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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 7
2.1 Turismo de eventos...................................................................................... 7
3 FESTAS POPULARES.................................................................................. 17
3.1 Cultura........................................................................................................ 19
3.2 Hospitalidade.............................................................................................. 22
3.3 Estrutura física ........................................................................................... 24
3.4 Gastronomia............................................................................................... 26
3.5 Estruturas de apoio .................................................................................... 27
4. A OKTOBERFEST ...................................................................................... 29
5 PESQUISA DE CAMPO................................................................................ 30
5.1 Resultados da pesquisa ............................................................................. 30
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 49
REFERÊNCIAS................................................................................................ 51
APÊNDICE A – Questionário aplicado..............................................................56
A
6
1 INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho de conclusão de curso surgiu da necessidade de
dimensionar a importância que as festas populares têm para o turismo regional,
servindo muitas vezes de alavanca para o desenvolvimento do turismo de
determinadas regiões e países.
Foi realizada uma pesquisa que teve por objetivo analisar as motivações
que influenciaram o público a frequentar a festa popular intitulada Oktoberfest,
da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, bem como suas
opiniões relacionadas à infraestrutura e os serviços oferecidos. Para a
realização desta pesquisa foram realizadas entrevistas junto aos visitantes da
festa nos turnos do dia e noite entre os dias 07 a 18 de outubro de 2015.
Este trabalho foi importante pelo fato de que segundo Allen (2003), o
turismo de eventos é uma área que vem crescendo constantemente, seja
através dos eventos festivos, ou empresariais. Toda um município pode ter
vantagens com a realização do mesmo, seja de pequeno ou grande porte, pois
é um grande incentivador da movimentação da economia de um município.
Para o autor, o turismo de eventos como uma indústria em crescimento
está chamando a atenção, pois acarreta benefícios econômicos e geração de
empregos.
Conforme Melo (2008), a participação em eventos, educa os sentidos,
aprimora o olhar, adquire uma nova visão do mundo, absorve novos
conhecimentos e promove novas experiências, ultrapassando os limites da vida
particular, além de beneficiar outros setores ligados a economia de uma região.
Paiva (2008), destaca que, os eventos são uma atividade econômica em
constante crescimento, sendo também, uma fonte que gera desenvolvimento,
aumenta a necessidade de profissionalização e especialização nesta área.
Neste sentido, o trabalho de conclusão de Curso, abordará o turismo de
eventos no segundo capítulo, as festas populares no terceiro capítulo, levando
em consideração os aspectos relacionados à cultura, a hospitalidade, a
infraestrutura, a gastronomia e as estrutura de apoio. No capítulo 4, será
apresentado o caso da Oktoberfest Santa Cruz do Sul e em seguida os
resultados da pesquisa.
7
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Turismo de eventos
Conforme Ansarah (2001), a atividade de turismo iniciou na década de
1840 na Inglaterra, quando um pastor batista, Thomas Cook, decidiu fazer uma
campanha contra o consumo de álcool, teve a ideia de promover uma viagem
de trem entre duas cidadezinhas. Promoveu a tal viagem, objetivando uma
reunião de protesto contra o consumo de álcool. Ele obteve sucesso na
atividade, pois uma viagem de trem atraia a população e pensando no feito
decidiu criar uma atividade em que as pessoas pudessem descolocar-se para
basicamente conhecer outros lugares.
Segundo a autora, Thomas Cook abandonou a igreja e criou uma agência
de viagens, a primeira no mundo. A partir de então, passou a promover
excursões no seu país e posteriormente em toda a Europa, dando início ao
turismo.
Para Moletta (2001), hoje o turismo é um fator de geração de renda e
emprego, ultrapassando os setores convencionais da economia em muitas
cidades, regiões ou países. É uma atividade capaz de incrementar a economia
através dos gastos feitos pelos turistas, que vão desde as despesas com
hospedagem e alimentação, até a compra de algum artigo no comércio, ou no
deslocamento de táxi.
Montejano (2001), afirma que turismo é uma atividade humana baseada
em varias disciplinas relacionadas às ciências sociais e humanos, portanto, é
um fenômeno vinculado com o tempo livre e a cultura do lazer.
Lapierre e Hayes (1994) definem turismo como atividades de pessoas que
viajam ou permanecem em lugares fora da sua rotina, por até um ano seguido,
seja a lazer, negócios ou outros objetivos.
No entanto Palhares (2008), afirma que nem toda viagem é um meio de
deslocamento turístico. O deslocamento feito por transportes públicos dentro
de seus espaços habituais e mesmo que não habituais não são considerados
turismo.
8
Contudo, Lickorish (2000), afirma que não é apenas de viagem que o
turismo se trata, mas também, o objetivo da viagem, que pode ser de lazer ou
negócios.
Trigo (2009) diz que turismo faz parte de um universo denominado lazer,
que basicamente são todas as atividades desenvolvidas fora do sistema
produtivo, das obrigações sociais, religiosas e familiares. O lazer é uma
necessidade e um direito do ser humano.
Para o autor o turismo é uma atividade que ultrapassa os setores
convencionais da economia, pois envolve dados de natureza econômica,
social, cultural e ambiental. É frequentemente descrito como uma atividade
multifacetada.
Ainda segundo o autor, o ser humano viaja desde a pré-história. As
primeiras pessoas a se deslocarem eram nômades, peregrinos, refugiados,
marinheiros, entre outros, e não exatamente turistas. Os nobres e os religiosos
também viajavam em busca de novos costumes e culturas, familiarizar-se com
outras sociedades, e outros modelos econômicos e políticos.
Neste sentido, destaca-se que para a União Internacional das
Organizações Oficiais de Viagens, Iuoto, (1968 apud Barretto 1997), “o turista
equivale a um tipo de visitante”, e visitante é aquela pessoa que visita um país
que não é o seu habitual, por qualquer motivo que não seja para realizar
trabalho remunerado. Entre os visitantes, incluem-se os turistas, que são
viajantes que ficam ao menos uma pernoite em um país ou região e
permanecem no mínimo 24 horas e os excursionistas, que são aqueles
visitantes que não param para uma pernoite e permanecem menos de 24
horas.
Palhares (2008), afirma que para qualquer empresa do setor do turismo é
impossível alcançar todo o público que estaria disposto a consumir seu
produto, portanto, para atingir com mais eficiência os consumidores, as
empresas recorrem a segmentação do mercado, que é uma estratégia de
marketing em que divide os consumidores em segmentos ou subsegmentos.
Segundo o autor não existe um destino que seja valorizado e aceito por
todos os consumidores, todavia, é a segmentação é que vai delimitar para que
publico deve direcionar. É possível estabelecer inúmeros segmentos do
9
mercado turístico, o que reflete na busca pela especialização do mercado
turístico.
Trigo (2009), diz que a Organização Mundial do Turismo (OMT)
reconhece dezesseis tipos de segmentações, que podem ser subdivididas em
diversos segmentos. Dentre eles estão o turismo de luxo, infantil e da quarta
idade (acima de 80 anos), étnico, GLS, enoturismo (roteiros em vinícolas),
pesca, aventura, gastronômico, esportivo, mórbido, espacial, cinegético (caça),
ornitológico (observação de pássaros), de incentivo ou o sexual, que não é
reconhecido em nenhuma segmentação, porém existe.
Com relação ao turismo de eventos, conceitua-se evento como um
acontecimento que desde as suas origens na antiguidade e em sua trajetória
histórica até chegar aos tempos modernos sempre envolveu várias pessoas
nas diversas fases do seu planejamento e organização como também atraiu
grande número de participantes (MATIAS, 2007).
É uma atividade econômica que apresenta crescimento em nível global e
se torna uma fonte geradora de desenvolvimento. Assim, surge a necessidade
de profissionalização e de estudos especializados na área. (PAIVA, 2008).
Para Zanella (2010), o turismo de eventos engloba os eventos sociais,
familiares e também os empresariais, no entanto está em grande evolução, e
nos acarreta diversas vantagens, pois além da importância para o
desenvolvimento turístico, os eventos apresentam algumas peculiaridades
relacionadas com o ambiente socioeconômico, que são: cumprir programação
regular e tradicional durante o ano, colaborar para assegurar a estabilidade da
atividade econômica, aumentar a taxa de ocupação, incrementar a arrecadação
de impostos e tributos, entre outros.
Ansarah (2001), afirma que o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur)
possui uma divisão de capacitação de eventos, que propõe vender a imagem e
o destino do Brasil interna e externamente, com o objetivo de facilitar o setor
privado voltado especialmente ao turismo de eventos.
A autora diz que o mercado de eventos cresce sensivelmente, pois o
turismo de eventos tem ligações com outros setores do turismo, tais como o
turismo de incentivos. Serviços objetivam transferir um ato, uma ação, um
esforço, um desempenho a ser oferecido ao cliente, portanto o objetivo de
10
quem organiza eventos é encantar seu cliente, para que voltem e que
divulguem seus serviços.
De acordo com o Relatório da EMBRATUR, que verificou a demanda
turística de Brasília em 1998, um turista de eventos gasta até três vezes mais
do que um turista convencional, permanecendo, em média, por um período de
dois a cinco dias na cidade. Existem também outros benefícios gerados pela
indústria dos eventos, tais como: a) equilíbrio na relação de oferta e demanda;
b) aumento na arrecadação de impostos, c) grande retorno de imagem, d)
criação de uma identidade turística voltada para realização de eventos, e)
enriquecimento cultural da população local. A partir disso, nota-se uma série de
características positivas para o desenvolvimento de eventos, tendo como
objetivo, principalmente, gerar benefícios econômicos.
Para o autor, para trabalhar com diversos segmentos é necessário
conhecer e respeitar a quantidade de ofertas que existem e suas
características, pois, existem diversas maneiras de pensar e deve-se respeitar
cada uma delas.
Segundo Matias (2007), os eventos acontecem e ocupam grande espaço
na sociedade desde muito tempo. Evento é uma atividade econômica e social
que surgiu praticamente com a civilização humana e que caminha junto a ela,
adquirindo características representativas de cada período da historia, desde
os tempos modernos até atualmente. Matias (2007, p. 6), ainda reforça que:
A Revolução Industrial operou grandes mudanças na sociedade,
transformando a economia manual em mecanizada. O trabalho
humano ou animal foi substituído por outros tipos de energia, como a
maquina a vapor ou de combustão. Essas mudanças causaram
transformações também nos transportes e comunicação. Todas
essas mudanças que se processaram refletiram também nos tipos de
eventos realizados, causando o surgimento dos eventos científicos e
técnicos.
Rogers (2011) pensa que a expressão “indústria de eventos” é recente e
não deve ter começado a ser usada antes da segunda metade do século XX,
porém, a necessidade que as pessoas têm de se unir e conversar pode ser
datada com uma das coisas mais antigas da humanidade.
Matias (2007) afirma que em decorrência dos diversos avanços
tecnológicos que surgiram, seja no transporte, ou comercialização, os serviços
11
turísticos são grandes influenciadores para o desenvolvimento do turismo em
geral e do turismo de eventos.
Além disso, a autora afirma que a civilização antiga deixou de herança
para o turismo e para o turismo de eventos a hospitalidade, a infraestrutura de
acesso e os primeiros espaços de eventos. Os eventos são ferramentas que
podem trazer diversos benefícios, podendo direcionar as empresas para um
publico mais especifico, com o intuito de aumentar suas vendas, aumentar as
divisas de uma cidade ou região, gerar mais empregos, entre diversas outras
vantagens, motivo pelo qual aumentou cada vez mais o interesse pelos
eventos.
Além de um conceito geral, os eventos fazem parte da área de turismo de
eventos, área na qual é também uma forma de divulgar os bens do município
receptor, fato que ocorre devido ao deslocamento de pessoas para o prestigio
do evento. Em diversas ocasiões o participante aproveita para levar suas
famílias ou acompanhantes para passear e conhecer os pontos turísticos, e
consequentemente, gerar divisas para a cidade.
Para Andrade (1992), o turismo de eventos é o conjunto de atividades
exercidas por pessoas que viajam a fim de participar dos diversos tipos de
eventos com o intuito de criar alternativas, de dimensionamento ou de
interesses de determinada categoria profissional com objetivos para
aperfeiçoamento setorial ou de atualização.
Dentro do turismo existem diversos setores, e segundo Rogers (2011), o
segmento de eventos faz parte do setor de turismo de negócios (ou de eventos
de negócios), que tem considerável importância para o turismo, embora
costume ser relegado a segundo plano.
Neste sentido, Moletta (2001), destaca que evento é uma atividade social
especifica que acontece mediante um planejamento e que pode prosperar na
economia de uma cidade ou região.
Conforme a autora, os eventos são acontecimentos criados e planejados
para ocorrer em um lugar determinado e com espaço de tempo pré-definido.
Possuem finalidades especificas, visando a apresentação, a conquista ou a
recuperação do público-alvo e podem ser criados artificialmente, ocorrer
espontaneamente ou, ainda, ser provocados.
12
Ansarah (2001), afirma que a área de atuação do turismo abrange
empresas com atividades de várias naturezas, como hospedagem, transportes,
agenciamento, alimentação, entretenimento, entre outros.
Contudo, segundo o autor, o principal foco do turismo é proporcionar a
satisfação dos desejos e necessidades dos turistas, obtendo lucros através da
prestação de serviços, como qualquer atividade econômica.
Ansarah (2001) afirma que na organização de um evento é importante
definir sua missão ou meta, propósitos, valores e estratégias Eventos são
considerados como uma empresa temporária, que possui objetivos,
compromissos e metas a serem cumpridas. Portando, um planejamento é
imprescindível para atingir e otimizar propósitos.
Palhares (2008), diz que dentre todas as definições que existem, o
planejamento turístico é um processo fundamental, que visa orientar para o
desenvolvimento turístico de um empreendimento, local, região, município,
estado ou país, tendo como meta alcançar os objetivos propostos na
elaboração do planejamento.
O autor afirma que o planejamento pode ter inúmeros focos e
direcionamentos. Podendo ser direcionado mais para o lado econômico, social
ou ambiental, desde que todos os aspectos sejam considerados. Pode ser
voltado a parques de diversões, área protegidas, eventos, transportes ou
culturais.
Palhares (2008), afirma que os profissionais de turismo geralmente
envolvem-se com quatro tipos principais de eventos, que são as reuniões,
viagens de incentivo, convenções e exposições, pois são fortemente ligados ao
segmento turismo de negócios.
Para Hughes (2005), não existe uma modalidade de arte ou de
entretenimento especifico para o turismo, é difícil saber o que vai encantar o
turista, pois em qualquer plateia pode conter turistas.
Para o autor, em termos de produção, os eventos podem ser classificados
de acordo com sua intenção, ou não, de atrair turistas ou em seu poder de
atração, que pode ser forte, aqueles eventos que geralmente acontecem em
cidades litorâneas, são espetáculos que acontecem em locais onde os turistas
já estão no local. O fraco pode ser descrito como àqueles eventos que são
apenas produções artísticas, sem apelo turístico.
13
Para Allen (2003), desde o principio, os seres humanos encontram
maneiras de registrar os momentos importantes de suas vidas, como a
mudança das estações, as fases da lua e a renovação da vida a cada
primavera. Tanto em acontecimentos particulares ou públicos, existe a
necessidade de marcar as ocasiões mais importantes de suas vidas e de
festejar os principais momentos. Motivo pelo qual acarretou certo interesse pela
indústria de eventos nas pessoas, o que influenciou a evoluir de uma forma
consideravelmente rápida.
Zanella (2010), afirma que para os eventos nos trazerem bons resultados,
é necessário planejamento. Pela complexidade, amplitude e importância, a
promoção de qualquer evento exige especialização técnica, experiência e
especialização no tipo de evento a ser realizado. Por isso, a operacionalização
fundamenta-se em um sistema de planejamento, abrangendo alguns aspectos
básicos.
Segundo o autor, o planejamento vai muito além de uma pesquisa feita
previamente, isto é, a concepção e planejamento de um evento deverão ser
precedidas de estudo da viabilidade para analise das condições e capacidade
da entidade promotora para sua realização.
Além disso, existe a necessidade de realizar previamente ampla pesquisa
técnica para conhecer a opinião do publico alvo sobre os objetivos, sistemática,
locais, datas, horários, participantes, convidados.
Os eventos são classificados por objetivo ou área de interesse. Segundo
Moletta (2001), os eventos se multiplicam em diversas atividades com
características próprias. Mas segundo seus objetivos, admitem algumas
classificações. Estas classificações são: Cultural e lazer, esportivo, técnico e
cientifico/empresarial e negócio.
Os eventos são apresentados sob diversos tipos ou modalidades de
acordo com sua natureza, fator gerador, objetivos, qualificação ou nível dos
participantes, amplitude, área, local, etc. (ZANELLA, 2010, p.5).
Para Moletta (2001), os eventos do segmento cultural e lazer são mais
direcionados aos aspectos de uma cultura, para conhecimento ou proporcionar
entretenimento, os esportivos são ligados a qualquer tipo de evento do setor
esportivo, independente da modalidade, o evento técnico e científico trata de
assuntos referentes às ciências naturais e biológicas, já os eventos de tipo
14
empresarial e negocio são aqueles que envolvem atividades para empresas,
onde corporações reúnem-se para decidir ou apresentar determinados
assuntos.
A autora ressalta que existem diversas classificações para eventos, para
cada um deles existe um formato, estrutura e especificação que corresponda à
tipologia. Muitas tipologias de eventos são semelhantes em seu formato e
constituição, fazendo com que pertençam a um mesmo grupo, como eventos
sociais, religiosos, profissionais etc. É comum encontrarmos erros em
divulgações de eventos, como no caso de tipologias trocadas.
No turismo, os eventos são divididos em diversas formas, variando do
ponto de vista de cada autor. Todavia, Moletta (2001) exemplifica alguns tipos
de eventos existentes:
a) Festas populares: manifestação tradicional e/ou popular motivada por
atos de comemorações religiosas, folclóricas, cívicas ou outros.
b) Jogo: possui caráter recreativo e competitivo, ocorre num período
determinado de tempo.
c) Campeonato: geralmente formado por um conjunto de jogos ou disputas
de uma mesma modalidade. Podem ser regionais, nacionais ou
internacionais, sendo dado ao vencedor o titulo de competição.
d) Olimpíada: conjunto de jogos de varias modalidades. Pode ter caráter
nacional ou internacional.
e) Congresso: evento de grande porte que pode englobar outros tipos de
atividades como painéis, palestras, simpósios, mostras ou exposições.
f) Debate: discussão entre duas ou mais pessoas que defendem pontos de
vista divergentes sobre um determinado tema, necessitando a presença de
um moderador, a plateia não participa com perguntas, somente com
aplausos e protestos moderados.
g) Encontro: reunião de profissionais de uma mesma categoria, com o
propósito de debater temas polêmicos que, posteriormente, são
apresentados por representantes dos grupos participantes.
h) Fórum: discussão e debate entre os participantes e a plateia.
Geralmente, ao final do evento, o coordenador da mesa recolhe as opiniões
e apresenta uma conclusão aos participantes.
15
i) Jornada: encontros periódicos de grupos profissionais, de âmbito local
ou regional, para discutir assuntos de interesse do grupo.
j) Palestra: apresentação de um determinado assunto por um único
especialista. É coordenada por um moderador e, após a apresentação,
aceitam-se perguntas diretas da plateia.
k) Seminário: neste tipo de evento o assunto exposto é geralmente, de
conhecimento dos participantes, que se organizam em pequenos grupos de
discussão. Este evento pode ser dividido em três fases: exposição,
discussão e conclusão.
l) Convenção: reunião de profissionais de uma determinada entidade ou
empresa, objetivando conhecer novas diretrizes e, também, motivar e
interagir os participantes.
m) Exposição: geralmente, o participante adquire um espaço físico, onde
será montado seu estande. Dependendo do tema, a exposição poderá
possuir caráter artístico, industrial, técnico ou cientifico.
n) Feira: procura divulgar e comercializar um tipo de produto, como:
objetos, vestuários, livros, materiais de escritório, entre outros. Geralmente,
as feiras possuem espaços físicos amplos que se transformam em estandes
de comercialização.
o) Rodada de negócios: tem como finalidade a aproximação de empresas
para realizar parcerias e negociar seus produtos e serviços.
p) Workshop: são encontros onde há uma parte expositiva seguida de
demonstrações do produto a ser comercializado. O workshop pode fazer
parte de um evento de maior amplitude.
Dessa forma, é possível direcionar corretamente ao público-alvo a partir
do formato do evento, encaminhando o participante para uma área mais
especifica, seja para um evento mais empresarial ou familiar.
Antes da realização de qualquer evento, é necessário um processo de
planejamento e com relação aos eventos festivos ou festas, é importante
destacar que segundo Allen (2003), este planejamento consiste em estabelecer
em que ponto uma organização se encontra no presente e para que ponto seria
mais aconselhável que ela se dirigisse futuramente, com as estratégias ou
táticas necessárias para chegar até aquele ponto.
