SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
SALA DE AULA: UM
LUGAR PARA DISCUTIR
RELIGIÃO E RACISMO
Thyeles Moratti Preicilio Borcarte
Strelhow
Faculdades EST
Financiamento CNPq
Considerações iniciais
 O racismo presente nas relações cotidianas
no Brasil, em sua maioria, estão sempre
disfarçadas de “brincadeiras”.
 O presente artigo pretende apresentar que é
necessário um exercício constante de
desconstrução da ideia de inferioridade
vinculada à cultura afrodescendente, tendo
como apoio a valorização e o reconhecimento
da religiosidade presente em sala de aula.
Breve panorama geral
 A ocupação dos espaços pelas pessoas
afrodescentes afloram os discursos de ódio
das elites.
 Uma pesquisa feita pelo Labic (Laboratório de
Estudos sobre Imagem e Cibercultura) da
UFES constatou:
 há uma tendência por compartilhamentos
referentes a comentários e páginas vinculadas à
polícia.
 São construídas ideias de paz e justiça baseadas
na eliminação do/a outro/a.
 Dados do IPEA:
 O homem negro será abordado em 21% quando
dirigindo um carro de luxo, enquanto o branco em
2,6%.
 A expectativa de vida de uma pessoa negra é
1,73 ano menor do que uma pessoa branca.
 No Brasil, a morte de jovens negros é maior que
em países em guerra.
 Em caso de agressão, 61,8% não procuram a
polícia, pois 60,70% têm medo de represálias e
60,30% não acreditam que a força policial pode
ajudar.
Breve panorama geral
A religiosidade como ponto de
partida
 No mundo pós-moderno, os avanços da ciência e
o desenvolvimento da tecnologia tem substituído
as crenças religiosas e a função da
transcendência na vida das pessoas (mercado).
 Mas, as crenças fazem parte do imaginário das
pessoas, principalmente, das crianças.
 “Macumba é coisa do demônio?” “Macumba é
coisa do demônio?”.
 Religião: “um sistema comum de crenças e
práticas relativas a seres sobre-humanos dentro
de universos históricos e culturais específicos”
(SILVA, 2004, p. 04).
A religiosidade como ponto de
partida
 O que significa religião:
 Experiência familiar.
 Agradar a Deus.
 Deus é bom, Deus castiga.
 Pensamento abissal (Boaventura de Souza
Santos).
A religiosidade como ponto de
partida
 Romper com a linha abissal: conhecimento do
outro/a.
 Recontando a história.
 As relações presentes no cotidiano.
 Conceito de alteridade: ser-no-outro. (LEVINÁS).
 Responsabilidade com a história, cotidiano e
memória.
A religiosidade como ponto de
partida
 Pesquisa sobre como os/as colegas da escola
entendem o racismo.
 69 crianças achavam que existia racismo na escola e 36
achavam que não;
 18 crianças se caracterizaram como racistas e 87 não se
caracterizaram como racistas;
 65 crianças conheciam alguém racista e 40 não
conheciam alguém racista;
 49 crianças já praticaram um ato racista e 56 não
praticaram um ato racista;
 95 crianças sabiam o que é racismo e 10 não sabiam o
que é racismo.
A religiosidade como ponto de
partida
 A partir da discussão sobre o material
recolhido, as crianças puderam ir percebendo,
também a partir das provocações do
educador, que ações praticadas no recreio se
caracterizavam como racistas e que muitas
brincadeiras acabavam inferiorizando os/as
colegas.
A religiosidade como ponto de
partida
 Concluiu-se então que pequenos atos que muitas
desconsideravam sob o disfarce da “brincadeira”,
na verdade, era uma forma de racismo e que para
mudar esta situação as relações entre os/as
colegas deveriam evitar piadas, nomenclaturas ou
qualquer ato que desrespeitasse o/a outro/a.
 A partir disso, elaborou-se com a turma um painel
em que foram evidenciados os dados da pesquisa
realizada pela turma, juntamente com a
interpretação e as conclusões que foram
construídas pelos/as educandos/as.
A religiosidade como ponto de
partida
 LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade.
Coord. Trad. Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis: Vozes,
1997.
 SANTOS, Boaventura de Souza. Para além do pensamento
abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes.
Novos Estudos, n. 79, p. 71-94, 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/nec/n79/04.pdf>. Acesso em: 20
jan. 2015.
 SILVA, Eliane Moura da. Religião, Diversidade e valores
culturais: conceitos teóricos e a educação para a cidadania.
Revista de Estudos da Religião, n. 02, p. 01-14, 2004. p. 04.
Disponível em:
<http://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>. Acesso
em: 20 jan. 2015.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Calendario 20.06.2015
Calendario 20.06.2015Calendario 20.06.2015
Calendario 20.06.2015Tuc Setematas
 
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4Rita Candeu
 
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRASRELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRASAntonio Marcos
 
Religiosidade e oralidade afro-brasileira
Religiosidade e oralidade afro-brasileiraReligiosidade e oralidade afro-brasileira
Religiosidade e oralidade afro-brasileiraAva Augustina
 
