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Sexualidade e castidade


1-Introdução:

Muitos hoje, em um grande pré-conceito em relação à fé católica, acreditam
que a Santa Igreja vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso, e isso
é um engano.

Um olhar mais aprofundado sobre a doutrina católica mostra a imensa
dignidade na qual a Santa Igreja vê a sexualidade. Diz o Catecismo da Igreja
Católica que "a união do homem e da mulher no casamento é uma maneira
de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador. (...) Dessa
união procedem todas as gerações humanas." (Catecismo da Igreja Católica,
2335).

Diz também o Catecismo ainda que, pela sexualidade, “os esposos
participam do poder criador e da paternidade de Deus.” (Catecismo da
Igreja Católica, 2367) Isso está claro já nos primeiros capítulos da Sagrada
Escritura, quando Deus cria o homem e a mulher à sua imagem e
semelhança, e lhes diz: “Frutificai, e multiplicai-vos, enchei a terra e
submetei-a.” (Gn 1,28) E mais adiante: “Por isso o homem deixa seu pai e
sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.”
(Gn 2,24).

Se, portanto, a Santa Igreja crê que:

-Pela sexualidade o homem e a mulher imitam a generosidade de Deus

-Deus condiciona ao ato sexual nada menos do que a geração de uma nova
vida humana

-Pelo ato sexual os esposos participam do poder criador de Deus

-O próprio Deus ordena que, em sua vocação natural, o homem e mulher se
unam no ato sexual

Como se poderá afirmar que a fé católica vê o sexo como algo mau,
impuro ou pecaminoso?

Foi o próprio Deus, ainda, que dispôs a natureza de forma à haver prazer no
ato que perpetua a espécie humana - da mesma forma que normalmente há
prazer natural em todos os atos humanos necessários para a sobrevivência
e perpetuação da espécie: comer, beber, dormir, e assim por diante.

O Sagrado Magistério da Igreja ensina ainda que não há problema algum em
os esposos desejarem este prazer no ato sexual e o gozarem, desde que
isso seja vivido nos justos limites. Nesse sentido, o saudoso Papa Pio XII nos
ensina: "O próprio Criador estabeleceu que nesta função os esposos
sentissem prazer e satisfação no corpo e no espírito. Portanto, os esposos
não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam
o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem manter-se nos
limites de uma moderação justa." (Catecismo da Igreja Católica, 2362)



2. Finalidades procriadora e unitiva:



Quais seriam estes justos limites? É aquilo que a fé católica chama de
virtude da castidade. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: "A
castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa."
(Catecismo da Igreja Católica, 2347) E ainda: "Todos os fiéis de Cristo

são chamados a levar uma vida casta segundo seu estado de vida."
(Catecismo da Igreja Católica, 2348) Ou seja, a virtude da castidade
consiste na maneira correta de viver a sexualidade. Cada membro da Santa
Igreja é chamado por Nosso Senhor Jesus Cristo à viver a castidade segundo
a sua vocação.Para isso, precisamos compreender que o ato sexual
naturalmente tem duas finalidades: a finalidade unitiva, que diz respeito ao
bem e à santificação do casal, e a finalidade procriadora, que diz respeito à
geração da vida. Diz o Catecismo: "Salvaguardando esse dois aspectos
essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o
sentido de amor mútuo e verdadeiro e sua ordenação para altíssima
vocação do homem para a paternidade." (Catecismo da Igreja Católica,
2369)

O prazer é consequência natural do ato conjugal, e não finalidade do ato.
Assim, qualquer atitude que faça uso da sexualidade buscando o “prazer
pelo prazer”, fora da sua finalidade unitiva ou fechando-se intencionalmente
à sua finalidade procriadora, é uma atitude imoral.

