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de envolvimento/participação no grupo nas diferentes atividades propostas. Em
valência de apoio domiciliário (AD) estas necessidades foram sendo reconhecidas
através de visitas periódicas aos utentes, contando igualmente com a sinalização
efetuada pelas técnicas de geriatria quanto a algum caso a considerar, podendo uma
possível intervenção ser dirigida ao utente e/ou alargada ao seu cuidador. Esta
modalidade de intervenção permitiu tomar contato com utentes portadores de um
menor grau de autonomia (física e/ou psicológica), onde o ambiente familiar e os
respetivos atores sociais deste contexto são mais facilmente verificados e auscultados,
auxiliando na compreensão da realidade subjetiva do utente e das suas necessidades.
Por outro lado, permitiu-me tomar conhecimento das particularidades do papel de um
cuidador e das suas dificuldades, especialmente na conjugação deste papel com os
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Processo de reminiscência “Recordar é Viver” - Método de exploração da história de vida compartimentado por “capítulos”, usado na implementação de um projeto de intervenção em grupo com 20
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identidade pessoal. Excelente experiencia, promotora do desenvolvimento de competências de dinamização de um grupo e de exploração de histórias de vida, desta feita em grupo. Por outro lado, para
além do domínio das teorias desenvolvimentistas, exigiu o estudo/conhecimento retrospetivo dos grandes acontecimentos da vida social, politica e tecnológica da cidade, da região e do país, no sentido de
uma melhor contextualização das memórias dos utentes.
Atividades de estimulação Sensorial/Cognitiva - Atividades com periocidade semanal, onde diferentes processos cognitivos (e.g., raciocínio, memória, perceção, atenção e linguagem) são estimulados,
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Grupo da Floricultura em estufa - Esta atividade é justificada pelo “gosto pela terra” de uma grande maioria dos utentes e ao mesmo tempo pela adequação às limitações (sobretudo físicas) dos mesmos.
Outra das componentes motivacionais desta ocupação será a componente económica, no sentido em que é esperado obter uma rentabilidade económica deste investimento humano, (e financeiro)
através da venda destes mesmos produtos. Pressupõe ainda uma breve dedicação diária, o que possibilitará aos utentes a manutenção e desenvolvimento de um sentimento de responsabilidade e de
utilidade para com as suas competências e conhecimentos, numa área que é do agrado da grande maioria dos idosos. Implicou o estabelecimento de contatos com empresas do setor no sentido de
fornecerem alguns materiais, bem como informações que potenciaram o desenvolvimento da culturas em ambiente fechado. Exigiu igualmente a organização periódica de venda das flores produzidas.
Formação de grupo de cantares de musica tradicional Portuguesa - Partindo do interesse unânime do grupo de utentes da valência de CD pela música e pelo canto, e ao mesmo tempo identificadas
competências musicais, foi formado o Grupo de Cantares do Centro Social da Foz do Douro tendo em vista a realização de atuações e de intercâmbio com outros centros de dia, lares de idosos,
associações, festas ou eventos sociais na comunidade, visando igualmente em termos pessoais; a) o desenvolvimento e manutenção de competências musicais, b) como experiência proporcionadora de
visibilidade dessas mesmas competências, c) desenvolvimento de novos relacionamentos interpessoais. Para além da mobilização do grupo para ensaios semanais e atuações pontuais, exigiu a pesquisa
de temas (letras) conhecidos do grupo, aplicação e desenvolvimento de competências musicais e estabelecimento de contatos entre as instituições locais e parcerias no sentido de garantir a receção e por
vezes o transporte do grupo constituído por 16 utentes
I Oficinas da Saúde e do Bem-Estar CSF - Conjunto de workshops que visaram promover a instituição através da partilha com a comunidade local de conhecimentos e práticas da instituição, relacionados
com a manutenção da saúde e do bem estar. Por outro lado, os temas selecionados procuraram ser emergentes para a população sénior ( e familiares, próximos ou cuidadores) indo ao encontro aos
desafios e especificidades da fase/estádio que vivenciam. Partindo de temas considerados adequados à população sénior da comunidade (1: Sentir o meu corpo para cuida-lo, 2: Lazer e Qualidade de
Vida, 3: Pessoas portadoras de doença de Alzheimer; Compreender para cuidar), implicou a escolha e o estabelecimento de contatos com os oradores, preparação do espaço, (externo ao CSF) acolhimento
dos participantes, estruturação e apresentação de conteúdos ao público.
