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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................01

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO..................................03

ÁREAS DE INFLUÊNCIA ..................................................................10

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ...........................................................14

            Meio Físico ........................................................................14




                                                                                                     Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
            Meio Biótico ......................................................................24

            Meio Socioeconômico .......................................................30

LEGISLAÇÃO INCIDENTE E APLICÁVEL ........................................49

PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS ................................54

IMPACTOS AMBIENTAIS ..............................................................56

PROGRAMAS AMBIENTAIS ..........................................................68

PROGNÓSTICO AMBIENTAL .........................................................71

CONCLUSÕES ................................................................................73

EQUIPE TÉCNICA...........................................................................74




                                                                                                                i
APRESENTAÇÃO

O EMPREENDIMENTO

O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é um empreendimento de infra-estrutura hídrica,
composto por um sistema de adutoras que irá captar água na futura barragem de Ipojuca, no Ramal
do Agreste, projeto de extensão do Eixo Leste do Projeto de Integração do rio São Francisco com
Bacias do Nordeste Setentrional (PISF), para a região do Agreste de Pernambuco.
A água tratada, produto final do empreendimento, será distribuída a 61 municípios que pertencem
às bacias hidrográficas de Ipojuca, Moxotó, Ipanema, Goiana, Capibaribe, Sirinhaém, Mundaú, Una,
Paraíba e Traipu. Os municípios de Itaíba, Ibirajuba e São João também serão beneficiados
diretamente por este Sistema Adutor, em função da disponibilização de água de fontes locais que




                                                                                                    Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
hoje abastecem outros municícios.




O LICENCIAMENTO

O Sistema Adutor do Agreste
Pernambucano é um empreendimento do
Governo Federal do Brasil, executado
através do Ministério da Integração
Nacional (MI).
O empreendimento é objeto de
licenciamento ambiental estadual através
da Companhia Pernambucana de
Recursos Hídricos e Meio Ambiente
                                                                  Reservatório no Riacho do Tigre
(CPRH), conforme processo CPRH Nº
11.060/05. Inicialmente foi idealizado para
todo o Ramal do Agreste Pernambucano,
com Termo de Referência elaborado em janeiro de 2006 e revisado em outubro de 2006, sendo
posteriormente desmembrado em dois licenciamentos.
O empreendedor contratou o Consórcio das empresas CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS e
ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES para desenvolver o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e acompanhar o processo de
licenciamento do empreendimento até a emissão da Licença Prévia (LP). O EIA do Ramal do
Agreste Pernambucano foi concluído em março de 2008, tendo sido protocolado na CPRH para dar
seqüência ao processo de licenciamento.
Este RIMA é uma síntese do EIA do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, tendo sido
elaborado em linguagem mais simples, resumida e objetiva, procurando mostrar os resultados da
análise ambiental do empreendimento.
                                                                                                               1
Identificação do Empreendedor

                                        Nome: MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
                                        CGC: 03.353.358/0001-96
                                        Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E" - CEP 70062-900
                                        Telefone: (61) 414-5828
                                        Fax: (61) 225-8895
                                        Representante Legal:         GEDDEL QUADROS VIEIRA LIMA
                                        CPF: 220.627.341-15
                                        Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E", 8º Andar
                                        CEP: 70062-900
                                        Telefone: (61) 3414-5814 / 3414-5815
                                        Fax: (61) 3321-3122
                                        Pessoa de Contato: JOÃO REIS SANTANA FILHO
                                        CPF: 005.832.605-78
                                        Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E", 9º andar, sala 900
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        CEP: 70062-900
                                        Telefone: (61) 3414-5828 / 3414-5701
                                        Fax: (61) 3414-5493


                                        Identificação das Empresas Consultoras

                                        Nome: CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS LTDA.                            Lançamento da garrafa tipo Van Dorn 3
                                                                                                             para coleta de fitoplâncton
                                        Inscrição Estadual: isenta
                                        Inscrição Municipal: 2.625.534-0
                                        CNPJ: 02.104.432/0001-78
                                        Endereço: Rua Francisco Tramontano, 100 / 6º Andar Real Parque São Paulo - SP
                                        CEP: 05.686-010
                                        Telefone: (11) 3750-4301
                                        Fax: (11) 3750-4366
                                        Responsável Técnico: Eng. José Manuel Mondelo Prada


                                        Nome: ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES LTDA.
                                        Inscrição Estadual: isenta
                                        Inscrição Municipal: 442.317-1
                                        CNPJ 62.025.440/0001-50
                                        Endereço: Alameda Tocantins, 125 / 4o Andar Barueri SP
                                        CEP: 06.455-020
                                        Telefone: (11) 2135-5281
                                        Fax: (11) 2135-5244
                                        Responsável Técnico: Eng. Danny Dalberson de Oliveira
              2
CARACTERIZAÇÃO DO
                             EMPREENDIMENTO
                               O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano terá início no reservatório de
                               Ipojuca, que constitui o ponto final do Ramal do Agreste.
                               A vazão máxima de água captada no reservatório de Ipojuca será da ordem de
                               3,3m³/s. A água será tratada em uma Estação de Tratamento de Água
                               próxima ao reservatório. Após o tratamento, a água será conduzida por um
INFORMAÇÕES GERAIS             sistema de adução de água formado por tubulações de aço e de ferro fundido,
                               com diâmetros variando de 1.500 a 200 mm, com cerca de 1.030 km de
                               extensão, que atenderá com água tratada 61 municípios da região.




                                                                                                                    Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
                                                                        Açude Mulungu, na localidade de Ipojuca,
                                                                     próximo à nascente do rio Ipojuca e no local
                                                                     onde será construída a barragem de Ipojuca,
                                                                   ponto de partida do Sistema Adutor do Agreste
                                                                    Pernambucano – Município de Arcoverde - PE




                                                          LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
O acesso à região de inserção do empreendimento se dá através da BR-232 que interliga Recife a Salgueiro.
Partindo-se da capital pernambucana por esta rodovia, percorre-se 80 km até atingir a cidade de Gravatá;
seguindo esta mesma estrada, chega-se à sede municipal de Pesqueira após cerca de 130 km.
O Sistema Adutor será construído a partir do reservatório de Ipojuca, no município de Arcoverde. Próximo à
tomada d'água do reservatório será definida a área de implantação da Estação de Tratamento de Água (ETA).
A partir da ETA, terá início o sistema de adução propriamente dito, que contornará a Terra Indígena Xucurú
até atingir a cidade de Pesqueira, junto à BR-232.
O eixo principal de adução de água se dará ao longo da rodovia federal BR-232, em extensão aproximada de
125 km, passando pelas cidades de Belo Jardim, Tacaimbó, São Caitano, Caruaru, Bezerros e Gravatá.                             3
ANTECEDENTES HISTÓRICOS


                                        A história do Ramal do Agreste está atrelada à
                                        história do Eixo Leste (fonte hídrica do
                                        empreendimento) e, conseqüentemente, ao
                                        antigo Projeto de Transposição do Rio São
                                        Francisco (PTSF) e à sua versão atual revisada
                                        e denominada Projeto de Integração do São
                                        Francisco com Bacias do Nordeste
                                        Setentrional (PISF), empreendimento já
                                        licenciado pelo IBAMA.
                                        A idéia da transposição de águas do rio São
                                        Francisco para garantir sustentabilidade
                                        hídrica ao Semi-Árido Nordestino, o
                                                                                                  Presença de pescadores na Barragem do Prata
                                        abastecimento de populações e o
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        desenvolvimento da região, foi objeto de
                                        vários estudos, desde meados do século
                                        passado. Desde então, o empreendimento já sofreu inúmeras alterações em termos de concepção e projeto,
                                        mas seu objetivo geral de garantir sustentabilidade hídrica que permita o abastecimento de populações e o
                                        desenvolvimento da região do Semi-Árido permanece o mesmo.
                                        Estudos demonstraram a necessidade e a oportunidade de um novo eixo de obras, o Eixo Leste , para atender
                                        áreas prioritárias não contempladas na concepção anterior do empreendimento. Dessa forma, na sua versão
                                        atual, o PISF complementa e amplia sua área de abrangência através do Eixo Leste, de onde parte o Ramal do
                                        Agreste e o Sistema Adutor, objeto do presente EIA/RIMA.


                                        OBJETIVOS
                                              O Agreste Pernambucano é uma área crítica em termos de escassez de água, o que dificulta a
                                              sobrevivência da população em condições dignas, gerando situações de pobreza e miséria.
                                              As secas no Nordeste são conhecidas desde os séculos XVI e XVII e a irregularidade das chuvas
                                              sempre foi uma característica da região. Há séculos, o problema da região continua à espera de
                                              soluções, sendo cada vez mais agravado, não só por imposição da natureza, como também pela
                                              necessidade de políticas públicas mais eficientes.
                                              O enfrentamento dessa problemática pelo poder público tem se caracterizado pela tentativa de
                                              garantir a disponibilidade de água nos rios não contínuos a partir da construção de reservatórios de
                                              armazenamento grandes e pequenos, regionalmente conhecidos por açudes. Os açudes, entretanto,
                                              sofrem perdas excessivas por evaporação e não conseguem disponibilizar, em média, mais do que
                                              25% da água que armazenam.
                                              Neste contexto, as obras do Ramal do Agreste visam integrar açudes já construídos, reforçando a
                                              oferta hídrica local e assegurando a garantia de abastecimento de água à população beneficiada, até
                                              o ano de 2025.
                                              A distribuição de água para consumo humano, entretanto, será feita pelo Sistema Adutor do Agreste
                                              Pernambucano, que visa abastecer com água de boa qualidade 61 municípios da região.
                                              É interessante ressaltar que, na área a ser beneficiada pela implantação do sistema de adutoras, a
              4                               população urbana tem grande participação na população a ser atendida, o atendimento à população
                                              rural situa-se em apenas 12% do total do suprimento.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
JUSTIFICATIVAS



As instalações atuais dos sistemas de abastecimento de água que atendem às sedes dos municípios da
região do Agreste Pernambucano estão funcionando em condições precárias, tanto no que diz respeito ao
suprimento de água bruta em quantidade e qualidade, como nos aspectos de tratamento, reserva e
distribuição de água tratada.
Segundo os dados disponíveis no ATLAS NORDESTE (ANA, 2005), um número expressivo de sedes
municipais do Agreste de Pernambuco encontra-se em situação crítica de abastecimento, o que
demonstra claramente a grande dependência da região de fontes hídricas externas, tais como o Eixo Leste
do PISF, justificando plenamente a implantação do Ramal do Agreste e do Sistema Adutor.
Verifica-se, assim, que alternativas que sirvam ao suprimento de demandas hídricas do Agreste de
Pernambuco formadas por fontes locais ou por métodos tais como a chuva induzida e a reservação de
águas da chuva servem apenas como possibilidades complementares, não representando opções para
soluções definitivas da eficiência do abastecimento de água na região.
Como conseqüência direta do atendimento às demandas de abastecimento, deverá ocorrer uma melhoria
na qualidade de vida da população, com melhoria dos sistemas de saneamento básico e crescimento de
atividades produtivas que têm na água um de seus mais importantes componentes.
O Projeto também deverá contribuir para a fixação da população na região, sujeita, de longa data, a um
processo contínuo de deslocamento, seja para outras regiões do País, seja para outros pontos do Nordeste.
Deve-se ainda ressaltar como benefício relevante do empreendimento, devido à oferta constante de água
de boa qualidade, à redução do número de internações hospitalares na região e à redução dos índices de
mortalidade infantil.
Finalmente, o Ramal do Agreste deverá contribuir ainda para a redução dos gastos públicos com medidas
de emergência durante as freqüentes secas, uma vez que a oferta de água será garantida e o impacto das
secas reduzido, justificando-se, portanto, também sob o ponto de vista econômico.

                                                                                                                       5
DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO

                                        Fonte Hídrica e Concepção Geral
                                        A população a ser beneficiada por este sistema, na Região do
                                        Agreste Pernambucano, está estimada em 1,89 milhões de
                                        pessoas para fim de plano em 2037. A fonte hídrica do sistema é o
                                        reservatório Ipojuca, ponto final do Ramal do Agreste, que
                                        beneficiará a região com a adução de 8 m³/s do Eixo Leste do PISF.
                                        A configuração adotada para a concepção do Sistema Adutor do
                                        Agreste Pernambucano teve por base os seguintes pontos:
                                        8o Sistema Adutor tem seu início no reservatório de Ipojuca,
                                         atendendo a população urbana e rural das cidades e povoados
                                         (faixa de 2,5 km para cada lado do eixo do traçado das
                                         adutoras);
                                        8deverá atender a toda população abastecida com água tratada;
                                                                                                              Rio Ipojuca situado no minicípio de Caruaru
                                        8o traçado das adutoras deverá privilegiar as condições de relevo
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                         naturais;
                                        8o Sistema Adutor deverá se desenvolver ao longo do sistema
                                         viário, como forma de minimizar problemas ambientais,
                                         desapropriações e custos de manutenção.


                                        Demandas Envolvidas e Balanço Hídrico
                                        O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano irá atender a 61
                                        municípios. Além dos núcleos urbanos das sedes municipais,
                                        outros 80 distritos urbanos serão beneficiados, por estarem
                                        situados dentro da faixa de 2,5 km de cada lado da adutora. Toda a
                                        população rural da faixa de influência das adutoras também será
                                        atendida.
                                        Os valores de consumo médio por pessoa foram calculados              Crianças retirando água

                                        conforme as normas do PROÁGUA para avaliar as demandas e
                                        ofertas de água na região do Agreste Pernambucano. Estes
                                        valores, aplicados às populações atendidas nos anos
                                        intermediários de 2010 e de 2025, resultaram nas demandas
                                        médias de água obtidas para as populações urbanas e rurais de
                                        cada município.




              6
Características Técnicas das Obras
Em resumo, as obras a serem realizadas para o Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, para a
produção e condução de água são as seguintes:
8adutora de água bruta 0,3 km;
8estação de tratamento de água - ETA tipo convencional;
8ETA capacidade nominal - vazão 3,3 m³/s;
8estação elevatória de água tratada (vazão final) 4,0 m³/s;
8adutora de água tratada - inicial 6,0 km;
8reservação de 20.000 m³;
8adutoras de distribuição de água tratada com 1.030 km;
8booster`s 5 unidades.


Cronograma de Implantação e Valor do Investimento




                                                                                                           Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
O investimento total orçado no Relatório Técnico Preliminar (RTP), com data base em junho de
2007, é de cerca de 1,34 bilhões de reais, assim distribuídos:
· 630 milhões de reais para obras civis; e
· 710 milhões de reais para tubulações e equipamentos.
O prazo previsto para a execução das obras é de 24 (vinte e quatro) meses.




EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E DECORRENTES
Os principais empreendimentos associados ou decorrentes do Sistema Adutor do Agreste
Pernambucano são o Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco com o Nordeste
Setentrional (PISF), por constituir a fonte hídrica do projeto, e o Ramal do Agreste, que vai direcionar
água para que as adutoras promovam a sua distribuição à área beneficiada.                                             7
ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E DE TRAÇADO

                                         Estudos de Locação da ETA
                                         O projeto da Estação de Tratamento de Água (ETA Ipojuca) e de suas unidades complementares, a saber: Estação
                                         Elevatória de Água Tratada (EEAT) e Centro de Reservação com capacidade de 20.000 m³, tem como alternativa
                                         para a sua implantação, a utilização de área junto da Barragem de Ipojuca, onde estão localizadas a tomada
                                         d´água e a adutora de água bruta, na margem direita do rio.

