Este documento analisa as duas revoluções cognitivas. A primeira revolução cognitiva ocorreu nos anos 1950 e 1960 e marcou a emergência da ciência cognitiva, enfatizando a abordagem computacional da mente. Uma segunda revolução cognitiva teria enfatizado a importância dos processos discursivos para a cognição humana. No entanto, os autores argumentam que as mudanças nessa área não foram suficientes para caracterizar uma segunda revolução epistemológica.
M cristina novo constitucionalismo democratico latino reformuladoThiago Almeida
Resumo: Esse trabalho, elaborado no contexto da discussão sobre a crise de paradigmas vivida nos tempos presentes, busca responder à pergunta pertinente à caracterização do Novo Constitucionalismo Democrático Latino-americano como um novo paradigma jurídico, ou sua localização dentro de um plano mais amplo de crise paradigmática. Para tanto, vale-se das concepções de Thomas Kuhn e Boaventura de Sousa Santos para o um conceito de paradigma que conduza a uma resposta possível à questão proposta. Busca, a seguir, caracterizar o Novo Constitucionalismo Latino-americano de forma a se poder apontar os elementos que permitem afirmar ou negar uma mudança paradigmática em curso. Conclui, vislumbrando um contexto de crise paradigmática mais ampla, que o Novo Constitucionalismo Democrático Latino-americano desponta como paradigma jurídico emergente, uma vez que rompe com elementos constitutivos do direito moderno e de seu direito constitucional, com especial centralidade da questão da participação popular.
O documento discute a observação como procedimento metodológico na Análise do Comportamento. Aponta que essa área adota duas posições sobre observação: na análise experimental, aceita-se apenas relações entre variáveis observáveis, enquanto na análise interpretativa, inferências sobre variáveis observáveis e não-observáveis são permitidas. Examina como o operacionismo e positivismo lógico influenciaram essa questão, concluindo que a análise de eventos privados proposta por Skinner envolve aspectos interpretativos e inferências sobre o mundo priv
O documento apresenta um resumo da proposta da psicologia sócio-histórica de Vygotsky, um dos principais autores na fundamentação do trabalho educacional. O texto discute o contexto histórico no qual surgiu o projeto de Vygotsky na Rússia após a revolução de 1917 e as bases da sua teoria, que enfatiza o desenvolvimento cultural do ser humano por meio da linguagem e outros instrumentos mediados socialmente.
Este documento apresenta o prefácio de Boaventura de Sousa Santos à edição brasileira de seu livro "Um Discurso Sobre as Ciências". Nele, o autor contextualiza o livro original e sua relevância diante dos debates atuais sobre epistemologia. Ele também descreve como as ideias defendidas no livro foram desenvolvidas em trabalhos posteriores e como o livro foi recebido, incluindo sua menção no famoso "Sokal affair".
1) O documento discute a influência da sociologia funcionalista, especialmente de Durkheim, nos estudos organizacionais.
2) Analisa a emergência das ciências sociais a partir do século XVIII e como Durkheim desenvolveu uma abordagem funcionalista influenciada pelo positivismo.
3) Discute os principais expoentes iniciais do funcionalismo como Comte e Spencer e como isso influenciou o pensamento de Durkheim e o desenvolvimento da sociologia como disciplina.
O documento discute as perspectivas atuais do ensino das ciências cognitivas em 3 frases:
1) Aborda as concepções alternativas dos alunos, como teorias bem articuladas sobre como o mundo funciona, e estratégias para promover a mudança conceptual.
2) Explora o conhecimento do professor e do aluno, e como as estratégias de ensino devem se basear em um processo de resolução de problemas de natureza construtivista.
3) Discutem condições para a mudança conceptual, como insatisfação
1) A Psicologia Social na América Latina passou por uma "crise teórica e metodológica" na década de 1970, levando a uma revisão crítica dos conceitos e métodos.
2) Isso resultou no desenvolvimento de novas abordagens como a Psicologia Comunitária e o estudo do "Processo Grupal", focando em questões sociais e de poder.
3) Experiências nessas novas abordagens ajudaram a avançar tanto a teoria quanto a prática da Psicologia Social na região.
1) O documento discute as abordagens qualitativas e quantitativas na pesquisa educacional, destacando que ambas têm valor, mas pressupostos filosóficos diferentes que devem ser compreendidos.
2) Também menciona a abordagem dialética como uma terceira opção metodológica baseada no materialismo histórico.
3) Defende que as escolhas metodológicas não devem ser reduzidas à quantificação versus não quantificação dos dados, mas compreender os fundamentos teóricos de cada abordagem
M cristina novo constitucionalismo democratico latino reformuladoThiago Almeida
Resumo: Esse trabalho, elaborado no contexto da discussão sobre a crise de paradigmas vivida nos tempos presentes, busca responder à pergunta pertinente à caracterização do Novo Constitucionalismo Democrático Latino-americano como um novo paradigma jurídico, ou sua localização dentro de um plano mais amplo de crise paradigmática. Para tanto, vale-se das concepções de Thomas Kuhn e Boaventura de Sousa Santos para o um conceito de paradigma que conduza a uma resposta possível à questão proposta. Busca, a seguir, caracterizar o Novo Constitucionalismo Latino-americano de forma a se poder apontar os elementos que permitem afirmar ou negar uma mudança paradigmática em curso. Conclui, vislumbrando um contexto de crise paradigmática mais ampla, que o Novo Constitucionalismo Democrático Latino-americano desponta como paradigma jurídico emergente, uma vez que rompe com elementos constitutivos do direito moderno e de seu direito constitucional, com especial centralidade da questão da participação popular.
O documento discute a observação como procedimento metodológico na Análise do Comportamento. Aponta que essa área adota duas posições sobre observação: na análise experimental, aceita-se apenas relações entre variáveis observáveis, enquanto na análise interpretativa, inferências sobre variáveis observáveis e não-observáveis são permitidas. Examina como o operacionismo e positivismo lógico influenciaram essa questão, concluindo que a análise de eventos privados proposta por Skinner envolve aspectos interpretativos e inferências sobre o mundo priv
O documento apresenta um resumo da proposta da psicologia sócio-histórica de Vygotsky, um dos principais autores na fundamentação do trabalho educacional. O texto discute o contexto histórico no qual surgiu o projeto de Vygotsky na Rússia após a revolução de 1917 e as bases da sua teoria, que enfatiza o desenvolvimento cultural do ser humano por meio da linguagem e outros instrumentos mediados socialmente.
Este documento apresenta o prefácio de Boaventura de Sousa Santos à edição brasileira de seu livro "Um Discurso Sobre as Ciências". Nele, o autor contextualiza o livro original e sua relevância diante dos debates atuais sobre epistemologia. Ele também descreve como as ideias defendidas no livro foram desenvolvidas em trabalhos posteriores e como o livro foi recebido, incluindo sua menção no famoso "Sokal affair".
1) O documento discute a influência da sociologia funcionalista, especialmente de Durkheim, nos estudos organizacionais.
2) Analisa a emergência das ciências sociais a partir do século XVIII e como Durkheim desenvolveu uma abordagem funcionalista influenciada pelo positivismo.
3) Discute os principais expoentes iniciais do funcionalismo como Comte e Spencer e como isso influenciou o pensamento de Durkheim e o desenvolvimento da sociologia como disciplina.
O documento discute as perspectivas atuais do ensino das ciências cognitivas em 3 frases:
1) Aborda as concepções alternativas dos alunos, como teorias bem articuladas sobre como o mundo funciona, e estratégias para promover a mudança conceptual.