Rusga de S. João - Esta atividade reuniu as valências de CD e Jardim de Infância tendo sido alargada aos respetivos familiares e publicitada pela comunidade convidando os interessados a participar na
iniciativa. Para além de ter proporcionado momentos de treino e de convívio entre gerações, (utentes de CD, pais e familiares das crianças, comunidade em geral) visou incutir nos mais novos o respeito
pela tradição associada à festa do padroeiro da cidade. Aos mais velhos, visou proporcionar a experiência de reviver esta tradição de grande importância para a comunidade, desta feita representando as
“cores” do Centro Social da Foz, assumindo um papel de portadores/transmissores de saberes aos mais novos, realizando-se generativamente. Implicou a auscultação dos mais velhos, no sentido de obter
uma descrição o mais fiel possível de uma “rusga” dos seus tempos de juventude. Envolveu igualmente uma ampla coordenação com as educadoras de infância para se proceder aos ensaios da marcha e
do canto, e finalmente, a mobilização e inclusão dos participantes externos na rusga que se realizou num Jardim público da cidade.
Parcerias com instituições locais de solidariedade social - Sinergias formalizadas entre instituições locais (e.g., Centros de dia, Santa Casa da Misericórdia, Junta de Freguesia) com o intuito de
proporcionar aos seus utentes momentos de convívio social, estabelecimento e manutenção de relações interpessoais e partilha de recursos tangíveis. Envolveu o estabelecimento de contatos e visitas a
instituições locais no sentido de ser efetuado uma apresentação formal do objetivo da instituição, (Santa Casa Misericórdia do Porto, APPACDM Porto) bem como das contrapartidas que se esperaria
obter.
A operacionalização das atividades supra referidas em contexto de estágio profissional exigiu e, ao mesmo tempo, contribuiu para o desenvolvimento de uma variedade de
competências transversais, especialmente nas dimensões da Adaptabilidade, Resolução de Problemas e Criatividade, Comportamentos e Atitudes Positivas, (existenciais ou
éticas) Gestão da Informação e de Sensibilidade Organizacional/Institucional. Por outro lado, o Relacionamento Interpessoal, o Trabalho em Equipa, bem como a delimitação
dos campos de atuação dos diferentes profissionais e voluntários que colaboram com a instituição, revelaram-se fundamentais para o reconhecimento (recíproco) e definição
do conjunto de competências que integram o perfil do psicólogo, especialmente neste tipo de contextos. Em termos de competências mais especificas, para além destas três
dimensões de intervenção, o psicólogo poderia alargar o seu âmbito de atuação ao nível organizacional, nomeadamente na formação pessoal/profissional dos recursos humanos
da instituição. A titulo de exemplo, sessões de autoconhecimento em termos identitários, gestão de conflitos, motivação e trabalho em equipa bem como de caracterização de
patologias associadas à idade seriam promotoras de uma crescente melhoria da qualidade dos seus serviços.
Auscultação e avaliação inicial dos utentes
Ancorado num guião de entrevista semiestruturada, propus-me a
compreender a realidade subjetiva do sujeito à luz de uma perspetiva
psicológica construtivista, ecológica e desenvolvimentista. Para além de uma
experiência de levantamento de necessidades, revelou-se uma experiência
enriquecedora em termos do desenvolvimento de competências de
entrevistador especialmente na exploração do percurso de vida do utente e
na compreensão de sentimentos e emoções.
Consulta psicológica individual com possível alargamento ao
contexto família
Em casos que o justificaram, a intervenção psicológica alargou-se aos
contextos de vida do utente, através do envolvimento de pessoas
significativas. Tal exigiu uma apropriação exaustiva dos princípios
orientadores da terapia familiar, bem como aprendizagens sobre técnicas
propostas pela escola estrutural/ familiar estratégica, de Salvador Minuchin.
