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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Faculdade de Letras
Luiza dos Santos Silveira
Resenha sobre a apresentação do Seminário I: Fedra, de Rancine
Teorias do Teatro no Século XX
No seminário apresentado na disciplina “Teoria do Teatro no Século XX”, a respeito
da tragédia de Rancine, Fedra, no dia 22/09/2015, os participantes utilizaram como base os
textos teóricos de Jean Jacques Roubine: “I. Aristóteles Revisitado” (In: Introdução às
grandes teorias do teatro), e a própria “Poética”, de Aristóteles.
Para a introdução do trabalho, foram apresentados alguns termos essenciais para a
interpretação da obra: a mimeses, a partir da ideia do mito da Caverna, de Platão, sendo a
representação do mundo das ideias, a imitação e a cópia, e assim, o mundo das aparências
- a cópia da cópia. Na Poética, Aristóteles frisa a verossimilhança, a verdade interna da
obra. Alguns efeitos de tragédia que pretendem provocar o terror, a partir do conceito de
verdade construído pela peça, podendo exceder ao sujeito ou à possibilidade da realidade,
e gerar a identificação do público com os atores; também motiva a piedade, a relação do
espectador em reconhecer-se no ato. O ethos, ou como o agente se expressa nas relações
sociais quanto ao caráter e à ética. Por fim, a catarse, sendo como o homem purifica sua
alma, ao adquirir conhecimento enquanto o experiencia.
O grupo relatou à turma o argumento de Fedra. Tragédia dividida em cinco atos,
consiste no mito de Fedra, esposa de Teseu (rei de Atenas), que se apaixonou por seu
enteado, Hipólito. A história se resume em Fedra, que ao confessar seu amor pelo príncipe
à sua confidente e ex-criada Eunone, ouve um rumor de que Teseu havia morrido, assim
cria coragem a confessar-se a Hipólito. Este, por sua vez, recusa o amor incestuoso de sua
madrasta, envergonhando-a a ponto dela querer matar-se. No entanto, Teseu está vivo, e
ao voltar à cidade, é mal recebido, pois Hipólito evitava a Fedra, e ela estava devastada
pela culpa. Eunone teme que Fedra se suicide, e conta ao rei que foi a madrasta que
seduziu a Hipólito. Por tal traição, é desterrado e amaldiçoado à morte, mesmo após jurar
seus sentimentos por Aricia. Logo, Teseu, duvidoso, investiga a respeito dos
acontecimentos, e acaba por descobrir que seu filho havia morrido violentamente. Por fim,
Fedra confessa tudo e se mata ao tomar um veneno; para vingar seu erro, Teseu adota a
Aricia, ex-noiva de Hipólito.
Para exemplificar melhor a tragédia, os participantes exibiram trechos de cada ato
da representação e encenação de Patrice Chéreau, feita e gravada no teatro parisiense
Auteurs du XVIIe siècle, em 25 de setembro de 2003.
Como análise crítica, falou-se dos conceitos de Roubine, assim como a persuasão,
em que o autor da tragédia, não trabalhando com um assunto histórico, deve usar dessa
capacidade para convencer que o ato seja admissível na estrutura da ação. Assim como em
Fedra, baseada em um mito grego, a indução de alguns personagens sobre outros, por
exemplo, sobre todos tomarem como fato a morte de Teseu. De tal maneira, esbarra-se na
verossimilhança de Aristóteles, o pacto de verdade construido com os espectadores da
lógica do encadeamento dos acontecimentos encenados que se nota na dialética entre o
vísivel e o invisível, dos fatos que aconteceram durante a ação mas que não foram
representados, porém, sem eles, a história não teria credibilidade. Como a morte de
Hipólito, tomada também como um fato absurdo relatado.
Bibliografia:
RACINE, Jean. Fedra. Tradução de Millôr Fernandes. Disponível em:
[http://www.encontrosdedramaturgia.com.br/wp-content/uploads/2010/10/Jean-Racine-
Fedra.pdf].
ROUBINE, Jean Jacques. “I. Aristóteles Revisitado”. In: Introdução às grandes teorias do
teatro.