2) Explora o conhecimento do professor e do aluno, e como as estratégias de ensino devem se basear em um processo de resolução de problemas de natureza construtivista.
3) Discutem condições para a mudança conceptual, como insatisfação
1) A Psicologia Social na América Latina passou por uma "crise teórica e metodológica" na década de 1970, levando a uma revisão crítica dos conceitos e métodos.
2) Isso resultou no desenvolvimento de novas abordagens como a Psicologia Comunitária e o estudo do "Processo Grupal", focando em questões sociais e de poder.
3) Experiências nessas novas abordagens ajudaram a avançar tanto a teoria quanto a prática da Psicologia Social na região.
1) O documento discute as abordagens qualitativas e quantitativas na pesquisa educacional, destacando que ambas têm valor, mas pressupostos filosóficos diferentes que devem ser compreendidos.
2) Também menciona a abordagem dialética como uma terceira opção metodológica baseada no materialismo histórico.
3) Defende que as escolhas metodológicas não devem ser reduzidas à quantificação versus não quantificação dos dados, mas compreender os fundamentos teóricos de cada abordagem
1) O documento descreve a evolução histórica e as principais vertentes da psicologia social, incluindo a psicologia social psicológica, sociológica e crítica.
2) Analisa as características atuais da psicologia social na América do Norte, Europa e América Latina, e a produção brasileira recente na área.
3) Discute os desafios futuros da produção brasileira em psicologia social, especialmente no que diz respeito ao seu impacto no cenário acadêmico internacional.
Este documento discute a mudança de paradigma científico no século XX e seu impacto na sociedade e na agricultura. Apresenta a Teoria de Gaia como um novo paradigma nas ciências biológicas, que vê a Terra como um único sistema vivo em interação com o meio ambiente, em oposição à visão reducionista anterior. Argumenta que as mudanças de paradigma exigem novas formas de pensar sobre as relações entre os seres humanos e a natureza.
Este documento discute a construção do plano da clínica e o conceito de transdisciplinaridade. Primeiramente, aborda a noção de campo na psicologia e como a pesquisa-ação evoluiu para a pesquisa-intervenção. Defende a ideia de que toda clínica é transdisciplinar e deve se afastar de identificações a técnicas ou modismos, focando na potência de se criar e recriar a cada momento.
Regina b. de barros e eduardo passos a construção do plano da clínica e o c...Bruno Martins Soares
O documento discute a construção do plano da clínica e o conceito de transdisciplinaridade. Defende-se a ideia de que toda clínica é transdisciplinar, apoiando-se em contribuições teóricas como a filosofia de Gilles Deleuze e a biologia da autopoiese de Humberto Maturana e Francisco Varela. Discute-se também a noção de campo na psicologia e como a pesquisa-ação evoluiu para a pesquisa-intervenção.
1) O artigo discute como a perspectiva histórico-cultural de Vigotski pode contribuir para a práxis do psicólogo comunitário.
2) A perspectiva de Vigotski enfatiza a natureza social e mediada dos processos psicológicos, o método de investigação genético e a zona de desenvolvimento proximal.
3) Essas abordagens podem ajudar a superar dicotomias entre social e individual e enfatizar as interações dinâmicas em comunidades.
1. O documento discute a análise de pesquisas qualitativas, ressaltando a tradição qualitativa no contexto histórico e as múltiplas opções de pesquisa qualitativa, incluindo a vertente discursiva.
2. Dois exemplos são apresentados sobre o uso de mapas dialógicos como ferramenta de pesquisa qualitativa.
3. A noção de rigor é ressignificada na perspectiva construcionista, questionando a dicotomia entre ciência e senso comum e enfatizando que ambos
O documento discute as múltiplas práticas de leitura existentes fora do âmbito educacional formal e como a Revolução Francesa inovou nessas práticas, tornando a leitura mais acessível às massas para difundir ideias. A leitura revolucionária envolveu novos gêneros textuais e editoriais para disseminar pensamentos revolucionários.
O documento discute a evolução histórica da Psicologia Social, desde sua fundação por Wundt até as teorias contemporâneas. Ao longo do tempo, houve debates sobre se a Psicologia Social deveria ser vista como parte da Psicologia ou da Sociologia. Teóricos como Ramos, Rodrigues e Lane debateram como compreender a relação entre indivíduo e sociedade, com visões diferentes sobre o grau em que o indivíduo é influenciado ou pode influenciar a sociedade.
O texto discute o movimento interdisciplinar brasileiro e sua busca por uma reforma no currículo escolar que promovesse o diálogo entre as disciplinas. Defende que a fragmentação do conhecimento em áreas isoladas foi prejudicial e cita autores que propuseram diferentes níveis de inter-relação entre saberes, culminando na transdisciplinaridade. Conclui que a interdisciplinaridade traria uma nova visão sobre o conhecimento que abandona o enfoque disciplinar em favor de abordagens mais pluridisciplinares.
1) O documento apresenta uma introdução ao marxismo, abordando a biografia de Marx, seu método de análise, a crítica ao capitalismo e ao Estado, a influência no estudo da história e uma interpretação da relação entre Estado e sociedade no Brasil a partir da teoria marxista.
2) A biografia de Marx é resumida, destacando que ele nasceu na Alemanha no século XIX e se envolveu com o movimento dos Jovens Hegelianos, criticando o cristianismo e a autocracia pruss
Este documento apresenta uma introdução à psicologia como ciência independente de forma panorâmica e crítica. Inicialmente, explica que só no século XIX surgiram os primeiros projetos de psicologia como ciência autônoma, com objetos e métodos próprios. No entanto, muitos aspectos estudados pela psicologia já eram abordados por outras áreas, como a filosofia e ciências biológicas e sociais. Finalmente, discute que, apesar dos esforços para se firmar como ciência autônoma, a
Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico existenciaisThaís de Sá Oliveira
1) A psicologia foi influenciada pela fenomenologia, existencialismo e humanismo, que modificaram a forma de entender o homem e fazer ciência.
2) A fenomenologia de Husserl contribuiu para novas perspectivas ao propor estudar os atos psíquicos em vez dos objetos.
3) Isso levou ao surgimento das psicoterapias fenomenológico-existenciais, que reconhecem a liberdade humana e respeitam o cliente.
O documento discute o behaviorismo em três partes. Primeiro, contextualiza a emergência do behaviorismo na crise da psicologia no século 19, quando buscava se estabelecer como ciência. Segundo, apresenta as principais abordagens do behaviorismo: behaviorismo metodológico de Watson, behaviorismo radical de Skinner e behaviorismo social de Staats. Terceiro, detalha o behaviorismo metodológico de Watson, que toma o comportamento como objeto de estudo da psicologia.
Resumo do artigo “apontamentos sobre a história da psicologia social no Brasil”SamaraFernandes51
Nessa apresentação apresentamos pontos principais do artigo supracitado.
Texto: CORDEIRO, M. P.; SPINK, M. J. P. Apontamentos sobre a história da Psicologia Social no Brasil. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 4, p. 1068-1086, 2018. (Link: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v18nspe/v18nspea03.pdf)
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
Este documento discute a crise metodológica na psicologia e como a abordagem marxista pode resolvê-la. A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu compreender a natureza da psique humana, em contraste com as escolas ocidentais que fracassaram em resolver problemas fundamentais. Embora a atenção para questões metodológicas tenha diminuído com o tempo, ainda é necessário entender como aplicar conceitos marxistas na investigação psicológica concreta.