I Ciclo de atividades intergeracionais CSF - Composto por sete sessões, envolveu de um modo sistemático e estruturado as crianças da valência do jardim de-
infância (JI) e os idosos do centro de dia (CD) do Centro Social da Foz, em atividades cujas gerações, em termos identitários, pudessem principalmente
assimilar contributos de carácter psicossocial. Dependente da pesquisa e auscultação de ambas gerações em torno dos seus interesses e conhecimentos, foram
agrupados e estruturados os elementos e materiais a explorar nas diferentes sessões. Para além de competências relacionamento interpessoal, exigiu o
desenvolvimento da capacidade de mobilizar e envolver ambas gerações em atividades conjuntas num ambiente acolhedor e descontraído e ao mesmo tempo
cooperando com as educadoras de infância e respetivas auxiliares na dinamização e monitorização das atividades.
Dinâmicas Grupais - Visaram o desenvolvimento pessoal do auto e heteroconhecimento dos utentes contribuindo para o seu controle e desenvolvimento do
comportamento social favorecendo igualmente as inter-relações grupais. Implicou a pesquisa e seleção de atividades estruturadas ajustadas às necessidades,
interesses e competências do grupo, tendo potenciado o desenvolvimento da capacidade do estagiário de dar e receber feedback durante as atividades .
Intervenção psicológica através do visionamento de filmes - Para além de se propor a criar um momento de descontração e de contacto com determinada
cultura cinematográfica, serviu especialmente como um estimulo para a discussão e partilha de experiências/opiniões pessoais relacionadas com o
conteúdo/tema do filme em questão. No seguimento da auscultação inicial dos utentes em torno dos seus interesses (cinematográficos), através de uma
previsualização dos mesmos foram identificados e selecionados os temas a debater no momento de integração da experiência.
Excursões/visitas pontuais programadas - Os locais a visitar foram de encontro aos interesses pessoais/grupais dos utentes, enquadrados no projeto de CD
2013/2014 “Memórias”, tendo em vista a exploração e expressão emocional, cultural e/ou religiosa. As visitas realizaram-se segundo uma lógica reflexão-ação
(sessão preparatória)e ação-integração (no final da experiência). Para além de exigir um conhecimento exaustivo dos percursos existenciais dos utentes,
envolveu a pesquisa e consulta sistemática dos cartazes (ofertas) culturais da cidade/região.
Resumo
São ainda poucas as instituições sociais ligadas ao apoio/cuidado de idosos que integram na sua equipa um profissional de Psicologia. No seguimento desta constatação, o presente trabalho procurar descrever e por em perspetiva a estruturação e
implementação de um conjunto de práticas de intervenção psicológica, (individual, grupal, comunitária) desenvolvidas no contexto de um estágio profissional e de admissão à OPP, numa IPSS que reúne, simultaneamente, as valências de creche, jardim
de infância, centro de dia e apoio domiciliário e que decidiu explorar as mais-valias da colaboração de um psicólogo tanto no que respeita à possibilidade de (1) compreensão sistemática das necessidades pessoais e interpessoais dos seus utentes como de (2)
organização e dinamização de experiências significativas de desenvolvimento e de bem-estar psicológico. O poster a ser exposto procurará dar a conhecer as linhas gerais dos principais projetos e atividades de intervenção psicológica que o psicólogo-estagiário
tem vindo a realizar na instituição* que acolhe o estágio em causa.
