O documento descreve a primeira fase do Romantismo, um movimento que surgiu na Europa no século XIX em oposição ao Neoclassicismo. Nesta fase inicial, a moda era luxuosa e ostentação, com cores escuras que refletiam o sentimento melancólico da época. Tanto homens quanto mulheres adotavam estilos que expressavam individualismo e rebeldia contra a burguesia.
2. O Romantismo, ao contrário do Neoclassicismo, repudia todas as ideologias clássicas, cultua o amor irracional,
o individualismo e o subjetivismo. Essa época começa com luxo e ostentação e no seu decorrer ela termina, a Primeira
Faze, melancólica e mórbida, características que ficaram bem evidentes nas pessoas e nas cores da moda. As moças e
rapazes queriam aparentar serem intelectuais, enquanto as mulheres esposas de burgueses decidem ostentar as
riquezas de seus maridos, assim se tornando um objeto de decoração por completo. Devido ao contexto histórico que se
encontrava (pós-Revolução Francesa e Revolução Industrial) que proporcionou uma grande mudança econômica, já que
as riquezas estavam se concentrando nas mãos da burguesia, fazendo com que surgisse a classe operária, e logo depois
a substituição dessa classe por máquinas, esse acontecimento, causou uma grande desigualdade
social, e, consequentemente um grande descontentamento na sociedade, que gerava um inconformismo seguido de um
desejo de solidão e anseios de justiça e busca pela liberdade. Parte desse descontentamento social se deu também por
parte dos estilistas que passaram a criar trajes mais criativos e originais, processo que acabou dando início à alta
costura.
A Primeira Geração Romântica no Brasil foi marcada pelo sentimento de nacionalidade que se criou, já que essa época
aconteceu depois da independência do país, e como no resto do mundo, o começa da geração romântica estava se
inspirando em sua época medieval, aonde as meninas queriam ser princesas e os meninos cavalheiros, aqui no Brasil o
cavalheiro, herói, em foco foi o índio. Depois da Primeira Faze Do Romantismo, a moda passou a ser o fenômeno que
separava os românticos do resto do mundo burguês, já que os mesmos passaram a deixar as roupas desbotarem alegando
que essa era a cor da realidade dessa época, mesmo com todos esses protestos, a burguesia só realmente triunfa na
segunda metade do séc. XIX.
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4. Se o Neoclassicismo presava a simplicidade, o Romantismo começou totalmente ao contrário, as mulheres
pararam de usar linhas retas e passam a adotar as formas cônicas nos vestidos, saias com várias anáguas, na
Europa as mulheres queriam voltar serem damas medievais (como Maria Stuart ou Lucrécia Bórgia), e os
homens queriam ser cavalheiros, corsários, cruzados. Em Paris era comum de se ver moças de saias
compridas, tecidos estampados, corseletes de mangas bufantes e sapatos de bico fino, e rapazes com calças
curtas e gibão com recortes sob casacos de armarinho e adagas no cinto. Os cabelos das moças eram lisos e
compridos presos na testa com uma correte de metal, normalmente ouro ou prata, as mulheres, de maior
idade, utilizavam cabelos revoltos e ondulados sob os chapéus altos e de abas largas (chapéu boneca), já os
rapazes utilizavam bonés de arqueiros e barba que parecia a de um rei assírio. Na modelagem feminina houve o
ressurgimento das mangas presuntos (providas da renascença) sustentadas por barbatanas ou bolas de espumas
ou plumas, assim, o ombro feminino tinha de ser grande como as mangas, também eram utilizadas entre as
mulheres: saias e chapéus gigantes, xales delicados de renda ou bordados e uma bolsa de couro na cintura. As
cores mais utilizadas nas roupas eram totalmente inspiradas nos sentimentos cultivados na época: o amor
irracional, o amor pela natureza, a revolta e a melancolia, resultaram nas cores: “fundo de garrafa”, marrom
avermelhado e cor de asa graúna (preto). Os tecidos utilizados nas roupas eram bem nobres, normalmente se
via: a seda, tafetá e o cetim.
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6. Estética Masculina
O homem tinha de ser moreno de olhar selvagem, brilhante de paixão parecer
fatal, sombrio, esmagado pelo próprio destino, desiludido (com aparência meio mórbida), tem que
gostar da escuridão, ter o estilo de vida byronismo (boêmio, cheio de vícios e sexo), anti-
burguesia, não usar colarinho nem camisa branca, cabelos com aparência de selvagem devido ao
apreço e admiração pela natureza (ser o mais natural possível), às vezes alguns homens tingiam
seus cabelos com substancias escurecedoras, ou, raspavam ele todo para que a testa ficasse
maior, e arrumavam as sobrancelhas de forma que ficassem bastante arqueadas, para deixar a
aparência bastante agressiva. A barba de um homem era mais do que um mero adorno
estético, ela servia como forma de expressão (na maioria das vezes política): quando era pontuda
era para dar a aparência satânica; a barba larga significava que o indivíduo era partidário do
regime inaugurado pela malsucedida revolução suíça; a barba pontiaguda servia como demonstração
de que é contra o bonapartidarismo; e a não aparada é atributa ao republicanismo.
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8. Estética Feminina
Ou as mulheres eram morenas, ardentes, inspiradas nas espanholas, ou
frágeis, fracas, apáticas e até mesmo doentias, e para causar esse “efeito” elas
tomavam vinagre e comiam limões, utilizavam corpetes entrelaçados, deixavam de
comer, cavavam as bochechas com os dentes para não terem a aparência sadia e
ingeriam alucinógenos para terem o olhar vazio, vago e desiludido, algumas até
desejavam ficarem doentes para serem elegantes (“chics”).