8. O casamento não foi desde sempre um
sacramento
Até aos séculos IV e V ainda não tinha honras
de constar na lista dos gestos sacramentais .
Porquê?
9. Como implicava inevitavelmente uma relação sexual, isso
baralhava algumas cabeças clericais, porque apesar da
santidade da procriação…
havia sempre o perigo de pecado – já que o desejo da
procriação podia ser superado pelo desejo do
prazer, coisa vista como muito pouco santa…
10. Só no século XII, no Concílio de Verona, o casamento
é incluído pela primeira vez na lista dos
sacramentos, juntamente com o baptismo, a
eucaristia e a penitência.
A confirmação final foi feita no concílio de Florença, já no século
XV, e afirma que todos os sete sacramentos contêm Graça e
conferem Graça a todos os que os receberem dignamente.
11. Mas o que significa o casamento
ser
um Sacramento?
12. No Antigo Testamento
O profeta Oseias é o primeiro a referir-se ao
matrimónio como sinal da aliança entre o
povo de Israel e Deus.
No Novo Testamento
O casamento revela-se, já não só sinal da
relação entre Deus e o Seu Povo, mas relação
entre Cristo e a Sua Igreja.
13. Não é só
um símbolo
Não é só
uma referência
é muito mais
14. Realiza, torna
presente
a Pessoa de Cristo na relação entre marido e
mulher.
15. O casamento
não é só amor humano,
não é só lei;
é também
graça e redenção
16. Afirmar que o casamento entre cristãos é um
sacramento
é, então, dizer que
17. A um nível revela e celebra a íntima união de
amor e comunhão de vida entre um homem e
uma mulher
18. A outro nível, revela e celebra a íntima união de
amor e comunhão de vida entre Deus e o Seu
Povo, entre Cristo e a Sua Igreja. É na comunhão
do homem e da mulher que se casam que se
revela a comunhão entre Cristo e a Sua Igreja.
19. O amor dos esposos cristãos é símbolo da
presença de Deus no mundo.
20. Desde o início, o casamento cristão é
intencionalmente mais do que comunhão
de vida entre um homem e uma mulher.
22. Desde o início, Cristo está presente e activo
no casamento, modelando-o, agraciando-
o, garantindo-lhe estabilidade.
Esta presença da graça faz parte da sua
estrutura e essência, algo sem o qual não seria
casamento cristão
23. É neste sentido que tal gesto é um
sacramento:
um gesto simbólico que é
sinal e causa
da presença graciosa de Cristo
e do Deus que Ele revela.
24. Ora, se este sacramento é sinal concreto do
amor de Cristo pela Sua Igreja, deve
necessariamente ser
indissolúvel,
porque assim é o amor de Cristo.
Nada nos separará do amor de Cristo, diz S.
Paulo
26. “Antes do mais, é importante superar a visão
da indissolubilidade do casamento como um
limite à liberdade do homem e da mulher e
por isso como um peso que por vezes se pode
tornar insuportável.” João Paulo II
27. • Para responder a esta pergunta é necessário
partir da palavra de Deus.
• Segundo Jesus, foi Deus quem uniu o homem
e a mulher, através do livre consentimento de
ambos.
• Mas esse consentimento humano versa sobre
um desígnio divino que a ultrapassa. É a
vontade humana “soprada” pelo próprio Deus
28. No Evangelho de S. Mateus (19, 3-12) Jesus
supera as discussões que havia na época sobre
os motivos que podiam autorizar o divórcio.
“Por causa da dureza do vosso coração Moisés
permitiu que repudiásseis as vossas mulheres.
Mas no princípio não era assim”
29. Por isso, não separar o que Deus uniu é um
regresso à pureza e à perfeição do plano que
Deus tem para cada um de nós.
30. Assim o casamento cristão é uma comunhão
de vida total. É considerado como uma união
da vida inteira em dois sentidos:
Tudo, todos os bens, materiais e
espirituais, são para ser partilhados,
E esta partilha é para se manter até à morte.
31. Casar-se é comprometer-se total, radical e
solenemente para toda a vida. Quando o
matrimónio é um sacramento, essa comunhão
não se resume a uma partilha da vida entre
dois iguais, mas uma partilha de fé, que inclui
a abertura e a relação com o Criador
32. Tal como Deus não é uma divindade que cria e
depois abandona a sua criação, tal como Jesus
não é um Cristo que dá a vida pela Igreja e
depois a abandona, assim nenhum cristão cria
um casamento (são os esposos que se casam e
não o padre que os casa) e depois o
“abandona”, deixando-o sobrevivendo por si
próprio, à mercê das circunstâncias.
33. . Quando um homem e uma mulher se
casam, comprometem-se a criar regras de
comportamento que deverão alimentar e sustentar o
casamento.
34. Como uma relação precisa de tempo para
crescer, como um casamento necessita de tempo para
amadurecer, assim também um sacramento leva tempo
a maturar. No casamento cristão, ainda mais do que em
qualquer outro casamento, a resposta à questão de
quando se dá realmente o casamento é simples: na
vida inteira, vivida pelo menos a partir do mútuo
consentimento.