Balanço Final
IX Congresso Iberoamericano de Psicologia / 2º Congresso da OPP| 9-13 de setembro de 2014
Fazer-se necessário:
Sobre a construção de um perfil de competências para o psicólogo
na valência de apoio a idosos de uma IPSS
Bruno Silva (bruno_bano@hotmail.com) & Inês Nascimento (ines@fpce.up.pt)
Centro Social
da Foz do Douro

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  • 1. Fazer-se necessário Sobre a construção de um perfil de competências para o psicólogo na valência de apoio a idosos de uma IPSFazer-se necessário Sobre a construção de um perfil de competências para o psicólogo na valência de apoio a idosos de uma IPSS * Identificação de necessidades de intervenção psicológica A análise dos relatos da historia de vida em complemento ao olhar atento do psicólogo em contexto de centro de dia (CD) foram fundamentais para o inicio de uma intervenção psicológica individualizada (relação de trabalho). A vivencia diária neste contexto permitiu-me avaliar as dinâmicas entre o grupo de utentes, bem como o nível de envolvimento/participação no grupo nas diferentes atividades propostas. Em valência de apoio domiciliário (AD) estas necessidades foram sendo reconhecidas através de visitas periódicas aos utentes, contando igualmente com a sinalização efetuada pelas técnicas de geriatria quanto a algum caso a considerar, podendo uma possível intervenção ser dirigida ao utente e/ou alargada ao seu cuidador. Esta modalidade de intervenção permitiu tomar contato com utentes portadores de um menor grau de autonomia (física e/ou psicológica), onde o ambiente familiar e os respetivos atores sociais deste contexto são mais facilmente verificados e auscultados, auxiliando na compreensão da realidade subjetiva do utente e das suas necessidades. Por outro lado, permitiu-me tomar conhecimento das particularidades do papel de um cuidador e das suas dificuldades, especialmente na conjugação deste papel com os restantes. Processo de reminiscência “Recordar é Viver” - Método de exploração da história de vida compartimentado por “capítulos”, usado na implementação de um projeto de intervenção em grupo com 20 sessões, que levou os elementos do grupo de trabalho a refletir sobre as suas experiências de vida pessoais ou coletivas, alusivas a contextos de vida específicos, visando a transformação e integração da identidade pessoal. Excelente experiencia, promotora do desenvolvimento de competências de dinamização de um grupo e de exploração de histórias de vida, desta feita em grupo. Por outro lado, para além do domínio das teorias desenvolvimentistas, exigiu o estudo/conhecimento retrospetivo dos grandes acontecimentos da vida social, politica e tecnológica da cidade, da região e do país, no sentido de uma melhor contextualização das memórias dos utentes. Atividades de estimulação Sensorial/Cognitiva - Atividades com periocidade semanal, onde diferentes processos cognitivos (e.g., raciocínio, memória, perceção, atenção e linguagem) são estimulados, atendendo as capacidades individuais, bem como às limitações associadas à idade ou à presença de alguma patologia. Dependente de uma avaliação exaustiva das competências individuais, bem como da acuidade sensorial dos utentes no sentido de formar grupos multinível. Exigiu a familiarização com as mais variadas baterias de exercícios de estimulação/reabilitação cognitiva. Grupo da Floricultura em estufa - Esta atividade é justificada pelo “gosto pela terra” de uma grande maioria dos utentes e ao mesmo tempo pela adequação às limitações (sobretudo físicas) dos mesmos. Outra das componentes motivacionais desta ocupação será a componente económica, no sentido em que é esperado obter uma rentabilidade económica deste investimento humano, (e financeiro) através da venda destes mesmos produtos. Pressupõe ainda uma breve dedicação diária, o que possibilitará aos utentes a manutenção e desenvolvimento de um sentimento de responsabilidade e de utilidade para com as suas competências e conhecimentos, numa área que é do agrado da grande maioria dos idosos. Implicou o estabelecimento de contatos com empresas do setor no sentido de fornecerem alguns materiais, bem como informações que potenciaram o desenvolvimento da culturas em ambiente fechado. Exigiu igualmente a organização periódica de venda das flores produzidas. Formação de grupo de cantares de musica tradicional Portuguesa - Partindo do interesse unânime do grupo de utentes da valência de CD pela música e pelo canto, e ao mesmo tempo identificadas competências musicais, foi formado o Grupo de Cantares do Centro Social da Foz do Douro tendo em vista a realização de atuações e de intercâmbio com outros