Este documento discute novos movimentos sociais e sua participação em políticas urbanas. Analisa o Movimento Oásis e sua metodologia de engajamento comunitário para melhorar condições urbanas de forma participativa. Busca entender como esses movimentos capacitam cidadãos e promovem empoderamento social.
O documento discute os movimentos sociais no Brasil, como surgiram para resistir às desigualdades causadas pelo capitalismo e defender os direitos dos excluídos. Apresenta exemplos atuais como os movimentos de defesa da natureza, etnias, orientação sexual, sem-terra e sem-teto. Também aborda o papel das ONGs e como a música tem mobilizado os jovens. Por fim, analisa como os movimentos sociais continuam lutando para construir uma democracia participativa no país.
Este documento discute as dimensões da participação cidadã e ampliação da cidadania no Brasil. Aborda os desafios de construir uma gestão democrática eficiente e como a sociedade civil vem pressionando o Estado a adotar novas formas de participação popular. Também analisa os limites e tensões entre participação cidadã, democracia representativa e institucionalização dos movimentos sociais.
1) O documento discute as redes de mobilização social no Brasil contemporâneo, analisando movimentos sociais, associações civis e fóruns.
2) É destacada a importância dos movimentos sociais na luta por direitos e na construção de uma sociedade democrática.
3) A democracia brasileira é contraditória, com classes menos favorecidas excluídas do poder de escolha, mas tratadas de forma clientelista.
Este documento discute os conselhos gestores como uma forma de democratizar o processo decisório no Brasil. Apresenta os conselhos como instituições híbridas que combinam elementos da democracia representativa e participativa. O objetivo é analisar comparativamente os conselhos do Fundef e Fundeb em Minas Gerais para identificar o impacto da efetividade deliberativa na ampliação da participação democrática.
Políticas Públicas para o Fomento da SustentabilidadeInstituto IDEIAS
O documento discute políticas públicas para fomento da sustentabilidade. Aborda conceitos de políticas públicas, o processo de políticas públicas e sustentabilidade. Define políticas públicas como decisões do governo e outros atores sociais que alocam valores para a sociedade. Explora teorias sobre o processo de tomada de decisões políticas e a importância da implementação e avaliação de políticas. Introduz o conceito de desenvolvimento sustentável baseado em três pilares: econômico, ambiental e social.
Democratizar a gestão das políticas sociais – um desafio a ser enfrentado pel...Isabel Amaral
1) O documento discute os desafios de democratizar a gestão das políticas sociais no Brasil, envolvendo mais a participação da sociedade civil.
2) Nas últimas décadas, houve um debate crescente sobre este tema no contexto da luta pela democratização do Estado e da sociedade.
3) O documento analisa as possibilidades de construção de uma esfera pública nas políticas sociais, que envolva a participação ativa da sociedade civil na definição e implementação dessas políticas.
Este documento discute o potencial dos Conselhos Gestores de Políticas Públicas no Brasil como espaços para a coprodução de serviços públicos entre o Estado e a sociedade civil. A coprodução envolve a produção conjunta de bens e serviços de interesse público pelo Estado, sociedade e setor privado. Os Conselhos podem promover a participação cidadã e o controle social sobre as políticas públicas, apesar de desafios como a legitimidade e representatividade dos conselheiros.
A formação de comunidades epistêmicas e a construção do Observatório da Gover...fcmatosbh
Como citar este trabalho:
MATOS, Fernanda. A formação de comunidades epistêmicas e a construção do Observatório da Governança das Águas no Brasil. Revista Espacios. Vol. 37 (Nº 34) Año 2016. Pág. 11. Disponível em: http://www.revistaespacios.com/a16v37n34/16373411.html
O documento discute os movimentos sociais no Brasil, como surgiram para resistir às desigualdades causadas pelo capitalismo e defender os direitos dos excluídos. Apresenta exemplos atuais como os movimentos de defesa da natureza, etnias, orientação sexual, sem-terra e sem-teto. Também aborda o papel das ONGs e como a música tem mobilizado os jovens. Por fim, analisa como os movimentos sociais continuam lutando para construir uma democracia participativa no país.
Este documento discute as dimensões da participação cidadã e ampliação da cidadania no Brasil. Aborda os desafios de construir uma gestão democrática eficiente e como a sociedade civil vem pressionando o Estado a adotar novas formas de participação popular. Também analisa os limites e tensões entre participação cidadã, democracia representativa e institucionalização dos movimentos sociais.
1) O documento discute as redes de mobilização social no Brasil contemporâneo, analisando movimentos sociais, associações civis e fóruns.
2) É destacada a importância dos movimentos sociais na luta por direitos e na construção de uma sociedade democrática.
3) A democracia brasileira é contraditória, com classes menos favorecidas excluídas do poder de escolha, mas tratadas de forma clientelista.
Este documento discute os conselhos gestores como uma forma de democratizar o processo decisório no Brasil. Apresenta os conselhos como instituições híbridas que combinam elementos da democracia representativa e participativa. O objetivo é analisar comparativamente os conselhos do Fundef e Fundeb em Minas Gerais para identificar o impacto da efetividade deliberativa na ampliação da participação democrática.
Políticas Públicas para o Fomento da SustentabilidadeInstituto IDEIAS
O documento discute políticas públicas para fomento da sustentabilidade. Aborda conceitos de políticas públicas, o processo de políticas públicas e sustentabilidade. Define políticas públicas como decisões do governo e outros atores sociais que alocam valores para a sociedade. Explora teorias sobre o processo de tomada de decisões políticas e a importância da implementação e avaliação de políticas. Introduz o conceito de desenvolvimento sustentável baseado em três pilares: econômico, ambiental e social.
Democratizar a gestão das políticas sociais – um desafio a ser enfrentado pel...Isabel Amaral
1) O documento discute os desafios de democratizar a gestão das políticas sociais no Brasil, envolvendo mais a participação da sociedade civil.
2) Nas últimas décadas, houve um debate crescente sobre este tema no contexto da luta pela democratização do Estado e da sociedade.
3) O documento analisa as possibilidades de construção de uma esfera pública nas políticas sociais, que envolva a participação ativa da sociedade civil na definição e implementação dessas políticas.
Este documento discute o potencial dos Conselhos Gestores de Políticas Públicas no Brasil como espaços para a coprodução de serviços públicos entre o Estado e a sociedade civil. A coprodução envolve a produção conjunta de bens e serviços de interesse público pelo Estado, sociedade e setor privado. Os Conselhos podem promover a participação cidadã e o controle social sobre as políticas públicas, apesar de desafios como a legitimidade e representatividade dos conselheiros.
A formação de comunidades epistêmicas e a construção do Observatório da Gover...fcmatosbh
Como citar este trabalho:
MATOS, Fernanda. A formação de comunidades epistêmicas e a construção do Observatório da Governança das Águas no Brasil. Revista Espacios. Vol. 37 (Nº 34) Año 2016. Pág. 11. Disponível em: http://www.revistaespacios.com/a16v37n34/16373411.html
Atps de desenvolvimento Local e Territorialização 8º semestre Adryanna Silva
O documento discute o desenvolvimento local e territorialização. Aborda conceitos como desenvolvimento local, sistemas de assistência social e desigualdade social no Brasil. Explora temas como o Índice de Gini e a pobreza extrema no país.
A Importância do Desenvolvimento Local para a a Sustentabilidade do Territóri...PROUTugal
A ANIMAR é uma rede de mais de 80 organizações e 100 pessoas que promove o desenvolvimento local em Portugal desde 1993. A rede pretende estimular o desenvolvimento local através de processos de empoderamento comunitário, troca de experiências, qualificação de organizações locais e defesa de políticas públicas. A ANIMAR representa associações, cooperativas e outras organizações sem fins lucrativos e trabalha em projetos, publicações e eventos para promover o desenvolvimento a nível nacional.
Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais, maria da glo...Fabiana Adaice
Este documento analisa as formas de participação da sociedade civil em esferas públicas no Brasil, destacando o papel dos conselhos. Aborda também as Organizações Sociais (OSs) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) no contexto da reforma do Estado. Uma conclusão é que a participação da sociedade civil via conselhos e outras formas busca garantir que o Estado cumpra seu papel de fornecer educação, saúde e serviços sociais de qualidade para todos, e não substit
O documento discute a trajetória dos movimentos sociais no Brasil e sua relação com o Estado ao longo da história. Explica como o Estado excluiu a participação popular e cooptou demandas através de medidas como a cidadania corporativa. Também analisa como os movimentos sociais passaram a buscar mais diálogo com o Estado na década de 1980 em busca de reconhecimento de direitos.
4 -o_projeto_etico-politico_do_servico_socialJoyce Dias
1) O documento discute o projeto ético-político do Serviço Social brasileiro, analisando como ele está ligado aos projetos societários e como expressa os interesses de classes na sociedade.
2) É explicado que todos os projetos profissionais têm dimensão política e estão relacionados a projetos societários mais amplos, seja de transformação ou conservação da ordem social.
3) O projeto ético-político do Serviço Social está vinculado a um projeto de transformação da sociedade brasileira, guiando as ações prof
O documento resume os principais termos do debate sobre movimentos sociais e serviço social apresentados em artigos publicados entre 1979-2013. Os artigos discutem: 1) a emergência dos movimentos sociais, sua relação com o Estado e a questão da assessoria; 2) as transformações no mundo do trabalho e seus impactos nos sindicatos; 3) a organização política do serviço social e sua relação com os movimentos sociais e sindicatos.
Este artigo analisa:
1) As transformações no capitalismo contemporâneo e suas consequências para o mundo do trabalho e as políticas sociais.
2) A dimensão política do trabalho do assistente social na construção da hegemonia dos interesses das classes subalternas.
3) A importância de entender a prática profissional do assistente social como polarizada pelos interesses de classes em disputa e na construção de alternativas às políticas neoliberais.
O documento discute o conceito de política pública de informação e suas aplicações na sociedade do conhecimento. Aborda definições de política, política pública e política de informação, além de apresentar as principais políticas públicas de informação implementadas no Brasil, como o Plano Nacional do Livro e Leitura, e a importância da participação social nessas políticas.
Este documento discute a importância da participação social e da democracia participativa. Aborda conceitos como governo, sociedade civil, controle social e conselhos. Destaca que a Constituição Brasileira prevê a participação da comunidade em políticas de saúde, assistência social e educação. Também apresenta leis que garantem o direito à participação social de diferentes grupos.
