4. I – INTRODUÇÃO
Do que trata a doutrina da salvação?
A Soteriologia ou o “estudo acerca da salvação”.
Soteriologia é a junção de soteria e logia, que
significa “estudo” ou “tratado”; assim, Soteriologia
é o estudo ou o tratado acerca da salvação. Trata-
4
5. 5
se de um tema que marca alguns pontos
convergentes e outros pontos divergentes entre os
cristãos.
Não seria possível a qualquer um de nós estudar
teologia sem passar pela experiência da salvação.
Os assuntos relacionados às doutrinas exigem
raciocínio espiritual, doutro modo, por mais que se
6. 6
saiba teoricamente a respeito de qualquer ponto
da teologia, faltaria o verdadeiro entendimento, o
qual somente é possível a quem tem vida espiritual
(1 Co 2.14). Além disso é necessário também
entender que o estudo da salvação requer o
conhecimento dos demais assuntos da Teologia
Sistemática como dito acima e da escatologia
bíblica. “Não há teologia sem pontos de partida
7. 7
que se ancorem na revelação passada e também
na realidade presente e futura.
Se há salvação, é porque há perdição; portanto, a
salvação é a providência divinamente preparada
para resolver o estado de perdição no qual se
encontram todos os seres humanos. A salvação é
9. 9
II - UM PANORAMA
SOBRE A DOUTRINA
DA SALVAÇÃO
10. 10
Deus cria o primeiro casal a sua imagem e
semelhança – eram perfeitos e sem pecado (Gn.
1.27); Apesar de perfeitos e sem pecado, o
primeiro casal foi dotado de LIVRE ARBÍTRIO,
pois Deus buscava adoradores por amor e não por
imposição; Deus dá o primeiro mandamento e
espera sua obediência; Deus diz qual será a pena
caso transgridam seu mandamento (Gn 2.16,17);
11. 11
O primeiro casal é tentado pelo diabo e cedem a
tentação, desobedecendo o mandamento de Deus
(Gn 3.6,7). O Pecado sempre é gerado pela
desobediência do mandamento de Deus. Deus
sempre
primeiro
espera
casal e ofende a honra e
ao cometer o
santidade
deliberado.
do homem a obediência; O
ataca a
de Deus
O homem prefere a
sua
pecado
própria
12. 12
vontade em lugar da vontade de Deus, e por algum
tempo torna-se "autônomo". Mas se Deus
permitisse que sua honra fosse atacada então ele
deixaria de ser Deus. Sua honra pede a destruição
daquele que lhe resiste; sua justiça exige a
satisfação da lei violada; e sua santidade reage
contra o pecado sendo essa reação reconhecida
como manifestação da ira. Mas essa reação divina
13. 13
não é automática; nem sempre ela entra em ação
instantaneamente, como acontece com a mão em
contato com o fogo. Ele adia o juízo na esperança
de que sua bondade conduza o homem ao
arrependimento. (Rom. 2:4; 2 Ped. 3:9.)
14. 14
O primeiro casal é declarado culpado diante da
justiça de Deus; essa mesma justiça exige uma
reparação da ofensa cometida pelo primeiro casal;
a pena para essa ofensa como Deus declarou
antes é a morte. A morte ocorreria em três
esferas: Morte Espiritual, Morte Física, e Morte
Eterna. Além da pena de morte, a desobediência
trouxe consigo algumas consequências: Para a
15. 15
Serpente (Gn 3:14); Para a mulher (Gn 3:16); Para
o homem (Gn 3:17-19); Para a terra (Gn 3:17).
O primeiro sacrifico é feito por Deus para vestir o
primeiro casal (Gn 3.21). Vemos uma criatura
inocente morrer para que o culpado seja coberto;
esse é o propósito principal do sacrifício — uma
cobertura divinamente provida para uma
16. 16
consciência culpada; O primeiro casal perde a
comunhão com Deus devido o pecado cometido e
por isso são expulsos do Jardim do Éden. Uma vez
no pecado não poderiam viver eternamente (Gn
3.22-24); A raça humana deixa de ser gerada a
imagem semelhança de Deus e passa ser gerada
a imagem e semelhança de Adão com a natureza
pecaminosa (Gn 5.1-3; Rm 5.12). A natureza
17. 17
pecaminosa apresenta sua força, quando o
primeiro casal tem dois filhos, e Caim assassina
seu irmão Abel (Gn 4.8).