Texto disponibilizado pelo grupo do Seminário I

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Letras Luiza dos Santos Silveira Resenha sobre a apresentação do Seminário I: Fedra, de Rancine Teorias do Teatro no Século XX No seminário apresentado na disciplina “Teoria do Teatro no Século XX”, a respeito da tragédia de Rancine, Fedra, no dia 22/09/2015, os participantes utilizaram como base os textos teóricos de Jean Jacques Roubine: “I. Aristóteles Revisitado” (In: Introdução às grandes teorias do teatro), e a própria “Poética”, de Aristóteles. Para a introdução do trabalho, foram apresentados alguns termos essenciais para a interpretação da obra: a mimeses, a partir da ideia do mito da Caverna, de Platão, sendo a representação do mundo das ideias, a imitação e a cópia, e assim, o mundo das aparências - a cópia da cópia. Na Poética, Aristóteles frisa a verossimilhança, a verdade interna da obra. Alguns efeitos de tragédia que pretendem provocar o terror, a partir do conceito de verdade construído pela peça, podendo exceder ao sujeito ou à possibilidade da realidade, e gerar a identificação do público com os atores; também motiva a piedade, a relação do espectador em reconhecer-se no ato. O ethos, ou como o agente se expressa nas relações sociais quanto ao caráter e à ética. Por fim, a catarse, sendo como o homem purifica sua alma, ao adquirir conhecimento enquanto o experiencia. O grupo relatou à turma o argumento de Fedra. Tragédia dividida em cinco atos, consiste no mito de Fedra, esposa de Teseu (rei de Atenas), que se apaixonou por seu enteado, Hipólito. A história se resume em Fedra, que ao confessar seu amor pelo príncipe à sua confidente e ex-criada Eunone, ouve um rumor de que Teseu havia morrido, assim cria coragem a confessar-se a Hipólito. Este, por sua vez, recusa o amor incestuoso de sua madrasta, envergonhando-a a ponto dela querer matar-se. No entanto, Teseu está vivo, e ao voltar à cidade, é mal recebido, pois Hipólito evitava a Fedra, e ela estava devastada pela culpa. Eunone teme que Fedra se suicide, e conta ao rei que foi a madrasta que seduziu a Hipólito. Por tal traição, é desterrado e amaldiçoado à morte, mesmo após jurar seus sentimentos por Aricia. Logo, Teseu, duvidoso, investiga a respeito dos acontecimentos, e acaba por descobrir que seu filho havia morrido violentamente. Por fim,
  • 2. Fedra confessa tudo e se mata ao tomar um veneno; para vingar seu erro, Teseu adota a Aricia, ex-noiva de Hipólito. Para exemplificar melhor a tragédia, os participantes exibiram trechos de cada ato da representação e encenação de Patrice Chéreau, feita e gravada no teatro parisiense Auteurs du XVIIe siècle, em 25 de setembro de 2003. Como análise crítica, falou-se dos conceitos de Roubine, assim como a persuasão, em que o autor da tragédia, não trabalhando com um assunto histórico, deve usar dessa capacidade para convencer que o ato seja admissível na estrutura da ação. Assim como em Fedra, baseada em um mito grego, a indução de alguns personagens sobre outros, por exemplo, sobre todos tomarem como fato a morte de Teseu. De tal maneira, esbarra-se na verossimilhança de Aristóteles, o pacto de verdade construido com os espectadores da lógica do encadeamento dos acontecimentos encenados que se nota na dialética entre o vísivel e o invisível, dos fatos que aconteceram durante a ação mas que não foram representados, porém, sem eles, a história não teria credibilidade. Como a morte de Hipólito, tomada também como um fato absurdo relatado. Bibliografia: RACINE, Jean. Fedra. Tradução de Millôr Fernandes. Disponível em: [http://www.encontrosdedramaturgia.com.br/wp-content/uploads/2010/10/Jean-Racine- Fedra.pdf]. ROUBINE, Jean Jacques. “I. Aristóteles Revisitado”. In: Introdução às grandes teorias do teatro. Texto disponibilizado pelo grupo do Seminário I