O documento resume um livro sobre capital social. Discutem-se definições de capital social como confiança, normas e cooperação entre pessoas. Explica-se como regiões na Itália tiveram resultados diferentes após reformas devido aos níveis de capital social, com o norte tendo mais confiança e participação.
O documento discute a importância da participação social e da democracia participativa no Brasil. Ele explica que a Constituição Federal e várias leis brasileiras, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Orgânica da Saúde, preveem a participação da sociedade civil nos processos decisórios do governo e na formulação e implementação de políticas públicas. Além disso, o documento lista diversos mecanismos de participação, como conselhos e conferências, que permitem a incidência política da sociedade.
O documento discute o conceito de participação social, definindo-a como fazer parte e tomar parte nos processos de tomada de decisão de forma colaborativa. Apresenta diferentes perspectivas sobre participação de organizações internacionais e valores como ação coletiva e conduta colaborativa. Discutem-se também desafios como qualificar a participação da sociedade civil e ampliar a esfera pública.
Sociedade civil, participação e cidadania.de que estamos falandoAlvaro Gomes
1) O documento discute como o projeto neoliberal e o projeto democrático-participativo no Brasil resultaram em uma "confluência perversa", apesar de apontarem em direções opostas, pois ambos requerem uma sociedade civil ativa.
2) Isso criou um dilema para os atores da sociedade civil sobre qual projeto estão realmente fortalecendo ao participar dos espaços públicos.
3) O texto argumenta que é necessário analisar os diferentes projetos políticos em disputa e como eles deslocam os significados de noções
O documento discute a participação cidadã nos conselhos municipais e o controle social no Brasil. Ele define participação e controle social e lista alguns conselhos existentes em municípios brasileiros. Também descreve as funções dos conselhos municipais de promover a participação popular na gestão pública e as vantagens disso para a população. Por fim, discute os benefícios da participação nos conselhos em termos de convivência, manifestação de conflitos e ampliação do controle social.
1. O documento discute a gestão participativa e o desenvolvimento local a partir da experiência de Nossa Senhora da Glória-SE, analisando os desafios de implementar políticas participativas em municípios menores.
2. A Constituição de 1988 deu maior autonomia aos municípios brasileiros no planejamento urbano e na gestão do espaço urbano, porém muitos municípios menores enfrentam dificuldades em aplicar esses instrumentos de forma efetiva.
3. O estudo do Plano Diretor
1. O documento discute a construção do projeto ético-político do Serviço Social brasileiro.
2. Apresenta os conceitos de projetos societários e projetos profissionais. Projetos societários são propostas para a sociedade como um todo enquanto projetos profissionais definem objetivos e funções de uma profissão.
3. Explica que projetos profissionais e societários são dinâmicos e respondem a transformações históricas. Projetos profissionais também têm dimensões políticas em suas relações com a socied
O documento discute o conceito de políticas públicas, sua origem e principais modelos. Apresenta Laswell como um autor fundamental que define políticas públicas como decisões sobre "quem ganha o quê, por quê e que diferença faz". Também discute os modelos de Lowi sobre os tipos de políticas, o ciclo de políticas públicas e a abordagem dos subsistemas de coalizão de Sabatier.
O documento discute os Conselhos Gestores de Políticas Públicas no Brasil como potenciais espaços para a coprodução dos serviços públicos. Ele argumenta que, apesar de limitações, esses conselhos podem promover a interação entre sociedade e Estado e permitir a participação ativa dos cidadãos na formulação e gestão de políticas públicas.
1) O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre protestos juvenis em Recife entre 2009-2012, analisando as formas de participação, mobilização e formação cidadã.
2) Os protestos estudantis de 2012 tiveram como pauta principal o transporte público, utilizando passeatas pacíficas e bloqueios temporários para chamar a atenção.
3) O autor defende que os protestos atendem ao princípio do interesse público e não podem ser rotulados de "baderna", analisando a legitimidade dos atos
1) O documento apresenta uma pesquisa sobre os protestos públicos de movimentos juvenis em Recife entre 2009-2012, analisando as formas de participação, mobilização e formação cidadã.
2) Os protestos estudantis de 2012 tiveram como pauta principal a redução do preço das passagens de ônibus e a melhoria do transporte público, utilizando estratégias como passeatas pacíficas e bloqueios temporários de vias.
3) O documento discute a legitimidade dos protestos juvenis, afirmando que eles promove
Atps de desenvolvimento Local e Territorialização 8º semestre Adryanna Silva
O documento discute o desenvolvimento local e territorialização. Aborda conceitos como desenvolvimento local, sistemas de assistência social e desigualdade social no Brasil. Explora temas como o Índice de Gini e a pobreza extrema no país.
A Importância do Desenvolvimento Local para a a Sustentabilidade do Territóri...PROUTugal
A ANIMAR é uma rede de mais de 80 organizações e 100 pessoas que promove o desenvolvimento local em Portugal desde 1993. A rede pretende estimular o desenvolvimento local através de processos de empoderamento comunitário, troca de experiências, qualificação de organizações locais e defesa de políticas públicas. A ANIMAR representa associações, cooperativas e outras organizações sem fins lucrativos e trabalha em projetos, publicações e eventos para promover o desenvolvimento a nível nacional.
Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais, maria da glo...Fabiana Adaice
Este documento analisa as formas de participação da sociedade civil em esferas públicas no Brasil, destacando o papel dos conselhos. Aborda também as Organizações Sociais (OSs) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) no contexto da reforma do Estado. Uma conclusão é que a participação da sociedade civil via conselhos e outras formas busca garantir que o Estado cumpra seu papel de fornecer educação, saúde e serviços sociais de qualidade para todos, e não substit
O documento discute a trajetória dos movimentos sociais no Brasil e sua relação com o Estado ao longo da história. Explica como o Estado excluiu a participação popular e cooptou demandas através de medidas como a cidadania corporativa. Também analisa como os movimentos sociais passaram a buscar mais diálogo com o Estado na década de 1980 em busca de reconhecimento de direitos.
4 -o_projeto_etico-politico_do_servico_socialJoyce Dias
1) O documento discute o projeto ético-político do Serviço Social brasileiro, analisando como ele está ligado aos projetos societários e como expressa os interesses de classes na sociedade.
2) É explicado que todos os projetos profissionais têm dimensão política e estão relacionados a projetos societários mais amplos, seja de transformação ou conservação da ordem social.
3) O projeto ético-político do Serviço Social está vinculado a um projeto de transformação da sociedade brasileira, guiando as ações prof
O documento resume os principais termos do debate sobre movimentos sociais e serviço social apresentados em artigos publicados entre 1979-2013. Os artigos discutem: 1) a emergência dos movimentos sociais, sua relação com o Estado e a questão da assessoria; 2) as transformações no mundo do trabalho e seus impactos nos sindicatos; 3) a organização política do serviço social e sua relação com os movimentos sociais e sindicatos.
Este artigo analisa:
1) As transformações no capitalismo contemporâneo e suas consequências para o mundo do trabalho e as políticas sociais.
2) A dimensão política do trabalho do assistente social na construção da hegemonia dos interesses das classes subalternas.
3) A importância de entender a prática profissional do assistente social como polarizada pelos interesses de classes em disputa e na construção de alternativas às políticas neoliberais.
O documento discute o conceito de política pública de informação e suas aplicações na sociedade do conhecimento. Aborda definições de política, política pública e política de informação, além de apresentar as principais políticas públicas de informação implementadas no Brasil, como o Plano Nacional do Livro e Leitura, e a importância da participação social nessas políticas.
Este documento discute a importância da participação social e da democracia participativa. Aborda conceitos como governo, sociedade civil, controle social e conselhos. Destaca que a Constituição Brasileira prevê a participação da comunidade em políticas de saúde, assistência social e educação. Também apresenta leis que garantem o direito à participação social de diferentes grupos.
O documento resume um livro sobre capital social. Discutem-se definições de capital social como confiança, normas e cooperação entre pessoas. Explica-se como regiões na Itália tiveram resultados diferentes após reformas devido aos níveis de capital social, com o norte tendo mais confiança e participação.
O documento discute a importância da participação social e da democracia participativa no Brasil. Ele explica que a Constituição Federal e várias leis brasileiras, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Orgânica da Saúde, preveem a participação da sociedade civil nos processos decisórios do governo e na formulação e implementação de políticas públicas. Além disso, o documento lista diversos mecanismos de participação, como conselhos e conferências, que permitem a incidência política da sociedade.
O documento discute o conceito de participação social, definindo-a como fazer parte e tomar parte nos processos de tomada de decisão de forma colaborativa. Apresenta diferentes perspectivas sobre participação de organizações internacionais e valores como ação coletiva e conduta colaborativa. Discutem-se também desafios como qualificar a participação da sociedade civil e ampliar a esfera pública.
Sociedade civil, participação e cidadania.de que estamos falandoAlvaro Gomes
1) O documento discute como o projeto neoliberal e o projeto democrático-participativo no Brasil resultaram em uma "confluência perversa", apesar de apontarem em direções opostas, pois ambos requerem uma sociedade civil ativa.
2) Isso criou um dilema para os atores da sociedade civil sobre qual projeto estão realmente fortalecendo ao participar dos espaços públicos.
3) O texto argumenta que é necessário analisar os diferentes projetos políticos em disputa e como eles deslocam os significados de noções
O documento discute a participação cidadã nos conselhos municipais e o controle social no Brasil. Ele define participação e controle social e lista alguns conselhos existentes em municípios brasileiros. Também descreve as funções dos conselhos municipais de promover a participação popular na gestão pública e as vantagens disso para a população. Por fim, discute os benefícios da participação nos conselhos em termos de convivência, manifestação de conflitos e ampliação do controle social.
1. O documento discute a gestão participativa e o desenvolvimento local a partir da experiência de Nossa Senhora da Glória-SE, analisando os desafios de implementar políticas participativas em municípios menores.
2. A Constituição de 1988 deu maior autonomia aos municípios brasileiros no planejamento urbano e na gestão do espaço urbano, porém muitos municípios menores enfrentam dificuldades em aplicar esses instrumentos de forma efetiva.
3. O estudo do Plano Diretor
1. O documento discute a construção do projeto ético-político do Serviço Social brasileiro.
2. Apresenta os conceitos de projetos societários e projetos profissionais. Projetos societários são propostas para a sociedade como um todo enquanto projetos profissionais definem objetivos e funções de uma profissão.
