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Oficina de impressão:
gravura em relêvo com materiais atóxicos.
Oficinas de Gravura do Centro de Artes – UDESC.
Ocorreu nos espaços da Oficina de Gravura do Centro de Artes/CEART da
Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, como parte das atividades
oferecidas às crianças da comunidade universitária pela Secretaria de Extensão
daquela instituição.
A oficina objetivou estabelecer a sala de gravura e técnicas gráficas do CEART
como espaço de convivência dos participantes – crianças com idades entre 6 e
10 anos – em experiencias artísticas com materiais expressivos.
Esta proposição artística e educativa foi orientada pelas práticas de ensino
presente no programa de oficinas extra-curriculares do Departamento de Artes
Plásticas/CEART, e fundamentada em experiencia adquirida por mim em
oficinas e workshops de linguagens gráficas desde 2001.
Objetivou a execução de impressões em relêvo a partir da construção de
matriz-collage com uso de Etil Vinil Acetato (E.V.A.) e outros materiais, como
lixas e embalagens, sobre cartão celulose. Por se tratar de público formado por
crianças, utilizamos tinta guache atóxica, o que permitiu a composição de
monotipias e impressão simples.
A
metodologia
desenvolvida
apropriou-se,
ainda,
daquela
experienciada por mim quando
participei de uma outra oficina com
o artista Carlos Asp no SESC-SC.
Asp propõem um método bem
interessante de explorar os
recursos facilmente disponíveis,
como embalagens, para trazer
conceitos
relacionados
aos
elementos básicos de linguagem
visual: ponto, linha, cor, textura,
volume e contraste.
Desta forma, a proposta que
apresentei buscou abrir um campo
de experiência com materiais,
levando-se em consideração a
brevidade do encontro e o caráter
recreativo do evento.
O pequeno grupo formado por
crianças de idades entre 6 e 9
anos envolveu-se rapidamente
com a proposição.
Contei com o auxílio de dois
bolsistas da universidade que
atuaram como monitores. Deste
modo, a atenção às perguntas e
às dificuldades das crianças se
deu de maneira tranquila.
O velho receio de que o espaço
se torne um caos de tintas, foi
manejado e os resultados foram
surgindo ao longo da 1 hora e
meia de duração do encontro.
Todos puderam investigar formas
de elaboração com os materiais
disponíveis.
Didaticamente, a oficina se
dividiu em 4 etapas:
1 – Breve apresentação;
2 – Elaboração de matrizes
em relêvo;
3 – Impressão de cópias
coloridas;
4 – Apreciação coletiva do
resultado.
A proposição deixou de
pensar ações posteriores às
etapas, como exposição ou
intervenção do espaço com as
gravuras
impressas
por
exemplo.
Vale repetir que o tempo
disponível para o encontro
pouco permitiu processos
mais complexos.
Fica evidente que cada processo de
experimentação com linguagem
artística afeta indivíduos de maneira
distinta. O bloco de percepções
deflagrado em atividades criativas
pode desdobrar-se de modo
infinitesimal.
Os resultados, ainda que idealizados
no início da ação estética, tornam-se
indetermináveis devido à varios
fatores que atravessam este
processo: limitações físicas ou
espaciais, resistências do material
utilizado, paciência, foco ou a falta
destes.
Este campo de probabilidades
imprecisas trouxe para alguns dos
participantes, mais significados que à
outros, sem dúvida. Mas poderia
afirmar que o aspecto educativo aqui
aconteceu dentro de um espaço
lúdico, o que equivale a considera-lo
um campo de formação de novos
propositores.
A participação dos componentes
daquele grupo justificava possíveis
desvios e subversões à atividade
apresentada.
Em anos de prática em educação
formal e não-formal, aprendi o
exercício de estar atento ao
surgimento de novas “paisagens”
que possam surgir durante os
encontros com grupos. Crianças
são particularmente capazes de
descobrir atalhos e possibilidades
imprevistas devido à curiosidade e
disposição para o jogo lúdico.
Entre participantes inquietos e
participantes
observadores,
a
atividade criativa é compartilhada
ativamente no coletivo.