3. Pecados contra a castidade:



O Catecismo especifica: "Entre os pecados gravemente contrários à
castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as
práticas homossexuais." (Catecismo da Igreja Católica, 2396)

A masturbação atenta tanto contra a finalidade unitiva do ato sexual,
quanto contra a finalidade procriadora, e por isso é si mesmo imoral. Diz o
Catecismo: "Por masturbação se deve entender a excitação voluntárias dos
órgãos genitais a fim de conseguir um prazer venéreo. (...) A masturbação é
um ato intrínseca e gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo,
o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais
contradiz sua finalidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2352)

Embora a masturbação seja em si mesmo imoral, certos fatores psicológicos
podem atenuar a culpabilidade do ato, de forma que, em certas
circunstâncias, possa ser apenas um pecado venial ou não ser nem mesmo
pecado, embora seja sempre um ato imoral (Catecismo da Igreja Católica,
2352).A fornicação é a "união carnal fora do casamento entre um homem e
mulher livres." (Catecismo da Igreja Católica, 2353) Atenta contra a
finalidade unitiva do ato sexual, pois é praticado fora do compromisso
definitivo entre homem e mulher que se dá no matrimônio. O contexto
adequado para o ato sexual é, portanto, o matrimônio, e jamais o namoro,
nem mesmo o noivado. A fornicação "é gravemente contrária à dignidade
das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem
dos esposos, bem como para a geração e educação dos filhos." (Catecismo
da Igreja Católica, 2353)

Diz o Catecismo que "a homossexualidade designa as relações entre
homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou
predominantemente, por pessoas do mesmo sexo. (...) Apoiando-se na
Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição
sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente
desordenados.

 São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não
procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso
algum podem ser aprovados. As pessoas homossexuais são chamadas à
castidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2357).

A Santa Igreja, porém, acolhe e respeita o homossexual enquanto pessoa,
embora não aprove as práticas homossexuais; ela ama o pecador, mas
odeio o pecado. Diz o Catecismo: "Um número não negligenciável de
homens e mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são
eles que escolhem sua condições homossexual; para a maioria, pois, esta
constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e
delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de descriminação injusta.
Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se
forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que
podem encontrar por causa de sua condição. As pessoas homossexuais são
chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da
liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela
oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e
resolutamente, da perfeição cristã." (Catecismo da Igreja Católica, 2359).

4. Castidade no matrimônio:



Opõe-se à castidade no matrimônio:



O adultério
O espaçamento do nascimento dos filhos sem razões justas (sejam elas
físicas, psicológicas, econômicas, etc)

O espaçamento do nascimento dos filhos por métodos contraceptivos
artificiais, que tornam o ato sexual intencionalmente infecundo

No matrimônio, "os dois se doam definitiva e totalmente um ao outro. Não
são mais dois, mas formam doravante uma só carne. A aliança contraída
livremente pelos esposos lhes impõe a obrigação de a manter una e
indissolúvel." (Catecismo da Igreja Católica, 2364) O adultério designa a
"infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais um é casado,
estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem
adultério." (Catecismo da Igreja Católica, 2380)

Como no matrimônio há uma união indissolúvel, se o matrimônio é válido e
uma das partes do casal contrai a chamada "segunda união", comete
adultério. Se, por condições particulares, a convivência enquanto casal
torna-se impossível, e havendo dúvidas sobre a validade do matrimônio
supostamente contraído (existem diversas razões que podem haver
comprometido sua validade), deve-se procurar os Tribunais Eclesiásticos
para avaliar se o matrimônio realmente existiu ou não.



Sobre isso, assim se expressou recentemente o Santo Padre Bento XVI: "Nos
casos em que surjam legitimamente dúvidas sobre a validade do
Matrimônio sacramental contraído, deve fazer-se tudo o que for necessário
para verificar o fundamento das mesmas. Há que assegurar, pois, no pleno
respeito do direito canônico, a presença no território dos tribunais
eclesiásticos, o seu caráter pastoral, a sua atividade correta e pressurosa; é
necessário haver, em cada diocese, um número suficiente de pessoas
preparadas para o solícito funcionamento dos tribunais eclesiásticos. (...)
Enfim, caso não seja reconhecida a nulidade do vínculo matrimonial e se
verifiquem condições objetivas que tornam realmente irreversível a
convivência, a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua
relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e
irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com
os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial." (Sacramentum
Caritatis, 29)

Deve-se observar que um matrimônio consumado jamais poderá ser
anulado, mas sim, declarado que, por condições específica, sempre foi
inválido.