3. Explica que projetos profissionais e societários são dinâmicos e respondem a transformações históricas. Projetos profissionais também têm dimensões políticas em suas relações com a socied
O documento discute o conceito de políticas públicas, sua origem e principais modelos. Apresenta Laswell como um autor fundamental que define políticas públicas como decisões sobre "quem ganha o quê, por quê e que diferença faz". Também discute os modelos de Lowi sobre os tipos de políticas, o ciclo de políticas públicas e a abordagem dos subsistemas de coalizão de Sabatier.
O documento discute os Conselhos Gestores de Políticas Públicas no Brasil como potenciais espaços para a coprodução dos serviços públicos. Ele argumenta que, apesar de limitações, esses conselhos podem promover a interação entre sociedade e Estado e permitir a participação ativa dos cidadãos na formulação e gestão de políticas públicas.
1) O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre protestos juvenis em Recife entre 2009-2012, analisando as formas de participação, mobilização e formação cidadã.
2) Os protestos estudantis de 2012 tiveram como pauta principal o transporte público, utilizando passeatas pacíficas e bloqueios temporários para chamar a atenção.
3) O autor defende que os protestos atendem ao princípio do interesse público e não podem ser rotulados de "baderna", analisando a legitimidade dos atos
1) O documento apresenta uma pesquisa sobre os protestos públicos de movimentos juvenis em Recife entre 2009-2012, analisando as formas de participação, mobilização e formação cidadã.
2) Os protestos estudantis de 2012 tiveram como pauta principal a redução do preço das passagens de ônibus e a melhoria do transporte público, utilizando estratégias como passeatas pacíficas e bloqueios temporários de vias.
3) O documento discute a legitimidade dos protestos juvenis, afirmando que eles promove
1) O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre protestos juvenis em Recife entre 2009-2012, analisando as formas de participação, mobilização e formação cidadã.
2) Os protestos estudantis de 2012 tiveram como pauta principal o transporte público, utilizando passeatas pacíficas e bloqueios temporários para chamar a atenção.
3) O autor defende que os protestos atendem ao princípio do interesse público e não podem ser rotulados de "baderna", analisando a legitimidade dos atos
O documento discute os coletivos culturais e como eles têm se relacionado com as cidades onde estão inseridos. Apresenta o Coletivo Semifusa de Ribeirão das Neves, destacando como ele usa ferramentas de comunicação para produzir cultura, promover debates públicos e integrar a comunidade local.
O documento discute a educação não-formal analisando as práticas do Projeto Social Casa Rebeca. Apresenta o contexto e objetivos da pesquisa, além de conceitos sobre educação não-formal e movimentos sociais. Destaca o papel desses movimentos na luta por direitos e na promoção de transformações sociais através de organizações populares e espaços de educação não-formal.
1) O documento discute as transformações urbanas e sociais resultantes da implementação dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) em áreas periféricas de São Paulo.
2) Os CEUs foram desenvolvidos durante a administração municipal de 2001-2004 e fornecem educação, cultura e esportes para qualificar estas áreas e melhorar as relações humanas.
3) Dois CEUs em áreas periféricas são estudados como casos para demonstrar o impacto social positivo deste programa governamental.
Gohn, maria da. glória. movimentos sociais e educação Queite Lima
1) O documento discute a relação entre movimentos sociais e educação no Brasil, destacando como os movimentos sociais geram aprendizagens e saberes tanto para seus membros quanto para a sociedade mais ampla.
2) É analisada a evolução histórica desse campo de estudos no Brasil, notando-se que embora tenha havido muitos movimentos sociais desde os anos 1970, o debate teórico acompanhou lentamente, com publicações aumentando nas últimas décadas.
3) Brevemente são descritas algumas características
Gohn, maria da. glória. movimentos sociais e educação Queite Lima
1) O documento discute a relação entre movimentos sociais e educação no Brasil, destacando como os movimentos sociais surgiram como fontes de aprendizagem e produção de novos saberes.
2) É analisada a evolução do estudo dos movimentos sociais no meio acadêmico brasileiro desde os anos 1970, quando o tema passou a ser debatido em eventos e publicações.
3) Brevemente são descritas algumas características dos movimentos sociais na América Latina no início do século XXI, como o
Este documento discute o potencial dos movimentos cívicos urbanos para promover a mudança social. Apresenta que esses movimentos podem ter um papel transformador através da conscientização pública, democracia e cidadania. No entanto, sua capacidade depende do contexto e de sua habilidade em construir alianças estratégicas considerando os diferentes tempos e espaços de ação. Defende que esses movimentos precisam estabelecer conexões para contribuir de forma efetiva para uma agenda de inovação social.
O documento discute o papel das organizações da sociedade civil (ONGs) nas últimas décadas, tanto no Brasil quanto no cenário global. No Brasil, as ONGs emergiram na década de 1960 apoiando grupos de base e defesa dos direitos humanos durante a ditadura, e depois contribuíram para a redemocratização do país. Globalmente, as ONGs ganharam importância após a Rio-92 e hoje exercem influência nas negociações internacionais sobre meio ambiente e desenvolvimento. No entanto, também enfrentam ata
1) O documento analisa a participação da comunidade no gerenciamento da educação pública por meio da experiência de gestão colegiada em escolas públicas.
2) A descentralização e participação social são vistos como formas de aprendizado político e exercício da cidadania, permitindo que pais e alunos participem de colegiados escolares.
3) A gestão colegiada oferece oportunidade para exercício da participação e democratização, iniciando um novo momento para a escola pública através do aprendizado de eleger represent
Movimentos sociais na américa latina na atualidadeGracy Garcia
1) O documento discute os movimentos sociais na América Latina no contexto da globalização e seu papel na construção de processos emancipatórios;
2) As políticas neoliberais priorizaram pagamento da dívida em detrimento de serviços públicos, levando a desigualdade social;
3) Movimentos sociais como o MST e de indígenas, mulheres e sem-terra desafiam a exclusão e lutam por direitos.
Este documento discute a regulação sociocomunitária da educação ao longo da vida em Portugal. Argumenta que a educação deve beneficiar todos os cidadãos e comunidades, colocando o desenvolvimento humano no centro do desenvolvimento social. Questiona como diferentes atores sociais podem se organizar para otimizar este objetivo, desde o Estado até instituições locais. Defende uma abordagem participativa e descentralizada em oposição a modelos centralizados e normativos.
Consorcio realiza - Inovações e consorcios intermunicipaisJessica R.
1) O artigo analisa o Consórcio Ambiental Quiriri, formado por 4 municípios de Santa Catarina para gestão ambiental conjunta.
2) O consórcio foi premiado em 1999 por seu caráter inovador de promover desenvolvimento local e cidadania de forma horizontal e democrática.
3) A pesquisa encontrou que o consórcio permitiu protagonismo local e formulação de políticas públicas participativas.
O documento discute um projeto de pesquisa sobre a relação entre juventude e direito à cidade na cidade de Cláudio, MG. O projeto analisa um fórum da juventude municipal que revelou as perspectivas dos jovens sobre educação, cidade e participação. Os resultados iniciais sugerem que os jovens foram socializados a valorizar a obediência sobre a participação, mas demonstraram interesse em contribuir para a melhoria da cidade.
Este documento discute os conselhos gestores como uma forma de democratizar o processo decisório no Brasil. Apresenta os conselhos como instituições híbridas que representam tanto o Estado quanto a sociedade civil. O objetivo é analisar comparativamente os conselhos do Fundef e Fundeb em Minas Gerais para identificar o impacto da participação nos processos de tomada de decisão e implementação de políticas públicas.
Aula 3-Definindo intervenção (CEEPIS -Curso elaboração de projeto e intervenç...Cleide Magáli dos Santos
O documento discute intervenção social e elaboração de projetos. Apresenta três dimensões da intervenção social: assistencial, socioeducativa e sócio-política. Também discute a importância do diagnóstico no planejamento de projetos, incluindo a análise do contexto social, político e institucional, assim como das necessidades, potencialidades e atores envolvidos.
A participação cidadã é entendida como o envolvimento ativo dos cidadãos na vida política e social da comunidade. No entanto, fatores históricos como a exploração colonial e a escravidão, aliados ao individualismo e consumismo modernos, contribuíram para a alienação política e desconfiança do povo brasileiro em relação ao exercício da cidadania. É necessário superar esses desafios para que a participação cidadã se torne uma prática efetiva.
Este documento apresenta um projeto de intervenção comunitária desenvolvido por estudantes de Serviço Social. O projeto visa melhorar a vinculação nas famílias com pais com histórico de toxicodependência através de atividades de sensibilização, formação parental e de competências sociais, e o desenvolvimento de redes de apoio. O projeto será implementado em três concelhos e centros de tratamento de toxicodependência através de campanhas, workshops e grupos de trabalho voluntário.
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Carlos Elson Cunha
LUDWIG WITTGENSTEIN
13I BLIBLOTECA UNIVERSITÁRIA Série 1.. — Filosofia
Volume 10
Direção: Dr. CRUZ COSTA (da Universidade de Sdo Paulo)
Tractatus Logico-Philosophieus
Tradução e apresentação de JosÉ ARTHUR GIANNOTTI
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...Carlos Elson Cunha
This document provides an introduction to the dissertation by discussing the early history of cinema and its implications for social psychology. Specifically, it notes how the first films depicted common everyday events but projected on a screen took on a peculiar quality by allowing the viewer to see themselves in motion from a detached perspective. This introduced the possibility of experiencing oneself from the "outside" through a visual rather than physical medium, forcing the viewer to see themselves from two perspectives simultaneously. The document suggests this paralleled developments in literature that sought to depict reality from shifting perspectives. It then provides a brief illustrative anecdote of this phenomenon occurring in a coffee shop setting.
Este documento apresenta uma proposta de projeto para o Escadão da Avanhandava e o Recanto Palhaço Sputinik no bairro do Bixiga, em São Paulo. O projeto visa fornecer acesso vertical complementar à escadaria, preservar a vegetação existente e oferecer um mirante no topo para contemplação da paisagem urbana. A investigação realizada pelo aluno inclui levantamento fotográfico da área e pesquisa sobre as características do bairro.
Este documento não continha nenhum conteúdo. Apenas continha a URL do site "alunoeterno.blogspot.com" repetida várias vezes sem nenhum texto ou informações adicionais.