O documento discute vários tópicos relacionados à Idade Moderna, incluindo: o racionalismo como corrente filosófica baseada na razão; a ética antropocêntrica no mundo moderno após mudanças econômicas, científicas e sociais; e o legado do modernismo no cinema e nas artes.
O documento discute a evolução do paradigma científico dominante nos últimos 20 anos e a consolidação de um novo paradigma sócio-epistemológico. Boaventura de Sousa Santos afirma que as principais mudanças foram: 1) o deslocamento do discurso epistemológico da física para as ciências da vida; 2) o surgimento de novas fracturas entre paradigmas; 3) o reconhecimento do caráter parcial do conhecimento científico. Defende que o novo paradigma emergente promove o diá
Este documento discute as teorias dos Novos Estudos do Letramento (NLS) e dos Multiletramentos, comparando suas origens, conceitos-chave e relações. O NLS emergiu na década de 1980 focando nas práticas sociais de letramento, enquanto os Multiletramentos surgiram na década de 1990 devido à diversidade cultural e tecnológica. Ambos compartilham uma perspectiva sociocultural do letramento e conceitos como prática e diversidade, embora tenham abordagens distintas.
1) O documento discute a Teoria Hipodérmica no contexto da comunicação de massa e da sociedade de massa.
2) A Teoria Hipodérmica sugere que as mensagens midiáticas afetam o público de forma direta, uniforme e sem questionamento, como uma "bala mágica".
3) A teoria foi criticada por ser simplista, mas teve influência durante um período em que os efeitos dos meios de comunicação ainda eram pouco compreendidos.
1) O documento descreve a evolução histórica e as principais vertentes da psicologia social, incluindo a psicologia social psicológica, sociológica e crítica.
2) Analisa as características atuais da psicologia social na América do Norte, Europa e América Latina, e a produção brasileira recente na área.
3) Discute os desafios futuros da produção brasileira em psicologia social, especialmente no que diz respeito ao seu impacto no cenário acadêmico internacional.
Este documento discute a mudança de paradigma científico no século XX e seu impacto na sociedade e na agricultura. Apresenta a Teoria de Gaia como um novo paradigma nas ciências biológicas, que vê a Terra como um único sistema vivo em interação com o meio ambiente, em oposição à visão reducionista anterior. Argumenta que as mudanças de paradigma exigem novas formas de pensar sobre as relações entre os seres humanos e a natureza.
Este documento discute a construção do plano da clínica e o conceito de transdisciplinaridade. Primeiramente, aborda a noção de campo na psicologia e como a pesquisa-ação evoluiu para a pesquisa-intervenção. Defende a ideia de que toda clínica é transdisciplinar e deve se afastar de identificações a técnicas ou modismos, focando na potência de se criar e recriar a cada momento.
Regina b. de barros e eduardo passos a construção do plano da clínica e o c...Bruno Martins Soares
O documento discute a construção do plano da clínica e o conceito de transdisciplinaridade. Defende-se a ideia de que toda clínica é transdisciplinar, apoiando-se em contribuições teóricas como a filosofia de Gilles Deleuze e a biologia da autopoiese de Humberto Maturana e Francisco Varela. Discute-se também a noção de campo na psicologia e como a pesquisa-ação evoluiu para a pesquisa-intervenção.
1) O artigo discute como a perspectiva histórico-cultural de Vigotski pode contribuir para a práxis do psicólogo comunitário.
2) A perspectiva de Vigotski enfatiza a natureza social e mediada dos processos psicológicos, o método de investigação genético e a zona de desenvolvimento proximal.
3) Essas abordagens podem ajudar a superar dicotomias entre social e individual e enfatizar as interações dinâmicas em comunidades.
1. O documento discute a análise de pesquisas qualitativas, ressaltando a tradição qualitativa no contexto histórico e as múltiplas opções de pesquisa qualitativa, incluindo a vertente discursiva.
2. Dois exemplos são apresentados sobre o uso de mapas dialógicos como ferramenta de pesquisa qualitativa.
3. A noção de rigor é ressignificada na perspectiva construcionista, questionando a dicotomia entre ciência e senso comum e enfatizando que ambos
O documento discute as múltiplas práticas de leitura existentes fora do âmbito educacional formal e como a Revolução Francesa inovou nessas práticas, tornando a leitura mais acessível às massas para difundir ideias. A leitura revolucionária envolveu novos gêneros textuais e editoriais para disseminar pensamentos revolucionários.
O documento discute a evolução histórica da Psicologia Social, desde sua fundação por Wundt até as teorias contemporâneas. Ao longo do tempo, houve debates sobre se a Psicologia Social deveria ser vista como parte da Psicologia ou da Sociologia. Teóricos como Ramos, Rodrigues e Lane debateram como compreender a relação entre indivíduo e sociedade, com visões diferentes sobre o grau em que o indivíduo é influenciado ou pode influenciar a sociedade.
O texto discute o movimento interdisciplinar brasileiro e sua busca por uma reforma no currículo escolar que promovesse o diálogo entre as disciplinas. Defende que a fragmentação do conhecimento em áreas isoladas foi prejudicial e cita autores que propuseram diferentes níveis de inter-relação entre saberes, culminando na transdisciplinaridade. Conclui que a interdisciplinaridade traria uma nova visão sobre o conhecimento que abandona o enfoque disciplinar em favor de abordagens mais pluridisciplinares.
1) O documento apresenta uma introdução ao marxismo, abordando a biografia de Marx, seu método de análise, a crítica ao capitalismo e ao Estado, a influência no estudo da história e uma interpretação da relação entre Estado e sociedade no Brasil a partir da teoria marxista.
2) A biografia de Marx é resumida, destacando que ele nasceu na Alemanha no século XIX e se envolveu com o movimento dos Jovens Hegelianos, criticando o cristianismo e a autocracia pruss
Este documento apresenta uma introdução à psicologia como ciência independente de forma panorâmica e crítica. Inicialmente, explica que só no século XIX surgiram os primeiros projetos de psicologia como ciência autônoma, com objetos e métodos próprios. No entanto, muitos aspectos estudados pela psicologia já eram abordados por outras áreas, como a filosofia e ciências biológicas e sociais. Finalmente, discute que, apesar dos esforços para se firmar como ciência autônoma, a
Alguns apontamentos sobre a origem das psicoterapias fenomenológico existenciaisThaís de Sá Oliveira
1) A psicologia foi influenciada pela fenomenologia, existencialismo e humanismo, que modificaram a forma de entender o homem e fazer ciência.
2) A fenomenologia de Husserl contribuiu para novas perspectivas ao propor estudar os atos psíquicos em vez dos objetos.
3) Isso levou ao surgimento das psicoterapias fenomenológico-existenciais, que reconhecem a liberdade humana e respeitam o cliente.
O documento discute o behaviorismo em três partes. Primeiro, contextualiza a emergência do behaviorismo na crise da psicologia no século 19, quando buscava se estabelecer como ciência. Segundo, apresenta as principais abordagens do behaviorismo: behaviorismo metodológico de Watson, behaviorismo radical de Skinner e behaviorismo social de Staats. Terceiro, detalha o behaviorismo metodológico de Watson, que toma o comportamento como objeto de estudo da psicologia.
Resumo do artigo “apontamentos sobre a história da psicologia social no Brasil”SamaraFernandes51
Nessa apresentação apresentamos pontos principais do artigo supracitado.
