A amamentação promove o desenvolvimento orofacial adequado da criança, preparando-a para a mastigação. Já outras formas de aleitamento podem prejudicar a função mastigatória e trazer problemas de saúde a longo prazo, uma vez que fornecem estímulos diferentes dos da amamentação.
Aleitamento Materno na Era Moderna - Vencendo Desafios é coordenado pelo Pediatra Moises Chencinski.
A obra reposiciona e vitaliza a tríade mãe/bebê/família como os grandes e maiores protagonistas pelo aleitamento. Chama a atenção sobre a importante correlação das questões nutricionais com as imunológicas, de acordo com as melhores evidências pediátricas.
A amamentação é ação coletiva, segundo a proposta do presente trabalho e, com isso, há participação de equipe multiprofissional, liderada pelos especialistas em saúde materno-infantil.
O livro, de maneira assertiva, cria condições e conscientiza a representação da amamentação como o verdadeiro fruto da vida.
...
Escrevemos com a Psicóloga Denise Feliciano o capítulo sobre Paternidade & Paternagem.
Quanto mais publicações sobre Aleitamento, melhor!
Parabéns aos autores!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
O cotidiano de trabalho em uma unidade de saúde possui baixa densidade tecnológica, com altíssima complexidade. Só quem já trabalhou em uma unidade, percebe o desafio de se trabalhar em equipe, de se realizar planejamento de ações. Ao encerrar a primeira etapa, comum a todos os profissionais da Equipe de Saúde da Família (ESF), ressaltamos a necessidade de habilidades e atitudes especiais de toda a equipe com relação ao atendimento de crianças.
A mortalidade neonatal precoce pode ser reduzida pela adoção de boas práticas no parto e nascimento, como assistência neonatal no nascimento, contato pele a pele imediato e ininterrupto, clampeamento oportuno do cordão umbilical, amamentação na primeira hora de vida e alta hospitalar segura.
Material de 21 de junho de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN-SP, gestão 2015- 2017, apresenta aos profissionais de Enfermagem de São Paulo a publicação “Processo de Enfermagem: Guia para a Prática”. O presente guia é fruto dos debates e conclusões do Grupo de Trabalho sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem – SAE do COREN-SP e visa encorajar a reflexão sobre a aplicação e o aprimoramento dessa ferramenta no dia a dia do profissional.
Viabilizar o planejamento reprodutivo de mulheres e homens é potencializar seus conhecimentos, permitir seu acesso aos recursos técnicos e científicos da saúde e respeitar suas escolhas reprodutivas.
Decidir SE e QUANDO engravidar, assim como QUANTOS filhos ter e COMO tê-los é um direito de todo cidadão.
A garantia de acesso ao planejamento familiar voluntário tem o potencial de ampliar a autonomia das mulheres e, ainda, reduzir em um terço as mortes maternas e em até 20% as mortes infantis.
Material de 25 de junho de 2018
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
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Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Aleitamento Materno na Era Moderna - Vencendo Desafios é coordenado pelo Pediatra Moises Chencinski.
A obra reposiciona e vitaliza a tríade mãe/bebê/família como os grandes e maiores protagonistas pelo aleitamento. Chama a atenção sobre a importante correlação das questões nutricionais com as imunológicas, de acordo com as melhores evidências pediátricas.
A amamentação é ação coletiva, segundo a proposta do presente trabalho e, com isso, há participação de equipe multiprofissional, liderada pelos especialistas em saúde materno-infantil.
O livro, de maneira assertiva, cria condições e conscientiza a representação da amamentação como o verdadeiro fruto da vida.
...
Escrevemos com a Psicóloga Denise Feliciano o capítulo sobre Paternidade & Paternagem.
Quanto mais publicações sobre Aleitamento, melhor!
Parabéns aos autores!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
O cotidiano de trabalho em uma unidade de saúde possui baixa densidade tecnológica, com altíssima complexidade. Só quem já trabalhou em uma unidade, percebe o desafio de se trabalhar em equipe, de se realizar planejamento de ações. Ao encerrar a primeira etapa, comum a todos os profissionais da Equipe de Saúde da Família (ESF), ressaltamos a necessidade de habilidades e atitudes especiais de toda a equipe com relação ao atendimento de crianças.
A mortalidade neonatal precoce pode ser reduzida pela adoção de boas práticas no parto e nascimento, como assistência neonatal no nascimento, contato pele a pele imediato e ininterrupto, clampeamento oportuno do cordão umbilical, amamentação na primeira hora de vida e alta hospitalar segura.
Material de 21 de junho de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
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Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – COREN-SP, gestão 2015- 2017, apresenta aos profissionais de Enfermagem de São Paulo a publicação “Processo de Enfermagem: Guia para a Prática”. O presente guia é fruto dos debates e conclusões do Grupo de Trabalho sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem – SAE do COREN-SP e visa encorajar a reflexão sobre a aplicação e o aprimoramento dessa ferramenta no dia a dia do profissional.
Viabilizar o planejamento reprodutivo de mulheres e homens é potencializar seus conhecimentos, permitir seu acesso aos recursos técnicos e científicos da saúde e respeitar suas escolhas reprodutivas.
Decidir SE e QUANDO engravidar, assim como QUANTOS filhos ter e COMO tê-los é um direito de todo cidadão.
A garantia de acesso ao planejamento familiar voluntário tem o potencial de ampliar a autonomia das mulheres e, ainda, reduzir em um terço as mortes maternas e em até 20% as mortes infantis.
Material de 25 de junho de 2018
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
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Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Nessa publicação (com melhor qualidade de imagem, segunda tentativa) procuramos salientar de forma didática as vantagens do aleitamento, a importância da amamentação exclusiva, as causas de desmame precoce, a psicofisiologia da lactação, o conceito de Aconselhamento, técnicas e orientações básicas, planejamento familiar, legislação de proteção, intercorrências indesejáveis mais comuns, infecções da lactante...
É um dos muitos capítulos do livro "Bases da Pediatria" , 2013, organizado pelo Prof. Carlos Eduardo Schettino de Azevedo, nosso colega da Faculdade de Medicina da UFRJ.
...
Nos próximos dias publicaremos o outro capítulo sobre a "Tecnologia Mãe-Canguru".
Disfrutem e enviem suas críticas e sugestões (levem em consideração que foi escrito há 8 anos).
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
“A amamentação é um dos investimentos mais eficazes que um país pode fazer para garantir uma população mais inteligente e saudável.” (OMS, 2017)
A amamentação bem-sucedida é relacionada à diversos fatores.
Bebês saudáveis nascidos em Hospitais Amigo da Criança tem menos risco de intervenções desnecessárias logo após o parto.
O contato pele a pele com a mãe logo após o nascimento, a amamentação na primeira hora de vida ainda na sala de parto e o alojamento conjunto foram mais frequentes nessas instituições.
É fundamental trabalhar os processos clínicos integrados em rede, desde o pré-natal, nas unidades de saúde de referência da maternidade.
Os gestores devem apoiar as ações em educação permanente com mães e profissionais de saúde, não somente nos hospitais, mas nas unidades básicas de apoio.
Os Hospitais Amigo da Criança são referência em qualidade e humanização do atendimento durante todas as etapas da gestação, parto e nascimento e período neonatal precoce.
Material de 06 de novembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
A Saúde da Mulher é prioridade, se faz presente e é expressa no contexto da gestão federal do SUS, através da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, e é reafirmada em vários pactos firmados pelos gestores das três esferas governamentais, no pacto pela saúde SUS, cobertura de mamografia, percentual de colpocitologia investigadas são alguns deles. Tal política visa fundamentalmente à implementação dos princípios norteadores do SUS, com ênfase na promoção da saúde, ampliando o espectro de ações até então propostas.
A PNAISC é orientadora das práticas de atenção à saúde da criança. Conhecer os seus princípios e eixos estratégicos amplia as ações dos profissionais em prol de garantir uma atenção integral à criança e sua família.
Material de 14 de julho de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Todo hospital deveria adotar pacotes de segurança para as principais causas de morbidade grave e mortalidade materna evitáveis, começando com prevenção de hemorragia, pré-eclâmpsia e tromboembolismo venoso.
Material de 23 de novembro de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
A prática sistematizada da Enfermagem Obstétrica em nossa Secretaria, como a reconhecemos hoje - e traduzida no presente Manual -, inscrevese em um conjunto de ações empreendidas por gestoras(es) e técnicas(os). Tais ações tiveram seu início na década de 1980, com jovens profissionais de enfermagem, que atuavam no Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães (hoje Hospital Maternidade Fernando Magalhães). Na década de 1990, foi proposta uma política pública específica na atenção ao nascimento, implementada pioneiramente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Sendo assim, nos últimos vinte anos, a SMSDC vem pensando e tendo a oportunidade de exercitar, junto com as protagonistas principais, mulheres que usam nossos serviços, novas formas de parir e nascer em
nossa cidade.
O termo Hospital tem sua origem no Latim – hospitale, adjetivo derivado de hospes (hóspede, viajante, estrangeiro), significando aquele que dá o agasalho ou que hospeda. Do primitivo latim, originaram-se os termos hospital e ospedale, aceitos em diversos países. Entretanto, nos primórdios da era cristã, a terminologia mais utilizada relacionava-se com o grego latinizado, salientando-se: Nosodochium: lugar para receber doentes. Ptochotrophium: asilo para pobres.
Poedotrophium: asilo para crianças. Xenotrophium: asilo e refúgio para viajantes estrangeiros. Gynetrophium: asilo para velhos. Hospitum: lugar que recebia enfermos incuráveis ou insanos.
Estrategia de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NA...Mateus Clemente
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
Favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica.
Cada morte materna evitável deve nos causar indignação ao ponto de buscarmos melhorias para a assistência à saúde da mulher e do recém-nascido e essa mudança deve ser iniciada nas portas de entrada das maternidades do Brasil.
Material de 23 de novembro de 2018
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Nos últimos anos, a saúde do homem vem se configurando como um emergente campo de estudos no âmbito da Saúde Coletiva. No Brasil, a preocupação com esta temática encontra-se traduzida na recém-instituída Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH).
A saúde do homem surge como questão a ser estudada a partir do comportamento de risco adotado pelos próprios sujeitos do sexo masculino, muitas vezes arraigado pelos ditames de uma masculinidade hegemônica imposta socialmente. Sabe-se que o homem não possui hábitos de prevenção e eles próprios estavam colocados à margem das políticas públicas de saúde.
O cuidado paterno é uma das ações do PNAISH - um avanço...
A mortalidade neonatal precoce pode ser reduzida pela adoção de boas práticas no parto e nascimento.
Material de 28 de agosto de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Como contribuição à 1ª Semana de Mobilização pela Saúde das Mulheres o Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz apresenta material sobre Mortalidade Materna, com o objetivo de expor suas causas e indicar ações necessárias para a sua redução.
A ocorrência de um óbito materno deve causar indignação nos profissionais de saúde e na sociedade. Todo óbito materno deve ser investigado pelos profissionais de maternidades, de unidades básicas e analisados pelos Comitês Municipais e Estaduais de Prevenção da Mortalidade Materna.
Material de 28 de maio de 2018
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Apesar da redução importante da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado. Um número expressivo de mortes ainda faz parte da realidade social e sanitária de nosso País. Tais mortes ainda ocorrem por causas evitáveis, principalmente no que diz respeito às ações dos serviços de saúde e, entre elas, a atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.
ANAIS do XIV ENAM - Encontro Nacional de Aleitamento Materno 2016, Florianópolis, SC - 2a. parte.
Os Anais do XIV Encontro Nacional de Aleitamento Materno e do IV Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável - Posteres científicos.
Uma publicação de quase 600 páginas com o número ISBN: 978-85-60941-07-0
Contém um resumo das conferências, mesas-redondas, pôsteres científicos e comunicações orais, além da Carta de Florianópolis “Um chamado à Ação”
Parabéns a tod@s!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Membro da Comissão Científica do XIV ENAM
PS: veja também a 1a. parte
Nessa publicação (com melhor qualidade de imagem, segunda tentativa) procuramos salientar de forma didática as vantagens do aleitamento, a importância da amamentação exclusiva, as causas de desmame precoce, a psicofisiologia da lactação, o conceito de Aconselhamento, técnicas e orientações básicas, planejamento familiar, legislação de proteção, intercorrências indesejáveis mais comuns, infecções da lactante...
É um dos muitos capítulos do livro "Bases da Pediatria" , 2013, organizado pelo Prof. Carlos Eduardo Schettino de Azevedo, nosso colega da Faculdade de Medicina da UFRJ.
...
Nos próximos dias publicaremos o outro capítulo sobre a "Tecnologia Mãe-Canguru".
Disfrutem e enviem suas críticas e sugestões (levem em consideração que foi escrito há 8 anos).
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
“A amamentação é um dos investimentos mais eficazes que um país pode fazer para garantir uma população mais inteligente e saudável.” (OMS, 2017)
A amamentação bem-sucedida é relacionada à diversos fatores.
Bebês saudáveis nascidos em Hospitais Amigo da Criança tem menos risco de intervenções desnecessárias logo após o parto.
O contato pele a pele com a mãe logo após o nascimento, a amamentação na primeira hora de vida ainda na sala de parto e o alojamento conjunto foram mais frequentes nessas instituições.
É fundamental trabalhar os processos clínicos integrados em rede, desde o pré-natal, nas unidades de saúde de referência da maternidade.
Os gestores devem apoiar as ações em educação permanente com mães e profissionais de saúde, não somente nos hospitais, mas nas unidades básicas de apoio.
Os Hospitais Amigo da Criança são referência em qualidade e humanização do atendimento durante todas as etapas da gestação, parto e nascimento e período neonatal precoce.
Material de 06 de novembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
A Saúde da Mulher é prioridade, se faz presente e é expressa no contexto da gestão federal do SUS, através da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, e é reafirmada em vários pactos firmados pelos gestores das três esferas governamentais, no pacto pela saúde SUS, cobertura de mamografia, percentual de colpocitologia investigadas são alguns deles. Tal política visa fundamentalmente à implementação dos princípios norteadores do SUS, com ênfase na promoção da saúde, ampliando o espectro de ações até então propostas.
A PNAISC é orientadora das práticas de atenção à saúde da criança. Conhecer os seus princípios e eixos estratégicos amplia as ações dos profissionais em prol de garantir uma atenção integral à criança e sua família.
Material de 14 de julho de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Todo hospital deveria adotar pacotes de segurança para as principais causas de morbidade grave e mortalidade materna evitáveis, começando com prevenção de hemorragia, pré-eclâmpsia e tromboembolismo venoso.
Material de 23 de novembro de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
A prática sistematizada da Enfermagem Obstétrica em nossa Secretaria, como a reconhecemos hoje - e traduzida no presente Manual -, inscrevese em um conjunto de ações empreendidas por gestoras(es) e técnicas(os). Tais ações tiveram seu início na década de 1980, com jovens profissionais de enfermagem, que atuavam no Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães (hoje Hospital Maternidade Fernando Magalhães). Na década de 1990, foi proposta uma política pública específica na atenção ao nascimento, implementada pioneiramente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Sendo assim, nos últimos vinte anos, a SMSDC vem pensando e tendo a oportunidade de exercitar, junto com as protagonistas principais, mulheres que usam nossos serviços, novas formas de parir e nascer em
nossa cidade.
O termo Hospital tem sua origem no Latim – hospitale, adjetivo derivado de hospes (hóspede, viajante, estrangeiro), significando aquele que dá o agasalho ou que hospeda. Do primitivo latim, originaram-se os termos hospital e ospedale, aceitos em diversos países. Entretanto, nos primórdios da era cristã, a terminologia mais utilizada relacionava-se com o grego latinizado, salientando-se: Nosodochium: lugar para receber doentes. Ptochotrophium: asilo para pobres.
Poedotrophium: asilo para crianças. Xenotrophium: asilo e refúgio para viajantes estrangeiros. Gynetrophium: asilo para velhos. Hospitum: lugar que recebia enfermos incuráveis ou insanos.
Estrategia de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NA...Mateus Clemente
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
Favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica.
Cada morte materna evitável deve nos causar indignação ao ponto de buscarmos melhorias para a assistência à saúde da mulher e do recém-nascido e essa mudança deve ser iniciada nas portas de entrada das maternidades do Brasil.
Material de 23 de novembro de 2018
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Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
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Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Nos últimos anos, a saúde do homem vem se configurando como um emergente campo de estudos no âmbito da Saúde Coletiva. No Brasil, a preocupação com esta temática encontra-se traduzida na recém-instituída Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH).
A saúde do homem surge como questão a ser estudada a partir do comportamento de risco adotado pelos próprios sujeitos do sexo masculino, muitas vezes arraigado pelos ditames de uma masculinidade hegemônica imposta socialmente. Sabe-se que o homem não possui hábitos de prevenção e eles próprios estavam colocados à margem das políticas públicas de saúde.
O cuidado paterno é uma das ações do PNAISH - um avanço...
A mortalidade neonatal precoce pode ser reduzida pela adoção de boas práticas no parto e nascimento.
Material de 28 de agosto de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Como contribuição à 1ª Semana de Mobilização pela Saúde das Mulheres o Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz apresenta material sobre Mortalidade Materna, com o objetivo de expor suas causas e indicar ações necessárias para a sua redução.
A ocorrência de um óbito materno deve causar indignação nos profissionais de saúde e na sociedade. Todo óbito materno deve ser investigado pelos profissionais de maternidades, de unidades básicas e analisados pelos Comitês Municipais e Estaduais de Prevenção da Mortalidade Materna.
Material de 28 de maio de 2018
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Apesar da redução importante da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado. Um número expressivo de mortes ainda faz parte da realidade social e sanitária de nosso País. Tais mortes ainda ocorrem por causas evitáveis, principalmente no que diz respeito às ações dos serviços de saúde e, entre elas, a atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.
ANAIS do XIV ENAM - Encontro Nacional de Aleitamento Materno 2016, Florianópolis, SC - 2a. parte.
Os Anais do XIV Encontro Nacional de Aleitamento Materno e do IV Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável - Posteres científicos.
Uma publicação de quase 600 páginas com o número ISBN: 978-85-60941-07-0
Contém um resumo das conferências, mesas-redondas, pôsteres científicos e comunicações orais, além da Carta de Florianópolis “Um chamado à Ação”
Parabéns a tod@s!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Membro da Comissão Científica do XIV ENAM
PS: veja também a 1a. parte
Trata-se da argumentação sobre a defesa do parto normal e a humanização dos procedimentos que envolvem o pré, o parto e o pós-parto, porque este evento interfere no aleitamento materno.