O documento fornece 8 modos de manter a mente equilibrada ao falar em público, incluindo ter em mente o motivo, sua disposição, uma boa postura, não criar tipo e ser natural, aprender com bons exemplos, o apelo, a plateia e se enxergar de modo razoável.
O documento fornece 8 sugestões para uma boa introdução em apresentações públicas: 1) Não se apresente, deixe para o presidente da seção; 2) Ensaie sua primeira frase para se sentir confortável, mas sem decorar; 3) Piadas iniciais podem ajudar, mas não são obrigatórias se forem apropriadas; 4) Não se desculpe por erros, foque no conteúdo.
O temor de falar em público é universal. Mesmo os mais experientes oradores sofrem alguma ansiedade ao terem de lidar com plateias. Naturalmente há os que sofram mais, e para tais se destina esse trabalho.
O documento discute os tópicos de mecânica dos solos ao longo de um semestre. Ele inclui a programação de aulas sobre origem e formação dos solos, sondagens, estudo de tensões, permeabilidade e adensamento, entre outros.
O documento fornece instruções sobre as regras básicas do xadrez, incluindo:
1) O objetivo do jogo é dar xeque-mate no rei adversário;
2) Como posicionar as peças no tabuleiro e seus movimentos individuais;
3) Regras especiais como roque e en passant.
Aplicando o Businees Model Canvas a um projeto de empresa junior no Mackenzie. Após um ano, ainda aguardando resposta do departamento de inovação, o CINE. A vida é assim, tudo bem.
O documento apresenta os segredos do caçador que matou Branca de Neve por ordem da rainha má. Agora desempregado, o caçador revela que os personagens não morrem de verdade e existem três classes: protagonistas, coadjuvantes e coletivos. Protagonistas têm mais fama e trabalho, enquanto coadjuvantes e coletivos vivem de forma mais simples e anônima.
Nas aulas de Sistemas Estruturais não é raro haver desafios de se construir algo, exercitando o pensamento e a lógica das estruturas dos materiais. Algumas vezes se exige do aluno fazer uma ponte, ou um guindaste. O guindaste muitas vezes deve ser feito de palitos de picolé, e foi esse o desafio aqui nesta tarefa. Veja como lidamos com os principais problemas!
O documento descreve as atribuições e campos de atuação do arquiteto urbanista segundo uma resolução do CAU Br de 2012. Ele lista as principais atividades de projeto e execução do arquiteto urbanista, incluindo arquitetura, urbanismo, paisagismo e patrimônio histórico.
Este documento apresenta as fotos e anotações de um levantamento realizado nas ruas Melo Barreto e Prof. Batista de Andrade no bairro do Brás, São Paulo. O objetivo era entender se existia realmente uma "Vila Operária" nestas ruas, como havia sido suposto anteriormente. Através de conversas com moradores, não foi encontrada memória ou evidência concreta da existência desta vila operária. A pesquisa revelou a dimensão social e cultural destas ruas, com pessoas felizes morando há décadas no local.
O documento descreve o lançamento de livros no III ENANPARQ em 20 de outubro, incluindo REDOBRA 13, Fafe – História, Memória e Patrimônio, A Pedra e o Tempo. Arquitetura como patrimônio cultural, e outros livros sobre preservação do patrimônio cultural e arquitetônico.
O documento discute como a domótica e aplicativos podem interferir no projeto de bibliotecas, permitindo que os usuários encontrem livros de forma mais fácil e flexível através de seus smartphones. Sistemas como RFID, QR Codes e GPS podem ser usados para localizar livros dentro do prédio e em áreas maiores como shoppings. Isso pode levar a configurações de bibliotecas mais abertas e flexíveis.
O documento descreve os programas habitacionais implementados pelo governo do Estado de São Paulo entre 1984 e 1993 para fornecer habitação às camadas mais pobres, incluindo o Programa Municipal de Habitação, Empreitada Global, Programa Mutirão e outros. Os programas envolveram a construção de mais de 5,6 mil unidades habitacionais em 94 municípios por meio de empreitadas globais, mutirões e parcerias público-privadas.
1. Universidade Presbiteriana Mackenzie
NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS, AUTONOMIA E CAPACITAÇÃO NAS
POLÍTICAS URBANAS PARTICIPATIVAS: O CASO EXEMPLAR DO
MOVIMENTO OÁSIS
Renata Minerbo Strengerowski (IC) e Volia Regina Costa Kato (Orientadora)
Apoio: PIBIC Mackenzie
Resumo
A pesquisa busca ampliar a reflexão sobre as ações voluntárias, assim como a política de
participação pública sobre comunidades carentes voltadas para a melhoria das condições urbanas e
fortalecimento das identidades coletivas. Junto a isso, analisar a importância dessa participação
pública, do papel dos Novos Movimentos Sociais e da rede (network), uma nova maneira de
organizar e funcionar, de caráter igualitário e democrático, que tem se mostrado muito eficiente
apesar dos desafios para se inserir na sociedade atual.
Os objetivos específicos estão voltados para a análise dos Novos Movimentos Sociais, tendo o
Instituto Elos e Oasis como exemplo de metodologia a ser aplicada em comunidades de maneira
participativa. Realizar um balanço especulativo sobre os objetivos e resultados concretos de ações
voluntárias e cooperativas dos movimentos sociais em torno da melhoria das condições urbanas de
assentamentos precários, tomando-se o caso estudado como uma experiência exemplar.
Palavras-chave: movimentos sociais, políticas urbanas participativas, empoderamento social
Abstract
The research wants to expand the reflection about the voluntary actions, as well as the policy on
public participation on poor communities, looking for better urban conditions and strengthen collective
identities. In addition, it wants to analyze the importance of public participation and the New Social
Movements and its network, as a new way of organizing and working in a democratic way, that seems
to be very efficient, even though it has difficulties penetrating in the actual society.
The specific goal of this research is to analyze the New Social Movements, using the Instituto Elos
and the Elos Oasis Methodology as an example of a methodology to be applied on communities in a
participatory way. It aims to create a speculative balance between the goals and concrete results of
the voluntary and cooperative actions of the social movements, around the improvement of urban
conditions on settlements, using it as a successful case study.
Key-words: social movements, participatory urban policies, social empowering
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2. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
1. INTRODUÇÃO
Os propósitos iniciais da pesquisa se configuraram em torno de um duplo interesse:
primeiramente, ampliar, como participante do Movimento Oasis associado à ONG Instituto
Elos e aluna do Curso de Arquitetura e Urbanismo, o entendimento pessoal sobre esta
forma específica de se envolver e buscar soluções para os problemas das comunidades
carentes e, junto a isso, investigar os resultados de algumas ações na cidade de Santos, em
especial a Vila Alemoa, onde ocorreu em 2009 uma ação que resultou em um espaço
coletivo de lazer que atendia aos desejos manifestados pelos moradores. No decorrer da
pesquisa, este escopo inicial se ampliou. O olhar investigativo sobre o caso da Vila Alemoa,
interpelou-me sobre os conteúdos e significados mais amplos dos chamados Novos
Movimentos Sociais e suas práticas, nos quais se insere o Movimento Oasis. Ao contrário
dos movimentos sociais urbanos anteriores que se caracterizavam por ações de pressão,
reivindicações e protestos, as novas formas de organização social possuem composição
mais fluida dos agentes, facilitadas redes tecnológicas de contato, apelam para ações
concretas, buscam fortalecer os elos de identidade urbana e social e fomentam capacitação
dos indivíduos nos processos de participação inerentes às políticas públicas urbanas.
Mostrar como estes aspectos se articulam na aplicação da Metodologia Elos Oasis,
configura assim os objetivos e resultados desta pesquisa, destacando casos exemplares de
sua atuação.
Com efeito, as novas conjunturas brasileiras, desde os processos sociais de
redemocratização que culminaram na Constituição de 1988 e posteriormente no Estatuto da
Cidade (2001), consolidam a participação social como elemento inerente das políticas
públicas urbanas. Entretanto, avaliações críticas sobre as formas de inserções dos agentes
sociais na formulação e execução destas políticas têm evidenciado processos ainda
incipientes de envolvimento participativo cujo fortalecimento dependeria de experiências
continuadas nesta direção e, portanto, de uma dinâmica histórica de aprendizagem política.
Tudo indica que os Novos Movimentos Sociais têm caminhado nesta direção, como pode
ser visualizado nos resultados desta pesquisa. À partir de alguns referenciais teóricos,
busca-se descrever e analisar atuações exemplares na Vila Alemoa, Paquetá e outras, que
podem ser entendidas como o movimento em ação.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O embasamento teórico da pesquisa se dá em duas dimensões fundamentais: a contextual,
onde se destacam as formas de inserção da participação popular no Brasil, e a conceitual,
destacando interpretações sobre os movimentos sociais e as características das ONGs.
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3. Universidade Presbiteriana Mackenzie
O século XX foi marcado pelo crescimento intenso e desordenado das áreas urbanas que se
apresentavam como reflexos de acentuadas e cumulativas desigualdades sociais. Deficits
de infraestruturas e de atendimento de demandas habitacionais, além de carências de
saneamento básico, apelam para os questionamentos de qualidade de vida e
sustentabilidade urbana global. A urbanização mundial passa a assumir contornos cada vez
mais preocupantes, não apenas pela proeminência de crescimento populacional nas
cidades (desde 2007 a população urbana já supera a população rural no mundo). Uma vez
que os processos tanto econômico como político-sociais são cada vez mais interconectados
na escala mundial, o avanço da pobreza é preocupante, sendo evidente a necessidade de
adoção de outros mecanismos de gestão urbana capazes solucionar os problemas da
cidade. Levando em conta tais fatores, desde a Conferência Urbana Mundial de 1998, A
Conferência de Istambul, a ONU vem formatando diretrizes aos Estados Nacionais no
sentido de incorporar a cooperação entre iniciativas públicas, privadas e sociais. O Plano
defende novos modelos de governança que envolvam parcerias entre atores que constroem
e operam as cidades, aproveitando os recursos e infraestruturas existentes, investindo nos
recursos humanos disponíveis como condição fundamental para o desenvolvimento de
qualquer comunidade.
