Palestra apresentada no SESC em São José dos Campos, durante o Seminário O Contemporâneo na Cultura, em setembro de 2014. A fala tratou das emergentes redes político-culturais que marcam o cenário atual da produção cultural e do ativismo no Brasil.
5. O que Lessig diz?
● “Eu acredito que a questão mais importante da
cultura digital é seu potencial de conectar
pessoas que antes não poderiam se conectar.
É uma plataforma para a criatividade humana.
Isso conecta o Brasil entre si e com outras
partes do mundo, misturando culturas, de um
jeito que era impossível de ocorrer no antigo
modelo proprietário de produzir e compartilhar
cultura.”
14. REDES POLÍTICO-CULTURAIS
●
Recorro à expressão político-cultural por enxergar nela uma forma de
expressar concentradamente três características que observo nesses
grupos que estão produzindo a história do nosso tempo:
●
(1) a organização do campo da produção imaterial, ou simbólica, ou cultural;
● (2) a formulação de uma nova cultura política, baseada na colaboração, no
afeto e em dinâmicas em rede (mais ou menos horizontais);
●
(3) a interferência estética e política, a partir da comunicação, da cultura, da
produção cultural, da mobilização e da intervenção direta, nas dinâmicas de
poder tradicionais.
15. ATIVISMO RETICULADOR
"O ativismo reticulador é aquele que tece redes,
que se incumbe de, como no delicado tecido
reticular de nossos cérebros, desenvolver-se
estabelecendo conexões entre diferentes
elementos. Esse ativismo digital reticulador tem
no ato de organizar redes um fim em si e um
meio para atingir seus objetivos estratégicos,
tão amplos como confrontar os 1% do planeta
que dirigem o capitalismo global, ou tão
específicos como reorganizar a vida comunitária
em bairros periféricos."
16. CULTURA é POLÍTICA
“jovens realizadores não só descrevem a
realidade, mas acima de tudo transformam-na.
Técnica e política, neste debate, jamais podem
ser observadas em separado”
17. O ALTERMODERNO
“A altermodernidade contemporânea, por sua
vez, nasce dentro do caos cultural produzido
pela globalização pela mercantilização do
mundo: deve, portanto, conquistar sua
autonomia em relação às diferentes formas de
atribuição identitária, resistir à padronização do
imaginário fabricando circuitos e formatos de
troca entre os signos, as formas e os modos de
vida” (BOURRIAUD, in Radicante, p. 58)