SER PAI: EXERCENDO A PATERNIDADE FRENTE AO TRABALHO DE PARTO HUMANIZADOCamila Rios
Na antiguidade, os partos eram assistidos por parteiras, que eram consideradas como sábias,
no entanto, depois da Idade Média, essas práticas foram qualificadas como perigosas por
transgredirem a moral científica e religiosa da época. Com o advento da tecnologia e o avanço
da medicina, os partos passaram a ser realizados no hospital e por diversas vezes, de forma
desumanizada. Tendo em vista as reflexões e estudos acerca da atual norma de assistência à
parturiente durante o trabalho de parto, (assistência humanizada), realizou-se essa pesquisa
com o objetivo de discutir a participação do pai durante o trabalho do parto humanizado. Para
elaboração desta pesquisa, foi realizado um estudo descritivo, qualitativo através de revisão
bibliográfica de artigos completos publicados no Brasil em língua portuguesa, entre os anos
de 2000 a 2012, sendo o objeto de estudo o pai no parto humanizado. Percebe-se que o
momento do parto é marcante para a mãe que passa por uma experiência pessoal, onde
necessita de atenção e acolhimento. A humanização é ação principal dentro desse cenário. E o
melhor exemplo de um parto humanizado é aquele em que o pai pode exercer sua paternidade
desde o principio, junto com a mãe. Nessa premissa o pai tem um importante papel como
acompanhante da mulher e como um instrumento ativo presente na sala de parto. Um fator
que contribuiu para essa participação foi a Lei do Acompanhante, que protege o direito do pai
de estar presente no momento do trabalho de parto.
Amamentação na rede básica de saúde: Um breve estudo exploratório sobre a compreensão de mitos, dificuldades e
potencialidades da amamentação no ambiente de uma Unidade Básica de Saúde.
Vejam que presente recebi:
"Querido Professor Marcus Renato,
Fiz meu trabalho de conclusão no Internato de Medicina de Família da Faculdade de Medicina da UFRJ sobre Aleitamento Materno. Como o senhor foi sempre uma inspiração e uma fonte de sabedorias e conhecimentos no tema e considerando o seu papel, mesmo que indireto, nesse caminho de que trilhei, de interesse continuado pela Amamentação e por ajudar mães e bebês, quis enviar o resultado dos meus estudos.
Muita gratidão, sempre, querido mentor!"
Cecília Novelli
Querida Cecília, parabéns, muito obrigado por seu TCC, seu carinho e reconhecimento.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
O Sistema Alojamento Conjunto é definido, segundo o Ministério da Saúde, como um sistema hospitalar em que o bebê sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente até alta hospitalar de ambos e que permite aos pais receberem orientações que os tornem aptos a prestar cuidados ao filho. Visa também, incentivar a amamentação, favorecer o vínculo entre os familiares, bem como, contribuir para a redução dos índices de infecção hospitalar
ALOJAMENTO CONJUNTO é um sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta
hospitalar. Tal sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho.
2 - A colocação do recém-nascido junto à mãe de forma descontínua não oferece as vantagens citadas e não é, por definição, considerada como "Alojamento Conjunto".
Recomendações da OMS sobre cuidados maternos e neonatais para uma experiência pós-natal positiva.
Em consonância com os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes, e aplicando uma abordagem baseada nos direitos humanos, os esforços de cuidados pós-natais devem expandir-se para além da cobertura e da simples sobrevivência, de modo a incluir cuidados de qualidade.
Estas diretrizes visam melhorar a qualidade dos cuidados pós-natais essenciais e de rotina prestados às mulheres e aos recém-nascidos, com o objetivo final de melhorar a saúde e o bem-estar materno e neonatal.
Uma “experiência pós-natal positiva” é um resultado importante para todas as mulheres que dão à luz e para os seus recém-nascidos, estabelecendo as bases para a melhoria da saúde e do bem-estar a curto e longo prazo. Uma experiência pós-natal positiva é definida como aquela em que as mulheres, pessoas que gestam, os recém-nascidos, os casais, os pais, os cuidadores e as famílias recebem informação consistente, garantia e apoio de profissionais de saúde motivados; e onde um sistema de saúde flexível e com recursos reconheça as necessidades das mulheres e dos bebês e respeite o seu contexto cultural.
Estas diretrizes consolidadas apresentam algumas recomendações novas e já bem fundamentadas sobre cuidados pós-natais de rotina para mulheres e neonatos que recebem cuidados no pós-parto em unidades de saúde ou na comunidade, independentemente dos recursos disponíveis.
É fornecido um conjunto abrangente de recomendações para cuidados durante o período puerperal, com ênfase nos cuidados essenciais que todas as mulheres e recém-nascidos devem receber, e com a devida atenção à qualidade dos cuidados; isto é, a entrega e a experiência do cuidado recebido. Estas diretrizes atualizam e ampliam as recomendações da OMS de 2014 sobre cuidados pós-natais da mãe e do recém-nascido e complementam as atuais diretrizes da OMS sobre a gestão de complicações pós-natais.
O estabelecimento da amamentação e o manejo das principais intercorrências é contemplada.
Recomendamos muito.
Vamos discutir essas recomendações no nosso curso de pós-graduação em Aleitamento no Instituto Ciclos.
Esta publicação só está disponível em inglês até o momento.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Existem cada vez mais evidências de que os setores de bebidas e alimentos ultra processados, fórmulas infantis, micronutrientes, pesticidas e manipulação genética de alimentos, além de atores associados, frequentemente tentam atrasar, enfraquecer, distorcer e/ou impedir o desenvolvimento de políticas e programas de alimentação e nutrição que possam contribuir efetivamente para sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Este documento estabelece um roteiro para introduzir e implementar, na Região das Américas, o Projeto de abordagem da OMS para a prevenção e gestão de conflitos de interesse na formulação de políticas e implementação de programas de nutrição no âmbito nacional, publicado pela OMS em dezembro de 2017.
Conflito de interesse segundo a OMS é uma situação em que o interesse primário de uma instituição pode ser indevidamente influenciado pelo interesse de um ator não estatal, de tal forma que afete (ou possa parecer afetar) a independência e objetividade do trabalho do governo no campo da saúde pública.
O projeto de abordagem da OMS é um processo decisório cujo objetivo é ajudar os Estados a identificar, prevenir e gerenciar potenciais conflitos de interesse quando da sua interação com atores não estatais (principalmente comerciais) nas políticas e programas de nutrição.
Considerando a complexidade do projeto de abordagem da OMS, este documento também fornece uma 'ferramenta de triagem' simplificada para apoiar e permitir sua aplicação.
Essa ferramenta de triagem foi desenvolvida pela OPAS, com o apoio de funcionários de ministérios da saúde e de organizações da sociedade civil.
Este roteiro tem como objetivos:
- apresentar os princípios fundamentais da abordagem da OMS aos tomadores de decisão das agências governamentais relevantes;
- adaptar e desenvolver formatos complementares da abordagem da OMS que se encaixem nos processos decisórios existentes em nível nacional;
- e complementar a ferramenta completa da OMS com uma ferramenta de triagem mais curta para aumentar a acessibilidade e possibilitar um envolvimento e uso mais efetivos na tomada de decisões relativas a potenciais interações com atores não estatais.
A publicação explica como esses objetivos podem ser abordados usando um método em 3 estágios. Ela também inclui anexos que cobrem estudos de caso, programas para oficinas e uma ferramenta de triagem para avaliar potenciais interações com atores não estatais: indústrias, comerciantes, empresas... Inclusive, no patrocínio de Congressos, Encontros, Reuniões científicas e apoio as Associações e Sociedades de profissionais de saúde.
Recomendamos!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Promoção comercial dos ditos substitutos do leite materno:
Implementação do Código Internacional -
relatório de situação mundial em 2024
Esta publicação fornece informações atualizadas sobre o estado de implementação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (de 1981) e subsequentes resoluções da Assembleia Mundial da Saúde (relacionadas com o “Código”) por países. Apresenta o estatuto jurídico do Código, incluindo até que ponto as disposições de recomendação foram incorporadas nas legislações nacionais.
O relatório centra-se na forma como as medidas legais delineiam processos de monitorização e aplicação para garantir a eficácia das disposições incluídas.
Também destaca exemplos importantes de interferência de fabricantes e distribuidores de substitutos do leite materno nos esforços para enfraquecer e atrasar a implementação de proteções contra o marketing antiético.
O Brasil aparece classificado como “substancialmente alinhado com o Código” devido à NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, que está em constante atualização desde sua primeira versão de 1988.
Esse status no traz esperança de continuar avançando, principalmente contra o marketing digital perpetrado pelas redes sociais e pelas ditas “influenciadoras”.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Maternidade pública de Salvador lança caderneta específica para acompanhamento da gestação de Homens Trans. A Unidade de saúde da Universidade Federal da Bahia mantém ações de acolhimento à população transexual. Medida visa preencher lacuna do sistema de saúde.
A iniciativa foi idealizada e produzida pela Maternidade Climério de Oliveira da UFBA em Salvador.
“A caderneta tem como objetivo promover inclusão social, visibilidade e pertencimento, além de produzir dados qualitativos e quantitativos sobre gestações transmasculinas. O uso do instrumento pode contribuir na elaboração de políticas públicas que propiciem o acesso, o cuidado seguro e a garantia de direitos, conforme estabelecido nos princípios do SUS (universalidade, equidade e integralidade)”, disse Sinaide Coelho, superintendente da MCO-UFBA.
TRANSGESTA
Trata-se de uma iniciativa voltada às pessoas que se reconhecem e se declaram transexuais, travestis, transgêneras, intersexo e outras denominações que representam formas diversas de vivência e de expressão de identidade de gênero. Desde o início, o programa realizou o acompanhamento de 7 homens trans gestantes, que resultou no nascimento de nove bebês na maternidade.
Parabéns!
Todo o nosso apoio: essa Caderneta será citada no V Seminário online anual preparatório para a SMAM 2024 em www.agostodourado.com
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ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS PEQUENAS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:
manual de orientações para a comunidade, profissionais de saúde e gestores de programas de assistência humanitária.
*Tema da SMAM 2009 e que abordaremos novamente no www.agostodourado.com desse ano.
As calamidades e emergências complexas têm um impacto devastador sobre a vida das pessoas. Repentinamente, elas perdem suas casas e são obrigadas a viver fora de seu local de origem, muitas vezes com a cisão abrupta da unidade familiar. O acesso aos serviços de saúde primários costuma ficar prejudicado ou completamente inviabilizado e os sistemas de saúde podem entrar em colapso. A água potável e os alimentos geralmente se tornam escassos, as condições de segurança precárias. Durante os desastres é preciso enfrentar o desafio de lidar com um grande número de pessoas em choque, muitas delas doentes, feridas ou traumatizadas por suas experiências. As mulheres e crianças são as vítimas que mais necessitam de cuidados. Muitas mulheres perdem seus maridos/companheiras, filhos, pais ou parentes e, mesmo assim, precisam iniciar imediatamente o trabalho de reconstruir seus lares, de organizar o espaço para continuar vivendo e de cuidar dos membros mais frágeis da família. O impacto sobre as mulheres pode ser imenso, tanto físico quanto emocional e social. Atenção extra e cuidados especiais precisam ser oferecidos às mulheres com crianças pequenas, órfãos e gestantes.
A Amamentação cruzada não é recomendada e as lactantes devem receber um acolhimento carinhoso para que possam continuar amamentando ou serem apoiadas para a relactação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Curadoria de conteúdo: Prof. Marcus Renato de Carvalho @marcus.decarvalho
Amamentação e desenvolvimento sensório psico-motor dos lactentes: “Trilhos anatômicos”, bases neurais da motricidade do sistema estomatognático e suas repercussões sistêmicas.
O lactente é preparado para a amamentação desde a décima segunda semana de gestação, quando inicia o ato reflexo de deglutir o líquido amniótico. A região do encéfalo responsável pela elaboração desses primitivos atos motores é o tronco encefálico. O RN adquire controle motor no sentido céfalo caudal. Isso se dá porque a deposição de mielina obedece à mesma direção. Acrescente-se o fato de o aumento expressivo dos prolongamentos de neurônios ocorrer, principalmente, até os 2 anos de idade. A amamentação, que deve ser mantida pelo menos até que o lactente complete 24 meses de vida, ou mais, funcionaria como uma forma de estimulação perfeita durante esse período crítico do desenvolvimento motor. No lactente, fase em que predominam as ações motoras do orbicular dos lábios e do bucinador (inervados pelo facial), a deglutição é visceral. Entre 7 e 8 meses de idade ocorre a erupção dos dentes incisivos decíduos. O contato inter incisal deflagra a mudança de dominância motora do facial para a do trigêmeo. O padrão de deglutição muda de visceral para somático. Os músculos masseter, pterigoideo medial e temporal (inervados pelo trigêmeo) fazem parte da linha profunda anterior e se comunicam com o occipto frontal (inervado pelo facial), limite cranial da linha superficial posterior. A atuação conjunta dessas duas linhas miofasciais permite que o lactente abandone sua postura flexora com o fortalecimento gradual da musculatura extensora. A amamentação promove, portanto, um adequado sincronismo das ações motoras estimuladas pelos nervos facial e trigêmeo, cujos núcleos se situam no tronco encefálico e estabelecem contato com diversas vias neurais importantes para a organização dos movimentos. Influência o tônus neuromuscular, a postura e o desenvolvimento motor do lactente.
Juliana de Magalhães Faria, Antonio de Padua Ferreira Bueno, Marcus Renato de Carvalho.
Publicado na Revista Fisioterapia Ser • vol. 18 - nº 4 • 2023.
Juliana é Fisioterapeuta em instituições públicas e/ou
privadas há 22 anos, onde adquiriu experiência na área da Saúde e Educação, Pediatria, Fisioterapia em reabilitação de bebês e crianças com problemas neurológicos, estimulação sensório psicomotora, correção postural, reabilitação de pacientes com limitações ortopédicas e neurológicas...
Especialista em Atenção Integral à Saúde Materno-infantil na Maternidade Escola da UFRJ onde iniciou esse artigo que começou com o seu TCC em 2006-7.
Os Princípios de Yogyakarta são um documento sobre direitos humanos nas áreas de orientação sexual e identidade de gênero, publicado em novembro de 2006 como resultado de uma reunião internacional de grupos de direitos humanos na cidade de Joguejacarta (em indonésio: Yogyakarta), na Indonésia.
Os Princípios foram complementados em 2017, expandindo-se para incluir mais formas de expressão de gênero e características sexuais, além de vários novos princípios.
Os Princípios, e sua extensão de 2017, contêm um conjunto de preceitos destinados a aplicar os padrões da lei internacional de direitos humanos ao tratar de situações de violação dos direitos humanos – LGBTQIA+ - de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e demais expressões de gênero.
São 29 princípios:
1. Direito ao Gozo Universal dos Direitos Humanos
2. Direito à Igualdade e a Não-Discriminação
3. Direito ao Reconhecimento Perante a Lei
4. Direito à Vida
Direito à Segurança Pessoal
6. Direito à Privacidade
7. Direito de Não Sofrer Privação Arbitrária da Liberdade
8. Direito a um Julgamento Justo
9. Direito a Tratamento Humano durante a Detenção
10. Direito de Não Sofrer Tortura e Tratamento ou Castigo Cruel, Desumano e Degradante
11. Direito à Proteção Contra todas as Formas de Exploração, Venda ou Tráfico de Seres Humanos
12. Direito ao Trabalho
13. Direito à Seguridade Social e outras Medidas de Proteção Social
14. Direito a um Padrão de Vida Adequado
15. Direito à Habitação Adequada
16. Direito à Educação
17. Direito ao Padrão mais Alto Alcançável de Saúde
18. Proteção contra Abusos Médicos
19. Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
20. Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacíficas
21. Direito à Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
22. Direito à Liberdade de Ir e Vir
23. Direito de Buscar Asilo
24. Direito de Constituir uma Família
25. Direito de Participar da Vida Pública
26. Direito de Participar da Vida Cultural
27. Direito de Promover os Direitos Humanos
28. Direito a Recursos Jurídicos e Medidas Corretivas Eficazes
29. Responsabilização (“Accountability”).
Fonte: Wikipedia + JusBrasil
"Amamentação, sistemas de primeira alimentação
e poder corporativo: um estudo de caso sobre o mercado e as práticas políticas da indústria
transnacional de alimentação infantil no Brasil"
Artigo original: Breastfeeding, first-food systems and corporate power: a case study
on the market and political practices of the transnational baby food industry in Brazil.
Métodos da pesquisa: Usamos um desenho de estudo de caso, extraindo dados de documentos e entrevistas com informantes-chave (N=10).
Resultados: As taxas de amamentação despencaram no Brasil para um mínimo histórico na década de 1970. O ressurgimento da amamentação a partir
de meados da década de 1980 refletiu o fortalecimento do compromisso para a política nacional e uma lei de proteção da amamentação, resultante, por sua vez, de ações coletivas levadas a cabo por coligações de amamentação, defensores e mães. No entanto, mais
recentemente, as melhorias na amamentação estabilizaram no Brasil, enquanto a indústria aumentou as vendas de CMF
( Fórmulas Lácteas Comerciais) no Brasil em 750% entre 2006 e
2020. À medida que as regulamentações se tornaram mais rigorosas, a indústria promoveu de forma mais agressiva os CMF para bebés mais velhos e crianças pequenas, bem como para produtos especializados. fórmulas. A indústria de alimentos para bebés é fortalecida através da associação com grupos industriais poderosos e emprega lobistas com bom acesso aos decisores políticos.
A indústria conquistou a profissão pediátrica no Brasil através de sua associação de longa data com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
...
Parabenizamos os autores: Cindy Alejandra Pachón Robles, Mélissa Mialon, Laís Amaral Mais, Daniela Neri, Kimielle Cristina Silva e Phillip
Baker.
Tradução: Moises Chencinski
* Referência: Robles et al. Globalization and Health (2024) 20:12
https://doi.org/10.1186/s12992-024-01016-0
GLOBAL BREASTFEEDING SCORECARD 2023
As taxas de amamentação estão aumentando em todo mundo através da melhoria dos sistemas de promoção, proteção e apoio.
A amamentação é essencial para a sobrevivência e saúde infantil. O leite materno é um produto seguro, natural, nutritivo e sustentável. O padrão ouro para a alimentação dos lactentes. O leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger contra muitas doenças infantis, como como diarreia e doenças respiratórias. Estima-se que o desmame precoce seja responsável por 16% das mortes infantis a cada ano.
As crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência e têm menos probabilidade de ter excesso de peso ou obesidade na vida adulta. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer e diabetes tipo II.
O “Global Breastfeeding Scorecard” examina as práticas atuais de amamentação em todo o mundo, considerando o momento de iniciação, exclusividade nos primeiros seis meses de vida e continuação até os dois anos de idade.
Além disso, documenta o desempenho nacional em indicadores-chave de como a amamentação é protegida e apoiada. Essa edição 2023 registra o progresso e os desafios na melhoria da amamentação. O relatório destaca histórias de sucesso em vários países que reforçaram as suas políticas e programas de amamentação.
Oito iniciativas fundamentais e seus impactos são analisadas:
1. Assegurar e ampliar o financiamento de políticas para aumentar as taxas de amamentação desde o nascimento até aos dois anos de vida dos lactentes;
2. Implementar integralmente o Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil);
3. Garantir legalmente licença parentalidade (licença maternidade e paternidade) remunerada e políticas de apoio à amamentação no local de trabalho;
4. Implementar os Dez Passos para o Sucesso da Amamentação nas maternidades – a IHAC;
5. Melhorar o acesso as capacitações em Aconselhamento em amamentação;
6. Fortalecer os vínculos entre as unidades de saúde e as comunidades;
7. Fortalecer os sistemas de monitoramento que acompanham o progresso das políticas, programas de aleitamento, e o seu financiamento;
8. Apoio IYCF (Infant and Young Child Feeding / Alimentação de lactentes e pré-escolares) em Emergências
...
CONCLUSÃO
O Scorecard demonstra que há progressos na proteção e no apoio à amamentação. Mas, ainda temos desafios significativos no aleitamento materno. São necessários mais investimentos e ações políticas ousadas para melhorar os ambientes propícios à proteção, promoção e apoio à amamentação.
Essa importantíssima publicação é do GLOBAL BREASTFEEDING COLLECTIVE, um conjunto de dezenas de instituições e experts no tema com o apoio do UNICEF.
Tradução livre do Prof. Marcus Renato de Carvalho www.aleitamento.com
Workplace breastfeeding support for working women: A scale
development study
Artigo científico publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology and
Reproductive Biology: X
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma escala para avaliar o apoio ao aleitamento materno no local de trabalho.
Métodos
O estudo foi realizado com 490 mulheres trabalhadoras que se inscreveram nos ambulatórios da mulher e da criança de um hospital na Turquia. Os dados do estudo foram coletados por meio de um 'Formulário de Informações Pessoais' e da 'Escala de Apoio à Amamentação no Local de Trabalho para Mulheres Trabalhadoras'. Os dados foram analisados nos softwares SPSS 25 e AMOS 21. No processo de desenvolvimento da escala; Utilizaram-se a validade de conteúdo, a análise fatorial exploratória, os métodos de correlação item escore total e o coeficiente alfa de Cronbach.
Resultados
O índice de validade de conteúdo da escala foi de 0,90 e o valor de alfa de Cronbach foi de 0,93. O valor da escala de Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,91, o teste de Bartlett foi χ2 = 11.573,924 e p < 0,000. De acordo com os resultados da análise fatorial exploratória para a validade de construto da escala, a escala foi composta por 31 itens e 6 fatores.
Conclusões
A escala desenvolvida pode ser utilizada para avaliar o apoio à amamentação no local de trabalho para mulheres trabalhadoras como um instrumento de medida válido e confiável.
Excelente instrumento: tema da SMAM 2023 - Amamentação / Direito da Mulher Trabalhadora.
Profa. Carla Taddei afirma nessa entrevista que a AMAMENTAÇÃO modula a MICROBIOTA, e, portanto, se sobrepõe ao parto normal na transmissão materno infantil de “bactérias do bem”.
E em outra pesquisa mostrou que os prematuros de UTI Neonatal que tomavam leite materno tinham menos tempo de internação, independentemente se receberam leite da própria mãe ou leite humano pasteurizado do Banco de Leite da maternidade.
Está comprovado cientificamente que a Amamentação dá resiliência para a microbiota e, mesmo que a criança precise de antibiótico ou que tenha alguma outra enfermidade, o Aleitamento humano vai garantir a estrutura daquela comunidade microbiana (que antigamente chamávamos de flora intestinal).
Dra. Carla Taddei é Professora Associada do Laboratório de Microbiologia Molecular do HU da USP.
Fonte: Super Saudável, Ano XXIII, número 100 – outubro a dezembro de 2023.
Leia mais sobre esse tema no nosso portal www.aleitamento.com
As bactérias do leite humano - Microbioma do leite materno tem um efeito protetor contra infecções.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Esse é o capítulo sobre políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento da 4ª edição do livro “Amamentação – bases científicas” – GEN Editora, 2017.
“Manejo Ampliado” é um conjunto de saberes que vão mais além dos conhecimentos biomédicos necessários para a assistência clínica ao binômio lactante-lactente.
É a capacitação de profissionais para elaborarem programas, políticas, eventos em prol da amamentação, com enfoque de gênero, interseccionalidade, diversidade e inclusão.
São apresentadas várias iniciativas internacionais e nacionais das ONGs e dos governos municipais, estaduais e federal.
Inclui um histórico das Semanas Mundiais de Aleitamento e dos Encontros Nacionais de Aleitamento desde 1991.
É o aleitamento pela ótica da saúde coletiva.
Mande suas críticas, sugestões e outras iniciativas não citadas.
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Orientação sobre regulamentação de medidas destinadas a restringir o marketing digital de substitutos do leite materno (em tradução livre)
É urgente a proteção da amamentação nas redes sociais
"Guidance on regulatory measures aimed at restricting digital marketing of breast-milk substitutes".
As redes sociais se tornaram rapidamente a fonte predominante de exposição à promoção de substitutos do leite materno a nível mundial. O marketing digital amplifica o alcance e o poder da publicidade e de outras formas de promoção em ambientes digitais, e a exposição a promoção comercial digital aumenta a compra e a utilização dos ditos substitutos do leite materno.
À luz destas evidências, a 75ª. Assembleia Mundial da Saúde solicitou que a OMS desenvolvesse orientações para os Estados-Membros sobre medidas regulamentares destinadas a restringir a comercialização digital de substitutos do leite materno. Esta orientação aplica-se à comercialização de produtos abrangidos pelo Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil), bem como a alimentos para lactentes e crianças pequenas que não sejam substitutos do leite materno.
Parabenizamos o nosso colega e amigo Cristiano Boccolini (Institute of Scientific and Technological Communication—ICICT, Oswaldo Cruz Foundation—Fiocruz, Brazil) um dos autores dessa inédita publicação.
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Este Guia, “Alimentação complementar de bebês e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade”, substitui os Princípios Orientadores para Alimentação Complementar do Lactente Amamentado e princípios orientadores para alimentação crianças não amamentadas de 6 a 24 meses de idade.
A alimentação complementar saudável é definida como o processo de fornecimento de alimentos além do leite materno ou fórmula láctea quando por si só não são mais suficientes para atender necessidades nutricionais. Geralmente começa aos 6 meses de idade e continua até 24 meses de idade, embora a amamentação deve permanecer além deste período.
Essa etapa é um momento crítico para o desenvolvimento para as crianças aprenderem a aceitar alimentos e bebidas saudáveis a longo prazo. Também coincide com o período de pico para o risco de crescimento insuficiente e deficiências nutricionais.
As consequências imediatas, como a desnutrição durante estes anos de formação –
bem como no útero e nos primeiros 6 meses de
vida - incluem crescimento insuficiente significativo, morbidades e mortalidade e atraso motor, retardo do desenvolvimento cognitivo e sócio emocional.
Mais tarde, pode levar a um risco aumentado de doenças não transmissíveis (DNT). No
longo prazo, desnutrição na primeira infância causa redução da capacidade de trabalho e dos rendimentos e, entre as meninas, redução da capacidade reprodutiva. A Alimentação Complementar inadequada com alimentos ultra processados pode resultar em Obesidade, Diabetes tipo 2, hipertensão…
Os primeiros dois anos de vida também são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro, a aquisição de linguagem e maturação das vias sensoriais para a visão
e audição, e o desenvolvimento de melhor desempenho das funções cognitivas.
Estas novas diretrizes estão atualizadas com evidências mais sólidas e têm muitos princípios em comum com o que preconiza o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos”. (Baixe aqui no nosso SlideShare).
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Apresentamos a Carta do Recife: Por uma política pública de atenção integral aos homens na saúde para promoção da paternidade e do cuidado no Brasil que apresenta uma breve síntese das reflexões e discussões desenvolvidas ao longo do Seminário Nacional e Internacional "Paternidade e Cuidado" que aconteceu em Recife, entre 30 de agosto e 1º de setembro de 2023.
Nesta carta, apresentamos algumas notas e proposições a toda a sociedade brasileira, dialogando especialmente com gestores/as da União, estados e municípios, legisladores/as, órgãos do poder judiciário, empresas, empregadores/as, sindicatos, movimentos sociais, pesquisadores/as, entidades vinculadas ao controle social e à sociedade em geral.
Abraços,
Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS)
Núcleo de Pesquisas Feministas em Gênero e Masculinidades - GEMA/UFPE
Núcleo GenSex/Fiocruz
Núcleo Tramas/UFPA
UFMT
Estivemos presentes e ratificamos essas análises e recomendações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Representante do Parents in Science / Faculdade de Medicina - UFRJ
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A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) reconhece a Amamentação
como uma prática protetora que pode salvar vidas e recomenda que seja iniciada dentro da 1ª hora de vida (conhecida como “hora mágica” ou "hora de ouro").
Através das recomendações do
melhores práticas, a OMS sugere que a amamentação “temprana” e oportuna na sala de parto pode trazer grandes benefícios para ambos – tanto para a mãe quanto para o bebê.
Alguns aspectos importantes da hora mágica, como o contato pele a pele e o início
no início do aleitamento materno, pode prevenir a hemorragia pós-parto, facilita a involução uterina e produz amenorreia lactacional, que é um método contraceptivo (LAM) útil.
A amamentação no início da vida traz benefícios a longo prazo para a mãe e para a criança.
...
Parabéns a FIGO!
Amamentação na primeira hora: proteção sem demora!
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O atendimento ambulatorial de Puericultura é destinado à criança saudável, para a prevenção, e não para o tratamento de doenças. Sendo
assim, diante dos novos conceitos de programming
e epigenética, fica clara a necessidade da assistência à saúde da criança se iniciar antes
mesmo de seu nascimento.
A ANS em 2013, pela Resolução Normativa nº 338, incluiu o procedimento pediátrico “atendimento ambulatorial em puericultura” no rol de consultas, passando a valer desde janeiro de 2014. Uma vez incluído, o procedimento passou a fazer parte da cobertura assistencial mínima
obrigatória pelos planos privados de assistência
à saúde suplementar: operadoras, Unimed...
O atendimento pediátrico a gestantes (terceiro trimestre) foi contemplado pelo Código
nº 1.01.06.04-9 com indicação de remuneração pelo Porte 2B, lembrando aos pediatras a importância do preenchimento correto do código da ANS nas guias de consulta para o devido reembolso desse valor diferenciado.
Vamos incentivar as gestantes a marcarem uma Consulta Pediátrica Pré-Natal?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Este documento apresenta a posição conjunta e a visão de um grupo de trabalho especializado, global e multissetorial sobre a implementação da Metodologia Mãe Canguru (MCC) para todos os bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer (BPN), como base para o cuidado de recém-nascidos prematuros e/ou doentes.
O documento resume as informações básicas, as evidências e a justificativa para disponibilizar o MMC para todos os recém-nascidos prematuros ou de BPN e busca mobilizar a comunidade internacional de saúde materna, neonatal e infantil e as famílias para se unirem para apoiar a implementação do MMC para todos os prematuros ou bebês com baixo peso ao nascer para melhorar a saúde e o bem-estar deles e de suas mães e famílias.
Este documento de posição destina-se a ser utilizado por gestores, parceiros de desenvolvimento, lideranças do pessoal de saúde, pediatras neonatologistas, lideranças da sociedade civil (por exemplo, organizações de pais e profissionais) e organizações de pesquisa envolvidos na pesquisa de implementação do MMC.
O MMC é uma intervenção que permite à mãe assumir um papel central em sua própria vida
e os cuidados do seu recém-nascido, revertendo assim a mudança de poder entre a mãe e o responsável pelos cuidados de saúde, prestadores ou sistemas de saúde. Humaniza os cuidados maternos e neonatais, capacitando e envolvendo
aqueles que mais cuidam do RN, em vez de focar predominantemente em soluções tecnológicas.
Assim, o MMC pode servir como ponto de partida para uma reformulação mais ampla do sistema de saúde e para a prestação de serviços,
transformação dos cuidados maternos e neonatais, e um modelo do que pode ser realizado quando
as partes interessadas relevantes têm o poder de desempenhar os papéis que lhes são naturalmente confiados no cuidado dos seus
recém-nascidos.
Esse documento mostra como o Cuidado Mãe-Canguru pode ser revolucionário na atenção neonatal.
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Este "Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais
de Saúde" foi originalmente publicado em 2016 para apresentar a Estratégia Pré-Natal do Parceiro (EPNP), que, em linhas gerais, visa orientar
profissionais e gestores(as) do SUS sobre a importância do envolvimento masculino em todo o ciclo gravídico-puerperal.
Mais recentemente, entre 2021 e 2023, este material passou por processo de revisão/atualização
conduzido pela Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (Cosah/CGACI/DGCI/Saps/MS), com a participação de pesquisadores/as vinculados/
as a instituições públicas de pesquisa e formação acadêmica (Gema/UFPE; UFPA; UFMT e IFF/Fiocruz).
Esse processo contou também com diálogos e a apreciação de gestores(as), das Coordenações
Estaduais e Municipais de Saúde do Homem, das áreas técnicas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, além de
trabalhadores(as) da atenção primária à saúde (APS)
e representantes da sociedade civil.
Para ampliarmos a participação dos homens na APS é necessário que trabalhadores(as) e gestores(as) revejam práticas e ideias e estejam mais atentos(as)
às construções socioculturais de gênero e às singularidades das pessoas e dos territórios, a fim
de garantir espaços de reflexão sobre as práticas de cuidado em saúde.
Parabéns ao Ministério da Saúde e parceiros.
Notamos a falta de conteúdo da Amamentação - informações básicas devem ser dadas nessa fase gestacional para que mães e pais se preparem para esse ato de cuidado e proteção da infância.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Prevenção de Acidentes de Trabalho na Enfermagem.pdfHELLEN CRISTINA
Trabalho em equipe, comunicação e escrita.
Pensamento crítico, científico e criativo.
Análise crítica de dados e informações.
Atitude ética.
Bibliografia
B1 MORAES, Márcia Vilma Gonçalvez de. Enfermagem do Trabalho - Programas,
Procedimentos e Técnicas. São Paulo: IÁTRIA, 2012. E-book. ISBN 9788576140825
B2 LUCAS, Alexandre Juan. O Processo de Enfermagem do Trabalho. São Paulo:
IÁTRIA, 2004. E-book. ISBN 9788576140832
B3 CHIRMICI, Anderson; OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Introdução à
Segurança e Saúde no Trabalho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. E-book.
ISBN 9788527730600
C1 CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e Saúde no Trabalho: NRs 1 a 37
Comentadas e Descomplicadas. Rio de Janeiro: Método, 2022. E-book. ISBN
9786559645893
C2 OGUISSO, Taka; ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone. Ética e bioética: desafios
para a enfermagem e a saúde. Barueri: Manole, 2017. E-book. ISBN 9788520455333
C3 KURCGANT, Paulina. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. E-book. ISBN 9788527730198
C4 GUIMARÃES, Raphael Mendonça; MESQUITA, Selma Cristina de Jesus. GPS - Guia
Prático de Saúde - Enfermagem. Rio de Janeiro: AC Farmacêutica, 2015. E-book.
ISBN 978-85-8114-321-7
C5 BECKER, Bruna; OLIVEIRA, Simone Machado Kühn de. Gestão em enfermagem na
atenção básica. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book. ISBN 9788595029637
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
TCCs da Especialização em Aleitamento / turma de Piracicaba / Passo 1
1. Especialização em Aleitamento Materno – Passo 1
Trabalhos de Conclusão de Curso
Coordenação: Profa. Ludmila Tavares Costa Ercolin
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Piracicaba, São Paulo
2021
2. Sumário
Título Trabalho Aluna Página
A IMPORTÂNCIA DA HORA DE OURO E O
PAPEL DA DOULA
Aline Orsi Fogaça de Almeida 1
O IMPACTO DA AMAMENTAÇÃO E DE
OUTRAS FORMAS DE ALEITAMENTO
NA MASTIGAÇÃO E NA SAÚDE DA
CRIANÇA
Aline Pedroni Pereira 4
“MAIS COR, POR FAVOR!”