Texto: CORDEIRO, M. P.; SPINK, M. J. P. Apontamentos sobre a história da Psicologia Social no Brasil. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 4, p. 1068-1086, 2018. (Link: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v18nspe/v18nspea03.pdf)
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
1) O documento discute os desafios metodológicos enfrentados pela psicologia mundial e a superioridade da abordagem marxista para resolver esses problemas.
2) A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu avanços na compreensão da natureza da psique humana, em contraste com o pluralismo metodológico das escolas ocidentais.
3) No entanto, a atenção às questões metodológicas diminuiu com o tempo na União Soviética, com pesquisas se concentrando
Este documento discute a crise metodológica na psicologia e como a abordagem marxista pode resolvê-la. A psicologia soviética adotou uma metodologia marxista que permitiu compreender a natureza da psique humana, em contraste com as escolas ocidentais que fracassaram em resolver problemas fundamentais. Embora a atenção para questões metodológicas tenha diminuído com o tempo, ainda é necessário entender como aplicar conceitos marxistas na investigação psicológica concreta.
O documento discute vários tópicos relacionados à Idade Moderna, incluindo: o racionalismo como corrente filosófica baseada na razão; a ética antropocêntrica no mundo moderno após mudanças econômicas, científicas e sociais; e o legado do modernismo no cinema e nas artes.
O documento discute a evolução do paradigma científico dominante nos últimos 20 anos e a consolidação de um novo paradigma sócio-epistemológico. Boaventura de Sousa Santos afirma que as principais mudanças foram: 1) o deslocamento do discurso epistemológico da física para as ciências da vida; 2) o surgimento de novas fracturas entre paradigmas; 3) o reconhecimento do caráter parcial do conhecimento científico. Defende que o novo paradigma emergente promove o diá
Este documento discute as teorias dos Novos Estudos do Letramento (NLS) e dos Multiletramentos, comparando suas origens, conceitos-chave e relações. O NLS emergiu na década de 1980 focando nas práticas sociais de letramento, enquanto os Multiletramentos surgiram na década de 1990 devido à diversidade cultural e tecnológica. Ambos compartilham uma perspectiva sociocultural do letramento e conceitos como prática e diversidade, embora tenham abordagens distintas.
1) O documento discute a Teoria Hipodérmica no contexto da comunicação de massa e da sociedade de massa.
2) A Teoria Hipodérmica sugere que as mensagens midiáticas afetam o público de forma direta, uniforme e sem questionamento, como uma "bala mágica".
3) A teoria foi criticada por ser simplista, mas teve influência durante um período em que os efeitos dos meios de comunicação ainda eram pouco compreendidos.
Contribuições do marxismo para a atividade de pesquisa da educação matemática...Everaldo Gomes
Este documento discute as contribuições do marxismo para a pesquisa em Educação Matemática na perspectiva lógico-histórica. Primeiro, analisa a crítica de Marx e Engels ao idealismo hegeliano e o desenvolvimento de uma postura materialista. Segundo, aborda a dialética marxista como fundamento teórico para pesquisa e para entender o processo lógico-histórico. Por fim, discute como o marxismo pode contribuir para pesquisas brasileiras nessa perspectiva.
O documento discute a importância da psicologia pastoral para a assistência espiritual. A psicologia pastoral aplica conhecimentos psicológicos para melhor compreender as almas humanas e suas necessidades. No entanto, a psicologia pastoral ainda carece de um tratamento sistemático devido à natureza interdisciplinar dos problemas que aborda e à falta de colaboração entre teóricos e práticos. A compreensão da psicologia é essencial para que pastores possam auxiliar as pessoas de forma eficaz.
229094384.gohn teoria dos movimientos sociaisAlessandro Aoki
Este documento discute o paradigma dos Novos Movimentos Sociais (NMS). As principais características dos NMS incluem: (1) enfatizar a cultura e identidade coletiva em vez de estruturas econômicas, (2) rejeitar o marxismo clássico por não considerar a ação individual, e (3) ver os atores sociais como definidores de suas próprias identidades coletivas ao invés de terem identidades impostas por estruturas.
Bases Epistemológicas da Psicologia Cognitiva ExperimentalEliane68
Este documento discute as bases epistemológicas da psicologia cognitiva experimental. Ele resume os principais antecedentes como a psicologia da Gestalt e o behaviorismo, e conceitos-chave como representação mental. Também discute influências filosóficas como de Hobbes, Popper e Kuhn, e considerações finais sobre os pressupostos teóricos da psicologia cognitiva experimental.
Este livro de dois volumes fornece uma visão abrangente da filosofia da ciência ao longo do século XX, discutindo tópicos como filosofias da natureza, intersubjetividade científica, processos cognitivos, ordem físico-química e ordem do vivo em menos de três frases.
1) A filosofia da ciência moderna passou por fases na concepção sobre os modos de fazer ciência e o estatuto da verdade científica, permanecendo em crise.
2) No século XX, a reflexão passou por duas fases: na primeira metade, a crítica ao positivismo; após 1960, questionamento dos princípios epistemológicos e ensaios para solucionar a crise.
3) Pensadores como Popper, Bachelard e Kuhn romperam com a visão positivista, colocando a ciência como
O documento discute a história da psicologia no século XX e como ela lida com o problema do erro. No século XIX, a psicologia tentou se estabelecer como uma ciência natural, mas encontrou limites nesse projeto. No século XX, a psicologia passou a se preocupar mais com as práticas humanas e conceitos como adaptação, mas ainda enfrenta desafios em lidar com o erro e o anormal nas práticas humanas.
O conceito de subjetividade nas teorias sócio-históricasJuliana Soares
Neste estudo são analisadas as
concepções de subjetividade de três autores que
se inserem no campo da psicologia sóciohistórica:
Fernando Gonzalez Rey, Odair Furtado
e Maria da Graça Marchina Gonçalves. A
pesquisa realizada, de natureza teórica, teve por
objetivo identificar semelhanças e diferenças que
estão na base do conceito de subjetividade
destes diferentes autores, ainda que se situem
em uma mesma corrente teórica, como forma de
demonstrar a necessidade de avanço na
conceituação desta categoria. Adotou-se como
procedimento o modelo de Thomas Kuhn para a
análise de paradigmas da ciência. Para tanto,
foram selecionados textos dos três autores, em
que se observava uma preocupação com a
definição do conceito de subjetividade e fez-se
uma leitura aprofundada, buscando em suas
concepções os quatro principais aspectos que
caracterizam um paradigma: generalizações
simbólicas, paradigma metafísico, exemplares e
valores. Como resultado, constatou-se o
compartilhamento de idéias na maioria dos
aspectos analisados, revelando que o avanço na
postulação da categoria subjetividade dentro da
perspectiva da psicologia histórico-cultural ou
sócio-histórica parece promissor, o que confere a
esta abordagem teórica lastro para a sustentação
das investigações sobre a subjetividade,
oferecendo possibilidades de explicação dos
fenômenos observados. Contudo, também
aparecem divergências entre os autores, o que
pode estar relacionado ao enfoque que cada um
tem dado às pesquisas que vem realizando.
Este documento discute as bases epistemológicas da Psicologia Cognitiva Experimental em 3 frases:
1) A Psicologia Cognitiva Experimental surgiu na década de 1950 influenciada pelo desenvolvimento da inteligência artificial e do computador digital.
2) Ela estuda experimentalmente os processos cognitivos humanos por meio de representações mentais e teorias sobre a memória, atenção, linguagem e outros processos.