Diz o Catecismo: "A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque
o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. (...) A Igreja, que está do
lado da vida, ensinada que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à
transmissão da vida." (Catecismo da Igreja Católica, 2366) Porém, "por
razões justas, os esposos podem querer espaçar o nascimento dos filhos.
Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo, mas está de
acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além
disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da
moral. (...) A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade
baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão
de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos
respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a
educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente
má toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua
realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências
naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a
procriação." (Catecismo da Igreja Católica, 2368-2370).

Como foi dito acima, as razões justas para espaçar o nascimento podem ser
tanta físicas, como psicológicas, financeiras, e assim por diante (ver
encíclica Humanae Vitae, n. 16), e isso é moralmente lícito se for feito
através do métodos naturais. Existe um método de observação do corpo da
mulher chamado método Billings, muito seguro se bem utilizado (segurança
de 97%, segundo a Organização Mundial da Saúde). Uma rápida pesquisa
na Internet mostrará muitas informações sobre ele, mas para aprender a
utilizá-lo é importante procurar um instrutor experiente.

Por outro lado, é absolutamente imoral o uso de métodos contraceptivos
que tornam o ato sexual infecundo (tais como: camisinha, pílula
anticoncepcional, DIU, laqueadura e vasectomia), se utilizados com a
intensão de fechar o ato sexual para a geração da vida. Nesses casos, e nos
casos que mesmo por meios naturais o casal espaça o nascimento dos filhos
sem razões justas para isso, a atitude se reveste de grande gravidade, pois
o casal se fecha para a geração de vidas que se comprometeu à acolher
quando assumiu o Matrimônio.



5. Luta pela castidade:



O Catecismo cita ainda a luxúria como "um desejo desordenado ou um gozo
desordenado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente
desordenado quando buscado por si mesmo, isolado das finalidade da
procriação e du união." (Catecismo da Igreja Católica, 2351) Aqui deve-se
destinguir entre o "sentir" e o "consentir"; o sentir desejo sexual de forma
desordenada é natural devido as consequências do pecado original em nós,
e por isso mesmo não é imoral; o "consentir" no desejo desordenado, isto é,
a atitude que tomamos em relação à este desejo desordenado é que pode
ser virtuosa ou imoral, pois o pecado implica vontade. Esta atitude imoral
pode ser tanto um comportamento externo ou uma atitude interna de
"curtir" o desejo desordenado - e nesse sentido Nosso Senhor Jesus Cristo
fala em cometer um adultério através do olhar (Mateus 6, 27-28).
Com toda a certeza são necessárias renúncias para viver a castidade. O
próprio Senhor nos diz: "Aquele que quer me seguir, tome a sua cruz e siga-
me. De que vale ganhar o mundo inteiro se vier à perder a sua alma?"
(Mateus 16, 16) Por outro lado, reconhecer a necessidade da renúncia da
sexualidade desordenada de forma nenhuma significa que o sexo, em si
mesmo, é algo mau, impuro ou pecaminoso. Muito pelo contrário! Significa
que a sexualidade é algo tão cheio de dignidade que não pode ser vivido de
qualquer maneira.

O próprio Santo Padre Bento XVI escreveu à respeito do amor que os gregos
chamavam de "eros", isto é, o amor entre homem e mulher: "Na crítica ao
cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do
iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa.
Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao
eros, que, embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para
degenerar em vício. Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação
muito generalizada: com os seus mandamentos e proibições, a Igreja não
nos torna porventura amarga a coisa mais bela da vida? Porventura não
assinala ela proibições precisamente onde a alegria, preparada para nós
pelo Criador, nos oferece uma felicidade que nos faz pressentir algo do
Divino? Mas, será mesmo assim? O cristianismo destruiu verdadeiramente o
eros? (...) São necessárias purificações e amadurecimentos, que passam
também pela estrada da renúncia. Isto não é rejeição do eros, não é o seu «
envenenamento », mas a cura em ordem à sua verdadeira grandeza." (Deus
Caritas Est, 3-5)

Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, nos ensina: "Depois da queda de
Adão, rebelaram-se os sentidos contra a razão, e não há para o homem
mais difícil virtude a praticar do que a castidade." (Glórias de Maria, Tratado
3, cap. VI) Mas já dizia um grande sábio que "a juventude não foi feita para
o prazer, mas para o heroísmo."