                                          Alternativas de Traçado do Sistema
                                          Foram estudas quatro alternativas de traçado do Sistema de Adução:
                                          Alternativa 1 – a captação ocorre no reservatório de Ipojuca e o caminhamento se faz em direção à cidade de
                                         Pesqueira. Em seguida à captação, foi prevista a construção de uma ETA, com início de um sistema de
                                         bombeamento. Previu-se também a instalação de tanques de reservação. A partir de
                                         Pesqueira, o sistema tem um caminhamento preferencial
                                         seguindo o próprio rio Ipojuca, passando pelas cidades de
                                          Belo Jardim, Tacaímbo, São Caitano, Caruaru, Bezerros,
                                                     chegando até a cidade de Gravatá.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                                                                                                         De acordo com os cálculos
                                                                                                                         estimados, a Alternativa 1
                                                                                                                         tem uma vantagem em
                                                                                                                         relação a Alternativa 2 de
                                                                                   Alternativa 3 – nesta alternativa,
                                                                                                                         cerca de R$ 35,6 milhões.
                                                                                   a vazão do reservatório Ipojuca é
                                        Alternativa 2 – similar à Alternativa 1,   lançada diretamente no rio Ipojuca
                                        apresenta como diferença apenas o          e captada ao longo do rio em
                                        caminhamento do traçado desde o            pontos estratégicos para atendimento à população. Esta alternativa tem a
                                        reservatório de Ipojuca até a cidade de    vantagem de não exigir um bombeamento inicial da ordem de 136 m,
                                        Arcoverde e depois até Pesqueira. O        porém traz em si o problema de modificar as condições naturais do rio
                                        novo traçado tem, entretanto, um           dentro do trecho que atravessa a reserva indígena. Pelas razões apontadas,
              8                         desenvolvimento maior, com um total de     as autoridades do MI, responsáveis pelo acompanhamento técnico dos
                                        27.060 metros de extensão adicional.       estudos, decidiram pelo abandono desta alternativa.
Alternativa 4 – uma variante da Alternativa 3. É feita uma captação no
             reservatório Ipojuca e as águas são encaminhadas para o rio Ipojuca
             seguindo o mesmo traçado da Alternativa 1 até a cidade de Pesqueira,
             contornando assim a reserva indígena existente na região. Desta cidade, até
             o rio Ipojuca, segue o caminhamento previsto na Alternativa 1 para abastecer
             a cidade de Poções. De acordo com o detalhamento e resultados finais da
             análise, principalmente no que diz respeito às condições sanitárias, foi
             abandonada também esta alternativa.




                                                                                                         Relatório de Impacto Ambiental - RIMA

                                                                   Ressalta-se, no entanto, que as
                                                                   diferenças de custos de
JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA SELECIONADA                           tubulação entre a Alternativa 1 e a
                                                                   Alternativa 4 podem ser
  A Alternativa 1 é aquela que se mostra a                         consideradas como desprezíveis.
  mais vantajosa economicamente e do
  ponto de vista sanitário, a que apresenta as
  melhores características.




                                                                                                                    9
ÁREAS DE INFLUÊNCIA
                                        CONSIDERAÇÕES INICIAIS



                                                  O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é um conjunto de
                                                  adutoras de água tratada que se inicia no município de Arcoverde (PE)
                                                  e percorre as faixas de domínio das principais estradas da região do
                                                  Agreste Pernambucano, de modo a garantir o abastecimento de água
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                                  de boa qualidade para consumo humano em toda a região. Abrange,
                                                  assim, 61 municípios, além de alguns distritos e de várias localidades
                                                  da zona rural desses municípios dentro de uma faixa de 5 km de largura
                                                  em torno das adutoras principais.
                                                  A definição das áreas de estudo foi feita segundo os procedimentos
                                                  comuns de observação das características do empreendimento, das
                                                  suas principais relações com as diferentes regiões em que está
                                                  inserido e, por fim, da conseqüência destas relações nos vários
                                                  elementos ambientais.
                                                  Para esses estudos ambientais foram consideradas as duas
                                                  tradicionais unidades espaciais de análise, ou seja: a Área de
                                                  Influência Indireta AII e a Área de Influência Direta AID, esta
                                                  última, território em que se dão majoritariamente as transformações
                                                  ambientais primárias (ou diretas) decorrentes do empreendimento.




              10
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA


   Meios Físico e Biótico

   A Área de Influência Indireta (AII) é definida
   como a área real ou potencialmente afetada
   pelos impactos indiretos da implantação e         Marca d’água nas rochas que cercam a
   operação do empreendimento.                       Barragem do Mulungu,indicando o baixo
                                                     nível de água atual
   O conceito da bacia hidrográfica como
   unidade de estudos ambientais vem sendo
   aplicado há bastante tempo em diversos
   países, inclusive no Brasil, não apenas como
   espaço preferencial de análise, mas como um
   limite geográfico onde se pode melhor




                                                                                                    Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
   controlá-los e, assim, manter a qualidade
   ambiental. Por isso foi definida a inclusão das
   bacias receptoras desses recursos na Área de
   Influência Indireta dos estudos físico-bióticos
   do empreendimento.
   Apesar de atender apenas municípios do
   Estado de Pernambuco, a água distribuída pelo
   projeto, após consumida pela população,           Bovinos atravessando o rio Una
   acabará sendo destinada para a drenagem
   natural e atingindo todas as bacias
   hidrográficas envolvidas, estendendo-se para
   regiões do Estado de Alagoas.
   As dez bacias que compõem a Área de
   Influência Indireta (AII) são apresentadas a
   seguir: Moxotó, Ipojuca, Goiania, Capibaribe,
   Sirinhaém, Una, Mundaú, Paraíba, Traipu e
   Ipanema.




                                                       Reservatório no riacho do Tigre, próximo a
                                                       Henrique Dias




                                                                                                               11
Meio Socioeconômico


                                        Para os estudos do meio socioeconômico, foi
                                        considerado como Área de Influência Indireta
                                        (AII) o espaço provável dos desdobramentos
                                        sociais e econômicos indiretos do uso previsto
                                        d a s á g u a s c o n d u z i d a s p e l o Pr o j e t o ,
                                        principalmente sobre os processos da mobilidade
                                        da população e da qualidade de vida em geral.
                                        Assim, considerou-se para delimitação da AII
                                        para o meio antrópico os limites envolventes dos
                                        61 municípios que serão futuramente atendidos,
                                        além de mais 3 (três) municípios que se
                                        beneficiarão diretamente em função do aumento
                                        da disponibilidade das águas locais para o seu               Parque Ecológico João Vasconcelos sobrinho,
                                                                                                     em Caruaru
                                        abastecimento.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        Feira de Sulanca, em Caruaru




              12
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA




             A Área de Influência Direta (AID) é definida como a área sujeita
             aos impactos diretos da implantação e operação do
             empreendimento. Sua delimitação é função das características
             sociais, econômicas, físicas e biológicas dos sistemas a serem
             estudados e das características do empreendimento.
             Considerou-se como limites para a Área de Influência Direta uma
             faixa de 5 km em torno das obras do Sistema Adutor (2,5 km para
             cada lado). Dentro desta faixa, todas as comunidades existentes
             serão atendidas pelo abastecimento de água do projeto.




                                                                                 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
             Como exceção, temos a área delimitada pela Terra Indígena
             Xucurú, no município de Pesqueira. Uma pequena porção desta
             Terra Indígena está próxima ao Sistema Adutor, dentro da faixa de
             2,5 km de um dos lados, porém não sofrerá nenhum impacto
             direto do empreendimento, de modo que optou-se por não inseri-
             la na AID.
             Por outro lado, a Terra Indígena Xucurú será beneficiada
             indiretamente, pois atualmente a COMPESA, órgão estadual de
             saneamento básico, capta água em alguns reservatórios
             pertencentes a esta área, deixando de fazê-la após a implantação
             do empreendimento.




                                                                                            13
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
                                        Meio Físico

                                        Clima e Condições Meteorológicas

                                        Estudos recentes do fenômeno das secas no Nordeste
                                        Brasileiro mostraram a necessidade de se conhecer as
                                        características da atmosfera em nível regional e em
                                        nível global.
                                        O clima do Nordeste do Brasil, por suas diferentes
                                        características, é considerado o de maior
                                        complexidade entre as regiões brasileiras. Essa
                                        complexidade decorre fundamentalmente de sua
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        posição geográfica em relação aos diversos sistemas
                                        de circulação atmosférica e, também, em função do
                                                                                                   Afloramento de Rocha
                                        relevo, da latitude e da localização continental.
                                        O regime de chuvas da região também é complexo e
                                        gerador de preocupação. Outro elemento importante na
                                        análise climática do Nordeste Brasileiro é a variação
                                        dos ventos na costa.


                                        Semi-Árido Nordestino

                                        O clima da região semi-árida nordestina é caracterizado
                                        pela falta de chuvas e pelas altas taxas de evaporação e
                                        insolação.
                                        O leste do Piauí, todo o Estado do Ceará e a metade
                                        oeste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e
                                        Pernambuco se encontram na área de maior freqüência
                                        de secas. O regime de chuvas no Semi-Árido
                                        Nordestino pode ser caracterizado por dois períodos
                                        bem definidos: um chuvoso no verão e outro seco no
                                        inverno, sendo os meses mais chuvosos os de
                                        novembro, dezembro e janeiro; os mais secos os de
                                        junho, julho e agosto, tendo seu período de precipitação
                                        iniciado em setembro, atingindo o seu máximo em
                                        dezembro e, praticamente, terminando no mês de maio.
                                        Observa-se na região o fenômeno do veranico ,
                                        período entre 10 e 25 dias, durante a época de seca,
                                        com temperaturas elevadas, que ocasionam a alta
                                        evapotranspiração. A insolação é muito forte, da ordem
              14                        de 2.800 horas por ano em média, e a evaporação            Afloramento na localidade de PEDRA
                                        atinge, nas regiões mais secas, 2.000 mm.
Avaliação Climatológica das Secas
  As secas no Nordeste são conhecidas desde os séculos XVI
  e XVII. A região alterna períodos de longa estiagem e
  períodos curtos de chuva concentrada. Para que a zona
  compreendida por este fenômeno climático fosse atendida e
  definida a área de sua atuação, foi delimitada, por Lei, em
  1936, o chamado polígono das secas . Passadas mais de
  seis décadas, o problema do polígono das secas ou da
   região semi-árida continua à espera de soluções, sendo
  cada vez mais agravado por imposição da Natureza e pela
  necessidade de políticas públicas mais eficientes.
  Considerando as análises realizadas na região, que apontam         Rio completamente seco, devido à estiagem
  para a grave escassez de água, fica demonstrada a                  no Agreste Pernambucano
  necessidade da implantação de sistemas de fornecimento
  hídrico complementares à água da chuva, no sentido de se
  amenizar a aridez da região.




Cultivo de mandioca mecanizado após
Buíque rumo a Tupanatinga
                                                                                                                       Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                                         Temperatura do Ar no Nível da Superfície
                                                         Pode-se afirmar que, em anos de El Niño de forte atividade,
                                                         as secas no Nordeste brasileiro passam a ser mais
                                                         pronunciadas, principalmente no Semi-Árido, onde, em
                                                         situação regular, elas já estão presentes. Os fortes
                                                         episódios de La Niña, porém, ainda merecem mais análises
                                                         quanto aos seus impactos no Nordeste Brasileiro.



                                                                                                                                  15
     Panorâmica de relevo de Argissolos
Principais Características Climatológicas                         4Vento Meridional no Nível da Superfície: as
                                                                                                           componentes meridionais assumem valores positivos
                                        As principais características do clima na área de
                                                                                                           em toda a área do projeto. Os valores de velocidade da
                                        interesse e em torno do Projeto do Sistema Adutor do               componente meridional decrescem à medida que os
                                        Agreste de Pernambucano, por parâmetro, são as                     ventos adentram ao continente.
                                        seguintes:
                                                                                                          4Pressão Atmosférica no Nível da Superfície: as
                                        4Taxa de Evaporação Potencial: os máximos valores
                                                                                                           configurações dos campos de pressão à superfície
                                         no Semi-Árido ocorrem de outubro a dezembro (> 400
                                                                                                           pouco variam ao longo do ano. Percebe-se um ajuste
                                         W/m²).
                                                                                                           geral do campo de pressão à superfície com as
                                        4Ta x a d e P r e c i p i t a ç ã o : a p r e s e n t a - s e ,    topografias da Serra dos Irmãos, Serra Grande,
                                         predominantemente, na direção sudoeste para                       Chapada do Araripe, Serra dos Cariris, Planalto da
                                         nordeste, tendo os maiores valores próximos ao                    Borborema e Serra dos Cariris Novos.
                                         litoral.
                                                                                                          4Umidade Relativa do Ar no Nível da Superfície: de
                                        4Temperatura do Ar: apresenta-se, em geral, de                     janeiro a março, surge um mínimo relativo que se
                                         sudoeste para nordeste (litoral). Em outubro e                    desloca para leste, na direção do oceano. Em janeiro,
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                         novembro ocorre uma mudança natural do Semi-Árido                 esse núcleo apresenta uma posição próxima a Flores
                                         para noroeste.                                                    (PE), a leste e mais seco que a área do
                                                                                                           empreendimento, com valor de 78%. De abril a agosto,
                                        4Fluxo de Calor no Nível da Superfície do Solo: a                  o sinal se inverte, passando a se configurar um núcleo
                                         variação em função das estações do ano é                          de máximo relativo (em torno de 80%), que se desloca
                                         relativamente marcante.                                           gradualmente para leste. Em setembro, a configuração
                                                                                                           do campo de isolinhas sobre o Semi-Árido nordestino
                                        4Vetor Vento no Nível da Superfície: de modo geral,                passa a ser não fechada, no sentido do litoral. Em
                                         os ventos se deslocam com uma componente leste                    outubro, volta a surgir um núcleo de mínimo relativo
                                         acentuada, com pequenas variações ao longo do ano,                próximo a Ouricuri (PE), a leste e mais seco que a área
                                         principalmente no inverno.                                        do empreendimento, o qual sofre variações de valor,
                                                                                                           chegando a 65% em dezembro e persistindo desse
                                                                                                           modo até março.
                                        4Vento Zonal no Nível da Superfície: os ventos zonais
                                         são predominantes do setor leste, cuja dimensão
                                         diminui à medida que se adentra o continente.




              16
                                                                                                                       Riacho Ipanema
Ruídos
       A medição dos níveis de ruído na região foi realizada a fim
       de conhecer o ruído ambiente, auxiliando na criação dos
       mapas de ruído na região do empreendimento. Foram
       realizadas medições durante o dia e a noite.
       Os resultados das medições de ruído ambiente na região
       do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano durante o
       dia apresentaram os seguintes ruídos perceptíveis:                    Várzea de Pão-de-açucar
       pássaros, mugido de vaca, pessoas falando, crianças
       gritando, trânsito de veículos, gato miando, grilo, cabra,
       passagem de moto, latidos de cães, buzina de moto e
       carro, vento na vegetação, passagem de ônibus, música
       mecânica, crianças na escola, passagem de caminhão,
       passagem de bicicleta e charrete.
       Já os resultados das medições de ruído ambiente na
       região do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano no




                                                                                                                          Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
       período da noite apresentaram os seguintes ruídos
       perceptíveis: galo, vento na vegetação, pássaros,
                                                                             Rio Ipojuca rodeado de moradias
       passagem de carro e caminhão e cabra.                                 precárias que ali despejam seu
                                                                             esgoto sem nenhum tratamento




Pedreiras para retirada de paralelepipedos. Britacal (Brita Caruaru Ltda.)



         GEOLOGIA E GEOTECNIA
         Área de Influência Indireta
         A Área de Influência Indireta do Sistema Adutor inclui porções da Província Borborema, seções basais e
         intermediárias de Bacias Sedimentares Paleozóicas Meso-Cenozóicas Interiores e Bacias Sedimentares da
         Margem Continental Brasileira.

         Área de Influência Direta
         A partir de dados secundários, foi confeccionado em escala regional (1:100.000) o mapa geológico da Área de
         Influência Direta (AID) do Sistema Adutor. A base de dados foi compilada do SIG Geológico do Brasil, na escala
         de 1:2.500.000, apresentado pela CPRM em 2003, sendo então incorporadas informações de mapeamentos
         de maior detalhe e pequenas modificações.
                                                                                                                                     17
         Em termos de grandes compartimentos geotectônicos, a Área de Influência Direta do Sistema Adutor do
         Agreste de Pernambuco inclui porções da Província Borborema e parte da Bacia Sedimentar do Jatobá.
Ocorrência de Sismos na Região Nordeste
                                        As atividades sísmicas que atingem o Nordeste evidenciam que liberação de energia sísmica, em geral, ocorre em
                                        áreas afetadas por falhamentos ou convergência de estruturas. A zona sismogênica abrangida pela área do
                                        Sistema Adutor é a Zona Sismogênica de Caruaru, zona esta que se restringe ao Bloco Pernambuco.
                                        Em novembro de 1981 ocorreram três eventos sísmicos subseqüentes na Zona Sismogênica de Caruaru, de
                                        magnitude igual a 3.1, um deles afetando uma área de 300km². Em agosto de 2002 ocorreram 1.218 tremores em
                                        Caruaru/PE, dos quais 102 foram registrados no dia 19 com a maior magnitude atingindo 3,5 graus na escala
                                        Richter. Recentemente houve um abalo sísmico, no dia 20/08/2007, que atingiu 4 graus na escala Richter, sendo o
                                        maior abalo registrado deste 1970.