ATENDIMENTOS DE LACTAÇÃO SOB A
PERSPECTIVA LGBTQIA+
Ana Carolina Lorga Salis 8
EFEITOS DA LUZ ARTIFICIAL NOTURNA
SOBRE A SECREÇÃO DE MELATONINA
MATERNA E CONSEQUÊNCIAS NA
GESTAÇÃO E LACTÂNCIA
Cecília Mercado 14
O ENSINO SOBRE ALEITAMENTO
MATERNO DURANTE A GRADUÇÃO EM
MEDICINA
Cecília Freire de Carvalho Pinton 20
INFLUÊNCIA DAS AVÓS NO
ALEITAMENTO MATERNO
Cristiane Moretti Gouveia 25
A VISÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
DENTRO DA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL FRENTE AS
DIFICULDADES EM PROMOVER O
ALEITAMENTO MATERNO
Deisiane Pessoa da Silva Santos 28
A VISITA DOMICILIAR E O
ALEITAMENTO MATERNO NA
ADOLESCÊNCIA
Flávia Corrêa Porto de Abreu D’
Agostini
31
DIABETES GESTACIONAL: ORDENHA DE
COLOSTRO ANTENATAL COMO FORMA
DE PROMOVER E PROTEGER O
ALEITAMENTO
Flavia Gheller Schaidhauer 34
QUAL A RELAÇÃO DO ALEITAMENTO
MATERNO E A CÁRIE DENTÁRIA? -
REVISÃO DE LITERATURA
Isabella Claro Grizzo 37
ESCOLARIDADE MATERNA E SUA
INFLUÊNCIA NAS TAXAS DE
ALEITAMENTO
Júlia Dias Silvestri Vaz Pinto 41
ALEITAMENTO MATERNO NA
ADOLESCÊNCIA: APOIO À PRÁTICA DE
AMAMENTAÇÃO E PREVENÇÃO AO
DESMAME PRECOCE
Lívia Elisei de Faria 44
MAMANALGESIA VACINAS:
ALEITAMENTO MATERNO COMO ALÍVIO
DA DOR
Márcia Simone de Araújo
Machado Siebert
47
MÉTODO CANGURU E CONTATO PELE A
PELE NO PROCESSO DE LUTO MATERNO
Mariana Cavenage Filó 50
3. CRECHE AMIGA DA AMAMENTAÇÃO:
PROMOTORA DO ALEITAMENTO
MATERNO EXCLUSIVO E CONTINUADO
Mariana de Campos Chaves 53
LEITE MATERNO CAUSA CÁRIE? Micaela Cardoso 56
A CÁRIE DENTÁRIA E O ALEITAMENTO
MATERNO: UMA REFLEXÃO CRÍTICA
Nádia Masson 59
DOS DESAFIOS DA INFERTILIDADE AOS
DESAFIOS NO ALEITAMENTO MATERNO
Paula Honorio Marconi Buzatto 62
RESPIRAR: A RELAÇÃO ENTRE A
DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO E O
PADRÃO RESPIRATÓRIO
Rita de Cássia Olmos Pedroni 65
IMPACTOS DA AMAMENTAÇÃO NOS
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Sissiane Escobar de Souza 67
A IMPORTÂNCIA DA REDE PRIMÁRIA
COMO APOIO NA PRÁTICA DA
AMAMENTAÇÃO
Tatiana do Prado Lima Bonini 70
ANQUILOGLOSSIA E O IMPACTO NA
AMAMENTAÇÃO
Thais Varanda Stocco 73
AMAMENTAÇÃO E A PRÁTICA DO
ACONSELHAMENTO EM TEMPOS DE
PANDEMIA: UM PROJETO DE
AVALIAÇÃO
Virginia Volpato Santichio 77
HORA DE OURO: PROTOCOLOS QUE
PROPICIEM OS BENEFÍCIOS DESTE
MOMENTO NA VIDA DA MÃE E BEBÊ
Vivian Ivon Rosio Montaño Farell
Borsato
80
DESENHO PARA TURMA DE
ALEITAMENTO MATERNO DE
PIRACICABA
Laura Lino 83
HOMENAGEM PARA A TURMA DE
ALEITAMENTO MATERNO DE
PIRACICABA
Profa. Ana Paula Vioto 84
4. 1
A IMPORTÂNCIA DA HORA DE OURO E O
PAPEL DA DOULA
Aline Orsi Fogaça de Almeida1
Resumo
Os primeiros 60 minutos de vida do bebê são muito importante para ele, favorecendo o
vínculo com sua mãe e evitando complicações neonatais. Então, os profissionais que
assistem essa dupla, durante o pré-natal e parto, precisam ser facilitadores e
incentivadores do contato pele a pele e a amamentação na primeira hora, considerando
todos os benefícios imediatos e a longo prazo que essa oportunidade traz para a saúde
do bebê e sua mãe. A doula precisa estar ao dessa mulher e desse bebê apoiando-os para
que a Hora de Ouro aconteça de maneira respeitosa e com a menor intervenção
profissional possível.
Palavras-chaves: Contato pele a pele. Amamentação. Hora de Ouro. Doula
1. INTRODUÇÃO
A hora de ouro, primeiros 60 minutos de vida do bebê, é marcada pela relevância para
o seu crescimento e desenvolvimento proporcionando benefícios imediatos e a longo
prazo em sua saúde (SHARMA et al., 2017; KARIMI et al., 2019).
O Contato Pele a Pele (CPP) e a Amamentação na Primeira Hora (APH) são
práticas simples que desempenham papel importante durante esse período de adaptação
neonatal, fortalecendo o vínculo entre mãe e bebê e evitando complicações neonatais
precoces, como a hipotermia e hipoglicemia neonatais (BRASIL, 2013; NECZYPOR &
HOLLEY, 2017). O contato pele a pele é uma estratégia que, impacta no sucesso da
amamentação, trazendo benefícios que repercutem em todo ciclo da vida da criança
(GUALA et al., 2017).
A literatura revela as repercussões negativas que a privação desse contato materno
provoca nos recém-nascidos. Entre esses o aumento dos níveis de estresse, evidenciado
por choro intenso e prolongado, que poderão comprometer o funcionamento pulmonar, a
pressão intracraniana e o fechamento do forame oval (NECZYPOR & HOLLEY, 2017).
2. O PARTO, A DOULA E A HORA DE OURO
Pós graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo1 – Piracicaba/SP. E-mail:
aline.orsi80@gmail.com
5. 2
O inquérito nacional Nascer Brasil (2014), mostrou números elevados de
separação precoce entre o binômio mãe-bebê quando o tipo de parto foi a cesárea (LEAL
& RANGE, 2014). Fato também observado por outras pesquisas, que revelaram que
mulheres submetidas a cesariana, tem quase três vezes mais risco de não realizar o CPP
com APH. Assim como os RNs nascidos por parto vaginal apresentaram maior prontidão
para dar início a amamentação comparados àqueles nascidos por cesariana, visto que
ficaram mais tempo em contato precoce com a mãe (ALLEN et al., 2019; SACO et al.,
2019).
Mesmo com as estatísticas do alto índice de nascimentos por via cirúrgica, devese
questionar a falta de protocolos que apoiem o CPP nesses casos. Qualquer criança instável
deve ser imediatamente avaliada e estabilizada, contudo, mães e bebês estáveis merecem
experimentar as mesmas práticas humanizadoras que os que passam por parto normal
(PHILLIPS, 2013). Com monitoramento adequado à criança e à mãe, o CPP pode manter-
se ininterrupto.
Uma ampla variedade de profissionais médicos, como enfermeiros obstetras,
doulas, médicos da família, anestesistas e obstetras/ginecologistas podem estar
envolvidos no processo de parto da mulher. É necessária uma comunicação próxima entre
esses profissionais para criar um ambiente de segurança e cuidado centrado na paciente
(HUTCHISON et al., 2021).
Estudos clínicos de significância estatística provam que a participação da doula
facilita o trabalho de parto, incluindo o aumento do parto normal espontâneo, menor
duração do trabalho de parto e redução do parto cesáreo e parto vaginal instrumental e do
uso de qualquer analgesia, além de redução dos sentimentos negativos relacionados a
experiência do parto (KOZHIMANNIL et al., 2016; HODNETT et al., 2017). Incentivar
o contato pele a pele na primeira hora e a amamentação o mais breve possível, respeitando
as condições biológicas e socias do bebê e da mãe, também são atividades que a doula
pode ter durante a assistência ao parto.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a importância da Hora de Ouro e seu impacto na vida do bebê e sua
mãe, todos os profissionais (médicos, enfermeiros, doulas) que assistem esse momento
precisam favorecer e incentivar o encontro dessa díade. Esse apoio será fundamental para
facilitar o encontro prazeroso entre mãe e bebê. As doulas podem iniciar a conversa com
a mulher sobre os benefícios da Hora de Ouro desde o pré-natal e na Hora de Ouro serem
apoio técnico e emocional a fim de apoiar e proteger essa hora.
4. REFERÊNCIAS
ALLEN J, PARRATT JA, ROLFE MI, HASTIE CR, SAXTON A, FAHY KM.
Immediate, uninterrupted skin-to-skin contact and breastfeeding after birth: a
crosssectional electronic survey. Midwifery [Internet]. 2019
BRASIL, Ministério da Saúde. Além da sobrevivência: Práticas integradas de atenção ao
parto, benéficas para a nutrição e a saúde de mães e crianças. [Internet] Brasília, DF(BR);
6. 3
2013 » https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2019/06/alem_sobrevivencia_praticas_integradas_atencao.pdf
GUALA A, BOSCARDINI L, VISENTIN R, ANGELLOTTI P, GRUGNI L,
BARBAGLIA M, et al. Skin-to-skin contact in cesarean birth and duration of
breastfeeding: a cohort study. Sci World J [Internet]. 2017
HODNETT ED et al. “Continuous support for women during childbirth.” Cochrane
Database of Systematic Reviews, jul 7(7), 2017.
HUTCHISON J, MAHDY H, HUTCHISON J. Stages of labor. Treasure Island (FL):
StatPearls Publishing, Jan, 2021.
KARIMI FZ, SADEGHI R, MALEKI-SAGHOONI N, KHADIVZADEH T. The effect
of mother-infant skin to skin contact on success and duration of first breastfeeding: A
systematic review and meta-analysis. Taiwan J Obstet Gynecol [Internet]. 2019
KOZHIMANNIL KB, HARDEMAN RR. “Modeling the Cost-Effectiveness of Doula
Care Associated with Reductions in Preterm Birth and Cesarean Delivery.” Birth,
Volume 43, Issue 1, 2016.
LEAL MC, RANGE SGN. Born in Brazil. Thematic executive research summary.
National Survey on Childbirth and Birth. [Internet] Rio de Janeiro, RJ(BR): Fundação
Oswaldo Cruz; 2014 »
http://www.ensp.fiocruz.br/portalensp/informe/site/arquivos/anexos/nascerweb.pdf
NECZYPOR JL, HOLLEY SL. Providing evidence-Based care during the Golden hour.
Nurs Womens Health [Internet]. 2017
PHILLIPS R. The sacred hour: Uninterrupted Skin-to-Skin Contact Immediately After
Birth. Newborn Infant Nurs Rev [Internet]. 2013
SHARMA D, SHARMA P, SHASTRI S. Golden 60 minutes of newborn’s life: Part 2:
Term neonate. J Matern Fetal Neonatal Med [Internet]. 2017
7. 4
O IMPACTO DA AMAMENTAÇÃO E DE OUTRAS
FORMAS DE ALEITAMENTO NA MASTIGAÇÃO
E NA SAÚDE DA CRIANÇA
Aline Pedroni Pereira1
Resumo
A amamentação desempenha importante papel no desenvolvimento orofacial do bebê,
favorecendo e preparando o organismo para a mastigação. Em contrapartida, diferentes
formas de aleitar podem comprometer o funcionamento do sistema estomatognático,
prejudicando assim a qualidade da função mastigatória e as preferencias alimentares da
criança. Essas consequências podem trazer prejuízos a longo prazo e favorecer doenças
sistêmicas.
Palavras chaves: Amamentação. Função mastigatória. Desenvolvimento orofacial.
INTRODUÇÃO
Muitos benefícios relacionados à saúde infantil foram atribuídos a amamentação,
que desempenha importante papel no desenvolvimento das estruturas faciais do bebê e
pode ser considerada um fator de proteção contra o estabelecimento de maloclusões, além
de contribuir para o funcionamento fisiológico do sistema estomatognático e ser
responsável pela respiração, deglutição, sucção, mastigação e articulação da fala
(CARVALHO et al, 2021). Os músculos envolvidos na amamentação, especialmente o
masseter, são os mesmos músculos que posteriormente (a partir dos 6 meses) irão realizar
a mastigação (GOMES et al, 2006). Portanto, a mastigação continua esse processo de
estimulação orofacial e quando realizada corretamente, desempenha um papel juntamente
com os aspectos genéticos e ambientais, para a estabilidade da oclusão dentária,
funcionalidade e equilíbrio do sistema estomatognático (PIRES et al, 2012).
Apesar dos benefícios da amamentação para o preparo dos músculos mastigatórios,
outras formas de sucção, como aquelas envolvidas na mamadeira e no uso de chupeta,
produzem diferentes estímulos, que podem comprometer e alterar o desenvolvimento
motor e a posição e força das estruturas estomatognáticas, com impacto prejudicial nas
funções orais, incluindo a mastigação (CARRASCOZA et al, 2006).
A mastigação é um processo aprendido. Portanto, a hipótese é que, uma musculatura
alterada por outras formas de sucção, ou mesmo não trabalhada anteriormente pela
amamentação, pode desencadear uma situação facilitadora para um ato mastigatório
ineficiente e com menor estímulo mioneural e levar a uma escolha alimentar inadequada,
favorecendo fatores de risco para outras doenças sistêmicas.
DESENVOLVIMENTO
1 Pós-graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo1, pólo Piracicaba. Email:
alinepedroni@hotmail.com
8. 5
Um dos inúmeros benefícios que a amamentação traz para o longo prazo, é o
desenvolvimento motor oral, através da movimentação intensa dos lábios, língua,
mandíbula, maxila e bochecha. Os movimentos mandibulares envolvidos na extração do
leite materno, fornecem estímulos para o crescimento da articulação temporomandibular,
favorecendo o crescimento e desenvolvimento harmonioso da face (SANCHES, 2004).
Por outro lado, o uso de bicos artificiais, que podem ocorrer simultânea ou separadamente
a amamentação, têm um efeito negativo na função motora oral das crianças, por alterarem
o padrão da musculatura perioral e não estimularem a articulação temporomandibular e,
consequentemente o crescimento da mandibula. Vários estudos relacionaram a influência
negativa desses dispositivos na função mastigatória (CARRASCOZA et al, 2006).
Estudo coorte realizado em 2012, encontrou que, os efeitos da amamentação e uso de
mamadeira ou chupeta na função mastigatória eram independentes, ou seja, mesmo que
as crianças usassem mamadeiras e/ou chupetas, a amamentação ainda tem um impacto
positivo sobre a mastigação. Isso significa que a função mastigatória de crianças que
foram alimentadas com bicos artificiais, seria ainda mais fortemente afetada sem os
movimentos musculares estimulantes da mastigação proporcionados pela sucção no peito
(PIRES et al, 2012).
De acordo com as atuais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), os trabalhadores da saúde
devem proteger, promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e sua
continuação até os 2 anos de idade ou mais. Entretanto, o aleitamento materno exclusivo
não é uma opção viável para todos por diversos motivos. Recém-nascidos que precisam
de suplementação por razões médicas precisam ser alimentados com um método
alternativo. O aleitamento por copo é visto, na maioria das situações, como um método
superior a outros métodos de alimentação de lactentes (NYQVIST e UWE, 2006). Gomes
e colaboradores (2006) fizeram uma análise detalhada de dados eletromiográficos dos
músculos masseter, temporal e bucinador em bebes alimentados por copo e mamadeira.
Maiores semelhanças entre bebês alimentados ao peito e por copo foram encontradas,
reforçando a hipótese da "confusão de bicos" em bebês após exposição à alimentação por
mamadeira.
Pires e colaboradores (2012) detectaram uma associação significativa entre
manutenção da amamentação por 12 meses ou mais e função mastigatória superior. Em
contrapartida, o uso de chupeta e mamadeira foram associados a uma redução nos escores
da função mastigatória. O estudo concluiu que a amamentação tem um impacto positivo
na mastigação, uma vez que a duração da amamentação foi positivamente associada à
qualidade da função mastigatória, garantindo estímulos funcionais para um adequada
crescimento e desenvolvimento facial.
A frequência da substituição do aleitamento materno, oferecido em mamadeiras e,
geralmente, associada à chupeta, promove o desmame e pode postergar a introdução de
diferentes texturas e consistências à criança, especificidades alimentares importantes no
desenvolvimento sensório motor oral (ARAÚJO et al., 2007).
A mastigação é o primeiro estágio do processo digestivo, que também envolve
estímulos sensoriais relacionados ao sabor e ao prazer de comer. Pessoas com uma função
mastigatória ineficiente deglutem grandes partículas de alimento ou alteram sua dieta.
Podendo resultar no decréscimo da absorção de nutrientes e ingestão não balanceada de
alimentos, pelo consumo preferencial de alimentos mais macios e fáceis de serem
mastigados, como os industrializados, em detrimento dos ricos em fibras e nutrientes, que
necessitam uma maior eficiência mastigatória (FRIEDLANDER et al., 2007). A
capacidade tampão de um alimento bem mastigado também é significativamente maior
do que de um alimento parcialmente ou não mastigado. Um alimento sólido permanece
9. 6
mais tempo no estômago do que um de consistência mais líquida. Essa dieta prejudicada
pode então aumentar o risco de distúrbios gastrointestinais e de doenças relacionadas a
carências nutricionais (BUDTZ-JORGENSEN et al., 2000). Estudos também
encontraram que alterações no comportamento mastigatório e maior dificuldade para
realizar a função estão associados a indivíduos com sobrepeso e obesidade
(PEDRONIPEREIRA, 2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica claro que o aleitamento materno tem uma função importante no
desenvolvimento motor oral da criança, favorecendo uma boa função mastigatória, e
consequentemente melhores escolhas alimentares no futuro, contribuindo para a
diminuição de diversas doenças sistêmicas. E, o uso de bicos artificiais tem efeito
contrário e foi associado a um menor desempenho da função mastigatória.
REFERÊNCIAS
BUDTZ-JORGENSEN et al. Sucessful aging – the case for prosthetic therapy. J Public
Health Dent. 2000.
CARRASCOZA K. C. et al., Consequences of bottle-feeding to the oral facial
development of initially breastfed children. J Pediatr (Rio J). 2006.
CARVALHO, Wendel Chaves et al. As repercussões da amamentação e do uso de
bicos artificiais na função estomatognática e na saúde sistêmica do bebê nos
primeiros mil dias de vida: Uma revisão bibliográfica. Research, Society and
Development 10.10. 2021.
DE ARAUJO C. M. et a. Aleitamento materno e uso de chupeta: repercussões na
alimentação e no desenvolvimento do sistema sensório motor oral. Revista Paulista
de Pediatria 25.1. 2007.
FRIEDLANDER A. H. et al. Metabolic syndrome: pathogenesis, medical care and
dental implications. JADA. 2007
GOMES, CS et al. Surface electromyography of facial muscles during natural and
artificial feeding of infants. J Pediatr (Rio J). 2006.
NYQVIST, K. H. and UWE E. Surface electromyography of facial muscles during
natural and artificial feeding of infants: identification of differences between breast,
cup-and bottle-feeding. 2006.
PEDRONI-PEREIRA A. et al, Chewing in adolescents with overweight and obesity:
An exploratory study with behavioral approach. Appetite 107. 2016.
PIRES, S. C. et al. Influence of the duration of breastfeeding on quality of muscle
function during mastication in preschoolers: a cohort study. BMC Public Health.
2012.
10. 7
SANCHES M. T. Clinical management of oral disorders in breastfeeding. J Pediatr
(Rio J). 2004.