Para viver a castidade, é necessário, portanto, buscarmos:



Vida de oração profunda

Participação frequente no Santo Sacrifício da Missa e na Comunhão
Eucarística

Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade

Vigilância em relação à tentações

Fuga das ocasiões mais prováveis de queda

Busca do Sacramento da Confissão sempre que for necessário
É um desafio que vale a pena!

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Sexualidade e castidade

  • 1. Sexualidade e castidade 1-Introdução: Muitos hoje, em um grande pré-conceito em relação à fé católica, acreditam que a Santa Igreja vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso, e isso é um engano. Um olhar mais aprofundado sobre a doutrina católica mostra a imensa dignidade na qual a Santa Igreja vê a sexualidade. Diz o Catecismo da Igreja Católica que "a união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador. (...) Dessa união procedem todas as gerações humanas." (Catecismo da Igreja Católica, 2335). Diz também o Catecismo ainda que, pela sexualidade, “os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, 2367) Isso está claro já nos primeiros capítulos da Sagrada Escritura, quando Deus cria o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, e lhes diz: “Frutificai, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1,28) E mais adiante: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24). Se, portanto, a Santa Igreja crê que: -Pela sexualidade o homem e a mulher imitam a generosidade de Deus -Deus condiciona ao ato sexual nada menos do que a geração de uma nova vida humana -Pelo ato sexual os esposos participam do poder criador de Deus -O próprio Deus ordena que, em sua vocação natural, o homem e mulher se unam no ato sexual Como se poderá afirmar que a fé católica vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso? Foi o próprio Deus, ainda, que dispôs a natureza de forma à haver prazer no ato que perpetua a espécie humana - da mesma forma que normalmente há prazer natural em todos os atos humanos necessários para a sobrevivência e perpetuação da espécie: comer, beber, dormir, e assim por diante. O Sagrado Magistério da Igreja ensina ainda que não há problema algum em os esposos desejarem este prazer no ato sexual e o gozarem, desde que isso seja vivido nos justos limites. Nesse sentido, o saudoso Papa Pio XII nos ensina: "O próprio Criador estabeleceu que nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação no corpo e no espírito. Portanto, os esposos
  • 2. não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem manter-se nos limites de uma moderação justa." (Catecismo da Igreja Católica, 2362) 2. Finalidades procriadora e unitiva: Quais seriam estes justos limites? É aquilo que a fé católica chama de virtude da castidade. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: "A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa." (Catecismo da Igreja Católica, 2347) E ainda: "Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu estado de vida." (Catecismo da Igreja Católica, 2348) Ou seja, a virtude da castidade consiste na maneira correta de viver a sexualidade. Cada membro da Santa Igreja é chamado por Nosso Senhor Jesus Cristo à viver a castidade segundo a sua vocação.Para isso, precisamos compreender que o ato sexual naturalmente tem duas finalidades: a finalidade unitiva, que diz respeito ao bem e à santificação do casal, e a finalidade procriadora, que diz respeito à geração da vida. Diz o Catecismo: "Salvaguardando esse dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e sua ordenação para altíssima vocação do homem para a paternidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2369) O prazer é consequência natural do ato conjugal, e não finalidade do ato. Assim, qualquer atitude que faça uso da sexualidade buscando o “prazer pelo prazer”, fora da sua finalidade unitiva ou fechando-se intencionalmente à sua finalidade procriadora, é uma atitude imoral. 3. Pecados contra a castidade: O Catecismo especifica: "Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais." (Catecismo da Igreja Católica, 2396) A masturbação atenta tanto contra a finalidade unitiva do ato sexual, quanto contra a finalidade procriadora, e por isso é si mesmo imoral. Diz o Catecismo: "Por masturbação se deve entender a excitação voluntárias dos órgãos genitais a fim de conseguir um prazer venéreo. (...) A masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2352) Embora a masturbação seja em si mesmo imoral, certos fatores psicológicos podem atenuar a culpabilidade do ato, de forma que, em certas
