O documento discute o uso excessivo das redes sociais e como isso pode levar as pessoas a se sentirem solitárias, mesmo cercadas de contatos virtuais. Também apresenta o conceito de "suicídio digital" como uma forma de as pessoas se desconectarem desse mundo virtual e tentarem viver de forma mais real.
4. Comente !
O que as imagens possuem em comum?
Observe-as atentamente e liste por meio de
palavras-chave, a que ideias elas remetem?
5. Texto II: SUICÍDIO DIGITAL
Andar pelas ruas, pegar o ônibus, fazer compras,
ir ao cinema. Qualquer atividade cotidiana inclui o
uso do celular, em alguns casos quase como uma
extensão do próprio corpo. Nenhuma dessas
atividades, aparentemente simples, está imune à
existência deste aparelho. Imersas em um mundo
quase utópico, caminham as pessoas, comprometidas
com uma realidade que aparenta não dialogar de
forma explícita com as relações de convívio humanas.
6. Mas o que caracterizaria, então, as tais relações
citadas? Muitas pessoas discorrem sobre a solidão que
sentem, mesmo estando cercadas de pessoas em suas
redes, compartilhando cada passo realizado durante o dia.
Compartilhar virou sinônimo de “estar presente”, de
encarar uma personagem virtual que deveria ser um
simulacro daquilo que se é na realidade. Fotos
selecionadas, feitas com o auxílio dos mais potentes filtros;
discursos de ódio, construídos a partir de uma ignorância
meticulosamente encorajada pelos donos do poder
instituído; frases racistas e homofóbicas destiladas; fake
news distribuídas como verdades absolutas... Perfis falsos
criados especialmente para atrair pretendentes...
7. Tudo isso e a percepção sobre tais coisas têm encorajado
um número cada vez maior de pessoas a cometerem o
chamado suicídio digital, ou seja, um procedimento que
possibilita desaparecer do mundo virtual. É possível apagar as
contas das redes sociais e solicitar aos mecanismos de busca e
pesquisa, como o Google por exemplo, que os dados que
possibilitam rastrear as trajetórias no universo on-line do
interessado sejam efetivamente deletados. Tentar retomar a
realidade e efetivamente viver, sem filtros. Decisão
complicada, quando nosso dia é tomado pela participação
efetiva em redes sociais, compartilhando sonhos, ideias e
perfis falsos, tentando acreditar que somos aquilo que
gostamos de teclar.
8. Poucas pessoas relacionam-se com as redes sociais
sem serem tragadas para um universo digital paralelo. O
sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, em seu
livro “Modernidade Líquida”, trata da ideia do sujeito
líquido, ou seja, aquele em que inúmeras identidades se
manifestam em momentos diferentes. Esse conceito se
aplica perfeitamente à construção de uma identidade
fragmentada que podemos observar nas pessoas que são
usuárias de várias redes sociais. É relativamente simples
viver uma fantasia de poder e empoderamento através da
navegação on-line.
9. Decidir, então, por afastar-se desse universo
torna-se muito difícil, principalmente para a
geração dos denominados nativos digitais, que
possuem uma relação muito mais imbricada ao
uso das ferramentas tecnológicas. Libertar-se,
portanto, de uma vida regrada pela
dependência de participação em um mundo
virtual significa amadurecer a ideia de conviver
de forma mais simples, mais humana.
10. Obviamente não significa distanciar-se
da tecnologia ou algo nesse sentido, mas
deixar de expor publicamente suas
escolhas e sua vida como algo natural.
Claro que se a vida da pessoa se baseia
100% em articulações presentes no mundo
digital, é preciso verificar as consequências
que um sumiço das redes pode
proporcionar.
11. Ter milhares de amigos nas redes
sociais e ninguém para conversar
pessoalmente, em um barzinho, ou
mesmo em casa. Coisa de gente velha?
Coisa obsoleta já que é possível trocar
impressões via redes digitais? Pode ser ...
Ou não.
12. Retomando a ideia de identidade
fragmentada, somos seres múltiplos, mas a
identidade de cada um é particular e única.
Criar no meio digital uma ilusão a respeito do
que somos, em algum momento, nos colocará
em situações difíceis de resolver. Além disso, ao
associar-se a uma rede qualquer, nossa
privacidade deixa de existir e podemos ser
expostos, a qualquer momento, a toda sorte de
situações.
13. Nesse caso, cometer o chamado
suicídio digital pode ser uma boa saída
para tentar ter uma vida real, mais
saudável e verdadeiramente próxima
de nossa família e amigos.
15. 1.Os Textos I e II possuem uma conexão,
uma relação temática em comum. Qual é
essa ligação e por que ela existe?
2. No Texto II, considerando a citação feita ao
sociólogo Zygmunt Bauman, é apresentada uma
visão otimista ou pessimista sobre as redes
sociais? Comente e retire elementos do texto
para justificar a sua resposta.
