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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA
INSTITURO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA
DISCIPLINA: ZOOLOGIA
PROFª ANDRÉA BEZERRA DE CASTRO

                                    POPULAÇÕES, DINÂMICA DE POPULAÇÕES E PRAGAS

         Em geral, população é considerada como um grupo de organismos de uma dada espécie. Este grupo é, via de regra,
isolado em certo grau de indivíduos da mesma espécie por barreiras geográficas ou topográficas, como por exemplo uma ilha,
uma cadeia de montanhas, ou por limite estabelecido pelo pesquisador, que pode estar considerando moscas que atacam frutos
em um certo pomar, lagartas em uma certa lavoura, ratos em um silo, etc.
         O isolamento, pode ser temporário, sendo assim, plantas de fumo infestadas por pulgões parecem ter população
isoladas. Todavia, em determinadas épocas, são produzidos indivíduos alados, que levantam voo, indo colonizar outra planta
ou lavoura.
         Na prática, teremos de trabalhar com um grupo de animais ou plantas que, realmente, constitui apenas uma parte dessa
população ideal e que não é totalmente isolado da população maior de áreas circundantes. Portanto, é conveniente que utilize-
se o termo população em estudo.
         Para um melhor conhecimento da biologia de uma população é imprescindível o conhecimento da biologia da espécie
que a integra, tais como:
     o Tamanho;
     o Forma;
     o Ciclo de vida;
     o Hábitos;
     o Comportamento.

        Além disso, pode se levar em conta aspectos da fisiologia dos organismos nas condições em que se encontram,
proporção sexual, distribuição etária, constituição genética e padrão genético da população em estudo como um todo.

                                              DINÂMICA DE POPULAÇÕES
         A Dinâmica de Populações consiste no estudo das variações no número de indivíduos da população e dos fatores que
influenciam essas variações; investigação das taxas em que se verificam as perdas e reposições de indivíduos e de qualquer
processo regulador que tenda a manter o tamanho da população em equilíbrio, ou que pelo menos evite uma variação
excessiva.
         Os fatores intervenientes sobre as populações, podem ser bióticos ou abióticos, os primeiros são aqueles das relações
entre os seres vivos, tais como: competição por alimento, por abrigo, predação, canibalismo, paratização, entre outras. Já os
abióticos, são aqueles fatores do ambiente, como a temperatura, o umidade relativa do ar, pluviosidade, PH do solo, etc.


Em estudos de Dinâmica populacional de pragas, deve-se levar em conta:

• a identificação da(s) espécie (s)
• determinação do ciclo e número de gerações
• fatores chaves de controle de populações
• organismos úteis ao manejo da praga
• plantas hospedeiras
• distância do voo e forma de disseminação
• Razão sexual (RS), cuja fórmula é;

RS =    n° de machos + n° de fêmeas
        n° de fêmeas
                                                          PRAGA

        Qualquer animal que venha a competir com o homem pelo alimento por ele produzido é considerado praga. Portanto,
os animais são considerados pragas quando sua densidade populacional acarreta perdas econômicas ao homem.

         Portanto, o Nível de Dano Econômico (NDE), consiste na menor densidade populacional de um animal que poderá
causar dano econômico. O animal é considerado praga só a partir desse nível.


As pragas podem ser dos seguintes tipos:

Pragas constantes ou pragas-chave: estão sempre presentes na cultura e causam danos econômicos a cada ano, pois seus
níveis populacionais variam pouco de ano para ano. Exemplo: moscas-das-frutas, moleque-da-bananeira, percevejo da soja,
etc..


                                                                                                                            1
Pragas ocasionais: apresentam normalmente baixo nível populacional, todavia condições ambientais favoráveis podem
propiciar um aumento rápido da população. Exemplo: curuquerê-dos-capinzais, coleobrocas-dos-citros, lagartas-dos-cafezais,
etc..

Pragas secundárias: ocorrem em nível populacional baixo, mas podem tornar-se de importância econômica, em função de
algum desequilíbrio ecológico ou fatores ambientais. Exemplos: vaquinhas, psilideos, bicho-do-cesto, etc..

Vetores: mesmo com baixa densidade são capazes de causar dano econômico, pela transmissão de fïtopatógenos que
acarretam doenças às plantas. Exemplos: cigarrinhas, pulgões, tripés, etc..