“A Conferência [UN- Habitat] de Istambul marca uma nova era de
cooperação, uma era de cultura à solidariedade. Enquanto caminhamos
para o século XXI, oferecemos uma visão positiva de assentamentos
humanos sustentáveis, um sentido de esperança para um futuro comum e
um conselho de participar de um desafio verdadeiramente vantajoso e
atraente, de construirmos junto um mundo onde cada um pode viver em
uma casa segura com a promessa de uma vida decente de dignidade, boa
saúde, segurança, felicidade e esperança.” (Istambul Declaration - The
Habitat Agenda, 2006)
Especialmente com a Declaração do Milênio (2000) e a instituição do UN-HABITAT como
responsável por metas de atendimento da demanda habitacional no mundo, a ONU
estabelece os Fóruns Urbanos Mundiais como o principal canal de participação sócio-
política entre os Estados nacionais, mobilizando ações práticas e inovações urbanas de
minimização da pobreza mundial. (ANTONUCCI, 2010) No avanço desta perspectiva, o
Fórum Urbano Mundial de 2006, ocorrido na cidade de Vancouver declara, como um dos
seis temas fundamentais a serem debatidos internacionalmente, a necessidade de se
fomentar novas metodologias de capacitação dos movimentos sociais visando inovações
nas políticas públicas urbanas e uma efetiva inserção social das comunidades carentes.
Construir uma nova cultura cívica, significa conceber um processo em construção e que
depende entre outros aspectos, de capacitação da população e de possibilidades de acesso
a informações. (Idem, 2010: 99)
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4. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
No Brasil, se a participação popular sempre exerceu pressões no sentido do avanço de
conquistas sociais através de protestos e mobilizações em torno das necessidades de
habitação e de infra-estruturas urbanas é, sobretudo nos anos de 1980, que as
reivindicações que acompanham as lutas pela redemocratização do país, se associam a
propostas específicas de inclusão social nas políticas públicas urbanas. Tal como situa
Gohn (2003:50):
“A participação popular foi definida, naquele período, como esforços
organizados para aumentar o controle sobre os recursos e as instituições
que controlavam a vida em sociedade. Esses esforços deveriam partir
fundamentalmente da sociedade civil organizada em movimentos e
associações comunitárias.(...) Tratava-se de mudar as regras do controle
social e de alterar a forma de fazer política no país”.
A mudança de conotação em prol de apelos participativos significa um aumento na
democratização (como defende a Constituição de 1988) e o surgimento de um mediador da
relação Estado- Sociedade e proposições de qualidade, uma vez que os civis estão
presentes no cotidiano do local, possibilitando uma real interpretação das prioridades,
estabelecendo diagnósticos e estratégias específicas para o local. Além disso, essa nova
maneira de governar significa uma mudança na postura e valores dos indivíduos em seu
habitat, que passam a abrir mão de certos interesses individuais pelo bem comum (o que
raramente vemos na política brasileira). Deve haver cooperação e coletividade, com
responsabilidades distribuídas conforme as afinidades das pessoas e de preferência com
uma organização horizontal, ou seja, sem hierarquia- em rede- para que elas cumpram seus
deveres com prazer, e não por obrigação. É nesta conjuntura de mobilização social que
desponta o conceito de empoderamento, isto é, a capacidade de autonomia para a ação e
fortalecimento de caminhos específicos aos ideais das diversas organizações sociais ao
largo de possíveis manipulações e cooptações políticas.
“O empoderamento de grupos e indivíduos via capacitação política e
organizacional, que leva ao resgate – crescimento da auto-estima – e à
construção da identidade, assim como ao acesso a oportunidades de
emprego e geração de renda, itens de grande relevância em uma
conjuntura de desemprego. O empoderamento torna mais fácil, também, o
acesso aos serviços públicos, devido à difusão de informações que gera”.
(Idem, 2003: 58)
De acordo com a análise crítica desta autora em torno dos processos vigentes, essas novas
práticas tendem a se defrontar com obstáculos decorrentes da cultura política nacional, em
que predominam valores como clientelismo, paternalismo, e populismo, além da
implementação de projetos privilegiando interesses particulares, a descrença na eficácia das
leis, o “jeitinho brasileiro” com percepções distorcidas como a naturalização da corrupção e
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5. Universidade Presbiteriana Mackenzie
a valorização das estruturas corporativas, nos aspectos de vícios e privilégios que elas
carregam. Em muitos casos, os processos participativos se resumem em um grande
discurso descolado de práticas condizentes. Em suas avaliações,
“Observa-se que a operacionalização não plena dessas novas instâncias
democratizantes se dá devido à falta de tradição participativa da sociedade
civil em canais de gestão dos negócios públicos; a curta trajetória de vida
desses conselhos e, portanto, a falta de exercício prático; e ao
desconhecimento das possibilidades por parte da maioria da população.”
(GOHN, 2003: 90).
Pode-se dizer que a falta de divulgação da possibilidade de participação pública está ligada
não só à falta de tradição no país, mas também a uma estratégia para conservar os vícios
de privilégios particulares e troca de favores. A participação social, num modelo que vem
sido incorporado pelas ONGs contemporâneas, busca uma relação ideal entre sociedade e
Estado. Tem um grande poder de mobilização, e passa a ser vista como energias
canalizadas para objetivos comuns, buscando cotidianamente os resultados desejados por
todos, ainda que o conteúdo político seja quase esquecido. Questões como a de que
maneira motivar as pessoas a se envolverem com a comunidade e seu bairro estão sempre
em discussão, notando-se que o sentimento de pertencer e de identidade podem motivar tal
participação. Nota-se também que com as novas ONGs, o que une as pessoas mais do que
sua comunidade e localidade é uma causa em comum, a busca pela solidariedade, como
um valor ético que se contrapõe ás tendências predominante, competitivas e individualistas.
Sem dúvida, a identificação com a causa e a conexão com o lugar são essenciais para o
envolvimento do indivíduo, uma vez que as pessoas passam a querer fazer, e não dever. O
fato de ser uma organização mais fluida, por cada vez mais estarem organizados em rede,
deixando de lado a hierarquia, também atrai mais as pessoas. Esta é a estratégia utilizada
pela Metodologia Elos (explicada adiante), exemplo de um Novo Movimento Social que
busca o desenvolvimento comunitário através da participação da população na realização
dos sonhos coletivos e utilizando a organização em rede, que tem se mostrado muito efetiva
para catalisar as ações práticas.
Em termos conceituais, Ilse Scherer (1996) define os Novos Movimentos Socais (NMS)
como organizações a partir da sociedade civil que buscam estabelecer um novo equilíbrio
de forças entre o Estado e a sociedade, assim como dentro dela própria, entre os
dominantes e os dominados. Além disso, buscam a descentralização do poder, criando
novas relações comunitárias através da reapropriação política. “(...) tal fenômeno poderia
ser considerado como estatisticamente pouco significativo. Porém, creio que
qualitativamente é importante considerar estes focos de transformação que emergem a
partir das bases da sociedade”. (IDEM, 1996: 50)
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6. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
Unir o potencial do Estado (poder institucional) com o da população (vitalidade,
numerosidade e força) de maneira equilibrada, pode potencializar a força para a
transformação social numa dialética entre força comunitária e política participativa, como
defendem os Novos Movimentos Sociais (NMS). Entende-se aí como política participativa o
trabalho coletivo e cooperativo de três instâncias na resolução de questões da cidade: os
órgãos públicos, as entidades privadas e as organizações populares. Já a organização
comunitária requer uma responsabilidade coletiva, isto é, autonomia e pró-atividade dentro
do grupo, criando e/ ou fortalecendo uma identidade. Esta, por sua vez, é essencial para
que haja dedicação e engajamento dos indivíduos para com seus coletivos.
A partir dos anos de 1990, Scherer (1996: 51) destaca a importância da compreensão das
redes de movimento (network organizations) estabelecidas entre organizações populares e
outros movimentos culturais e políticos. “Parte-se da hipótese de que é nas articulações
entre organizações e atores políticos e nas subseqüentes criações de redes que vem se
constituindo um movimento social”. Nota-se que tais articulações criam uma identidade entre
os agentes por conta de valores e ideais comuns, mesmo que os Movimentos tenham focos
distintos. Esta identidade fortalece tal rede, conectando atores de movimentos culturais e
políticos, potencializando e unindo os focos de transformações sociais existentes, que
isolados costumam ser pouco efetivos. Conclui-se que a rede de movimentos, sejam eles
culturais ou políticos, consiste na conexão dos pequenos focos de transformação. Como
dito, esta conexão amplia a efetividade das ações vindas da sociedade civil, além de
fortalecer sua atuação no campo político e revolucionário na cultura tradicional da
população. A rede liga grupos de objetivos comuns, além de facilitar a troca de informações,
conhecimentos e contatos úteis aos mais diversos Movimentos, possibilitando o surgimento
de uma cultura de caráter mais coletivo e cooperativo.
Como aponta Scherer (Idem: 60- 63) existem desafios a serem superados por essa nova
maneira organizacional: a falta de homogeneização entre os Movimentos, até mesmo dentro
de uma mesma organização em diferentes locais, não fortalece Movimentos com mesmos
objetivos e valores que poderiam trabalhar juntos; a dificuldade de inserção na sociedade
como movimento cultural, a que questiona os valores tradicionais; o conflito entre o discurso
ideológico e a prática é comum dentro dos próprios Movimentos. Estes, possuem algumas
características comuns independentemente do que defendem ou reivindicam, como a
política participativa e o equilíbrio de forças sociais.
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7. Universidade Presbiteriana Mackenzie
3. O MÉTODO
A pesquisa se caracteriza por uma diversidade de métodos de levantamento de dados e de
análise, perseguindo um caminho interpretativo não linear, envolvendo revisão bibliográfica,
observação de campo, contatos e entrevistas informais e outras orientadas por uma pauta
de conteúdos. Numa primeira etapa, a pesquisa bibliográfica onde se buscava a ampliação
conceitual e análise dos movimentos sociais urbanos, possibilitou uma compreensão mais
consistente e abrangente sobre a atuação do Oasis, redirecionando os focos iniciais da
pesquisa. Ao invés de se ater a uma única ação, a análise passou a focar nas
características do próprio Movimento e no alcance de suas práticas. Sobretudo, permitiu
orientar a interpretação em termos de convergência entre o discurso do movimento e as
suas ações concretas. No que diz respeito à Metodologia Elos Oasis, foram usados sites,
materiais da formação dos jovens e entrevistas informais com Rodrigo Rubido (um dos
fundadores do Instituto Elos) e Thais Polydoro, (Guerreira Sem Arma e integrante da equipe
desde 2000), além do conhecimento pessoal adquirido nesses dois anos de prática.