11. 8
“MAIS COR, POR FAVOR!” ATENDIMENTOS DE
LACTAÇÃO SOB A PERSPECTIVA LGBTQIA+
Ana Carolina Lorga Salis1
Resumo
A população LGBTQIA+ encontra-se desamparada quanto ao atendimento de seus
direitos, incluindo o acesso aos espaços de saúde. A partir da iminente necessidade de
formação de profissionais de saúde preparados para atender essa população, esse
trabalho apresenta uma alusão a um modelo de cuidado inclusivo e integral de
atendimento, de maneira que deixemos as portas abertas às novas configurações
familiares, para que se sintam aceitas, acolhidas e respeitadas ao adentrarem nos
espaços de saúde e atendidas e apoiadas ao término dos atendimentos. A escassez de
estudos sobre a temática LGBTQIA+ na área de saúde e a carência da literatura
brasileira a respeito acarretam um consequente impacto negativo na assistência a essa
população que demanda particularidades médicas, culturais e sociais.
Palavras-chave: LGBT, Inclusivo, Amamentação, Integral, Saúde.
1 INTRODUÇÃO
A população LGBTQIA+ tem seus direitos humanos básicos agredidos, e muitas
vezes se encontra em situação de vulnerabilidade. Diante dessa realidade, esse trabalho
tem o intuito de fornecer referências àqueles que cuidam ou virão a cuidar, de familias
LGBTQIA+, que muitas vezes deixam de buscar atendimento ou de revelar suas
identidades de gênero e/ou orientações sexuais aos cuidadores de saúde, por serem vítimas
da cis-heteronormatividade desses ambientes.
O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo (TRANS MURDER MONITORING,
2021), mesmo reconhecendo o absolutismo desse dado, o fato é que milhões de vidas são tiradas
pelo simples motivo de não adequação de gênero e/ou identidade sexual. Aqui ocorre uma morte
LGBT a cada 23 horas (GGB, 2020), uma pessoa LGBT é agredida a cada hora (GGB, 2020) e
a expectativa de vida das travestis e transexuais é de 35 anos (ANTRA, 2018), mostrando a
vulnerabilidade dessas pessoas e tornando ainda mais importante nosso papel no acolhimento e
apoio a sua luta dentro de nossos consultórios e hospitais.
Pós-graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1, polo Piracicaba. E-mail:
calorgasalis@gmail.com
12. 9
2 FAMÍLIAS LGBTQIA+ E AMAMENTAÇÃO
Para que possamos oferecer um atendimento digno e respeitoso, inicialmente
devemos nos familiarizar com terminologias referentes a identidades de gênero (cis ou
transgênero), expressões de gênero (feminino, masculino, não binário, andrógino), sexos
biológicos (feminino, masculino, intersexo e nulo), orientações sexuais (homossexual,
bissexual, heterossexual, pansexual, assexual), além de temáticas específicas e
terminologias próprias, tais como “chestfeeding” (dar o peito ou amamentar no tórax),
nome social , papel parental e escolha de pronomes (ele/dele, ela/dela) e compreender que
possuem necessidades médicas específicas (p.ex: saúde reprodutiva, tratamentos
hormonais) (SAULO, 2021).
Famílias LGBT, assim como outras, precisam de acesso a suportes tradicionais de
lactação, com escuta empática, consideração, respeito, liberdade de expressão,
atendimento atualizado e competência. As principais demandas que encontramos como
consultores de lactação dos indivíduos LGBTQIA+ são atendimento pré-natal
(informação, preparo e entrosamento), co-lactação (duas mães, homem trans com mulher
trans, mulher cis com mulher trans, homem cis com homem trans...), indução da lactação
(homens ou mulheres trans, mães adotivas, barriga solidária...) e cessação da lactação para
aqueles que não desejam amamentar.
Estamos falhando diariamente no cuidado dessas pessoas. Um profissional
despreparado pode esmaecer ainda mais quem já se encontra em condição de
vulnerabilidade. Discriminação afeta a qualidade da atenção, piora a acurácia diagnóstica,
fidelidade do paciente e adesão terapêutica. Precisamos trabalhar contínua e arduamente
pela equidade e normalização de preceitos e particularidades LGBTQIA+.
“A minha maior conquista se transformou na minha doença. E ironicamente,
quem foram os principais responsáveis pelo meu adoecimento? Pessoas que
curam. Pessoas que deveriam curar” (Relato de uma bicha carbonizada,
AMORIM G, rede social. Livro: Saúde LGBTQIA+, 2021, p.103).
A saúde de uma população é afetada pela qualidade do apoio que recebe. Pressões
surdas e mudas, iniquidades e desigualdades em saúde podem levar a desafios
intransponíveis e resultados devastadores.
Se nossa preocupação principal, como consultores de lactação, é o futuro das
crianças, faz-se necessário que saibamos que elas escorregam muito bem nesse arco-íris
e que, de nós esperam apenas aceitação, apoio e acolhimento.
“Crianças criadas por pais LGBT são bem ajustadas e saudáveis, nessas famílias
as crianças prosperam.” (TASKER, 2015).
Isto posto, e considerando que essa população vem crescendo em número e
representatividade, nós profissionais da saúde podemos criar condições e desenvolver
habilidades em nossas condutas de maneira que os convidemos a entrar, apuremos nossos
olhares sobre suas particularidades e evitemos equívocos em suas abordagens, mitigando
sofrimentos e equalizando atendimentos. (ver APÊNDICE).
13. 10
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A falta de informação gera discriminação, atendimentos desatualizados, incompletos
e muitas vezes situações de violências. Vivências de hostilidade e desrespeito afastam essas
pessoas dos serviços de saúde, o que pode ser ainda mais grave quando somado a outros
fatores de vulnerabilidade, com destaque para grupos populacionais de negros, deficientes,
pobres, imigrantes, prostitutas, entre outros.
Posto isso, sigamos aprendendo e ensinando para que cada dia mais estejamos
preparados para respeitar sem julgar e responder a demanda de saúde de TODAS AS
PESSOAS. VAMOS COLORIR NOSSOS ATENDIMENTOS, POLÍTICAS
PÚBLICAS, REDES SOCIAIS, CAMPANHAS E BIBLIOTECAS. “MAIS COR, POR
FAVOR!”
4 REFERÊNCIAS
ANTRA, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, disponível em
www.antrabrasil.org.
ASSOCIATION OF ONTARIO MIDWIVES, Tip Sheet – Providing Care to “Trans
Men and All Masculine Spectrum” Clients, 2016, disponível em
www.genderminorities.com.
CIASCA, Saulo, et al. Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado transdisciplinar.
Editores: Saulo Vito Ciasca, Andrea Hercowitz, Ademir Lopes Junior. Santana de Paraíba
(SP). Manole, 2021.
FERRI, Rita, et al. Lactation Care for Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, Queer,
Questioning, Plus Patients. Breastfeed Med. 5(15): 284-293. Maio de 2020.
GGB – Levantamento Grupo Gay da Bahia, 2020. Disponível em www.ggb.org.br.
GRANT Jaime, et al. Injustice at Every Turn: A Report of the National Transgender
Discrimination Survey. Washington: National Center for Transgender Equality and
National Gay and Lesbian Task Force, 2011. Disponível
em https://transequality.org/sites/default/files/docs/resource/NTDS_Report.pd
“MAIS COR, POR FAVOR” – nome de programa do canal GNT, desde janeiro de 2016.
REISMAN Tamar, Goldstein Zil. Case report: Induced lactation in a transgender woman.
Transgender Health, Nova Iorque, 3: 24–26. Janeiro de 2018
TASKER, Fiona. Lesbian Mothers, Gay Fathers, and Their Children: a Review. Journal of
Developmental & Behavioral Pediatrics, Londres, 26:224–240. Junho de 2005.
TRANS MURDER MONITORING, novembro de 2021.
Disponível em www.transrespect.org.
14. 11
5 APÊNDICE
SUGESTÃO DE MODELO DE ATENDIMENTO INCLUSIVO PARA FAMÍLIAS LGBTQIA+
1) Conhecer terminologias próprias dessa população e ter consciência da fluidez desses
termos, mantendo-nos sempre atualizado a respeito.
2) Conhecer as particularidades médicas e sociais dessa população (por exemplo:
homens gestantes e lactantes e suas implicações).
3) Usar o pronome (ele/dele, ela/dela), nome (registro/social, caso escolham o social não
precisamos questioná-los sobre seus nomes de registro) ou papel parental (“Como
gostaria que seu bebê te chamasse?”) escolhidos pela pessoa ao se referir a ela. Não
pressupor o gênero da pessoa pela aparência, somente a própria pessoa pode lhe dar
essa informação (“Olá! Como estão? Me chamo Ana e podem se referir a mim com
o pronome feminino. E com vocês? Que pronome devo usar?”). Alguns homens trans
podem parecer mulheres, enquanto algumas pessoas que podem parecer muito
masculinas, se identificam como “mulher”. Erros podem ocorrer, mas devemos nos
desculpar, após corrigi-los.
4) Colocar o pronome que gostaria que fosse usado para você ao se apresentar, no início
dos atendimentos ou escritos após o seu nome no WhatsApp, Instagram, formulários
(exemplo: Ana C. Lorga Salis - ela/dela). Essa pode ser uma maneira virtual de apoio
e de se mostrar aberto a esse tipo de atendimento.
5) Treinar toda equipe para um atendimento inclusivo e respeitoso (atendentes do
estacionamento, secretárias, assistentes, enfermeiros, médicos). O membro da equipe
que tem o primeiro contato com clientes potenciais deve estar ciente de que algumas
pessoas procuram nossos atendimentos para ajudar na lactação, não se identificam
como “mulheres” e que podem preferir ser tratados por nomes diferentes dos nomes
que aparecem em seus cartões de saúde.
6) Durante atendimento a essa população evite usar termos do tipo “mulheres”, “mães”,
“materna”, “Senhora” e pratique falar sobre “pessoas grávidas”, “cuidadores”,
“lactante”, “leite humano”, “gestante”.
7) Quando se referir ao público em geral, usar frases do tipo: - “Boa noite a todas as
pessoas aqui presentes!”, “A pessoa (indivíduo) que amamenta…”, “Todas as pessoas
que gestam...”, “Dar o peito…”, “O leite humano…”. E talvez pensarmos em incluir
os homens que amamentam, em nossas campanhas mundiais de amamentação,
mudando termos do tipo “Semana Mundial de Aleitamento Materno” para ‘Semana
Mundial do Aleitamento Humano”, uma vez que fica perceptível o desconfortáveis
desses PAIS com o termo “MATERNO”, devido à sua falta de inclusão e à disforia
de gênero que essa palavra pode gerar nesses indivíduos.
8) Ter formulários e prontuários com linguagem inclusiva (trocar “mãe” e “pai” por
“responsáveis”, usar “pessoa que amamenta”, ao invés de “mãe”) e pulseiras de
identificação adequadas ao gênero e papel parental informado pelas pessoas que irão
vesti-las.
15. 12
9) Certificar-se de que todas as perguntas são necessárias para um atendimento
adequado. Explicar por que tais perguntas são relevantes. Pessoas trans são
frequentemente sujeitas a perguntas desnecessárias de curiosos.
10) Não pressupor que a pessoa deseja amamentar. É sempre preferível perguntar, usando
perguntas abertas (“Como estão pensando em alimentar o bebê?”, “O que sabem
sobre indução da lactação?”), sobretudo homens trans que não passaram por cirurgia
de remoção da glândula mamária, uma vez que a decisão de não amamentar pode ser
baseada em razões fisiológicas ou de saúde mental. Nesses casos, oferecer
informações sobre cessação de produção de leite.
11) Confidencialidade pode ser fundamental para essa população. Perguntar sobre como
gostariam que essas questões fossem tratadas. Alguns/algumas pacientes podem
querer um tratamento diferente quando em ambientes não privados.
12) Ornamentar o espaço de saúde com pelo menos um item capaz de mostrar que somos
seus apoiadores e capazes de atendê-los (exemplo: almofada arco-íris, adesivos
coloridos, placa/quadro com dizeres inclusivos). Essa é uma forma sutil e impactante
de reconhecêlos. Uma simples caneca arco-íris pode tornar o ambiente mais
receptivo.
13) Colocar placas inclusivas nas portas dos banheiros dos estabelecimentos de saúde
(“unissex”, “todos os gêneros”) ou deixá-las sem placa de referência ao sexo
(“banheiro”). O acesso ao banheiro costuma ser muito estressante para quem não se
encaixa perfeitamente nas normas de gênero masculino ou feminino.
14) Evitar suposições relacionadas aos parceiros/as do/a paciente. Homens e mulheres
trans, assim como todas as pessoas, podem ter qualquer orientação sexual (por
exemplo: mulher trans homossexual que se relaciona com outra mulher cis ou trans).
15) Estar ciente de que homens trans podem se sentir desconfortáveis no exame físico da
mama. Usar a palavra “tórax”, ao invés de “mama”, e pedir licença antes de tocá-los
pode minimizar seu incômodo.
16) Tratar de todos os assuntos necessários com naturalidade e respeito, nunca de maneira
pejorativa.
17) Entender que amamentação cruzada acontece somente quando o bebê é amamentado
por uma pessoa que não ocupa o papel parental naquela família.
18) Dar igual atenção, direitos e importância à mãe não gestante (no caso de duas mães).
Essas mães costumam se sentir invisíveis e muitas vezes são tratadas como pai.
19) Tal como acontece com todas as pessoas, realizar o rastreio de sintomas de ansiedade
e depressão. A saúde mental pode ser um tema de maior destaque para essa
população.
20) Estar ciente sobre sentimentos negativos ou desconfortos, nossos ou de funcionários
das instituições de saúde, relacionado à essas pessoas. Somente após reconhecer
nossos preconceitos, será possível desconstruí-los. Existe uma ansiedade social
16. 13
baseada na suposição de que as pessoas LGBT são pais inadequados. Informar-nos a
respeito pode ajudar nessa reconstrução.
21) Oferecer uma lista de grupos de apoio para essa população, assim como de
profissionais “LGBT apoiadores”.
17. 14
EFEITOS DA LUZ ARTIFICIAL NOTURNA
SOBRE A SECREÇÃO DE MELATONINA MATERNA E
CONSEQUÊNCIAS NA GESTAÇÃO E LACTÂNCIA
Cecilia Mercado1
Resumo
Neste trabalho é ressaltada importância da melatonina materna como modulador do ritmo
circadiano do bebê, mas também como um hormônio essencial para a manutenção fetal e
homeostase placentária e uterina. Atuando sobre os genes relógio que tem papeis
importantes na fisiologia reprodutiva e orgânica materna e do bebê. A exposição exagerada
a contaminação luminosa é um fator que pode alterar fortemente todos estes processos
dependentes da melatonina.
Palavras chave: Melatonina (ML), crononutrição, Luz artificial noturna (LAN),
cronodisrupção, gestação e lactância, dispositivos eletrônicos auto luminosos (DEA)
1. INTRODUÇÃO
Atualmente a LAN e uso de DEAs está completamente naturalizado. A pandemia de
covid19 trouxe mudanças comportamentais como adoção do teletrabalho, aulas on-line,
incrementando a exposição as telas de DEAs. O objetivo do trabalho é informar sobre
alternativas para evitar disrupcões no marca-passo circadiano em gestante-feto e lactante, e
promover o melhor desenvolvimento e evitar alterações comportamentais e metabólicas
futuras.
Para tal, é importante a compreensão sobre a Melatonina que é um hormônio
sintetizado e secretado a noite na glândula pineal estimulada pela região do cérebro chamado
núcleo supraquiasmático no hipotálamo (APÊNDICE 1).
1 Pós graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1 pólo Piracicaba; email:
doccecim1512@gmail.com
18. 15
É regulador central do relógio circadiano (RC), sensível a sinais claro/escuro
percebidos na retina pelos fotorreceptores de melanopsina nas células retinais ganglionares,
reagindo a luz com longitudes de onda curta correspondente a faixas dentre 420-600nm com
pico de absorção nos 446-447nm (BRENNAN, & LYONS, 2007).
2. REGULAÇÃO DO RC E O EFEITO SO O LEITE MATERNO (LM)
A secreção de ML endógena é rítmica tendo o pico de secreção entre as 2/3hs (QIN
et.
al., 2019). A secreção da ML no LM apresenta ritmo diário similar, sincronizando com os
ritmos do bebé. No final da gravidez a gestante exibe uma mudança incremental de ML
noturna endógena, preparando o feto para o nascimento. Embrião e feto dependem da ML
transplacentária para o correto desenvolvimento (ASTIZ & OSTER, 2021). O LM é
considerado um “crononutriente”. O nível de ML materna alcança seu pico no colostro
decrescendo no leite de transição e no leite maduro progressivamente) (APÊNDICE 2) (QIN
et. al., 2019). A ML sérica de RN adquire ritmicidade com 2-3 meses (BRENNAN, &
LYONS, 2007; McCARTHY et. al., 2019).
3. CRONODISRUPÇÃO E CONSEQUÊNCIAS
A LAN é uma das principais causantes do desacople entre o RC endógeno com o ciclo
externo claro-escuro. DAEs emitem radiação luminosa em cumprimentos de onda próximas
do pico de sensibilidade para a ML (luz azul, 470nm) sendo causal da cronodisrupção
(WOOD et. al., 2013; CHO et. al., 2015; DOMINONI et. al., 2016). ML é marca-passos
central que regula e sincroniza os relógios periféricos de outros órgãos (BEDROSIAN &
NELSON, 2017). O desbalanço da rede hormonal pode causar transtornos que afetam funções
neurológicas e comportamentais, endocrinológicas e metabólicas, cardiovasculares (tanto em
gestastes quanto em fetos e RN) e reprodutivas e imunológicas (APÊNDICE 1)
(SCHEIERMANN et. al., 2013; CIPOLLA-NETO et. al., 2014; McCARTHY et. al., 2019;
HAHN-HOLBROOK et. al., 2019; GUNATA et.al., 2020; GOMBERT & CODOÑER-
FRANCH, 2021).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na revisão são feitas as seguintes recomendações: 1-Extração diferenciada
19. 16
(diurna/noturna) e rotulagem do LM ordenhado para a doação aos Bancos de Leite Humanos
(BLH); 2- Leite e formulações industriais que contenham dosagem de ML e rotulagem
adequadas reguladas pela ANVISA para melhorar uso terapêutico ou nutricional; 3-Uso de
filtros protetores para telas para mães expostas a luz noturna. Criar uma rotina de sono que
respeite horários de claro/escuro; 4- UTIs neonatais devem considerar o uso de infraestrutura
com iluminação ambiental amiga da MLe favorecer partos no horário noturno, no escuro ou
com luz tênue ou levemente vermelha (McCARTHY et al., 2019; HAZELHOFF et al., 2021);
5- promover consumo de alimentos que sejam ricos em triptofano e ML.
