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Resenha do Balanço Energético Nacional 2012 - Base 2011
Disciplina: PEA 5765 – Tópicos Avançados em Sist. Energético para um Desenv. Limpo
Docentes Responsáveis: Prof. Dr. José Aquiles Baesso Grimoni
Prof Dr. Miguel Edgar Morales Udaeta
Aluno: Marcos José Rodrigues dos Santos 10/04/2013
Trata-se de um documento elaborado pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética, que
por sua vez, contabiliza a oferta e o consumo de energia no Brasil, considerando a
extração de recursos energéticos primários e a sua conversão em formas secundárias.
Considera também a importação, exportação, distribuição e o uso final da energia.
O Documento informa que a participação de renováveis na produção de eletricidade
ampliou-se em 2,6% em 2011, atingindo 88,9% do total, embora tenha havido uma
redução de 1% na participação das energias renováveis na Matriz Energética Brasileira.
Tal redução foi devido à queda de oferta de biomassa da cana-de-açucar, cuja safra caiu
9,8%.
Percebi que apesar da participação da energia eólica ainda ser pequena (0,5% da na oferta
interna), é relevante destacar o seu aumento de produção de 24,3% em 2011 e de
aproximadamente 118% (de 1238 GWh para cerca de 2705 GWh) entre 2009 e 2011.
Esta evolução expressiva indica que a expansão deste tipo de energia tende a se mantida
nos próximos anos.
Também se destaca um aumento da eficiência energética da economia, pois a oferta
interna de energia aumentou 1,3% enquanto que o PIB aumentou 2,7%. Por outro lado,
evidencia-se uma diminuição das perdas para processamento da energia primária, pois o
consumo final energético cresceu mais do que a oferta interna de energia, isto é, +2,4%
contra +1,3%.
Surpreendeu-me a marca de 11,9% do bagaço de cana no âmbito do consumo final de
energia por fonte, pois tal marca, mesmo com redução de safra, é claramente maior do
que a da gasolina (9,1%) e do gás natural (7,4%).
O fato de o próprio setor energético utilizar parcela relevante da oferta total produzida
(9,1%) também é uma informação que me chamou a atenção.
O setor de transporte foi o que mais ampliou o consumo de energia (+6,1%) e o setor
energético foi o que mais reduziu o seu consumo, provavelmente devido à redução de
perdas (-7,8%).
É interessante destacar que a parcela de energia renovável na indústria é de 56% do total
consumido. Por outro lado, o setor de transportes, que também é um grande consumidor
(30% da oferta total), opera com uma faixa de apenas 17% de energia renovável. Eis um
bom argumento para os defensores dos veículos movidos por eletricidade e por etanol.
A parcela de energia renovável consumida pelas residências chega a 68% do total
consumido por este setor, mas notei que boa parte desta energia (28% do total
consumido) corresponde à queima de lenha, que tem significativas contribuições
poluidoras.
Observa-se que a participação de energias renováveis no Brasil manteve-se em 44,1% da
oferta total, contra a marca mundial de 13,3% divulgada pela a Agência Internacional de
Energia.
Foram fornecidos os dados de emissões de poluentes, destacando-se as boas condições do
Brasil em termos de energia limpa, em relação a outros países ou regiões do Planeta.
Resta saber qual seria o resultado destes outros países se eles tivessem as mesmas
condições favoráveis existentes no Brasil. Seriam eles capazes de estabelecer uma matriz
ainda mais limpa do que a atual matriz brasileira?
Embora os valores de emissões totais (396,7 MtCO2-eq), os valores de intensidade de
carbono (0,16 kgCO2/US$) e os de emissões por habitantes (2,1 tCO2/hab) sejam
apresentados, não é comentada a evolução destes valores ao longo dos anos. Neste
sentido, por curiosidade, consultei o BEN 2011 - Base 2010 - Resultados Preliminares
(https://ben.epe.gov.br/downloads/resultados_pre_ben_2011.pdf) que contém a
quantidade de emissões por habitantes, ou seja, 1,9 tCO2/hab em 2008. Assim sendo,
percebi um crescimento das emissões de 10,5% em três anos, enquanto que a oferta
interna total bruta de energia passou de 236.511 x 10E3 tep (segundo o BEN 2009 base
2008) para 272.380 x 10E3 tep (segundo o BEN 2012 base 2011), o que corresponde a
um aumento de 15,2% no mesmo período. Portanto, grosso modo, pude concluir que a
evolução das emissões foi menor do que a evolução da oferta total de energia no período
considerado.