centros de dia, lares de idosos, associações, festas ou eventos sociais na comunidade, visando igualmente em termos pessoais; a) o desenvolvimento e manutenção de competências musicais, b) como experiência proporcionadora de visibilidade dessas mesmas competências, c) desenvolvimento de novos relacionamentos interpessoais. Para além da mobilização do grupo para ensaios semanais e atuações pontuais, exigiu a pesquisa de temas (letras) conhecidos do grupo, aplicação e desenvolvimento de competências musicais e estabelecimento de contatos entre as instituições locais e parcerias no sentido de garantir a receção e por vezes o transporte do grupo constituído por 16 utentes I Oficinas da Saúde e do Bem-Estar CSF - Conjunto de workshops que visaram promover a instituição através da partilha com a comunidade local de conhecimentos e práticas da instituição, relacionados com a manutenção da saúde e do bem estar. Por outro lado, os temas selecionados procuraram ser emergentes para a população sénior ( e familiares, próximos ou cuidadores) indo ao encontro aos desafios e especificidades da fase/estádio que vivenciam. Partindo de temas considerados adequados à população sénior da comunidade (1: Sentir o meu corpo para cuida-lo, 2: Lazer e Qualidade de Vida, 3: Pessoas portadoras de doença de Alzheimer; Compreender para cuidar), implicou a escolha e o estabelecimento de contatos com os oradores, preparação do espaço, (externo ao CSF) acolhimento dos participantes, estruturação e apresentação de conteúdos ao público. Rusga de S. João - Esta atividade reuniu as valências de CD e Jardim de Infância tendo sido alargada aos respetivos familiares e publicitada pela comunidade convidando os interessados a participar na iniciativa. Para além de ter proporcionado momentos de treino e de convívio entre gerações, (utentes de CD, pais e familiares das crianças, comunidade em geral) visou incutir nos mais novos o respeito pela tradição associada à festa do padroeiro da cidade. Aos mais velhos, visou proporcionar a experiência de reviver esta tradição de grande importância para a comunidade, desta feita representando as “cores” do Centro Social da Foz, assumindo um papel de portadores/transmissores de saberes aos mais novos, realizando-se generativamente. Implicou a auscultação dos mais velhos, no sentido de obter uma descrição o mais fiel possível de uma “rusga” dos seus tempos de juventude. Envolveu igualmente uma ampla coordenação com as educadoras de infância para se proceder aos ensaios da marcha e do canto, e finalmente, a mobilização e inclusão dos participantes externos na rusga que se realizou num Jardim público da cidade. Parcerias com instituições locais de solidariedade social - Sinergias formalizadas entre instituições locais (e.g., Centros de dia, Santa Casa da Misericórdia, Junta de Freguesia) com o intuito de proporcionar aos seus utentes momentos de convívio social, estabelecimento e manutenção de relações interpessoais e partilha de recursos tangíveis. Envolveu o estabelecimento de contatos e visitas a instituições locais no sentido de ser efetuado uma apresentação formal do objetivo da instituição, (Santa Casa Misericórdia do Porto, APPACDM Porto) bem como das contrapartidas que se esperaria obter. A operacionalização das atividades supra referidas em contexto de estágio profissional exigiu e, ao mesmo tempo, contribuiu para o desenvolvimento de uma variedade de competências transversais, especialmente nas dimensões da Adaptabilidade, Resolução de Problemas e Criatividade, Comportamentos e Atitudes Positivas, (existenciais ou éticas) Gestão da Informação e de Sensibilidade Organizacional/Institucional. Por outro lado, o Relacionamento Interpessoal, o Trabalho em Equipa, bem como a delimitação dos campos de atuação dos diferentes profissionais e voluntários que colaboram com a instituição, revelaram-se fundamentais para o reconhecimento (recíproco) e definição do conjunto de competências que integram o perfil do psicólogo, especialmente neste tipo de contextos. Em termos de competências mais especificas, para além destas três dimensões de intervenção, o psicólogo poderia alargar o seu âmbito de atuação ao nível organizacional, nomeadamente na formação pessoal/profissional dos recursos humanos da instituição. A titulo de exemplo, sessões de autoconhecimento em termos identitários, gestão de conflitos, motivação e trabalho em equipa bem como de caracterização de patologias associadas à idade seriam promotoras de uma crescente melhoria da qualidade dos seus serviços. Auscultação e avaliação inicial dos utentes Ancorado num guião de entrevista semiestruturada, propus-me a compreender a