  • 3. circunstâncias, possa ser apenas um pecado venial ou não ser nem mesmo pecado, embora seja sempre um ato imoral (Catecismo da Igreja Católica, 2352).A fornicação é a "união carnal fora do casamento entre um homem e mulher livres." (Catecismo da Igreja Católica, 2353) Atenta contra a finalidade unitiva do ato sexual, pois é praticado fora do compromisso definitivo entre homem e mulher que se dá no matrimônio. O contexto adequado para o ato sexual é, portanto, o matrimônio, e jamais o namoro, nem mesmo o noivado. A fornicação "é gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e educação dos filhos." (Catecismo da Igreja Católica, 2353) Diz o Catecismo que "a homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominantemente, por pessoas do mesmo sexo. (...) Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2357). A Santa Igreja, porém, acolhe e respeita o homossexual enquanto pessoa, embora não aprove as práticas homossexuais; ela ama o pecador, mas odeio o pecado. Diz o Catecismo: "Um número não negligenciável de homens e mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condições homossexual; para a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de descriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã." (Catecismo da Igreja Católica, 2359). 4. Castidade no matrimônio: Opõe-se à castidade no matrimônio: O adultério
  • 4. O espaçamento do nascimento dos filhos sem razões justas (sejam elas físicas, psicológicas, econômicas, etc) O espaçamento do nascimento dos filhos por métodos contraceptivos artificiais, que tornam o ato sexual intencionalmente infecundo No matrimônio, "os dois se doam definitiva e totalmente um ao outro. Não são mais dois, mas formam doravante uma só carne. A aliança contraída livremente pelos esposos lhes impõe a obrigação de a manter una e indissolúvel." (Catecismo da Igreja Católica, 2364) O adultério designa a "infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais um é casado, estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem adultério." (Catecismo da Igreja Católica, 2380) Como no matrimônio há uma união indissolúvel, se o matrimônio é válido e uma das partes do casal contrai a chamada "segunda união", comete adultério. Se, por condições particulares, a convivência enquanto casal torna-se impossível, e havendo dúvidas sobre a validade do matrimônio supostamente contraído (existem diversas razões que podem haver comprometido sua validade), deve-se procurar os Tribunais Eclesiásticos para avaliar se o matrimônio realmente existiu ou não. Sobre isso, assim se expressou recentemente o Santo Padre Bento XVI: "Nos casos em que surjam legitimamente dúvidas sobre a validade do Matrimônio sacramental contraído, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o fundamento das mesmas. Há que assegurar, pois, no pleno respeito do direito canônico, a presença no território dos tribunais eclesiásticos, o seu caráter pastoral, a sua atividade correta e pressurosa; é necessário haver, em cada diocese, um número suficiente de pessoas preparadas para o solícito funcionamento dos tribunais eclesiásticos. (...) Enfim, caso não seja reconhecida a nulidade do vínculo matrimonial e se verifiquem condições objetivas que tornam realmente irreversível a convivência, a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial." (Sacramentum Caritatis, 29) Deve-se observar que um matrimônio consumado jamais poderá ser anulado, mas sim, declarado que, por condições específica, sempre foi inválido. Diz o Catecismo: "A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. (...) A Igreja, que está do lado da vida, ensinada que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida." (Catecismo da Igreja Católica, 2366) Porém, "por razões justas, os esposos podem querer espaçar o nascimento dos filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo, mas está de