16
O autor ainda diz que o inicio do processo de planejamento depende do
fato de o evento estar sendo feito pela primeira vez ou de ser preexistente.
Sendo um novo evento, deve ser feito um estudo de viabilidade, se esse
estudo garantir que o evento tem possibilidade de atender critérios decisivos
(tais como lucratividade), ele passa então para a fase de desenvolvimento, e no
caso de um evento preexistente, inicialmente deve ser decidido se ele devera
ou não ser realizado através da preparação de um documento de oferta, se
precisar, deve-se conduzir um estudo mais detalhado de viabilidade para
identificar questões decisivas.
Segundo Matias (2007), depois de feito todo o processo de planejamento
e o pré-evento, a fase decisiva de um evento é o trans-evento, que é o
transcorrer das atividades, ou seja, a aplicação das decisões feitas no pré-
evento, no qual todas as etapas são acompanhadas mediante a aplicação de
uma lista de verificações por área.
Maximiano (1997), afirma que esta etapa consiste na execução do plano
e controle do projeto do ponto de vista técnico, das atividades e do custo. Com
isso, o chamado trans evento é a realização do evento que foi planejado
durante o processo de planejamento do evento.
Ainda segundo o autor, depois de realizado o evento, deve ser iniciado o
processo de encerramento, que consiste em uma avaliação dos resultados
esperados com os obtidos. Esta etapa é uma apresentação de um relatório de
eventos, realização dos balanços, desmobilização dos recursos e preparação
para um novo ciclo.
Para Matias (2007), as principais áreas que devem ser analisadas no
processo de pós-evento são referentes ao serviço de secretaria, divulgação do
pós-evento e serviços complementares.
Para Zanella (2010), após o término do evento, deverão ser tomadas as
seguintes providencias: promover reunião para avaliar o desempenho e coletar
sugestões e informações, realizar inventario de equipamentos remanescentes,
acompanhar a desmontagem, realizar levantamento ou coleta de dados e
indicadores do evento e elaborar relatório final de desempenho dos resultados.
Com isso, o evento só pode dar por encerrado depois de realizar todas as
etapas finais, na qual inclui o relatório dos rendimentos obtidos com a
realização do mesmo.
17
3 FESTAS POPULARES
A expressão festa popular, de acordo com Negrine e Bradacz (2006), é
um binômio com significados próprios, sendo entendido como ‘aprovação do
povo’, uma vez que as festas costumam manifestar parte da história e da
cultura local. O turista que participa de uma festa popular não somente a
prestigia, como também acaba por interagir com a cultura local, com os
significados e símbolos presentes nas diferentes manifestações culturais, em
especial as artísticas e as gastronômicas.
Festas são ocasiões para as pessoas reunirem-se e se fortalecerem.
Nelas, prevalece o clima da descontração e despreocupação, pois tem leveza e
efeito contrario a muitas formas de lazer que são pobres em criatividade e
comunhão comunitária, afirma Bueno (2008).
Mazoco (2007) ressalta que festas são momentos sociais onde se
reafirmam laços de solidariedade, é praticada a sociabilidade, se harmonizam,
se unem e, assim, constroem suas identidades sociais.
As festas populares expressam a identidade de grupos locais, onde o
motivo de encontro atrai e identifica indivíduos de mesma identidade. Sua
realização expressa da forma mais fiel possível a vida social da comunidade,
afirma Ribeiro (2004).
Cruz, Menezes e Pinto (2008), dizem que ao abordar as culturas
populares representadas nas festas, crenças, hábitos e tradições, nos saberes
do patrimônio cultural brasileiro, revelados tanto na gastronomia, quanto nas
danças folclóricas, ou nos ritos e celebrações, procura-se enfatizar que todo
espaço ou lugar possui uma significação de existência, o que define uma
identidade. Uma vez que expressões culturais diversas convivem em um
mesmo espaço e dialogam entre si.
O papel social das festas, segundo Balandier (1985), é abrir espaços no
interior da sociedade, para não ser apenas um espetáculo onde se joga com a
realidade e o imaginário, mas oferece a possibilidade de uma participação ativa
onde se criam momentos para a libertação física e psíquica proporcionando a
vivencia.
De acordo com Alcalde e González (1989), podem-se distinguir quatro
dimensões especificas de festas e de todos os fenômenos festivos: a)
18
simbólica, b) sociopolítica, c) econômica e d) estética. Sendo que a mais
importante das dimensões é a simbólica, por estar presente em todo fenômeno
festivo, definindo e reproduzindo simbolicamente e identidade de um grupo.
Quanto a sua característica, as festas populares, de acordo com seus
componentes estruturais, podem ser, de acordo com Moura (2001):
a) Religiosos: que são ministrados por sacerdotes ou pessoas autorizadas
pela igreja, que podem ser missas, procissões, novenas, e etc.
b) Profana religiosos: São ministrados por leigos com a aprovação do
sacerdote;
c) Festas profanas, com caráter de diversão: Possui proposito de segurar
os visitantes o maior tempo possível nas festas com leiloes, danças, comidas,
barraquinhas, entre outros.
Para Cruz, Menezes e Pinto (2008), as festas e comemorações populares
são entendidas como ativadoras das relações humanas, já que é nesse
contexto que se dá a interação com o outro e que relações coletivas são
recriadas e reinventadas ao incorporar características culturais diversas.
Segundo Bueno (2008), o fenômeno turístico pode significar a
revitalização das festas e oferecer condições para a manutenção de
expressões culturais que são sempre ameaçados em meio às condições
atuais.
Fica claro que as festas populares ocupam um lugar de grande
importância e visibilidade na cultura brasileira. Por isso, pode se dizer que as
festas estão se multiplicando e ganhando maior notoriedade, pois oferecem ao
turista, elementos que o enriquecem na medida em que vivencia uma
manifestação cultural diferente.
Oliveira e Januário (2007), afirmam que o Brasil viveu um momento
importante no que diz respeito ao turismo, com o fortalecimento e integração do
desenvolvimento como fator de fortalecimento da economia regional. Existe um
efeito multiplicador das atividades que são relacionadas ao turismo, e também
benefícios socioeconômicos, que geram impactos positivos para as localidades
receptoras.
Para Brito e Fontes (2002), os eventos são o maior e melhor meio de
desenvolvimento nacional, do fomento da economia e da geração de
empregos.
19
O crescimento do mercado de eventos, assim como cria oportunidades
para muitos profissionais, acaba tornando um mercado altamente competitivo,
por isso, é ideal que o profissional esteja aliado a especializações na área para
que tenha maior destaque, é o que afirmam Oliveira e Januário (2007).
Segundo Matias (2007), um evento estimula a economia de um município,
envolvendo uma grande movimentação nos mais diversos setores da
economia, o que ocasiona um aumento geral na arrecadação das receitas,
números de empregos (diretos e indiretos), além de criar novas oportunidades
para a população local, redistribuindo a renda individual, local e regional.
Para Coutinho e Coutinho (2007), o turismo gerado pela realização de
eventos ou turismo de eventos, por ser o oposto do turismo convencional, é
uma solução para o grande problema da sazonalidade que atinge os meios de
hospedagens no período considerado de baixa temporada (baixa ocupação
hoteleira), pois garantem a chegada de turistas de várias regiões do país e até
do mundo, que na sua maioria irá consumir todos os tipos de serviços
oferecidos. Fica clara, com isso, a importância socioeconômica de um evento
para um determinado município.
Para as autoras, existem diversos exemplos de eventos realizados que
foram sucesso em diversas cidades do país, tal como a Festa do Peão de
Boiadeiro em Barretos, que movimenta a região como um todo, aumentando a
economia local.
Todavia, necessita-se levar em consideração alguns aspectos
fundamentais para o sucesso de uma festa popular, como a valorização da
cultura da região, a hospitalidade do povo, a gastronomia típica, a infraestrutura
do parque e as estruturas de apoio da região.
3.1 Cultura
Durante o período feudal, os festejos de carnaval e os espetáculos
cômicos, expressões da cultura popular, eram de grande importância na vida
dos homens e muito diferentes das cerimônias oficiais sérias da Igreja e do
Estado feudal, afirma Fressato (2009).
O autor afirma que no feudalismo, a cultura popular do riso desenvolveu-
se paralelamente à cultura oficial. A expressão séria imperava, pois essa era
20
considerada da verdade e do bem. A seriedade defendida pela Igreja trouxe a
necessidade de legalizar, fora dela, os excluídos, como a alegria e o riso,
portanto foram as festas que sancionaram o riso.
Segundo Abreu (2003), desde o final do século XIX, no Brasil, a
expressão cultura popular faz parte de um pensamento intelectual, formada por
folcloristas, antropólogos, sociólogos, educadores e artistas, que se
preocuparam em construir uma identidade cultural.
Para Lóssio e Pereira (2007), a evolução e as perspectivas da cultura
popular englobam um contexto de inovação, sem descaracterizar, como
também o enfoque tradicional é distorcido, acontecendo esse fenômeno em
diversas manifestações populares.
Para o autor, este fenômeno é atribuído como uma tendência das culturas
de massa, contexto no qual a cultura popular é vista como um extraordinário
fenômeno de pesquisa.
A cultura também pode movimentar uma região, pois além de oferecer
novas formas de trabalho, também oferece outras oportunidades. Muitas vezes
uma apresentação, artesanato, ou até mesmo os ingredientes da culinária
regional, são modificados para facilitar o consumo.
Para Abreu (2003) o fundamental é considerar a cultura popular como um
instrumento que serve como auxilio, para colocar problemas, evidenciar
diferenças e ajudar a pensar a realidade social e cultural, seja ela a da sala de
aula, do cotidiano, ou das fontes históricas. Muito mais fácil do que definir
cultura popular é localizá-la em países como o Brasil, onde o acesso à
modernidade não eliminou práticas e tradições pré-modernas.
Cruz, Menezes e Pinto (2008), acreditam que é importante ressaltar que
as festas culturais são traços de um conjunto etnográfico da história e da
cultura de todos os povos, em todos os níveis e classes sociais. Por isso, as
misturas étnicas, formam um alicerce etnográfico comum a todo território com
suas tradições de ordem religiosas e sociais firmadas no Brasil.
Lóssio e Pereira (2007), afirmam que existem muitas maneiras de
valorizar a cultura popular: a) pela dimensão de símbolos que possuímos
através da comunicação e b) pelas questões de rivalidades entre as
manifestações, que desta forma aceleram a competição sadia, incentivando a
21
criatividade, e também pela afetividade. Neste sentido, o afeto faz da
manifestação uma divindade.
Cruz, Menezes e Pinto (2008), dizem que devido as diferentes culturas no
Brasil, as maneiras que as sociedades celebram seus rituais, santos, festas,
colheitas, datas comemorativas foram ampliadas. Portanto, é de interesse
turístico conhecer, valorizar e utilizar-se dessas práticas culturais como atrativo
para a viagem. De acordo com Carvalho (2007, p. 64):
As manifestações culturais estão no centro do espaço ocupado hoje
pelos estudos folkcomunicacionais (comunicação e folclore). A partir
deste diagnóstico inicial, as mesmas podem ser entendidas como
formas de expressão da cultura de um povo, constituindo movimento
de determinada cultura, em época e lugar específicos.
Pensando assim, as manifestações culturais podem ser representadas
pela voz social, onde o grupo pode encontrar para expor seu interior, expressar
pensamentos, o que desejam realizar ou modificar.
Segundo Silva e Pritsch (2012), a cultura age como uma variável
inovadora quando é inserida dentro do processo de desenvolvimento regional,
pois além de agregar todo um resgate social, ainda capta o respeito com os
modos e costumes da vida, fortalece a identidade da sociedade e dá maior
visibilidade para os visitantes da localidade.
Recuperar algo que não é estático ou que não possui contornos definidos
é um processo dinâmico, incessante de construção e reconstrução, de
invenção e reinvenção. Ou seja, resgatar a cultura não é fácil de alcançar.
(FLORES, 1977).
No entanto, é observado que as manifestações culturais são resultantes
de interações e oposições no tempo e no espaço. Assim, afirma Carvalho
(2007, p. 66), “Com o passar inevitável dos tempos, traços se perdem, outros
se adicionam, em velocidades variadas as diferentes sociedades, exatamente
porque a cultura não pode ser entendida como estática e, consequentemente,
as manifestações culturais também não”.
Portanto, a cultura relacionada às festas populares está presente desde
muito tempo e existe uma busca constante de valoriza-la de forma a fortalecer
a identidade cultural de uma região.
22
3.2 Hospitalidade
O termo Hospitalidade, segundo Walker (2002, p. 4) é tão antigo quanto a
própria civilização. Deriva da palavra de origem francesa ’hospice’ e significa
dar ajuda ou abrigo aos viajantes. A palavra hospitalidade, tal como ela é
usada hoje, teria aparecido pela primeira vez na Europa, provavelmente no
início do século XIII e designava hospedagem gratuita, atitude caridosa
oferecida aos viajantes da época.
Para conceituar a hospitalidade, Lashley (2004, p. 5) afirma que são
vários comportamentos que dizem respeito à maneira pela qual se recebe
alguém que não faça parte do seu próprio espaço, acolhendo no nosso. Foram
originadas na própria sociedade. Para o autor, o termo hospitalidade pode ser
determinado como atividade econômica.
A hospitalidade pode modificar as pessoas, influenciando direta ou
indiretamente na construção da identidade social, visto que ao mergulhar em
outra cultura, o ser humano leva consigo o que mais lhe toca. O
relacionamento humano é enriquecido com todo o aprendizado proporcionado
nessas relações, principalmente por modificar a visão de mundo dos envolvidos
(DIAS, 2002).
Grinover (2002, p. 28) destaca que:
A troca de determinados valores entre visitado e visitante proporciona
uma enorme riqueza de conhecimentos, modificando sua visão de
mundo e acrescentando valores inconfundíveis ao relacionamento
humano. A dimensão dessas mudanças e transformações permite
novas configurações sociais e culturais. A influência provocada pelas
interações, que ocorrem em localidade de grande vocação turística [e
por que não dizer também nas festas], refere-se ao modo de vida dos
moradores, à expressão linguística, à gastronomia, aos hábitos de
entretenimento.
Campos (2008) salienta que antigamente, a hospitalidade significava
hospedagem gratuita oferecida aos viajantes, hoje devido a novos
acontecimentos, como o capitalismo, a industrialização, o desenvolvimento
técnico e científico e outros, a definição de hospitalidade, sofreu alterações: O
que antes era uma forma espontânea e gratuita de acolhimento, hoje vem se
23
tornando um meio de ganhar divisas, que vai além dos limites de hotéis,
restaurantes, lojas ou estabelecimentos.
Jones e Lockwood (2004, p. 225), relatam o surgimento da hospitalidade
da seguinte forma:
Em Roma foi desenvolvido uma série de operações de hospitalidade
relacionadas ao ato de comer, beber e acomodar. As poucas pessoas
que tinham condições de viajar, ou viajavam, como o Rei,
hospedavam-se em castelos mais próximos à custa da nobreza local.
Os mosteiros, as abadias e as propriedades privadas eram utilizados
para alojar a pequena quantidade de viajantes.
Grinover (2002, p. 26) ressalta que as raízes históricas da hospitalidade
surgiram da seguinte forma:
Vale assinalar que a palavra hospitalidade tal como ela é usada hoje
teria aparecido pela primeira vez na Europa, provavelmente no inicio
do séc. XIII, calcada na palavra latina Hospitalis. Ela designava a
hospedagem gratuita e a atitude caridosa oferecidas aos indigentes e
dos viajantes acolhidos nos conventos, hospícios e hospitais.
Montandon (2003) acredita que antigamente, existia uma ideia elevada
sobre a hospitalidade. Esta ideia prevalece em países e províncias não muito
povoados, ou onde os costumes mais simples predominam, com menos
riquezas, luxo e corrupção ou até mesmo no campo. Na maioria das cidades,
onde prevalece a alta sociedade, começa a banir a simplicidade, fazendo com
que a hospitalidade não passe de uma regra de boa educação.
Todavia, a hospitalidade não consiste apenas em receber o outro. O ato
de hospedar e ser hospitaleiro consiste na aproximação de culturas, costumes
e pessoas diferentes. É uma relação de troca de valores entre o visitado e
visitante. Camargo (2004, p, 05), associa a hospitalidade a princípios religiosos,
fazendo uma análise:
Principio básico de um grande número de ordens religiosas católicas,
desde os primeiros beneditos e cistercienses, cujos mosteiros até
hoje cultuam as regras originais da hospitalidade e muitos deles vêm
mesmo se transformando em hotéis e pousadas. A noção de
hospitalidade coaduna-se com os princípios básicos de todas as
religiões.
Porém alguns acreditam que o conceito de hospitalidade está
necessariamente associado ao oferecer produtos na área de alimentos e
bebidas.
24
Já, Morcerf (2002) associa o ato de hospedar a chás, reuniões e
conversas amenas, pois a hospitalidade é o ato de hospedar afetuosamente, o
que pode significar um atributo a quem é hospitaleiro. Em contrapartida, Cruz
(2002) define a hospitalidade como um fenômeno amplo, que não se restringe
somente à oferta ao visitante, de abrigo e alimento.
Dalpiaz (2011) afirma que é necessária excelência nos serviços
prestados, educar a comunidade, investir em infraestrutura, para uma
hospitalidade ideal, pois vai desde o atendimento, sinalização, estradas e até
higiene e segurança
Para o autor, pode-se dizer que a hospitalidade, o bem receber,
compreende os esforços despendidos pelo poder publico e a iniciativa privada.
Receber os visitantes com atenção e demonstrar que o local está preparado
para recebê-lo é primordial.
O autor afirma que no turismo, a hospitalidade é muito mais evidenciada,
pois está presente em todas as atividades relacionadas, desde a facilitação, o
desenvolvimento, transportes e comunicações, educação e capacitação e
prestação de serviços.
De uma forma geral, a hospitalidade pode ser apresentada por inúmeras
formas e fatores, com diversos conceitos e associações, pois não possui um
conceito único e universal. Podendo então concluir que a hospitalidade é algo
que independente do tempo, é associada ao bem-estar e satisfação do cliente.
3.3 Estrutura física
Dalpiaz, et al (2007) afirma que uma comunidade ou região que visa o
turismo como uma fonte de renda, deve primeiramente promover o
desenvolvimento da infraestrutura básica, para em um segundo momento
fomentar a atividade turística no local.
Deve-se ressaltar que nos últimos 50 anos, o turismo tornou-se
fundamental para a vida das pessoas e para a economia dos países,
intensificando-se a partir da revolução industrial, decorrente dos avanços
tecnológicos, em especial dos meios de transportes de cargas e de
passageiros, registrando nos números do turismo internacional em 1950, cerca
25
de 20 milhões de turistas e no ano de 2000, cerca de 956 milhões, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR, 2000).
Coutinho e Coutinho (2007), afirmam que a promoção de eventos
alimenta culturalmente um município, e também supre as necessidades dos
pólos turísticos, que possuem amplo potencial, com boa infraestrutura de
serviços e equipamentos e que, no entanto, não possuem nenhuma tradição na
prática do turismo.
Dalpiaz, et al (2007) diz que para poder disputar com competitividade o
mercado internacional de eventos, o Brasil se viu obrigado a criar uma eficiente
infraestrutura e a disseminar informações didáticas que permitem a
profissionalização do setor e seu ajuste às tendências competitivas desse
mercado.
Para o autor é preciso investimentos para se concorrer junto ao mercado
internacional em iguais condições, além de ser necessário um planejamento
cuidadoso e parcerias entre o poder público e privado no que se refere aos
investimentos em infraestrutura, estratégias de capacitação e desenvolvimento
dos recursos humanos.
Sendo assim, o bem receber não se trata apenas de tratar bem o turista,
mas sim oferecer uma boa infraestrutura do destino receptor, qualificação dos
profissionais que atuam na área do turismo e uma conscientização da
população local, para que o visitante perceba que não é apenas um objeto de
lucro para a comunidade.
Neste sentido, pode-se destacar que no âmbito regional, estes aspectos
também são necessários para a satisfação dos clientes e estruturas internas
como: a) Sinalização; b) Banheiros; c) Praças de alimentação; d) Serviços
médicos; e) Fraldários; e f) Posto de informações, são infraestruturas
necessárias para uma boa receptividade e satisfação dos clientes.
Portanto, verifica-se que as infraestruturas necessárias para a realização
de festas populares tornam-se importantes também para o bem receber ao
público, de modo que influencie positivamente no desenvolvimento turístico do
município, fazendo assim, com que o segmento de eventos multiplique o
número de visitantes a cada edição.
26
3.4 Gastronomia
Cabe enfatizar que a disseminação da cultura engloba também a
gastronomia típica da região. No que se refere à gastronomia como produto ou
atrativo de uma localidade, de acordo com Scluter (2003, p. 69), "a dimensão
social e cultural da gastronomia determinou incorporá-la ao complexo
emaranhado das politicas de patrimônio cultural".