                                        Hidrogeologia
                                        Classificação e caracterização dos sistemas aqüíferos
                                        Com base no mapa geológico (CPRM, 2003) no interior dos
                                        limites da Área de Influência Direta do Sistema Adutor do
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        Agreste Pernambucano podem ser reconhecidos três
                                        sistemas aqüíferos, os quais são distinguidos em função das
                                        variações de parâmetros hidrodinâmicos como
                                        transmissividade, condutividade hidráulica e tipo de
                                        porosidade.
                                        Assim foram definidos o Sistema Aqüífero Fissural, o
                                        Sistema Aqüífero Garanhuns e o Sistema Aqüífero Jatobá:

                                        Sistema Aqüífero Fissural: engloba todas as rochas
                                        metamórficas e ígneas aflorantes na Área de Influência
                                        Direta, ocupando praticamente todo o Agreste de
                                        Pernambuco.

                                        Sistema Aqüífero Garanhuns: a cidade de Garanhuns está
                                        posicionada morfologicamente, numa discreta projeção do
                                        tabuleiro sedimentar da região, que se apresenta aqui
                                        recortado e entalhado pela drenagem procedente de
                                        noroeste e do nordeste. Com base no levantamento de
                                                                                                          Motor para bombeamento d'água
                                        campo dos litotipos aflorantes na zona urbana de
                                        Garanhuns, e seus posicionamentos litoestratigráficos com
                                        as unidades indicadas na geologia regional, verificam-se
                                        que a maior parte desses litotipos corresponde, em
                                        superfície, à exposição da Formação São Sebastião.

                                        Sistema Aqüífero Intergranular Jatobá: representado na
                                        Área de Influência Direta pela Formação Tacaratu. Essa
                                        formação na AID aflora ao longo da borda SSE da bacia
                                        sedimentar, ocupando porções dos municípios de
                                        Tupanatinga e Buique, onde se apresenta bastante
              18                        recortada pela erosão e capeada por espesso manto eluvial.
                                                                                                         Açude Tambores no rio Ipanema
Geomorfologia

A área de estudo pode ser dividida em três grandes
unidades de paisagem:

Pediplano Central do Planalto da Borborema - compreende
um compartimento com altitudes que variam entre 500m e
600m, apresentando trechos que atingem mais de 800m,
representados por blocos serranos residuais. Limita-se ao
norte com as Encostas Setentrionais (Maciços Setentrionais)
por intermédio do linearmento Pernambuco; a leste com as
Encostas Orientais da Borborema e a oeste com o Pediplano
do Baixo São Francisco. A rede hidrográfica é representada
pelos rios Ipojuca e Una, além dos afluentes do Ipanema e do      Marca d'água nas rochas que cercam a
                                                                  Barragem do Mulungu
Canhoto, e do riacho Seco.

Depressão Sertaneja - ocorre em maior proporção em torno
do Planalto Sertanejo, com declives em direção aos fundos




                                                                                                         Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
de vales e litoral. A morfologia apresenta-se por vezes
conservada, mas em grande parte submetida a um princípio
de dissecação à medida que aumenta a densidade de
drenagem. Nessa área, a Depressão Sertaneja pode ser
dividida em três unidades geoambientais: Pediplanos
arenosos, Pediplanos avermelhados de textura média e
argilosa, Pediplanos com problemas de sais e de drenagem.

Encosta Setentrional do Planalto da Borborema - abrange
desde as imediações do município de Gravatá até as
proximidades da cidade de Serra Talhada. Limita-se a leste
com a Depressão Pré-litorânea, a sul com o Planalto Central e   Cereus jamacaru DC.
                                                                (mandacaru) (Cactaceae)
com o Pediplano do Baixo São Francisco e, a oeste, com o
Pediplano Sertanejo. A drenagem é complexa, apresentando
padrão geral similar ao subdentrítico com influências do
treliço recurvado com encraves do radial, sendo
representada pelos riachos formadores das bacias dos rios
Ipojuca, Capibaribe, Ipanema, Moxotó e do riacho do Navio.
No extremo sudoeste, emerge um relevo montanhoso com
mais de 1.100m de altitude, onde se observa a serra de
Triunfo, um maciço de sienito, cujo topo está dissecado em
interflúvios tabulares. Destacam-se, ainda, as serras do
Ororubá, dos Fogos, das Porteiras e dos Campos. Na área de
estudo, esta unidade foi subdividida em três unidades
geoambientais: Superfícies Dissecadas, Pediplanos
                                                                Pedreiras para retirada de
Arenosos e Serras e Serrotes.                                   paralelepipedos
                                                                                                                    19
Pedologia
                                        Principais Classes de Solos e Tipos de Terreno
                                        presentes na área
                                        Os principais solos presentes na área e mapeadas são
                                        Argissolos Amarelos, Argissolos Acinzentados,
                                        Argissolos Vermelho-Amarelos, Argissolos Vermelhos,
                                        Cambissolos Háplicos, Gleissolos, Latossolos
                                        Amarelos, Latossolos Vermelho-Amarelos, Luvissolos
                                        Crômicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Litólicos,
                                        Neossolos Regolíticos, Neossolos Quartzarênicos,
                                        Planossolos Háplicos, Planossolos Nátricos e Tipo de
                                        Terreno - Afloramentos de Rochas.                                Erosão




                                          Suscetibilidade à Erosão
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                          Na região da caatinga nordestina, a erosão está muito ligada ao tipo de solo, à cobertura vegetal e ao relevo.
                                          Uma área ocupada por Luvissolos Crômicos, normalmente exibe erosão laminar, porque o horizonte
                                          superficial desses solos é altamente erodível.
                                          A caatinga, por outro lado, permanecendo seca na maior parte do ano, não constitue cobertura vegetal
                                          suficiente para proteção adequada do solo, mesmo porque, não há uma cobertura graminosa superficial
                                          como, por exemplo, no cerrado.
                                          O impacto das gotas de chuva sobre o solo costuma ser muito alto e a consequência é a instalação de
                                          processos erosivos.
                                          A área em estudo não é problemática sob o ponto de vista da ação de processos erosivos, embora, sempre
                                          se deve ter em conta que a intervenção humana é a principal responsável pela degradação de áreas. Os
                                          resultados obtidos através da digitalização dos perímetros mapeados, permitem concluir que a introdução
                                          de métodos simples de contenção de erosão seria suficiente para evitar a instalação de processos erosivos
                                          nas áreas impactadas.




              20
Aptidão Agrícola das Terras

A variedade de solos apresenta diferentes aptidões: os
Neossolos Regolíticos, por exemplo, são usados e
recomendados para plantio de culturas de ciclo longo, a
exemplo do café de Caetés. Os Planossolos Háplicos, em
geral, estão ocupados com pastagens e, efetivamente, é a
melhor indicação de uso.
Latossolos Amarelos situados em relevos suave ondulado e
plano, também são solos recomendados para irrigação. São            Plantio de cenoura irrigada com água do
permeáveis, a fertilidade pode ser corrigida e melhorada e o        reservatório Pão-de-Açucar no rio Ipojuca

relevo é propício à irrigação por aspersão.
Neossolos Flúvicos ou solos aluviais, pela sua posição no relevo, sempre próximos a cursos d'água têm alto
potencial para irrigação e foram classificados na classe de aptidão boa. São encontrados na várzea do riacho
Ipaneminha, entre o açude Tambores e Mimoso, no qual são cultivados feijão de corda, milho e abóbora.




                                                                                                                Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Solos subdominantes em associações, podem ser utilizados para irrigação, como é o caso de Argissolo
Acinzentado textura média.
Em Gravatá, uma área expressiva está sendo cultivada com hortaliças em Argissolo Vermelho-Amarelo, textura
média, relevo suave ondulado. A irrigação por aspersão, em canteiros cujos sulcos são a favor do declive,
acabará causando erosão.




    Irrigação de cana-de-açucar em morro com
   33% de declividade. Barra de Guabiraba



      A região de Camucim de São Félix, Sairé, Barra de Guabiraba destaca-se pela beleza da
      paisagem e pelas possibilidades que oferece para irrigação, como nas várzeas ocupadas por
      Gleissolos Háplicos.
      Em Barra de Guabiraba há irrigação de cana-de-açucar em morros com relevo forte ondulado,
      totalmente contra-indicados para agricultura. A classificação da aptidão agrícola indica para a
      região, classe restrita para pastagem plantada.
      Na estrada Bom Jardim para Machado, no extremo norte da área, ocorre um sobreuso, dada a
      disponibilidade de solos para plantio. São Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos e
                                                                                                                           21
      Argissolos Vermelhos eutróficos, situados em relevo forte ondulado e montanhoso, não
      indicados para cultivos.
Recursos Hídricos

                                        Utilizando-se a base cartográfica do Projeto do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, é possível verificar que o
                                        mesmo está inserido em um conjunto de nove bacias hidrográficas, entre elas, duas sub-bacias do rio São
                                        Francisco. As bacias que deságuam diretamente no oceano Atlântico são as dos rios: Goiana; Capibaribe; Ipojuca;
                                        Sirinhaém; Una; e Mundaú. As sub-bacias afluentes do rio São Francisco são as dos rios Ipanema e Traipu. Além
                                        dessa bacias, apresenta-se também a do rio Moxotó, em função de ser atravessada pelo Ramal do Agreste,
                                        empreendimento do qual o Sistema Adutor depende para poder funcionar.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        Fonte: IBGE

                                          Identificação dos Principais Corpos d'Água Atravessados
                                          Foram identificadas as 14 maiores travessias de cursos d'água ao longo de todo o traçado do Sistema Adutor,
                                          conforme mostra o Quadro a seguir.




              22
Principais Travessias Identificadas no Sistema Adutor do Agreste Pernambucano
     Travessia         Bacia               Rio                   Trecho do Sistema Adutor

        1            Capibaribe         Capibaribe            Brejo da Madre de Deus - Jataúba


        2            Capibaribe         Capibaribe                   Caruaru - Toritama

        3            Capibaribe         Capibaribe                  Passira - Salgadinho

        4             Ipojuca            Ipojuca                   Arcoverde - Pesqueira

        5             Ipojuca            Ipojuca                     Pesqueira - Poção


        6             Ipojuca            Ipojuca                   Sanharó - Belo Jardim

        7             Ipojuca            Ipojuca                  Belo Jardim - Tacaimbó

        8             Ipojuca            Ipojuca                     Bezzeros - Gravatá

        9               Una                Una                 Belo Jardim - São Bento do Una


        10              Una                Una                       Agrestina - Altinho




                                                                                                       Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
        11              Una                Una                       Agrestina - Cupira


        12            Paraíba            Paraíba                  Terezina - Bom Conselho


        13            Ipanema            Ipanema                   Arcoverde - Pesqueira

        14            Ipanema            Ipanema                     Venturosa - Pedra


     Ainda sobre os recursos hídricos da região de influência do Sistema Adutor do Agreste
     Pernambucano, foram analisados dados sobre: Pluviometria e Evaporação; Regime
     Fluvial; Comportamento Sedimentológico; Usos da Água; Fontes Poluidoras; Gestão
     dos Recursos Hídricos; Situação dos Comitês de Bacias Hidrográficas e Enquadramento
     dos Corpos d'Água.


Qualidade das Águas
O Estado de Pernambuco, assim como outros da região semi-árida brasileira, vem ao longo de
décadas utilizando os reservatórios superficiais (açudes ou barragens), construídos artificialmente,
como a principal fonte de reserva de água nos períodos de estiagem para os mais diversos usos. Por
passarem por períodos de chuvas escassas e altas taxas de evaporação, são freqüentes, na região
semi-árida do Nordeste, problemas como a salinização de açudes (Almeida et al., 2006), o que
impossibilitaria seu uso para algumas finalidades.

INTERFERÊNCIA COM PROCESSOS MINERÁRIOS
Pernambuco se caracteriza por uma produção mineral composta principalmente por minerais não
metálicos, tendo a indústria da construção civil o consumidor final da maioria desses minerais.
Foram identificados 118 processos de titularidade minerária interferentes com a AID, ou seja, a área
delimitada por um comprimento de 2,5 km para cada lado do Sistema Adutor. Tais processos
encontram-se em fase de licenciamento, seja por requerimento de pesquisa, seja por autorização de
pesquisa, ou ainda, concessão de lavra.                                                                           23
MEIO BIÓTICO
                                        AMBIENTES AQUÁTICOS
                                        LIMNOLOGIA
                                        Diversas comunidades habitam os ecossistemas aquáticos e
                                        exercem importantes funções no ambiente. Dentre as principais
                                        comunidades bióticas do meio aquático, podemos citar o
                                        fitoplâncton, o zooplâncton e o zoobentos.
                                        Para melhor caracterizar o ambiente aquático pernambucano na
                                        Área de Influência do Sistema Adutor, foram realizadas coletas de
                                        amostras de água nos principais corpos d´água localizados nos
                                        seguintes municípios e bacias: Santa Cruz do Capibaribe (Bacia
                                        do Rio Capibaribe), Caruaru (Bacia do Rio Ipojuca), Bonito (Bacia
                                        do Rio Sirinhaém), Cupira (Bacia do Rio Una), Garanhuns (Bacia
                                        do Rio Mundaú) e Buíque (Bacia do Rio Ipanema), sendo todas              Poço na Vazante do Açude Duas Serras,
                                                                                                                 município de Poção
                                        elas com as maiores densidades demográficas e,
                                        principalmente, beneficiadas pelas adutoras.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        A partir das amostras, ralizadas nos compartimentos água e de sedimento, conclui-se que:

                                        Compartimento Água

                                        4as concentrações de feofitina-a foram inferiores às concentrações de clorofila-a. Dessa forma, todos os pontos
                                         amostrados apresentaram concentrações típicas de ambientes eutrofizados.
                                        4a comunidade fitoplanctônica apresentou grande diversidade. Foram encontrados em média 17 táxons em cada
                                         ponto de coleta, sendo o grupo com maior riqueza o das clorofíceas, seguido das diatomáceas e cianobactérias.
                                        4a comunidade zooplanctônica também apresentou variedade, sendo representada por 15 táxons, distribuídos em
                                         3 grupos principais: Rotifera, Cladocera e Copepoda.

                                        Compartimento Sedimento

                                        4na área de estudo, os sedimentos amostrados foram compostos principalmente por areias e silte.
                                        4a matéria orgânica total apresentou um teor médio de 1,18%, com variação entre 0,34% no Rio Una e 3,24% no Rio
                                         Ipojuca.
                                        4foram encontrados 10 táxons, pertencentes aos filos Arthropoda, Mollusca e Annelida.


                                                                                            ICTIOFAUNA (PEIXES)

                                                                                            Os impactos causados pela ação do homem nos rios e riachos
                                        Barragem Pedro Moura Jr. lance de tarrafa; e        vêm reduzindo sensivelmente a diversidade de peixes no Brasil.
                                        arrasto marginal
                                                                                            A integridade biológica de uma comunidade de peixes é um
                                                                                            indicador sensível do estresse direto e indireto do ecossistema
                                                                                            aquático inteiro. Somente através da caracterização das
                                                                                            comunidades de peixes pode-se identificar pontos de
                                                                                            sensibilidade ambiental, levantar principais desafios
                                                                                            construtivos e estabelecer padrões comparativos caso o
                                                                                            ambiente venha sofrer perturbações durante as fases de
              24                                                                            instalação e operação de empreendimentos. Dessa maneira, é
                                                                                            possível intervir, buscando minimizar os efeitos negativos
                                                                                            sobre as comunidades biológicas aquáticas.
Levantamento da Ictiofauna em Campo
Para o estudo da ictiofauna, foram tomadas como
unidades de análise as bacias pelas quais passará o
Ramal do Agreste (AII), que são do Rio Moxotó e do Rio
Ipojuca e as bacias hidrográficas que receberão as
águas transportadas por ele, através do Sistema Adutor
(AID), entre elas as dos rios São Francisco, Ipanema,
Traipú, Pitanga, Capibaribe, Sirinhaém, Una e Mundaú.
De forma geral, as espécies mais conhecidas na área do
empreendimento são as seguintes: Pequira, Pataca,
Sardinha, Guppy, Saguirú, Traíra, Tamboatá Canivete,         Rio Bitonho, afluente da margem direita
Curimatã comum, Bagre, Cascudinho, Bodó, Ciclídeo            do rio Ipojuca, município de Bezerros
Jaguar, Barrigudinho, Tucunaré, Corró, Tilápia, Filápia.
Para as regiões das bacias receptoras das águas
provenientes do Sistema Adutor e os rios Ipojuca e
Moxotó, foram obtidos registros de coleções científicas
através dos projetos Neodat e SIBIP , que
disponibilizam informações através da Internet. A
listagem apresentada não é, de forma alguma,




                                                                                                                   Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
exaustiva, mas propicia a idéia da diversidade da
ictiofauna registrada para as bacias hidrográficas da
Área de Influência. Listagens adicionais foram obtidas          E xe m p l a r d e a c a r á ( G e o p h a g u s
com Costa et al. (2003) e Carolsfeld et al. (2003).             brasiliensis) morto encontrado na
                                                                margem da barragem da Laje, em Caetés




Caracterização dos Habitats Amostrados
A maioria dos pontos amostrados no estudo da ictiofauna é constituída de riachos temporários ou sazonais.
Nestes, os ambientes que restam com água são os pontos onde é possível encontrar os representantes das
comunidades de peixes agrupados. Açudes e poções concentram a ictiofauna em épocas de estiagem. Nos
riachos de menor porte, especialmente cabeceiras, é esperada a maior ocorrência de espécies endêmicas, ou
seja, que são exclusivas daquela região. Essas comunidades de peixes podem ser consideradas as mais frágeis
nas bacias da área de influência.




