O documento descreve as redes político-culturais no Brasil entre 2003-2013 e seu papel nos protestos de junho de 2013 em São Paulo. Discute como o avanço da internet e das novas tecnologias permitiu o surgimento de uma cultura digital brasileira e como as políticas do governo Lula incentivaram a participação social. Também analisa como esses grupos questionaram a democracia e valorizaram o software livre e os espaços públicos, experimentando novas formas de organização e ativismo.
3. CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO
Cultura Digital
● Articulações crescem e acompanham a
popularização da internet e das novas
tecnologias no Brasil e dão origem a uma
cultura digital brasileira;
● “jovens realizadores não só descrevem a
realidade, mas acima de tudo transformam-na.
Técnica e política, neste debate, jamais podem
ser observadas em separado”
4. CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO
Governo Lula e vida pós-partidos
● Sem vinculação com Partidos Políticos (pós-
partidarismo como opção política)
● Sem relação de subordinação aos movimentos
sociais surgidos nas três décadas anteriores;
● Indução pelo Governo Lula por meio de políticas
públicas de valorização das expressões culturais
contemporâneas, periféricas, da utilização de
tecnologias livres – multiplicidade e fomento às
dissidências, e da participação social;
5. NOVOS TERRITÓRIOS
● Questionamento da democracia, por mais
democracia. Qual democracia?
● Valorização do Comum (Software Livre e
questionamento da propriedade intelectual e dos
espaços públicos urbanos – crescimento da questão
urbana como questão central das lutas)
● Herança do DIY, que gera o DIT: fazer junto
(organização em coletivos táticos)
● A Cultura como locus de afirmação da
transformação da sociedade: emergência de uma
nova cultura política.
6. NOVOS TERRITÓRIOS
● Ética Hacker é reivindicada por muitas dessas
redes de ativismo (criação do verbo raquear) –
raqueamento como método permanente de
relacionamento com as estruturas tradicionais
de poder – Dos Anons ao Fora do Eixo
● Experimentação de variadas formas de
organização e articulação: laboratório de
experimentos políticos em rede (zonas
autônomas temporárias e permanentes,
aglomerações, comunidades)
26. REDES POLÍTICO-CULTURAIS
● Recorro à expressão político-cultural por enxergar nela uma forma de
expressar concentradamente três características que observo nesses
grupos que estão produzindo a história do nosso tempo:
● (1) a organização do campo da produção imaterial, ou simbólica, ou
cultural;
● (2) a formulação de uma nova cultura política, baseada na colaboração, no
afeto e em dinâmicas em rede (mais ou menos horizontais);
● (3) a interferência, a partir da comunicação, da cultura, da mobilização e da
intervenção direta, nas dinâmicas de poder tradicionais.
27. ATIVISMO RETICULADOR
"O ativismo reticulador é aquele que tece redes,
que se incumbe de, como no delicado tecido
reticular de nossos cérebros, desenvolver-se
estabelecendo conexões entre diferentes
elementos. Esse ativismo digital reticulador tem
no ato de organizar redes um fim em si e um
meio para atingir seus objetivos estratégicos,
tão amplos como confrontar os 1% do planeta
que dirigem o capitalismo global, ou tão
específicos como reorganizar a vida comunitária
em bairros periféricos."