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Resenha do Balanço Energético Nacional 2012 - Base 2011

  • 1. Resenha do Balanço Energético Nacional 2012 - Base 2011 Disciplina: PEA 5765 – Tópicos Avançados em Sist. Energético para um Desenv. Limpo Docentes Responsáveis: Prof. Dr. José Aquiles Baesso Grimoni Prof Dr. Miguel Edgar Morales Udaeta Aluno: Marcos José Rodrigues dos Santos 10/04/2013 Trata-se de um documento elaborado pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética, que por sua vez, contabiliza a oferta e o consumo de energia no Brasil, considerando a extração de recursos energéticos primários e a sua conversão em formas secundárias. Considera também a importação, exportação, distribuição e o uso final da energia. O Documento informa que a participação de renováveis na produção de eletricidade ampliou-se em 2,6% em 2011, atingindo 88,9% do total, embora tenha havido uma redução de 1% na participação das energias renováveis na Matriz Energética Brasileira. Tal redução foi devido à queda de oferta de biomassa da cana-de-açucar, cuja safra caiu 9,8%. Percebi que apesar da participação da energia eólica ainda ser pequena (0,5% da na oferta interna), é relevante destacar o seu aumento de produção de 24,3% em 2011 e de aproximadamente 118% (de 1238 GWh para cerca de 2705 GWh) entre 2009 e 2011. Esta evolução expressiva indica que a expansão deste tipo de energia tende a se mantida nos próximos anos. Também se destaca um aumento da eficiência energética da economia, pois a oferta interna de energia aumentou 1,3% enquanto que o PIB aumentou 2,7%. Por outro lado, evidencia-se uma diminuição das perdas para processamento da energia primária, pois o consumo final energético cresceu mais do que a oferta interna de energia, isto é, +2,4% contra +1,3%. Surpreendeu-me a marca de 11,9% do bagaço de cana no âmbito do consumo final de energia por fonte, pois tal marca, mesmo com redução de safra, é claramente maior do que a da gasolina (9,1%) e do gás natural (7,4%). O fato de o próprio setor energético utilizar parcela relevante da oferta total produzida (9,1%) também é uma informação que me chamou a atenção. O setor de transporte foi o que mais ampliou o consumo de energia (+6,1%) e o setor energético foi o que mais reduziu o seu consumo, provavelmente devido à redução de perdas (-7,8%).
  • 2. É interessante destacar que a parcela de energia renovável na indústria é de 56% do total consumido. Por outro lado, o setor de transportes, que também é um grande consumidor (30% da oferta total), opera com uma faixa de apenas 17% de energia renovável. Eis um bom argumento para os defensores dos veículos movidos por eletricidade e por etanol. A parcela de energia renovável consumida pelas residências chega a 68% do total consumido por este setor, mas notei que boa parte desta energia (28% do total consumido) corresponde à queima de lenha, que tem significativas contribuições poluidoras. Observa-se que a participação de energias renováveis no Brasil manteve-se em 44,1% da oferta total, contra a marca mundial de 13,3% divulgada pela a Agência Internacional de Energia. Foram fornecidos os dados de emissões de poluentes, destacando-se as boas condições do Brasil em termos de energia limpa, em relação a outros países ou regiões do Planeta. Resta saber qual seria o resultado destes outros países se eles tivessem as mesmas condições favoráveis existentes no Brasil. Seriam eles capazes de estabelecer uma matriz ainda mais limpa do que a atual matriz brasileira? Embora os valores de emissões totais (396,7 MtCO2-eq), os valores de intensidade de carbono (0,16 kgCO2/US$) e os de emissões por habitantes (2,1 tCO2/hab) sejam apresentados, não é comentada a evolução destes valores ao longo dos anos. Neste sentido, por curiosidade, consultei o BEN 2011 - Base 2010 - Resultados Preliminares (https://ben.epe.gov.br/downloads/resultados_pre_ben_2011.pdf) que contém a quantidade de emissões por habitantes, ou seja, 1,9 tCO2/hab em 2008. Assim sendo, percebi um crescimento das emissões de 10,5% em três anos, enquanto que a oferta interna total bruta de energia passou de 236.511 x 10E3 tep (segundo o BEN 2009 base 2008) para 272.380 x 10E3 tep (segundo o BEN 2012 base 2011), o que corresponde a um aumento de 15,2% no mesmo período. Portanto, grosso modo, pude concluir que a evolução das emissões foi menor do que a evolução da oferta total de energia no período considerado.