3) Embora faça parte da Ciência Cognitiva interdisciplinar, a Psicologia Cognitiva Experimental se caracteriza principalmente
O documento discute a natureza intertextual da história da psicologia. Afirma que o objeto da história da psicologia é o texto da psicologia, assim como o objeto da história da física é o texto da física. O historiador da psicologia lida com textos de psicólogos, filósofos e historiadores, e busca entender como os textos psicológicos surgiram a partir de pré-textos filosóficos. O documento ilustra isso com os casos de Wilhelm Wundt e Edward Tolman.
1. O documento discute o conceito de mente de Wilhelm Wundt, fundador da psicologia experimental.
2. Wundt criticou as abordagens metafísicas e empiristas anteriores, que não conseguiam estabelecer um terreno conceitual sólido para a psicologia.
3. Ele propôs uma psicologia empírica baseada na experiência imediata, visando estabelecer a psicologia como uma ciência autônoma através de uma fundamentação filosófica sólida.
Este documento discute o projeto de psicologia científica de Edward Tolman como uma alternativa às duas principais ameaças aos projetos de psicologia: o reducionismo fisiológico e o mentalismo. Primeiramente, Tolman defende que o comportamento deve ser visto como um fenômeno molar ao invés de reduzido à fisiologia, evitando assim o reducionismo. Posteriormente, Tolman abandona a epistemologia realista em favor de uma abordagem instrumentalista, superando limitações metodológicas por meio da noção de expectativa
Este documento discute os pontos de encontro e desencontro entre as bases filosóficas da Gestalt-Terapia e do Behaviorismo Radical. Resume brevemente a história e teoria de ambas as abordagens, destacando que surgiram como reação à Psicologia da Introspecção. Conclui que, apesar de diferenças, existem mais pontos de encontro do que inicialmente previsto, como o foco no contexto e no organismo como um todo.
1) O documento discute as dificuldades em comunicar experiências subjetivas como o sofrimento usando linguagem. 2) A fenomenologia mostra que há estruturas universais na forma como percebemos o mundo, mas a singularidade da experiência vivida escapa à comunicação. 3) Abordagens cognitivistas apontam competências cognitivas universais, mas sem conteúdos mentais compartilhados.
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
1. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
UMA ANÁLISE DAS DUAS REVOLUÇÕES COGNITIVAS
Silvio José Lemos Vasconcellos
*
Cristiane Teresinha de Deus Virgili Vasconcellos#
RESUMO. Desde os anos cinqüenta, o enfoque cognitivo tem assumido um papel fundamental na pesquisa
psicológica. Revolução Cognitiva é a designação do movimento intelectual que iniciou uma nova área de estudos
conhecida como ciência cognitiva. De outra forma, um novo movimento chamado de segunda revolução cognitiva
enfatiza a importância das práticas discursivas para os processos mentais humanos. O principal objetivo deste trabalho
é caracterizar e comparar as duas revoluções cognitivas. Com base numa revisão da literatura e em uma discussão
histórica sobre ambos movimentos, os autores consideram o impacto da primeira revolução cognitiva, bem como as
limitações da segunda revolução cognitiva. O propósito desta análise não é contestar a importância dos enfoques
discursivos e construtivistas. Em contrapartida, os autores afirmam que tais processos são insuficientes para
caracterizar uma segunda revolução no âmbito das ciências cognitivas.
Palavras-chave: ciências cognitivas, revolução cognitiva, história da Psicologia.
AN ANALYSIS OF TWO COGNITIVE REVOLUTIONS
ABSTRACT. Since the 1950s, cognitive approaches have assumed a fundamental role in psychological research.
Cognitive revolution is a name for an intellectual movement that began a new area of research known as cognitive
science. One the other hand, a new movement called second cognitive revolution enphasizes the importance of
discurse for the mental processes. The main objective this work is to characterize and to compare the two cognitive
revolutions. Based on a review of literature an based on a historical discussion about both movements the authors
consider the impact of the first cognitive revolution as well as the limitations of the second cognitive revolution. The
purpose of this analysis is not contest the importance of discursive and constructive approaches. On the other hand, the
authors affirm that these processes are insufficient to characterize a second revolution related to cognitive sciences.
Key words: Cognitive sciences, cognitive revolution, history of Psychology.
UN ANÁLISIS DE LAS DOS REVOLUCIONES COGNITIVAS
RESUMEN. Desde los años cincuenta, el enfoque cognitivo asumió un rol fundamental en la investigación
psicológica. Revolución Cognitiva es la designación del movimiento intelectual que inició una nueva área de estudios
conocida como ciencia cognitiva. De otra forma, un nuevo movimiento llamado de segunda revolución cognitiva
enfatiza la importancia de las prácticas discursivas para los procesos mentales humanos. El principal objetivo de este
trabajo es caracterizar y comparar las dos revoluciones cognitivas. Con base en una revisión de la literatura y en una
discusión histórica sobre ambos movimientos, los autores consideran el impacto de la primera revolución cognitiva,
bien como las limitaciones da segunda revolución cognitiva. El propósito de esta análisis no es el de controvertir la
importancia de los enfoques discursivos y construtivistas. En contrapartida, los autores afirman que tales procesos son
insuficientes para caracterizar una segunda revolución en el ámbito de las ciencias cognitivas.
Palabras-clave: ciencias cognitivas, revolución cognitiva, historia da Psicología.
* Psicólogo. Mestre em Ciências Criminais. Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Professor da FACCAT.
#
Licenciada em História.
2. 386 Vasconcellos & Vasconcellos
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
Uma significativa convergência de trabalhos
teóricos e experimentais, bem como a consolidação de
uma nova maneira de conceber a mente estiveram no
cerne da assim denominada revolução cognitiva
ocorrida no final da década de cinqüenta e no início dos
anos sessenta (Button, Coutler, Lee, & Sharrock,
1998). Diferentes áreas do conhecimento, tais como
Filosofia, Antropologia, Lingüística, Psicologia e
Neurociência acabaram por servir-se de uma nova e
promissora metáfora para estudar o psiquismo humano
(Mandler, 2002). A “metáfora computacional”
mostrou-se capaz de ir ao encontro dos novos estudos
que, por sua vez, encarregaram-se de evidenciar a
possibilidade de investigações científicas sobre os
fenômenos mentais, gerando, dentro de um caráter
interdisciplinar, as ciências cognitivas. De um modo
quase consensual, pesquisadores dessa área e
historiadores da ciência que se voltaram para o tema
entendem que a profunda ruptura ocorrida pode ser, de
forma apropriada, classificada como uma “revolução”
(Bem & Keijzer, 1996).
O avanço das pesquisas experimentais sobre os
fenômenos mentais e as discussões envolvendo
questões ontológicas sobre a relação mente e cérebro
foram ampliadas a partir da citada revolução. A
emergência de outros modelos explicativos que não
estiveram estritamente em concordância com a
metáfora computacional tornou-se possível,
principalmente na década de oitenta (Crick & Dodge,
1994). Nesse percurso, alguns autores passaram a
reivindicar a necessidade de uma compreensão mais
holística da cognição, levando-se em conta a sua
interface com os fenômenos culturais (Bruner, 1997;
1998). Para muitos teóricos, tais mudanças acabaram
por consolidar uma nova ruptura que, por sua vez, foi
denominada como uma segunda revolução cognitiva
(Harré, 1999; Harré & Gillet, 1999; Laszlo, 2004;
Mahoney, 1998).
Neste artigo, procuramos discorrer sobre alguns
episódios importantes e característicos desse processo,
enfatizando, ao mesmo tempo, a pertinência da
expressão “revolução cognitiva” para as
transformações ocorridas no final da década de
cinqüenta. A análise apresentada não contempla, no
entanto, uma discussão sobre o fato de que essa mesma
revolução possa ter viabilizado uma verdadeira
mudança de paradigma no âmbito da Psicologia.