                                                                                                                              25
Espécies de Maior Relevância

                                        Espécies Raras: durante os levantamentos, não foi
                                        possível detectar nenhum grupo tipicamente raro.

                                        Espécies Endêmicas (restritas à região): os
                                        membros da família Calichthyidae, Aspidoras rochai,
                                        A. menezesi e A. depinnai podem ser consideradas
                                        endêmicas das bacias do Nordeste Setentrional. No
                                        entanto, apenas A. depinnai, até onde se sabe, é         Traíra (Hoplias cf. malabaricus).
                                                                                                 Açude no riacho Tigres
                                        restrita à bacia hidrográfica do Rio Ipojuca.

                                        Espécies Ameaçadas: nenhuma das espécies
                                        identificadas consta na lista federal de espécies
                                        ameaçadas, à exceção do Pirá (Conorhinchus
                                        conirostris ), considerado espécie vulnerável na
                                        sua bacia de origem, a do Rio São Francisco.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        Espécies Migratórias: a ictiofauna da região foi
                                        intensamente fragmentada em populações isoladas,
                                        e as rotas utilizadas pelos poucos peixes realizadores
                                        de migração reprodutiva (piracema) que nela
                                        existem, tal como o canivete Apareiodon davisi e a
                                        curimatã Prochilodus brevis, foram, provavelmente,        Peixe sem nome popular (Characidium
                                                                                                  sp.), Açude no riacho Tigres
                                        ainda mais restringidas.

                                        Espécies Invasoras: o guppy é uma espécie
                                        comum no comércio de aquário em todo o mundo; as
                                        filápias ou tilápias, bem como as carpas são
                                        freqüentemente introduzidas em ações de
                                         peixamento ; o Ciclídeo Jaguar é, assim como os
                                        tucunarés e pescadas (não registrados para as
                                        bacias da área de influência), um predador de topo
                                        extremamente robusto e com grande valência
                                        ecológica. Esta sua característica robusta o qualifica
                                        como invasor e espécie transformadora do
                                        ambiente. Infelizmente, já pode ser pescado em
                                        alguns pontos da bacia do rio ipojuca, o que
                                        provavelmente significa que existe uma população         Riacho Mimoso, município de Arcoverde
                                        estabelecida.

                                        Espécies de Relevância Ecológica: pode-se
                                        considerar que as espécies mais abundantes
                                        desempenham um papel importante, no entanto,
                                        todas apresentam valores ecológicos semelhantes.

                                        Espécies de Relevância Econômica: em sua
                                        maioria, as espécies de relevância econômica se
                                        restringem às áreas estuarinas da AID ou espécies
                                        não-nativas encontradas em açudes e reservatórios.

                                                                                                 Jovem de Tilápia (Oreochromis niloticus),
              26                                                                                 Açude no riacho Tigres
AMBIENTES TERRESTRES

VEGETAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS

Caracterização da Área de Influência Indireta
A Área de Influência Indireta (AII) estende-se por
cerca de 51.600 km² em uma região de transição
(no sentido oeste/leste), da área de domínio do
bioma Caatinga para a área de domínio do bioma
Mata Atlântica.
Nesta região de transição, conhecida
regionalmente como Agreste, a diversidade da
vegetação natural está relacionada às variações de
relevo, solo e clima e apresenta-se profundamente alterada pela ação humana. Em geral, nas áreas mais baixas
e/ou mais secas predomina a vegetação de Caatinga e as áreas mais elevadas e que apresentam índices
maiores de chuva, são áreas de ocorrência de florestas.
Os recentes mapeamentos realizados para os biomas Caatinga e Mata Atlântica confirmam a predominância do
uso agropecuário em toda a AII.




                                                                                                               Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Unidades de Conservação (UC)

Do conjunto de UC abrangidas integralmente ou parcialmente pela AII, a maior parte situa-se no bioma Mata
Atlântica.
O Parque Municipal João Vasconcelos Sobrinho, em Caruaru (PE) abriga um dos mais conhecidos "brejos de
altitude" o Brejo dos Cavalos. A RPPN Fazenda Bituri também foi criada em uma das áreas de ocorrência de
brejos de altitude, no município de Brejo da Madre de Deus. Estas duas UC e outras com presença de brejos
situam-se no Agreste Pernambucano, região propriamente de transição entre os biomas, mas a Reserva
Biológica de Serra Negra, situada no extremo oeste da AII, já no Sertão, região de predomínio da Caatinga,
também foi criada para proteger uma área de brejo de altitude.
Foram identificadas 31 (trinta e uma) Unidades de Conservação, sendo 10 (dez) UC de Proteção Integral e 21
(vinte e uma) UC de Uso Sustentável. Cerca de 1/3 desse total de UC localiza-se na região relativamente mais
próxima ao percurso das Adutoras, e somente uma UC a RPPN Cabanas situa-se dentro da Área de Influência
Direta (AID); localizada no município de Altinho, esta é a menor RPPN existente na AII (apenas 6 ha) e, em
nov/2007, uma queimada destruiu 50% da Reserva.
Entre as UC de Proteção Integral, encontram-se duas Reservas Ecológicas Estaduais e dois Parques Ecológicos
Municipais, categorias que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9.985 de
18/07/2000) não incorporou.
O Parque Nacional do Catimbau, com 648,85 ha, pertencente à bacia do Moxotó e abrangendo terras dos
municípios de Buúque, Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga, caracteriza-se pela presença do aquífero Tucano -
Jatobá e de fitofionomias da Mata Atlântica, Campos Rupestres e Cerrado, com grande heterogeneidade
ambiental, contando ainda com um grande acervo arqueológico.




                                                                                                                          27
Terras Indígenas (TI)

                                        Completando o conjunto de áreas protegidas por lei, além das Unidades de Conservação, encontram-se na AII seis
                                        Terras Indígenas, todas situadas na região do bioma Caatinga, sendo que somente duas estão mais próximas do
                                        percurso previsto para implantação das adutoras.

                                        Caracterização da Área de Influência Direta

                                        Percorrendo a maior parte do traçado planejado para a rede de adutoras, observou-se aspectos da vegetação e do
                                        relevo que confirmam a predominância de uso agropecuário (pastagens principalmente) e urbano ao longo do
                                        traçado planejado para as adutoras. Os poucos remanescentes da vegetação natural estão em trechos distantes e
                                        dispersos na AID e, muito provavelmente, são áreas que já sofreram alguma alteração (retirada seletiva de
                                        madeira/lenha, queimada acidental) e, conseqüentemente, alguma perda de biodiversidade.
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        As áreas extensas sem a presença de árvores, em geral, têm um aspecto de área degradada, solo exposto e
                                        apresentando erosão. As áreas de cobertura vegetal arbórea mais densa ocorrem principalmente no trecho entre
                                        Camocim de São Félix e Bonito e no trecho entre Bom Jardim e Machados, onde foram observadas capoeiras altas e
                                        densas.
                                        Na direção contrária, passa a predominar a caatinga. As áreas classificadas como arbóreas são muitas vezes
                                        agrupamentos de algarobas ou pomares de mangueiras e cajueiros. No trecho entre Alagoinha e Buique observam-
                                        se muitos desses pomares. Há uma grande área de cultivo de caju, entre Buique e Tupanatinga, ao lado do qual
                                        observou-se ainda um importante trecho de mata secundária que avança até a faixa marginal da rodovia. Esta é
                                        provavelmente a única ou a mais relevante área de mata existente em todo o percurso previsto para a implantação da
                                        rede de adutoras.
                                        Na vistoria de campo realizada ao longo do percurso previsto para as adutoras, constatou-se que, por este percurso
              28                        situar-se sempre próximo a rodovias, praticamente toda a vegetação natural desta área encontra-se
                                        significativamente alterada e degradada. Para a caracterização florística, a área foi dividida em sete setores (BR 232;
                                        Bonito; Agreste/Mata Norte; Caruaru/Agrestina; Garanhuns; Agreste; Alagoinha).
FAUNA TERRESTRE


A fauna da caatinga, nas áreas mais conservadas,
possui elementos de porte como onças e grandes
predadores de sementes tais como a Arara-vermelha e
Arara-azul. Em algumas áreas, a quantidade de
                                                            Campo de “mundubim” (Arachis) nativo
mamíferos de médio porte, como veados-catingueiros,
queixadas e caititus, são parecidos com a de uma
floresta úmida.
Com o aumento de estudos na caatinga, sabe-se hoje       A maior ou menor disponibilidade de água contibui
que existem 143 espécies de mamíferos na região. A       fortemente na determinação da composição das
espécie de mamífero mais encontrada na caatinga é o      comunidades de aves. Nas Áreas de Influência do
mocó, um parente próximo do porquinho-da-índia. O        Empreendimento verifica-se que a maior concentração
tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que parecia estar     de aves, tanto em riqueza quanto em abundância, estão
extinto, foi recentemente redescoberto em florestas      nas áreas mais úmidas, enquanto poucas espécies são
sazonalmente secas no estado da Bahia.                   encontradas em áreas mais castigadas pela baixa
No levantamento em campo realizado na AID, foi           umidade.




                                                                                                                   Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
registrada a presença de sete espécies de mamíferos:     A partir do cenário de degradação dos ambientes
tatu, tatu-peba, mico estrela, raposinha, mão-pelada,    naturais na região a comunidade de aves registrada nas
irara, cangambá, suçuarana e veado. Além destas          Áreas de Influência do Empreendimento não apresenta
espécies, a irara e o veado (Mazama sp) foram            espécies de alta importância biológica.
registrados na AII.                                      As espécies consideradas sensíveis às mudanças
Das nove espécies de mamíferos incluídas em alguma       causadas pelo homem nos ambientes naturais
categoria de ameaça, apenas a vulnerável suçuarana       correspondem a 9,3% do total registrado. Na Área de
apresentou indícios de ocorrência na região.             Influência Direta, os valores relativos a sensibilidade
Os estudos sobre as espécies de aves na região foram     indicam uma baixa qualidade geral, embora o número de
realizados através de pesquisa bibliográfica e da        espécies de baixa sensibilidade (40,0%) esteja bem
verificação da ocorrência das espécies diretamente em    abaixo da média geral (47,4%), o que automaticamente
campo. Ao longo do trabalho , 97 espécies foram          indica uma melhor qualidade ambiental. Os outros
registradas nas Áreas de Influência do Empreendimento.   pontos localizados na Área de Influência Indireta do
Do total de aves registradas, apenas 9 espécies          empreendimento mantêm uma uniformidade muito
apresentam alta sensibilidade ambiental e 42 espécies    grande na qualidade de seus ambientes.
podem ser classificadas como de média sensibilidade. A   De forma geral, os dados indicam uma região bastante
maioria das espécies, 46 das aves registradas, são       uniforme, amplamente degradada por fatores diversos,
consideradas como de baixa sensibilidade.                mas que ainda mantém uma pequena parte de suas
As regiões nordestinas onde existem grandes corpos       estruturas e processos.
d'água demonstram ser de extrema importância para a
manutenção de muitas das espécies da caatinga,
principalmente para aquelas migratórias. As áreas onde
existem poços, cacimbas, açudes e cisternas parecem
concentrar a maior parte das formas de vida da região.
Embora ocorram chocas-do-nordeste, na região é
notável ausência de diversas espécies, principalmente                                                 29
das chocas e do pinto-do-mato, abundantes em diversas
outras áreas de Caatinga em localidades não muito
distantes.
A caça, tanto para obtenção de proteína como para                      Chorrozinho
                                                                       (Sakesphorus cristatus)
manutenção do comércio de aves de gaiola,
praticamente extinguiu na região, aves como jacu,
zabelê, graúna, canário, além dos psitacídeos maiores.
MEIO SOCIOECONÔMICO

                                        ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII)

                                        A Área de Influência Indireta do Meio Socioeconômico do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é
                                        composta pelos territórios de 64 municípios distribuídos pelas Regiões de Desenvolvimento (RD) do Agreste
                                        Central, do Agreste Meridional, do Agreste Setentrional e do Moxotó, como indicado no Quadro a seguir.


                                         MUNICÍPIO                            RD                 MUNICÍPIO                            RD

                                         Agrestina                       Agreste Central          Capoeiras                  Agreste Meridional
                                         Alagoinha                       Agreste Central          Correntes                  Agreste Meridional
                                         Altinho                         Agreste Central          Garanhuns                  Agreste Meridional
                                         Barra de Guabiraba              Agreste Central           Itaíba                    Agreste Meridional
                                         Belo Jardim                     Agreste Central          Jucati                     Agreste Meridional
                                         Bezerros                        Agreste Central          Jupi                       Agreste Meridional
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                         Bonito                          Agreste Central           Lagoa do Ouro             Agreste Meridional
                                         Brejo da Madre de Deus          Agreste Central          Lajedo                     Agreste Meridional
                                         Cachoeirinha                    Agreste Central          Palmeirina                 Agreste Meridional
                                         Camocim de São Félix            Agreste Central          Paranatama                 Agreste Meridional
                                         Caruaru                         Agreste Central          Pedra                      Agreste Meridional
                                         Cupira                          Agreste Central          Saloá                      Agreste Meridional
                                         Gravatá                         Agreste Central          São João                   Agreste Meridional
                                         Ibirajuba                       Agreste Central          Terezinha                  Agreste Meridional
                                         Jataúba                         Agreste Central          Tupanatinga                Agreste Meridional
                                         Lagoa dos Gatos                 Agreste Central          Venturosa                  Agreste Meridional
                                         Pesqueira                       Agreste Central          Bom Jardim                 Agreste Setentrional
                                         Poção                           Agreste Central          Casinhas                   Agreste Setentrional
                                         Riacho das Almas                Agreste Central          Cumaru                     Agreste Setentrional
                                         Sairé                           Agreste Central          Frei Miguelinho            Agreste Setentrional
                                         Sanharó                         Agreste Central          João Alfredo               Agreste Setentrional
                                         São Bento do Una                Agreste Central          Machados                   Agreste Setentrional
                                         São Caitano                     Agreste Central          Orobó                      Agreste Setentrional
                                         São Joaquim do Monte            Agreste Central          Passira                    Agreste Setentrional
                                         Tacaimbó                        Agreste Central          Salgadinho                 Agreste Setentrional
                                         Angelim                         Agreste Meridional       Santa Cruz do Capibaribe   Agreste Setentrional
                                         Bom Conselho                    Agreste Meridional       Santa Maria do Cambucá Agreste Setentrional
                                         Brejão                          Agreste Meridional       Surubim                    Agreste Setentrional
                                         Buíque                          Agreste Meridional       Toritama                   Agreste Setentrional
                                         Caetés                          Agreste Meridional       Vertente do Lério          Agreste Setentrional
              30
                                         Calçado                         Agreste Meridional       Vertentes                  Agreste Setentrional
                                         Canhotinho                      Agreste Meridional       Arcoverde                  Moxotó
Aspectos Demográficos


Os municípios que fazem parte da Área de Influência Indireta representam uma grande parcela da
região do Agreste Pernambucano, incluindo algumas de suas maiores cidades, como Caruaru e
Garanhuns.
Mesmo com o acelerado processo de urbanização observado no País, algumas destas regiões
conservam ainda elevadas concentrações rurais, principalmente em municípios das Regiões de
Desenvolvimento do Agreste Meridional e do Agreste Setentrional. A taxa de crescimento da
população da região em estudo é baixa, conforme os Censos Demográficos do IBGE (período de 1991-
2000). Dentre os fatores que contribuem para isso, estão a falta de alternativas de geração de renda, o
elevado grau de concentração das terras e a queda nos índices de fecundidade observada desde a
década de 1980.
Abrangendo uma grande região, com quase 22.000 km2, os municípios em estudo possuem grandes
variações em suas dimensões, resultando em densidades demográficas bastante diferenciadas, que
vão desde os 630 hab/km2 verificados em Toritama (Agreste Setentrional), com apenas 35 km2, até
20,56 hab/km2 observados em Jataúba (Agreste Central). As famílias residentes nestes municípios
contam, em geral, com pouco mais de 4 moradores/domicílio na área rural e pouco menos de 4




                                                                                                          Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
moradores/domicílio na área urbana. Ao se observar a divisão da população por sexo e idade,
acontece nos municípios da AII um fenômeno comum a todo o mundo: em geral nascem mais
meninos que meninas.
No ano 2000, cerca de 39% das pessoas responsáveis pelos domicílios particulares permanentes na
AII eram indivíduos sem instrução ou com menos de um ano de estudos. Somando-se àqueles que
freqüentaram a escola somente de um a três anos, o total chegava a atingir naquele ano quase 64%
dos (as) chefes de família. Como conseqüência desta situação de pouca escolaridade, os
rendimentos dos (as) chefes de família se situam em patamares extremamente reduzidos. A parcela
dos indivíduos maiores de dez anos exercendo ocupação ou procurando trabalho (PEA) representava
cerca de 53% da população da AII.
A estimativa de crescimento da população urbana no conjunto do Agreste Pernambucano é de cerca
de 90% no período de 25 anos, enquanto a população rural observará um incremento de apenas 28%,
com isso, prevê-se para um aumento na ordem de 63% no número de seus habitantes, no período
compreendido entre os anos de 2000 e 2025.