Neste local-limite que é o espaço
de interação simbólica dos diversos
atores envolvidos no processo
educativo, é que se elaboram as
novas subjetividades.
(...) Implicações ético-políticas, porque
quem fala em criação, fala em
responsabilidade da instância criadora em
relação à coisa criada, em inflexão de
estado de coisas, em bifurcação para além
de esquemas pré-estabelecidos e aqui,
mais uma vez, em consideração do destino
da alteridade em suas modalidades
extremas. Mas esta escolha estética não
mais emana de uma enunciação
transcendente, de um código de lei ou de
um deus único e todo-poderoso. A própria
gênese da enunciação encontra-se tomada
pelo movimento de criação processual.
(GUATTARI, 2003).

Assim, o encontro entre sujeitos que
caracteriza a ação educativa se
instaura com cartografia de uma
paisagem psicossocial, como afirma
Sueli Rolnik.
A todo o momento, os encontros
que mantive com as classes de
crianças, adolescentes e adultos
demonstraram a urgência de
buscar um posicionamento de
abertura às novas situações que
a todo instante redefiniram as
direções que o grupo caminhava.
Este processo se permitiu, creio
hoje,
ser
redesenhado
continuamente a partir das
enunciações singularizadas que
cada um de nós produziu através
da experiência vivenciada a cada
dia na medida no que define o
perfil
do
cartógrafo
é
exclusivamente um tipo de
sensibilidade, que ele se propõe
fazer prevalecer, na medida do
possível,
em
seu
trabalho
(ROLNIK, 1989).
A proposição artística marca o
início
do
processo
de
experiência que produzirá em
todos os sujeitos envolvidos,
uma re-elaboração e uma reconstrução dos seus saberes.
Isto
também
implica
na
elaboração
consciente
de
novas performances diante da
circulação destes saberes, mas
não só como agentes ativos na
circulação de informações e
conhecimentos. O que a
proposição artística também
informa é um modo em se
estabelecer
o
processo
educativo em relação ao
conhecimento de si e sua
relação no conhecimento do
mundo.
Oficina de impressão:
gravura em relêvo com materiais atóxicos.
Uma proposição de
Vinícius Nepomuceno de Oliveira
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Oficina de impressão: gravura em relevo com materiais atóxicos.

  • 1. Oficina de impressão: gravura em relêvo com materiais atóxicos. Oficinas de Gravura do Centro de Artes – UDESC.
  • 2. Ocorreu nos espaços da Oficina de Gravura do Centro de Artes/CEART da Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, como parte das atividades oferecidas às crianças da comunidade universitária pela Secretaria de Extensão daquela instituição. A oficina objetivou estabelecer a sala de gravura e técnicas gráficas do CEART como espaço de convivência dos participantes – crianças com idades entre 6 e 10 anos – em experiencias artísticas com materiais expressivos. Esta proposição artística e educativa foi orientada pelas práticas de ensino presente no programa de oficinas extra-curriculares do Departamento de Artes Plásticas/CEART, e fundamentada em experiencia adquirida por mim em oficinas e workshops de linguagens gráficas desde 2001. Objetivou a execução de impressões em relêvo a partir da construção de matriz-collage com uso de Etil Vinil Acetato (E.V.A.) e outros materiais, como lixas e embalagens, sobre cartão celulose. Por se tratar de público formado por crianças, utilizamos tinta guache atóxica, o que permitiu a composição de monotipias e impressão simples.
  • 3. A metodologia desenvolvida apropriou-se, ainda, daquela experienciada por mim quando participei de uma outra oficina com o artista Carlos Asp no SESC-SC. Asp propõem um método bem interessante de explorar os recursos facilmente disponíveis, como embalagens, para trazer conceitos relacionados aos elementos básicos de linguagem visual: ponto, linha, cor, textura, volume e contraste. Desta forma, a proposta que apresentei buscou abrir um campo de experiência com materiais, levando-se em consideração a brevidade do encontro e o caráter recreativo do evento.
