1. INTRODUÇÃO
Preparando Aulas foi elaborado com o intuito de auxiliar quem ingressa na carreira do
magistério e mesmo aquele docente, já em pleno exercício, que necessita de subsídios
para sua prática em sala de aula. Sua orientação é prática, pois representa experiência
iniciada a partir da década de 80 com alunos de cursos de pós-graduação, tendo nascido
da e na sala de aula.
Não se trata de obra que discorra sobre teorias educacionais, mas sim delas se utiliza
para criar ferramentas e estratégias visando a prática do magistério de forma mais viva,
global e enriquecida.
Os três primeiros capítulos foram desenvolvidos e motivados pela problemática
observada da grande maioria dos alunos candidatos a professor não sempre se
perguntar sobre questões relacionadas a inteligência e aprendizagem nem sequer
perceber a importância da comunicação, denotando ainda ausência de conhecimento
sobre as questões sociais e educacionais.
Os três capítulos seguintes objetivam auxiliar o educador na sua prática de magistério
cotidiana. Partindo da relação com a aprendizagem, são oferecidos roteiros de disciplina
e plano de aula, bem como estratégias a serem utilizadas pelos docentes para o efetivo
exercício da atividade.
Finalmente, o último capítulo trata de metodologia a ser empregada em cursos jurídicos.
O curso de Direito apresenta problemática específica, qual seja, a de não formar
2. imediatamente nenhum tipo de profissional. Com efeito, o estudante de Direito, ao
completar seu curso, alcança o diploma de bacharel em Direito e, a partir daí, pode optar
por inúmeras carreiras, as quais vão exigir preparação específica e provas de habilitação
ou concurso. Assim, o estudante de Direito prepara-se para ser um operador do Direito,
alguém que consegue trabalhar, não simplesmente com técnicas operacionais simples,
mas com a estrutura do sistema social normativo, mediante a compreensão de sua
dinâmica e de seu funcionamento, a partir de sua organização mais primordial. O
operador do Direito não conhece só as leis, porém, antes, deve conhecer os mecanismos
socioculturais que as produzem na relação com as instituições que as aplicam e na
leitura de todas as suas possibilidades de interpretação e aplicação em confronto com a
realidade. Por isso, a metodologia didática para o ensino do Direito não pode permanecer
num plano meramente dogmático, mas sim buscar outros modelos específicos de
aprendizado, que autorizem a reflexão adequada às finalidades almejadas.
A integração entre educação e aprendizagem, bem como a relação professor e aluno
serão constantes, formando a linha central do percurso em que serão focadas as
orientações fruto da experiência didática dos autores, cuja formação diversa colabora
com a costura do trabalho no que tange a interdisciplinaridade de visões, todas porém
tendo por foco comum o objetivo de permitir ao professor transmitir ao aluno a essência
que deve orientar todo projeto educacional: a formação integral da pessoa em todas as
suas dimensões.