Surgimento das Pragas
         Os níveis de abundância das pragas são determinados pelas características da biologia e da ecologia das espécies e do
ambiente onde vivem, tais como exigências alimentares e de condições físicas (temperatura, umidade, fotoperíodo, etc..) e a
extensão com que o ambiente preenche tais necessidades: capacidade de reprodução sob condições ambientais favoráveis,
presença e abundância de inimigos naturais (parasitóides, patógenos e predadores).
         Frequentemente as pragas são criadas pelo homem, espécies que ocorrem em baixas densidades populacionais em
condições naturais podem atingir grandes densidades nas condições criadas pelo homem, que podem favorecer um melhor
surgimento de algum fator até então limitante ao aumento dos números, tal como alimento, praticamente, ilimitado em um
agroecossistema.
         Os agroecossistemas, apresentam características que favorecem o desenvolvimento das pragas, tais como: não se
autoperpetuam, são de duração limitada, se iniciam de forma abrupta, apresentam populações vegetais homogêneas, tanto em
relação a espécie, a cultivar e a idade, e conseqüentemente, sincronismo nos processos fenológicos, como crescimento,
floração, frutificação, etc..
         Ao contrário, os ecossistemas, em geral, apresentam continuidade no tempo e no espaço, apresentam uma grande
diversidade de espécies vegetais, com várias idades, havendo raro sincronismo dos processos fenológicos, e levaram dezenas
de milhares de anos para se formar.
         A extrema simplificação do sistema torna-o inadequado aos inimigos naturais da praga, e o uso indiscriminado e
inadequado de defensivos, que objetiva combater a praga, em geral, mata também a maior parte de seus inimigos naturais.
         Na ausência de intervenção humana os ecossistemas tendem a adquirir maior maturidade, isto é, a evoluir para a
estabilidade e a complexidade.
         A ação humana, cria regiões cultivadas relativamente simples quanto a diversidade, realiza agrobiocenoses com uma
maturidade pouco elevada, nas quais as flutuações da população são frequentemente intensas.
         Além disso, o homem seleciona os mais aptos, haja vista, que as pragas, em geral, são espécies oportunistas ou
colonizadoras, apresentando as seguintes características: pequeno porte, alta mobilidade, tendência a imigração,
amadurecimento sexual rápido, início precoce da reprodução, produção de uma grande prole por indivíduo, e gerações curtas.
Enfim, são animais adaptados a habitais instáveis como os agroecossistemas e considerados r-estrategistas.
         Os animais adaptados a habitais estáveis apresentam, via de regra, as seguintes características: baixa tendência a
imigração, amadurecimento sexual mais lento, início mais tardio da reprodução, produção de pequena prole por indivíduo, e
gerações mais longas, são considerados animais K-estrategistas.
         Os animais r-estrategistas procuram tirar o máximo proveito das condições do habitat e investir energia na quantidade
da prole, pois tais condições favoráveis a reprodução e a sobrevivência são curtas.
         As pragas do tipo K são características de agroecossistemas em que as condições adequadas são mais duradouras.
         Os inimigos naturais tendem a apresentar pouca repercussão sobre os níveis populacionais de pragas do tipo r, sendo
assim, programas de controle biológico possivelmente, terão pouco sucesso. Para estas pragas que possuem um crescimento
populacional explosivo, o melhor é a utilização de métodos culturais, variedades resistentes e o uso racional de agroquímicos.
Já, as pragas do tipo K, podem ser controladas com controle biológico, uso de machos estéreis, controle bioquímico com
feromônios entre outros.

Tipos de Danos

As pragas podem causar danos das seguintes formas:
• Ao mastigar folhas, gemas, talos ou frutos das plantas. Os danos causados consistem em arrancar as partes externas de uma
planta.
• Ao sugar a seiva das folhas, gemas, talos e frutos. Consiste em perfurar a epiderme e sugar a seiva das células do interior.
• Ao bloquear o caule, talo, ramos, frutos e sementes, ou viver entre as folhas se alimentando do mesofílo (minadores).
• Ao provocar crescimentos cancerosos sobre as plantas que vivem ou se alimentam (animais galhadores).
• Ao atacar as raízes e talos subterrâneos.
• Ao depositar seus ovos em alguma parte das plantas (postura endofïtica).
• Ao tomar parte da planta para construção de ninhos ou refúgios
• Ao transportar e estabelecer outros animais nas plantas
• Ao disseminar patógenos (bactérias, protozoários, vírus ou fungos) infectando os tecidos das plantas.
• Provocando fecundação cruzada de certas cepas, que causam enfermidades as plantas.


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Métodos de Controle

Os métodos de controle de pragas são classificados em:
a) Controle legislativo
Consiste em medidas de caráter legal com a finalidade de impedir a introdução de novas pragas no país, evitar ou retardar a
disseminação nas diferentes regiões, tomar obrigatório o combate de certas espécies e fiscalizar a comercialização de
defensivos.

b) Controle mecânico
Consiste na coleta e destruição dos animais em suas diversas fases do desenvolvimento. Inclui a catação, esmagamento,
enterrio de partes vegetais atacadas, uso de barreiras e também de armadilhas, como os frascos caça-moscas por exemplo.

c) Controle cultural
Refere-se ao uso de tratos culturais, quando realizados no momento oportuno. Pode incluir rotação de culturas, cultura
armadilha ou plantas-isca, aração, adubação, catação de partes vegetais infestadas, capinas, destruição de restos de culturas,
época de plantio e de colheita, gradagem, irrigação, poda, rotação de cultura entre outros.

d) Controle físico
Caracteriza-se no uso de processos físicos na diminuição dos níveis populacionais de uma certa praga. Inclui a inundação,
drenagem, radiações, variações de temperatura, entre outras.

e) Controle biológico
Consiste no controle de populações de pragas por ação direta de outros seres vivos, denominados inimigos naturais. Os
inimigos naturais podem ser patógenos, parasitóides ou predadores.