5. REFERÊNCIAS
1. Astiz, Mariana, & Henrik Oster. 2021. “Feto-Maternal Crosstalk in the Development
of the Circadian Clock System”. Frontiers in Neuroscience 14 (janeiro): 631687.
2. Bedrosian, T A, & R J Nelson. 2017. “Timing of Light Exposure Affects Mood and
Brain Circuits”. Translational Psychiatry 7 (1): e1017–e1017.
3. Brennan, R, J E Jan, & C J Lyons. 2007. “Light, Dark, and Melatonin: Emerging
Evidence for the Importance of Melatonin in Ocular Physiology”. Eye 21 (7): 901–
8.
4. Cho, YongMin, Seung-Hun Ryu, Byeo Ri Lee, Kyung Hee Kim, Eunil Lee, & Jaewook
Choi. 2015. “Effects of Artificial Light at Night on Human Health: A Literature
Review of Observational and Experimental Studies Applied to Exposure
Assessment”. Chronobiology International 32 (9): 1294–1310.
5. Cipolla-Neto, J., F. G. Amaral, S. C. Afeche, D. X. Tan, & R. J. Reiter. 2014.
“Melatonin, Energy Metabolism, and Obesity: A Review”. Journal of Pineal
Research 56 (4):
6. Dominoni, Davide M., Jeremy C. Borniger, & Randy J. Nelson. 2016. “Light at Night,
Clocks and Health: From Humans to Wild Organisms”. Biology Letters 12 (2):
20160015.
7. Gombert, Marie, & Pilar Codoñer-Franch. 2021. “Melatonin in Early Nutrition:
LongTerm Effects on Cardiovascular System”. International Journal of Molecular
Sciences 22 (13): 6809.
8. Gunata, M., H. Parlakpinar, & H.A. Acet. 2020. “Melatonin: A Review of Its Potential
Functions and Effects on Neurological Diseases”. Revue Neurologique 176 (3): 148–
65.
9. Hahn-Holbrook, Jennifer, Darby Saxbe, Christine Bixby, Caroline Steele, & Laura
Glynn.
20. 17
2019. “Human Milk as ‘Chrononutrition’: Implications for Child Health and
Development”. Pediatric Research 85 (7): 936–42.
10. Hazelhoff, Esther M., Jeroen Dudink, Johanna H. Meijer, & Laura Kervezee. 2021.
“Beginning to See the Light: Lessons Learned From the Development of the
Circadian System for Optimizing Light Conditions in the Neonatal Intensive Care
Unit”. Frontiers in Neuroscience 15 (março): 634034.
11. McCarthy, Ronald, Emily S. Jungheim, Justin C. Fay, Keenan Bates, Erik D. Herzog, &
Sarah K. England. 2019. “Riding the Rhythm of Melatonin Through Pregnancy to
Deliver on Time”. Frontiers in Endocrinology 10 (setembro): 616.
12. Qin, Yishi, Weiyang Shi, Jialu Zhuang, Yu Liu, Lili Tang, Jun Bu, Jianhua Sun, e Fei
Bei.
2019. “Variations in Melatonin Levels in Preterm and Term Human Breast Milk
during the First Month after Delivery”. Scientific Reports 9 (1): 17984.
13. Scheiermann, Christoph, Yuya Kunisaki, & Paul S. Frenette. 2013. “Circadian Control
of the Immune System”. Nature Reviews Immunology 13 (3): 190–98.
14. Wood, Brittany, Mark S. Rea, Barbara Plitnick, & Mariana G. Figueiro. 2013. “Light
Level and Duration of Exposure Determine the Impact of Self-Luminous Tablets
on Melatonin Suppression”. Applied Ergonomics 44 (2): 237–40.
22. 19
Figura.1 Efeito da cronodisrupção mediada por LAN sobre a fisiologia no Gestante e na
Lactação APÊNDICE 2
Figura 2. A) Concentrações de ML no relógio Circadiano. Concentrações de ML noturna na
Gestação B) Concentração Noturna de ML no leite materno para primeiro mês de vida de
bebês pre-termo e termo.
23. 20
O ENSINO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO
DURANTE A GRADUÇÃO EM MEDICINA
Cecília Freire de Carvalho Pinton1
Resumo
Este estudo discute sobre a necessidade de se abordar de maneira mais aprofundada e
estruturada o tema Aleitamento Materno durante o curso de graduação em medicina. Destaca
a importância do atendimento qualificado do profissional médico para a proteção, promoção
e apoio ao aleitamento materno e sua manutenção. Este artigo resulta de uma pesquisa
realizada pela autora a partir dos estudos abordados na Pós-graduação em Aleitamento
Materno pelo Instituto Passo 1.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Amamentação. Educação médica.
1 INTRODUÇÃO
O Aleitamento Materno (AM) exclusivo até os 6 meses de vida e complementado até os
dois anos ou mais traz inúmeros benefícios para saúde do bebê e para saúde da mulher que
amamenta. É a estratégia isolada que mais previne mortes infantis, um importante indicador de
saúde pública. Além disso, está associado a benefícios a longo prazo como diminuição do risco
de sobrepeso e obesidade, diabetes mellitus tipo 2, síndrome metabólica e suas complicações
(VICTORA et al., 2016). Dada a sua relevância para promoção e prevenção em saúde, esse
tema ainda é pouco abordado durante a graduação do curso de medicina.
2 O TEMA ALEITAMENTO MATERNO NO ENSINO MÉDICO
Os currículos dos cursos médicos no Brasil são relativamente padronizados, seguindo
as diretrizes curriculares nacionais, porém a educação em aleitamento materno varia muito entre
as faculdades pela falta de um currículo mínimo exigido durante a graduação (FRAZÃO et al.,
2019). Esse mesmo problema é observado em outros países como EUA e Reino Unido (BIGGS
et al., 2020; GARY et al., 2017).
A decisão individual das mulheres em amamentar ou não seus bebês, bem como
prolongar o AM além dos primeiros meses de vida, sofre forte influência da opinião e do apoio
do profissional médico. Por isso, independentemente da especialidade do médico, ele deve ter
uma compreensão básica da importância da amamentação e promovê-la como um importante
1
Pós – Graduanda em Especialização em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo1. Piracicaba/SP. E-mail:
ceciliafcpinton@gmail.com
24. 21
cuidado de prevenção em saúde. Informações erradas e práticas inadequadas em relação ao AM
estão associada a piores taxas de aleitamento.
A formação médica atual é insuficiente em termos de conhecimento teórico e
habilidades práticas em amamentação. Os alunos, ao final do curso, entendem a importância do
aleitamento materno, porém não se sentem preparados para enfrentar os desafios da
amamentação e dar suporte as famílias durante esse processo, principalmente quando ocorrem
dificuldades. Muito do que se aprende sobre amamentação depende da experiência dos médicos
assistentes e da experiência prática individual com os pacientes atendidos ao invés de um
currículo formal de educação em AM.
Frazão e colaboradores (2019) realizaram uma pesquisa com os alunos do curso de medicina
de uma Universidade de Alagoas, realizada através de um questionário que abrangia diversas
áreas de conhecimento sobre AM, para avaliar a progressão do conhecimento médico durante
a graduação sobre o tema e observou que o índice de acerto progrediu de forma irregular e se
questiona se os acertos ocorreram de forma aleatória, se as informações estão organizadas com
um objetivo claro de aprendizado e se os alunos estão sendo motivamos a refletir sobre o que
estão aprendendo. E conclui que esse despreparo do conhecimento esteja sendo levado para
vida profissional.
De acordo com a pesquisa realizada por Meek e colaboradores (2020) realizada com
profissionais médicos e não médicos com interesse em melhorar o treinamento e educação
médica em AM foram identificados barreias e oportunidades para a inclusão de conteúdo sobre
amamentação na educação médica (APÊNDICE 1).
O ensino sobre AM deve aliar conhecimento teórico e prático, incluindo o manejo dos
principais problemas em amamentação e deve ocorrer em vários campos de estágios como
maternidade, atenção básica, ambulatórios de amamentação, banco de leite, etc.
A OMS, UNICEF e Academia de Medicina da Amamentação recomendam que os
estudantes de medicina e profissionais médicos devem conhecer as evidências científicas da
amamentação como padrão ouro da alimentação infantil, conhecer a fisiologia da
amamentação, os aspectos nutricionais do leite materno, a mecânica da amamentação,
compreender o manejo clínico de mães e recém nascidos normais e as influências psicossociais
que impactam o início e manutenção da amamentação e devem evitar a criação de barreiras
para o estabelecimento do AM (GARY et al., 2017). Os Apêndices 2 e 3, tabelas adaptadas de
Gary e colaboradores (2017), resumem as recomendações dessas instituições a respeito dos
conhecimentos e habilidades sobre AM que os estudantes de medicina devem ter.
Uma importante estratégia para estimular o interesse dos alunos em estudarem mais
sobre esse tema seria a inclusão de mais questões sobre aleitamento materno nas provas de
títulos e de acesso a residência médica.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para melhora do conhecimento teórico e das habilidades práticas do médico em
formação, sugere-se criar um currículo básico em AM, abordando o tema durante toda a
graduação, com aumento progressivo da complexidade, que ofereça ao médico ferramentas para
que ele se sinta seguro e preparado no manejo clínico da amamentação, favorecendo o aumento,
das taxas de aleitamento materno na população em que irá trabalhar.
4 REFERÊNCIAS
25. 22
BIGGS, KV, Fidler KJ, Shenker NS, Brown H. Are the doctors od the future ready to
support breasrfeeding? A cross-sectional study in the UK. International Breastfeeding
Jounal, v.15, n.1, p.46-53, mai 2020.
FRAZÃO, SIRMANI MELO; VASCONCELOS, MARIA VIVIANE LISBOA DE;
PEDROSA, CELIA MARIA. Conhecimento dos Discentes sobre Aleitamento Materno em
um Curso Médico. Revista Brasileira de Educação Médica. 43(2):58-66; 2019.
GARY AJ, BIRGMINGHAM EE, JONES LB. Improving breastfeeding medicine in
undergraduate medical education: A student survey and extensive curriculum review
with suggestions for improvement. Education for Health, v. 30, n2, p. 163-168, 2017
MEEK JY et al. Landscape Analysis of Breastfeeding- Related Physician Education in the
United States. Breastfeeding medicine: the oficial jornal of the Academy of Breastfeeding
Medicine, v.15, n.6, p. 401-411, jun 2020
VICTORA CG, BAHL R, BARROS AJ, FRANÇA GV, HORTON S, KRASEVEC J, et al.
Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet, v.
387, n. 10017, p. 475-490, jan. 2016.
5. APÊNDICES
APÊNDICE 1: Barreiras e oportunidades identificadas pelo informante-chave para inclusão de
conteúdo sobre amamentação na educação médica
Barreiras Oportunidades
1- Relutância em priorizar a amamentação como
parte da educação médica e prática
2- Falta de confiança dos médicos em suas
habilidades e conhecimentos para fornecer
aconselhamento sobre
amamentação
3- Falta de conscientização e apoio do paciente e
da população para a amamentação
4- Seleção de médicos com interesse em
amamentação para Educação Médica Continuada
5 – Falta de uma mensagem unificada de todas as
especialidades médicas de que a amamentação é a
principal e melhor nutrição para o bebê
6- Influência das empresas de fórmulas no
ambiente de educação médica (por exemplo
congressos nacionais) transmite uma mensagem
confusa para os
estudantes e ao público
7- Falta de preceptores de apoio a lactação
disponíveis, principalmente em clinicas e hospitais
menores
Traduzido e adaptado de Meek e colaboradores (2020)
1- Desenvolvimento de uma instituição específica que
defenda a amamentação
2 – Treinamento sobre aspectos práticos da
amamentação e manejo da lactação
3 – Estabelecimento de padrões curriculares
sobre amamentação e manejo da lactação para as
escolas médicas
4- Integração da amamentação à nutrição durante
o ensino médico básico
5- Inclusão da amamentação e manejo da
lactação nos exames certificação do conselho
6 – Treinamento em amamentação e manejo da lactação
para toda a equipe de atendimento
26. 23
APÊNDICE 2: Competências baseadas no Conhecimentos em cuidados de amamentação para
graduandos em medicina.
27. 24
APÊNDICE 3: Competências baseadas nas Habilidades em cuidados de amamentação para
graduandos em medicina.
28. 25
INFLUÊNCIA DAS AVÓS NO ALEITAMENTO MATERNO
Cristiane Moretti Gouveia1
RESUMO
Os benefícios do aleitamento materno são amplamente discutidos na comunidade acadêmica e
órgãos governamentais de saúde. Apesar disso, a prevalência de desmame precoce continua
alta. Diversos fatores interferem na decisão de uma mulher amamentar ou não. Dentre esses
fatores, as avós representam um modelo a ser seguido devido seus conhecimentos, experiências
e saberes. Portanto, é necessário estudar a influência delas no desfecho da amamentação. O
ambiente familiar é o primeiro local de aprendizagem relacionados à saúde e tradicionalmente,
as mulheres são responsáveis pela higiene, alimentação e cuidados dos familiares. A nutrizes
percebem que as avós influenciam positivamente ou negatividade a sua decisão de amamentar e
reconhecem que a opinião das avós constitui elemento significativo para reforçar a sua decisão
em manter a amamentação. As avós são consideradas elemento fundamental para a manutenção
ou abandono do aleitamento materno. Mitos, crenças e proibições são passados de geração em
geração e estão relacionados pelo contexto social, cultural e histórico da nutriz.
Palavras chave: Avós; Aleitamento Materno; Desmame Precoce; Interferência Familiar.
1. INTRODUÇÃO
Os benefícios do aleitamento materno são amplamente discutidos como sendo o melhor e único
alimento nos primeiros seis meses de vida e alimento complementar até os dois anos ou mais
(BRASIL,2015). Apesar de todas as vantagens conhecidas e da recomendação do Ministério da
Saúde, o desmame precoce é uma realidade frequente em nossa sociedade (MARTINS E
MONTRONE, 2017).
Giugliane (apud MARTINS E MONTRONE, 2017) considera que há uma diversidade de
fatores que podem influenciar a decisão da mulher em relação à amamentação, como a falta de
conhecimento dos benefícios e prejuízos do aleitamento materno e técnicas de amamentação,
falta de apoio familiar e profissionais de saúde e propaganda de indústrias de leite. Portanto, a
amamentação não é totalmente instintiva e nem automática no ser humano, muitas vezes deve ser
aprendida para ser prolongada com êxito. Nesse sentido, as mulheres, ao se depararem pela
primeira vez com o aleitamento materno, requerem que lhes sejam apresentados modelos ou guias
práticos de como devem conduzir-se nesse processo, que na maioria das vezes tem como primeira
referência o meio familiar, as amizades e vizinhança nos quais estão inseridas (ANGELO et al,
2015).
Sendo o êxito da amamentação multifatorial, destaca-se o suporte familiar. No contexto familiar,
as avós são referências significativas no repasse de informações que interferem na decisão da
mulher amamentar ou não. São elas ainda que detêm conhecimentos que foram validados por
suas experiências de vida, sendo socialmente aceitos, respeitados e valorizados (ANGELO et al.,
2020). Sendo as avós peça chave em todo o processo de nascimento e
Enfermeira, especializanda em Aleitamento Materno pela Passo1, pólo Piracicaba-SP.
29. 26
alimentação e próximas das mulheres no período do puerpério é justificável estudar a influência que
as avós exercem para o sucesso ou não da amamentação.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica cuja base de dados utilizada foi a Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS) acessada no dia 09 de agosto de 2021. As palavras chaves utilizadas foram avós
e aleitamento materno, causas de desmame precoce, interferência familiar no desmame precoce
e dificuldades no aleitamento. Foram encontrados 66 artigos. Destes artigos encontrados, foram
escolhidos aqueles escritos em língua portuguesa e oriundos de autores brasileiros, para que,
melhor descrevessem a realidade brasileira. Além disso, foram incluídos artigos publicados entre
os anos de 2015 a 2021, totalizando 09 (nove) referências bibliográficas.
3. AS AVÓS E A AMAMENTAÇÃO
O ambiente familiar é o primeiro local de aprendizagem relacionados à saúde e tradicionalmente,
as mulheres são responsáveis pela higiene, alimentação e cuidados dos familiares. Seus
integrantes compartilham experiências, condutas e ensinamentos, o que indica ser este local o
espaço onde as mulheres buscam apoio para o desenvolvimento das atividades maternas e para a
amamentação (QUEIROZ et al., 2016). O apoio à lactante é baseado na história pessoal de mães,
sogras, tias, irmãs que podem ser de sucesso ou insucesso com o processo de amamentação
levando ou não ao desmame precoce (MARTINS E MONTRONE, 2017; CARVALHO et al.,
2018).
Segundo pesquisa sobre a influência das avós no aleitamento materno exclusivo em um hospital
do interior paulista, realizada por Ferreira e colaboradores (2018), as avós, principalmente
maternas, ocupam uma posição importante na família que aguarda a chegada do bebê devido ao
contato diário, que elas referiam ter com suas filhas e netos. Além disso, as avós (materna ou
paterna) tiveram maior possibilidade de ajuda no cotidiano da casa e nos cuidados com os netos.
Os conhecimentos, atitudes e práticas das avós direcionam a amamentação de suas filhas e noras
oferecendo o apoio necessário para o sucesso do aleitamento materno e/ou promovendo a
contenção visualizada pelo início do desmame precoce (ANGELO et. al., 2020).
A nutrizes percebem que as avós influenciam positivamente ou negatividade a sua decisão de
amamentar e reconhecem que a opinião das avós constitui elemento significativo para reforçar a
sua decisão em manter a amamentação (SIQUEIRA et al., 2017). A avó que amamentou,
frequentemente representa um modelo a ser seguido, influenciando positivamente ou
negativamente a adesão ao aleitamento, uma vez que, as nutrizes viveram a experiência de serem
amamentadas (ANGELO et al., 2015).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As avós são consideradas elemento fundamental para a manutenção ou abandono do aleitamento
materno. Mitos, crenças e proibições são passados de geração em geração e estão relacionados
pelo contexto social, cultural e histórico da nutriz. Experiências positivas ou negativas durante a
amamentação, muitas vezes, reproduzem os ensinamentos aprendidos com suas mães, que por
sua vez, aprenderam com vivências maternas anteriores.