Para Barroco (2003) o turismo e a gastronomia não se separam, pois ao
pensar em turismo, é associado com a alimentação, pois o viajante não pode
abster-se dela, fazendo com que a cozinha local seja valorizada de certa forma.
Para o autor, o ato de alimentar-se é social e cultural, pois possui um
significado simbólico para cada sociedade e cultura. É um fator de
diferenciação cultura, pois a identidade também pode ser comunicada através
do alimento.
Assim, a gastronomia de um local se apresenta como uma forma de
desenvolvimento turístico e como produto que vem indicando a gastronomia
como muito mais que uma simples arte culinária, mas como importante veículo
da cultura popular pela forma como vivem os habitantes de cada região em
determinada época.
Neste sentido a cultura de um país está relacionada com a alma do povo,
como a sua gastronomia, seu patrimônio, seus valores, costumes, história,
agricultura, religião, aspectos históricos e geográficos. Desta forma a cultura de
um lugar e sua comida típica estão intimamente ligados (Córner, 2003).
De acordo com Sloan (2005), a refeição deve exercer funções sociais
para ser bem sucedido e não simplesmente o ato de comer.
Atala (2008) destaca que os empreendimentos gastronômicos tem uma
importante função na sociedade regional, que é a de resgatar e fortalecer a
cultura e as tradições locais através de pratos típicos regionais.
O autor afirma que a gastronomia é um fator de diferenciação cultural e
desta forma adquire uma importância cada vez maior para a promoção de um
destino turístico.
Silva e Pritsch (2012) acreditam que para além de atender as
necessidades dos seus clientes, encantá-los e ao mesmo tempo gerar receita e
27
valorização da cultura regional, a atividade gastronômica deve buscar
desenvolver produtos ligados a cultura regional.
No que se refere à gastronomia em festas e eventos regionais Ceretta
(2012) acredita que pode ser uma alternativa de interesse turístico, pois nestes
encontros existem manifestações culturais à disposição do público para
consumo, ou seja, a arte de cozinhar passa a identificar a cozinha regional, de
valor cultural, de valor gastronômico. Neste contexto, a comida desperta
lembranças que permitem a memória redefinir e reconstruir identidades.
Segundo Reinhardt (2007), a comida típica representa uma tradição não
necessariamente do dia a dia da população, mas que desperta um sentimento
de posse, que faz com que vista a roupagem de seu local de origem.
Krippendorf (2000, p.102) sugere que o turista procura muito mais saciar
suas necessidades sociais no contato com outros seres humanos e a
necessidade de se realizar, através de experiências de atividades criativas ou
culturais e de descobertas. Os prazeres do espírito sobre os prazeres do
estômago.
A gastronomia típica proporciona aos visitantes o convívio com a
realidade de determinada localidade, no que se refere a esta alteridade, Dias
(2002, p.133) afirma que “a gastronomia é um meio de sociabilidade, pois dá
lugar à diferença, ela não é unanimemente chata e enfadonha, ela é um lugar
de confronto em que se estabelecem as mais sólidas amizades e os mais
suaves laços afetivos”. Por isso, é imprescindível que a relação entre a cultura
e a alimentação seja harmônica, pois representam um novo espaço turístico
cultural.
Portanto, observou-se que a gastronomia típica oferecida em festas
populares é de extrema importância, pois influencia tanto para o
desenvolvimento de um município ou até mesmo região, como para
representar a cultura dos antepassados através das festas populares.
3.5 Estruturas de apoio
Albuquerque (2004) afirma que o meio turístico é formado por empresas
e/ou serviços competitivos que recebem o apoio de uma rede de provedor de
insumos e serviços. Possuem como base de apoio as organizações que lhes
28
oferecem recursos humanos capacitados, tecnologia, recursos financeiros,
infraestrutura física e clima de negócios. É formado por: a) meios de
hospedagem, agencias de viagem, operadoras turísticas, empresas de
alimentação turística, empresas de entretenimento, empresas vendedoras de
artesanato e produtos típicos, centros comerciais, galerias de arte, etc. b)
provedores de serviços: transportadoras, informações turísticas, locadoras de
veículos e automóveis, atendimento a veículos, centros de convenções,
parques de exposições, auditórios, fornecedores de alimentação, construção
civil, artesãos, sistema de comunicação, serviço de energia elétrica, entre
outros.
Portanto, para que funcione é preciso total sinergia entre todos os
envolvidos. Faz-se necessário total consciência por parte do empreendedor
quanto das condições de infraestrutura de apoio (acessibilidade, energia,
saneamento básico, entre outros), além das questões ambientais, do fluxo de
turistas, da concorrência, etc.
Albuquerque (2004) ainda afirma que os eventos geram muitas divisas
para uma localidade, pois uma vez que um turista participa de um evento, ele
se hospeda, faz suas refeições, faz compras, geralmente vem acompanhado e
com isso deixa capital para a cidade receptora. Pensando assim, diversos
países possuem ótima infraestrutura para receber grandes eventos, com hotéis
de qualidade e grandes centros de convenções.
A autora acredita que os eventos mobilizam a estrutura de um município
inteiro, a começar pelo poder público que deve colocar em prática uma série de
medidas de melhoria de infraestrutura para ser possível que a cidade sedie um
evento e que também sejam aproveitadas em beneficio da comunidade.
Segundo Fellini (1973, p.73), a atividade turística necessita de três
componentes básicos: a) Infraestrutura de base: que compreende as condições
de acesso (estradas, ferrovias, aeroportos, rodovias, hidrovias, etc.) e as de
caráter urbano (redes de energia, água, iluminação, esgotos). b)
Superestrutura turística: que é representada pelo conjunto de elementos que
possibilitam a estada dos visitantes em determinado local (acomodação,
alimentação, comércio, diversões, agências de viagens, lazer). c) Indústria
turística em sentido estrito: alojamento e alimentação (hotéis, campings,
restaurantes, bares, pousadas).
29
4 A OKTOBERFEST
Moyano, et al (2014) afirma que a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul teve
sua primeira edição em 1984 e tem sido realizada sempre no mês de outubro
com uma duração aproximada de 10 dias de festa com várias atrações aos
turistas.
É um evento realizado anualmente pela Associação de Entidades
Empresariais de Santa Cruz do Sul – ASSEMP, em parceria com a prefeitura
municipal, e é considerado o terceiro maior evento do gênero no mundo,
ficando atrás apenas da Oktoberfest de Munique, na Alemanha, e da
Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina.
Conforme o site oficial da ASSEMP, o município de Santa Cruz do Sul foi
fundado em 1844 e é modelo de desenvolvimento humano e social,
culturalmente famoso por cultuar as tradições e o folclore germânico e pelas
festas, entre elas a Oktoberfest, que atrai anualmente milhares de turistas para
a cidade gerando emprego e influenciando na economia da região.
A festa procura manter e divulgar as tradições alemãs trazidas pelos
colonizadores, considerado um evento turístico importante para a região, pois
evidencia a música, a dança e a gastronomia alemã.
Segundo o site oficial do evento, os preparativos para a realização da
festa iniciam um ano antes, envolvendo o trabalho de mais de 3000 voluntários,
parceiros, produtores, empresas, patrocinadores e apoiadores, que trabalham
para elaborar uma programação que contemple toda a população, com
principal destaque às tradições germânicas.
De acordo com a prefeitura de Santa Cruz do sul, o evento acontece em
uma área de 14 hectares localizada na região central da cidade, o espaço é
dotado de infraestrutura para a realização de eventos esportivos, de lazer e
turismo. Para isso, conta com um Ginásio Poliesportivo com capacidade para 8
mil pessoas, onde realizam-se shows musicais, eventos culturais e torneios
esportivos. Além disso, o Parque da Oktoberfest possui um campo de futebol,
pista atlética, quadras de basquete e futsal, pista de bicicross e pavilhões para
feiras e exposições.
30
5 PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo foi realizada durante os dias 07 a 18 de Outubro,
nos turnos do dia e da noite com pessoas que frequentaram o evento
Oktoberfest de Santa Cruz do Sul.
Com relação aos aspectos metodológicos foi aplicado um questionário
que visava averiguar as motivações que levaram o público a descolocar-se até
o evento.
O questionário foi dividido em dois blocos, o primeiro refere-se aos dados
de identificação do entrevistado e o segundo é sobre o evento.
Após esta etapa, foi realizado um pré-teste do questionário para retirar
possíveis dúvidas dos entrevistados em relação aos questionamentos
discutidos na ferramenta de coleta dos dados. Estes questionários foram
aplicados a entrevistados que não fizeram parte da pesquisa.
Durante a realização da festa, os questionários foram aplicados nos
turnos tarde e noite, por acadêmicos do Curso de Bacharelado em Turismo
junto ao estande de informações turísticas da Oktoberfest.
Além disso, procurou verificar a opinião dos visitantes sobre a
infraestrutura do parque, com relação à sinalização, decoração, organização,
qualidade dos serviços prestados e etc.
5.1 Resultados da pesquisa
Com relação aos resultados da pesquisa, verifica-se que há diferentes
incidências de respostas por parte dos entrevistados a partir da aplicação do
questionário desenvolvido (apêndice A).
De acordo com as informações obtidas no grupo investigado, resultados
foram alcançados.
Com relação à identificação dos entrevistados, os resultados
apresentaram as seguintes informações:
31
GRÁFICO 1 – MUNICÍPIO DE ORIGEM
Fonte: Dados da pesquisa
Verificou-se que 54% dos entrevistados são oriundos do municio de Santa
Cruz do Sul, 10% dos entrevistados oriundos de Vera Cruz, 4% dos
entrevistados oriundos de Cachoeira do Sul, 4% dos entrevistados são
oriundos de Rio Pardo, 4% dos entrevistados são oriundos de Sinimbu, 4% dos
entrevistados são oriundos de Venâncio Aires, 4% dos entrevistados são
oriundos de Lajeado e 16% dos entrevistados oriundos de outros municípios,
que são Cerro Branco, Estrela, Encruzilhada, Candelária, Pelotas, Passa Sete,
Rio do Sul (SC) e Mogi das Cruzes (SP).
Percebeu-se a partir deste gráfico que a maior parte das pessoas que
visitaram o evento são oriundos da região do Vale do Rio Pardo, o que pode
caracterizar indícios de um turismo desenvolvido em nível regional.
Apesar de possuir entrevistados de outras localidades o turismo
intermunicipal, neste caso caracterizou a maior parte das respostas dos
pesquisados.
Com relação ao gráfico 2: faixa etária dos entrevistados, os dados
apontaram para os seguintes resultados:
54%
10%
4% 4% 4% 4% 4%
16%
Santa Cruz
Do sul
Vera Cruz Cachoeira
do Sul
Rio Pardo Sinimbu Venâncio
Aires
Lajeado Outras
Município de origem
32
GRÁFICO 2 – FAIXA ETÁRIA
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que 2% dos entrevistados são menores de 18 anos, 42% do
entrevistados possuem 18 a 21 anos, 32% dos entrevistados possuem 22 a 25
anos, 6% dos entrevistados possuem 26 e 29 anos, 10% dos entrevistados
possuem 30 a 33 anos, 4% dos entrevistados possuem 34 a 40 anos e 4% dos
entrevistados possuem idade acima de 40 anos.
Com isso, observou-se que a maior parte dos visitantes são de 18 a 25
anos, caracterizando um publico jovem, o que evidencia certa mobilização
deste público para o prestigio do evento.
Com relação ao gráfico 3: profissão dos entrevistados, os dados
apontaram para os seguintes resultados:
2%
42%
32%
6%
10%
4% 4%
Menores de
18 anos
18 a 21 anos 22 a 25 anos 26 a 29 anos 30 a 33 anos 34 a 40 anos Acima de 40
Faixa etária
33
GRÁFICO 3 – PROFISSÃO
Fonte: Dados da pesquisa.
Percebeu-se que 42% dos entrevistados são estudantes, 4% dos
entrevistados são secretárias, 4% dos entrevistados são monitoras, 6% dos
entrevistados são advogadas, 8% dos entrevistados são auxiliar administrativo,
4% dos entrevistados são professoras, 4% dos entrevistados estão
desempregados e 28% dos entrevistados possuem outras profissões.
Ao analisar os questionários, foi observado que a maior parte dos
entrevistados são estudantes, o que reforça a ideia de que o público que
frequentou a festa são pessoas de até 25 anos.
Com relação ao gráfico 4: motivo da visita, os dados apontaram para os
seguintes resultados:
42%
4% 4%
6%
8%
4% 4%
28%
Profissão
34
GRÁFICO 4 – MOTIVO DA VISITA
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que 10% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de
diversão, 34% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de passeio, 10%
dos entrevistados visitaram a festa para prestigiar o evento, 10% dos
entrevistados visitaram a festa pelos shows, 2% dos entrevistados visitaram a
festa por motivo de pesquisa, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo
de compras, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de exposições,
6% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de trabalho, 10% dos
entrevistados visitaram a festa por motivo de lazer, 2% dos entrevistados
visitaram a festa por motivo de turismo, 4% dos entrevistados visitaram a festa
por motivo de cultura e 8% dos entrevistados não informou o motivo de visita.
Com isso, ficou claro que a maior parte dos entrevistados estava na festa
para passear, caracterizando um público descontraído e disposto a conhecer a
cultura dos seus antepassados.
Com relação ao gráfico 5: turno do questionário, os dados apontaram
para os seguintes resultados:
10%
34%
10% 10%
2% 2% 2%
6%
10%
2%
4%
8%
Motivo da visita
35
GRÁFICO 5 – TURNO DO QUESTIONÁRIO
Fonte: Dados da pesquisa.
Analisou-se que 56% dos entrevistados responderam a pesquisa no turno
do dia e 44% dos entrevistados responderam a pesquisa no turno da noite.
Portanto, observou-se que o público que frequentou o evento no turno do
dia é mais direcionado para famílias, tendem a possuir maior interesse em
conhecer a cultura, o significado da festa e seus antepassados, já o público
que frequentou o evento no turno da noite, era mais jovem, com o intuito de
assistir aos shows nacionais, frequentar as festas que acontecem durante a
madrugada e para beber.
Com relação ao gráfico 6: escolaridade, os dados apontaram para os
seguintes resultados:
56%
44%
Dia Noite
Turno do questinário
36
GRÁFICO 6 – ESCOLARIDADE
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que 2% dos entrevistados estão cursando o ensino médio,
10% dos entrevistados possuem o ensino médio completo, 66% dos
entrevistados possuem ensino superior incompleto, 18% dos entrevistados
possuem ensino superior completo e 4% dos entrevistados possuem pós-
graduação.
Analisou-se que a maior parte dos entrevistados está cursando ensino
superior ou já completaram, caracterizando um público instruído a ter maior
interesse quanto à cultura e conhecimento, facilitando assim, no que se refere
à conscientização da população sobre a importância que a festa popular possui
para o desenvolvimento do município e região.
Portanto, ao analisar estes dados chegou-se a conclusão de que a
população está disposta a conhecer a cultura de seus antepassados.
Com relação aos dados obtidos a partir do questionário aplicado,
referente aos temas abordados na festa popular Oktoberfest, os resultados
apontaram diferentes informações.
No gráfico 7: atrações que motivaram a vista ao evento, apresentam-se
os seguintes resultados:
2%
10%
66%
18%
4%
Ensino médio
incompleto
Ensino médio
completo
Superior
incompleto
Superior completo Pós graduação
Escolaridade
37
GRÁFICO 7 – ATRAÇÕES QUE MOTIVARAM A VISITA AO EVENTO
Fonte: Dados da pesquisa
Verificou-se que 9% dos entrevistados visitaram o evento em função das
atrações turísticas, 6% dos entrevistados afirmaram que o principal motivo para
visitar o evento foi o desfile típico, 14% dos entrevistados visitaram o evento
pela cerveja, 14% dos entrevistados foram motivados a visitar o evento pelas
festas e lonões, 17% dos entrevistados visitaram o evento pela gastronomia
típica e 18% dos entrevistados visitaram o evento para prestigiar os shows
nacionais.
A partir deste gráfico verificou-se que a maior parte dos entrevistados
visitou o evento para prestigiar os shows nacionais que aconteceram dentro do
evento, com isso, caracterizou-se um publico mais voltado à diversão.
Boa parte dos entrevistados afirmou que teve interesse em visitar o
evento para conhecer a comida típica que foi oferecida, o que nos remete a um
maior interesse sobre a cultura regional.
Com relação às atrações (cerveja, festas e lonões) verificou-se que os
entrevistados consideram estas atrações motivantes para a vinda de turistas.
Todavia um dado preocupante está relacionado ao desfile típico, sendo este
aspecto o menos importante na visão dos entrevistados. Com relação à
9%
6%
14% 14%
17%
18%
Atrações
turísticas
Desfile típico Cerveja Festas e lonões Gastronomia
típica
Shows
nacionais
Atrações que motivaram a visita ao
evento
38
sustentabilidade cultural da festa, pode representar uma informação a ser
melhor analisada, no sentido de valorização regional.
Turisticamente analisando o interesse demonstrado pelos visitantes em
conhecer a gastronomia típica como uma das principais atrações da festa, é
uma informação interessante, pois o significado que a Oktoberfest possui está
sendo propagado de forma mais intensa.
No gráfico 8: decoração e organização do parque, os dados apontaram
para os seguintes resultados:
GRÁFICO 8 – DECORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PARQUE
Fonte: Dados da pesquisa.
Observou-se que 20% dos entrevistados acharam a decoração e
organização do parque razoável, 46% dos entrevistados acharam satisfatório,
28% dos participantes acharam ser muito satisfatório e 6% dos participantes
acharam excelente.
Com esta analise, percebeu-se que a maior parte dos entrevistados
acharam a decoração e organização satisfatória, pois apesar de a decoração
lembrar os traços germânicos e ser pontual com a cultura, fazendo com que
Santa Cruz do Sul tenha sua própria identidade, o parque poderia ser melhor
20%
46%
28%
6%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Decoração e organização do parque
39
organizado, pois segundo alguns entrevistados, as atrações estavam mal
distribuídas, favorecendo o fluxo de pessoas para apenas um lado do parque.
Alguns entrevistados observaram que alguns locais do parque poderiam
ser explorados de melhor forma e outros deixaram a desejar, como a
necessidade pintura em algumas partes.
Porém, levando em consideração as dificuldades climáticas enfrentadas
nos dias da festa, boa parte dos entrevistados afirmou que a organização e
decoração do parque estava muito satisfatório.
Turisticamente analisando a organização do parque, destaca-se que é
necessário realizar o planejamento com antecedência para que os possíveis
problemas possam ser resolvidos antes do inicio do evento.
Com relação ao gráfico 9: placas de informação e sinalização do parque,
os dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 9 – PLACAS DE INFORMAÇÃO SINALIZAÇÃO DO PARQUE
Fonte: Dados da pesquisa.
Analisou-se que 35% dos entrevistados acharam que as placas de
informação e sinalização do parque estavam razoáveis, 42% dos entrevistados
acharam satisfatório, 14% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 8%
dos entrevistados acharam excelente.
35%
42%
14%
8%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Placas de informação e sinalização do parque
40
Ao observar os dados obtidos nos questionários, verificou-se que a maior
parte dos entrevistados acharam que as placas de sinalização do parque
estavam satisfatórias, pois apesar de possuir as informações úteis e
necessárias, poderiam haver mais indicando locais de alimentação, feira,
parque de diversões, lonões e etc.
Alguns entrevistados também mencionaram o fato de que as placas de
sinalização apenas foram instaladas na segunda semana de evento, o que
dificultou a localização para os visitantes que frequentaram o evento na
primeira semana.
Turisticamente analisando as placas de informações e sinalização do
parque, estas precisam ser instaladas em maior quantidade e em mais partes
dentro do parque e de forma que garantam boa visibilidade.
Ao analisar o gráfico 10: atrativos musicais e shows da Oktoberfest, os
dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 10 – ATRATIVOS MUSICAIS E SHOWS DA OKTOBERFEST
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que 14% dos entrevistados responderam que os atrativos
musicais e shows da Oktoberfest foram razoáveis, 44% dos entrevistados
14%
44%
28%
14%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Atrativos musicais e shows da Oktoberfest
41
acharam satisfatório, 28% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 14%
dos entrevistados acharam excelente.
A maior parte dos entrevistados afirmou que os atrativos musicas e shows
da Oktoberfest foram satisfatórios, pois apesar de atender a diversos públicos,
com shows nacionais de diferentes estilos musicais, ainda encarece de
atrativos musicais mais voltados à cultura alemã, ou seja, mais reconhecimento
às bandinhas e não tanta valorização apenas aos shows nacionais.
Entretanto, em diversos dias do evento, foram disponibilizadas atrações
com bandinhas típicas da cultura germânica para quem tivesse interesse,
porém, a maior parte era no turno da tarde o que dificulta para pessoas que
trabalham neste período.
No que se refere ao gráfico 11: vestimentas e roupas típicas dos
visitantes da Oktoberfest, os dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 11 – VESTIMENTAS E ROUPAS TÍPICAS DOS VISITANTES DA
OKTOBERFEST
Fonte: Dados da pesquisa.