         Os patógenos são representados por vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides.
         Temos como exemplo o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) pelo vírus Baculovirus anticarsia;
         O uso de Bacillus thuringiensis (bactéria), que inclusive já dispõe de formulações comerciais, para o controle de
diversas pragas;
         A utilização de fungos como Metharizium anisopliae no controle de cigarrinhas das pastagens;
         Nomuraea rileyi no controle da lagarta da soja;
         Bauveria bassiana no controle de vários insetos, como o moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus);
         A utilização de Nosema locustae (protozoário) no controle de gafanhotos;
         O uso do nematóide Deladenus siricidicola no controle da vespa da madeira (Sirex noctilio), entre outros.
         Como principais predadores temos: ácaros pertencentes a Phytoseidae; aranhas como Euophrys sutrix predadora de
moscas-das-frutas; louva a deus, percevejos; crisopídeos; joaninhas; besouros; moscas; vespas e aves.
         Os parasitóides mais conhecidos são as moscas pertencentes a Tachinidae e microimenópteros pertencentes a
Eulophidae, Figitidae, Pteromalidaé, Braconidae, Ichneumonidae e Trichogrammatidae entre outros.
         O controle biológico pode ser de dois tipos:
Natural => sem a interferência humana
Aplicado => com a interferência humana

A interferência humana pode ser de três tipos:

Clássica, através da importação de agentes de controle biológico de um país para outro ou de uma região para outra. Temos
como exemplo a importação da joaninha australiana Rodolia cardinalis para os Estados Unidos para o controle da cochonilha
Peryceria purchasi em 1888.

Incrementação, através da manipulação dos inimigos naturais para torná-los mais eficientes e em maior número. Como
exemplo temos a criação massal de parasitóides Trissolcus basalides pelo Centro de Pesquisa da Soja (CNPSo) da EMBRAPA
para o controle do percevejo da soja (Nezara viridula) ou de Trichogramma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (ESALQ) da USP para o controle da broca da cana (Diatraea sacharalïs).

Conservação, através da preservação dos inimigos naturais de um agroecossistema, através de manipulação do ambiente e
utilização de produtos seletivos. Entende-se como manipulação do ambiente: a escolha de cultivares que possam oferecer
habitat ideal para algum inimigo natural, como tratos culturais adequados e cultivo minimo.

         A população de uma praga pode ser reduzida a níveis em que ela não representa uma preocupação, nem é capaz de
causar prejuízo. A erradicação completa de uma praga é raramente conseguida, ficando restrita a locais onde há uma barreira
geográfica a uma determinada praga, como por exemplo, uma ilha, uma região cercada por uma cordilheira de montanhas ou
até mesmo diferenças climáticas. Além disso, um inimigo natural que eliminasse completamente a sua presa, ficaria sem
alimento ou hospedeiro e, conseqüentemente, se extinguiria.


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Controle químico

         É realizado através do uso de defensivos agrícolas ou produtos fitossanitários, tais como inseticidas, acaricidas,
moluscicidas, nematicidas e raticidas. A otimização da relação custo-benefício será um dos subsídios para melhor decisão de
aplicar ou não o controle químico.
         Além dos minerais e orgânicos é usual a utilização dos fumigantes, tendo como principais exemplos o brometo de
metila, a fosfina e o sulfeto de carbono.
         Os fosforados, clorosforados e carbamatos, podem ser divididos em sistêmicos e não sistêmicos, no primeiro caso o
ingrediente ativo circula com a seiva, matando especialmente os insetos sugadores, mediante efeito de ingestão. Os não
sistémicos atuam por ingestão ou por contato.
         Os produtos fítossanitários, de maior utilização no controle de animais, principalmente insetos, estão incluídos no
grupo dos organo-sintéticos.
         Os      acaricidas     classificam-se  em:     Acaricidas     Específicos/Clorados/Sulfurados/Não     clorados/Não
sulfurados/Sulfurados/Não sulfurados


          Entre os produtos existentes no comércio, os melhores são os raticidas anticoagulantes, que agem junto ao sistema de
coagulação do sangue dos ratos, causando hemorragias, e conseqüentemente a morte desses animais 5 a 7 dias após ingestão
suficiente do produto. Os raticidas agudos tem o seu uso restringido pelo Ministério da Saúde, por Portaria Federal n °
01/DISAD de 27/09/82, dada baixa eficiência e pouca segurança, todavia alguns tem seu uso liberado, como por exemplo, a
norbomida e a sila vermelha no Estado do Rio de Janeiro.
          Até hoje, poucos foram o moluscidas encontrados no mercado, sendo eles: o arseniato de chumbo, clonitralide, isolan
e metaldeído. Atualmente, o único produto utilizado é o metaldeído.
          Ainda existem poucos nematicidas no comércio, os mais utilizados são os seguintes: brometo de metila; carbofuran,
carbosulfan; dazomet; ethoprofos; fenamifos, isazofos e terbufos.
          Os defensivos podem ser encontrados nas seguintes formulações:
Inertes: são substâncias neutras que servem para diluir o inseticida puro, para que possa ser empregado na forma de pó.
          Ex: amianto, apatita, areia, argila calcinada, etc..