É importante incluir familiares e principalmente as avós, no contexto de cuidados à gestante e
lactante. Profissionais de saúde devem considerar incluir as avós em programas de aleitamento
materno, para que possam expor suas crenças e sentimentos relativos à amamentação. Assim, as
30. 27
avós estarão mais preparadas para exercer uma influência positiva para a amamentação de suas
filhas e noras.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
ANGELO, B.H.B. et al. Práticas de apoio das avós à amamentação: revisão integrativa. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 15, n. 2, p. 161-170, 2015.
ANGELO, B. H.B. et al. Conhecimentos, atitudes e práticas das avós relacionados ao aleitamento
materno: uma metassíntese. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Recife, v.28, e.3214,
2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério
da Saúde, 2015.
BRITO, R.S. et al. Aleitamento materno: conhecimento de avós adscritas à estratégia saúde da
família. Rev. Enferm UFSM, Santa Maria, v.5, n.2, p. 305-315, 2015.
CARVALHO, E.S. et al. Dificuldades do aleitamento materno exclusivo diante da interferência
familiar. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, 2018.
DIAS, L.M.O. et al. Influência familiar e a importância das políticas públicas de aleitamento
materno. Revista Saúde em Foco, Teresina, Edição nº 11, 2019.
FERREIRA, T.D. et al. Influência das avós no aleitamento materno exclusivo: estudo descritivo
transversal. Revista Einstein, São Paulo, v. 16, n.4, 2018.
MARTINS, R.M.C.; MONTRONE, A.V.G. O aprendizado entre mulheres da família sobre
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influência das avós no processo de amamentação. Rev Enferm UFPE on line, Recife, v.11,
supl.6, p. 2565-75, 2017.
31. 28
A VISÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
DENTRO DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL FRENTE AS DIFICULDADES EM
PROMOVER O ALEITAMENTO MATERNO
Deisiane Pessoa da Silva Santos1
Resumo
Um grande problema de saúde pública no Brasil é o desmame precoce em bebês
internados em Unidades de Terapia Intensiva. São muitas as causas que interferem no
aleitamento materno, como situação socioeconômica, cultura, idade, cultura e entre
outros fatores. Sabemos que existem políticas de promoção a saúde e proteção ao
aleitamento materno. Nesta revisão o objetivo é deixar claro a importância de capacitar
profissionais de saúde a atender esse binômio, essa família, prestando um atendimento
de qualidade e interdisciplinar.
Palavras-chave: Aleitamento Materno. Desmame. Profissionais de saúde. Capacitação de
Profissionais de saúde.
1 INTRODUÇÃO
O aleitamento materno é o alimento mais importante para a criança nos primeiros
meses de vida, pois é capaz de suprir e saciar todas as necessidades nutricionais, sistema
imunológico e neuropsicomotor e todo seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Os
benefícios são inúmeros tanto para a criança tanto para a mãe que amamenta, aumento o
vínculo entre a díade e contribui para saúde física e psíquica da mãe (MARQUES et al.,
2016).
Em 1981 o programa nacional de incentivo ao aleitamento materno foi
oficializado, seu objetivo é combater a desnutrição infantil, através de ações que incluam
apoio a amamentação na comunidade, campanhas de mídias, marketing sobre os leites
artificiais, treinamento aos profissionais de saúde, aconselhamento e leis que protegem a
amamentação (ALENCAR, 2008 apud MARQUES et al., 2016).
1
Pós – Graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1. Piracicaba/SP. E-mail:
deisiane.silva@unimedpiracicaba.com.br
32. 29
O cenário da amamentação nas Unidades de Terapia Intensivas Neonatais (UTIN)
mostra como os profissionais que assistem os bebês e seus pais precisam de mais
capacitação e acolhimento relacionados à prática do aleitamento:
[...] Todavia, nos casos em que as crianças nascem prematuras, certas
particularidades e dificuldades acabam por gerar um desmame precoce do
aleitamento materno, especialmente atribuído ao retardo da sucção direta da
criança do seio materno; pela hospitalização da criança por um período mais
longo; estresse materno e familiar; além de existirem lacunas no incentivo ao
aleitamento materno nesse contexto (ABREU et al.,2015).
2 DIFICULDADES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM PROMOVER E
INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO DENTRO DAS UTINs
O processo que esse bebê recebe o leite materno da mama ou ordenhado é
influenciado por valores sociais, ideologias e interesses, tanto econômicos e tanto pelas
experiências anteriores das mulheres, suas inseguranças e dificuldades encontradas nesse
contexto hospitalar (MARQUES et al., 2016).
O bebê internado em uma UTIN, muitas das vezes está restrito em receber o colo
materno, devido sondas, soroterapias, cateter de oxigênio e outros materiais que impedem
essa mãe de segurar seu filho, no entanto, é importante que equipe de enfermagem
promova a aproximação entre essa díade promovendo, assim que possível for, contato
pele a pele e o incentivo ao Método Canguru (COUTINHO e KAISER, 2015).
O apoio da equipe de enfermagem, em trazer esclarecimentos que poderão fazer a
total diferença no sentindo de bem-estar dessa díade mãe-filho, entendendo essas
angustias, medos, insegurança sobre a amamentação, estabelecendo uma relação de
confiança com a mãe, fornecendo orientações básicas para a vida do neonato e avaliar o
cuidado prestado. Lidando muitas das vezes com os entraves, barreiras, considerando a
própria experiência do enfermeiro em cuidar, resultando em atendimento e cuidado com
qualidade (COUTINHO e KAISER, 2015).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os artigos levantados, as características socioeconômicas e
culturais que acompanham o aleitamento em uma unidade de terapia intensiva neonatal
são um dos fatores que levam ao desmame precoce desses bebês, aumentando os índices
de morbimortalidade. Além disso, a falta de capacitação profissional é questão a ser
melhorada para que a equipe de saúde possa ser rede de apoio técnico e emocional para
essas famílias.
REFERÊNCIAS
COUTINHO, Sandra Eugênio e KAISER, Elaine Dagmar. Visão da enfermagem sobre
o aleitamento materno em uma unidade de internação neonatal: relato de experiência.
Boletim Científico de Pediatria. V 4, N 1, jul/2015.
33. 30
FERNANDES, Bruno César et al. Cuidados de Enfermagem no Incentivo ao Aleitamento
Materno de Recém-Nascidos Prematuros. Id on Line-Revista Multidisciplinar e de
Psicologia. V 14 N. 53, p. 926-934, dez/2020.
MARQUES, Gabriela Cardoso Moreira et al. Aleitamento Materno: Vivido de mães que
tiveram bebês internados em unidade de terapia intensiva neonatal. Revista de
Enfermagem- UFPE On Line. Recife, V 10, p. 495-500, fev/2016.
34. 31
A VISITA DOMICILIAR E O ALEITAMENTO
MATERNO NA ADOLESCÊNCIA
Flávia Corrêa Porto de Abreu D’ Agostini1
Resumo
As mães adolescentes têm menor probabilidade de começar a amamentar quando comparado
a uma mãe em fase adulta, e metade das mães adolescentes amamentam até o 6º mês de vida.
A visita domiciliar propicia o aprimoramento das competências parentais e no
desenvolvimento infantil das famílias com mães e pais adolescentes. Este estudo mostra a
importância da visita domiciliar pelo enfermeiro no acompanhamento do aleitamento materno
na adolescência. Conclui-se que a maternidade na fase da adolescência conclama de apoio dos
profissionais de saúde no enfrentamento dos obstáculos e demandas da maternidade e do
aleitamento materno e a visita domiciliar realizada pelo enfermeiro permite prestar uma
melhor assistência à adolescente para se obter o sucesso do aleitamento materno.
Palavras-chaves: Aleitamento materno; Visita domiciliar; Enfermagem; Adolescente
1 INTRODUÇÃO
A adolescência é o período entre 12 à 18 anos de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), sendo uma fase de grande adaptações, transformações e mudanças no
âmbito físico, psíquico e social. (BRASIL, 1990).
Considerando que a recomendação do aleitamento materno (AM) exclusivo até o sexto mês de
vida da criança e até 2 anos de idade de forma complementada (BRASIL, 2015) e, que a
compreensão da gravidez e da amamentação na adolescência permite um olhar ampliado dos
profissionais de saúde, devido à grande parcela dos casos ocorrer em populações de maior
vulnerabilidade social e econômica (CRUZ; CARVALHO; IRFFI, 2016).
Considerando que a visita domiciliar (VD) deve ser adotada pelos profissionais de saúde
como uma ferramenta de cuidado a indivíduos e famílias em seu contexto, além de permitir a
construção do vínculo entre o indivíduo/ família e o profissional visitador (ROCHA et al.,
2017).
1
Pós-graduanda em Aleitamento pelo Instituto Passo1 polo Piracicaba/SP, flaviacpa90@gmail.com
35. 32
Este estudo tem por objetivo é identificar a importância da visita domiciliar pelo enfermeiro
no acompanhamento do aleitamento materno na adolescência.
2 DESENVOLVIMENTO
As adolescentes reconhecem a amamentação como uma experiência que fortalece o vínculo
afetivo entre mãe e bebê, mas a dificuldade neste processo traz sentimentos ambíguos a mãe
adolescente (TAVEIRA; ARAÚJO, 2019). Entretanto, as mães adolescentes têm menor
probabilidade de começar a amamentar quando comparado a uma mãe em fase adulta, e metade
das mães adolescentes amamentam até o 6º mês de vida (CONDE; et.al, 2017).
Durante o pré-natal muitas gestantes adolescentes não recebem o incentivo e a orientação
sobre o aleitamento materno dos serviços de saúde, e muitas delas acabam recendo algum tipo
de intervenção somente após o parto (TESSARI; SOARES; SOARES; ABREU, 2019). E as
mães adolescentes apresentam dificuldades na amamentação na falta de conhecimento,
dificuldade na pega e em conciliar a amamentação e as atividades escolares (TESSARI;
SOARES; SOARES; ABREU, 2019).
As mães adolescentes são mais propensas a serem socialmente isoladas (RASKIN et al.,
2017), por isso é fundamental elas receberem as visitas dos enfermeiros em virtude de terem
alguém para conversar, fazer perguntas, para ouvi-las, apoiá-las emocionalmente (ZAPART;
KNIGHT; KEMP, 2016).
A visita domiciliar propicia o aprimoramento das competências parentais e no
desenvolvimento infantil das famílias com mães e pais adolescentes (ROCHA et al., 2017).
Além disso, promovem impactos positivos na abordagem do aleitamento materno em mães
adolescentes. O tema da amamentação deve ser abordado durante a gestação e após nascimento
pelos enfermeiros durante a VD, pois ter esse profissional em domicílio é muito significante e
auxilia no acompanhamento e promoção do cuidado (ZAPART; KNIGHT; KEMP, 2016).
Caso a mãe adolescente apresente qualquer dificuldade durante a amamentação poderá ser
identificado pelo enfermeiro durante a visita domiciliar, seja pelo apoio e/ou encaminhamento
a outros serviços de saúde e da comunidade para uma atenção adicional (STETLER et al.,
2018).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A maternidade na fase da adolescência conclama de apoio dos profissionais de saúde no
enfrentamento dos obstáculos e demandas da maternidade e do AM. Portanto, a VD promove
uma compreensão ampliada do significado da maternidade e da amamentação para a mãe
adolescente, e permite ao enfermeiro a prestar uma melhor assistência à adolescente para se
obter o sucesso do aleitamento materno.
36. 33
4 REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégia Nacional para
Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no Sistema
Único de Saúde: manual de implementação / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 152 p.
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adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 13 julho 1990, 1990.
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exclusivo entre mães adolescentes. Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2017, v. 30, n. 4
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<https://doi.org/10.1590/19820194201700057>. ISSN 1982-0194.
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ROCHA, K. B. et al. Home visit in the health field: a systematic literature review. Psicologia,
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STETLER, K. et al. Lessons learned: implementation of pilot universal postpartum nurse
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TESSARI, W; SOARES, L. G.; SOARES, L. G; ABREU, I. S. Percepção de mães e pais
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ZAPART, S.; KNIGHT, J.; KEMP, L. ‘It was easier because i had help’: mothers’ reflections
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37. 34
DIABETES GESTACIONAL: ORDENHA DE
COLOSTRO ANTENATAL COMO FORMA DE
PROMOVER E PROTEGER O ALEITAMENTO.
Flavia Gheller Schaidhauer1
Resumo
Diabetes Gestacional é um problema de saúde pública mundial, chegando a afetar 90% das
gestantes em ambulatórios de gestação de alto risco. O atraso da lactogênese II associada a essa
morbidade está bem estabelecida, bem como o uso de substitutos de leite materno em caso de
hipoglicemia neonatal. A ordenha antenatal tem se mostrado uma estratégia promissora para
evitar uso de substitutos de leite humano, e melhorar as taxar de início de aleitamento e redução
de desmame precoce.
Palavras-chave: diabetes gestacional, hipoglicemia neonatal, aleitamento.
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes gestacional é um problema de saúde pública mundial, afetando 1-35% das
mulheres grávidas (Silva et al, 2021). Um dos principais fatores é resistência periférica a
insulina, mesmo com altos níveis de produção de insulina no final terceiro trimestre de gestação
(Zhu e Zhang, 2016).
A ordenha antenatal de colostro, armazenamento e congelamento, e sua disponibilidade após
nascimento é uma opção que tem sido estudada para evitar uso precoce de substitutos do leite
humano (Foster et al, 2014).
1 Pós graduanda em Aleitamento Materno Instituo Passo 1 Piracicaba flavia.schaidaheur@gmail.com
38. 35
2 BARREIRAS AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
Recém-nascidos filhos de mães com diabetes gestacional tem risco aumentado de
intercorrências ao nascer que levam a introdução precoce de substitutos do leite humano (Foster
et al, 2014).
Mulheres com diabetes gestacional tem atitudes e crenças menos favoráveis em relação ao
aleitamento, e menor apoio dos médicos e companheiros (Doughty, 2018).
Devido maior internação na unidade de cuidados intensivos e diminuição da autoeficacia
materna em amamentar, ocorre a perda da amamentação ou desmame próximo aos 3 meses de
idade nessa população (Morrison et al, 2014).
3 ORDENHA DE COLOSTRO ANTENATAL
Estudos mostram que a ordenha de colostro antenatal não diminui a incidência de
hipoglicemia neonatal ou internações em unidades de cuidados intensivos, mas esse
procedimento deixa as mães mais otimistas e empoderadas para usar seu leite e manter o
aleitamento (Doughty et al, 2018).
Gestantes com DMG que são bem-informadas dos riscos referentes a sua condição, tem
melhores desfechos em relação ao aleitamento, bem como são mais propensas a trabalhar o
aleitamento antes mesmo do nascimento, algumas aderindo ao protocolo de ordenha antenatal
de colostro (Park et al, 2021)
Devido a falta de estudos, a revisão sistemática realizada pela Cochrane em 2014, não
conseguiu avaliar a segurança e a eficácia da ordenha de colostro antenatal (East et al, 2014)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diabetes gestacional vem aumentando anualmente no mundo todo, e é uma das
principais causas de desfechos ruins relacionados ao concepto (OMS, 2013).
39. 36
Protocolo de ordenha de colostro antenatal tem sido priorizado para esse grupo em vários
países, como Estados Unidos e Austrália, como forma de proteger e promover aleitamento
materno nessa população, que tem incidência alta de desmame precoce (menos de 3 meses) ou
mesmo ausência completa de aleitamento (Foster et al, 2014).
Não há estudos suficientes que avaliam a segurança e a eficácia da ordenha colostro antenatal,
porém há estudos mostrando que mulheres que fazem protocolo de ordenha acabam tendo maior
autoconfiança e auto-eficácia em iniciar e manter aleitamento de seus filhos, melhorando os
índices de aleitamento nessa população (Nguyen et al, 2019).
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
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Breastfeeding Outcomes: A Systematic Review. Asia Pac J Public Health. 2019
Apr;31(3):183198.
40. 37
QUAL A RELAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO E A
CÁRIE DENTÁRIA? - REVISÃO DE LITERATURA
Isabella Claro Grizzo1
Resumo
O presente estudo refere-se a uma revisão de literatura relacionando a cárie dentária com o
aleitamento materno. Com o passar dos anos a ciência desenvolveu diversos conceitos sobre a
etiologia da cárie, diante do cenário atual, sabe-se que se trata de uma doença multifatorial,
ou seja, diversos fatores associados para que ocorra o aparecimento da lesão cariosa e não
simplesmente a presença do açúcar/carboidrato na cavidade oral, e sim, necessário um
desequilíbrio dos fatores associados a doença cárie para o aparecimento da lesão. Sendo
assim, esse estudo irá apresentar através de artigos recentes, a relação da lesão cariosa com
o leite materno e se ele é capaz ou não de provocar o aparecimento das lesões, baseando-se no
conceito da doença x lesão e composição do leite materno.
Palavras-chave: Cárie dentária. Suscetibilidade a cárie dentária. Aleitamento materno.
Amamentação.
1. INTRODUÇÃO
A cárie dentária é mundialmente conhecida e estudada por apresentar uma elevada
prevalência mundial (11-53%) e ser considerada um problema de saúde pública, uma vez que o
desenvolvimento das lesões desequilibra a saúde oral do indivíduo, pode causar inflações dores
e simultaneamente afetar a qualidade de vida dos pacientes com lesões cariosas ativa. (THAM
et al., 2015; AVILA et al., 2015; SHEIHAM et al., 2006; RAMOS-JORGE et al., 2014) Nesse
contexto, estudar a etiologia da cárie dentária tornou-se extremamente viável, pois sabendo-se
como ela se desenvolve, é possível agir impedindo sua progressão e assim controlando a
prevalência mundial de cárie.
Por muitos anos acreditou-se que a cárie dentária era uma doença transmissível, causada apenas
pelo consumo do açúcar, no entanto, atualmente seu conceito dado por Pits et al é pautado na
definição de doença dinâmica, multifatorial e mediada pelo biofilme. Ou seja, para a lesão
cariosa se desenvolver clinicamente precisamos ter vários fatores associados, esses fatores são:
presença do biofilme dentário, ausência do flúor, presença das bactérias acidogênicas e
acidúricas e a presença do açúcar. O risco de cárie dentária está relacionado ao teor de
carboidratos do leite materno associada a duração do contato do leite e a dentição irrompida (ou
seja, frequência da alimentação e práticas de alimentação que resultam em agrupamento de leite
materno ou fórmula em torno das superfícies dos dentes, como a alimentação de bebês para
dormir) (THAM et al., 2015).