Conforme salienta Carone (1998), a utilização desse
conceito requer uma compreensão mais ampla e
envolve questões relacionadas à presunção de
hegemonia de uma determinada teoria sobre outras.
Neste trabalho, também são consideradas as
principais mudanças na forma de conceber e explicar
alguns fenômenos mentais ocorridas em diferentes
áreas das ciências cognitivas. Por outro lado, a análise
apresentada tem como objetivo evidenciar que, embora
significativas, tais mudanças não chegam a compor
uma ruptura epistemológica passível de ser classificada
como uma segunda revolução cognitiva. Tal discussão
mostra-se relevante para uma melhor compreensão dos
próprios fundamentos epistemológicos relativos a uma
série de pesquisas desenvolvidas nas últimas décadas
sobre o psiquismo humano.
A PRIMEIRA REVOLUÇÃO COGNITIVA
Conforme salienta Miller (2003), a revolução
cognitiva pode, sob muitos aspectos, ser caracterizada
como uma contra-revolução. Tal afirmação respalda-se
no fato de que, no âmbito da Psicologia Experimental,
uma revolução anterior, influenciada pelos trabalhos de
Pavlov e outros psicólogos, encarregou-se de redefinir
a Psicologia como uma ciência do comportamento
(Miller, 2003). Nesse sentido, o Behaviorismo surge
como uma profunda negação da introspecção como
método investigativo apropriado para uma ciência
psicológica. Já o behaviorismo radical vai mais longe,
ao assumir as concepções filosóficas do pragmatismo e,
dessa forma, ressaltar a total inoperância dos estudos
sobre a mente humana até então desenvolvidos (Baum,
1999). Em termos gerais, tais preceitos acabam sendo o
próprio alvo dos estudos que, de um modo
relativamente rápido, começam a ganhar destaque no
final dos anos cinqüenta.
Embora autores como Dupuy (1996) procurem
destacar a década de quarenta como sendo aquela
que assistiu o verdadeiro advento das ciências
cognitivas, parece haver uma maior aceitação
quanto ao fato de que as ciências cognitivas tiveram
seu surgimento na década de cinqüenta. Ainda que
importantes trabalhos sobre cibernética tenham
ocorrido antes e que os trabalhos de McCulloch e
Pitts (1943) desenvolvidos na década anterior
tenham mostrado-se precursores de muitos preceitos
cognitivistas, pode-se dizer que uma verdadeira
ruptura com os principais postulados behavioristas
só veio a ocorrer no final da década de cinqüenta e
início da década de sessenta.
Em setembro de 1956, um importante simpósio
sobre teoria de informação ocorreu no Instituto
Massachusetts de Tecnologia congregando eminentes
pesquisadores como Noam Chomsky, George Miller,
Allen Newell e Herbert Simon. Temas como as
limitações da memória humana, o inatismo de alguns
3. As duas revoluções cognitivas 387
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
mecanismos de produção da linguagem e a execução de
certos teoremas pela máquina foram alguns dos
assuntos abordados com base numa série de propostas
incipientes. No mesmo ano, são publicadas as obras: A
Study of Thinking de Bruner, Goodnow e Austin; Three
Models for the Description of Language de Chomsky;
The Magical Number Seven, Plus or Minus Two de G.
Miller; The Logic Theory Machine de Newell e Simon
e Language, Thought and Reality de Benjamin Whorf.
Em termos gerais, o ano de 1956 foi, conforme destaca
Gardner (2003), quase um consenso no tocante ao
início da revolução cognitiva para uma série de
historiadores amadores. De forma ainda mais precisa,
George Miller chegou a datar o início dessa revolução
como tendo ocorrido no dia 11 de setembro de 1956
(Miller, citado por Gardner, 2003). Em contrapartida,
conforme destaca Schaff (1995), mostra-se importante
salientar a impossibilidade de interpretações
consensuais sobre o verdadeiro início de eventos
históricos dessa magnitude.
O impacto das idéias que passaram a ser
amplamente difundidas a partir dessa época contribuiu
para que tais eventos, conjuntamente, acabassem por
ser designados a partir de uma mesma expressão, ou
seja, revolução cognitiva. Ainda que tais estudos não
tenham, por certo, desvelado a totalidade dos diferentes
mecanismos mentais, puderam mostrar que, em muitos
casos, seria possível submetê-los a análise
experimental (Vasconcellos, 2005). Uma nova ciência
da mente estava, portanto, nascendo nessa mesma
época.
Chomsky encarregou-se de mostrar que o
desenvolvimento da linguagem não poderia ser
explicado tão somente com base nos estímulos
recebidos (Chomsky, 1957), Miller quantificou as
limitações de algumas funções cognitivas (Miller,
1956), Newell e Simon evidenciaram as regras que
estavam por trás da capacidade de inferência humana e
Marvin Minsky buscou replicar a funcionalidade de
inúmeros aspectos da cognição humana (Gardner,
2003). No cerne desse amplo conjunto de pesquisas,
estava presente a idéia de que a mente poderia ser
interpretada como um software específico rodando em
um hardware específico. Dito de outro modo, de acordo
com essa perspectiva, a realidade dos fenômenos
mentais não poderia ser reduzida às propriedades
físicas do cérebro. Uma idéia que acabou por ter
implicações não apenas epistemológicas, como também
ontológicas. Afinal, conforme destaca Dupuy (1996),
essa disciplina tratou de conceber uma ontologia não
reducionista e, ao mesmo tempo, não substancialista
dos fenômenos mentais.
Essa ruptura pode ser melhor explicada pela
própria ênfase no caráter representacional da cognição.
Nesses termos, ao discorrer sobre as características
distintivas dessa nova ciência, Gardner (2003) afirma
que: “essa ambiciosa disciplina baseia-se no
pressuposto de que é válido falar em representação
interna, ou seja, em um nível separado entre as células
nervosas da fisiologia e as normas comportamentais de
uma cultura” (Gardner, 2003, p. 356).
Ainda que não seja possível observar uma total
convergência quanto aos principais postulados
cognitivistas (Vasconcellos, 2006), o fato é que a assim
denominada revolução cognitiva, encarregou-se de
respaldar uma série de estudos experimentais sobre as
diferentes funções cognitivas. Nessa perspectiva, é
possível entender que a citada revolução não apenas
rompeu com os pressupostos vigentes no que se refere à
consolidação de uma ciência psicológica, como
também se tornou um marco a partir do qual uma série
de novos procedimentos experimentais mostraram-se
possíveis em diferentes contextos e em diferentes países
(Mandler, 2002). Dito de outra forma, ainda que esse
processo possa ser denominado como uma contra-
revolução, tal como afirma Miller (2003), é possível
concebê-lo como tendo sido desencadeante de uma
incomparável proliferação de novos procedimentos
investigativos sobre uma série de aspectos constitutivos
do psiquismo. O estudo das diferentes funções
cognitivas na esfera da Psicologia voltou-se, nesse
sentido, para uma série de propriedades mensuráveis,
tais como a velocidade de processamento, o tempo de
reação e a prontidão para identificar estímulos diversos
(Flavell, Miller & Miller, 1999). Em termos gerais,
pode-se dizer, portanto que essa é a dupla face da
revolução cognitiva, sendo que essa caracterização
torna-se fundamental para a discussão que estará sendo
apresentada na seqüência deste artigo.