Pó Seco ou Pó (P): utilizado para polvilhamento em plantas ou animais ou solos ou ainda em sementes.
Pó molhável (PM): o produto recebe uma substância de elevado grau de absorção viabilizando sua mistura com a água e
formando suspensões dotadas de grande estabilidade.
Pó solúvel (PS): ingrediente ativo sólido, solúvel em água sob a forma moída ou de pequenos cristais tendo que ser dissolvido
em água para ser utilizada no campo.
Granulados (G): produtos formulados sob a forma de pequenos grânulos. É comumente utilizado no controle de pragas de solo,
formigas cortadeiras e insetos sugadores da parte aérea.
Concentrados emulsionáveis (CE): produtos dissolvidos em determinados solventes como a água, adicionados em substâncias
emulsificantes.
Soluções concentradas (SC): podem ser diluídas em água ou óleo; ou utilizadas em ultra baixo volume, onde não é realizada
diluição.
Aerossóis: o produto é embalado em recipientes adaptados para resistir à pressões. Com o ingrediente ativo são misturados
solventes com alta volatilidade, que ao entrar em contato com o meio ambiente, evaporam-se deixando o produto em
suspensão no ar, sob a forma de finíssimas partículas.
Gasosos: são produtos que ao contato com o ar tornam-se gases apresentando ação fumigante.
Pasta: produtos cujo ingrediente ativo é formulado sob a forma pastosa, para ser utilizado sem diluição.
Microencapsuladas: formulação onde as partículas do produto são envolvidos por uma parede delgada e porosa composta por
polímeros.
Espalhantes adesivos: Consiste ern uma substância coadjuvante que possibilita ao produto uma maior adesão ao substrato.

       Deve-se sempre utilizar defensivos seletivos, isto é, produtos que matam os indivíduos pragas e preservam os outros
componentes da fauna, incluindo os inimigos naturais das pragas. Existe basicamente dois tipos de seletividade:

a) A seletividade ecológica: é baseada nas diferenças ecológicas (habitat e hábitos alimentares) entre as pragas e inimigos
naturais, possibilitando que o produto entre em contato com a praga e não com os inimigos naturais. Para que isso ocorra, é
fundamental que se conheça aspectos bioecológicos da praga e de seus inimigos naturais. Pode-se, ainda, conferir seletividade
ecológica em função de uma tática de aplicação do produto químico. Um exemplo, é a utilização de granulados sistêmicos.

b) Seletividade fisiológica: esta baseada nas diferenças fisiológicas entre as pragas e seus inimigos naturais, onde as pragas
são mortas a uma concentração do produto que não afeta os indivíduos benéficos. Os processos envolvidos são os de
penetração do produto, de metabolismo e de sensibilidade.
         Além disso, deve-se tomar os seguintes cuidados:
• o defensivo deve ser registrado nos Ministérios dá Saúde e da Agricultura para cultura e praga.

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• a eficácia deve ser de 80 a 90% para que não ocorra o desenvolvimento de resistência
• o produto deve ser seletivo para evitar a ressurgência da praga
• o período de carência deve ser compatível com a colheita, evitando riscos de resíduos ao consumidor
• o preço do produto deve ser compatível com o valor da produção

        O controle químico inclui também a utilização de substâncias que alteram o comportamento dos insetos, visando a
redução dos níveis populacionais da praga, o que muitos autores consideram de controle por comportamento.

       No controle químico por comportamento utiliza-se hormônios dos insetos, que podem ser de três tipos: endócrinos,
neuro-hormônios e feromônios.

         Endócrinos: são produzidos por glândulas sem ducto excretor e liberados na hemolinfa para provocar uma reação
específica em outra parte do corpo do inseto que o produziu. São utilizados na produção dos inseticidas juvenóides citados
anteriormente.

       Os neuro-hormônios são secretados e liberados por células do tecido nervoso, causam por integração, por ação
hormonal e não nervosa, como, por exemplo, a acetilcolina.

         Os feromônios são produzidos por glândulas exócrinas, ou seja glândulas que apresentam ducto excretor e liberam
suas secreções para o exterior do inseto, agindo como coordenadores entre indivíduos da mesma espécie, e não no organismo
que o liberou. Os feromônios são substâncias, que quando secretadas por um animal e liberadas ao meio ambiente, provocam
uma reação específica em um indivíduo receptor da mesma espécie.

         Os tipos mais importantes de feromônios são:
- de alarme: utilizados por alguns animais em fuga; agressão ou inibição de agregação;
- de dispersão: tem a função de manutenção de território e anti-agregação, é bem conhecido em moscas-das-frutas;
- de agregação: utilizados na marcação de trilhas; manutenção da sociedade; colonização de habitais e agregação antes do
acasalamento;
- sexuais: usados para atração do sexo oposto para cópula;

        No Brasil, tem se restringido a utilização de feromônios sexuais, através de armadilhas com substâncias adesivas. Os
feromônios podem ser utilizados com duas finalidades:


1) Monitoramento da praga:
Esta técnica é realizada geralmente em armadilhas contendo feromônios já sintetizados, podendo servir para verificar os níveis
populacionais de uma determinada praga, no acompanhamento de pragas recentemente introduzidas em uma determinada área
ou região, e nos estudos de comportamento e ecologia dos insetos. Já vem sendo, utilizada para a broca dos ponteiros do
pessegueiro, Grapholita molesta e para o bicho-do-fumo, Lasioderma serricorne erri fumo armazenado.


2) Controle de pragas
        O controle de pragas utilizando feromônios pode ser realizado de suas formas:

- Aniquilação de machos: consiste na captura em grande quantidade de machos de uma determinada espécie de praga,
restringindo por consequência o acasalamento e mantendo a população ern níveis aceitáveis.