realidade subjetiva do sujeito à luz de uma perspetiva psicológica construtivista, ecológica e desenvolvimentista. Para além de uma experiência de levantamento de necessidades, revelou-se uma experiência enriquecedora em termos do desenvolvimento de competências de entrevistador especialmente na exploração do percurso de vida do utente e na compreensão de sentimentos e emoções. Consulta psicológica individual com possível alargamento ao contexto família Em casos que o justificaram, a intervenção psicológica alargou-se aos contextos de vida do utente, através do envolvimento de pessoas significativas. Tal exigiu uma apropriação exaustiva dos princípios orientadores da terapia familiar, bem como aprendizagens sobre técnicas propostas pela escola estrutural/ familiar estratégica, de Salvador Minuchin. I Ciclo de atividades intergeracionais CSF - Composto por sete sessões, envolveu de um modo sistemático e estruturado as crianças da valência do jardim de- infância (JI) e os idosos do centro de dia (CD) do Centro Social da Foz, em atividades cujas gerações, em termos identitários, pudessem principalmente assimilar contributos de carácter psicossocial. Dependente da pesquisa e auscultação de ambas gerações em torno dos seus interesses e conhecimentos, foram agrupados e estruturados os elementos e materiais a explorar nas diferentes sessões. Para além de competências relacionamento interpessoal, exigiu o desenvolvimento da capacidade de mobilizar e envolver ambas gerações em atividades conjuntas num ambiente acolhedor e descontraído e ao mesmo tempo cooperando com as educadoras de infância e respetivas auxiliares na dinamização e monitorização das atividades. Dinâmicas Grupais - Visaram o desenvolvimento pessoal do auto e heteroconhecimento dos utentes contribuindo para o seu controle e desenvolvimento do comportamento social favorecendo igualmente as inter-relações grupais. Implicou a pesquisa e seleção de atividades estruturadas ajustadas às necessidades, interesses e competências do grupo, tendo potenciado o desenvolvimento da capacidade do estagiário de dar e receber feedback durante as atividades . Intervenção psicológica através do visionamento de filmes - Para além de se propor a criar um momento de descontração e de contacto com determinada cultura cinematográfica, serviu especialmente como um estimulo para a discussão e partilha de experiências/opiniões pessoais relacionadas com o conteúdo/tema do filme em questão. No seguimento da auscultação inicial dos utentes em torno dos seus interesses (cinematográficos), através de uma previsualização dos mesmos foram identificados e selecionados os temas a debater no momento de integração da experiência. Excursões/visitas pontuais programadas - Os locais a visitar foram de encontro aos interesses pessoais/grupais dos utentes, enquadrados no projeto de CD 2013/2014 “Memórias”, tendo em vista a exploração e expressão emocional, cultural e/ou religiosa. As visitas realizaram-se segundo uma lógica reflexão-ação (sessão preparatória)e ação-integração (no final da experiência). Para além de exigir um conhecimento exaustivo dos percursos existenciais dos utentes, envolveu a pesquisa e consulta sistemática dos cartazes (ofertas) culturais da cidade/região. Resumo São ainda poucas as instituições sociais ligadas ao apoio/cuidado de idosos que integram na sua equipa um profissional de Psicologia. No seguimento desta constatação, o presente trabalho procurar descrever e por em perspetiva a estruturação e implementação de um conjunto de práticas de intervenção psicológica, (individual, grupal, comunitária) desenvolvidas no contexto de um estágio profissional e de admissão à OPP, numa IPSS que reúne, simultaneamente, as valências de creche, jardim de infância, centro de dia e apoio domiciliário e que decidiu explorar as mais-valias da colaboração de um psicólogo tanto no que respeita à possibilidade de (1) compreensão sistemática das necessidades pessoais e interpessoais dos seus utentes como de (2) organização e dinamização de experiências significativas de desenvolvimento e de bem-estar psicológico. O poster a ser exposto procurará dar a conhecer as linhas gerais dos principais projetos e atividades de intervenção psicológica que o psicólogo-estagiário tem vindo a realizar na instituição* que acolhe o estágio em causa. Balanço Final IX Congresso Iberoamericano de Psicologia / 2º Congresso da OPP| 9-13 de setembro de 2014 Fazer-se necessário: Sobre a construção de um perfil de competências para o psicólogo na valência de apoio a idosos de uma IPSS Bruno Silva (bruno_bano@hotmail.com) & Inês Nascimento (ines@fpce.up.pt) Centro Social da Foz do Douro