                                                                                                                     31
Educação


                                            A grande maioria das comunidades situadas na AII possui ensino até a quarta série, em escola localizada na
                                            própria comunidade. Em muitos casos as turmas atendem várias séries, mas poucas crianças em idade
                                            escolar não freqüentam a escola. Um dos fatores responsáveis por isto, além do trabalho realizado pelas
                                                                                       Secretarias de Educação, é a presença maciça do programa
                                                                                       Bolsa-Escola.
                                                                                       Os governos estadual e municipais estão implantando diversos
                                                                                       programas nos municípios da AII, destacando-se



                                                                                             •   Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA)
                                                                                             •   Se Liga e Acelera Pernambuco
                                                                                             •   Alfabetização Cidadã
                                                                                             •   Programa de Centros Tecnológicos de Educação
                                                                                                 Profissional
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA




                                        Saneamento

                                        De modo geral, são bastante precárias as condições de saneamento dos municípios que compõem a Área de
                                        Influência Indireta do empreendimento. Menos de 59% das moradias da AII contam com água encanada, proveniente
                                        de rede geral. Além dos 11% das residências que se utilizam de poços ou nascentes, cerca de 30% dos domicílios da
                                        AII obtém a água de outra forma , o que inclui, além do abastecimento por carros-pipa, a coleta direta em açudes e
                                        barreiros, com graves riscos para a saúde desta parcela expressiva do contingente populacional.
                                        Ainda mais precária é a situação do esgotamento sanitário na região correspondente à AII, em que somente 41% dos
                                        domicílios estão ligados a redes de coleta, mesmo quando utilizando a rede de galerias de águas pluviais. Agravando
                                        este quadro, deve-se observar que mesmo as águas servidas recolhidas por rede são em geral despejadas in natura
                                        nos corpos d'água, sem qualquer tipo de tratamento. As fossas são também utilizadas em larga escala,
                                        principalmente no meio rural, devendo-se destacar que, em quase 90% dos casos, trata-se de fossas rudimentares, e
                                        não fossas sépticas.
                                        Importa ressaltar, ainda, ilustrando as sérias deficiências sanitárias encontradas na AII, e configurando grave
                                        ameaça à saúde pública, que cerca de um quinto dos domicílios onde moram mais de 22% dos habitantes da região
                                        não dispõe de banheiro ou sanitário. A este respeito, verifica-se que o conjunto dos municípios da AII situados na
                                        Região de Desenvolvimento Agreste Meridional é o que apresenta as condições mais desfavoráveis, com cerca de
                                        32% das moradias sem banheiro. A construção e operação eficiente de Estações de Tratamento de Esgoto ETE's,
                                        assume importância ainda maior nos locais onde existem grandes concentrações de contingentes populacionais.




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Relatório de Impacto Ambiental do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano (RIMA SAA
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Relatório de Impacto Ambiental do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano (RIMA SAA