A maldade da raça humana se multiplica e Deus
muda de disposição e resolvi dar cabo de toda
criação, porém estabelece seu pacto com Noé, a
qual ele declara justo. Uma justiça imputada por
18. 18
merecida (Gn 6.5-8, 11-
Deus e não
13,17,18,22;7.1).
Apesar de Noé ser declarado justo, isso não o faz
perfeito e sem pecado. Noé não gera outros justos,
pois sua justiça é imputada por Deus e com isso
seus descendentes continuam pecadores e
propensos a praticar a maldade.
19. 19
O tempo passa e Deus levanta Moisés e através
dele institui a lei. A lei em relação ao pecado tinha
orientações sobre as penalidades para quem o
cometesse. O pecado do transgressor podia ser
punido com sua morte ou com a morte de um
substituto apontado por Deus.
20. 20
Os sacrifícios mosaicos eram meios pelos quais os
israelitas rendiam ao seu Criador a primeira
obrigação do homem, a saber, a adoração. Tais
sacrifícios eram oferecidos com o objetivo de
alcançar comunhão com Deus e remover todosos
obstáculos que impediam essa comunhão. No
Éden o homem perdeu a comunhão e Deus quer
restaurar essa comunhão e usa os sacrifícios no
21. 21
antigo testamento que apontavam para o sacrifício
perfeito de Jesus Cristo.
A morte de um substituto apontado por Deus
chamava-se “sacrifício”. Esse sacrifício só era
válido e recebido por Deus se estivesse em
conformidade com o que a Lei estabelecia (Lv. 1 a
7). Os sacrifícios eram diários e uma vez no ano
22. 22
havia O DIA DA EXPIAÇÃO no qual todos
deveriam lembrar de todos os pecados cometidos.
O perdão tinha tempo de validade. De ano em ano.
Haviam pecados que necessitavam de uma
reparação para a parte ofendida e de um sacrifício;
outros apenas de um sacrifício; e outros não
haviam sacrifício, pois a pena era a morte do
transgressor.
23. 23
O tipo de animal dependia de quem havia pecado.
O ofertante colocava as mãos na cabeça do
animal e simbolicamente transferia seus pecados,
a culpa e a penalidade do pecado que era a morte.
O animal era sacrificado. Com isso seu sangue era
derramado, sua vida entregue no lugar do culpado
e o pecado do transgressor perdoado.
24. 24
A justiça de Deus exigia o reparo da ofensa
(pecado), cometido pelo transgressor e por isso ou
ele morreria, ou um substituto apontado por Deus.
Porém, a base do perdão não estava no sangue
derramado do animal e na sua morte, mas
apontava para o sangue derramado e a morte de
Jesus Cristo seu filho na Cruz do Calvário,
conforme o próprio Deus anunciou em (Gn 3.15).
25. 25
Deus perdoava os pecados no antigo testamento
com base no sacrifício de seu filho no futuro.
31. 31
O Proto Evangelho – O primeiro evangelho ou o
anuncio do evangelho encontra-se em Gn 3.15 “E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça,
e tu lhe ferirás o calcanhar”, onde Deus pronuncia
que o império do pecado e da morte seria
exterminado pelo descendente da mulher; Cristo.
32. 32
Não há salvação fora do plano elaborado por
Deus. Dele, vêm todas as exigências a serem
cumpridas para que o homem possa ser salvo. A
salvação pode não ser o que todos querem, mas
é aquilo de que todos precisam! Não há meio-
termo: “Porque todos pecaram e destituídos estão
da glória de Deus” (Rm 3.23); “Quem crê nele não
é condenado; mas quem não crê já está
33. 33
no nome do
condenado, porquanto não crê
unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18).
O primeiro versículo citado (Rm 3.23) é um dos
mais tristes de toda a Bíblia. Por ele, entendemos
que todos os seres humanos estão sentenciados
por causa do pecado; mas o versículo seguinte (Jo
3.18) abre um caminho de esperança para a
34. 34
salvação, mostrando que, apesar da condenação,
há uma justificação gratuita por intermédio de
Jesus: “Sendo justificados gratuitamente pela sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”
(Rm 3.24).