Constatou-se que 16% dos entrevistados consideram as vestimentas e
roupas típicas dos visitantes da Oktoberfest razoável, 46% acham satisfatório,
20% acham muito satisfatório e 18% acham excelente.
A maioria dos entrevistados acha que as roupas típicas e vestimentas
utilizadas por visitantes durante a festa são satisfatório, o que não é um sinal
positivo. Nos anos anteriores, quem estava vestido a caráter podia entrar na
festa gratuitamente, e neste ano, quem estava vestido a caráter pagava
16%
46%
20% 18%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Vestimentas e roupas típicas dos
visitantes da Oktoberfest
42
metade do valor da entrada no parque, o que ocasionou desmotivação por
parte de alguns entrevistados, pois a entrada gratuita era uma forma de
incentivar a utilização dos trajes típicos, mesmo que muitas vezes apenas por
interesses financeiros.
Para Monticelli (2014), influenciar o uso das roupas típicas instiga os
usuários a conhecer e entender sobre o passado, sua cultura que está
envolvida nos trajes e a forma de perceber a atual sociedade em relação aos
valores desta roupa.
Portanto, observou-se que como forma de incentivo ao uso do traje típico,
a entrada deveria permanecer sendo gratuita para pessoas que estiverem
usando o traje típico devidamente correto, pois muitas pessoas fazem uso de
apenas algum acessório que faz parte do traje para tentar conseguir benefícios.
O gráfico 12: comida típica oferecida na Oktoberfest, os dados
apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 12 – COMIDA TÍPICA OFERECIDA NA OKTOBERFEST
Fonte: Dados da pesquisa.
Observou-se que 18% dos entrevistados afirmou que a comida típica
oferecida na Oktoberfest foi razoável, 30% dos entrevistados afirmou que era
satisfatório, 32% dos entrevistados afirmou que era muito satisfatório e 20%
dos entrevistados achou excelente.
18%
30%
32%
20%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Comida típica oferecida na Oktoberfest
43
Com isso, pode-se notar que as opiniões positivas foram da maior parte
dos entrevistados, o que nos remete a um quadro de sensibilização da
população em relação à gastronomia típica regional, pois de certa forma, o
simples fato de despertar curiosidade, fazer com que o turista sinta interesse, e
saiba que tem a sua disposição já é um indicio de que a comida típica
germânica está sendo difundida pela região.
Ao destacar a comida típica como de grande importância para o turismo
local, Barroco (2006) afirma que através da alimentação é possível visualizar e
sentir as tradições que não são ditas. A alimentação é também memória, opera
no imaginário de cada pessoa, pois é associada aos sentidos.
Turisticamente analisando no que se refere à gastronomia típica, está
sendo pouco difundido, pois a divulgação não acontece de forma a comover e
sensibilizar da sua importância.
Com relação ao gráfico 13: atrativos culturais e artesanato no parque, os
dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 13 – ATRATIVOS CULTURAIS E ARTESANATO NO PARQUE
Fonte: Dados da pesquisa.
Verificou-se que 10% dos entrevistados acharam que os atrativos
culturais e artesanato oferecido no parque era razoável, 46% dos entrevistados
10%
46%
34%
10%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Atrativos culturais e artesanato no parque
44
acharam satisfatório, 34% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 10%
acharam excelente.
Ao analisar os dados obtidos no questionário, os entrevistados
demonstraram certa carência em relação aos atrativos culturais e artesanato
que foram oferecidos no parque, pois 46% dos entrevistados acharam
satisfatório, o que é ruim, a cultura e o desenvolvimento não se separam,
portanto, o conhecimento da cultura reforça a valorização, bem como o
desenvolvimento da região e havia apenas uma loja especializada neste tipo de
serviço.
Para Lóssio e Pereira (2007) a economia da cultura pode movimentar a
região ao oferecer oportunidades, além de novas formas de trabalho. Muitas
vezes existe descaracterização de apresentações culturais, artesanatos, ou até
mesmo mudança dos ingredientes da culinária regional para padronizar em
busca da facilidade para o consumo.
Ao mencionar os atrativos culturais e artesanato oferecidos durante os
dias de festa, aconteciam apresentações ofertadas para diversas faixa etárias,
com apresentações de teatro, dança, entre outros.
Com relação ao gráfico 14: atrativos mais importantes, os dados
apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 14 – ATRATIVOS MAIS IMPORTANTES
Fonte: Dados da pesquisa.
14%
20%
36%
24%
14%
Parque de
diversões
Roupas típicas
dos visitantes
Festas, shows e
chopp
Organização e
sinalização do
parque
Gastronomia
Atrativos mais importantes
45
Observou-se que 14% dos entrevistados acham que o parque de
diversões é o atrativo mais importante, 20% dos entrevistados acham que as
roupas típicas dos visitantes é o atrativo mais importante, 36% dos
entrevistados acham que as festas, shows e chopp são os atrativos mais
importantes, 24% dos entrevistados acham que a organização e sinalização do
parque são os atrativos mais importantes e 14% dos entrevistados acham que
a gastronomia típica é o atrativo mais importante.
Nesta questão, foi solicitado aos entrevistados que assinalassem por
ordem de importância os atrativos que mais motivou o prestigio ao evento.
Portanto, o atrativo que mais agradou ao publico foram as festas, shows e
chopp, o que influenciou diretamente na demanda do publico durante a festa.
Neste sentido percebe-se que a motivação relacionada aos atrativos culturais
como as roupas típicas e a gastronomia é menor que a média de interesse dos
outros atrativos.
Turisticamente falando, este dado é preocupante, pois o proposito
principal da festa é o de disseminar a cultura germânica, fato que não acontece
durante as festas e shows que acontecem dentro do evento.
Com relação ao gráfico 15: hospitalidade da equipe oferecida no parque,
os dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 15 – HOSPITALIDADE DA EQUIPE OFERECIDA NO PARQUE
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
38%
16%
36%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Hospitalidade da equipe oferecida no
parque
46
Contatou-se que 10% dos entrevistados acharam que a hospitalidade da
equipe oferecida no parque foi razoável, 38% dos entrevistados acharam
satisfatório, 16% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 36% acharam
excelente.
A hospitalidade oferecida no parque está bem conceituada, o que remete
a uma pontuação positiva para o município, pois ao procurar encontrar
elementos que contribuem para o desenvolvimento do turismo, e considerando
as relações que o turista possui com a comunidade receptora, constatou-se
que a hospitalidade é de grande importância.
Camargo (2004) considera hospitalidade como a preparação do espaço
publico para representar o direito de ir e vir do ser humano. Para o autor, esse
espaço privilegia tanto o cotidiano dos moradores locais, como os problemas
oriundos da dimensão turística de tal localidade.
Turisticamente analisando, a hospitalidade oferecida no parque foi
relativamente boa, pois existiam profissionais dispostos a auxiliar os turistas,
mesmo que se observou falta de treinamento e capacitação por parte destas
pessoas que prestaram serviços durante a Oktoberfest.
Com relação ao gráfico 16: informações turísticas oferecidas no parque,
os dados apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 16 – INFORMAÇÕES TURÍSTICAS OFERECIDAS NO
PARQUE
Fonte: Dados da pesquisa.
24%
36%
26%
14%
Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente
Informações turísticas oferecidas no
parque
47
Observou-se que 24% dos entrevistados afirmaram que as informações
turísticas oferecidas no parque são razoáveis, 36% dos entrevistados
afirmaram que foi satisfatório, 26% dos entrevistados afirmaram que foi muito
satisfatório e 14% dos entrevistados afirmaram que foi excelente.
Ao analisar as respostas obtidas no questionário, a grande maioria dos
entrevistados afirmou não ter feito uso das informações turísticas dentro do
parque, pois eram oriundos de Santa Cruz do Sul ou dos municípios ao redor e
com isso, por já conhecer a cidade e seus atrativos, responderam por intuição.
Portanto, a partir das respostas de entrevistados oriundos de outras
regiões, constatou-se a que as informações turísticas oferecidas no parque são
poucas ou quase nulas, dificultando o fortalecimento do turismo regional, pois a
festa pode ser um grande motivador, segundo Werthner e Ricci (2004) o
turismo é uma atividade econômica que depende da informação, pois os
produtos e serviços são intangíveis e esta intangibilidade está presente no
momento da compra, o que não possibilita ao cliente uma amostra do produto
que vai comprar, sendo assim, a informação desempenha um papel importante,
pois sustenta a informação.
Turisticamente analisando, as informações turísticas oferecidas dentro do
parque praticamente não existiram. O que se viu foram apenas alguns
estandes com folhetos onde divulgavam os principais serviços que o turista
pode precisar, como restaurantes, hotéis, hospitais, entre outros.
Com relação ao gráfico 17: significado da Oktoberfest, os dados
apontaram para os seguintes resultados:
GRÁFICO 17 – SIGNIFICADO DA OKTOBERFEST
Fonte: Dados da pesquisa
74%
26%
Sim Não
Significado da Oktoberfest
48
Verificou-se que 74% dos entrevistados responderam que sim, sabem o
significado da Oktoberfest e 26% dos entrevistados responderam que não
sabem o significado.
Portanto, percebeu-se a partir das respostas obtidas no questionário que
apesar de afirmar conhecer o significado da festa, poucos realmente sabem o
que significa. Para muitos entrevistados, o significado é “festa de outubro”,
porém, alguns visitantes afirmaram que a festa serve para fortalecer, incentivar
e valorizar a cultura local.
Com isso, fica claro que o conhecimento da cultura regional está
escasso, porém se houver uma conscientização da popular local quanto à
valorização da sua cultura, pode-se reverter este quadro.
Oliveira e Medeiros (2003) relatam o seguinte no que se refere ao
sentimento da população em relação aos turistas que visitam uma localidade:
Não se deve ignorar quem vive na região hospedeira e que participa
diretamente na recepção e atendimento ao visitante. Ao valorizar a mão de
obra local, abre-se um espaço para investimentos e conscientização acerca do
papel representado por cada um.
Ao entender a representação do turismo no que diz respeito à renda
imediata e em médio prazo, a população sente-se motivada a interagir no
planejamento e execução do mesmo.
49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizar a pesquisa de campo na festa popular intitulada Oktoberfest
Santa Cruz do sul, pode-se observar que a relação das festas populares com o
turismo é de grande importância.
Em tempos de constantes evoluções, preservar a tradição é um ponto
fundamental para a valorização da cultura e contribui também, para o
fortalecimento da identidade regional.
Bueno (2008), afirma que as festas populares ocupam lugar de grande
importância e visibilidade na cultura brasileira, pois oferecem ao turista,
elementos que o enriquecem ao vivenciar uma manifestação cultural.
Neste sentido, cabe enfatizar que as festas populares podem significar
desenvolvimento do turismo regional, pois enriquecem a notoriedade de um
município ou região, favorecendo seus atrativos.
Segundo Lóssio e Pereira (2007), devemos ver a cultura popular na
perspectiva da sustentabilidade cultural de desenvolvimento local, assim, ao
falar da cultura, estamos necessariamente considerando a vertente da geração
de emprego, renda e negócios, além de que, a cultura popular proporciona
prazer, o que torna um produto vendável.
No que se refere à Oktoberfest Santa Cruz do Sul, a festa popular
representa um importante papel para o engrandecimento do turismo no
município e região, pois o evento movimenta a economia de toda a
infraestrutura de apoio.
Para Kotler (2000) as festas atribuem um dos ambientes pelos quais o
turista circula ao visitar determinada localidade, e durante a estadia, percebe os
elementos que compõem a atmosfera local.
A partir disso, o evento, os atrativos turísticos, a hospedagem, a
alimentação, entre outros, influenciam diretamente na economia de um
município. Porém, toda a infraestrutura de apoio pode ser beneficiada direta ou
indiretamente, pois o turista pode precisar de serviços médicos, serviços
mecânicos, serviços bancários, entre outras funções que não estão ligados
diretamente ao turismo, mas que também movimentam e engrandecem o
turismo regional.
50
Negrine, et al (2009), afirma que se por um lado, as festas populares
permitem que o turista desfrute das celebrações e comemorações, por outro
lado, proporciona benefícios a população local, ao gerar novos ativos
econômicos, diversão e promoção da cultura.
Quanto maior for a integração da comunidade receptora, maior serão os
benefícios das atividades turísticas, visto que quem recebe os turistas são as
pessoas que moram na cidade.
Para Jesus (2003), o desenvolvimento local é entendido como um
processo que mobiliza pessoas e instituições em busca da transformação da
economia e da sociedade local, criando novas oportunidades de trabalho e
renda.
Com isso, observou-se que a Oktoberfest Santa Cruz do Sul está atraindo
mais visitantes a cada ano que passa, no entanto, é necessário que aconteça
uma conscientização com a população local sobre a importância da festa para
o desenvolvimento do município e região.
O ensinamento quanto a valorização das tradições deveria ser ensinado
nas escolas, desde as séries iniciais, pois se a comunidade receptora não
estiver ciente de seus benefícios, pode ser passada uma imagem negativa,
muitas vezes até no ato de não oferecer hospitalidade ao visitante interessado
em conhecer a cultura.
Quanto à infraestrutura da festa, esta deverá passar por diversos ajustes,
pois uma festa deste âmbito deve ser organizada planejada da melhor forma
possível, visto que pessoas de diversas cidades e de outros estados do país
prestigiam este evento, e divulgam positivamente ou negativamente.
Para Lóssio e Pereira (2007), quanto maior for a sua valorização, mais
incentivos e mais oportunidades ocorreram a partir disso.
Portanto, a festa está em evolução e apesar de possuir mudanças a
serem feitas, possui grande potencial e pode trazer muitos benefícios no que
se refere ao desenvolvimento do turismo regional.
51
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56
APÊNDICE A – Questionário aplicado
Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso de Turismo
Trabalho de Conclusão de Curso
Está sendo realizada uma pesquisa intitulada “Festas Populares, o caso
da Oktoberfest Santa Cruz do Sul”, que tem por objetivo analisar as motivações
que influenciam o público a frequentar o evento, bem como suas opiniões
relacionadas à infraestrutura e os serviços oferecidos. Para a realização desta
pesquisa estão sendo realizadas entrevistas junto aos visitantes da festa nos
turnos tarde e noite.
O TCC é da acadêmica Luísa de Loreto Alves e a orientação é do Prof.
Dr. Roberto do Nascimento e Silva do Curso de Bacharelado em Turismo da
Universidade de Santa Cruz do Sul.
Todas as informações resultantes da entrevista serão de uso exclusivo
para a realização da pesquisa e posteriormente. A única finalidade é fornecer
elementos para a realização da investigação, além de relatórios ou artigos que
dela resultem. É garantido total sigilo para o entrevistado. Em nenhum
momento os dados coletados serão utilizados para qualquer medida punitiva ou
de fiscalização.
Qualquer dúvida ou informação a respeito da pesquisa poderá ser
esclarecida diretamente com o orientador da mesma, o Prof. Dr. Roberto do
Nascimento e Silva, pelo telefone (51) 3717 7398 ou pelo e-mail:
rsilva@unisc.br
Obrigado pela entrevista!
____________________
Luísa de Loreto Alves
57
EVENTO OKTOBERFEST – CURSO DE TURISMO
Bloco 1 – Identificação do entrevistado.
Cidade: Motivo da visita:
Idade: Turno do questionário:
Profissão: Escolaridade:
Bloco 2 – A Oktoberfest.
1.1 Quais as atrações que lhe motivaram a visitar o evento.
Marque até três opções
( ) atrações turísticas ( ) desfile típico ( ) shows nacionais
( ) gastronomia típica ( ) festas e lonões ( ) feira sul
( ) cultura e folclore da festa ( ) cerveja
Outro: Qual?
1.2 Qual a sua opinião sobre a decoração e organização do parque?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.3 Qual a sua opinião sobre as placas de informação e sinalização do
parque?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.4 Qual a sua opinião sobre os atrativos musicais e show da
Oktoberfest?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.5 Qual a sua opinião sobre as vestimentas e roupas típicas dos
visitantes da Oktoberfest?
58
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.6 Qual a sua opinião sobre a comida típica oferecida na Oktoberfest?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.7 Qual a sua opinião sobre os atrativos culturais e artesanato no
parque?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.8 Quais destes atrativos são mais importantes para você? (1) menos
importante (5) mais importante
( ) parque de diversões ( ) festa, shows e chopp ( ) gastronomia típica
( ) roupas típicas dos visitantes ( ) a organização e sinalização do parque
1.9 Qual a sua opinião sobre a hospitalidade da equipe oferecida no
parque?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.10 Qual a sua opinião sobre as informações turísticas oferecidas no
parque?
( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente
Por que?
1.11 Você conhece o significado da Oktoberfest?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
Se sim, qual:

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TCC TURISMO

  • 1. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 7 2.1 Turismo de eventos...................................................................................... 7 3 FESTAS POPULARES.................................................................................. 17 3.1 Cultura........................................................................................................ 19 3.2 Hospitalidade.............................................................................................. 22 3.3 Estrutura física ........................................................................................... 24 3.4 Gastronomia............................................................................................... 26 3.5 Estruturas de apoio .................................................................................... 27 4. A OKTOBERFEST ...................................................................................... 29 5 PESQUISA DE CAMPO................................................................................ 30 5.1 Resultados da pesquisa ............................................................................. 30 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 49 REFERÊNCIAS................................................................................................ 51 APÊNDICE A – Questionário aplicado..............................................................56 A
  • 2. 6 1 INTRODUÇÃO O tema deste trabalho de conclusão de curso surgiu da necessidade de dimensionar a importância que as festas populares têm para o turismo regional, servindo muitas vezes de alavanca para o desenvolvimento do turismo de determinadas regiões e países. Foi realizada uma pesquisa que teve por objetivo analisar as motivações que influenciaram o público a frequentar a festa popular intitulada Oktoberfest, da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, bem como suas opiniões relacionadas à infraestrutura e os serviços oferecidos. Para a realização desta pesquisa foram realizadas entrevistas junto aos visitantes da festa nos turnos do dia e noite entre os dias 07 a 18 de outubro de 2015. Este trabalho foi importante pelo fato de que segundo Allen (2003), o turismo de eventos é uma área que vem crescendo constantemente, seja através dos eventos festivos, ou empresariais. Toda um município pode ter vantagens com a realização do mesmo, seja de pequeno ou grande porte, pois é um grande incentivador da movimentação da economia de um município. Para o autor, o turismo de eventos como uma indústria em crescimento está chamando a atenção, pois acarreta benefícios econômicos e geração de empregos. Conforme Melo (2008), a participação em eventos, educa os sentidos, aprimora o olhar, adquire uma nova visão do mundo, absorve novos conhecimentos e promove novas experiências, ultrapassando os limites da vida particular, além de beneficiar outros setores ligados a economia de uma região. Paiva (2008), destaca que, os eventos são uma atividade econômica em constante crescimento, sendo também, uma fonte que gera desenvolvimento, aumenta a necessidade de profissionalização e especialização nesta área. Neste sentido, o trabalho de conclusão de Curso, abordará o turismo de eventos no segundo capítulo, as festas populares no terceiro capítulo, levando em consideração os aspectos relacionados à cultura, a hospitalidade, a infraestrutura, a gastronomia e as estrutura de apoio. No capítulo 4, será apresentado o caso da Oktoberfest Santa Cruz do Sul e em seguida os resultados da pesquisa.
  • 3. 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Turismo de eventos Conforme Ansarah (2001), a atividade de turismo iniciou na década de 1840 na Inglaterra, quando um pastor batista, Thomas Cook, decidiu fazer uma campanha contra o consumo de álcool, teve a ideia de promover uma viagem de trem entre duas cidadezinhas. Promoveu a tal viagem, objetivando uma reunião de protesto contra o consumo de álcool. Ele obteve sucesso na atividade, pois uma viagem de trem atraia a população e pensando no feito decidiu criar uma atividade em que as pessoas pudessem descolocar-se para basicamente conhecer outros lugares. Segundo a autora, Thomas Cook abandonou a igreja e criou uma agência de viagens, a primeira no mundo. A partir de então, passou a promover excursões no seu país e posteriormente em toda a Europa, dando início ao turismo. Para Moletta (2001), hoje o turismo é um fator de geração de renda e emprego, ultrapassando os setores convencionais da economia em muitas cidades, regiões ou países. É uma atividade capaz de incrementar a economia através dos gastos feitos pelos turistas, que vão desde as despesas com hospedagem e alimentação, até a compra de algum artigo no comércio, ou no deslocamento de táxi. Montejano (2001), afirma que turismo é uma atividade humana baseada em varias disciplinas relacionadas às ciências sociais e humanos, portanto, é um fenômeno vinculado com o tempo livre e a cultura do lazer. Lapierre e Hayes (1994) definem turismo como atividades de pessoas que viajam ou permanecem em lugares fora da sua rotina, por até um ano seguido, seja a lazer, negócios ou outros objetivos. No entanto Palhares (2008), afirma que nem toda viagem é um meio de deslocamento turístico. O deslocamento feito por transportes públicos dentro de seus espaços habituais e mesmo que não habituais não são considerados turismo.