- confusão de machos: visa o rompimento da comunicação química entre machos e fêmeas da mesma espécie através da
impregnação de feromônios na área de ocorrência da praga, reduzindo as probabilidades de encontros e/ou agregação dos
sexos, e por conseqüênciao acasalamento; já vem sendo utilizado para algumas pragas do algodoeiro.




                                                                                                                            5

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA INSTITURO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA DISCIPLINA: ZOOLOGIA PROFª ANDRÉA BEZERRA DE CASTRO POPULAÇÕES, DINÂMICA DE POPULAÇÕES E PRAGAS Em geral, população é considerada como um grupo de organismos de uma dada espécie. Este grupo é, via de regra, isolado em certo grau de indivíduos da mesma espécie por barreiras geográficas ou topográficas, como por exemplo uma ilha, uma cadeia de montanhas, ou por limite estabelecido pelo pesquisador, que pode estar considerando moscas que atacam frutos em um certo pomar, lagartas em uma certa lavoura, ratos em um silo, etc. O isolamento, pode ser temporário, sendo assim, plantas de fumo infestadas por pulgões parecem ter população isoladas. Todavia, em determinadas épocas, são produzidos indivíduos alados, que levantam voo, indo colonizar outra planta ou lavoura. Na prática, teremos de trabalhar com um grupo de animais ou plantas que, realmente, constitui apenas uma parte dessa população ideal e que não é totalmente isolado da população maior de áreas circundantes. Portanto, é conveniente que utilize- se o termo população em estudo. Para um melhor conhecimento da biologia de uma população é imprescindível o conhecimento da biologia da espécie que a integra, tais como: o Tamanho; o Forma; o Ciclo de vida; o Hábitos; o Comportamento. Além disso, pode se levar em conta aspectos da fisiologia dos organismos nas condições em que se encontram, proporção sexual, distribuição etária, constituição genética e padrão genético da população em estudo como um todo. DINÂMICA DE POPULAÇÕES A Dinâmica de Populações consiste no estudo das variações no número de indivíduos da população e dos fatores que influenciam essas variações; investigação das taxas em que se verificam as perdas e reposições de indivíduos e de qualquer processo regulador que tenda a manter o tamanho da população em equilíbrio, ou que pelo menos evite uma variação excessiva. Os fatores intervenientes sobre as populações, podem ser bióticos ou abióticos, os primeiros são aqueles das relações entre os seres vivos, tais como: competição por alimento, por abrigo, predação, canibalismo, paratização, entre outras. Já os abióticos, são aqueles fatores do ambiente, como a temperatura, o umidade relativa do ar, pluviosidade, PH do solo, etc. Em estudos de Dinâmica populacional de pragas, deve-se levar em conta: • a identificação da(s) espécie (s) • determinação do ciclo e número de gerações • fatores chaves de controle de populações • organismos úteis ao manejo da praga • plantas hospedeiras • distância do voo e forma de disseminação • Razão sexual (RS), cuja fórmula é; RS = n° de machos + n° de fêmeas n° de fêmeas PRAGA Qualquer animal que venha a competir com o homem pelo alimento por ele produzido é considerado praga. Portanto, os animais são considerados pragas quando sua densidade populacional acarreta perdas econômicas ao homem. Portanto, o Nível de Dano Econômico (NDE), consiste na menor densidade populacional de um animal que poderá causar dano econômico. O animal é considerado praga só a partir desse nível. As pragas podem ser dos seguintes tipos: Pragas constantes ou pragas-chave: estão sempre presentes na cultura e causam danos econômicos a cada ano, pois seus níveis populacionais variam pouco de ano para ano. Exemplo: moscas-das-frutas, moleque-da-bananeira, percevejo da soja, etc.. 1
  • 2. Pragas ocasionais: apresentam normalmente baixo nível populacional, todavia condições ambientais favoráveis podem propiciar um aumento rápido da população. Exemplo: curuquerê-dos-capinzais, coleobrocas-dos-citros, lagartas-dos-cafezais, etc.. Pragas secundárias: ocorrem em nível populacional baixo, mas podem tornar-se de importância econômica, em função de algum desequilíbrio ecológico ou fatores ambientais. Exemplos: vaquinhas, psilideos, bicho-do-cesto, etc.. Vetores: mesmo com baixa densidade são capazes de causar dano econômico, pela transmissão de fïtopatógenos que acarretam doenças às plantas. Exemplos: cigarrinhas, pulgões, tripés, etc.. Surgimento das Pragas Os níveis de abundância das pragas são determinados pelas características da biologia e da ecologia das espécies e do ambiente onde vivem, tais como exigências alimentares e de condições físicas (temperatura, umidade, fotoperíodo, etc..) e a extensão com que o ambiente preenche tais necessidades: capacidade de reprodução sob condições ambientais favoráveis, presença e abundância de inimigos naturais (parasitóides, patógenos e predadores). Frequentemente as pragas são criadas pelo homem, espécies que ocorrem em baixas densidades populacionais em condições naturais podem atingir grandes densidades nas condições criadas pelo homem, que podem favorecer um melhor surgimento de algum fator até então limitante ao aumento dos números, tal como alimento, praticamente, ilimitado em um agroecossistema. Os agroecossistemas, apresentam características