O processo do desenvolvimento da lesão se caracteriza pela queda do pH da cavidade oral,
nessa queda o esmalte dentário entra no processo de desmineralização, quando se tem a remoção
do biofilme e presença do Flúor, ele participará de trocas iônicas entre a superfície dentária e a
cavidade, formando a fluroapatita que contribuirá para o processo de remineralização, esse
processo ocorre constantemente na cavidade oral. No entanto, quando ocorre um desequilíbrio
1
Pós – Graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo1. Piracicaba/SP. E-mail:
isabella.grizzo@usp.br
41. 38
nesse processo, ocorrendo mais desmineralização do que a remineralização as lesões cariosas
aparecem. (MAGALHÃES A.C. et al, 2021)
Considerando que o leite materno contém lactose em sua composição e durante a
metabolização torna-se açúcar e o açúcar contribui para queda do pH do meio e o processo de
desmineralização é desencadeado há uma grande discussão sobre ele ser promotor de cárie
dentária na primeira infância e assim, tornou-se oportuno realizar uma revisão sobre o potencial
cariogênico do leite materno. Então, foi realizada uma busca no PUBMED de artigos com os
termos “dental caries” AND “breastfeeding”. Encontrou-se 477 artigos. Colocou-se um filtro
para artigos a partir de 2015 resultando em 145 estudos, desses 145, foi utilizado um segundo
filtro para inclusão de apenas estudos clínicos randomizados ou revisões sistemáticas e o
número de estudos obtidos foi de 7. Com esses 7 artigos, foi realizada a leitura de títulos e
resumos para uma exclusão preliminar e assim um estudo foi excluído pois seu tema fugia do
abordado no presente estudo. Os 6 estudos resultantes foram lidos completamente e na leitura,
dois foram excluídos por fugirem do foco do estudo, sendo incluídos nessa revisão 4 estudos.
2. LEITE MATERNO E CÁRIE
Assim como a cárie dentária na primeira infância tem impacto na saúde geral das
crianças o aleitamento materno também se apresenta relevante nesse aspecto, no entanto são
apontados os impactos benéficos dessa prática, como redução da mortalidade infantil, redução
do desenvolvimento de doenças sistêmicas, redução da desnutrição infantil, entre outros
inúmeros benefícios que já são comprovados pela ciência (AVILA et al., 2015; BIRUNG et al
2015), frente a eficácia do leite materno, é de suma importância o conhecimento da relação do
aleitamento e cárie, para não estimular um desmame precoce com o objetivo de manter o
bebê/criança livre de lesões cariosas.
Dos quatro estudos incluídos para essa revisão todos referem-se a uma relação fraca ou nula
entre o aleitamento com a cárie dentária, deixando claro que a relação apontada em alguns
estudos pode estar relacionada a falta de metodologia, viés do estudo ou outro tipo de alimento
introduzido na vida da criança juntamente com o aleitamento.
Tham e colaboradores (2015) sugeriu que o aleitamento materno além 1 ano de idade aumentou
o risco de cárie na primeira infância, mas advertiu que, pode haver confusão com efeitos dos
hábitos alimentares e da higiene oral quando não são adequadamente controlados. Já Moynihan
e colaboradores (2019) indicou que as melhores evidências disponíveis revelam que o
aleitamento até dois anos não aumenta o risco a cárie na primeira infância, quando comparado
com o aleitamento até um ano de idade. Mas fatores protetores como, escovação diária,
exposição dos dentes ao flúor, controle da dieta, devem ser introduzidos na vida das crianças a
partir do momento que o aleitamento materno passar a não ser exclusivo.
Um estudo conduzido por Neves e colaboradores (2016) avaliou o potencial de cariogenicidade
do leite materno, ou seja, avaliou a queda do pH provocada pelo leite materno na cavidade oral
e obteve como resultado que o leite materno não diminuiu o pH do biofilme dental nem em
crianças livres de cárie, nem em crianças que já apresentavam cárie da primeira infância.
Estudos experimentais prévios a Neves já haviam apontado que o leite materno não pode
apresentar um potencial cariogênico, desde que seja a única fonte de carboidratos (ARAÚJO et
al., 1997; ERICKSON & MAZHARI, 1999).
Sendo assim, nota-se que os estudos que associaram uma relação do aleitamento após os seis
meses de idade como risco de carie, podem ter um viés em relação aos outros hábitos
introduzidos na criança juntamente com o aleitamento. A Organização Mundial da Saúde
preconiza o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, diante disso, após esse período e
muitas vezes, antes disso, o bebê recebe outras fontes alimentares, como fórmulas infantil, no
intuito de complementar o aleitamento e a própria introdução alimentar, e assim, outras fontes
42. 39
de carboidratos que são capazes de promover a queda de pH na cavidade oral suficiente para o
desenvolvimento de lesões cariosas são expostas a superifice dentária do bebê/ criança e
por atuarem no mesmo momento que o aleitamento acontece, uma confusão pode acontecer.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a leitura de diversos trabalhos e avaliando a etologia da cárie dentária pôde-se
concluir que o leite materno, isoladamente na alimentação do bebê, não tem potencial para o
desenvolvimento das lesões cariosas, mas quando associado com outras fontes de alimento pode
ser confundido como um fator de risco para cárie precoce da primeira infância.
4. REFERÊNCIAS
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44. 41
ESCOLARIDADE MATERNA E SUA
INFLUÊNCIA NAS TAXAS DE ALEITAMENTO
Júlia Dias Silvestri Vaz Pinto1
Resumo
Uma vez que o leite materno traz diversas vantagens para bebês, suas mães e para a sociedade
como um todo, é de grande importância entender quais são os fatores que colaboram ou
atrapalham na manutenção na prática do aleitamento materno. Esse trabalho tem como
objetivo elencar os principais fatores relacionados ao desmame precoce, e se a taxa de
escolaridade materna é relevante dentre eles.
Palavras-chave: Aleitamento Materno (Breast Feeding, Lactancia Materna). Escolaridade
(Educational Status, Escolaridad). Desmame (Weaning, Destete).
1 INTRODUÇÃO
O leite materno é comprovadamente o melhor alimento existente para alimentar um bebê
no início da vida, não necessitando de nenhum outro complemento nos primeiros 6 meses, e
sendo importante de maneira complementada dali pra frente (LIMA, 2018). Com base nisso, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda aleitamento materno (AM) de maneira
exclusiva até o sexto mês do bebê, e de maneira complementada até os 2 anos ou mais. Além
da enorme superioridade nutricional e imunológica conferida pelo leite materno quando em
comparação aos leites artificiais existentes no mercado, ser amamentado está relacionado com
quedas de taxas de mortalidade infantil, risco de obesidade e diabetes ao longo de toda a vida
daquele bebê, além de potencial aumento da inteligência (VICTORA, 2016).
Sendo assim, é relevante que sejam identificadas as causas mais comuns de desmame
nos primeiros meses de vida, uma vez que isso causa impacto na saúde da sociedade como um
todo. No presente estudo foram reunidos artigos científicos a fim de identificar quanto o nível
de escolaridade materna foi relevante para a manutenção do aleitamento de seus bebês.
2 A INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE MATERNA NAS
TAXAS DE ALEITAMENTO
Para entender os motivos do desmame precoce, é de grande valor que antes entendamos
quais são as gestantes que demonstram maior intenção materna em amamentar (IMA), para
depois tentar interpretar quais foram os fatores dificultadores durante esse processo. Se
analisarmos a revisão sistemática de Oliveira Vieira e colaboradores (2016), as características
1
Pós-Graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo1. Piracicaba/SP. E-mail: juliavaz.jv@gmail.com
45. 42
associadas à maior IMA foram: primeira gestação, maior escolaridade e idade materna,
experiência prévia com a amamentação, ausência do hábito de fumar e residir com o
companheiro. Sendo assim, já pode-se perceber que desde a gestação, a escolaridade é um
grande fator influenciador nas ideias das mães e famílias sobre o ato de amamentar.
Quando passamos para a esfera da prática, ou seja, se esse bebê realmente foi ou não
amamentado e até quando, a baixa escolaridade materna continua se mostrando como uma forte
variável de desmame, sendo difícil identificar se essa relação se dá de maneira direta ou indireta.
Pereira-Santos et. al. (2017) agrupou em sua metanálise 22 estudos brasileiros e concluiu que
“idade inferior a vinte anos, baixa escolaridade, primiparidade, trabalho materno no puerpério
e a baixa renda familiar estão associados com a interrupção do AM exclusivo até os seis meses
de idade”. Já a revisão integrativa de Pinheiro (2021) demonstra os motivos citados pelos
autores como sendo de maior importância para a descontinuidade do AM até 6 meses “a mãe
trabalhar fora de casa, baixo nível de escolaridade das mães, leite fraco, traumas mamilares, uso
de bicos artificiais e deficiência na consulta de pré-natal”.
Infelizmente, tal influência não é um problema atual e muito menos simples de ser
manejado, uma vez que a escolaridade materna também está associada a fatores
socioeconômicos e culturais. Bem como demonstra o estudo de Escobar et. al. (2002), usando
amostra de 599 crianças em São Paulo, 1998, “maior escolaridade da mãe e presença de rede
de esgoto mostraram relação com maior tempo de aleitamento”. Se mudarmos o nosso foco
para o Norte do país, as informações continuam extremamente semelhantes, sendo que os
fatores que mais influenciaram foram faixa etária e escolaridade materna, mãe com trabalho
fora do lar, estado civil materno, incentivo do companheiro quanto ao AM e o escore da escala
de autoeficácia (MARGOTTI, 2016).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os artigos encontrados mostram que quanto maior a escolaridade materna,
maiores são as chances de aleitamento de seus bebês. Isso nos leva a pensar que o entendimento
sobre a importância e valor do AM são conhecimentos que ainda estão restritos a camadas de
maior escolaridade. Além disso, vale a pena extrapolar a análise em questão para a associação
de que mulheres com maiores taxas de escolaridade, em sua grande maioria, também estão em
níveis socioeconômicos mais altos. Esse fator muitas vezes facilita alguns pilares necessários
para a manutenção do AM, como licença maternidade remunerada, rede de apoio presente,
babás e creches, entre outros.
Nós da área da saúde temos a responsabilidade e missão de lutar por maiores taxas de
aleitamento. Tendo em vista que não conseguimos mudar consideravelmente a existência de
diferentes níveis socioeconômicos e de escolaridade na nossa sociedade, podemos concluir que
pode ser vantajoso trabalhar em difundir a informação sobre a importância do AM nos níveis
mais básicos de ensino, como por exemplo no ensino fundamental e médio. Uma vez que
amamentar é parte da natureza humana, faz sentido que crianças e adolescentes escutem e
aprendam sobre como sua espécie nasce e se desenvolve, e não que isso seja explicado apenas
para aquelas mulheres que já estão gestantes e prestes a passar pelo momento de lactação.
Quanto mais se conhece as vantagens que envolvem aleitar ao seio uma criança, maiores as
chances de seus benefícios superem os medos das mães, e interferências de bicos e leites
46. 43
artificiais do mercado que muitas vezes têm marketing que nos levam a crer que são melhores
que o aleitamento natural.
Após essa análise, quanto mais pessoas conseguirmos atingir acerca do tema, e o quanto
antes, maiores serão as possibilidades desta mãe que deseja amamentar não se sentir sozinha
nessa luta, uma vez que seu parceiro ou parceira, familiares e amigos também a apoiam e criam
um ambiente propício para o AM ser mantido.
4 REFERÊNCIAS
ESCOBAR, A. M. U. et. al. Aleitamento materno e condições socioeconômico-culturais:
fatores que levam ao desmame precoce. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil , 2002.
LIMA, A. P. C.; NASCIMENTO, D. S.; MARTINS, M. M. F. A prática do aleitamento
materno e os fatores que levam ao desmame precoce: uma revisão integrativa. Journal of
Health & Biological Sciences, 2018.
MARGOTTI, E; MARGOTTI, W. Fatores relacionados ao Aleitamento Materno Exclusivo
em bebês nascidos em hospital amigo da criança em uma capital do Norte brasileiro. Saúde
em Debate, 2017.
PEREIRA-SANTOS, M. et. al. Prevalência e fatores associados à interrupção precoce do
aleitamento materno exclusivo: metanálise de estudos epidemiológicos brasileiros. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil , 2017.
PINHEIRO, B. M.; NASCIMENTO, R. C.; VETORAZO, J. V. P. Fatores que influenciam o
desmame precoce do aleitamento materno: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica
Acervo Enfermagem, 2021.
VIEIRA, T. O.; MARTINS, C. C.; SANTANA, G. S.; VIEIRA, G. O.; SILVA, L. R.
Intenção materna de amamentar: revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, 2016.
VICTORA, C. G. et. al. Amamentação no século 21: epidemiologia, mecanismos, e efeitos ao
longo da vida. The Lancet: Série sobre amamentação, 2016.
47. 44
ALEITAMENTO MATERNO NA ADOLESCÊNCIA:
APOIO À PRÁTICA DE AMAMENTAÇÃO E
PREVENÇÃO AO DESMAME PRECOCE
Lívia Elisei de Faria¹
Resumo
A gestação na adolescência pode influenciar negativamente na prática da amamentação,
levando ao desmame precoce. Contudo, com apoio adequado dos profissionais da saúde
e familiares desde o pré-natal, o aleitamento materno pode-se manter por mais tempo e
aumentar a confiança da mãe adolescente nos cuidados com seu filho.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Adolescente. Desmame precoce.
1. INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017) define como adolescência o período
da vida que compreende a faixa etária de 10 a 19 anos (cerca de 20 a 30% da população
mundial, no Brasil alcançando até 23% da população). É o período de transição entre
puberdade e idade adulta, onde ocorre grandes e profundas transformações psíquicas,
físicas e sociais.
A gravidez nesta fase pode implicar em reajustes interpessoais e intrapsíquicos,
determinando insegurança, medo e ansiedade diante desta nova condição, podendo gerar
sobrecarga física e emocional, comprometendo a maturação psicossexual e forçando a
adolescente desenvolver precocemente capacidades para prestar cuidado ao seu filho.
Segundo dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS, 2019), 14,7% dos
nascidos vivos no Brasil eram de mães adolescentes e, no estado de São Paulo a taxa foi
de 14,5% de nascidos vivos.
A amamentação na adolescência pode ser um desafio, pois a nova mãe se depara com
um complexo processo adaptativo, que embora seja natural, amamentar não é apenas
instintivo, necessitando de aprendizado e tempo para ser aprimorado, além de suporte
emocional adequado em seu meio social, que nem sempre é alcançado (CARVALHO &
GOMES, 2019). Por outra ótica, a experiência da amamentação pode ser um momento
importante de crescimento pessoal e formação de vínculo mãe-bebê.
1 Pós-graduanda em Aleitamento Materno pelo Instituto Passo 1 pólo Piracicaba/SP. E-mail:
li_elisei@yahoo.com.br
48. 45
2. ADOLESCÊNCIA E AMAMANTAÇÃO
A prática do aleitamento materno entre as adolescentes tende a não ter boa adesão
ou predispor o desmame precoce e, a decisão pessoal da mãe em amamentar deve ser
apoiada com informação atualizada e compreendida sobre os benefícios da amamentação
a curto e longo prazo para a saúde do binômio (QUEIROZ et al, 2016).
Desde o pré-natal a adolescente deve receber atenção integral e ampliada dos
profissionais de saúde e familiares (incluindo avós, parceiro (a) e outros membros) a fim
de incentivar, promover e apoiar o aleitamento materno. Deve-se criar um vínculo de
confiança e comunicação, com escuta atenta aos anseios e dúvidas desta jovem mãe,
orientando quanto à prática da amamentação e auxiliando-a a superar suas dificuldades,
na medida que vai alternando sua condição de filha adolescente para mãe adolescente
(SEHNEM et al, 2016).
O profissional da saúde desde a primeira consulta de pré-natal, no nascimento, no pós-
parto imediato e puericultura deve promover o aleitamento materno, dar suporte
psicológico, explicar a fisiologia da amamentação, benefícios, cuidados com as mamas e
estimular a autoconfiança da nova mãe. Concomitantemente, o incentivo e apoio familiar,
principalmente dos parceiros e avós, são fundamentais para iniciar e manter o aleitamento
materno por mais tempo, visto que os familiares estão presentes no cotidiano desta mãe
adolescente e são eles que irão compartilhar suas experiências anteriores, tornando
referência na prática à amamentação (CHICAROLLI et al, 2019).
A amamentação bem sucedida desperta na adolescente sentimento profundo de ligação
com o filho e de realização como mulher e mãe, mas esta também vivencia momentos
cansativos, por vezes refletidos em sofrimento (SEHNEM et al, 2016). Algumas situações
são percebidas pela mãe como obstáculo à amamentação, dentre elas: traumas mamilares
(fissuras), problemas na sucção, dificuldades na pega, choro e irritabilidade do bebê,
crenças de produção insuficiente ou leite fraco, falta de suporte profissional e necessidade
de retorno ao trabalho e estudos, favorecendo o desmame precoce. A menor duração do
aleitamento materno também está relacionada à alimentação precoce com mamadeira e
uso de chupeta (PONCE DE LEON et al, 2009).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adolescência é um período de intensa transformação e vários enfrentamentos e a mãe
adolescente precisa de apoio de seu companheiro (a), de sua família, amigos e dos
profissionais da saúde. É de suma importância que a jovem mãe esteja ciente dos
benefícios do aleitamento materno para sua saúde e do bebê numa tentativa de evitar o
desmame precoce, já que a prevalência do aleitamento materno exclusivo entre as
adolescentes é baixa e tende a diminuir nos primeiros seis meses devida do bebê.
Durante a gestação e nas consultas de pré-natal devem ser realizadas práticas educativas
sobre amamentação com grupos de gestantes para trocas de experiências; com olhar
atento à mãe adolescente, promovendo, protegendo e apoiando a amamentação, com
estratégias de aconselhamento que oportunizem à estas mães expressarem seus
sentimentos, dúvidas, medos e, a partir disso encorajá-las a amamentar. Os profissionais
de saúde devem agir como facilitadores deste processo, juntamente com os familiares,
49. 46
sobretudo avós e companheiro(a), para promover autonomia e empoderamento das mães
para que possam fazer a melhor escolha do modo de alimentação do seu filho.
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