A SEGUNDA REVOLUÇÃO COGNITIVA
Com base na idéia de que uma nova e promissora
forma de explicar os processos cognitivos tenha
ganhado força algumas décadas depois da primeira
revolução cognitiva, Harré e Gillet (1999), Harré
(1999) e Laszlo (2004) propõem que esse processo já
possa ser caracterizado como uma segunda revolução
cognitiva. De acordo com Harré e Gillett (1999) esse
entendimento pode ser denominado como psicologia
discursiva e sustenta-se em três pressupostos
essenciais: 1) Muitos fenômenos psicológicos podem
ser interpretados como propriedades do discurso
4. 388 Vasconcellos & Vasconcellos
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
privado (pensamento), bem como do discurso público
(comportamento) 2) A utilização privada dos sistemas
simbólicos vincula-se a processos discursivos
interpessoais 3) A produção de fenômenos psicológicos
tais como emoções, decisões e atitudes ou mesmo
características da personalidade envolve questões de
posicionamento dos atores. Nesses termos, a assim
denominada Psicologia Discursiva (Edwards & Potter,
1992) apresenta-se com um modelo explicativo
emergente, sustentando uma profunda mudança na
forma de compreender e estudar a cognição humana
que, por sua vez, é denominada como uma segunda
revolução cognitiva (Harré, 1999). Parte-se do
pressuposto que não mais são necessárias novas
formalizações e novos cálculos para representar o
pensamento, sendo que a mente revela-se passível de
investigação com base nas próprias práticas discursivas
(Harré & Gillet, 1999).
Para Harré e Gillet (1999), o dinamismo
preconizado pelos modelos conexionistas, ou seja,
modelos que não recorrem a um conjunto de regras
fixas, mas enfatizam os padrões de neuroconectividade
numa ampla rede, coaduna-se com a Psicologia
Discursiva. O fortalecimento de uma nova forma de
explicar o funcionamento cognitivo que leva em
consideração um paralelismo no processamento de
informações, estaria, portanto fundamentando essa
segunda revolução. Em complementação a essa idéia,
Mahoney afirma que:
Os modelos tradicionais de conhecimento,
conforme expressos pela primeira geração
das modernas teorias cognitivas, têm
retratado os seres humanos como “armazéns”
de informação. A linearidade dessa função de
entrada e saída (input-output) foi desafiada
pela mudança conexionista em
“processamentos paralelos massivamente
distribuídos” durante a segunda revolução
cognitiva. (Mahoney, 1998, p. 99)
Mahoney (1998), por outro lado, considera os
pressupostos ressaltados por Harré (citado por
Mahoney, 1998), bem como as implicações para
uma nova compreensão do self daí decorrentes. Mas
opta por situar tais preceitos, bem como a ênfase
numa cognição pró-ativa dentro daquilo que, de
forma mais ampla, é por ele denominado como uma
revolução construtivista. Nas palavras do autor:
“Mais de trinta anos se passaram desde os
primórdios da revolução cognitiva. Existe alguma
evidência de que atualmente uma revolução
construtivista esteja em andamento nas ciências
cognitivas, e na terapia cognitiva em particular
”(Mahoney, citado por Gonçalves, 1993, p.177).
Para o citado autor, o termo construtivista descreve
um conjunto de mudanças mais amplas no âmbito
das ciências cognitivas que se mostra capaz de
respaldar um novo olhar sobre o ser humano. Tal
olhar estaria em desacordo com uma visão
estritamente racionalista, tendo ainda implicações
diretas na prática clínica, uma vez que o foco da
terapia cognitiva passa a recair mais sobre um
processo de organização das experiências e menos
sobre a reestruturação das próprias cognições do
paciente (Mahoney, 1998).
Em convergência com as análises aludidas
anteriormente, encontram-se os trabalhos de Jerome
Bruner em torno da construção de significados
particularizados com base num processo narrativo e
organizador da experiência. A Psicologia Cultural
(Bruner, 1997) também se apresenta como uma
significativa ruptura com os modelos de processamento
de informação que estiveram no cerne da primeira
revolução cognitiva. De acordo com o autor, os
significados mostram-se indiferente às regras, sendo
assim, os aspectos da cognição a ele vinculados, não
seriam passíveis de uma replicação com base em
modelos sintáticos (Bruner, 1997). Conforme salienta
Correia (2003), Bruner demonstra estar tão atuante na
segunda revolução cognitiva como esteve na primeira.
No primeiro desses movimentos, Bruner contribui para
o próprio fortalecimento das pesquisas baseadas no
processamento de informação, enquanto que na
segunda revolução cognitiva, o trabalho desse autor
volta-se para a produção de significados culturais.
De um modo geral, é possível constatar que a
designação desse conjunto de mudanças como uma
segunda revolução cognitiva pauta-se pelo fato de que
uma nova forma de conceber e explicar os fenômenos
mentais consolidou-se no âmbito das ciências
cognitivas. Tais mudanças estão diretamente
relacionadas a um conjunto de teorias que acabou por
enfatizar aspectos mais dinâmicos e dialéticos da
cognição, considerando-se ainda a própria interface
entre o ser humano e o seu meio cultural. Tais preceitos
não fizeram parte, de outro modo, do arcabouço da
primeira revolução cognitiva. Pode-se dizer, desse
modo, que uma ruptura epistemológica ocorreu, ainda
que de um modo parcial, e que essa mesma ruptura
congregou e vem congregando importantes
pesquisadores no contexto das ciências cognitivas. Na
seqüência desse artigo, discutiremos, no entanto, se
esse processo pode ser entendido como uma verdadeira
e nova revolução no que se refere à história das
ciências cognitivas.
5. As duas revoluções cognitivas 389
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
DIFERENÇAS HISTÓRICAS E PROBLEMAS
CONCEITUAIS
Com base nos fatos e nas análises descritas neste
artigo, pode-se aventar que o termo “segunda revolução
cognitiva” parece não descrever um tipo de
transformação tão radical quanto aquela ocorrida no
final dos anos cinqüenta. No caso da revolução
cognitiva propriamente dita, verifica-se que houve uma
profunda ruptura metodológica capaz de gerar um
crescente número de pesquisas voltadas para
fenômenos mentais até então pouco explorados. Se
antes a abordagem científica desses fenômenos era
considerada impossível ou, pelo menos, pouco
elucidativa, a partir dessa ruptura tornou-se justificável
a sua realização. Uma caracterização desse tipo pode
ser aludida como uma primeira e crucial diferença entre
o advento das ciências cognitivas e uma subseqüente
incorporação de outras formas de estudar e explicar os
fenômenos mentais ocorrida no âmbito dessa mesma
abordagem.
Mostra-se igualmente notório o fato de que, no
final dos anos cinqüenta, como bem destaca Gardner
(2003), inúmeras áreas do conhecimento tenham
revelado-se convergentes e conjuntamente assistido a
publicação de uma série de trabalhos que provocaram
impacto no meio científico. Dito de outra forma, foi
nessa mesma época que disciplinas como Antropologia,
Lingüística, Neurociência, Psicologia, Inteligência
Artificial e Filosofia puderam voltar-se para uma
mesma metáfora que, por sua vez, mostrou-se
promissora para a compreensão de fenômenos distintos
vinculados à mente humana. Pode-se dizer, portanto,
que o meio científico assistiu, nessa época, não apenas
uma ruptura com os preceitos epistemológicos
precedentes, como também a emergência de um novo
modelo descritivo capaz de agregar diferentes áreas do
conhecimento.