  • 1.
  • 2. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................01 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO..................................03 ÁREAS DE INFLUÊNCIA ..................................................................10 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ...........................................................14 Meio Físico ........................................................................14 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Meio Biótico ......................................................................24 Meio Socioeconômico .......................................................30 LEGISLAÇÃO INCIDENTE E APLICÁVEL ........................................49 PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS ................................54 IMPACTOS AMBIENTAIS ..............................................................56 PROGRAMAS AMBIENTAIS ..........................................................68 PROGNÓSTICO AMBIENTAL .........................................................71 CONCLUSÕES ................................................................................73 EQUIPE TÉCNICA...........................................................................74 i
  • 3. APRESENTAÇÃO O EMPREENDIMENTO O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é um empreendimento de infra-estrutura hídrica, composto por um sistema de adutoras que irá captar água na futura barragem de Ipojuca, no Ramal do Agreste, projeto de extensão do Eixo Leste do Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional (PISF), para a região do Agreste de Pernambuco. A água tratada, produto final do empreendimento, será distribuída a 61 municípios que pertencem às bacias hidrográficas de Ipojuca, Moxotó, Ipanema, Goiana, Capibaribe, Sirinhaém, Mundaú, Una, Paraíba e Traipu. Os municípios de Itaíba, Ibirajuba e São João também serão beneficiados diretamente por este Sistema Adutor, em função da disponibilização de água de fontes locais que Relatório de Impacto Ambiental - RIMA hoje abastecem outros municícios. O LICENCIAMENTO O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é um empreendimento do Governo Federal do Brasil, executado através do Ministério da Integração Nacional (MI). O empreendimento é objeto de licenciamento ambiental estadual através da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos e Meio Ambiente Reservatório no Riacho do Tigre (CPRH), conforme processo CPRH Nº 11.060/05. Inicialmente foi idealizado para todo o Ramal do Agreste Pernambucano, com Termo de Referência elaborado em janeiro de 2006 e revisado em outubro de 2006, sendo posteriormente desmembrado em dois licenciamentos. O empreendedor contratou o Consórcio das empresas CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS e ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES para desenvolver o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e acompanhar o processo de licenciamento do empreendimento até a emissão da Licença Prévia (LP). O EIA do Ramal do Agreste Pernambucano foi concluído em março de 2008, tendo sido protocolado na CPRH para dar seqüência ao processo de licenciamento. Este RIMA é uma síntese do EIA do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, tendo sido elaborado em linguagem mais simples, resumida e objetiva, procurando mostrar os resultados da análise ambiental do empreendimento. 1
  • 4. Identificação do Empreendedor Nome: MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL CGC: 03.353.358/0001-96 Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E" - CEP 70062-900 Telefone: (61) 414-5828 Fax: (61) 225-8895 Representante Legal: GEDDEL QUADROS VIEIRA LIMA CPF: 220.627.341-15 Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E", 8º Andar CEP: 70062-900 Telefone: (61) 3414-5814 / 3414-5815 Fax: (61) 3321-3122 Pessoa de Contato: JOÃO REIS SANTANA FILHO CPF: 005.832.605-78 Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco "E", 9º andar, sala 900 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA CEP: 70062-900 Telefone: (61) 3414-5828 / 3414-5701 Fax: (61) 3414-5493 Identificação das Empresas Consultoras Nome: CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS LTDA. Lançamento da garrafa tipo Van Dorn 3 para coleta de fitoplâncton Inscrição Estadual: isenta Inscrição Municipal: 2.625.534-0 CNPJ: 02.104.432/0001-78 Endereço: Rua Francisco Tramontano, 100 / 6º Andar Real Parque São Paulo - SP CEP: 05.686-010 Telefone: (11) 3750-4301 Fax: (11) 3750-4366 Responsável Técnico: Eng. José Manuel Mondelo Prada Nome: ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES LTDA. Inscrição Estadual: isenta Inscrição Municipal: 442.317-1 CNPJ 62.025.440/0001-50 Endereço: Alameda Tocantins, 125 / 4o Andar Barueri SP CEP: 06.455-020 Telefone: (11) 2135-5281 Fax: (11) 2135-5244 Responsável Técnico: Eng. Danny Dalberson de Oliveira 2
  • 5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano terá início no reservatório de Ipojuca, que constitui o ponto final do Ramal do Agreste. A vazão máxima de água captada no reservatório de Ipojuca será da ordem de 3,3m³/s. A água será tratada em uma Estação de Tratamento de Água próxima ao reservatório. Após o tratamento, a água será conduzida por um INFORMAÇÕES GERAIS sistema de adução de água formado por tubulações de aço e de ferro fundido, com diâmetros variando de 1.500 a 200 mm, com cerca de 1.030 km de extensão, que atenderá com água tratada 61 municípios da região. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Açude Mulungu, na localidade de Ipojuca, próximo à nascente do rio Ipojuca e no local onde será construída a barragem de Ipojuca, ponto de partida do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano – Município de Arcoverde - PE LOCALIZAÇÃO E ACESSOS O acesso à região de inserção do empreendimento se dá através da BR-232 que interliga Recife a Salgueiro. Partindo-se da capital pernambucana por esta rodovia, percorre-se 80 km até atingir a cidade de Gravatá; seguindo esta mesma estrada, chega-se à sede municipal de Pesqueira após cerca de 130 km. O Sistema Adutor será construído a partir do reservatório de Ipojuca, no município de Arcoverde. Próximo à tomada d'água do reservatório será definida a área de implantação da Estação de Tratamento de Água (ETA). A partir da ETA, terá início o sistema de adução propriamente dito, que contornará a Terra Indígena Xucurú até atingir a cidade de Pesqueira, junto à BR-232. O eixo principal de adução de água se dará ao longo da rodovia federal BR-232, em extensão aproximada de 125 km, passando pelas cidades de Belo Jardim, Tacaimbó, São Caitano, Caruaru, Bezerros e Gravatá. 3
  • 6. ANTECEDENTES HISTÓRICOS A história do Ramal do Agreste está atrelada à história do Eixo Leste (fonte hídrica do empreendimento) e, conseqüentemente, ao antigo Projeto de Transposição do Rio São Francisco (PTSF) e à sua versão atual revisada e denominada Projeto de Integração do São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional (PISF), empreendimento já licenciado pelo IBAMA. A idéia da transposição de águas do rio São Francisco para garantir sustentabilidade hídrica ao Semi-Árido Nordestino, o Presença de pescadores na Barragem do Prata abastecimento de populações e o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA desenvolvimento da região, foi objeto de vários estudos, desde meados do século passado. Desde então, o empreendimento já sofreu inúmeras alterações em termos de concepção e projeto, mas seu objetivo geral de garantir sustentabilidade hídrica que permita o abastecimento de populações e o desenvolvimento da região do Semi-Árido permanece o mesmo. Estudos demonstraram a necessidade e a oportunidade de um novo eixo de obras, o Eixo Leste , para atender áreas prioritárias não contempladas na concepção anterior do empreendimento. Dessa forma, na sua versão atual, o PISF complementa e amplia sua área de abrangência através do Eixo Leste, de onde parte o Ramal do Agreste e o Sistema Adutor, objeto do presente EIA/RIMA. OBJETIVOS O Agreste Pernambucano é uma área crítica em termos de escassez de água, o que dificulta a sobrevivência da população em condições dignas, gerando situações de pobreza e miséria. As secas no Nordeste são conhecidas desde os séculos XVI e XVII e a irregularidade das chuvas sempre foi uma característica da região. Há séculos, o problema da região continua à espera de soluções, sendo cada vez mais agravado, não só por imposição da natureza, como também pela necessidade de políticas públicas mais eficientes. O enfrentamento dessa problemática pelo poder público tem se caracterizado pela tentativa de garantir a disponibilidade de água nos rios não contínuos a partir da construção de reservatórios de armazenamento grandes e pequenos, regionalmente conhecidos por açudes. Os açudes, entretanto, sofrem perdas excessivas por evaporação e não conseguem disponibilizar, em média, mais do que 25% da água que armazenam. Neste contexto, as obras do Ramal do Agreste visam integrar açudes já construídos, reforçando a oferta hídrica local e assegurando a garantia de abastecimento de água à população beneficiada, até o ano de 2025. A distribuição de água para consumo humano, entretanto, será feita pelo Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, que visa abastecer com água de boa qualidade 61 municípios da região. É interessante ressaltar que, na área a ser beneficiada pela implantação do sistema de adutoras, a 4 população urbana tem grande participação na população a ser atendida, o atendimento à população rural situa-se em apenas 12% do total do suprimento.
  • 7. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA JUSTIFICATIVAS As instalações atuais dos sistemas de abastecimento de água que atendem às sedes dos municípios da região do Agreste Pernambucano estão funcionando em condições precárias, tanto no que diz respeito ao suprimento de água bruta em quantidade e qualidade, como nos aspectos de tratamento, reserva e distribuição de água tratada. Segundo os dados disponíveis no ATLAS NORDESTE (ANA, 2005), um número expressivo de sedes municipais do Agreste de Pernambuco encontra-se em situação crítica de abastecimento, o que demonstra claramente a grande dependência da região de fontes hídricas externas, tais como o Eixo Leste do PISF, justificando plenamente a implantação do Ramal do Agreste e do Sistema Adutor. Verifica-se, assim, que alternativas que sirvam ao suprimento de demandas hídricas do Agreste de Pernambuco formadas por fontes locais ou por métodos tais como a chuva induzida e a reservação de águas da chuva servem apenas como possibilidades complementares, não representando opções para soluções definitivas da eficiência do abastecimento de água na região. Como conseqüência direta do atendimento às demandas de abastecimento, deverá ocorrer uma melhoria na qualidade de vida da população, com melhoria dos sistemas de saneamento básico e crescimento de atividades produtivas que têm na água um de seus mais importantes componentes. O Projeto também deverá contribuir para a fixação da população na região, sujeita, de longa data, a um processo contínuo de deslocamento, seja para outras regiões do País, seja para outros pontos do Nordeste. Deve-se ainda ressaltar como benefício relevante do empreendimento, devido à oferta constante de água de boa qualidade, à redução do número de internações hospitalares na região e à redução dos índices de mortalidade infantil. Finalmente, o Ramal do Agreste deverá contribuir ainda para a redução dos gastos públicos com medidas de emergência durante as freqüentes secas, uma vez que a oferta de água será garantida e o impacto das secas reduzido, justificando-se, portanto, também sob o ponto de vista econômico. 5
  • 8. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO Fonte Hídrica e Concepção Geral A população a ser beneficiada por este sistema, na Região do Agreste Pernambucano, está estimada em 1,89 milhões de pessoas para fim de plano em 2037. A fonte hídrica do sistema é o reservatório Ipojuca, ponto final do Ramal do Agreste, que beneficiará a região com a adução de 8 m³/s do Eixo Leste do PISF. A configuração adotada para a concepção do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano teve por base os seguintes pontos: 8o Sistema Adutor tem seu início no reservatório de Ipojuca, atendendo a população urbana e rural das cidades e povoados (faixa de 2,5 km para cada lado do eixo do traçado das adutoras); 8deverá atender a toda população abastecida com água tratada; Rio Ipojuca situado no minicípio de Caruaru 8o traçado das adutoras deverá privilegiar as condições de relevo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA naturais; 8o Sistema Adutor deverá se desenvolver ao longo do sistema viário, como forma de minimizar problemas ambientais, desapropriações e custos de manutenção. Demandas Envolvidas e Balanço Hídrico O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano irá atender a 61 municípios. Além dos núcleos urbanos das sedes municipais, outros 80 distritos urbanos serão beneficiados, por estarem situados dentro da faixa de 2,5 km de cada lado da adutora. Toda a população rural da faixa de influência das adutoras também será atendida. Os valores de consumo médio por pessoa foram calculados Crianças retirando água conforme as normas do PROÁGUA para avaliar as demandas e ofertas de água na região do Agreste Pernambucano. Estes valores, aplicados às populações atendidas nos anos intermediários de 2010 e de 2025, resultaram nas demandas médias de água obtidas para as populações urbanas e rurais de cada município. 6
  • 9. Características Técnicas das Obras Em resumo, as obras a serem realizadas para o Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, para a produção e condução de água são as seguintes: 8adutora de água bruta 0,3 km; 8estação de tratamento de água - ETA tipo convencional; 8ETA capacidade nominal - vazão 3,3 m³/s; 8estação elevatória de água tratada (vazão final) 4,0 m³/s; 8adutora de água tratada - inicial 6,0 km; 8reservação de 20.000 m³; 8adutoras de distribuição de água tratada com 1.030 km; 8booster`s 5 unidades. Cronograma de Implantação e Valor do Investimento Relatório de Impacto Ambiental - RIMA O investimento total orçado no Relatório Técnico Preliminar (RTP), com data base em junho de 2007, é de cerca de 1,34 bilhões de reais, assim distribuídos: · 630 milhões de reais para obras civis; e · 710 milhões de reais para tubulações e equipamentos. O prazo previsto para a execução das obras é de 24 (vinte e quatro) meses. EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E DECORRENTES Os principais empreendimentos associados ou decorrentes do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano são o Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco com o Nordeste Setentrional (PISF), por constituir a fonte hídrica do projeto, e o Ramal do Agreste, que vai direcionar água para que as adutoras promovam a sua distribuição à área beneficiada. 7
  • 10. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E DE TRAÇADO Estudos de Locação da ETA O projeto da Estação de Tratamento de Água (ETA Ipojuca) e de suas unidades complementares, a saber: Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) e Centro de Reservação com capacidade de 20.000 m³, tem como alternativa para a sua implantação, a utilização de área junto da Barragem de Ipojuca, onde estão localizadas a tomada d´água e a adutora de água bruta, na margem direita do rio. Alternativas de Traçado do Sistema Foram estudas quatro alternativas de traçado do Sistema de Adução: Alternativa 1 – a captação ocorre no reservatório de Ipojuca e o caminhamento se faz em direção à cidade de Pesqueira. Em seguida à captação, foi prevista a construção de uma ETA, com início de um sistema de bombeamento. Previu-se também a instalação de tanques de reservação. A partir de Pesqueira, o sistema tem um caminhamento preferencial seguindo o próprio rio Ipojuca, passando pelas cidades de Belo Jardim, Tacaímbo, São Caitano, Caruaru, Bezerros, chegando até a cidade de Gravatá. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA De acordo com os cálculos estimados, a Alternativa 1 tem uma vantagem em relação a Alternativa 2 de Alternativa 3 – nesta alternativa, cerca de R$ 35,6 milhões. a vazão do reservatório Ipojuca é Alternativa 2 – similar à Alternativa 1, lançada diretamente no rio Ipojuca apresenta como diferença apenas o e captada ao longo do rio em caminhamento do traçado desde o pontos estratégicos para atendimento à população. Esta alternativa tem a reservatório de Ipojuca até a cidade de vantagem de não exigir um bombeamento inicial da ordem de 136 m, Arcoverde e depois até Pesqueira. O porém traz em si o problema de modificar as condições naturais do rio novo traçado tem, entretanto, um dentro do trecho que atravessa a reserva indígena. Pelas razões apontadas, 8 desenvolvimento maior, com um total de as autoridades do MI, responsáveis pelo acompanhamento técnico dos 27.060 metros de extensão adicional. estudos, decidiram pelo abandono desta alternativa.
  • 11. Alternativa 4 – uma variante da Alternativa 3. É feita uma captação no reservatório Ipojuca e as águas são encaminhadas para o rio Ipojuca seguindo o mesmo traçado da Alternativa 1 até a cidade de Pesqueira, contornando assim a reserva indígena existente na região. Desta cidade, até o rio Ipojuca, segue o caminhamento previsto na Alternativa 1 para abastecer a cidade de Poções. De acordo com o detalhamento e resultados finais da análise, principalmente no que diz respeito às condições sanitárias, foi abandonada também esta alternativa. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Ressalta-se, no entanto, que as diferenças de custos de JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA SELECIONADA tubulação entre a Alternativa 1 e a Alternativa 4 podem ser A Alternativa 1 é aquela que se mostra a consideradas como desprezíveis. mais vantajosa economicamente e do ponto de vista sanitário, a que apresenta as melhores características. 9
  • 12. ÁREAS DE INFLUÊNCIA CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é um conjunto de adutoras de água tratada que se inicia no município de Arcoverde (PE) e percorre as faixas de domínio das principais estradas da região do Agreste Pernambucano, de modo a garantir o abastecimento de água Relatório de Impacto Ambiental - RIMA de boa qualidade para consumo humano em toda a região. Abrange, assim, 61 municípios, além de alguns distritos e de várias localidades da zona rural desses municípios dentro de uma faixa de 5 km de largura em torno das adutoras principais. A definição das áreas de estudo foi feita segundo os procedimentos comuns de observação das características do empreendimento, das suas principais relações com as diferentes regiões em que está inserido e, por fim, da conseqüência destas relações nos vários elementos ambientais. Para esses estudos ambientais foram consideradas as duas tradicionais unidades espaciais de análise, ou seja: a Área de Influência Indireta AII e a Área de Influência Direta AID, esta última, território em que se dão majoritariamente as transformações ambientais primárias (ou diretas) decorrentes do empreendimento. 10
  • 13. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA Meios Físico e Biótico A Área de Influência Indireta (AII) é definida como a área real ou potencialmente afetada pelos impactos indiretos da implantação e Marca d’água nas rochas que cercam a operação do empreendimento. Barragem do Mulungu,indicando o baixo nível de água atual O conceito da bacia hidrográfica como unidade de estudos ambientais vem sendo aplicado há bastante tempo em diversos países, inclusive no Brasil, não apenas como espaço preferencial de análise, mas como um limite geográfico onde se pode melhor Relatório de Impacto Ambiental - RIMA controlá-los e, assim, manter a qualidade ambiental. Por isso foi definida a inclusão das bacias receptoras desses recursos na Área de Influência Indireta dos estudos físico-bióticos do empreendimento. Apesar de atender apenas municípios do Estado de Pernambuco, a água distribuída pelo projeto, após consumida pela população, Bovinos atravessando o rio Una acabará sendo destinada para a drenagem natural e atingindo todas as bacias hidrográficas envolvidas, estendendo-se para regiões do Estado de Alagoas. As dez bacias que compõem a Área de Influência Indireta (AII) são apresentadas a seguir: Moxotó, Ipojuca, Goiania, Capibaribe, Sirinhaém, Una, Mundaú, Paraíba, Traipu e Ipanema. Reservatório no riacho do Tigre, próximo a Henrique Dias 11
  • 14. Meio Socioeconômico Para os estudos do meio socioeconômico, foi considerado como Área de Influência Indireta (AII) o espaço provável dos desdobramentos sociais e econômicos indiretos do uso previsto d a s á g u a s c o n d u z i d a s p e l o Pr o j e t o , principalmente sobre os processos da mobilidade da população e da qualidade de vida em geral. Assim, considerou-se para delimitação da AII para o meio antrópico os limites envolventes dos 61 municípios que serão futuramente atendidos, além de mais 3 (três) municípios que se beneficiarão diretamente em função do aumento da disponibilidade das águas locais para o seu Parque Ecológico João Vasconcelos sobrinho, em Caruaru abastecimento. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Feira de Sulanca, em Caruaru 12
