O documento descreve os passos para projetar um sistema de irrigação por aspersão em malha, incluindo o cálculo da lâmina líquida necessária, a seleção do aspersor, e o dimensionamento das linhas laterais, principais, de recalque e sucção. Fornece também um exemplo numérico ilustrando como aplicar os procedimentos.
Passo a Passo_Projeto_Irrigação por Aspersão em MALHA.pdf
1. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
Prof. Dr. Robson Prucoli Posse
1
IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO EM MALHA
Considerações sobre o sistema de irrigação por Aspersão em malha.
Na elaboração de um projeto de irrigação é necessário observar critérios
técnicos agronômicos e de engenharia de irrigação como:
• Condições do clima;
• Cultura (necessidade hídrica, profundidade sistema radicular,
evapotranspiração);
• Água disponível (quantidade, qualidade)
• Solo (VIB, CC, PM, densidade do solo)
• Topografia da área;
• Equipamento de irrigação escolhido;
• Disponibilidade de energia (elétrica, diesel);
• Custos (viabilidade econômica)
• Sustentabilidade.
O cálculo hidráulico possibilita o dimensionamento das linhas laterais,
principais, de recalque, sucção e o conjunto motobomba. É realizado para que
as condições ideais de funcionamento sejam atendidas. A disposição do sistema
no campo deve ser de forma a equilibrar pressões, diminuir a exigência de
potência da motobomba e aproveitar a declividade do terreno como ganho de
pressão, caso seja possível.
Localização da fonte de água:
• Deve-se deixar o sistema o mais próximo possível da fonte de água.
Tamanho e forma da área:
• Áreas muito extensas devem ser, na medida do possível, subdivididas
para baratear o projeto;
Direção e comprimento das linhas laterais:
• O comprimento da linha lateral é limitado pela dimensão da área e pelo
limite de perda de carga (20% da pressão de serviço do aspersor).
OBS: O comprimento da linha lateral deve ser definido de forma que a
perda de carga na linha lateral seja de no máximo 20% da PS do aspersor,
o que proporcionará uma variação de 10% na vazão entre os aspersores da
linha lateral.
Direção e comprimento da linha principal:
• Deve ser instalada no sentido da maior declividade, ao longo de toda a
área, normalmente dividindo a área simetricamente no meio.
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Dimensionamento Agronômico e Operacional:
1º Passo: Cálculo da IRN (lâmina líquida), ITN (lâmina bruta), Turno de rega
(TR) e período de irrigação (PI).
2º Passo: Escolha do Aspersor.
OBS: é importante ressaltar que o projetista pode optar pelo modelo cuja
intensidade de aplicação gere um tempo de irrigação compatível com as
necessidades da propriedade, ou seja, que implique o fato de que as mudanças
ocorrem no momento adequado e que potencializem o tempo de irrigação do
sistema. Talvez a escolha do aspersor permite menores mudanças de posição,
viabilizando irrigações noturnas.
3º Passo: Calcular o tempo de irrigação (Ti):
𝑇𝑖 =
𝐼𝑇𝑁
𝐼𝑎
4º Passo: Tempo necessário por posição (TNP):
Quanto tempo será gasto para irrigar determinada posição mais o tempo para
desmontar o aspersor, transportá-lo e montá-lo na próxima a ser irrigada.
𝑇𝑁𝑃 = 𝑇𝑖 + 𝑇𝑚𝑢𝑑
5º Passo: Número de pontos irrigados por aspersor por dia (NAD)
𝑁𝐴𝐷 =
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝑇𝑁𝑃
6º Passo: Número total de malhas (NTM)
𝑁𝑇𝑀 =
𝐿
2 × 𝐸𝐿𝐿
× 2 𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠
OBS: O total de malhas encontradas refere-se a toda área sendo metade para
cada lado da linha principal.