Foi feita uma entrevista com Ronaldo Pereira, morador da Alemoa que recebeu os
Guerreiros Sem Armas em 2009 e que, foi tão transformado e conquistado pela
metodologia, que acabou de participar dos Guerreiros Sem Armas 2011. A entrevista foi
feita em campo, buscando observar também as características urbanas e mudanças
ocorridas depois da primeira ação do Oasis. Os dados oficiais da área foram adquiridos em
pesquisas no site da Prefeitura de Santos e em Trabalhos Finais de Graduação de
Arquitetura e Urbanismo que englobam a área em questão, referenciados na Bibliografia.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Metodologia Elos Oasis é um exemplo de práticas dos Novos Movimentos que utilizam-se
da participação pública para atingir seus objetivos, além de serem organizados de maneira
inovadora- em rede- e buscando parcerias para viabilizar projetos. É interessante analisar a
iniciativa dos pontos de vista de participante do Movimento e de estudante em busca de
esclarecimento dessa nova maneira de se organizar e atuar na sociedade. Abaixo consta
toda a descrição da Metodologia Elos Oasis, desde sua origem até cada etapa do processo.
4.1. O INSTITUTO ELOS E O MOVIMENTO OASIS
4.1.1. Origem
O Oasis surgiu na mobilização de estudantes de arquitetura da FAU-Santos que discutiam a
metodologia da disciplina de projeto. Integrantes do Diretório Acadêmico, os jovens
organizaram o ENEA Santos (Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura), com o tema
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8. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
da “arquitetura na rua”, propondo ações práticas em comunidade e dando início a um
movimento que daria muitos frutos.
Na época (1996), o Museu da Pesca de Santos estava em péssimas condições de
conservação, prestes a ser desativado caso não surgisse uma proposta eficiente e em
conta. Quatro estudantes se mobilizaram para fazer o projeto e execução por meio de
mutirão, com campanhas de divulgação e arrecadação de recursos que iam desde venda de
adesivos à grandes festas. Organizaram oficinas, conseguiram apoios estratégicos e
contaram com a participação de cerca de 100 pessoas ao longo de todo o processo, que
terminou no ano 2000, dando origem ao Instituto Elos e à Metodologia Elos Oasis que foi
sendo criada nesse processo e veio a ser oficializada em 2003. Hoje ela está patenteada no
modelo mais aberto possível- o Criative Commons- que consiste na livre manipulação,
distribuição, compartilhamento e replicação destes conteúdos.
Durante o processo, que durou quatro anos, o grupo foi se consolidando e percebendo
elementos fundamentais para que ações como essa dessem certo. Segundo Rodrigo
Rubido, um dos quarto estudantes que deram origem à metodologia e um dos fundadores
do Instituto Elos, destaca alguns destes elementos: fortalecer o jovem para agir pela
sociedade, estimular a política participativa e criar um desafio real, com resultados visíveis a
curto ou médio prazo. O desenvolvimento de uma metodologia com um passo-a-passo de
como implementar a política participativa tira do discurso e facilita a prática da mesma.
4.1.2. O Propósito
A ideia é estimular protagonistas da transformação desejada, visando a pró atividade e
ações concretas e resultados a curto ou médio prazo. Há uma extrema necessidade da
participação da sociedade civil na resolução dos problemas das cidades, uma vez que as
esferas governamentais não dão conta da demanda e muitas vezes não sabem a
necessidade real das cidades, municípios ou bairros. Como levantado anteriormente, o
envolvimento de cidadãos na política pode, não só agilizar os processos e responder
diretamente às necessidades locais, como agir em prol de questões relacionadas ao
governo brasileiro, uma vez que a politização da população é essencial para um
desenvolvimento e mudança efetivos.
O Instituto Elos define seu propósito como “Impulsionar um movimento de fazer
acontecer já o mundo que todos sonhamos”. Em entrevista, Rodrigo explica a frase.
“Impulsionar um movimento” pelo fato de que sozinho uma ação é muito pontual,
enquanto um movimento tem a força coletiva e promove mudanças maiores e mais efetivas
que podem ir se expandindo mais rapidamente; “Fazer acontecer já” traz para a realidade; a
materialização é um estímulo para dar continuidade ao movimento. O fato de materializar os
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9. Universidade Presbiteriana Mackenzie
sonhos e projetos é um estímulo para dar continuidade ao uso da metodologia, envolvendo
as pessoas cada vez mais em sua filosofia; “O mundo que todos sonhamos” é lutar pelo
melhor mundo, não apenas por um mundo melhor; buscar a utopia como realidade. É
acreditar no potencial de transformação que cada um tem dentro de si e investir para que se
materialize.
4.1.3. Definição
O Instituto Elos é responsável pela formação de jovens para que possam aplicar o jogo onde
e quando desejarem. Isso se dá de duas maneiras: a primeira, o Guerreiros Sem Armas,
que acontece a cada 2 anos e é o principal programa do Instituto, em que jovens do mundo
todo vão à Santos em uma imersão de 1 mês para serem capacitados nas tecnologias
sociais e no passo a passo da metodologia (o qual participei da edição de 2009). O segundo
formato é o Oasis Training, que é uma espécie de Guerreiros Sem Armas express, com
capacitação adaptada em 10 dias, 1 semana ou 1 fim de semana.
O Oasis é uma tecnologia social prática de desenvolvimento comunitário que convida uma
comunidade a projetar e construir de forma cooperativa um projeto desafiador escolhido
pelos moradores para satisfazer suas necessidades. O Jogo visa despertar e cultivar um
espírito de empreendedorismo social cooperativo nos membros da comunidade, mas
também enfatiza o estímulo à comunidade em si. Sob esse aspecto, dois dos principais
objetivos são restaurar e/ou fortalecer as relações e ligações afetivas que unem uma
comunidade; e cultivar um senso de oportunidade e de responsabilidade de cuidar das
pessoas e do ambiente à sua volta.
As pessoas capacitadas são quem alimentam o Movimento Oasis, que acontece em
rede, através da união de pessoas nos ambientes virtual e presencial, considerando uma
definição ampla de comunidade e envolvendo representantes de diferentes setores da
sociedade – ONGs, governo municipal, iniciativas privadas, assim como moradores de
outras partes da cidade. Neste caso, surgem ações espontâneas em todo o mundo, não
necessariamente com o envolvimento do Instituto Elos, contando com o poder, força e apoio
da rede. As pessoas que fazem acontecer normalmente são jovens com espírito de
liderança e com uma visão crítica de sua atuação e papel na sociedade.
“Estimular e habilitar grupos para cooperação e empreendedorismo de
grupo e comunitário; promover o olhar apreciativo e ampliar a capacidade
de cada um propor soluções criativas para as questões críticas da nossa
sociedade, do nosso bairro; trazer para o cotidiano dos participantes a
percepção que é possível transformar o mundo sem sofrimento; sem
comprometer a sua liberdade ou autonomia e ainda fazer tudo com muito
prazer; promove a prática de valores humanos como: respeito, compaixão,
cooperação, aceitação de diferenças etc.; amplia o nível de informação
sobre estratégias de sustentabilidade ambiental e auto construção; e
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10. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
restaurar ou constrói um sonho comunitário, podendo ser replicável.”
(INSTITUTO ELOS, 2009)
A Metodologia Elos Oasis, tal como aponta Engels (2009), foi inspirada na cultura Guarani e
no mito da Terra Sem Males, nas tradições caiçaras, nos princípios da multidisciplinaridade
e visão holística, no conceito de associativismo, cooperação e construção coletiva. Além
dessas inspirações, a metodologia foi baseada na filosofia Waldorf (antroposofia), no
conceito de capital social de Augusto de Franco, no livro Alfabetização Ecológica de Fritjof
Capra, no livro “O Teatro do oprimido” de Augusto Boal, no sentimento humano trazido por
Paulo Freire, na prática de atividades lúdicas (a arte de brincar) e na prática de fazer
perguntas (estimular as pessoas a buscar as próprias respostas).
Há alguns pré requisitos para que a ação do Oasis seja efetiva, como por exemplo, a
existência de uma organização prévia da comunidade (associação dos moradores ou ONGs
atuantes), ou ao menos um sonho comum, com um mínimo de 5 moradores encantados
com a proposta. O envolvimento e empoderamento de adultos também é essencial para que
haja continuidade e que novas ações aconteçam, sendo essencial criar metas de médio
prazo para estimular o engajamento. O contato constante para garantir o envolvimento dos
moradores assim como a disseminação da proposta para o máximo de pessoas possível
também é essencial antes da chegada dos voluntários, que por sua vez fortalecem os laços
com a comunidade e iniciam a fase da Proposição e da Ação.
A metodologia propõe, por meio de 8 tecnologias sociais e de 7 etapas, transformar espaços
degradados em espaços coletivos de maneira dinâmica e trabalhando o campo afetivo,
criando laços e reforçando a identidade daquela população para com aquele local. Em
poucos dias são implementadas soluções projetadas coletivamente a partir do levantamento
de talentos, recursos e sonhos locais. Uma vez que o projeto é feito quase que unicamente
com elementos da própria comunidade, ele funciona como uma fonte para a auto-estima
daquela população, que passa a acreditar na sua capacidade de criar e suprir seus próprios
desejos, deixando de depender do poder público, e estabelecendo uma nova possibilidade
de relação: a parceria. A transformação é principalmente interna nos indivíduos, à medida
que se mobilizam para a criação de um espaço físico que representa a materialização dessa
transformação, assim como do esforço conjunto em função de um objetivo comum. Isto
significa que a construção física não é a prioridade da ação, e sim um estímulo visual para a
transformação interna de cada indivíduo e da comunidade como unidade (comum-unidade).
Ainda assim, nota-se a importância de espaços de convivência, encontro, permanência e
lazer do ponto de vista urbanístico, uma vez que o desenho da cidade influencia diretamente
no comportamento das pessoas.
10
11. Universidade Presbiteriana Mackenzie
4.1.4 Metodologia
Como dito, a metodologia consiste em 7 passos do processo desde o diagnóstico até a
realização, que devem ser aplicados após uma conversa prévia com os moradores, com o
comprometimento e constatação da vontade de fazer acontecer. Cada passo utiliza-se de
tecnologias sociais (Comunicação Não Violenta, Olhar Apreciativo, Cafe Comunitário, Open
Space, Danças Circulares, Jogos Cooperativos, Rede e Mutirão) e que facilitam ações em
grupos, assim como auxiliam na assimilação do processo. Cada etapa é essencial para que
o processo seja efetivo, e é aplicada primeiro pelos participantes e depois pela comunidade.