  • 5. acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral. (...) A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação." (Catecismo da Igreja Católica, 2368-2370). Como foi dito acima, as razões justas para espaçar o nascimento podem ser tanta físicas, como psicológicas, financeiras, e assim por diante (ver encíclica Humanae Vitae, n. 16), e isso é moralmente lícito se for feito através do métodos naturais. Existe um método de observação do corpo da mulher chamado método Billings, muito seguro se bem utilizado (segurança de 97%, segundo a Organização Mundial da Saúde). Uma rápida pesquisa na Internet mostrará muitas informações sobre ele, mas para aprender a utilizá-lo é importante procurar um instrutor experiente. Por outro lado, é absolutamente imoral o uso de métodos contraceptivos que tornam o ato sexual infecundo (tais como: camisinha, pílula anticoncepcional, DIU, laqueadura e vasectomia), se utilizados com a intensão de fechar o ato sexual para a geração da vida. Nesses casos, e nos casos que mesmo por meios naturais o casal espaça o nascimento dos filhos sem razões justas para isso, a atitude se reveste de grande gravidade, pois o casal se fecha para a geração de vidas que se comprometeu à acolher quando assumiu o Matrimônio. 5. Luta pela castidade: O Catecismo cita ainda a luxúria como "um desejo desordenado ou um gozo desordenado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando buscado por si mesmo, isolado das finalidade da procriação e du união." (Catecismo da Igreja Católica, 2351) Aqui deve-se destinguir entre o "sentir" e o "consentir"; o sentir desejo sexual de forma desordenada é natural devido as consequências do pecado original em nós, e por isso mesmo não é imoral; o "consentir" no desejo desordenado, isto é, a atitude que tomamos em relação à este desejo desordenado é que pode ser virtuosa ou imoral, pois o pecado implica vontade. Esta atitude imoral pode ser tanto um comportamento externo ou uma atitude interna de "curtir" o desejo desordenado - e nesse sentido Nosso Senhor Jesus Cristo fala em cometer um adultério através do olhar (Mateus 6, 27-28).
  • 6. Com toda a certeza são necessárias renúncias para viver a castidade. O próprio Senhor nos diz: "Aquele que quer me seguir, tome a sua cruz e siga- me. De que vale ganhar o mundo inteiro se vier à perder a sua alma?" (Mateus 16, 16) Por outro lado, reconhecer a necessidade da renúncia da sexualidade desordenada de forma nenhuma significa que o sexo, em si mesmo, é algo mau, impuro ou pecaminoso. Muito pelo contrário! Significa que a sexualidade é algo tão cheio de dignidade que não pode ser vivido de qualquer maneira. O próprio Santo Padre Bento XVI escreveu à respeito do amor que os gregos chamavam de "eros", isto é, o amor entre homem e mulher: "Na crítica ao cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa. Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que, embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para degenerar em vício. Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação muito generalizada: com os seus mandamentos e proibições, a Igreja não nos torna porventura amarga a coisa mais bela da vida? Porventura não assinala ela proibições precisamente onde a alegria, preparada para nós pelo Criador, nos oferece uma felicidade que nos faz pressentir algo do Divino? Mas, será mesmo assim? O cristianismo destruiu verdadeiramente o eros? (...) São necessárias purificações e amadurecimentos, que passam também pela estrada da renúncia. Isto não é rejeição do eros, não é o seu « envenenamento », mas a cura em ordem à sua verdadeira grandeza." (Deus Caritas Est, 3-5) Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, nos ensina: "Depois da queda de Adão, rebelaram-se os sentidos contra a razão, e não há para o homem mais difícil virtude a praticar do que a castidade." (Glórias de Maria, Tratado 3, cap. VI) Mas já dizia um grande sábio que "a juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo." Para viver a castidade, é necessário, portanto, buscarmos: Vida de oração profunda Participação frequente no Santo Sacrifício da Missa e na Comunhão Eucarística Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade Vigilância em relação à tentações Fuga das ocasiões mais prováveis de queda Busca do Sacramento da Confissão sempre que for necessário
  • 7. É um desafio que vale a pena!