  • 4. O pequeno grupo formado por crianças de idades entre 6 e 9 anos envolveu-se rapidamente com a proposição. Contei com o auxílio de dois bolsistas da universidade que atuaram como monitores. Deste modo, a atenção às perguntas e às dificuldades das crianças se deu de maneira tranquila. O velho receio de que o espaço se torne um caos de tintas, foi manejado e os resultados foram surgindo ao longo da 1 hora e meia de duração do encontro. Todos puderam investigar formas de elaboração com os materiais disponíveis.
  • 5. Didaticamente, a oficina se dividiu em 4 etapas: 1 – Breve apresentação; 2 – Elaboração de matrizes em relêvo; 3 – Impressão de cópias coloridas; 4 – Apreciação coletiva do resultado. A proposição deixou de pensar ações posteriores às etapas, como exposição ou intervenção do espaço com as gravuras impressas por exemplo. Vale repetir que o tempo disponível para o encontro pouco permitiu processos mais complexos.
  • 6. Fica evidente que cada processo de experimentação com linguagem artística afeta indivíduos de maneira distinta. O bloco de percepções deflagrado em atividades criativas pode desdobrar-se de modo infinitesimal. Os resultados, ainda que idealizados no início da ação estética, tornam-se indetermináveis devido à varios fatores que atravessam este processo: limitações físicas ou espaciais, resistências do material utilizado, paciência, foco ou a falta destes. Este campo de probabilidades imprecisas trouxe para alguns dos participantes, mais significados que à outros, sem dúvida. Mas poderia afirmar que o aspecto educativo aqui aconteceu dentro de um espaço lúdico, o que equivale a considera-lo um campo de formação de novos propositores.
  • 7. A participação dos componentes daquele grupo justificava possíveis desvios e subversões à atividade apresentada. Em anos de prática em educação formal e não-formal, aprendi o exercício de estar atento ao surgimento de novas “paisagens” que possam surgir durante os encontros com grupos. Crianças são particularmente capazes de descobrir atalhos e possibilidades imprevistas devido à curiosidade e disposição para o jogo lúdico. Entre participantes inquietos e participantes observadores, a atividade criativa é compartilhada ativamente no coletivo. Neste local-limite que é o espaço de interação simbólica dos diversos atores envolvidos no processo educativo, é que se elaboram as novas subjetividades.
  • 8. (...) Implicações ético-políticas, porque quem fala em criação, fala em responsabilidade da instância criadora em relação à coisa criada, em inflexão de estado de coisas, em bifurcação para além de esquemas pré-estabelecidos e aqui, mais uma vez, em consideração do destino da alteridade em suas modalidades extremas. Mas esta escolha estética não mais emana de uma enunciação transcendente, de um código de lei ou de um deus único e todo-poderoso. A própria gênese da enunciação encontra-se tomada pelo movimento de criação processual. (GUATTARI, 2003). Assim, o encontro entre sujeitos que caracteriza a ação educativa se instaura com cartografia de uma paisagem psicossocial, como afirma Sueli Rolnik.
  • 9. A todo o momento, os encontros que mantive com as classes de crianças, adolescentes e adultos demonstraram a urgência de buscar um posicionamento de abertura às novas situações que a todo instante redefiniram as direções que o grupo caminhava. Este processo se permitiu, creio hoje, ser redesenhado continuamente a partir das enunciações singularizadas que cada um de nós produziu através da experiência vivenciada a cada dia na medida no que define o perfil do cartógrafo é exclusivamente um tipo de sensibilidade, que ele se propõe fazer prevalecer, na medida do possível, em seu trabalho (ROLNIK, 1989).
  • 10. A proposição artística marca o início do processo de experiência que produzirá em todos os sujeitos envolvidos, uma re-elaboração e uma reconstrução dos seus saberes. Isto também implica na elaboração consciente de novas performances diante da circulação destes saberes, mas não só como agentes ativos na circulação de informações e conhecimentos. O que a proposição artística também informa é um modo em se estabelecer o processo educativo em relação ao conhecimento de si e sua relação no conhecimento do mundo.
  • 11. Oficina de impressão: gravura em relêvo com materiais atóxicos. Uma proposição de Vinícius Nepomuceno de Oliveira Uma promoção da Secretaria de Extensão e Cultura – UDESC Florianópolis, Brasil, 2007