  • 4. 8 Contudo, Lickorish (2000), afirma que não é apenas de viagem que o turismo se trata, mas também, o objetivo da viagem, que pode ser de lazer ou negócios. Trigo (2009) diz que turismo faz parte de um universo denominado lazer, que basicamente são todas as atividades desenvolvidas fora do sistema produtivo, das obrigações sociais, religiosas e familiares. O lazer é uma necessidade e um direito do ser humano. Para o autor o turismo é uma atividade que ultrapassa os setores convencionais da economia, pois envolve dados de natureza econômica, social, cultural e ambiental. É frequentemente descrito como uma atividade multifacetada. Ainda segundo o autor, o ser humano viaja desde a pré-história. As primeiras pessoas a se deslocarem eram nômades, peregrinos, refugiados, marinheiros, entre outros, e não exatamente turistas. Os nobres e os religiosos também viajavam em busca de novos costumes e culturas, familiarizar-se com outras sociedades, e outros modelos econômicos e políticos. Neste sentido, destaca-se que para a União Internacional das Organizações Oficiais de Viagens, Iuoto, (1968 apud Barretto 1997), “o turista equivale a um tipo de visitante”, e visitante é aquela pessoa que visita um país que não é o seu habitual, por qualquer motivo que não seja para realizar trabalho remunerado. Entre os visitantes, incluem-se os turistas, que são viajantes que ficam ao menos uma pernoite em um país ou região e permanecem no mínimo 24 horas e os excursionistas, que são aqueles visitantes que não param para uma pernoite e permanecem menos de 24 horas. Palhares (2008), afirma que para qualquer empresa do setor do turismo é impossível alcançar todo o público que estaria disposto a consumir seu produto, portanto, para atingir com mais eficiência os consumidores, as empresas recorrem a segmentação do mercado, que é uma estratégia de marketing em que divide os consumidores em segmentos ou subsegmentos. Segundo o autor não existe um destino que seja valorizado e aceito por todos os consumidores, todavia, é a segmentação é que vai delimitar para que publico deve direcionar. É possível estabelecer inúmeros segmentos do
  • 5. 9 mercado turístico, o que reflete na busca pela especialização do mercado turístico. Trigo (2009), diz que a Organização Mundial do Turismo (OMT) reconhece dezesseis tipos de segmentações, que podem ser subdivididas em diversos segmentos. Dentre eles estão o turismo de luxo, infantil e da quarta idade (acima de 80 anos), étnico, GLS, enoturismo (roteiros em vinícolas), pesca, aventura, gastronômico, esportivo, mórbido, espacial, cinegético (caça), ornitológico (observação de pássaros), de incentivo ou o sexual, que não é reconhecido em nenhuma segmentação, porém existe. Com relação ao turismo de eventos, conceitua-se evento como um acontecimento que desde as suas origens na antiguidade e em sua trajetória histórica até chegar aos tempos modernos sempre envolveu várias pessoas nas diversas fases do seu planejamento e organização como também atraiu grande número de participantes (MATIAS, 2007). É uma atividade econômica que apresenta crescimento em nível global e se torna uma fonte geradora de desenvolvimento. Assim, surge a necessidade de profissionalização e de estudos especializados na área. (PAIVA, 2008). Para Zanella (2010), o turismo de eventos engloba os eventos sociais, familiares e também os empresariais, no entanto está em grande evolução, e nos acarreta diversas vantagens, pois além da importância para o desenvolvimento turístico, os eventos apresentam algumas peculiaridades relacionadas com o ambiente socioeconômico, que são: cumprir programação regular e tradicional durante o ano, colaborar para assegurar a estabilidade da atividade econômica, aumentar a taxa de ocupação, incrementar a arrecadação de impostos e tributos, entre outros. Ansarah (2001), afirma que o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) possui uma divisão de capacitação de eventos, que propõe vender a imagem e o destino do Brasil interna e externamente, com o objetivo de facilitar o setor privado voltado especialmente ao turismo de eventos. A autora diz que o mercado de eventos cresce sensivelmente, pois o turismo de eventos tem ligações com outros setores do turismo, tais como o turismo de incentivos. Serviços objetivam transferir um ato, uma ação, um esforço, um desempenho a ser oferecido ao cliente, portanto o objetivo de
  • 6. 10 quem organiza eventos é encantar seu cliente, para que voltem e que divulguem seus serviços. De acordo com o Relatório da EMBRATUR, que verificou a demanda turística de Brasília em 1998, um turista de eventos gasta até três vezes mais do que um turista convencional, permanecendo, em média, por um período de dois a cinco dias na cidade. Existem também outros benefícios gerados pela indústria dos eventos, tais como: a) equilíbrio na relação de oferta e demanda; b) aumento na arrecadação de impostos, c) grande retorno de imagem, d) criação de uma identidade turística voltada para realização de eventos, e) enriquecimento cultural da população local. A partir disso, nota-se uma série de características positivas para o desenvolvimento de eventos, tendo como objetivo, principalmente, gerar benefícios econômicos. Para o autor, para trabalhar com diversos segmentos é necessário conhecer e respeitar a quantidade de ofertas que existem e suas características, pois, existem diversas maneiras de pensar e deve-se respeitar cada uma delas. Segundo Matias (2007), os eventos acontecem e ocupam grande espaço na sociedade desde muito tempo. Evento é uma atividade econômica e social que surgiu praticamente com a civilização humana e que caminha junto a ela, adquirindo características representativas de cada período da historia, desde os tempos modernos até atualmente. Matias (2007, p. 6), ainda reforça que: A Revolução Industrial operou grandes mudanças na sociedade, transformando a economia manual em mecanizada. O trabalho humano ou animal foi substituído por outros tipos de energia, como a maquina a vapor ou de combustão. Essas mudanças causaram transformações também nos transportes e comunicação. Todas essas mudanças que se processaram refletiram também nos tipos de eventos realizados, causando o surgimento dos eventos científicos e técnicos. Rogers (2011) pensa que a expressão “indústria de eventos” é recente e não deve ter começado a ser usada antes da segunda metade do século XX, porém, a necessidade que as pessoas têm de se unir e conversar pode ser datada com uma das coisas mais antigas da humanidade. Matias (2007) afirma que em decorrência dos diversos avanços tecnológicos que surgiram, seja no transporte, ou comercialização, os serviços
  • 7. 11 turísticos são grandes influenciadores para o desenvolvimento do turismo em geral e do turismo de eventos. Além disso, a autora afirma que a civilização antiga deixou de herança para o turismo e para o turismo de eventos a hospitalidade, a infraestrutura de acesso e os primeiros espaços de eventos. Os eventos são ferramentas que podem trazer diversos benefícios, podendo direcionar as empresas para um publico mais especifico, com o intuito de aumentar suas vendas, aumentar as divisas de uma cidade ou região, gerar mais empregos, entre diversas outras vantagens, motivo pelo qual aumentou cada vez mais o interesse pelos eventos. Além de um conceito geral, os eventos fazem parte da área de turismo de eventos, área na qual é também uma forma de divulgar os bens do município receptor, fato que ocorre devido ao deslocamento de pessoas para o prestigio do evento. Em diversas ocasiões o participante aproveita para levar suas famílias ou acompanhantes para passear e conhecer os pontos turísticos, e consequentemente, gerar divisas para a cidade. Para Andrade (1992), o turismo de eventos é o conjunto de atividades exercidas por pessoas que viajam a fim de participar dos diversos tipos de eventos com o intuito de criar alternativas, de dimensionamento ou de interesses de determinada categoria profissional com objetivos para aperfeiçoamento setorial ou de atualização. Dentro do turismo existem diversos setores, e segundo Rogers (2011), o segmento de eventos faz parte do setor de turismo de negócios (ou de eventos de negócios), que tem considerável importância para o turismo, embora costume ser relegado a segundo plano. Neste sentido, Moletta (2001), destaca que evento é uma atividade social especifica que acontece mediante um planejamento e que pode prosperar na economia de uma cidade ou região. Conforme a autora, os eventos são acontecimentos criados e planejados para ocorrer em um lugar determinado e com espaço de tempo pré-definido. Possuem finalidades especificas, visando a apresentação, a conquista ou a recuperação do público-alvo e podem ser criados artificialmente, ocorrer espontaneamente ou, ainda, ser provocados.
  • 8. 12 Ansarah (2001), afirma que a área de atuação do turismo abrange empresas com atividades de várias naturezas, como hospedagem, transportes, agenciamento, alimentação, entretenimento, entre outros. Contudo, segundo o autor, o principal foco do turismo é proporcionar a satisfação dos desejos e necessidades dos turistas, obtendo lucros através da prestação de serviços, como qualquer atividade econômica. Ansarah (2001) afirma que na organização de um evento é importante definir sua missão ou meta, propósitos, valores e estratégias Eventos são considerados como uma empresa temporária, que possui objetivos, compromissos e metas a serem cumpridas. Portando, um planejamento é imprescindível para atingir e otimizar propósitos. Palhares (2008), diz que dentre todas as definições que existem, o planejamento turístico é um processo fundamental, que visa orientar para o desenvolvimento turístico de um empreendimento, local, região, município, estado ou país, tendo como meta alcançar os objetivos propostos na elaboração do planejamento. O autor afirma que o planejamento pode ter inúmeros focos e direcionamentos. Podendo ser direcionado mais para o lado econômico, social ou ambiental, desde que todos os aspectos sejam considerados. Pode ser voltado a parques de diversões, área protegidas, eventos, transportes ou culturais. Palhares (2008), afirma que os profissionais de turismo geralmente envolvem-se com quatro tipos principais de eventos, que são as reuniões, viagens de incentivo, convenções e exposições, pois são fortemente ligados ao segmento turismo de negócios. Para Hughes (2005), não existe uma modalidade de arte ou de entretenimento especifico para o turismo, é difícil saber o que vai encantar o turista, pois em qualquer plateia pode conter turistas. Para o autor, em termos de produção, os eventos podem ser classificados de acordo com sua intenção, ou não, de atrair turistas ou em seu poder de atração, que pode ser forte, aqueles eventos que geralmente acontecem em cidades litorâneas, são espetáculos que acontecem em locais onde os turistas já estão no local. O fraco pode ser descrito como àqueles eventos que são apenas produções artísticas, sem apelo turístico.
  • 9. 13 Para Allen (2003), desde o principio, os seres humanos encontram maneiras de registrar os momentos importantes de suas vidas, como a mudança das estações, as fases da lua e a renovação da vida a cada primavera. Tanto em acontecimentos particulares ou públicos, existe a necessidade de marcar as ocasiões mais importantes de suas vidas e de festejar os principais momentos. Motivo pelo qual acarretou certo interesse pela indústria de eventos nas pessoas, o que influenciou a evoluir de uma forma consideravelmente rápida. Zanella (2010), afirma que para os eventos nos trazerem bons resultados, é necessário planejamento. Pela complexidade, amplitude e importância, a promoção de qualquer evento exige especialização técnica, experiência e especialização no tipo de evento a ser realizado. Por isso, a operacionalização fundamenta-se em um sistema de planejamento, abrangendo alguns aspectos básicos. Segundo o autor, o planejamento vai muito além de uma pesquisa feita previamente, isto é, a concepção e planejamento de um evento deverão ser precedidas de estudo da viabilidade para analise das condições e capacidade da entidade promotora para sua realização. Além disso, existe a necessidade de realizar previamente ampla pesquisa técnica para conhecer a opinião do publico alvo sobre os objetivos, sistemática, locais, datas, horários, participantes, convidados. Os eventos são classificados por objetivo ou área de interesse. Segundo Moletta (2001), os eventos se multiplicam em diversas atividades com características próprias. Mas segundo seus objetivos, admitem algumas classificações. Estas classificações são: Cultural e lazer, esportivo, técnico e cientifico/empresarial e negócio. Os eventos são apresentados sob diversos tipos ou modalidades de acordo com sua natureza, fator gerador, objetivos, qualificação ou nível dos participantes, amplitude, área, local, etc. (ZANELLA, 2010, p.5). Para Moletta (2001), os eventos do segmento cultural e lazer são mais direcionados aos aspectos de uma cultura, para conhecimento ou proporcionar entretenimento, os esportivos são ligados a qualquer tipo de evento do setor esportivo, independente da modalidade, o evento técnico e científico trata de assuntos referentes às ciências naturais e biológicas, já os eventos de tipo
  • 10. 14 empresarial e negocio são aqueles que envolvem atividades para empresas, onde corporações reúnem-se para decidir ou apresentar determinados assuntos. A autora ressalta que existem diversas classificações para eventos, para cada um deles existe um formato, estrutura e especificação que corresponda à tipologia. Muitas tipologias de eventos são semelhantes em seu formato e constituição, fazendo com que pertençam a um mesmo grupo, como eventos sociais, religiosos, profissionais etc. É comum encontrarmos erros em divulgações de eventos, como no caso de tipologias trocadas. No turismo, os eventos são divididos em diversas formas, variando do ponto de vista de cada autor. Todavia, Moletta (2001) exemplifica alguns tipos de eventos existentes: a) Festas populares: manifestação tradicional e/ou popular motivada por atos de comemorações religiosas, folclóricas, cívicas ou outros. b) Jogo: possui caráter recreativo e competitivo, ocorre num período determinado de tempo. c) Campeonato: geralmente formado por um conjunto de jogos ou disputas de uma mesma modalidade. Podem ser regionais, nacionais ou internacionais, sendo dado ao vencedor o titulo de competição. d) Olimpíada: conjunto de jogos de varias modalidades. Pode ter caráter nacional ou internacional. e) Congresso: evento de grande porte que pode englobar outros tipos de atividades como painéis, palestras, simpósios, mostras ou exposições. f) Debate: discussão entre duas ou mais pessoas que defendem pontos de vista divergentes sobre um determinado tema, necessitando a presença de um moderador, a plateia não participa com perguntas, somente com aplausos e protestos moderados. g) Encontro: reunião de profissionais de uma mesma categoria, com o propósito de debater temas polêmicos que, posteriormente, são apresentados por representantes dos grupos participantes. h) Fórum: discussão e debate entre os participantes e a plateia. Geralmente, ao final do evento, o coordenador da mesa recolhe as opiniões e apresenta uma conclusão aos participantes.
  • 11. 15 i) Jornada: encontros periódicos de grupos profissionais, de âmbito local ou regional, para discutir assuntos de interesse do grupo. j) Palestra: apresentação de um determinado assunto por um único especialista. É coordenada por um moderador e, após a apresentação, aceitam-se perguntas diretas da plateia. k) Seminário: neste tipo de evento o assunto exposto é geralmente, de conhecimento dos participantes, que se organizam em pequenos grupos de discussão. Este evento pode ser dividido em três fases: exposição, discussão e conclusão. l) Convenção: reunião de profissionais de uma determinada entidade ou empresa, objetivando conhecer novas diretrizes e, também, motivar e interagir os participantes. m) Exposição: geralmente, o participante adquire um espaço físico, onde será montado seu estande. Dependendo do tema, a exposição poderá possuir caráter artístico, industrial, técnico ou cientifico. n) Feira: procura divulgar e comercializar um tipo de produto, como: objetos, vestuários, livros, materiais de escritório, entre outros. Geralmente, as feiras possuem espaços físicos amplos que se transformam em estandes de comercialização. o) Rodada de negócios: tem como finalidade a aproximação de empresas para realizar parcerias e negociar seus produtos e serviços. p) Workshop: são encontros onde há uma parte expositiva seguida de demonstrações do produto a ser comercializado. O workshop pode fazer parte de um evento de maior amplitude. Dessa forma, é possível direcionar corretamente ao público-alvo a partir do formato do evento, encaminhando o participante para uma área mais especifica, seja para um evento mais empresarial ou familiar. Antes da realização de qualquer evento, é necessário um processo de planejamento e com relação aos eventos festivos ou festas, é importante destacar que segundo Allen (2003), este planejamento consiste em estabelecer em que ponto uma organização se encontra no presente e para que ponto seria mais aconselhável que ela se dirigisse futuramente, com as estratégias ou táticas necessárias para chegar até aquele ponto.
  • 12. 16 O autor ainda diz que o inicio do processo de planejamento depende do fato de o evento estar sendo feito pela primeira vez ou de ser preexistente. Sendo um novo evento, deve ser feito um estudo de viabilidade, se esse estudo garantir que o evento tem possibilidade de atender critérios decisivos (tais como lucratividade), ele passa então para a fase de desenvolvimento, e no caso de um evento preexistente, inicialmente deve ser decidido se ele devera ou não ser realizado através da preparação de um documento de oferta, se precisar, deve-se conduzir um estudo mais detalhado de viabilidade para identificar questões decisivas. Segundo Matias (2007), depois de feito todo o processo de planejamento e o pré-evento, a fase decisiva de um evento é o trans-evento, que é o transcorrer das atividades, ou seja, a aplicação das decisões feitas no pré- evento, no qual todas as etapas são acompanhadas mediante a aplicação de uma lista de verificações por área. Maximiano (1997), afirma que esta etapa consiste na execução do plano e controle do projeto do ponto de vista técnico, das atividades e do custo. Com isso, o chamado trans evento é a realização do evento que foi planejado durante o processo de planejamento do evento. Ainda segundo o autor, depois de realizado o evento, deve ser iniciado o processo de encerramento, que consiste em uma avaliação dos resultados esperados com os obtidos. Esta etapa é uma apresentação de um relatório de eventos, realização dos balanços, desmobilização dos recursos e preparação para um novo ciclo. Para Matias (2007), as principais áreas que devem ser analisadas no processo de pós-evento são referentes ao serviço de secretaria, divulgação do pós-evento e serviços complementares. Para Zanella (2010), após o término do evento, deverão ser tomadas as seguintes providencias: promover reunião para avaliar o desempenho e coletar sugestões e informações, realizar inventario de equipamentos remanescentes, acompanhar a desmontagem, realizar levantamento ou coleta de dados e indicadores do evento e elaborar relatório final de desempenho dos resultados. Com isso, o evento só pode dar por encerrado depois de realizar todas as etapas finais, na qual inclui o relatório dos rendimentos obtidos com a realização do mesmo.
  • 13. 17 3 FESTAS POPULARES A expressão festa popular, de acordo com Negrine e Bradacz (2006), é um binômio com significados próprios, sendo entendido como ‘aprovação do povo’, uma vez que as festas costumam manifestar parte da história e da cultura local. O turista que participa de uma festa popular não somente a prestigia, como também acaba por interagir com a cultura local, com os significados e símbolos presentes nas diferentes manifestações culturais, em especial as artísticas e as gastronômicas. Festas são ocasiões para as pessoas reunirem-se e se fortalecerem. Nelas, prevalece o clima da descontração e despreocupação, pois tem leveza e efeito contrario a muitas formas de lazer que são pobres em criatividade e comunhão comunitária, afirma Bueno (2008). Mazoco (2007) ressalta que festas são momentos sociais onde se reafirmam laços de solidariedade, é praticada a sociabilidade, se harmonizam, se unem e, assim, constroem suas identidades sociais. As festas populares expressam a identidade de grupos locais, onde o motivo de encontro atrai e identifica indivíduos de mesma identidade. Sua realização expressa da forma mais fiel possível a vida social da comunidade, afirma Ribeiro (2004). Cruz, Menezes e Pinto (2008), dizem que ao abordar as culturas populares representadas nas festas, crenças, hábitos e tradições, nos saberes do patrimônio cultural brasileiro, revelados tanto na gastronomia, quanto nas danças folclóricas, ou nos ritos e celebrações, procura-se enfatizar que todo espaço ou lugar possui uma significação de existência, o que define uma identidade. Uma vez que expressões culturais diversas convivem em um mesmo espaço e dialogam entre si. O papel social das festas, segundo Balandier (1985), é abrir espaços no interior da sociedade, para não ser apenas um espetáculo onde se joga com a realidade e o imaginário, mas oferece a possibilidade de uma participação ativa onde se criam momentos para a libertação física e psíquica proporcionando a vivencia. De acordo com Alcalde e González (1989), podem-se distinguir quatro dimensões especificas de festas e de todos os fenômenos festivos: a)
  • 14. 18 simbólica, b) sociopolítica, c) econômica e d) estética. Sendo que a mais importante das dimensões é a simbólica, por estar presente em todo fenômeno festivo, definindo e reproduzindo simbolicamente e identidade de um grupo. Quanto a sua característica, as festas populares, de acordo com seus componentes estruturais, podem ser, de acordo com Moura (2001): a) Religiosos: que são ministrados por sacerdotes ou pessoas autorizadas pela igreja, que podem ser missas, procissões, novenas, e etc. b) Profana religiosos: São ministrados por leigos com a aprovação do sacerdote; c) Festas profanas, com caráter de diversão: Possui proposito de segurar os visitantes o maior tempo possível nas festas com leiloes, danças, comidas, barraquinhas, entre outros. Para Cruz, Menezes e Pinto (2008), as festas e comemorações populares são entendidas como ativadoras das relações humanas, já que é nesse contexto que se dá a interação com o outro e que relações coletivas são recriadas e reinventadas ao incorporar características culturais diversas. Segundo Bueno (2008), o fenômeno turístico pode significar a revitalização das festas e oferecer condições para a manutenção de expressões culturais que são sempre ameaçados em meio às condições atuais. Fica claro que as festas populares ocupam um lugar de grande importância e visibilidade na cultura brasileira. Por isso, pode se dizer que as festas estão se multiplicando e ganhando maior notoriedade, pois oferecem ao turista, elementos que o enriquecem na medida em que vivencia uma manifestação cultural diferente. Oliveira e Januário (2007), afirmam que o Brasil viveu um momento importante no que diz respeito ao turismo, com o fortalecimento e integração do desenvolvimento como fator de fortalecimento da economia regional. Existe um efeito multiplicador das atividades que são relacionadas ao turismo, e também benefícios socioeconômicos, que geram impactos positivos para as localidades receptoras. Para Brito e Fontes (2002), os eventos são o maior e melhor meio de desenvolvimento nacional, do fomento da economia e da geração de empregos.