  • 15. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA A Área de Influência Direta (AID) é definida como a área sujeita aos impactos diretos da implantação e operação do empreendimento. Sua delimitação é função das características sociais, econômicas, físicas e biológicas dos sistemas a serem estudados e das características do empreendimento. Considerou-se como limites para a Área de Influência Direta uma faixa de 5 km em torno das obras do Sistema Adutor (2,5 km para cada lado). Dentro desta faixa, todas as comunidades existentes serão atendidas pelo abastecimento de água do projeto. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Como exceção, temos a área delimitada pela Terra Indígena Xucurú, no município de Pesqueira. Uma pequena porção desta Terra Indígena está próxima ao Sistema Adutor, dentro da faixa de 2,5 km de um dos lados, porém não sofrerá nenhum impacto direto do empreendimento, de modo que optou-se por não inseri- la na AID. Por outro lado, a Terra Indígena Xucurú será beneficiada indiretamente, pois atualmente a COMPESA, órgão estadual de saneamento básico, capta água em alguns reservatórios pertencentes a esta área, deixando de fazê-la após a implantação do empreendimento. 13
  • 16. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Meio Físico Clima e Condições Meteorológicas Estudos recentes do fenômeno das secas no Nordeste Brasileiro mostraram a necessidade de se conhecer as características da atmosfera em nível regional e em nível global. O clima do Nordeste do Brasil, por suas diferentes características, é considerado o de maior complexidade entre as regiões brasileiras. Essa complexidade decorre fundamentalmente de sua Relatório de Impacto Ambiental - RIMA posição geográfica em relação aos diversos sistemas de circulação atmosférica e, também, em função do Afloramento de Rocha relevo, da latitude e da localização continental. O regime de chuvas da região também é complexo e gerador de preocupação. Outro elemento importante na análise climática do Nordeste Brasileiro é a variação dos ventos na costa. Semi-Árido Nordestino O clima da região semi-árida nordestina é caracterizado pela falta de chuvas e pelas altas taxas de evaporação e insolação. O leste do Piauí, todo o Estado do Ceará e a metade oeste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco se encontram na área de maior freqüência de secas. O regime de chuvas no Semi-Árido Nordestino pode ser caracterizado por dois períodos bem definidos: um chuvoso no verão e outro seco no inverno, sendo os meses mais chuvosos os de novembro, dezembro e janeiro; os mais secos os de junho, julho e agosto, tendo seu período de precipitação iniciado em setembro, atingindo o seu máximo em dezembro e, praticamente, terminando no mês de maio. Observa-se na região o fenômeno do veranico , período entre 10 e 25 dias, durante a época de seca, com temperaturas elevadas, que ocasionam a alta evapotranspiração. A insolação é muito forte, da ordem 14 de 2.800 horas por ano em média, e a evaporação Afloramento na localidade de PEDRA atinge, nas regiões mais secas, 2.000 mm.
  • 17. Avaliação Climatológica das Secas As secas no Nordeste são conhecidas desde os séculos XVI e XVII. A região alterna períodos de longa estiagem e períodos curtos de chuva concentrada. Para que a zona compreendida por este fenômeno climático fosse atendida e definida a área de sua atuação, foi delimitada, por Lei, em 1936, o chamado polígono das secas . Passadas mais de seis décadas, o problema do polígono das secas ou da região semi-árida continua à espera de soluções, sendo cada vez mais agravado por imposição da Natureza e pela necessidade de políticas públicas mais eficientes. Considerando as análises realizadas na região, que apontam Rio completamente seco, devido à estiagem para a grave escassez de água, fica demonstrada a no Agreste Pernambucano necessidade da implantação de sistemas de fornecimento hídrico complementares à água da chuva, no sentido de se amenizar a aridez da região. Cultivo de mandioca mecanizado após Buíque rumo a Tupanatinga Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Temperatura do Ar no Nível da Superfície Pode-se afirmar que, em anos de El Niño de forte atividade, as secas no Nordeste brasileiro passam a ser mais pronunciadas, principalmente no Semi-Árido, onde, em situação regular, elas já estão presentes. Os fortes episódios de La Niña, porém, ainda merecem mais análises quanto aos seus impactos no Nordeste Brasileiro. 15 Panorâmica de relevo de Argissolos
  • 18. Principais Características Climatológicas 4Vento Meridional no Nível da Superfície: as componentes meridionais assumem valores positivos As principais características do clima na área de em toda a área do projeto. Os valores de velocidade da interesse e em torno do Projeto do Sistema Adutor do componente meridional decrescem à medida que os Agreste de Pernambucano, por parâmetro, são as ventos adentram ao continente. seguintes: 4Pressão Atmosférica no Nível da Superfície: as 4Taxa de Evaporação Potencial: os máximos valores configurações dos campos de pressão à superfície no Semi-Árido ocorrem de outubro a dezembro (> 400 pouco variam ao longo do ano. Percebe-se um ajuste W/m²). geral do campo de pressão à superfície com as 4Ta x a d e P r e c i p i t a ç ã o : a p r e s e n t a - s e , topografias da Serra dos Irmãos, Serra Grande, predominantemente, na direção sudoeste para Chapada do Araripe, Serra dos Cariris, Planalto da nordeste, tendo os maiores valores próximos ao Borborema e Serra dos Cariris Novos. litoral. 4Umidade Relativa do Ar no Nível da Superfície: de 4Temperatura do Ar: apresenta-se, em geral, de janeiro a março, surge um mínimo relativo que se sudoeste para nordeste (litoral). Em outubro e desloca para leste, na direção do oceano. Em janeiro, Relatório de Impacto Ambiental - RIMA novembro ocorre uma mudança natural do Semi-Árido esse núcleo apresenta uma posição próxima a Flores para noroeste. (PE), a leste e mais seco que a área do empreendimento, com valor de 78%. De abril a agosto, 4Fluxo de Calor no Nível da Superfície do Solo: a o sinal se inverte, passando a se configurar um núcleo variação em função das estações do ano é de máximo relativo (em torno de 80%), que se desloca relativamente marcante. gradualmente para leste. Em setembro, a configuração do campo de isolinhas sobre o Semi-Árido nordestino 4Vetor Vento no Nível da Superfície: de modo geral, passa a ser não fechada, no sentido do litoral. Em os ventos se deslocam com uma componente leste outubro, volta a surgir um núcleo de mínimo relativo acentuada, com pequenas variações ao longo do ano, próximo a Ouricuri (PE), a leste e mais seco que a área principalmente no inverno. do empreendimento, o qual sofre variações de valor, chegando a 65% em dezembro e persistindo desse modo até março. 4Vento Zonal no Nível da Superfície: os ventos zonais são predominantes do setor leste, cuja dimensão diminui à medida que se adentra o continente. 16 Riacho Ipanema
  • 19. Ruídos A medição dos níveis de ruído na região foi realizada a fim de conhecer o ruído ambiente, auxiliando na criação dos mapas de ruído na região do empreendimento. Foram realizadas medições durante o dia e a noite. Os resultados das medições de ruído ambiente na região do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano durante o dia apresentaram os seguintes ruídos perceptíveis: Várzea de Pão-de-açucar pássaros, mugido de vaca, pessoas falando, crianças gritando, trânsito de veículos, gato miando, grilo, cabra, passagem de moto, latidos de cães, buzina de moto e carro, vento na vegetação, passagem de ônibus, música mecânica, crianças na escola, passagem de caminhão, passagem de bicicleta e charrete. Já os resultados das medições de ruído ambiente na região do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano no Relatório de Impacto Ambiental - RIMA período da noite apresentaram os seguintes ruídos perceptíveis: galo, vento na vegetação, pássaros, Rio Ipojuca rodeado de moradias passagem de carro e caminhão e cabra. precárias que ali despejam seu esgoto sem nenhum tratamento Pedreiras para retirada de paralelepipedos. Britacal (Brita Caruaru Ltda.) GEOLOGIA E GEOTECNIA Área de Influência Indireta A Área de Influência Indireta do Sistema Adutor inclui porções da Província Borborema, seções basais e intermediárias de Bacias Sedimentares Paleozóicas Meso-Cenozóicas Interiores e Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira. Área de Influência Direta A partir de dados secundários, foi confeccionado em escala regional (1:100.000) o mapa geológico da Área de Influência Direta (AID) do Sistema Adutor. A base de dados foi compilada do SIG Geológico do Brasil, na escala de 1:2.500.000, apresentado pela CPRM em 2003, sendo então incorporadas informações de mapeamentos de maior detalhe e pequenas modificações. 17 Em termos de grandes compartimentos geotectônicos, a Área de Influência Direta do Sistema Adutor do Agreste de Pernambuco inclui porções da Província Borborema e parte da Bacia Sedimentar do Jatobá.
  • 20. Ocorrência de Sismos na Região Nordeste As atividades sísmicas que atingem o Nordeste evidenciam que liberação de energia sísmica, em geral, ocorre em áreas afetadas por falhamentos ou convergência de estruturas. A zona sismogênica abrangida pela área do Sistema Adutor é a Zona Sismogênica de Caruaru, zona esta que se restringe ao Bloco Pernambuco. Em novembro de 1981 ocorreram três eventos sísmicos subseqüentes na Zona Sismogênica de Caruaru, de magnitude igual a 3.1, um deles afetando uma área de 300km². Em agosto de 2002 ocorreram 1.218 tremores em Caruaru/PE, dos quais 102 foram registrados no dia 19 com a maior magnitude atingindo 3,5 graus na escala Richter. Recentemente houve um abalo sísmico, no dia 20/08/2007, que atingiu 4 graus na escala Richter, sendo o maior abalo registrado deste 1970. Hidrogeologia Classificação e caracterização dos sistemas aqüíferos Com base no mapa geológico (CPRM, 2003) no interior dos limites da Área de Influência Direta do Sistema Adutor do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Agreste Pernambucano podem ser reconhecidos três sistemas aqüíferos, os quais são distinguidos em função das variações de parâmetros hidrodinâmicos como transmissividade, condutividade hidráulica e tipo de porosidade. Assim foram definidos o Sistema Aqüífero Fissural, o Sistema Aqüífero Garanhuns e o Sistema Aqüífero Jatobá: Sistema Aqüífero Fissural: engloba todas as rochas metamórficas e ígneas aflorantes na Área de Influência Direta, ocupando praticamente todo o Agreste de Pernambuco. Sistema Aqüífero Garanhuns: a cidade de Garanhuns está posicionada morfologicamente, numa discreta projeção do tabuleiro sedimentar da região, que se apresenta aqui recortado e entalhado pela drenagem procedente de noroeste e do nordeste. Com base no levantamento de Motor para bombeamento d'água campo dos litotipos aflorantes na zona urbana de Garanhuns, e seus posicionamentos litoestratigráficos com as unidades indicadas na geologia regional, verificam-se que a maior parte desses litotipos corresponde, em superfície, à exposição da Formação São Sebastião. Sistema Aqüífero Intergranular Jatobá: representado na Área de Influência Direta pela Formação Tacaratu. Essa formação na AID aflora ao longo da borda SSE da bacia sedimentar, ocupando porções dos municípios de Tupanatinga e Buique, onde se apresenta bastante 18 recortada pela erosão e capeada por espesso manto eluvial. Açude Tambores no rio Ipanema
  • 21. Geomorfologia A área de estudo pode ser dividida em três grandes unidades de paisagem: Pediplano Central do Planalto da Borborema - compreende um compartimento com altitudes que variam entre 500m e 600m, apresentando trechos que atingem mais de 800m, representados por blocos serranos residuais. Limita-se ao norte com as Encostas Setentrionais (Maciços Setentrionais) por intermédio do linearmento Pernambuco; a leste com as Encostas Orientais da Borborema e a oeste com o Pediplano do Baixo São Francisco. A rede hidrográfica é representada pelos rios Ipojuca e Una, além dos afluentes do Ipanema e do Marca d'água nas rochas que cercam a Barragem do Mulungu Canhoto, e do riacho Seco. Depressão Sertaneja - ocorre em maior proporção em torno do Planalto Sertanejo, com declives em direção aos fundos Relatório de Impacto Ambiental - RIMA de vales e litoral. A morfologia apresenta-se por vezes conservada, mas em grande parte submetida a um princípio de dissecação à medida que aumenta a densidade de drenagem. Nessa área, a Depressão Sertaneja pode ser dividida em três unidades geoambientais: Pediplanos arenosos, Pediplanos avermelhados de textura média e argilosa, Pediplanos com problemas de sais e de drenagem. Encosta Setentrional do Planalto da Borborema - abrange desde as imediações do município de Gravatá até as proximidades da cidade de Serra Talhada. Limita-se a leste com a Depressão Pré-litorânea, a sul com o Planalto Central e Cereus jamacaru DC. (mandacaru) (Cactaceae) com o Pediplano do Baixo São Francisco e, a oeste, com o Pediplano Sertanejo. A drenagem é complexa, apresentando padrão geral similar ao subdentrítico com influências do treliço recurvado com encraves do radial, sendo representada pelos riachos formadores das bacias dos rios Ipojuca, Capibaribe, Ipanema, Moxotó e do riacho do Navio. No extremo sudoeste, emerge um relevo montanhoso com mais de 1.100m de altitude, onde se observa a serra de Triunfo, um maciço de sienito, cujo topo está dissecado em interflúvios tabulares. Destacam-se, ainda, as serras do Ororubá, dos Fogos, das Porteiras e dos Campos. Na área de estudo, esta unidade foi subdividida em três unidades geoambientais: Superfícies Dissecadas, Pediplanos Pedreiras para retirada de Arenosos e Serras e Serrotes. paralelepipedos 19
  • 22. Pedologia Principais Classes de Solos e Tipos de Terreno presentes na área Os principais solos presentes na área e mapeadas são Argissolos Amarelos, Argissolos Acinzentados, Argissolos Vermelho-Amarelos, Argissolos Vermelhos, Cambissolos Háplicos, Gleissolos, Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelho-Amarelos, Luvissolos Crômicos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Litólicos, Neossolos Regolíticos, Neossolos Quartzarênicos, Planossolos Háplicos, Planossolos Nátricos e Tipo de Terreno - Afloramentos de Rochas. Erosão Suscetibilidade à Erosão Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Na região da caatinga nordestina, a erosão está muito ligada ao tipo de solo, à cobertura vegetal e ao relevo. Uma área ocupada por Luvissolos Crômicos, normalmente exibe erosão laminar, porque o horizonte superficial desses solos é altamente erodível. A caatinga, por outro lado, permanecendo seca na maior parte do ano, não constitue cobertura vegetal suficiente para proteção adequada do solo, mesmo porque, não há uma cobertura graminosa superficial como, por exemplo, no cerrado. O impacto das gotas de chuva sobre o solo costuma ser muito alto e a consequência é a instalação de processos erosivos. A área em estudo não é problemática sob o ponto de vista da ação de processos erosivos, embora, sempre se deve ter em conta que a intervenção humana é a principal responsável pela degradação de áreas. Os resultados obtidos através da digitalização dos perímetros mapeados, permitem concluir que a introdução de métodos simples de contenção de erosão seria suficiente para evitar a instalação de processos erosivos nas áreas impactadas. 20
  • 23. Aptidão Agrícola das Terras A variedade de solos apresenta diferentes aptidões: os Neossolos Regolíticos, por exemplo, são usados e recomendados para plantio de culturas de ciclo longo, a exemplo do café de Caetés. Os Planossolos Háplicos, em geral, estão ocupados com pastagens e, efetivamente, é a melhor indicação de uso. Latossolos Amarelos situados em relevos suave ondulado e plano, também são solos recomendados para irrigação. São Plantio de cenoura irrigada com água do permeáveis, a fertilidade pode ser corrigida e melhorada e o reservatório Pão-de-Açucar no rio Ipojuca relevo é propício à irrigação por aspersão. Neossolos Flúvicos ou solos aluviais, pela sua posição no relevo, sempre próximos a cursos d'água têm alto potencial para irrigação e foram classificados na classe de aptidão boa. São encontrados na várzea do riacho Ipaneminha, entre o açude Tambores e Mimoso, no qual são cultivados feijão de corda, milho e abóbora. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Solos subdominantes em associações, podem ser utilizados para irrigação, como é o caso de Argissolo Acinzentado textura média. Em Gravatá, uma área expressiva está sendo cultivada com hortaliças em Argissolo Vermelho-Amarelo, textura média, relevo suave ondulado. A irrigação por aspersão, em canteiros cujos sulcos são a favor do declive, acabará causando erosão. Irrigação de cana-de-açucar em morro com 33% de declividade. Barra de Guabiraba A região de Camucim de São Félix, Sairé, Barra de Guabiraba destaca-se pela beleza da paisagem e pelas possibilidades que oferece para irrigação, como nas várzeas ocupadas por Gleissolos Háplicos. Em Barra de Guabiraba há irrigação de cana-de-açucar em morros com relevo forte ondulado, totalmente contra-indicados para agricultura. A classificação da aptidão agrícola indica para a região, classe restrita para pastagem plantada. Na estrada Bom Jardim para Machado, no extremo norte da área, ocorre um sobreuso, dada a disponibilidade de solos para plantio. São Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos e 21 Argissolos Vermelhos eutróficos, situados em relevo forte ondulado e montanhoso, não indicados para cultivos.
  • 24. Recursos Hídricos Utilizando-se a base cartográfica do Projeto do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, é possível verificar que o mesmo está inserido em um conjunto de nove bacias hidrográficas, entre elas, duas sub-bacias do rio São Francisco. As bacias que deságuam diretamente no oceano Atlântico são as dos rios: Goiana; Capibaribe; Ipojuca; Sirinhaém; Una; e Mundaú. As sub-bacias afluentes do rio São Francisco são as dos rios Ipanema e Traipu. Além dessa bacias, apresenta-se também a do rio Moxotó, em função de ser atravessada pelo Ramal do Agreste, empreendimento do qual o Sistema Adutor depende para poder funcionar. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Fonte: IBGE Identificação dos Principais Corpos d'Água Atravessados Foram identificadas as 14 maiores travessias de cursos d'água ao longo de todo o traçado do Sistema Adutor, conforme mostra o Quadro a seguir. 22
  • 25. Principais Travessias Identificadas no Sistema Adutor do Agreste Pernambucano Travessia Bacia Rio Trecho do Sistema Adutor 1 Capibaribe Capibaribe Brejo da Madre de Deus - Jataúba 2 Capibaribe Capibaribe Caruaru - Toritama 3 Capibaribe Capibaribe Passira - Salgadinho 4 Ipojuca Ipojuca Arcoverde - Pesqueira 5 Ipojuca Ipojuca Pesqueira - Poção 6 Ipojuca Ipojuca Sanharó - Belo Jardim 7 Ipojuca Ipojuca Belo Jardim - Tacaimbó 8 Ipojuca Ipojuca Bezzeros - Gravatá 9 Una Una Belo Jardim - São Bento do Una 10 Una Una Agrestina - Altinho Relatório de Impacto Ambiental - RIMA 11 Una Una Agrestina - Cupira 12 Paraíba Paraíba Terezina - Bom Conselho 13 Ipanema Ipanema Arcoverde - Pesqueira 14 Ipanema Ipanema Venturosa - Pedra Ainda sobre os recursos hídricos da região de influência do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, foram analisados dados sobre: Pluviometria e Evaporação; Regime Fluvial; Comportamento Sedimentológico; Usos da Água; Fontes Poluidoras; Gestão dos Recursos Hídricos; Situação dos Comitês de Bacias Hidrográficas e Enquadramento dos Corpos d'Água. Qualidade das Águas O Estado de Pernambuco, assim como outros da região semi-árida brasileira, vem ao longo de décadas utilizando os reservatórios superficiais (açudes ou barragens), construídos artificialmente, como a principal fonte de reserva de água nos períodos de estiagem para os mais diversos usos. Por passarem por períodos de chuvas escassas e altas taxas de evaporação, são freqüentes, na região semi-árida do Nordeste, problemas como a salinização de açudes (Almeida et al., 2006), o que impossibilitaria seu uso para algumas finalidades. INTERFERÊNCIA COM PROCESSOS MINERÁRIOS Pernambuco se caracteriza por uma produção mineral composta principalmente por minerais não metálicos, tendo a indústria da construção civil o consumidor final da maioria desses minerais. Foram identificados 118 processos de titularidade minerária interferentes com a AID, ou seja, a área delimitada por um comprimento de 2,5 km para cada lado do Sistema Adutor. Tais processos encontram-se em fase de licenciamento, seja por requerimento de pesquisa, seja por autorização de pesquisa, ou ainda, concessão de lavra. 23