Religiões afro-brasileiras
Religiões afro-brasileiras Religiões afro-brasileiras
Religiões afro-brasileiras Maycon Paim
 
Plano de aula didatica religião
Plano de aula  didatica religiãoPlano de aula  didatica religião
Plano de aula didatica religiãosimonclark
 
Religião afro brasileiras
Religião afro brasileirasReligião afro brasileiras
Religião afro brasileirasDenise Aguiar
 
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosReligião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosDenise Aguiar
 

Destaque (10)

Calendario 20.06.2015
Calendario 20.06.2015Calendario 20.06.2015
Calendario 20.06.2015
 
03 outras religioes afro-brasileiras a
03   outras religioes afro-brasileiras a03   outras religioes afro-brasileiras a
03 outras religioes afro-brasileiras a
 
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4
Os ataques neopentecostais às religiões afro brasileiras abert4
 
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRASRELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS
RELIGIÕES AFRO BRASILEIRAS
 
Religiosidade e oralidade afro-brasileira
Religiosidade e oralidade afro-brasileiraReligiosidade e oralidade afro-brasileira
Religiosidade e oralidade afro-brasileira
 
Religiões afro-brasileiras
Religiões afro-brasileiras Religiões afro-brasileiras
Religiões afro-brasileiras
 
o-catimbo-da-jurema
o-catimbo-da-juremao-catimbo-da-jurema
o-catimbo-da-jurema
 
Plano de aula didatica religião
Plano de aula  didatica religiãoPlano de aula  didatica religião
Plano de aula didatica religião
 
Religião afro brasileiras
Religião afro brasileirasReligião afro brasileiras
Religião afro brasileiras
 
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitosReligião Afro-brasileira. Orixas mitos
Religião Afro-brasileira. Orixas mitos
 

Semelhante a Discussão sobre racismo e religião na sala de aula

Vivendo no front
Vivendo no frontVivendo no front
Vivendo no frontVanrochris
 
Racismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisRacismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisSergiana Helmer
 
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.Fábio Fernandes
 
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxracismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxMichael Marques
 
Afinal, existe racismo no Brasil?
Afinal, existe racismo no Brasil?Afinal, existe racismo no Brasil?
Afinal, existe racismo no Brasil?André Santos Luigi
 
Homossexualismo e a igreja
Homossexualismo e a igreja Homossexualismo e a igreja
Homossexualismo e a igreja Luiz Neto
 
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdf
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdfARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdf
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdfSimoneHelenDrumond
 
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio SantoroOnde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoroguesta7e113
 
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...Nathany Brito Rodrigues
 
O preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasO preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasClarice-Borges
 
clarice cohn antropologia da criança livro.pdf
clarice cohn antropologia da criança livro.pdfclarice cohn antropologia da criança livro.pdf
clarice cohn antropologia da criança livro.pdfDanielaSilva773001
 
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Rosane Domingues
 
Juventude e participação política no século xxi
Juventude e participação política no século xxiJuventude e participação política no século xxi
Juventude e participação política no século xxiJonas Araújo
 
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouintern
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouinternUnid3 ativ2 plancomhipermidiaouintern
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouinternelzaluz
 
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: Uma pesquisa sobre a participação dos negro...
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:  Uma pesquisa sobre a participação dos negro...RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:  Uma pesquisa sobre a participação dos negro...
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: Uma pesquisa sobre a participação dos negro...Bárbara Dourado
 

Semelhante a Discussão sobre racismo e religião na sala de aula (20)

Vivendo no front
Vivendo no frontVivendo no front
Vivendo no front
 
Racismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisRacismos e olhares plurais
Racismos e olhares plurais
 
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.
Diferentes fontes de informação sobre sexualidade.
 
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptxracismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
racismodisriminacaoepreconceito- prof. me. michaelmarques.pptx
 
Afinal, existe racismo no Brasil?
Afinal, existe racismo no Brasil?Afinal, existe racismo no Brasil?
Afinal, existe racismo no Brasil?
 
Homossexualismo e a igreja
Homossexualismo e a igreja Homossexualismo e a igreja
Homossexualismo e a igreja
 
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdf
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdfARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdf
ARTIGO 1 CONSCIÊNCIA NEGRA 1A2022.pdf
 
ARTIGO 1 .pdf
ARTIGO 1 .pdfARTIGO 1 .pdf
ARTIGO 1 .pdf
 
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio SantoroOnde Voce Guarda O Seu Racismo   Mauricio Santoro
Onde Voce Guarda O Seu Racismo Mauricio Santoro
 
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...
Práticas abolicionistas em bibliotecas prisionais Ou Sugestões de critérios a...
 
O preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasO preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadas
 
clarice cohn antropologia da criança livro.pdf
clarice cohn antropologia da criança livro.pdfclarice cohn antropologia da criança livro.pdf
clarice cohn antropologia da criança livro.pdf
 
C.A. 02
C.A. 02C.A. 02
C.A. 02
 
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
Diversidade sexual na escola (cartilha do projeto)
 
Tce tg
Tce   tgTce   tg
Tce tg
 
Tce tg
Tce   tgTce   tg
Tce tg
 
Juventude e participação política no século xxi
Juventude e participação política no século xxiJuventude e participação política no século xxi
Juventude e participação política no século xxi
 
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouintern
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouinternUnid3 ativ2 plancomhipermidiaouintern
Unid3 ativ2 plancomhipermidiaouintern
 
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: Uma pesquisa sobre a participação dos negro...
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:  Uma pesquisa sobre a participação dos negro...RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:  Uma pesquisa sobre a participação dos negro...
RAÇA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: Uma pesquisa sobre a participação dos negro...
 
Seminário jd
Seminário jdSeminário jd
Seminário jd
 

Último

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 

Último (20)

"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 

Discussão sobre racismo e religião na sala de aula

  • 1. SALA DE AULA: UM LUGAR PARA DISCUTIR RELIGIÃO E RACISMO Thyeles Moratti Preicilio Borcarte Strelhow Faculdades EST Financiamento CNPq
  • 2. Considerações iniciais  O racismo presente nas relações cotidianas no Brasil, em sua maioria, estão sempre disfarçadas de “brincadeiras”.  O presente artigo pretende apresentar que é necessário um exercício constante de desconstrução da ideia de inferioridade vinculada à cultura afrodescendente, tendo como apoio a valorização e o reconhecimento da religiosidade presente em sala de aula.
  • 3. Breve panorama geral  A ocupação dos espaços pelas pessoas afrodescentes afloram os discursos de ódio das elites.  Uma pesquisa feita pelo Labic (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura) da UFES constatou:  há uma tendência por compartilhamentos referentes a comentários e páginas vinculadas à polícia.  São construídas ideias de paz e justiça baseadas na eliminação do/a outro/a.
  • 4.  Dados do IPEA:  O homem negro será abordado em 21% quando dirigindo um carro de luxo, enquanto o branco em 2,6%.  A expectativa de vida de uma pessoa negra é 1,73 ano menor do que uma pessoa branca.  No Brasil, a morte de jovens negros é maior que em países em guerra.  Em caso de agressão, 61,8% não procuram a polícia, pois 60,70% têm medo de represálias e 60,30% não acreditam que a força policial pode ajudar. Breve panorama geral
  • 5. A religiosidade como ponto de partida  No mundo pós-moderno, os avanços da ciência e o desenvolvimento da tecnologia tem substituído as crenças religiosas e a função da transcendência na vida das pessoas (mercado).  Mas, as crenças fazem parte do imaginário das pessoas, principalmente, das crianças.  “Macumba é coisa do demônio?” “Macumba é coisa do demônio?”.  Religião: “um sistema comum de crenças e práticas relativas a seres sobre-humanos dentro de universos históricos e culturais específicos” (SILVA, 2004, p. 04).
  • 6. A religiosidade como ponto de partida  O que significa religião:  Experiência familiar.  Agradar a Deus.  Deus é bom, Deus castiga.  Pensamento abissal (Boaventura de Souza Santos).
  • 7. A religiosidade como ponto de partida  Romper com a linha abissal: conhecimento do outro/a.  Recontando a história.  As relações presentes no cotidiano.  Conceito de alteridade: ser-no-outro. (LEVINÁS).  Responsabilidade com a história, cotidiano e memória.
  • 8. A religiosidade como ponto de partida  Pesquisa sobre como os/as colegas da escola entendem o racismo.  69 crianças achavam que existia racismo na escola e 36 achavam que não;  18 crianças se caracterizaram como racistas e 87 não se caracterizaram como racistas;  65 crianças conheciam alguém racista e 40 não conheciam alguém racista;  49 crianças já praticaram um ato racista e 56 não praticaram um ato racista;  95 crianças sabiam o que é racismo e 10 não sabiam o que é racismo.
  • 9. A religiosidade como ponto de partida  A partir da discussão sobre o material recolhido, as crianças puderam ir percebendo, também a partir das provocações do educador, que ações praticadas no recreio se caracterizavam como racistas e que muitas brincadeiras acabavam inferiorizando os/as colegas.
  • 10. A religiosidade como ponto de partida  Concluiu-se então que pequenos atos que muitas desconsideravam sob o disfarce da “brincadeira”, na verdade, era uma forma de racismo e que para mudar esta situação as relações entre os/as colegas deveriam evitar piadas, nomenclaturas ou qualquer ato que desrespeitasse o/a outro/a.  A partir disso, elaborou-se com a turma um painel em que foram evidenciados os dados da pesquisa realizada pela turma, juntamente com a interpretação e as conclusões que foram construídas pelos/as educandos/as.
  • 11. A religiosidade como ponto de partida  LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Coord. Trad. Pergentino Stefano Pivatto. Petrópolis: Vozes, 1997.  SANTOS, Boaventura de Souza. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Novos Estudos, n. 79, p. 71-94, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n79/04.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2015.  SILVA, Eliane Moura da. Religião, Diversidade e valores culturais: conceitos teóricos e a educação para a cidadania. Revista de Estudos da Religião, n. 02, p. 01-14, 2004. p. 04. Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2015.