Passo a Passo da metodologia.
Fonte: www.elosmaiscultura.com.br
a. O olhar (Percepção): Reeducar o olhar e a percepção dos espaços e pessoas,
através do Olhar Apreciativo (ou Investigação Apreciativa), buscando sempre o belo e a
abundância onde aparentemente só existe escassez. O exercício estimula a prática de fazer
perguntas que reforcem a capacidade de elevar o potencial positivo.
b. O afeto (Informação): Conhecer a vida da comunidade: quem são as pessoas que
produzem o belo (coisas e ações), quem são as lideranças afetivas (pelo respeito e afeto
que a comunidade tem a ela), como rezadeiras, educadores, artesãos ou anciãos. Nesse
momento são mapeados os talentos e recursos existentes no local, além de aprofundar
nas origens culturais da comunidade e nas características dos moradores locais
c. O sonho (Reflexão): Descobrir quais são os sonhos da comunidade trabalhada através
de conversas com os moradores. A abordagem é feita perguntando os sonhos das pessoas,
ao invés de perguntar dos problemas, uma vez que os sonhos normalmente são a resolução
dos problemas (eles mesmo já propõe a solução), mas abordados de maneira positiva e
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12. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
otimista. Fazem-se perguntas que estimulam a reflexão, até que a pessoa conclua quais
são seus sonhos mais íntimos no que diz respeito ao espaço e a sua vida naquele lugar.
d. O cuidado (Proposição): Elaborar coletivamente a proposta de ação, que deve atender
ao maior número possível de sonhos coletivos da comunidade, considerando as
informações levantadas nos processos 1 a 3. Essa proposta de ação é feita em uma
reunião com a comunidade, onde eles sistematizam seus sonhos, recursos e talentos
através do World Café. Depois disso é feita uma maquete física para que os moradores
possam visualizar o sonho coletivo escolhido a ser realizado, além de servir como um apoio
para o momento da materialização.
e. O milagre (Ação): É o momento Mão na Massa para materializar o sonho projetado. Isto
é feito através de um mutirão com uma mobilização prévia dos recursos necessários
(espaço físico, matéria-prima, ferramentas, mão de obra, alimentação, entre outros). Nesta
etapa trabalha-se principalmente a cooperação, autonomia e pró atividade, buscando a
materialização imediata dos sonhos, o fortalecimento e a articulação da rede de
parceiros.
f. A Celebração: Comemorar o milagre da transformação atingida coletivamente. A forma
de celebração fica a critério da comunidade; este é o momento de fortificar os elos criados,
compartilhando os aprendizados e desafios vivenciados no processo.
g. Re- Evolução: É o momento de colher aprendizados e planejar ações a partir da
iniciativa e autonomia de cada comunidade, conectando-a à rede de outras comunidades e
parceiros do Oasis. Inicia-se com o Encontro do Futuro, lançando novos desafios e traçando
novos objetivos com a comunidade. (www.oasismundi.ning.com)
4.2. AÇÃO DO MOVIMENTO OASIS NA VILA ALEMOA - SANTOS
Presente na Zona Noroeste de Santos, o bairro da Alemoa possui 945400m² de área de
caratáter majoritariamente industrial. A ocupação da comunidade deu-se na década de 50,
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13. Universidade Presbiteriana Mackenzie
na margem da ferrovia onde atualmente passa a Rodovia dos Bandeirantes. Localizada
estrategicamente próxima às indústrias e o matadouro, onde a maioria dos moradores
trabalhava, a Vila Alemoa foi expandindo até atingir as dimensões que tem hoje, com 1113
famílias cadastradas em 2009 das quais 160 foram para o CDHU. (PRADO: 2000)
Com apenas quatro vias pavimentadas, a área ocupada pela Vila Alemoa está localizada
sobre o mangue, que em partes foi aterrado e em partes não. Com praticamente todas as
casas construídas por seus próprios moradores, as mais recentes datando 16 anos, suas
tipologias variam entre o barraco (25%), a casa de alvenaria (65%) e as palafitas (10%).
“É uma inversão da prática projetual e de planejamento urbano: enquanto
nas cidades ou nos espaços urbanos projetados as plantas existem em
projeto antes mesmo da cidade real, nos espaços labirínticos, como as
favelas, é o oposto que acontece, as plantas só são produzidas a posteriori,
e são desenhadas a partir do espaço já existente.” (BERENSTEIN, 2002:
54)
Abrigos emergenciais Situação das palafitas Circulação e acesso
Em janeiro de 2009, a Vila Alemoa foi uma das três comunidades que receberam o grupo
Guerreiros Sem Armas. Depois de 3 semanas exercitando o Olhar, o Sonho, o Afeto e o
Cuidado, o Milagre ia acontecer. Em 5 dias, o mão na massa teve a participação dos
Guerreiros, pessoas da comunidade (principalmente as crianças), um grupo de jovens do
Clube Rotary, estudantes e professor da UFABC e os Lideranças Executivas, estudantes de
administração que vivenciam a última semana do programa. O sonho realizado pela
comunidade e seus parceiros foi uma praça com parquinho, mesas de convivência e jogos,
horta comunitária, pergolado, paisagismo e um mural com um logo da Alemoa.
À Esq: mural feito
na ação GSA 2009
À Dir: praça pronta
e presença de
inúmeras pessoas
(Fonte: arquivo
Elos 2009)
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14. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
“A favela é um espaço em constante movimento porque os moradores são
os verdadeiros responsáveis por sua construção, ao contrário do morador
da cidade formal, que muito raramente se sente envolvido na construção do
seu espaço urbano e, em particular, dos espaços públicos de sua cidade. A
participação comunitária ocorre de forma muito mais representativa nas
favelas e áreas favelizadas em geral do que na cidade formal.”
(BERENSTEIN, 2002: 56)
Depois dessa ação, os moradores organizaram alguns eventos ao longo do ano, muitos
deles em parceria com a Vila dos Criadores, outra comunidade com ação dos Guerreiros
Sem Armas 2009. Já em março, alguns jovens organizaram o Encontro dos Grafiteiros na
Alemoa para colorir a avenida; Em pela única vez na história da comunidade, a associação,
os jovens e o grupo abril, na Páscoa, a comunidade organizou uma festa que conseguiu
reunir, Comu; A Festa Junina, o Dia das Crianças e o Natal são festas que sempre
acontecem lá e que ganharam ponto fixo para acontecer: a praça construída no Oasis de
janeiro; Em julho, o Encontro Anual das Comunidades foi anfitrionado pelos moradores da
Vila dos Criadores e da Alemoa, que foi quem sediou o evento. Eles discutiram “o que fazer
juntos que não dá para fazer sozinho”, e estão trabalhando para criar uma nova associação:
já estão com o Estatuto pronto, estão articulando as comunidades de Santos e em busca de
um CNPJ para facilitar as relações burocráticas. Junto a isso, montaram um roteiro de
Turismo de Base Comunitária com o Projeto bagagem que está em desenvolvimento.
À Esq: mural feito
no encontro dos
grafiteiros 2009.
À Dir: estado de
conservação da
praça em Jul. 2010.
(Fonte: Arq. Pessoal
2010 e Arq. Elos
2009)
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15. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Em setembro de 2009, a Vila Alemoa realizou o Oasis Anima, e em dois dias de mão na
massa reformaram a praça existente, fizeram campo de futebol, musculação e ampliaram o
mural de pinturas e grafites.
Em visita a campo no dia 28/07/10, Ronaldo, morador e líder da Vila Alemoa, guiou-me e
contou alguns fatos. A respeito da infra estrutura básica, parte da população paga uma taxa
para a luz, outros pagam a conta normalmente; pagam pela água, mas pela energia elétrica
e esgoto não, sendo a primeira obtida por meio de “gatos”, e o segundo, sem tratamento,
fica céu aberto com riscos de contaminação e doenças. Há um alojamento emergencial com
31 casas que abrigam moradores de áreas de risco e que se mudarão para os CDHUs. No
entorno da comunidade encontram-se 3 mercados atacadistas, uma Escola Municipal de
Ensino Médio e uma de Ensino Fundamental com cursos apenas durante o dia, uma clínica
de saúde que atende a 3 comunidades próximas e por isso não dá conta da demanda.
“O tecido urbano da favela é maleável e flexível, é o percurso que determina
os caminhos. Ao contrário da planificação urbana tradicional, que determina
a priori o traçado, as ruas da favela (e todos os espaços públicos) são
determinadas exclusivamente pelo uso.” (BERENSTEIN, 2002: 54)
Em 1981 foi fundada a associação dos moradores, pelo mesmo homem que é hoje o diretor
e que, segundo Ronaldo, não dá abertura para discussão sobre a gestão do espaço.
Rampas de acessibilidade foram criadas ano passado, quando um cadeirante passou a
trabalhar na associação. Lá são oferecidos cursos e serviços básicos de saúde, mas suas
atividades são independentes de qualquer outra iniciativa da comunidade.
“A maior diferença entre a ocupação planejada da cidade formal e a
ocupação selvagem das favelas diz respeito ao tipo de raíz, uma fixa e a
outra aberta, a qual tem um enorme potencial de transformação.”
(BERENSTEIN, 2002: 56)
Em março de 2011 foi inaugurada uma biblioteca em conjunto com a Vila dos Criadores,
resultado de parcerias com os doadores dos livros. Ronaldo está articulando um novo Oasis
na mesma área, e tem identificado novos líderes que podem fortalecer a comunidade. Isto
representa a efetividade da primeira ação, que desencadeou tantas outras e que elevou a
auto-estima de moradores que agora são protagonistas das transformações que desejam.
4.3. OUTROS EXEMPLOS DE PRÁTICAS SIGNIFICATIVAS
4.3.1. Paquetá - Santos
O bairro do Paquetá, localizado no centro de Santos, próximo ao porto, era tido como um
dos locais mais degradados e violentos da cidade, com alto índice de tráfico de drogas,
prostituição, e 18 mil famílias morando em cortiços em péssimas condições. O bairro conta
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16. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
com inúmeros imóveis de valor arquitetônico, muitos deles extremamente decadentes, sem
uso ou ocupado por famílias.