  • 15. 19 O crescimento do mercado de eventos, assim como cria oportunidades para muitos profissionais, acaba tornando um mercado altamente competitivo, por isso, é ideal que o profissional esteja aliado a especializações na área para que tenha maior destaque, é o que afirmam Oliveira e Januário (2007). Segundo Matias (2007), um evento estimula a economia de um município, envolvendo uma grande movimentação nos mais diversos setores da economia, o que ocasiona um aumento geral na arrecadação das receitas, números de empregos (diretos e indiretos), além de criar novas oportunidades para a população local, redistribuindo a renda individual, local e regional. Para Coutinho e Coutinho (2007), o turismo gerado pela realização de eventos ou turismo de eventos, por ser o oposto do turismo convencional, é uma solução para o grande problema da sazonalidade que atinge os meios de hospedagens no período considerado de baixa temporada (baixa ocupação hoteleira), pois garantem a chegada de turistas de várias regiões do país e até do mundo, que na sua maioria irá consumir todos os tipos de serviços oferecidos. Fica clara, com isso, a importância socioeconômica de um evento para um determinado município. Para as autoras, existem diversos exemplos de eventos realizados que foram sucesso em diversas cidades do país, tal como a Festa do Peão de Boiadeiro em Barretos, que movimenta a região como um todo, aumentando a economia local. Todavia, necessita-se levar em consideração alguns aspectos fundamentais para o sucesso de uma festa popular, como a valorização da cultura da região, a hospitalidade do povo, a gastronomia típica, a infraestrutura do parque e as estruturas de apoio da região. 3.1 Cultura Durante o período feudal, os festejos de carnaval e os espetáculos cômicos, expressões da cultura popular, eram de grande importância na vida dos homens e muito diferentes das cerimônias oficiais sérias da Igreja e do Estado feudal, afirma Fressato (2009). O autor afirma que no feudalismo, a cultura popular do riso desenvolveu- se paralelamente à cultura oficial. A expressão séria imperava, pois essa era
  • 16. 20 considerada da verdade e do bem. A seriedade defendida pela Igreja trouxe a necessidade de legalizar, fora dela, os excluídos, como a alegria e o riso, portanto foram as festas que sancionaram o riso. Segundo Abreu (2003), desde o final do século XIX, no Brasil, a expressão cultura popular faz parte de um pensamento intelectual, formada por folcloristas, antropólogos, sociólogos, educadores e artistas, que se preocuparam em construir uma identidade cultural. Para Lóssio e Pereira (2007), a evolução e as perspectivas da cultura popular englobam um contexto de inovação, sem descaracterizar, como também o enfoque tradicional é distorcido, acontecendo esse fenômeno em diversas manifestações populares. Para o autor, este fenômeno é atribuído como uma tendência das culturas de massa, contexto no qual a cultura popular é vista como um extraordinário fenômeno de pesquisa. A cultura também pode movimentar uma região, pois além de oferecer novas formas de trabalho, também oferece outras oportunidades. Muitas vezes uma apresentação, artesanato, ou até mesmo os ingredientes da culinária regional, são modificados para facilitar o consumo. Para Abreu (2003) o fundamental é considerar a cultura popular como um instrumento que serve como auxilio, para colocar problemas, evidenciar diferenças e ajudar a pensar a realidade social e cultural, seja ela a da sala de aula, do cotidiano, ou das fontes históricas. Muito mais fácil do que definir cultura popular é localizá-la em países como o Brasil, onde o acesso à modernidade não eliminou práticas e tradições pré-modernas. Cruz, Menezes e Pinto (2008), acreditam que é importante ressaltar que as festas culturais são traços de um conjunto etnográfico da história e da cultura de todos os povos, em todos os níveis e classes sociais. Por isso, as misturas étnicas, formam um alicerce etnográfico comum a todo território com suas tradições de ordem religiosas e sociais firmadas no Brasil. Lóssio e Pereira (2007), afirmam que existem muitas maneiras de valorizar a cultura popular: a) pela dimensão de símbolos que possuímos através da comunicação e b) pelas questões de rivalidades entre as manifestações, que desta forma aceleram a competição sadia, incentivando a
  • 17. 21 criatividade, e também pela afetividade. Neste sentido, o afeto faz da manifestação uma divindade. Cruz, Menezes e Pinto (2008), dizem que devido as diferentes culturas no Brasil, as maneiras que as sociedades celebram seus rituais, santos, festas, colheitas, datas comemorativas foram ampliadas. Portanto, é de interesse turístico conhecer, valorizar e utilizar-se dessas práticas culturais como atrativo para a viagem. De acordo com Carvalho (2007, p. 64): As manifestações culturais estão no centro do espaço ocupado hoje pelos estudos folkcomunicacionais (comunicação e folclore). A partir deste diagnóstico inicial, as mesmas podem ser entendidas como formas de expressão da cultura de um povo, constituindo movimento de determinada cultura, em época e lugar específicos. Pensando assim, as manifestações culturais podem ser representadas pela voz social, onde o grupo pode encontrar para expor seu interior, expressar pensamentos, o que desejam realizar ou modificar. Segundo Silva e Pritsch (2012), a cultura age como uma variável inovadora quando é inserida dentro do processo de desenvolvimento regional, pois além de agregar todo um resgate social, ainda capta o respeito com os modos e costumes da vida, fortalece a identidade da sociedade e dá maior visibilidade para os visitantes da localidade. Recuperar algo que não é estático ou que não possui contornos definidos é um processo dinâmico, incessante de construção e reconstrução, de invenção e reinvenção. Ou seja, resgatar a cultura não é fácil de alcançar. (FLORES, 1977). No entanto, é observado que as manifestações culturais são resultantes de interações e oposições no tempo e no espaço. Assim, afirma Carvalho (2007, p. 66), “Com o passar inevitável dos tempos, traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades variadas as diferentes sociedades, exatamente porque a cultura não pode ser entendida como estática e, consequentemente, as manifestações culturais também não”. Portanto, a cultura relacionada às festas populares está presente desde muito tempo e existe uma busca constante de valoriza-la de forma a fortalecer a identidade cultural de uma região.
  • 18. 22 3.2 Hospitalidade O termo Hospitalidade, segundo Walker (2002, p. 4) é tão antigo quanto a própria civilização. Deriva da palavra de origem francesa ’hospice’ e significa dar ajuda ou abrigo aos viajantes. A palavra hospitalidade, tal como ela é usada hoje, teria aparecido pela primeira vez na Europa, provavelmente no início do século XIII e designava hospedagem gratuita, atitude caridosa oferecida aos viajantes da época. Para conceituar a hospitalidade, Lashley (2004, p. 5) afirma que são vários comportamentos que dizem respeito à maneira pela qual se recebe alguém que não faça parte do seu próprio espaço, acolhendo no nosso. Foram originadas na própria sociedade. Para o autor, o termo hospitalidade pode ser determinado como atividade econômica. A hospitalidade pode modificar as pessoas, influenciando direta ou indiretamente na construção da identidade social, visto que ao mergulhar em outra cultura, o ser humano leva consigo o que mais lhe toca. O relacionamento humano é enriquecido com todo o aprendizado proporcionado nessas relações, principalmente por modificar a visão de mundo dos envolvidos (DIAS, 2002). Grinover (2002, p. 28) destaca que: A troca de determinados valores entre visitado e visitante proporciona uma enorme riqueza de conhecimentos, modificando sua visão de mundo e acrescentando valores inconfundíveis ao relacionamento humano. A dimensão dessas mudanças e transformações permite novas configurações sociais e culturais. A influência provocada pelas interações, que ocorrem em localidade de grande vocação turística [e por que não dizer também nas festas], refere-se ao modo de vida dos moradores, à expressão linguística, à gastronomia, aos hábitos de entretenimento. Campos (2008) salienta que antigamente, a hospitalidade significava hospedagem gratuita oferecida aos viajantes, hoje devido a novos acontecimentos, como o capitalismo, a industrialização, o desenvolvimento técnico e científico e outros, a definição de hospitalidade, sofreu alterações: O que antes era uma forma espontânea e gratuita de acolhimento, hoje vem se
  • 19. 23 tornando um meio de ganhar divisas, que vai além dos limites de hotéis, restaurantes, lojas ou estabelecimentos. Jones e Lockwood (2004, p. 225), relatam o surgimento da hospitalidade da seguinte forma: Em Roma foi desenvolvido uma série de operações de hospitalidade relacionadas ao ato de comer, beber e acomodar. As poucas pessoas que tinham condições de viajar, ou viajavam, como o Rei, hospedavam-se em castelos mais próximos à custa da nobreza local. Os mosteiros, as abadias e as propriedades privadas eram utilizados para alojar a pequena quantidade de viajantes. Grinover (2002, p. 26) ressalta que as raízes históricas da hospitalidade surgiram da seguinte forma: Vale assinalar que a palavra hospitalidade tal como ela é usada hoje teria aparecido pela primeira vez na Europa, provavelmente no inicio do séc. XIII, calcada na palavra latina Hospitalis. Ela designava a hospedagem gratuita e a atitude caridosa oferecidas aos indigentes e dos viajantes acolhidos nos conventos, hospícios e hospitais. Montandon (2003) acredita que antigamente, existia uma ideia elevada sobre a hospitalidade. Esta ideia prevalece em países e províncias não muito povoados, ou onde os costumes mais simples predominam, com menos riquezas, luxo e corrupção ou até mesmo no campo. Na maioria das cidades, onde prevalece a alta sociedade, começa a banir a simplicidade, fazendo com que a hospitalidade não passe de uma regra de boa educação. Todavia, a hospitalidade não consiste apenas em receber o outro. O ato de hospedar e ser hospitaleiro consiste na aproximação de culturas, costumes e pessoas diferentes. É uma relação de troca de valores entre o visitado e visitante. Camargo (2004, p, 05), associa a hospitalidade a princípios religiosos, fazendo uma análise: Principio básico de um grande número de ordens religiosas católicas, desde os primeiros beneditos e cistercienses, cujos mosteiros até hoje cultuam as regras originais da hospitalidade e muitos deles vêm mesmo se transformando em hotéis e pousadas. A noção de hospitalidade coaduna-se com os princípios básicos de todas as religiões. Porém alguns acreditam que o conceito de hospitalidade está necessariamente associado ao oferecer produtos na área de alimentos e bebidas.
  • 20. 24 Já, Morcerf (2002) associa o ato de hospedar a chás, reuniões e conversas amenas, pois a hospitalidade é o ato de hospedar afetuosamente, o que pode significar um atributo a quem é hospitaleiro. Em contrapartida, Cruz (2002) define a hospitalidade como um fenômeno amplo, que não se restringe somente à oferta ao visitante, de abrigo e alimento. Dalpiaz (2011) afirma que é necessária excelência nos serviços prestados, educar a comunidade, investir em infraestrutura, para uma hospitalidade ideal, pois vai desde o atendimento, sinalização, estradas e até higiene e segurança Para o autor, pode-se dizer que a hospitalidade, o bem receber, compreende os esforços despendidos pelo poder publico e a iniciativa privada. Receber os visitantes com atenção e demonstrar que o local está preparado para recebê-lo é primordial. O autor afirma que no turismo, a hospitalidade é muito mais evidenciada, pois está presente em todas as atividades relacionadas, desde a facilitação, o desenvolvimento, transportes e comunicações, educação e capacitação e prestação de serviços. De uma forma geral, a hospitalidade pode ser apresentada por inúmeras formas e fatores, com diversos conceitos e associações, pois não possui um conceito único e universal. Podendo então concluir que a hospitalidade é algo que independente do tempo, é associada ao bem-estar e satisfação do cliente. 3.3 Estrutura física Dalpiaz, et al (2007) afirma que uma comunidade ou região que visa o turismo como uma fonte de renda, deve primeiramente promover o desenvolvimento da infraestrutura básica, para em um segundo momento fomentar a atividade turística no local. Deve-se ressaltar que nos últimos 50 anos, o turismo tornou-se fundamental para a vida das pessoas e para a economia dos países, intensificando-se a partir da revolução industrial, decorrente dos avanços tecnológicos, em especial dos meios de transportes de cargas e de passageiros, registrando nos números do turismo internacional em 1950, cerca
  • 21. 25 de 20 milhões de turistas e no ano de 2000, cerca de 956 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR, 2000). Coutinho e Coutinho (2007), afirmam que a promoção de eventos alimenta culturalmente um município, e também supre as necessidades dos pólos turísticos, que possuem amplo potencial, com boa infraestrutura de serviços e equipamentos e que, no entanto, não possuem nenhuma tradição na prática do turismo. Dalpiaz, et al (2007) diz que para poder disputar com competitividade o mercado internacional de eventos, o Brasil se viu obrigado a criar uma eficiente infraestrutura e a disseminar informações didáticas que permitem a profissionalização do setor e seu ajuste às tendências competitivas desse mercado. Para o autor é preciso investimentos para se concorrer junto ao mercado internacional em iguais condições, além de ser necessário um planejamento cuidadoso e parcerias entre o poder público e privado no que se refere aos investimentos em infraestrutura, estratégias de capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos. Sendo assim, o bem receber não se trata apenas de tratar bem o turista, mas sim oferecer uma boa infraestrutura do destino receptor, qualificação dos profissionais que atuam na área do turismo e uma conscientização da população local, para que o visitante perceba que não é apenas um objeto de lucro para a comunidade. Neste sentido, pode-se destacar que no âmbito regional, estes aspectos também são necessários para a satisfação dos clientes e estruturas internas como: a) Sinalização; b) Banheiros; c) Praças de alimentação; d) Serviços médicos; e) Fraldários; e f) Posto de informações, são infraestruturas necessárias para uma boa receptividade e satisfação dos clientes. Portanto, verifica-se que as infraestruturas necessárias para a realização de festas populares tornam-se importantes também para o bem receber ao público, de modo que influencie positivamente no desenvolvimento turístico do município, fazendo assim, com que o segmento de eventos multiplique o número de visitantes a cada edição.
  • 22. 26 3.4 Gastronomia Cabe enfatizar que a disseminação da cultura engloba também a gastronomia típica da região. No que se refere à gastronomia como produto ou atrativo de uma localidade, de acordo com Scluter (2003, p. 69), "a dimensão social e cultural da gastronomia determinou incorporá-la ao complexo emaranhado das politicas de patrimônio cultural". Para Barroco (2003) o turismo e a gastronomia não se separam, pois ao pensar em turismo, é associado com a alimentação, pois o viajante não pode abster-se dela, fazendo com que a cozinha local seja valorizada de certa forma. Para o autor, o ato de alimentar-se é social e cultural, pois possui um significado simbólico para cada sociedade e cultura. É um fator de diferenciação cultura, pois a identidade também pode ser comunicada através do alimento. Assim, a gastronomia de um local se apresenta como uma forma de desenvolvimento turístico e como produto que vem indicando a gastronomia como muito mais que uma simples arte culinária, mas como importante veículo da cultura popular pela forma como vivem os habitantes de cada região em determinada época. Neste sentido a cultura de um país está relacionada com a alma do povo, como a sua gastronomia, seu patrimônio, seus valores, costumes, história, agricultura, religião, aspectos históricos e geográficos. Desta forma a cultura de um lugar e sua comida típica estão intimamente ligados (Córner, 2003). De acordo com Sloan (2005), a refeição deve exercer funções sociais para ser bem sucedido e não simplesmente o ato de comer. Atala (2008) destaca que os empreendimentos gastronômicos tem uma importante função na sociedade regional, que é a de resgatar e fortalecer a cultura e as tradições locais através de pratos típicos regionais. O autor afirma que a gastronomia é um fator de diferenciação cultural e desta forma adquire uma importância cada vez maior para a promoção de um destino turístico. Silva e Pritsch (2012) acreditam que para além de atender as necessidades dos seus clientes, encantá-los e ao mesmo tempo gerar receita e
  • 23. 27 valorização da cultura regional, a atividade gastronômica deve buscar desenvolver produtos ligados a cultura regional. No que se refere à gastronomia em festas e eventos regionais Ceretta (2012) acredita que pode ser uma alternativa de interesse turístico, pois nestes encontros existem manifestações culturais à disposição do público para consumo, ou seja, a arte de cozinhar passa a identificar a cozinha regional, de valor cultural, de valor gastronômico. Neste contexto, a comida desperta lembranças que permitem a memória redefinir e reconstruir identidades. Segundo Reinhardt (2007), a comida típica representa uma tradição não necessariamente do dia a dia da população, mas que desperta um sentimento de posse, que faz com que vista a roupagem de seu local de origem. Krippendorf (2000, p.102) sugere que o turista procura muito mais saciar suas necessidades sociais no contato com outros seres humanos e a necessidade de se realizar, através de experiências de atividades criativas ou culturais e de descobertas. Os prazeres do espírito sobre os prazeres do estômago. A gastronomia típica proporciona aos visitantes o convívio com a realidade de determinada localidade, no que se refere a esta alteridade, Dias (2002, p.133) afirma que “a gastronomia é um meio de sociabilidade, pois dá lugar à diferença, ela não é unanimemente chata e enfadonha, ela é um lugar de confronto em que se estabelecem as mais sólidas amizades e os mais suaves laços afetivos”. Por isso, é imprescindível que a relação entre a cultura e a alimentação seja harmônica, pois representam um novo espaço turístico cultural. Portanto, observou-se que a gastronomia típica oferecida em festas populares é de extrema importância, pois influencia tanto para o desenvolvimento de um município ou até mesmo região, como para representar a cultura dos antepassados através das festas populares. 3.5 Estruturas de apoio Albuquerque (2004) afirma que o meio turístico é formado por empresas e/ou serviços competitivos que recebem o apoio de uma rede de provedor de insumos e serviços. Possuem como base de apoio as organizações que lhes
  • 24. 28 oferecem recursos humanos capacitados, tecnologia, recursos financeiros, infraestrutura física e clima de negócios. É formado por: a) meios de hospedagem, agencias de viagem, operadoras turísticas, empresas de alimentação turística, empresas de entretenimento, empresas vendedoras de artesanato e produtos típicos, centros comerciais, galerias de arte, etc. b) provedores de serviços: transportadoras, informações turísticas, locadoras de veículos e automóveis, atendimento a veículos, centros de convenções, parques de exposições, auditórios, fornecedores de alimentação, construção civil, artesãos, sistema de comunicação, serviço de energia elétrica, entre outros. Portanto, para que funcione é preciso total sinergia entre todos os envolvidos. Faz-se necessário total consciência por parte do empreendedor quanto das condições de infraestrutura de apoio (acessibilidade, energia, saneamento básico, entre outros), além das questões ambientais, do fluxo de turistas, da concorrência, etc. Albuquerque (2004) ainda afirma que os eventos geram muitas divisas para uma localidade, pois uma vez que um turista participa de um evento, ele se hospeda, faz suas refeições, faz compras, geralmente vem acompanhado e com isso deixa capital para a cidade receptora. Pensando assim, diversos países possuem ótima infraestrutura para receber grandes eventos, com hotéis de qualidade e grandes centros de convenções. A autora acredita que os eventos mobilizam a estrutura de um município inteiro, a começar pelo poder público que deve colocar em prática uma série de medidas de melhoria de infraestrutura para ser possível que a cidade sedie um evento e que também sejam aproveitadas em beneficio da comunidade. Segundo Fellini (1973, p.73), a atividade turística necessita de três componentes básicos: a) Infraestrutura de base: que compreende as condições de acesso (estradas, ferrovias, aeroportos, rodovias, hidrovias, etc.) e as de caráter urbano (redes de energia, água, iluminação, esgotos). b) Superestrutura turística: que é representada pelo conjunto de elementos que possibilitam a estada dos visitantes em determinado local (acomodação, alimentação, comércio, diversões, agências de viagens, lazer). c) Indústria turística em sentido estrito: alojamento e alimentação (hotéis, campings, restaurantes, bares, pousadas).