16. 4. Após a leitura do texto, “Suicídio
Digital”, e do seu conhecimento em
navegar constantemente pelas redes
sociais, você acredita que existam
mais vantagens ou desvantagens
nesse tipo de comunicação virtual?
Qual o seu ponto de vista?
Argumente.
17. 6. Ao intitular o Texto II de
“Suicídio Digital”, que efeito de
sentido o autor parece imprimir ao
texto, considerando sua temática?
18. 7. Releia o trecho a seguir “[...] Imersas em um mundo quase
utópico, caminham as pessoas, comprometidas com uma
realidade que aparenta não dialogar de forma explícita com as
relações de convívio humanas. [...]” e responda:
a) Qual o sentido da expressão “mundo quase utópico”?
b) Por que a realidade virtual não dialoga explicitamente com as
relações de convívio humanas, segundo o autor do texto?
c) Quais outras atitudes (algumas consideradas até criminosas)
alguns internautas têm realizado nas redes?
22. •Em 1898, o escritor inglês H. G. Wells
publicou o livro de ficção científica A
Guerra dos Mundos. O livro narra uma
invasão marciana na Terra e já teve várias
adaptações. Uma das mais famosas é o
filme estadunidense de 2005, com o ator
Tom Cruise.
23. Em 1938, quarenta anos depois da publicação do
livro, o americano Orson Welles dirigiu e narrou uma
adaptação da obra em uma rádio americana. A narração
que ele fez é considerada impressionante até hoje. Mas,
o que seria apenas mais um programa de rádio, tornou-
se um pesadelo para muitos ouvintes. Várias pessoas que
sintonizaram a rádio no meio da transmissão e perderam
o início, que explicava do que se tratava, acreditaram
que, realmente, a Terra estava sendo invadida. Isso
provocou pânico em algumas regiões, com pessoas
saindo às ruas amedrontadas, sem saber o que fazer.
24. O programa foi elaborado como um típico programa de rádio
musical com boletins noticiosos. No entanto, durante os boletins é que
as informações referentes à invasão dos extraterrestres eram narradas,
criando uma impressão de tratar-se de notícia real. O formato de
boletim de notícias foi duramente criticado pela mídia da época, porque
criava a ilusão de que o fato realmente estava ocorrendo. Na época,
ainda não existia televisão e, muito menos, internet. Isso fez com que
Orson Welles tivesse que ir a público explicar o que havia ocorrido.
Orson Welles explica para jornalistas a transmissão de “A guerra dos
Mundos”, 1938. Imagem disponível em: https://cutt.ly/9PgXaKc. Acesso
em: 16 fev. 2022. Língua Portuguesa 63 A obra de H. G. Wells está em
domínio público desde 2017, o que significa que seus livros podem ser
reproduzidos, reeditados, copiados, relançados e mesmo sofrerem
alterações sem necessidade de autorização prévia. Vale a pena conhecer
obras como A Máquina do Tempo (1895), A Ilha do Dr. Moreau (1896), O
Homem Invisível (1897), além, é claro, da Guerra dos Mundos (1898).
28. Cidadão Kane é o título de um filme norte-americano
lançado em 1941, considerado por muitos críticos como um
dos melhores, senão o melhor filme já produzido (está no topo
da lista de muitos críticos de cinema).
Após sua polêmica transmissão de rádio de A Guerra dos
Mundos, em 1938, que provocou uma ampla discussão nos
Estados Unidos devido ao pânico e as controvérsias que gerou,
Orson Wells ficou muito conhecido e, devido a fama e prestígio
alcançados, conseguiu assinar contrato com um grande estúdio
hollywoodiano, podendo assim desenvolver o filme Cidadão
Kane com sua própria equipe.
29. A história examina a vida e legado de Charles Foster
Kane, uma personagem interpretada por Orson Welles,
que também escreveu e dirigiu o filme. Esta personagem
foi criada por Welles com base na vida do magnata da
imprensa Willian Randolph Hearst, famoso por usar o
poder de seus jornais para tentar manipular a opinião
pública, trazendo apoio às suas iniciativas políticas.
Indignado com a obra, durante seu lançamento, Hearst
proibiu que seus jornais fizessem qualquer alusão ao
filme. Embora não tenha sido um grande sucesso na
época, o filme foi se consolidando como um grande Cult
no cinema.
30. Discuta com o seu grupo as questões, a seguir,
anotando suas considerações em seu caderno.
1. O Texto III traz informações sobre um fato
ocorrido em 1938. Como ele se relaciona com o
Texto IV?
2. A transmissão de A Guerra dos Mundos, por
Orson Welles, acabou gerando confusão porque
muitas pessoas acreditaram tratar-se de um fato
verdadeiro. Essa era a intenção dele?
31. 3. Hoje, muitas notícias falsas são compartilhadas
intencionalmente. Discuta com seus colegas, por
que isso ocorre?
4. Descreva a última informação falsa que você
recebeu (via mensagem de texto no celular ou nas
redes sociais). Qual atitude você teve em relação ao
recebimento da fake news?
5. As fake news que você recebe o afetam de alguma
forma? Explique.