Em 2002, começou uma nova gestão na ACC (Associação dos Cortiços do Centro), que
estava reestruturando a entidade e conhecendo o trabalho do Instituto Elos, procurou-os em
busca de uma ação. No ano seguinte, o Elos foi convidado pelo SESC- Santos para dar uma
palestra sobre participação comunitária, e aproveitou a oportunidade para mostrar na prática
como fazer, iniciando aí as ações no bairro do Paquetá. Em 2007, o bairro recebeu os
Guerreiros Sem Armas com o sonho de transformar um casarão abandonado em um Centro
Cultural (o qual está em atividade e a busca pela apropriação do imóvel está em
andamento).
A primeira ação aconteceu na Praça Nagasaki, reformada algumas vezes pelo poder
público, mas sem grande adesão da comunidade. Neste caso, houve grande participação da
população, que construiu bancos, jardins, pintou muros e fez um parquinho para as crianças
em apenas 2 dias. No Encontro do Futuro, dias após a ação, houve grande presença de
moradores de diversas idades, gerando novas ações e metas para os próximos 3 meses.
Desde então, fizeram reuniões semanais, reestabelecendo a comunicação na comunidade e
resgatando costumes como festas de páscoa, dia das crianças e Natal, que há alguns anos
tinham deixado de comemorar coletivamente, além de criar parcerias importantes com
ONGs e empresários para a consolidação de seus projetos. Em função dos inúmeros
sonhos coletivos, foram criados 5 frentes de trabalho que se responsabilizariam pela busca
da realização: o grupo dos jovens, que criaram uma central de cursos (oferecendo teatro,
dança, filmes, entre outros), se integraram nos eventos das cidades e criaram o Festival
Nagasaki, evento oficial de Santos; o grupo das crianças, que mobilizaram contadoras de
histórias, passeios, cozinha coletiva (levavam comida e as mães preparavam) e oficinas,
com apoio da assistência social; o grupo da geração de renda, que teve início como uma
terapia grupal e virou uma cooperativa que vende bonecas de panos, artesanato, design de
bijouterias (já são vendidas no exterior com o auxílio da Petrobrás que deu apoio financeiro)
e hoje estão com um projeto buscando a interação com presidiários; o grupo da creche e da
padaria em parcerias com ONGs e recursos do Instituto HSBC inauguraram em 2009 a
padaria em estabelecimento próprio, e hoje estão trabalhando para materializar a creche; e
por fim, o grupo de habitação popular (sendo este o maior objetivo da comunidade), que deu
início com visitas à experiências bem sucedidas e graças ao apoio da ONG Ambienta e o
financiamento da Caixa Econômica Federal, estão finalizando as obras de 174 habitações.
Pode se dizer que este é o caso que mais evoluiu desde a primeira ação da Metodologia
Elos Oasis. As pessoas se organizaram, reivindicaram e conquistaram seu principal objetivo,
a moradia digna. Ainda estão em busca de outras coisas, porém com a certeza de que
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17. Universidade Presbiteriana Mackenzie
unidos eles são capazes. É um exemplo inspirador principalmente para outras comunidades
que estão em lutas semelhantes em busca da melhoria da qualidade de vida.
4.3.2. Instituto Elos e a Iniciativa Privada
Em dezembro de 2010 foi realizado um Oasis com os trainees da Natura. São 30 jovens em
processo de formação que dura 2 anos, iniciado no começo do ano. Eles escolheram aplicar
a Metodologia Elos em uma das comunidades do entorno da sede principal, em Jundiaí.
Foram 2 fins de semana: um de visita e diagnóstico apreciativo, e no outro, a ação. Foram
feitas duas áreas de lazer e convivência próximas aos dois campinhos existentes, buscando
atender às demandas dos diferentes usuários.
A experiência foi muito interessante, principalmente pelo fato de os jovens terem um espírito
extremamente competitivo, e conseguirem redirecionar suas habilidades de maneira
cooperativa. É importante conscientizar os futuros grandes empresários do país, fazendo
com que entendam que trabalhar junto é mais produtivo e muito importante para o
desenvolvimento do país e da própria empresa, e que não é necessário “derrotar” o outro
para se dar bem, que em parceria as coisas se tornam mais agradáveis e simples de serem
realizadas.
4.3.3. instituto ELOS e o Governo Federal
O Projeto Elos no Canteiro Mais Cultura (http://mais.cultura.gov.br) é parte do Programa
Mais Cultura desenvolvido pelo Ministério da Cultura, que visa a criação de espaços físicos
em áreas com escassez de equipamentos públicos e infra-estrutura (onde serão
implantadas bibliotecas e espaços de cultura pelo Ministério). A Metodologia Elos é utilizada
para formar e mobilizar agentes locais para elaborar ações colaborativas e colocá-las em
prática com as construções coletivas, tendo como princípio a participação social ampla
durante todo o processo. Dessa forma, deverão ser articulados como atores primordiais do
processo o Ministério da Cultura, as Prefeituras, Governos Estaduais e órgãos públicos
locais, a comunidade, entidades e instituições parceiras.
Em 2010 foram realizadas ações em 20 cidades do Brasil que estão recebendo a ação, que
acontece em 3 etapas: a Expedição, com visita e diagnóstico apreciativo nas comunidades;
a Formação, que forma agente locais com a Metodologia Elos; e o Mão na Massa, que são
as ações nas comunidades coordenadas pelos participantes da formação e com supervisão
de facilitadores do Elos, sendo eles Guerreiros Sem Armas formados em 2007 e 2009.
(www.elosmaiscultura.com.br)
Esta é a primeira experiência de Oasis em parceria com o governo que se mostrou muito
eficiente e satisfatória. Neste projeto foram identificados 3 eixos principais de ação:
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18. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
socioeconômico, socioambiental e sociocultural. O primeiro, ajuda no desenvolvimento de
alguma atividade de acordo com a habilidade local para a geração de renda, com produtos
de alta qualidade. O segundo cuida do paisagismo e outras frentes relacionadas ao meio
ambiente, e o terceiro, por fim, trabalha o campo do lazer e cultura, desenvolvendo as áreas
de convivência e lazer como parquinhos, praças e outros espaços construídos coletivamente
pela comunidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Metodologia Elos Oasis se encaixa em inúmeros quesitos levantados pela ONU ou por
Ilse Scherer como essenciais para a resolução de problemas na sociedade atual,
destacando principalmente a participação da população desde a concepção de novas
políticas urbanas até a execução das mesmas. Não só o governo não dá conta da demanda
de questões consideradas essenciais, como o envolvimento da sociedade civil acata em
uma relação diferenciada entre as pessoas e o espaço, assim como entre os próprios
indivíduos, gerando respeito, solidariedade e identidade, fortalecendo laços e aumentando a
autonomia e auto-estima de comunidades que passam a ser protagonistas das ações.
A análise da efetividade de ações utilizando a Metodologia Elos- Oasis identificou que a
mudança nos moradores (seu comportamento, valores e pró-atividade) e suas atuações são
mais importantes do que o estado de conservação das construções feitas na sexta etapa, o
Mão na Massa; o resgate da auto-estima junto ao fortalecimento das relações das pessoas,
gera autonomia e a crença na capacidade de transformação sem necessidade de ajuda das
autoridades, estabelecendo parcerias com o governo, iniciativa privada e o terceiro setor.
Ainda assim, nota-se a importância de lugares de lazer, encontro e convivência em
comunidades, uma vez que tais espaços passam a fazer parte da vida das pessoas, e sua
qualidade influencia diretamente na qualidade de vida dos moradores. Além disso, o fato de
serem feitos pela própria comunidade fortalece as relações pessoais e o sentimento de
pertencimento e inspira outras ações, pois remete à capacidade de fazer coletivamente.
Cabe salientar que o sentido das ações nestas comunidades visa, portanto, mais do que
alterar as condições materiais de carência hoje existentes, fortalecer o potencial humano,
capacitando os indivíduos, através de um processo de auto-percepção e auto-estima, a
agirem com mais autonomia frente aos seus próprios problemas de exclusão social.
A transformação ocorre não só nas comunidades que recebem a ação, mas nos voluntários
que participam do processo. Este fato pode ser considerado tão importante quanto o
primeiro, uma vez que essas pessoas desencadeiam outras ações e estimulam suas redes
a transformarem suas realidades.
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19. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Como Guerreira Sem Arma e participante efetiva das ações do Oasis, destaco algumas das
dificuldades encontradas para o crescimento e fortalecimento do Movimento, como a união
com outras organizações de mesmos objetivos e valores, ou a dificuldade de inserção na
sociedade, uma vez que questiona os valores tradicionais e desafia as pessoas a pensarem
e agirem de maneira diferente do que estão acostumadas (mesmo notando que as pessoas
se dispõe a isso com freqüência). Nota-se que ações que acontecem espontaneamente em
cidades sem a participação do Instituto Elos ou de um Guerreiro Sem Armas, dificilmente
serão efetivas na comunidade, já que cada passo deve ser feito garantindo sua essência;
mas, a mudança nos voluntários pode ocorrer da mesma maneira.
Outro fator que se mostrou interessante é a eficiência da organização em rede, que é uma
tecnologia estimulada há tempos, porém raramente vista em prática. Sua eficácia se dá pelo
fato de que as responsabilidades são divididas sem hierarquia, e sim por afinidade. Isso não
só estimula as pessoas a fazerem o que gostam, como agilizam os processos, já que todos
tem autonomia para tomar decisões. O poder da rede também está nas conexões,
compartilhando contatos e sugerindo parcerias, o que é essencial para viabilizar projetos,
principalmente do terceiro setor. Isso possibilita ampliar a área de atuação, avançando para
outras cidades e países, como é a intenção do Instituto Elos de dissipar a Metodologia Elos
Oasis pelo mundo- e já está sendo posta em prática, mas com certeza ainda há muito que
aprender e compreender.
Cabe salientar finalmente e reafirmando algumas análises críticas, que o potencial destes
novos movimentos sociais onde se agilizam formas de aglutinação social em moldes mais
solidários e horizontais, se defronta com horizontes incertos e ambíguos se considerado os
processos mais amplos de transformação histórica da sociedade contemporânea. Contém
sinais de possibilidades e, sobretudo operam formas inovadoras de capacitação dos
indivíduos aos processos de participação social, tão enfatizados pelas políticas públicas
urbanas.
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Contato: rezinha_s@hotmail.com e vrkato@uol.com.br
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