A crise de refugiados é o trágico resultado de uma política criminosa de guerras e de intervenções militares para mudança de regime, implementadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia no Afeganistão, no Iraque, no Sudão, na Líbia e, acima de tudo, na Síria. O que o mundo testemunha hoje, com os milhares de refugiados desesperados na tentativa de chegar à Europa, é efeito desta política, mantida desde então pelas grandes potências ocidentais. Em mais de uma década, as guerras do Afeganistão e do Iraque, travadas com o pretexto de serem "contra o terrorismo", e justificadas com mentiras infames sobre "armas iraquianas de destruição em massa", devastaram sociedades inteiras e mataram centenas de milhares de homens, mulheres e crianças. A estas guerras seguiu-se a guerra por mudança de regime – liderada pelos Estados Unidos e OTAN – que derrubou o governo de Muammar Gaddafi e transformou a Líbia em um arremedo de país, praticamente sem governo, arruinado pela luta contínua entre milícias rivais. Seguiu-se a guerra civil na Síria – alimentada, armada e financiada pelo governo norte-americano e seus aliados europeus, com o objetivo de derrubar Bashar Al-Assad e substituí-lo por um fantoche obediente às potências ocidentais.