Um terceiro ponto que merece destaque, diz
respeito ao fato que a assim denominada segunda
revolução cognitiva não chegou a produzir, ao
contrário da primeira, uma nova analogia no que se
refere à discussão ontológica mente e cérebro. A
afirmação de que determinados processos cognitivos só
podem ser compreendidos na esfera das práticas
discursivas e culturais, ou mesmo que a cognição
possui um caráter pró-ativo não é equiparável à
concepção da mente como um programa executado por
intermédio do nosso aparato cerebral. Em outras
palavras, os principais expoentes da revolução
cognitiva produziram, ou pelo menos, pensaram estar
produzindo uma solução definitiva para o problema
ontológico da mente. Essa passou a ser explicada então
como um programa não redutível às ocorrências
cerebrais propriamente ditas. Ainda que, no próprio
âmbito da revolução cognitiva, alguns tenham,
conforme Sperber (1998), negado uma visão
funcionalista e voltado-se para um materialismo
maximalista, o fato é que uma nova analogia com
profundas implicações ontológicas para pensar a mente
nasceu a partir desse processo. O mesmo não se pode
dizer, no entanto, da segunda revolução cognitiva.
Tal asserção explica-se pelo fato de que os
modelos conexionistas que supostamente teriam
contribuído para o advento dessa segunda revolução
mostram-se significativamente divergentes entre si. De
um lado é possível constatar a existência de um
conexionismo ultralocalista que, segundo Andler
(1998), pode comportar microrrepresentações baseadas
em regras, bem como um elevado grau de
modularização e, de outro um conexionismo
subsimbólico. No caso do conexionismo subsimbólico,
as representações podem ser entendidas como sendo
vetoriais e não simbólicas, uma vez que se consolidam
por intermédio dos padrões de neuroconectividade
(Smolensky, 1998). Não há, nessa concepção, “regras
duras” conforme destaca Smolensky (1998) e sim um
maior dinamismo em termos de funcionamento
cognitivo. Trata-se, portanto, de um tipo de arquitetura
cognitiva muito mais embasada nos fenômenos neurais
(Smolensky 1990; 1998). Por outro lado, mesmo nesse
tipo de concepção, a ontologia dos fenômenos mentais
continua não sendo redutível a uma esfera estritamente
neurológica, uma vez que a ênfase recai para um nível
que, embora não seja simbólico, não é exclusivamente
neuronal, conforme salienta Smolenky (1998). Isso
equivale a afirmar que nenhuma nova e supostamente
promissora metáfora fortaleceu-se, pois, tal como
afirma Pinker (1999), o conexionismo não é uma
refutação da teoria computacional da mente e sim uma
variação dela. Além disso, é preciso considerar o fato
de que, na atualidade, as chamadas arquiteturas
híbridas incorporam pressupostos conexionistas, sem
abandonarem a noção de que o funcionamento mental
possa envolver, tal como foi defendido na primeiro
revolução cognitiva, certos algoritmos (Frawley, 2000).
Nesses mesmos modelos, mantém-se o pressuposto de
que certas regularidades de processamento possam
coexistir com o caráter dinâmico das redes neurais
(Frawley, 2000).
Dessa forma, a idéia que está sendo salientada
neste artigo é que falar em primeira e segunda
revolução cognitiva é falar em processos históricos
bastante distintos quanto às próprias transformações
geradas no meio científico e quanto aos seus
6. 390 Vasconcellos & Vasconcellos
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 385-391, maio/ago. 2007
respectivos impactos. Não estamos, entretanto,
discutindo a pertinência das abordagens que estariam
vinculadas a uma segunda revolução cognitiva para o
estudo de inúmeros fenômenos mentais, mas tão
somente afirmando que, nesse caso, o termo
“revolução”, mostra-se inapropriado. Dentre as
diferentes formas de definir a palavra revolução
apresentada no dicionário Aurélio, verifica-se que o
termo pode também remeter a uma transformação
violenta nos conceitos científicos de uma época. Tal
transformação, conforme este trabalho procura
demonstrar, não ocorreu no caso da assim denominada
segunda revolução cognitiva.
Se, tal como salienta Miller (2003), a revolução
cognitiva pode ser compreendida como uma contra-
revolução, o mesmo não pode ser dito sobre o advento
do Construtivismo em suas vertentes narrativas e
discursivas. Ao que tudo indica, tais propostas não irão
consolidar uma ruptura completa, mas apenas algumas
reformulações dentro de uma mesma unidade de
análise, algo que, de acordo as concepções de Lakatos
(1978), evidenciaria o próprio caráter progressivo das
ciências cognitivas. De um modo geral, entretanto, é
possível afirmar que a emergência de tais abordagens,
quando comparadas ao advento das ciências cognitivas,
mostra-se bem menos transformadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O advento de um novo modo de conceber e
investigar a mente ocorrido no final dos anos cinqüenta
é designado como Revolução Cognitiva. Nesse
contexto, o computador acaba servindo como uma
metáfora promissora, vinculada a uma nova
compreensão ontológica da mente. Um crescente
número de trabalhos experimentais, a partir de então,
encarrega-se de estudar os processos de memória,
atenção, raciocínio, percepção, evidenciando que a
mente poderia ser investigada de um modo
verdadeiramente científico.
Em termos gerais, esse trabalho procurou mostrar
que esse mesmo processo pode ser apropriadamente
compreendido como uma revolução ocorrida no meio
científico e, mais especificamente, dentro de um
conjunto de ciências que direta ou indiretamente
voltam-se para as diferentes questões relacionadas ao
psiquismo. Em contrapartida, ainda que importantes e
ainda que os estudos subseqüentes tenham enfatizado o
caráter intrinsecamente pró-ativo e cultural da
cognição, os mesmos não se configuram como uma
revolução. Não é possível, até o presente momento,
considerar que tenha ocorrido o mesmo grau de
convergência ou o mesmo efeito transformador, capaz
de redirecionar uma série de trabalhos e pesquisas
experimentais tal como ocorreu na revolução cognitiva
propriamente dita. Ainda que novas orientações
metodológicas e novas concepções epistemológicas
possam ter sido engendradas a partir dessas
abordagens, essas mudanças mostram-se restritas
quando comparadas ao processo histórico e científico
denominado de revolução cognitiva.
Uma discussão histórica e conceitual como essa
pode contribuir para uma maior compreensão do
alcance e extensão da própria revolução cognitiva e dos
estudos por ela fomentados. Em termos gerais,
procurou-se assinalar que, a partir da citada revolução,
a psicologia experimental tornou-se mais abrangente e
passou a voltar-se para a investigação de fenômenos
pouco explorados. Desse modo, novas concepções
surgiram e, sob muitos aspectos, tais concepções
acabaram por evidenciar limitações no que se refere à
própria metáfora computacional. Por outro lado, essas
revisões são, segundo a idéia que defendemos neste
artigo, frutos de uma única e mesma revolução. O
caráter ainda incipiente dessas transformações não nos
permite considerar todas as diferentes implicações para
as pesquisas experimentais na esfera da Psicologia. É
possível, no entanto, entender que as mesmas podem
contribuir para uma melhor compreensão a respeito das
possibilidades e dos limites do método experimental no
estudo dos diferentes fenômenos mentais.
REFERÊNCIAS
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Recebido em 19/10/2005
Aceito em 06/05/2006
Endereço para correspondência: Silvio José Lemos Vasconcellos. Rua Carlos Gomes, 36, ap. 21, CEP 93315-040, Novo
Hamburgo-RS. E-mail: silvv@pop.com.br