  • 25. 29 4 A OKTOBERFEST Moyano, et al (2014) afirma que a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul teve sua primeira edição em 1984 e tem sido realizada sempre no mês de outubro com uma duração aproximada de 10 dias de festa com várias atrações aos turistas. É um evento realizado anualmente pela Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul – ASSEMP, em parceria com a prefeitura municipal, e é considerado o terceiro maior evento do gênero no mundo, ficando atrás apenas da Oktoberfest de Munique, na Alemanha, e da Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina. Conforme o site oficial da ASSEMP, o município de Santa Cruz do Sul foi fundado em 1844 e é modelo de desenvolvimento humano e social, culturalmente famoso por cultuar as tradições e o folclore germânico e pelas festas, entre elas a Oktoberfest, que atrai anualmente milhares de turistas para a cidade gerando emprego e influenciando na economia da região. A festa procura manter e divulgar as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores, considerado um evento turístico importante para a região, pois evidencia a música, a dança e a gastronomia alemã. Segundo o site oficial do evento, os preparativos para a realização da festa iniciam um ano antes, envolvendo o trabalho de mais de 3000 voluntários, parceiros, produtores, empresas, patrocinadores e apoiadores, que trabalham para elaborar uma programação que contemple toda a população, com principal destaque às tradições germânicas. De acordo com a prefeitura de Santa Cruz do sul, o evento acontece em uma área de 14 hectares localizada na região central da cidade, o espaço é dotado de infraestrutura para a realização de eventos esportivos, de lazer e turismo. Para isso, conta com um Ginásio Poliesportivo com capacidade para 8 mil pessoas, onde realizam-se shows musicais, eventos culturais e torneios esportivos. Além disso, o Parque da Oktoberfest possui um campo de futebol, pista atlética, quadras de basquete e futsal, pista de bicicross e pavilhões para feiras e exposições.
  • 26. 30 5 PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo foi realizada durante os dias 07 a 18 de Outubro, nos turnos do dia e da noite com pessoas que frequentaram o evento Oktoberfest de Santa Cruz do Sul. Com relação aos aspectos metodológicos foi aplicado um questionário que visava averiguar as motivações que levaram o público a descolocar-se até o evento. O questionário foi dividido em dois blocos, o primeiro refere-se aos dados de identificação do entrevistado e o segundo é sobre o evento. Após esta etapa, foi realizado um pré-teste do questionário para retirar possíveis dúvidas dos entrevistados em relação aos questionamentos discutidos na ferramenta de coleta dos dados. Estes questionários foram aplicados a entrevistados que não fizeram parte da pesquisa. Durante a realização da festa, os questionários foram aplicados nos turnos tarde e noite, por acadêmicos do Curso de Bacharelado em Turismo junto ao estande de informações turísticas da Oktoberfest. Além disso, procurou verificar a opinião dos visitantes sobre a infraestrutura do parque, com relação à sinalização, decoração, organização, qualidade dos serviços prestados e etc. 5.1 Resultados da pesquisa Com relação aos resultados da pesquisa, verifica-se que há diferentes incidências de respostas por parte dos entrevistados a partir da aplicação do questionário desenvolvido (apêndice A). De acordo com as informações obtidas no grupo investigado, resultados foram alcançados. Com relação à identificação dos entrevistados, os resultados apresentaram as seguintes informações:
  • 27. 31 GRÁFICO 1 – MUNICÍPIO DE ORIGEM Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que 54% dos entrevistados são oriundos do municio de Santa Cruz do Sul, 10% dos entrevistados oriundos de Vera Cruz, 4% dos entrevistados oriundos de Cachoeira do Sul, 4% dos entrevistados são oriundos de Rio Pardo, 4% dos entrevistados são oriundos de Sinimbu, 4% dos entrevistados são oriundos de Venâncio Aires, 4% dos entrevistados são oriundos de Lajeado e 16% dos entrevistados oriundos de outros municípios, que são Cerro Branco, Estrela, Encruzilhada, Candelária, Pelotas, Passa Sete, Rio do Sul (SC) e Mogi das Cruzes (SP). Percebeu-se a partir deste gráfico que a maior parte das pessoas que visitaram o evento são oriundos da região do Vale do Rio Pardo, o que pode caracterizar indícios de um turismo desenvolvido em nível regional. Apesar de possuir entrevistados de outras localidades o turismo intermunicipal, neste caso caracterizou a maior parte das respostas dos pesquisados. Com relação ao gráfico 2: faixa etária dos entrevistados, os dados apontaram para os seguintes resultados: 54% 10% 4% 4% 4% 4% 4% 16% Santa Cruz Do sul Vera Cruz Cachoeira do Sul Rio Pardo Sinimbu Venâncio Aires Lajeado Outras Município de origem
  • 28. 32 GRÁFICO 2 – FAIXA ETÁRIA Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que 2% dos entrevistados são menores de 18 anos, 42% do entrevistados possuem 18 a 21 anos, 32% dos entrevistados possuem 22 a 25 anos, 6% dos entrevistados possuem 26 e 29 anos, 10% dos entrevistados possuem 30 a 33 anos, 4% dos entrevistados possuem 34 a 40 anos e 4% dos entrevistados possuem idade acima de 40 anos. Com isso, observou-se que a maior parte dos visitantes são de 18 a 25 anos, caracterizando um publico jovem, o que evidencia certa mobilização deste público para o prestigio do evento. Com relação ao gráfico 3: profissão dos entrevistados, os dados apontaram para os seguintes resultados: 2% 42% 32% 6% 10% 4% 4% Menores de 18 anos 18 a 21 anos 22 a 25 anos 26 a 29 anos 30 a 33 anos 34 a 40 anos Acima de 40 Faixa etária
  • 29. 33 GRÁFICO 3 – PROFISSÃO Fonte: Dados da pesquisa. Percebeu-se que 42% dos entrevistados são estudantes, 4% dos entrevistados são secretárias, 4% dos entrevistados são monitoras, 6% dos entrevistados são advogadas, 8% dos entrevistados são auxiliar administrativo, 4% dos entrevistados são professoras, 4% dos entrevistados estão desempregados e 28% dos entrevistados possuem outras profissões. Ao analisar os questionários, foi observado que a maior parte dos entrevistados são estudantes, o que reforça a ideia de que o público que frequentou a festa são pessoas de até 25 anos. Com relação ao gráfico 4: motivo da visita, os dados apontaram para os seguintes resultados: 42% 4% 4% 6% 8% 4% 4% 28% Profissão
  • 30. 34 GRÁFICO 4 – MOTIVO DA VISITA Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que 10% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de diversão, 34% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de passeio, 10% dos entrevistados visitaram a festa para prestigiar o evento, 10% dos entrevistados visitaram a festa pelos shows, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de pesquisa, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de compras, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de exposições, 6% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de trabalho, 10% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de lazer, 2% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de turismo, 4% dos entrevistados visitaram a festa por motivo de cultura e 8% dos entrevistados não informou o motivo de visita. Com isso, ficou claro que a maior parte dos entrevistados estava na festa para passear, caracterizando um público descontraído e disposto a conhecer a cultura dos seus antepassados. Com relação ao gráfico 5: turno do questionário, os dados apontaram para os seguintes resultados: 10% 34% 10% 10% 2% 2% 2% 6% 10% 2% 4% 8% Motivo da visita
  • 31. 35 GRÁFICO 5 – TURNO DO QUESTIONÁRIO Fonte: Dados da pesquisa. Analisou-se que 56% dos entrevistados responderam a pesquisa no turno do dia e 44% dos entrevistados responderam a pesquisa no turno da noite. Portanto, observou-se que o público que frequentou o evento no turno do dia é mais direcionado para famílias, tendem a possuir maior interesse em conhecer a cultura, o significado da festa e seus antepassados, já o público que frequentou o evento no turno da noite, era mais jovem, com o intuito de assistir aos shows nacionais, frequentar as festas que acontecem durante a madrugada e para beber. Com relação ao gráfico 6: escolaridade, os dados apontaram para os seguintes resultados: 56% 44% Dia Noite Turno do questinário
  • 32. 36 GRÁFICO 6 – ESCOLARIDADE Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que 2% dos entrevistados estão cursando o ensino médio, 10% dos entrevistados possuem o ensino médio completo, 66% dos entrevistados possuem ensino superior incompleto, 18% dos entrevistados possuem ensino superior completo e 4% dos entrevistados possuem pós- graduação. Analisou-se que a maior parte dos entrevistados está cursando ensino superior ou já completaram, caracterizando um público instruído a ter maior interesse quanto à cultura e conhecimento, facilitando assim, no que se refere à conscientização da população sobre a importância que a festa popular possui para o desenvolvimento do município e região. Portanto, ao analisar estes dados chegou-se a conclusão de que a população está disposta a conhecer a cultura de seus antepassados. Com relação aos dados obtidos a partir do questionário aplicado, referente aos temas abordados na festa popular Oktoberfest, os resultados apontaram diferentes informações. No gráfico 7: atrações que motivaram a vista ao evento, apresentam-se os seguintes resultados: 2% 10% 66% 18% 4% Ensino médio incompleto Ensino médio completo Superior incompleto Superior completo Pós graduação Escolaridade
  • 33. 37 GRÁFICO 7 – ATRAÇÕES QUE MOTIVARAM A VISITA AO EVENTO Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que 9% dos entrevistados visitaram o evento em função das atrações turísticas, 6% dos entrevistados afirmaram que o principal motivo para visitar o evento foi o desfile típico, 14% dos entrevistados visitaram o evento pela cerveja, 14% dos entrevistados foram motivados a visitar o evento pelas festas e lonões, 17% dos entrevistados visitaram o evento pela gastronomia típica e 18% dos entrevistados visitaram o evento para prestigiar os shows nacionais. A partir deste gráfico verificou-se que a maior parte dos entrevistados visitou o evento para prestigiar os shows nacionais que aconteceram dentro do evento, com isso, caracterizou-se um publico mais voltado à diversão. Boa parte dos entrevistados afirmou que teve interesse em visitar o evento para conhecer a comida típica que foi oferecida, o que nos remete a um maior interesse sobre a cultura regional. Com relação às atrações (cerveja, festas e lonões) verificou-se que os entrevistados consideram estas atrações motivantes para a vinda de turistas. Todavia um dado preocupante está relacionado ao desfile típico, sendo este aspecto o menos importante na visão dos entrevistados. Com relação à 9% 6% 14% 14% 17% 18% Atrações turísticas Desfile típico Cerveja Festas e lonões Gastronomia típica Shows nacionais Atrações que motivaram a visita ao evento
  • 34. 38 sustentabilidade cultural da festa, pode representar uma informação a ser melhor analisada, no sentido de valorização regional. Turisticamente analisando o interesse demonstrado pelos visitantes em conhecer a gastronomia típica como uma das principais atrações da festa, é uma informação interessante, pois o significado que a Oktoberfest possui está sendo propagado de forma mais intensa. No gráfico 8: decoração e organização do parque, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 8 – DECORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PARQUE Fonte: Dados da pesquisa. Observou-se que 20% dos entrevistados acharam a decoração e organização do parque razoável, 46% dos entrevistados acharam satisfatório, 28% dos participantes acharam ser muito satisfatório e 6% dos participantes acharam excelente. Com esta analise, percebeu-se que a maior parte dos entrevistados acharam a decoração e organização satisfatória, pois apesar de a decoração lembrar os traços germânicos e ser pontual com a cultura, fazendo com que Santa Cruz do Sul tenha sua própria identidade, o parque poderia ser melhor 20% 46% 28% 6% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Decoração e organização do parque
  • 35. 39 organizado, pois segundo alguns entrevistados, as atrações estavam mal distribuídas, favorecendo o fluxo de pessoas para apenas um lado do parque. Alguns entrevistados observaram que alguns locais do parque poderiam ser explorados de melhor forma e outros deixaram a desejar, como a necessidade pintura em algumas partes. Porém, levando em consideração as dificuldades climáticas enfrentadas nos dias da festa, boa parte dos entrevistados afirmou que a organização e decoração do parque estava muito satisfatório. Turisticamente analisando a organização do parque, destaca-se que é necessário realizar o planejamento com antecedência para que os possíveis problemas possam ser resolvidos antes do inicio do evento. Com relação ao gráfico 9: placas de informação e sinalização do parque, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 9 – PLACAS DE INFORMAÇÃO SINALIZAÇÃO DO PARQUE Fonte: Dados da pesquisa. Analisou-se que 35% dos entrevistados acharam que as placas de informação e sinalização do parque estavam razoáveis, 42% dos entrevistados acharam satisfatório, 14% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 8% dos entrevistados acharam excelente. 35% 42% 14% 8% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Placas de informação e sinalização do parque
  • 36. 40 Ao observar os dados obtidos nos questionários, verificou-se que a maior parte dos entrevistados acharam que as placas de sinalização do parque estavam satisfatórias, pois apesar de possuir as informações úteis e necessárias, poderiam haver mais indicando locais de alimentação, feira, parque de diversões, lonões e etc. Alguns entrevistados também mencionaram o fato de que as placas de sinalização apenas foram instaladas na segunda semana de evento, o que dificultou a localização para os visitantes que frequentaram o evento na primeira semana. Turisticamente analisando as placas de informações e sinalização do parque, estas precisam ser instaladas em maior quantidade e em mais partes dentro do parque e de forma que garantam boa visibilidade. Ao analisar o gráfico 10: atrativos musicais e shows da Oktoberfest, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 10 – ATRATIVOS MUSICAIS E SHOWS DA OKTOBERFEST Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que 14% dos entrevistados responderam que os atrativos musicais e shows da Oktoberfest foram razoáveis, 44% dos entrevistados 14% 44% 28% 14% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Atrativos musicais e shows da Oktoberfest
  • 37. 41 acharam satisfatório, 28% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 14% dos entrevistados acharam excelente. A maior parte dos entrevistados afirmou que os atrativos musicas e shows da Oktoberfest foram satisfatórios, pois apesar de atender a diversos públicos, com shows nacionais de diferentes estilos musicais, ainda encarece de atrativos musicais mais voltados à cultura alemã, ou seja, mais reconhecimento às bandinhas e não tanta valorização apenas aos shows nacionais. Entretanto, em diversos dias do evento, foram disponibilizadas atrações com bandinhas típicas da cultura germânica para quem tivesse interesse, porém, a maior parte era no turno da tarde o que dificulta para pessoas que trabalham neste período. No que se refere ao gráfico 11: vestimentas e roupas típicas dos visitantes da Oktoberfest, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 11 – VESTIMENTAS E ROUPAS TÍPICAS DOS VISITANTES DA OKTOBERFEST Fonte: Dados da pesquisa. Constatou-se que 16% dos entrevistados consideram as vestimentas e roupas típicas dos visitantes da Oktoberfest razoável, 46% acham satisfatório, 20% acham muito satisfatório e 18% acham excelente. A maioria dos entrevistados acha que as roupas típicas e vestimentas utilizadas por visitantes durante a festa são satisfatório, o que não é um sinal positivo. Nos anos anteriores, quem estava vestido a caráter podia entrar na festa gratuitamente, e neste ano, quem estava vestido a caráter pagava 16% 46% 20% 18% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Vestimentas e roupas típicas dos visitantes da Oktoberfest
  • 38. 42 metade do valor da entrada no parque, o que ocasionou desmotivação por parte de alguns entrevistados, pois a entrada gratuita era uma forma de incentivar a utilização dos trajes típicos, mesmo que muitas vezes apenas por interesses financeiros. Para Monticelli (2014), influenciar o uso das roupas típicas instiga os usuários a conhecer e entender sobre o passado, sua cultura que está envolvida nos trajes e a forma de perceber a atual sociedade em relação aos valores desta roupa. Portanto, observou-se que como forma de incentivo ao uso do traje típico, a entrada deveria permanecer sendo gratuita para pessoas que estiverem usando o traje típico devidamente correto, pois muitas pessoas fazem uso de apenas algum acessório que faz parte do traje para tentar conseguir benefícios. O gráfico 12: comida típica oferecida na Oktoberfest, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 12 – COMIDA TÍPICA OFERECIDA NA OKTOBERFEST Fonte: Dados da pesquisa. Observou-se que 18% dos entrevistados afirmou que a comida típica oferecida na Oktoberfest foi razoável, 30% dos entrevistados afirmou que era satisfatório, 32% dos entrevistados afirmou que era muito satisfatório e 20% dos entrevistados achou excelente. 18% 30% 32% 20% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Comida típica oferecida na Oktoberfest
  • 39. 43 Com isso, pode-se notar que as opiniões positivas foram da maior parte dos entrevistados, o que nos remete a um quadro de sensibilização da população em relação à gastronomia típica regional, pois de certa forma, o simples fato de despertar curiosidade, fazer com que o turista sinta interesse, e saiba que tem a sua disposição já é um indicio de que a comida típica germânica está sendo difundida pela região. Ao destacar a comida típica como de grande importância para o turismo local, Barroco (2006) afirma que através da alimentação é possível visualizar e sentir as tradições que não são ditas. A alimentação é também memória, opera no imaginário de cada pessoa, pois é associada aos sentidos. Turisticamente analisando no que se refere à gastronomia típica, está sendo pouco difundido, pois a divulgação não acontece de forma a comover e sensibilizar da sua importância. Com relação ao gráfico 13: atrativos culturais e artesanato no parque, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 13 – ATRATIVOS CULTURAIS E ARTESANATO NO PARQUE Fonte: Dados da pesquisa. Verificou-se que 10% dos entrevistados acharam que os atrativos culturais e artesanato oferecido no parque era razoável, 46% dos entrevistados 10% 46% 34% 10% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Atrativos culturais e artesanato no parque
  • 40. 44 acharam satisfatório, 34% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 10% acharam excelente. Ao analisar os dados obtidos no questionário, os entrevistados demonstraram certa carência em relação aos atrativos culturais e artesanato que foram oferecidos no parque, pois 46% dos entrevistados acharam satisfatório, o que é ruim, a cultura e o desenvolvimento não se separam, portanto, o conhecimento da cultura reforça a valorização, bem como o desenvolvimento da região e havia apenas uma loja especializada neste tipo de serviço. Para Lóssio e Pereira (2007) a economia da cultura pode movimentar a região ao oferecer oportunidades, além de novas formas de trabalho. Muitas vezes existe descaracterização de apresentações culturais, artesanatos, ou até mesmo mudança dos ingredientes da culinária regional para padronizar em busca da facilidade para o consumo. Ao mencionar os atrativos culturais e artesanato oferecidos durante os dias de festa, aconteciam apresentações ofertadas para diversas faixa etárias, com apresentações de teatro, dança, entre outros. Com relação ao gráfico 14: atrativos mais importantes, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 14 – ATRATIVOS MAIS IMPORTANTES Fonte: Dados da pesquisa. 14% 20% 36% 24% 14% Parque de diversões Roupas típicas dos visitantes Festas, shows e chopp Organização e sinalização do parque Gastronomia Atrativos mais importantes
  • 41. 45 Observou-se que 14% dos entrevistados acham que o parque de diversões é o atrativo mais importante, 20% dos entrevistados acham que as roupas típicas dos visitantes é o atrativo mais importante, 36% dos entrevistados acham que as festas, shows e chopp são os atrativos mais importantes, 24% dos entrevistados acham que a organização e sinalização do parque são os atrativos mais importantes e 14% dos entrevistados acham que a gastronomia típica é o atrativo mais importante. Nesta questão, foi solicitado aos entrevistados que assinalassem por ordem de importância os atrativos que mais motivou o prestigio ao evento. Portanto, o atrativo que mais agradou ao publico foram as festas, shows e chopp, o que influenciou diretamente na demanda do publico durante a festa. Neste sentido percebe-se que a motivação relacionada aos atrativos culturais como as roupas típicas e a gastronomia é menor que a média de interesse dos outros atrativos. Turisticamente falando, este dado é preocupante, pois o proposito principal da festa é o de disseminar a cultura germânica, fato que não acontece durante as festas e shows que acontecem dentro do evento. Com relação ao gráfico 15: hospitalidade da equipe oferecida no parque, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 15 – HOSPITALIDADE DA EQUIPE OFERECIDA NO PARQUE Fonte: Dados da pesquisa. 10% 38% 16% 36% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Hospitalidade da equipe oferecida no parque
  • 42. 46 Contatou-se que 10% dos entrevistados acharam que a hospitalidade da equipe oferecida no parque foi razoável, 38% dos entrevistados acharam satisfatório, 16% dos entrevistados acharam muito satisfatório e 36% acharam excelente. A hospitalidade oferecida no parque está bem conceituada, o que remete a uma pontuação positiva para o município, pois ao procurar encontrar elementos que contribuem para o desenvolvimento do turismo, e considerando as relações que o turista possui com a comunidade receptora, constatou-se que a hospitalidade é de grande importância. Camargo (2004) considera hospitalidade como a preparação do espaço publico para representar o direito de ir e vir do ser humano. Para o autor, esse espaço privilegia tanto o cotidiano dos moradores locais, como os problemas oriundos da dimensão turística de tal localidade. Turisticamente analisando, a hospitalidade oferecida no parque foi relativamente boa, pois existiam profissionais dispostos a auxiliar os turistas, mesmo que se observou falta de treinamento e capacitação por parte destas pessoas que prestaram serviços durante a Oktoberfest. Com relação ao gráfico 16: informações turísticas oferecidas no parque, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 16 – INFORMAÇÕES TURÍSTICAS OFERECIDAS NO PARQUE Fonte: Dados da pesquisa. 24% 36% 26% 14% Razoável Satisfatório Muito satisfatório Excelente Informações turísticas oferecidas no parque
  • 43. 47 Observou-se que 24% dos entrevistados afirmaram que as informações turísticas oferecidas no parque são razoáveis, 36% dos entrevistados afirmaram que foi satisfatório, 26% dos entrevistados afirmaram que foi muito satisfatório e 14% dos entrevistados afirmaram que foi excelente. Ao analisar as respostas obtidas no questionário, a grande maioria dos entrevistados afirmou não ter feito uso das informações turísticas dentro do parque, pois eram oriundos de Santa Cruz do Sul ou dos municípios ao redor e com isso, por já conhecer a cidade e seus atrativos, responderam por intuição. Portanto, a partir das respostas de entrevistados oriundos de outras regiões, constatou-se a que as informações turísticas oferecidas no parque são poucas ou quase nulas, dificultando o fortalecimento do turismo regional, pois a festa pode ser um grande motivador, segundo Werthner e Ricci (2004) o turismo é uma atividade econômica que depende da informação, pois os produtos e serviços são intangíveis e esta intangibilidade está presente no momento da compra, o que não possibilita ao cliente uma amostra do produto que vai comprar, sendo assim, a informação desempenha um papel importante, pois sustenta a informação. Turisticamente analisando, as informações turísticas oferecidas dentro do parque praticamente não existiram. O que se viu foram apenas alguns estandes com folhetos onde divulgavam os principais serviços que o turista pode precisar, como restaurantes, hotéis, hospitais, entre outros. Com relação ao gráfico 17: significado da Oktoberfest, os dados apontaram para os seguintes resultados: GRÁFICO 17 – SIGNIFICADO DA OKTOBERFEST Fonte: Dados da pesquisa 74% 26% Sim Não Significado da Oktoberfest
  • 44. 48 Verificou-se que 74% dos entrevistados responderam que sim, sabem o significado da Oktoberfest e 26% dos entrevistados responderam que não sabem o significado. Portanto, percebeu-se a partir das respostas obtidas no questionário que apesar de afirmar conhecer o significado da festa, poucos realmente sabem o que significa. Para muitos entrevistados, o significado é “festa de outubro”, porém, alguns visitantes afirmaram que a festa serve para fortalecer, incentivar e valorizar a cultura local. Com isso, fica claro que o conhecimento da cultura regional está escasso, porém se houver uma conscientização da popular local quanto à valorização da sua cultura, pode-se reverter este quadro. Oliveira e Medeiros (2003) relatam o seguinte no que se refere ao sentimento da população em relação aos turistas que visitam uma localidade: Não se deve ignorar quem vive na região hospedeira e que participa diretamente na recepção e atendimento ao visitante. Ao valorizar a mão de obra local, abre-se um espaço para investimentos e conscientização acerca do papel representado por cada um. Ao entender a representação do turismo no que diz respeito à renda imediata e em médio prazo, a população sente-se motivada a interagir no planejamento e execução do mesmo.