O sacrifício de Jesus foi perfeito, e por isso
realizado uma única vez. Seu sacrifício
35. 35
proporcionou salvação a todos que foram
perdoados no Antigo Testamento obedecendo a
lei dos sacrifícios e a todos que o recebem como
Salvador e Senhor no Novo Testamento.
A graça - O plano divino para a salvação é fruto
da graça de Deus: “Porque a graça de Deus sehá
38. 38
Expiação: A função da expiação é fazer
reparação pela lei violada e reatar a comunhão
interrompida entre Deus e o homem;
Propiciação: A palavra significa juntar, tornar
favorável. Traz o homem para perto de Deus,
reconcilia-o com Deus fazendo expiação por suas
transgressões, ganhando a graça e favor.
39. 39
Substituição: Os sacrifícios do Antigo
Testamento eram substitutos por natureza; eram
considerados como algo a que se procedia, no
altar, para o israelita, que não podia fazê-lo por si
mesmo. O altar representava o pecador; a vítima
era o substituto do israelita para ser aceita em seu
favor. Da mesma forma Cristo, na cruz, fez por nós
o que não podíamos fazer por nós mesmos. Se
40. 40
oferecemos a Deus nosso arrependimento,
gratidão ou consagração, fazemo-lo "em seu
nome", pois ele é o Sacrifício por meio do qual
chegamos a Deus o Pai.
Redenção: A palavra redimir, tanto no Antigo
como no Novo Testamento, significa tornar a
comprar por um preço; livrar da servidão por
41. 41
preço, comprar no mercado e retirar do mercado.
O senhor Jesus é um Redentor e sua obra
expiatória é descrita como uma redenção.
Reconciliação: "Quando éramos inimigos, fomos
reconciliados com Deus pela morte do seu Filho
(Rom. 5:10); leia também (2 Cor. 5: 18, 19.).
43. 43
Vamos entender agora cada passo, não em ordem
cronológica, mas em ordem lógica de como
acontece a salvação.
As verdades relacionadas com a aplicação da
salvação agrupam-se sob três títulos:
Justificação, Regeneração e Santificação. As
verdades relacionadas com a aceitação da
44. 44
salvação, por parte dos homens, agrupam-se sob
os seguintes títulos: Arrependimento, Fé e
Obediência.
Lembrando que tudo o que segue abaixo é
consequência de um plano de Deus antes da
fundação do mundo (Ap 13.8), e de sua atuação
através do seu Filho e de seu Espírito Santo.
45. 45
Podemos dizer então o seguinte sobre a atuação
da Trindade em relação a Salvação: A pessoa do
Pai planejou; A pessoa do Filho executou; A
pessoa do Espírito Santo completou.
O pecador está condenado a morte e excluído
da glória de Deus (Rm 6.23; 3.23); Deus oferece
46. 46
salvação por meio de sua graça, e não por méritos
(obras), mas pela Fé em Cristo Jesus (Ef 2.8,9).
O pecador tem contato com a PALAVRA ou algum
outro meio que Deus se revele a ele; esse contato
gera FÉ E ELE CRER; o pecador reconhece seus
pecados, sente-se CULPADO, e reconhece que
sem Jesus está condenado para sempre; o
pecador se ARREPENDE de seu pecado com a
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atuação do Espírito Santo; Ele o ajuda aplicando a
Palavra de Deus à consciência, comovendo o
coração e fortalecendo o desejo de abandonar o
pecado; o pecador recebe PERDÃO dos seus
pecados.
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O pecador é JUSTIFICADO - JUSTIFICAÇÃO é
um termo forense que nos faz lembrar um tribunal.
O homem, culpado e condenado, perante Deus, é
absolvido e declarado justo — isto é, justificado.
O pecador é REGENERADO e recebe a
ADOÇÃO - A alma, morta em transgressões e
ofensas, precisa duma nova vida, sendo esta
49. 49
concedida por um ato divino de REGENERAÇÃO.
A pessoa, por conseguinte, torna-se herdeira de
Deus e membro de sua família – ADOÇÃO.
O pecador é declarado santo (SANTIFICAÇÃO
posicional); O pecador precisa se santificar
(SANTIFICAÇÃO real ou progressiva); no último
estágio da Santificação o pecador é glorificado.
50. 50
Ele recebe um corpo transformado em glória que
é incapaz de pecar novamente. Isso chama-se
GLORIFICAÇÃO.