que favorecem o desenvolvimento das pragas, tais como: não se autoperpetuam, são de duração limitada, se iniciam de forma abrupta, apresentam populações vegetais homogêneas, tanto em relação a espécie, a cultivar e a idade, e conseqüentemente, sincronismo nos processos fenológicos, como crescimento, floração, frutificação, etc.. Ao contrário, os ecossistemas, em geral, apresentam continuidade no tempo e no espaço, apresentam uma grande diversidade de espécies vegetais, com várias idades, havendo raro sincronismo dos processos fenológicos, e levaram dezenas de milhares de anos para se formar. A extrema simplificação do sistema torna-o inadequado aos inimigos naturais da praga, e o uso indiscriminado e inadequado de defensivos, que objetiva combater a praga, em geral, mata também a maior parte de seus inimigos naturais. Na ausência de intervenção humana os ecossistemas tendem a adquirir maior maturidade, isto é, a evoluir para a estabilidade e a complexidade. A ação humana, cria regiões cultivadas relativamente simples quanto a diversidade, realiza agrobiocenoses com uma maturidade pouco elevada, nas quais as flutuações da população são frequentemente intensas. Além disso, o homem seleciona os mais aptos, haja vista, que as pragas, em geral, são espécies oportunistas ou colonizadoras, apresentando as seguintes características: pequeno porte, alta mobilidade, tendência a imigração, amadurecimento sexual rápido, início precoce da reprodução, produção de uma grande prole por indivíduo, e gerações curtas. Enfim, são animais adaptados a habitais instáveis como os agroecossistemas e considerados r-estrategistas. Os animais adaptados a habitais estáveis apresentam, via de regra, as seguintes características: baixa tendência a imigração, amadurecimento sexual mais lento, início mais tardio da reprodução, produção de pequena prole por indivíduo, e gerações mais longas, são considerados animais K-estrategistas. Os animais r-estrategistas procuram tirar o máximo proveito das condições do habitat e investir energia na quantidade da prole, pois tais condições favoráveis a reprodução e a sobrevivência são curtas. As pragas do tipo K são características de agroecossistemas em que as condições adequadas são mais duradouras. Os inimigos naturais tendem a apresentar pouca repercussão sobre os níveis populacionais de pragas do tipo r, sendo assim, programas de controle biológico possivelmente, terão pouco sucesso. Para estas pragas que possuem um crescimento populacional explosivo, o melhor é a utilização de métodos culturais, variedades resistentes e o uso racional de agroquímicos. Já, as pragas do tipo K, podem ser controladas com controle biológico, uso de machos estéreis, controle bioquímico com feromônios entre outros. Tipos de Danos As pragas podem causar danos das seguintes formas: • Ao mastigar folhas, gemas, talos ou frutos das plantas. Os danos causados consistem em arrancar as partes externas de uma planta. • Ao sugar a seiva das folhas, gemas, talos e frutos. Consiste em perfurar a epiderme e sugar a seiva das células do interior. • Ao bloquear o caule, talo, ramos, frutos e sementes, ou viver entre as folhas se alimentando do mesofílo (minadores). • Ao provocar crescimentos cancerosos sobre as plantas que vivem ou se alimentam (animais galhadores). • Ao atacar as raízes e talos subterrâneos. • Ao depositar seus ovos em alguma parte das plantas (postura endofïtica). • Ao tomar parte da planta para construção de ninhos ou refúgios • Ao transportar e estabelecer outros animais nas plantas • Ao disseminar patógenos (bactérias, protozoários, vírus ou fungos) infectando os tecidos das plantas. • Provocando fecundação cruzada de certas cepas, que causam enfermidades as plantas. 2
  • 3. Métodos de Controle Os métodos de controle de pragas são classificados em: a) Controle legislativo Consiste em medidas de caráter legal com a finalidade de impedir a introdução de novas pragas no país, evitar ou retardar a disseminação nas diferentes regiões, tomar obrigatório o combate de certas espécies e fiscalizar a comercialização de defensivos. b) Controle mecânico Consiste na coleta e destruição dos animais em suas diversas fases do desenvolvimento. Inclui a catação, esmagamento, enterrio de partes vegetais atacadas, uso de barreiras e também de armadilhas, como os frascos caça-moscas por exemplo. c) Controle cultural Refere-se ao uso de tratos culturais, quando realizados no momento oportuno. Pode incluir rotação de culturas, cultura armadilha ou plantas-isca, aração, adubação, catação de partes vegetais infestadas, capinas, destruição de restos de culturas, época de plantio e de colheita, gradagem, irrigação, poda, rotação de cultura entre outros. d) Controle físico Caracteriza-se no uso de processos físicos na diminuição dos níveis populacionais de uma certa praga. Inclui a inundação, drenagem, radiações, variações de temperatura, entre outras. e) Controle biológico Consiste no controle de populações de pragas por ação direta de outros seres vivos, denominados inimigos naturais. Os inimigos naturais podem ser patógenos, parasitóides ou predadores. Os patógenos são representados por vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides. Temos como exemplo o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) pelo vírus Baculovirus anticarsia; O uso de Bacillus thuringiensis (bactéria), que inclusive já dispõe de formulações