  • 26. MEIO BIÓTICO AMBIENTES AQUÁTICOS LIMNOLOGIA Diversas comunidades habitam os ecossistemas aquáticos e exercem importantes funções no ambiente. Dentre as principais comunidades bióticas do meio aquático, podemos citar o fitoplâncton, o zooplâncton e o zoobentos. Para melhor caracterizar o ambiente aquático pernambucano na Área de Influência do Sistema Adutor, foram realizadas coletas de amostras de água nos principais corpos d´água localizados nos seguintes municípios e bacias: Santa Cruz do Capibaribe (Bacia do Rio Capibaribe), Caruaru (Bacia do Rio Ipojuca), Bonito (Bacia do Rio Sirinhaém), Cupira (Bacia do Rio Una), Garanhuns (Bacia do Rio Mundaú) e Buíque (Bacia do Rio Ipanema), sendo todas Poço na Vazante do Açude Duas Serras, município de Poção elas com as maiores densidades demográficas e, principalmente, beneficiadas pelas adutoras. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA A partir das amostras, ralizadas nos compartimentos água e de sedimento, conclui-se que: Compartimento Água 4as concentrações de feofitina-a foram inferiores às concentrações de clorofila-a. Dessa forma, todos os pontos amostrados apresentaram concentrações típicas de ambientes eutrofizados. 4a comunidade fitoplanctônica apresentou grande diversidade. Foram encontrados em média 17 táxons em cada ponto de coleta, sendo o grupo com maior riqueza o das clorofíceas, seguido das diatomáceas e cianobactérias. 4a comunidade zooplanctônica também apresentou variedade, sendo representada por 15 táxons, distribuídos em 3 grupos principais: Rotifera, Cladocera e Copepoda. Compartimento Sedimento 4na área de estudo, os sedimentos amostrados foram compostos principalmente por areias e silte. 4a matéria orgânica total apresentou um teor médio de 1,18%, com variação entre 0,34% no Rio Una e 3,24% no Rio Ipojuca. 4foram encontrados 10 táxons, pertencentes aos filos Arthropoda, Mollusca e Annelida. ICTIOFAUNA (PEIXES) Os impactos causados pela ação do homem nos rios e riachos Barragem Pedro Moura Jr. lance de tarrafa; e vêm reduzindo sensivelmente a diversidade de peixes no Brasil. arrasto marginal A integridade biológica de uma comunidade de peixes é um indicador sensível do estresse direto e indireto do ecossistema aquático inteiro. Somente através da caracterização das comunidades de peixes pode-se identificar pontos de sensibilidade ambiental, levantar principais desafios construtivos e estabelecer padrões comparativos caso o ambiente venha sofrer perturbações durante as fases de 24 instalação e operação de empreendimentos. Dessa maneira, é possível intervir, buscando minimizar os efeitos negativos sobre as comunidades biológicas aquáticas.
  • 27. Levantamento da Ictiofauna em Campo Para o estudo da ictiofauna, foram tomadas como unidades de análise as bacias pelas quais passará o Ramal do Agreste (AII), que são do Rio Moxotó e do Rio Ipojuca e as bacias hidrográficas que receberão as águas transportadas por ele, através do Sistema Adutor (AID), entre elas as dos rios São Francisco, Ipanema, Traipú, Pitanga, Capibaribe, Sirinhaém, Una e Mundaú. De forma geral, as espécies mais conhecidas na área do empreendimento são as seguintes: Pequira, Pataca, Sardinha, Guppy, Saguirú, Traíra, Tamboatá Canivete, Rio Bitonho, afluente da margem direita Curimatã comum, Bagre, Cascudinho, Bodó, Ciclídeo do rio Ipojuca, município de Bezerros Jaguar, Barrigudinho, Tucunaré, Corró, Tilápia, Filápia. Para as regiões das bacias receptoras das águas provenientes do Sistema Adutor e os rios Ipojuca e Moxotó, foram obtidos registros de coleções científicas através dos projetos Neodat e SIBIP , que disponibilizam informações através da Internet. A listagem apresentada não é, de forma alguma, Relatório de Impacto Ambiental - RIMA exaustiva, mas propicia a idéia da diversidade da ictiofauna registrada para as bacias hidrográficas da Área de Influência. Listagens adicionais foram obtidas E xe m p l a r d e a c a r á ( G e o p h a g u s com Costa et al. (2003) e Carolsfeld et al. (2003). brasiliensis) morto encontrado na margem da barragem da Laje, em Caetés Caracterização dos Habitats Amostrados A maioria dos pontos amostrados no estudo da ictiofauna é constituída de riachos temporários ou sazonais. Nestes, os ambientes que restam com água são os pontos onde é possível encontrar os representantes das comunidades de peixes agrupados. Açudes e poções concentram a ictiofauna em épocas de estiagem. Nos riachos de menor porte, especialmente cabeceiras, é esperada a maior ocorrência de espécies endêmicas, ou seja, que são exclusivas daquela região. Essas comunidades de peixes podem ser consideradas as mais frágeis nas bacias da área de influência. 25
  • 28. Espécies de Maior Relevância Espécies Raras: durante os levantamentos, não foi possível detectar nenhum grupo tipicamente raro. Espécies Endêmicas (restritas à região): os membros da família Calichthyidae, Aspidoras rochai, A. menezesi e A. depinnai podem ser consideradas endêmicas das bacias do Nordeste Setentrional. No entanto, apenas A. depinnai, até onde se sabe, é Traíra (Hoplias cf. malabaricus). Açude no riacho Tigres restrita à bacia hidrográfica do Rio Ipojuca. Espécies Ameaçadas: nenhuma das espécies identificadas consta na lista federal de espécies ameaçadas, à exceção do Pirá (Conorhinchus conirostris ), considerado espécie vulnerável na sua bacia de origem, a do Rio São Francisco. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Espécies Migratórias: a ictiofauna da região foi intensamente fragmentada em populações isoladas, e as rotas utilizadas pelos poucos peixes realizadores de migração reprodutiva (piracema) que nela existem, tal como o canivete Apareiodon davisi e a curimatã Prochilodus brevis, foram, provavelmente, Peixe sem nome popular (Characidium sp.), Açude no riacho Tigres ainda mais restringidas. Espécies Invasoras: o guppy é uma espécie comum no comércio de aquário em todo o mundo; as filápias ou tilápias, bem como as carpas são freqüentemente introduzidas em ações de peixamento ; o Ciclídeo Jaguar é, assim como os tucunarés e pescadas (não registrados para as bacias da área de influência), um predador de topo extremamente robusto e com grande valência ecológica. Esta sua característica robusta o qualifica como invasor e espécie transformadora do ambiente. Infelizmente, já pode ser pescado em alguns pontos da bacia do rio ipojuca, o que provavelmente significa que existe uma população Riacho Mimoso, município de Arcoverde estabelecida. Espécies de Relevância Ecológica: pode-se considerar que as espécies mais abundantes desempenham um papel importante, no entanto, todas apresentam valores ecológicos semelhantes. Espécies de Relevância Econômica: em sua maioria, as espécies de relevância econômica se restringem às áreas estuarinas da AID ou espécies não-nativas encontradas em açudes e reservatórios. Jovem de Tilápia (Oreochromis niloticus), 26 Açude no riacho Tigres
  • 29. AMBIENTES TERRESTRES VEGETAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS Caracterização da Área de Influência Indireta A Área de Influência Indireta (AII) estende-se por cerca de 51.600 km² em uma região de transição (no sentido oeste/leste), da área de domínio do bioma Caatinga para a área de domínio do bioma Mata Atlântica. Nesta região de transição, conhecida regionalmente como Agreste, a diversidade da vegetação natural está relacionada às variações de relevo, solo e clima e apresenta-se profundamente alterada pela ação humana. Em geral, nas áreas mais baixas e/ou mais secas predomina a vegetação de Caatinga e as áreas mais elevadas e que apresentam índices maiores de chuva, são áreas de ocorrência de florestas. Os recentes mapeamentos realizados para os biomas Caatinga e Mata Atlântica confirmam a predominância do uso agropecuário em toda a AII. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Unidades de Conservação (UC) Do conjunto de UC abrangidas integralmente ou parcialmente pela AII, a maior parte situa-se no bioma Mata Atlântica. O Parque Municipal João Vasconcelos Sobrinho, em Caruaru (PE) abriga um dos mais conhecidos "brejos de altitude" o Brejo dos Cavalos. A RPPN Fazenda Bituri também foi criada em uma das áreas de ocorrência de brejos de altitude, no município de Brejo da Madre de Deus. Estas duas UC e outras com presença de brejos situam-se no Agreste Pernambucano, região propriamente de transição entre os biomas, mas a Reserva Biológica de Serra Negra, situada no extremo oeste da AII, já no Sertão, região de predomínio da Caatinga, também foi criada para proteger uma área de brejo de altitude. Foram identificadas 31 (trinta e uma) Unidades de Conservação, sendo 10 (dez) UC de Proteção Integral e 21 (vinte e uma) UC de Uso Sustentável. Cerca de 1/3 desse total de UC localiza-se na região relativamente mais próxima ao percurso das Adutoras, e somente uma UC a RPPN Cabanas situa-se dentro da Área de Influência Direta (AID); localizada no município de Altinho, esta é a menor RPPN existente na AII (apenas 6 ha) e, em nov/2007, uma queimada destruiu 50% da Reserva. Entre as UC de Proteção Integral, encontram-se duas Reservas Ecológicas Estaduais e dois Parques Ecológicos Municipais, categorias que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9.985 de 18/07/2000) não incorporou. O Parque Nacional do Catimbau, com 648,85 ha, pertencente à bacia do Moxotó e abrangendo terras dos municípios de Buúque, Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga, caracteriza-se pela presença do aquífero Tucano - Jatobá e de fitofionomias da Mata Atlântica, Campos Rupestres e Cerrado, com grande heterogeneidade ambiental, contando ainda com um grande acervo arqueológico. 27
  • 30. Terras Indígenas (TI) Completando o conjunto de áreas protegidas por lei, além das Unidades de Conservação, encontram-se na AII seis Terras Indígenas, todas situadas na região do bioma Caatinga, sendo que somente duas estão mais próximas do percurso previsto para implantação das adutoras. Caracterização da Área de Influência Direta Percorrendo a maior parte do traçado planejado para a rede de adutoras, observou-se aspectos da vegetação e do relevo que confirmam a predominância de uso agropecuário (pastagens principalmente) e urbano ao longo do traçado planejado para as adutoras. Os poucos remanescentes da vegetação natural estão em trechos distantes e dispersos na AID e, muito provavelmente, são áreas que já sofreram alguma alteração (retirada seletiva de madeira/lenha, queimada acidental) e, conseqüentemente, alguma perda de biodiversidade. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA As áreas extensas sem a presença de árvores, em geral, têm um aspecto de área degradada, solo exposto e apresentando erosão. As áreas de cobertura vegetal arbórea mais densa ocorrem principalmente no trecho entre Camocim de São Félix e Bonito e no trecho entre Bom Jardim e Machados, onde foram observadas capoeiras altas e densas. Na direção contrária, passa a predominar a caatinga. As áreas classificadas como arbóreas são muitas vezes agrupamentos de algarobas ou pomares de mangueiras e cajueiros. No trecho entre Alagoinha e Buique observam- se muitos desses pomares. Há uma grande área de cultivo de caju, entre Buique e Tupanatinga, ao lado do qual observou-se ainda um importante trecho de mata secundária que avança até a faixa marginal da rodovia. Esta é provavelmente a única ou a mais relevante área de mata existente em todo o percurso previsto para a implantação da rede de adutoras. Na vistoria de campo realizada ao longo do percurso previsto para as adutoras, constatou-se que, por este percurso 28 situar-se sempre próximo a rodovias, praticamente toda a vegetação natural desta área encontra-se significativamente alterada e degradada. Para a caracterização florística, a área foi dividida em sete setores (BR 232; Bonito; Agreste/Mata Norte; Caruaru/Agrestina; Garanhuns; Agreste; Alagoinha).
  • 31. FAUNA TERRESTRE A fauna da caatinga, nas áreas mais conservadas, possui elementos de porte como onças e grandes predadores de sementes tais como a Arara-vermelha e Arara-azul. Em algumas áreas, a quantidade de Campo de “mundubim” (Arachis) nativo mamíferos de médio porte, como veados-catingueiros, queixadas e caititus, são parecidos com a de uma floresta úmida. Com o aumento de estudos na caatinga, sabe-se hoje A maior ou menor disponibilidade de água contibui que existem 143 espécies de mamíferos na região. A fortemente na determinação da composição das espécie de mamífero mais encontrada na caatinga é o comunidades de aves. Nas Áreas de Influência do mocó, um parente próximo do porquinho-da-índia. O Empreendimento verifica-se que a maior concentração tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que parecia estar de aves, tanto em riqueza quanto em abundância, estão extinto, foi recentemente redescoberto em florestas nas áreas mais úmidas, enquanto poucas espécies são sazonalmente secas no estado da Bahia. encontradas em áreas mais castigadas pela baixa No levantamento em campo realizado na AID, foi umidade. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA registrada a presença de sete espécies de mamíferos: A partir do cenário de degradação dos ambientes tatu, tatu-peba, mico estrela, raposinha, mão-pelada, naturais na região a comunidade de aves registrada nas irara, cangambá, suçuarana e veado. Além destas Áreas de Influência do Empreendimento não apresenta espécies, a irara e o veado (Mazama sp) foram espécies de alta importância biológica. registrados na AII. As espécies consideradas sensíveis às mudanças Das nove espécies de mamíferos incluídas em alguma causadas pelo homem nos ambientes naturais categoria de ameaça, apenas a vulnerável suçuarana correspondem a 9,3% do total registrado. Na Área de apresentou indícios de ocorrência na região. Influência Direta, os valores relativos a sensibilidade Os estudos sobre as espécies de aves na região foram indicam uma baixa qualidade geral, embora o número de realizados através de pesquisa bibliográfica e da espécies de baixa sensibilidade (40,0%) esteja bem verificação da ocorrência das espécies diretamente em abaixo da média geral (47,4%), o que automaticamente campo. Ao longo do trabalho , 97 espécies foram indica uma melhor qualidade ambiental. Os outros registradas nas Áreas de Influência do Empreendimento. pontos localizados na Área de Influência Indireta do Do total de aves registradas, apenas 9 espécies empreendimento mantêm uma uniformidade muito apresentam alta sensibilidade ambiental e 42 espécies grande na qualidade de seus ambientes. podem ser classificadas como de média sensibilidade. A De forma geral, os dados indicam uma região bastante maioria das espécies, 46 das aves registradas, são uniforme, amplamente degradada por fatores diversos, consideradas como de baixa sensibilidade. mas que ainda mantém uma pequena parte de suas As regiões nordestinas onde existem grandes corpos estruturas e processos. d'água demonstram ser de extrema importância para a manutenção de muitas das espécies da caatinga, principalmente para aquelas migratórias. As áreas onde existem poços, cacimbas, açudes e cisternas parecem concentrar a maior parte das formas de vida da região. Embora ocorram chocas-do-nordeste, na região é notável ausência de diversas espécies, principalmente 29 das chocas e do pinto-do-mato, abundantes em diversas outras áreas de Caatinga em localidades não muito distantes. A caça, tanto para obtenção de proteína como para Chorrozinho (Sakesphorus cristatus) manutenção do comércio de aves de gaiola, praticamente extinguiu na região, aves como jacu, zabelê, graúna, canário, além dos psitacídeos maiores.
  • 32. MEIO SOCIOECONÔMICO ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) A Área de Influência Indireta do Meio Socioeconômico do Sistema Adutor do Agreste Pernambucano é composta pelos territórios de 64 municípios distribuídos pelas Regiões de Desenvolvimento (RD) do Agreste Central, do Agreste Meridional, do Agreste Setentrional e do Moxotó, como indicado no Quadro a seguir. MUNICÍPIO RD MUNICÍPIO RD Agrestina Agreste Central Capoeiras Agreste Meridional Alagoinha Agreste Central Correntes Agreste Meridional Altinho Agreste Central Garanhuns Agreste Meridional Barra de Guabiraba Agreste Central Itaíba Agreste Meridional Belo Jardim Agreste Central Jucati Agreste Meridional Bezerros Agreste Central Jupi Agreste Meridional Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Bonito Agreste Central Lagoa do Ouro Agreste Meridional Brejo da Madre de Deus Agreste Central Lajedo Agreste Meridional Cachoeirinha Agreste Central Palmeirina Agreste Meridional Camocim de São Félix Agreste Central Paranatama Agreste Meridional Caruaru Agreste Central Pedra Agreste Meridional Cupira Agreste Central Saloá Agreste Meridional Gravatá Agreste Central São João Agreste Meridional Ibirajuba Agreste Central Terezinha Agreste Meridional Jataúba Agreste Central Tupanatinga Agreste Meridional Lagoa dos Gatos Agreste Central Venturosa Agreste Meridional Pesqueira Agreste Central Bom Jardim Agreste Setentrional Poção Agreste Central Casinhas Agreste Setentrional Riacho das Almas Agreste Central Cumaru Agreste Setentrional Sairé Agreste Central Frei Miguelinho Agreste Setentrional Sanharó Agreste Central João Alfredo Agreste Setentrional São Bento do Una Agreste Central Machados Agreste Setentrional São Caitano Agreste Central Orobó Agreste Setentrional São Joaquim do Monte Agreste Central Passira Agreste Setentrional Tacaimbó Agreste Central Salgadinho Agreste Setentrional Angelim Agreste Meridional Santa Cruz do Capibaribe Agreste Setentrional Bom Conselho Agreste Meridional Santa Maria do Cambucá Agreste Setentrional Brejão Agreste Meridional Surubim Agreste Setentrional Buíque Agreste Meridional Toritama Agreste Setentrional Caetés Agreste Meridional Vertente do Lério Agreste Setentrional 30 Calçado Agreste Meridional Vertentes Agreste Setentrional Canhotinho Agreste Meridional Arcoverde Moxotó
  • 33. Aspectos Demográficos Os municípios que fazem parte da Área de Influência Indireta representam uma grande parcela da região do Agreste Pernambucano, incluindo algumas de suas maiores cidades, como Caruaru e Garanhuns. Mesmo com o acelerado processo de urbanização observado no País, algumas destas regiões conservam ainda elevadas concentrações rurais, principalmente em municípios das Regiões de Desenvolvimento do Agreste Meridional e do Agreste Setentrional. A taxa de crescimento da população da região em estudo é baixa, conforme os Censos Demográficos do IBGE (período de 1991- 2000). Dentre os fatores que contribuem para isso, estão a falta de alternativas de geração de renda, o elevado grau de concentração das terras e a queda nos índices de fecundidade observada desde a década de 1980. Abrangendo uma grande região, com quase 22.000 km2, os municípios em estudo possuem grandes variações em suas dimensões, resultando em densidades demográficas bastante diferenciadas, que vão desde os 630 hab/km2 verificados em Toritama (Agreste Setentrional), com apenas 35 km2, até 20,56 hab/km2 observados em Jataúba (Agreste Central). As famílias residentes nestes municípios contam, em geral, com pouco mais de 4 moradores/domicílio na área rural e pouco menos de 4 Relatório de Impacto Ambiental - RIMA moradores/domicílio na área urbana. Ao se observar a divisão da população por sexo e idade, acontece nos municípios da AII um fenômeno comum a todo o mundo: em geral nascem mais meninos que meninas. No ano 2000, cerca de 39% das pessoas responsáveis pelos domicílios particulares permanentes na AII eram indivíduos sem instrução ou com menos de um ano de estudos. Somando-se àqueles que freqüentaram a escola somente de um a três anos, o total chegava a atingir naquele ano quase 64% dos (as) chefes de família. Como conseqüência desta situação de pouca escolaridade, os rendimentos dos (as) chefes de família se situam em patamares extremamente reduzidos. A parcela dos indivíduos maiores de dez anos exercendo ocupação ou procurando trabalho (PEA) representava cerca de 53% da população da AII. A estimativa de crescimento da população urbana no conjunto do Agreste Pernambucano é de cerca de 90% no período de 25 anos, enquanto a população rural observará um incremento de apenas 28%, com isso, prevê-se para um aumento na ordem de 63% no número de seus habitantes, no período compreendido entre os anos de 2000 e 2025. 31
  • 34. Educação A grande maioria das comunidades situadas na AII possui ensino até a quarta série, em escola localizada na própria comunidade. Em muitos casos as turmas atendem várias séries, mas poucas crianças em idade escolar não freqüentam a escola. Um dos fatores responsáveis por isto, além do trabalho realizado pelas Secretarias de Educação, é a presença maciça do programa Bolsa-Escola. Os governos estadual e municipais estão implantando diversos programas nos municípios da AII, destacando-se • Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) • Se Liga e Acelera Pernambuco • Alfabetização Cidadã • Programa de Centros Tecnológicos de Educação Profissional Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Saneamento De modo geral, são bastante precárias as condições de saneamento dos municípios que compõem a Área de Influência Indireta do empreendimento. Menos de 59% das moradias da AII contam com água encanada, proveniente de rede geral. Além dos 11% das residências que se utilizam de poços ou nascentes, cerca de 30% dos domicílios da AII obtém a água de outra forma , o que inclui, além do abastecimento por carros-pipa, a coleta direta em açudes e barreiros, com graves riscos para a saúde desta parcela expressiva do contingente populacional. Ainda mais precária é a situação do esgotamento sanitário na região correspondente à AII, em que somente 41% dos domicílios estão ligados a redes de coleta, mesmo quando utilizando a rede de galerias de águas pluviais. Agravando este quadro, deve-se observar que mesmo as águas servidas recolhidas por rede são em geral despejadas in natura nos corpos d'água, sem qualquer tipo de tratamento. As fossas são também utilizadas em larga escala, principalmente no meio rural, devendo-se destacar que, em quase 90% dos casos, trata-se de fossas rudimentares, e não fossas sépticas. Importa ressaltar, ainda, ilustrando as sérias deficiências sanitárias encontradas na AII, e configurando grave ameaça à saúde pública, que cerca de um quinto dos domicílios onde moram mais de 22% dos habitantes da região não dispõe de banheiro ou sanitário. A este respeito, verifica-se que o conjunto dos municípios da AII situados na Região de Desenvolvimento Agreste Meridional é o que apresenta as condições mais desfavoráveis, com cerca de 32% das moradias sem banheiro. A construção e operação eficiente de Estações de Tratamento de Esgoto ETE's, assume importância ainda maior nos locais onde existem grandes concentrações de contingentes populacionais. 32