  • 45. 49 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar a pesquisa de campo na festa popular intitulada Oktoberfest Santa Cruz do sul, pode-se observar que a relação das festas populares com o turismo é de grande importância. Em tempos de constantes evoluções, preservar a tradição é um ponto fundamental para a valorização da cultura e contribui também, para o fortalecimento da identidade regional. Bueno (2008), afirma que as festas populares ocupam lugar de grande importância e visibilidade na cultura brasileira, pois oferecem ao turista, elementos que o enriquecem ao vivenciar uma manifestação cultural. Neste sentido, cabe enfatizar que as festas populares podem significar desenvolvimento do turismo regional, pois enriquecem a notoriedade de um município ou região, favorecendo seus atrativos. Segundo Lóssio e Pereira (2007), devemos ver a cultura popular na perspectiva da sustentabilidade cultural de desenvolvimento local, assim, ao falar da cultura, estamos necessariamente considerando a vertente da geração de emprego, renda e negócios, além de que, a cultura popular proporciona prazer, o que torna um produto vendável. No que se refere à Oktoberfest Santa Cruz do Sul, a festa popular representa um importante papel para o engrandecimento do turismo no município e região, pois o evento movimenta a economia de toda a infraestrutura de apoio. Para Kotler (2000) as festas atribuem um dos ambientes pelos quais o turista circula ao visitar determinada localidade, e durante a estadia, percebe os elementos que compõem a atmosfera local. A partir disso, o evento, os atrativos turísticos, a hospedagem, a alimentação, entre outros, influenciam diretamente na economia de um município. Porém, toda a infraestrutura de apoio pode ser beneficiada direta ou indiretamente, pois o turista pode precisar de serviços médicos, serviços mecânicos, serviços bancários, entre outras funções que não estão ligados diretamente ao turismo, mas que também movimentam e engrandecem o turismo regional.
  • 46. 50 Negrine, et al (2009), afirma que se por um lado, as festas populares permitem que o turista desfrute das celebrações e comemorações, por outro lado, proporciona benefícios a população local, ao gerar novos ativos econômicos, diversão e promoção da cultura. Quanto maior for a integração da comunidade receptora, maior serão os benefícios das atividades turísticas, visto que quem recebe os turistas são as pessoas que moram na cidade. Para Jesus (2003), o desenvolvimento local é entendido como um processo que mobiliza pessoas e instituições em busca da transformação da economia e da sociedade local, criando novas oportunidades de trabalho e renda. Com isso, observou-se que a Oktoberfest Santa Cruz do Sul está atraindo mais visitantes a cada ano que passa, no entanto, é necessário que aconteça uma conscientização com a população local sobre a importância da festa para o desenvolvimento do município e região. O ensinamento quanto a valorização das tradições deveria ser ensinado nas escolas, desde as séries iniciais, pois se a comunidade receptora não estiver ciente de seus benefícios, pode ser passada uma imagem negativa, muitas vezes até no ato de não oferecer hospitalidade ao visitante interessado em conhecer a cultura. Quanto à infraestrutura da festa, esta deverá passar por diversos ajustes, pois uma festa deste âmbito deve ser organizada planejada da melhor forma possível, visto que pessoas de diversas cidades e de outros estados do país prestigiam este evento, e divulgam positivamente ou negativamente. Para Lóssio e Pereira (2007), quanto maior for a sua valorização, mais incentivos e mais oportunidades ocorreram a partir disso. Portanto, a festa está em evolução e apesar de possuir mudanças a serem feitas, possui grande potencial e pode trazer muitos benefícios no que se refere ao desenvolvimento do turismo regional.
  • 47. 51 REFERÊNCIAS ALLEN, Johnny. Organização e gestão de eventos. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. ALCALDE, A. C. e Olmos, F. C e GONZÁLEZ, A. G. Reprodución de identidades en la romeria del Valle de Zalabi. Barcelona. Antrhropos, 1089. ANDRADE, José Vicente. Turismo: fundamentos e dimensões. São Paulo: Ática, 1992. ANSARAH, Marilia Gomes dos Reis. Turismo: como aprender, como ensinar. São Paulo: Senac São Paulo, 2001. ATALA, A. Escoffianas Brasileiras. São Paulo: Larousse 2008. BALANDIER, Geoges. Le détour, pouvoir e modernité. Paris: Fayard, 1985. BARRETTO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1997. BRITO, Janaina; FONTES, Nena. Estratégias para eventos. Uma ótica do marketing e do turismo. São Paulo: Aleph. 2002. CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. Hospitalidade. São Paulo: Aleph, 2004. CARVALHO, Samanta V. C. B. Rocha. Manifestações Culturais In: GADINI, Sérgio Luiz, WOLTOWICZ, Karina Janz (Orgs.) Noções Básicas de Folkcomunicação. Ponta Grossa:UEPG, 2007. p. 64-66. CERETTA, C.C. Eventos de marca: evidências de valor turístico na gastronomia regional do Rio Grande do Sul-Brasil. Revista Rosa dos Ventos, v. 4, n. 1, 2012, p. 89-99. CÓRNER, D. Martin Rodrigues. La gastronomia española como patrimônio cultural. In: Gastronomia y Turismo. Argentina: CIET, 2003. CRUZ, R. C. Ázida, da. Hospitalidade turística e fenômeno urbano no Brasil: Considerações Gerais. In: Dias, C.Mde Moraes (org.). Hospitalidade: Reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. DIAS, Célia Maria de Moraes (org) et al. Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. FELLINI, Lourdes. Turismo: uma atividade municipal. Porto Alegre: EST, 1983. FLORES, M. B. R. Oktoberfest: turismo, festa e cultura na estação do chopp. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1997.
  • 48. 52 GRINOVER, Lúcio. Hospitalidade: um tema a ser reestudado e pesquisado. In: Dias, C.M de Moraes (org). Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São Paulo. Manole, 2002. HUGHES, Howard. Artes, entretenimento e turismo. São Paulo: Roca, 2004. JESUS, Paulo De. Desenvolvimento local. In CATTANI, Antonio David. A outra economia. São Paulo: Veraz, 2003. JONES, Peter; LOCKWOOD, Andrew. Administração das Operações de Hospitalidade. In: LASHLEY, Conrad e MORRISON, Alison. Em Busca da Hospitalidade: Perspectivas para um mundo globalizado. São Paulo: Manole, 2004. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Editora Prentice- Hall, 2000. KRIPPENDORF, Jost. 2000. Sociologia do Turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo, SP: Aleph. LAPIERRE, J; HAYES, D. The Tourism satellite account. Statistcs Canada, Ottawa, 1994. LASHLEY, Conrad; MORRISON, Alison. Em busca da Hospitalidade. Perspectivas para um mundo globalizado. Barueri: Manole, 2004. LICKORISH, Leonard John. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. MATIAS, Marlene. Organização de Eventos. 3. ed. São Paulo: Manole, 2007. MAXIMIANO, A.C.A. Administração de projetos: como transformar ideias em resultados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. MAZOCO, Eliomar Carlos. Festas e artesanato em terras do Espírito Santo. Rio de Janeiro: IPHAN,CNFCP, 2007. MELO, Neto, Francisco Paulo de. Criatividade em eventos. 5.ed. São Paulo: Contexto, 2008. MOLETTA, Vania B. Florentino. Turismo: tendências e novas tecnologias. Porto Alegre: Sebrae/RS, 2001. MONTANDON, A. Hospitalidade ontem e sempre. In: BUENO, Maryeles Siqueira, DENCKER, Ada de Freitas Maneti (org). Hospitalidade: Cenários e oportunidades. Pioneira Thomson Learning: São Paulo, 2003 MONTEJANO, Jordi Montaner. Estrutura do mercado turístico. 2.ed. São Paulo: Roca, 2001.
  • 49. 53 MORCERF, Paula. Hospitalidade em serviços de alimentação. In: Dias C. M de Moraes (org.). Hospitalidade: Reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. MOURA, Antônio de Paiva. Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Contexto, 2001. NEGRINE, A. e BRADACZ, L. Cultura, Lazer e Turismo: A festa da colônia de Gramado. Porto Alegre: EST, 2006. PAIVA, Hélio Afonso Braga de. Planejamento Estratégico de Eventos. São Paulo: Atlas, 2008. PALHARES, Guilherme Lohmann. Teoria do turismo: Conceitos, modelos e sistemas. São Paulo: Aleph, 2008. ROGERS, Tony. Eventos: planejamento, organização e mercados. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. SCHLUTER, Regina G. Gastronomia e turismo. São Paulo: Aleph, 2003. TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Turismo básico. 8.ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2009. SLOAN, D. (Org.).Gastronomia, restaurantes e comportamento do consumidor. Barueri: Manole, 2005. WALKER, John R. Introdução à hospitalidade. Barueri: Manole, 2002. WERTHNER, H., RICCI, F. E-Commerce and Tourism, Comunications of the ACM, 2004. ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de organização de eventos: planejamento e operacionalização. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2010. ABREU, Martha. Cultura popular, um conceito e várias histórias. Disponível em: www.museucasadopontal.com.br/sites/default/files/artigos/pdf/Artigo%203%20 %20Martha%20Abreu.pdf Acesso em 23 de outubro de 2015. ALBUQUERQUE, Soraya Sousa de. Turismo de eventos: a importância dos eventos para o desenvolvimento do turismo. Disponível em: bdm.unb.br/bitstream/10483/438/1/2004_SorayaSousaAlbuquerque.pdf Acesso em 10 de novembro de 2015. ASSEMP. Oktoberfest. Disponível em: www.assempscs.com.br/oktoberfest.php Acesso em 16 de novembro de 2015. BARROCO, Lize Maria Soares. A importância da gastronomia como patrimônio cultural no turismo baiano. Disponível em:
  • 50. 54 www.obsturpr.ufpr.br/artigos/alimbeb1.pdf Acesso em 13 de novembro de 2015. BUENO, Marielys Siqueira. Lazer, festa e festejar. Disponível em: www.uesc.br/revistas/culturaeturismo/edicao3/artigo3.pdf Acesso em 14 de novembro de 2015. CAMPOS, Rafaela Sinara. Os cinco sentidos da hospitalidade. Disponível em: www.chapadamt.com.br/estudos/18_OS%20CINCO%20SENTIDOS%20DA%2 0%20HOSPITALIDADE.pdf Acesso em 24 de outubro de 2015. COUTINHO, Hevellyn Pérola Menezes; COUTINHO, Helen Rita Menezes. Turismo de eventos como alternativa para o problema da sazonalidade turística. Disponível em: www.revistas.uea.edu.br/old/abore/artigos/artigos_3/Hevellyn%20Perola%20M enezes%20Coutinho.pdf Acesso em 10 de novembro de 2015. CRUZ, Mércia Socorro Ribeiro; MENEZES, Juliana Santos; PINTO, Odilson. Festas culturais: tradição, comidas e celebrações. Disponível em: www.uesc.br/icer/artigos/festasculturais_mercia.pdf Acesso em 21 de outubro de 2015. DALPIAZ, Roni Carlos Costa. et al. A hospitalidade no turismo: o bem receber. Disponível em: www.serragaucha.com/upload/page_file/hospitalidade- e-bemreceber.pdf. Acesso em 29 de outubro de 2015. FRESSATO, Biscouto Soleni. Cultura popular: reflexões sobre um conceito complexo. Disponível em: www.oolhodahistoria.org/culturapopular/artigos/culturapopular.pdf Acesso em 23 de outubro de 2015. LÓSSIO, Rúbia Aurenívea Ribeiro; PEREIRA, Cesar de Mendonça. A importância da valorização da cultura popular para o desenvolvimento local. Disponível em: www.cult.ufba.br/enecult2007/RubiaRibeiroLossio_CesardeMendoncaPereira.p df Acesso em 23 de outubro de 2015. MOYANO, Carlos Alberto Mello; LENGLER, Jorge Francisco Bertinetti; ANGNES, Derli Luís; SAMPAIO, Franco Vieira. Estratégia para fidelização do cliente em turismo: o caso de uma Oktorberfest no Brasil. Disponível em: www6.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/7957 Acesso em 16 de novembro de 2015. NEGRINE, Airton da Silva; NÓRA, Alessandra Pinto; MARQUES, Patricia Kreusburg; PECCINI, Rosana. Cultura, lazer e turismo: a festa do pinhão de São Francisco de Paula/RS. Disponível em: www.ucs.br/ucs/tplSeminTur2010/eventos/seminario_de_pesquisa_semintur/an
  • 51. 55 ais/gt13/arquivos/13/Cultura,%20lazer%20e%20turismo.pdf Acesso em 14 de novembro de 2015. OLIVEIRA, Silvana Toledo de; JANUÁRIO, Marcus Vinicius da Costa. Os eventos como potencializadores do turismo regional: o festival de inverno Bahia. Disponível em: www.uesc.br/revistas/culturaeturismo/edicao1/artigo5.pdf Acesso em 21 de outubro de 2015. Oktoberfest Santa Cruz do sul. Disponível em: www.oktoberfestsantacruz.com.br/oktoberfest.php Acesso em 16 de novembro de 2015. OLIVEIRA, Cleide Galiza de; MEDEIROS, Rejane. Turismo e população local: como interagir? Disponível em: www.espacoacademico.com.br/016/16col_clrejane.htm Acesso em 13 de novembro de 2015 Prefeitura municipal de Santa Cruz do Sul. Parque da Oktoberfest. Disponível em: www.santacruz.rs.gov.br/municipio/parque-da-oktoberfest Acesso em 16 de novembro de 2015. REINHARDT, J.C. Dize-me o que comes e te direi quem és: alemães, comida e identidade. 154 f. Tese. (Doutorado em História)- Departamento de História. Universidade Federal do Paraná. Curitiba 2007. RIBEIRO, Marcelo. Festas populares e turismo cultural – inserir e valorizar, ou esquecer? O caso dos moçambiques de Osório, Rio Grande do Sul. Disponível em: www.pasosonline.org/Publicados/2104/PS040104.pdf Acesso em 21 de outubro de 2015. SILVA, Roberto do Nascimento e Silva; PRISCHT, Amanda Cecília. Cuca Alemã: Uma herança da imigração germânica no Sul do Brasil. Anais do Congresso Internacional de Gastronomia – Mesa Tendências 2012 / Centro Universitário Senac – São Paulo, 05 e 06 de Novembro de 2012. EMBRATUR. Estudo da Demanda turística internacional, 2000. EMBRATUR. Indicadores de turismo. Brasília, 2000.
  • 52. 56 APÊNDICE A – Questionário aplicado Universidade de Santa Cruz do Sul Curso de Turismo Trabalho de Conclusão de Curso Está sendo realizada uma pesquisa intitulada “Festas Populares, o caso da Oktoberfest Santa Cruz do Sul”, que tem por objetivo analisar as motivações que influenciam o público a frequentar o evento, bem como suas opiniões relacionadas à infraestrutura e os serviços oferecidos. Para a realização desta pesquisa estão sendo realizadas entrevistas junto aos visitantes da festa nos turnos tarde e noite. O TCC é da acadêmica Luísa de Loreto Alves e a orientação é do Prof. Dr. Roberto do Nascimento e Silva do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade de Santa Cruz do Sul. Todas as informações resultantes da entrevista serão de uso exclusivo para a realização da pesquisa e posteriormente. A única finalidade é fornecer elementos para a realização da investigação, além de relatórios ou artigos que dela resultem. É garantido total sigilo para o entrevistado. Em nenhum momento os dados coletados serão utilizados para qualquer medida punitiva ou de fiscalização. Qualquer dúvida ou informação a respeito da pesquisa poderá ser esclarecida diretamente com o orientador da mesma, o Prof. Dr. Roberto do Nascimento e Silva, pelo telefone (51) 3717 7398 ou pelo e-mail: rsilva@unisc.br Obrigado pela entrevista! ____________________ Luísa de Loreto Alves
  • 53. 57 EVENTO OKTOBERFEST – CURSO DE TURISMO Bloco 1 – Identificação do entrevistado. Cidade: Motivo da visita: Idade: Turno do questionário: Profissão: Escolaridade: Bloco 2 – A Oktoberfest. 1.1 Quais as atrações que lhe motivaram a visitar o evento. Marque até três opções ( ) atrações turísticas ( ) desfile típico ( ) shows nacionais ( ) gastronomia típica ( ) festas e lonões ( ) feira sul ( ) cultura e folclore da festa ( ) cerveja Outro: Qual? 1.2 Qual a sua opinião sobre a decoração e organização do parque? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.3 Qual a sua opinião sobre as placas de informação e sinalização do parque? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.4 Qual a sua opinião sobre os atrativos musicais e show da Oktoberfest? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.5 Qual a sua opinião sobre as vestimentas e roupas típicas dos visitantes da Oktoberfest?
  • 54. 58 ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.6 Qual a sua opinião sobre a comida típica oferecida na Oktoberfest? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.7 Qual a sua opinião sobre os atrativos culturais e artesanato no parque? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.8 Quais destes atrativos são mais importantes para você? (1) menos importante (5) mais importante ( ) parque de diversões ( ) festa, shows e chopp ( ) gastronomia típica ( ) roupas típicas dos visitantes ( ) a organização e sinalização do parque 1.9 Qual a sua opinião sobre a hospitalidade da equipe oferecida no parque? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.10 Qual a sua opinião sobre as informações turísticas oferecidas no parque? ( ) razoável ( ) satisfatório ( ) muito satisfatório ( ) excelente Por que? 1.11 Você conhece o significado da Oktoberfest? ( ) sim ( ) não ( ) não sei Se sim, qual: