: <http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008007.pdf>. Acesso em 2 de Março de 2017. Sociedade da Informação X Sociedade de Conhecimento, Baguete. Disponível em: <http://www.baguete.com.br/colunas/claudio- de-musacchio/26/07/2014/sociedade-da-informacao-x-sociedade-do-conhecimento>. Acesso em 2 de Março de 2017. Sociedade da informação / Sociedade do conhecimento, Vecam. Disponível em: <http://vecam.org/archives/article519.html>. Acesso em 2 de Março de 2017. Telemática, TIC Luis Ferreira. Disponível em: <http://ticluisferreira.blogspot.pt/p/telematica.html>. Acesso em 2 de Março de 2017. Revistas “Flash!” e “Cosmopolitan” fecham edições impressas, Luis Paulo Rodrigues Comunicação. Disponível em: <http://www.luispaulorodrigues.com/_revistas_flash_e_cosmopolitan_fecham_edicoes_impressas>. Acesso em 2 de Março de 2017. A liberdade de expressão e as notícias falsas, Diário de Notícias. Disponível em: <http://www.dn.pt/opiniao/opiniao- dn/convidados/interior/a-liberdade-de-expressao-e-as-noticias-falsas-5617005.html>. Acesso em 2 de Março de 2017. Notícias falsas. Saiba em quem confiar, Dinheiro Vivo. Disponível em: <hhttps://www.dinheirovivo.pt/economia/noticias-falsas- saiba-em-quem-confiar/>. Acesso em 2 de Março de 2017. Ensino a distância, DGE. Disponível em: <http://www.dge.mec.pt/ensino-distancia-0>. Acesso em 2 de Março de 2017. E-learning, Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/E-learning#cite_note-1>. Acesso em 2 de Março de 2017. Educação on-line, EaD e e-learning: qual é a diferença?, EAD Builder. Disponível em: <http://www.eadbuilder.com.br/blog/Educa%C3%A7%C3%A3o-on-line-EaD-e-e-learning-qual-%C3%A9-a-diferen%C3%A7a>. Acesso em 2 de Março de 2017. E-learning, Prof2000. Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/acr/materiais/ead/elearn1.htm>. Acesso em 2 de Março de 2017. Vale do Silicio, Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Sil%C3%ADcio/>. Acesso em 2 de Março de 2017. Desigualdade no Acesso à Informação, Prezi. Disponível em: <https://prezi.com/cuqkfmry_r4y/desigualdade-no-acesso-a- informacao>. Acesso em 2 de Março de 2017. SABE O QUE É INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO?, Multisector. Disponível em: <http://multisector.pt/2016/02/16/sabe-o-que-e-investigacao-e-desenvolvimento-tecnologico>. Acesso em 2 de Março de 2017. Indústria 4.0 com €220 milhões, Portal dos Incentivos. Disponível em: <http://www.portaldosincentivos.pt/index.php/29- noticias/noticias-centro/615-industria-4-0-com-220-milhoes>. Acesso em 2 de Março de 2017. CIP. Disponível em: <http://cip.org.pt/wp-content/uploads/2016/05/LUIS_MIRA_AMARAL.pdf>. Acesso em 2 de Março de 2017. De que falamos quando falamos de infoexclusão e literacia digital? Perspetivas dos nativos digitais, Scielo. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/obs/v9n1/v9n1a03.pdf>. Acesso em 2 de Março de 2017.
  • 20. Fluxos de Informação Março 2016/17 19 Geografia C Infoexclusão, BCSD Portugal. Disponível em: <http://www.bcsdportugal.org/wp-content/uploads/2013/10/News-2008-03-14- Infoexclusao.pdf>. Acesso em 2 de Março de 2017.
  • 21. Fluxos de Informação Março 2016/17 20 Geografia C Realizado por: Mariana Silva Miguel Sousa Renato Oliveira Geografia C, 12º C, Escola Secundária E/B2,3 Michel Giacometti 2016/17