Este documento discute a Reforma Ortográfica de 2009 no Brasil através de duas charges e um texto. A primeira charge sugere que as mudanças propostas não são claras para o público em geral. O texto argumenta que as diferenças entre o português do Brasil e Portugal estão mais no vocabulário do que na ortografia. E a reforma, portanto, não unificaria a língua.
2. Para resolver as questões 01 e 02, leia atentamente a tirinha apresentada a seguir.
3. QUESTÃO 01
ufop 2009, segundo semestre
A partir do que é apresentado na tirinha, que avaliação se pode fazer do Acordo Ortográfico de
2009? Justifique sua resposta.
SOLUÇÃO
[compreensão textual]
A reação da personagem ao enunciado que apresenta uma das alterações propostas pelo “Acordo
ortográfico” – “ACENTO AGUDO: desaparece nos ditongos abertos “ei” e “oi” das palavras
paroxítonas” – indica haver um posicionamento contrário à reforma proposta.
O enunciado do quadrinho três “Só falta eu achar aqui nessa joça, que diacho significa isso de
‘ditongo’ e ‘paroxítona’...” indica que as alterações – apesar de parecem simples, conforme se vê no
quadrinho 2 – não são nem claras nem simples, na medida em que são apresentadas de forma
complexa (através de termos técnicos), o as torna inacessíveis à compreensão do grande público.
4. Leia o fragmento de texto apresentado a seguir.
“Cipro Neto conta uma história divertida. Num vagão de trem em Portugal, sentou-se à frente dele
uma senhora que lia um tablóide policial intitulado O Crime. O professor leu e releu as manchetes –
e não entendeu metade delas. Não por razões remotamente relacionadas à ortografia, claro, mas
pelas expressões que, num texto de cunho popular, tornam o português lusitano quase estrangeiro
para um brasileiro [...]”.
(BOSCOV, I. “A última do português”. In: Revista Veja, ed. 2093, 31 dez. 08, p. 195)
5. QUESTÃO 02a
ufop 2009, segundo semestre
A história relatada no trecho acima funciona como argumento favorável ou desfavorável à tese de
que a Reforma Ortográfica de 2009 unificará a língua portuguesa? Justifique sua resposta.
SOLUÇÃO
[compreensão textual]
A transcrição do relato de Cipro Neto funciona como um argumento contrário à Reforma
Ortográfica.
Para o locutor, a reforma ortográfica não unificaria a Língua Portuguesa, porque as diferenças entre a
língua do Brasil e a de Portugal não se encontram na escrita, mas sim no vocabulário, o que se
comprova pelo fato de terem sido as expressões idiomáticas e não a ortografia o que dificultou à
personagem a compreensão das manchetes do jornal português.
6. QUESTÃO 02b
ufop 2009, segundo semestre
Pode-se afirmar que a palavra “claro”, no trecho transcrito acima, sinaliza o posicionamento do autor
sobre a Reforma Ortográfica de 2009? Por quê?
SOLUÇÃO
[compreensão textual]
O adjetivo “claro” é uma palavra de valor relativo, modalizador, e indica que, para o locutor, é senso
comum que o fato que inviabiliza a compreensão do português de Portugal por um falante brasileiro
é o vocabulário e não a grafia das palavras.
Para o locutor, trata-se de línguas diferentes, com grafia e vocabulário distinto.
A narrativa que constrói é prova disso, na medida em que as expressões presentes nas manchetes do
jornal, desconhecidas que eram do falante brasileiro, impediram que ele compreendesse de que se
tratava.
7. QUESTÃO 03
ufop 2009, segundo semestre
“As regras antigas eram difíceis, e as novas continuam a sê-lo. Ninguém sabia usar o hífen e todos
lo
continuam sem sabê-lo.”
lo
(BOSCOV, I. “A última do português”. In: Revista Veja, ed. 2093, 31 dez. 08, p. 197)
Identifique os termos ou as expressões a que se refere cada um dos pronomes destacados acima.
SOLUÇÃO
[coesão referencial]
A primeira incidência do pronome oblíquo átono “lo” retoma a palavra “difíceis”, ou seja, as novas
regras continuam a ser difíceis.
A segunda incidência do pronome oblíquo átono “lo” retoma a expressão “usar o hífen”, ou seja, de
acordo com o locutor, todos continuam sem saber usar o hífen.