comerciais, para o controle de diversas pragas; A utilização de fungos como Metharizium anisopliae no controle de cigarrinhas das pastagens; Nomuraea rileyi no controle da lagarta da soja; Bauveria bassiana no controle de vários insetos, como o moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus); A utilização de Nosema locustae (protozoário) no controle de gafanhotos; O uso do nematóide Deladenus siricidicola no controle da vespa da madeira (Sirex noctilio), entre outros. Como principais predadores temos: ácaros pertencentes a Phytoseidae; aranhas como Euophrys sutrix predadora de moscas-das-frutas; louva a deus, percevejos; crisopídeos; joaninhas; besouros; moscas; vespas e aves. Os parasitóides mais conhecidos são as moscas pertencentes a Tachinidae e microimenópteros pertencentes a Eulophidae, Figitidae, Pteromalidaé, Braconidae, Ichneumonidae e Trichogrammatidae entre outros. O controle biológico pode ser de dois tipos: Natural => sem a interferência humana Aplicado => com a interferência humana A interferência humana pode ser de três tipos: Clássica, através da importação de agentes de controle biológico de um país para outro ou de uma região para outra. Temos como exemplo a importação da joaninha australiana Rodolia cardinalis para os Estados Unidos para o controle da cochonilha Peryceria purchasi em 1888. Incrementação, através da manipulação dos inimigos naturais para torná-los mais eficientes e em maior número. Como exemplo temos a criação massal de parasitóides Trissolcus basalides pelo Centro de Pesquisa da Soja (CNPSo) da EMBRAPA para o controle do percevejo da soja (Nezara viridula) ou de Trichogramma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da USP para o controle da broca da cana (Diatraea sacharalïs). Conservação, através da preservação dos inimigos naturais de um agroecossistema, através de manipulação do ambiente e utilização de produtos seletivos. Entende-se como manipulação do ambiente: a escolha de cultivares que possam oferecer habitat ideal para algum inimigo natural, como tratos culturais adequados e cultivo minimo. A população de uma praga pode ser reduzida a níveis em que ela não representa uma preocupação, nem é capaz de causar prejuízo. A erradicação completa de uma praga é raramente conseguida, ficando restrita a locais onde há uma barreira geográfica a uma determinada praga, como por exemplo, uma ilha, uma região cercada por uma cordilheira de montanhas ou até mesmo diferenças climáticas. Além disso, um inimigo natural que eliminasse completamente a sua presa, ficaria sem alimento ou hospedeiro e, conseqüentemente, se extinguiria. 3
  • 4. Controle químico É realizado através do uso de defensivos agrícolas ou produtos fitossanitários, tais como inseticidas, acaricidas, moluscicidas, nematicidas e raticidas. A otimização da relação custo-benefício será um dos subsídios para melhor decisão de aplicar ou não o controle químico. Além dos minerais e orgânicos é usual a utilização dos fumigantes, tendo como principais exemplos o brometo de metila, a fosfina e o sulfeto de carbono. Os fosforados, clorosforados e carbamatos, podem ser divididos em sistêmicos e não sistêmicos, no primeiro caso o ingrediente ativo circula com a seiva, matando especialmente os insetos sugadores, mediante efeito de ingestão. Os não sistémicos atuam por ingestão ou por contato. Os produtos fítossanitários, de maior utilização no controle de animais, principalmente insetos, estão incluídos no grupo dos organo-sintéticos. Os acaricidas classificam-se em: Acaricidas Específicos/Clorados/Sulfurados/Não clorados/Não sulfurados/Sulfurados/Não sulfurados Entre os produtos existentes no comércio, os melhores são os raticidas anticoagulantes, que agem junto ao sistema de coagulação do sangue dos ratos, causando hemorragias, e conseqüentemente a morte desses animais 5 a 7 dias após ingestão suficiente do produto. Os raticidas agudos tem o seu uso restringido pelo Ministério da Saúde, por Portaria Federal n ° 01/DISAD de 27/09/82, dada baixa eficiência e pouca segurança, todavia alguns tem seu uso liberado, como por exemplo, a norbomida e a sila vermelha no Estado do Rio de Janeiro. Até hoje, poucos foram o moluscidas encontrados no mercado, sendo eles: o arseniato de chumbo, clonitralide, isolan e metaldeído. Atualmente, o único produto utilizado é o metaldeído. Ainda existem poucos nematicidas no comércio, os mais utilizados são os seguintes: brometo de metila; carbofuran, carbosulfan; dazomet; ethoprofos; fenamifos, isazofos e terbufos. Os defensivos podem ser encontrados nas seguintes formulações: Inertes: são substâncias neutras que servem para diluir o inseticida puro, para que possa ser empregado na forma de pó. Ex: amianto, apatita, areia, argila calcinada, etc.. Pó Seco ou Pó (P): utilizado para polvilhamento em plantas ou animais ou solos ou ainda em sementes. Pó molhável (PM): o produto recebe uma substância de elevado grau de absorção viabilizando sua mistura com a água e formando suspensões dotadas de grande estabilidade. Pó solúvel (PS): ingrediente ativo sólido, solúvel em água sob a forma moída ou de pequenos cristais tendo que ser dissolvido em água para ser utilizada no campo. Granulados (G): produtos formulados sob a forma de pequenos grânulos. É comumente utilizado no controle de pragas de solo, formigas cortadeiras e insetos sugadores da parte aérea. Concentrados emulsionáveis (CE): produtos dissolvidos em determinados solventes como a água, adicionados em substâncias emulsificantes. Soluções concentradas (SC): podem ser diluídas em água ou óleo; ou utilizadas em ultra baixo volume, onde não é realizada diluição. Aerossóis: o produto é embalado em recipientes adaptados para resistir à pressões. Com o ingrediente ativo são misturados solventes com alta volatilidade, que ao entrar em contato com o meio ambiente, evaporam-se deixando o produto em suspensão no ar, sob a forma de finíssimas partículas. Gasosos: são produtos que ao contato com o ar tornam-se gases apresentando ação fumigante. Pasta: produtos cujo ingrediente ativo é formulado sob a forma pastosa, para ser utilizado sem diluição. Microencapsuladas: formulação onde as partículas do produto são envolvidos por uma parede delgada e porosa composta por polímeros. Espalhantes adesivos: Consiste ern uma substância coadjuvante que possibilita ao produto uma maior adesão ao substrato. Deve-se sempre utilizar defensivos seletivos, isto é, produtos que matam os indivíduos pragas e preservam os outros componentes da fauna, incluindo os inimigos naturais das pragas. Existe basicamente dois tipos de seletividade: a) A seletividade ecológica: é baseada nas diferenças ecológicas (habitat e hábitos alimentares) entre as pragas e inimigos naturais, possibilitando que o produto entre em contato com a praga e não com os inimigos naturais. Para que isso ocorra, é fundamental que se conheça aspectos bioecológicos da praga e de seus inimigos naturais. Pode-se, ainda, conferir seletividade ecológica em função de uma tática de aplicação do produto químico. Um exemplo, é a utilização de granulados sistêmicos. b) Seletividade fisiológica: esta baseada nas diferenças fisiológicas entre as pragas e seus inimigos naturais, onde as pragas são mortas a uma concentração do produto que não afeta os indivíduos benéficos. Os processos envolvidos são os de penetração do produto, de metabolismo e de sensibilidade. Além disso, deve-se tomar os seguintes cuidados: • o defensivo deve ser registrado nos Ministérios dá Saúde e da Agricultura para cultura e praga. 4
  • 5. • a eficácia deve ser de 80 a 90% para que não ocorra o desenvolvimento de resistência • o produto deve ser seletivo para evitar a ressurgência da praga • o período de carência deve ser compatível com a colheita, evitando riscos de resíduos ao consumidor • o preço do produto deve ser compatível com o valor da produção O controle químico inclui também a utilização de substâncias que alteram o comportamento dos insetos, visando a redução dos níveis populacionais da praga, o que muitos autores consideram de controle por comportamento. No controle químico por comportamento utiliza-se hormônios dos insetos, que podem ser de três tipos: endócrinos, neuro-hormônios e feromônios. Endócrinos: são produzidos por glândulas sem ducto excretor e liberados na hemolinfa para provocar uma reação específica em outra parte do corpo do inseto que o produziu. São utilizados na produção dos inseticidas juvenóides citados anteriormente. Os neuro-hormônios são secretados e liberados por células do tecido nervoso, causam por integração, por ação hormonal e não nervosa, como, por exemplo, a acetilcolina. Os feromônios são produzidos por glândulas exócrinas, ou seja glândulas que apresentam ducto excretor e liberam suas secreções para o exterior do inseto, agindo como coordenadores entre indivíduos da mesma espécie, e não no organismo que o liberou. Os feromônios são substâncias, que quando secretadas por um animal e liberadas ao meio ambiente, provocam uma reação específica em um indivíduo receptor da mesma espécie. Os tipos mais importantes de feromônios são: - de alarme: utilizados por alguns animais em fuga; agressão ou inibição de agregação; - de dispersão: tem a função de manutenção de território e anti-agregação, é bem conhecido em moscas-das-frutas; - de agregação: utilizados na marcação de trilhas; manutenção da sociedade; colonização de habitais e agregação antes do acasalamento; - sexuais: usados para atração do sexo oposto para cópula; No Brasil, tem se restringido a utilização de feromônios sexuais, através de armadilhas com substâncias adesivas. Os feromônios podem ser utilizados com duas finalidades: 1) Monitoramento da praga: Esta técnica é realizada geralmente em armadilhas contendo feromônios já sintetizados, podendo servir para verificar os níveis populacionais de uma determinada praga, no acompanhamento de pragas recentemente introduzidas em uma determinada área ou região, e nos estudos de comportamento e ecologia dos insetos. Já vem sendo, utilizada para a broca dos ponteiros do pessegueiro, Grapholita molesta e para o bicho-do-fumo, Lasioderma serricorne erri fumo armazenado. 2) Controle de pragas O controle de pragas utilizando feromônios pode ser realizado de suas formas: - Aniquilação de machos: consiste na captura em grande quantidade de machos de uma determinada espécie de praga, restringindo por consequência o acasalamento e mantendo a população ern níveis aceitáveis. - confusão de machos: visa o rompimento da comunicação química entre machos e fêmeas da mesma espécie através da impregnação de feromônios na área de ocorrência da praga, reduzindo as probabilidades de encontros e/ou agregação dos sexos, e por conseqüênciao acasalamento; já vem sendo utilizado para algumas pragas do algodoeiro. 5