7º Passo: Número de pontos de aspersor por malha (NPAM)
𝑁𝑃𝐴𝑀 =
𝐿𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑚
𝐸𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟𝑚
× 2 𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠
8º Passo: Número de pontos de aspersores na área (NPA)
𝑁𝑃𝐴 = 𝑁𝑇𝑀 × 𝑁𝑃𝐴𝑀
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3
9º Passo: Número de pontos a serem irrigados por dia de trabalho (NPID)
𝑁𝑃𝐼𝐷 =
𝑁𝑃𝐴
𝑃𝑖
10º Passo: Adequação das malhas no campo.
OBS: Caso o cálculo não atenda, pode-se reduzir a área, o que não é uma boa
solução, ou mudar as características de espaçamento ou modelo do aspersor e,
consequentemente, o número de malhas e posições.
• Fazer um croqui da área para esquematizar a distribuição das malhas.
11º Passo: Dimensionamento da linha de aspersores (Malha).
• Cálculo da vazão na malha.
Como haverá comunicação entre as linhas laterais, formando a malha, a vazão
a ser utilizada no dimensionamento é dividida por dois:
𝑄𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 = 𝑄𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 ÷ 2
• Perda de carga permitida.
Será adotado o mesmo critério utilizado na aspersão convencional, ou seja,
variação de pressão máxima permitida igual a 20 % da pressão de serviço média.
ℎ𝑓 = 0,20 × 𝑃𝑆 ± Dn
• Cálculo do diâmetro da tubulação da linha lateral.
L= Equivale a distância entre a primeira e a ultima posição de funcionamento na
linha.
C= Material utilizado na tubulação.
Obs: Não há necessidade de trabalhar com hf’ já que haverá somente um
aspersor funcionando em cada linha.
𝐷 = [10,646 . (
𝑄
𝐶
)
1,852
.
𝐿
ℎ𝑓
]
1
4,87
12º Passo: Definição de utilização de regulador de pressão.
A utilização de reguladores de pressão nos aspersores é sempre desejável para
garantir uma padronização ideal de seu funcionamento. A utilização do regulador
depende da sua existência para a vazão e pressão necessária e da
disponibilidade dos mesmos a custos competitivos. Os fabricantes estão
disponibilizando os reguladores a preços competitivos.
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4
13º Passo: Pressão no início da linha lateral (Pin)
𝑃𝑖𝑛 = 𝑃𝑠 + 𝐴𝑎 + 3
4
⁄ ℎ𝑓 ± 1
2
⁄ 𝐷𝑛
Onde:
Pin = pressão requerida no início da linha lateral (mca);
Ps = pressão de serviço média dos aspersores (mca);
Aa = altura do aspersor (m);
hf = perda de carga na linha lateral (mca); e
Dn = desnível ao longo da linha lateral (m).
em nível: Dn = 0
em aclive: + ½ Dn
em declive: -½ Dn
14º Passo: Dimensionamento da linha principal.
O Critério utilizado para o dimensionamento da Linha principal, Recalque e
Sucção é baseado na velocidade média de escoamento em condutos forçados
(na faixa de 1 a 2 m/s). Em geral, trabalha-se com velocidade de 1,5 m/s.
O cálculo do diâmetro e efetuado utilizando-se a equação da continuidade:
𝑄 =
𝜋𝐷2
4
. 𝑉
𝐷 = √
4. 𝑄
𝜋. 𝑉
Q = vazão da linha principal, m3
/s
A = área da seção, m2
.
V = velocidade de escoamento, m/s.
D = diâmetro da tubulação, m.
A perda de carga (hf) é calculada utilizando-se a equação de Hazen-Williams:
ℎ𝑓′ = 10,646 .(
𝑄
𝐶
)
1,852
.
𝐿
𝐷4,87
hf = perda de carga ao longo da linha, mca.
Q = vazão da linha principal, m3
/s
C = coeficiente de rugosidade, adimensional.
L = comprimento da linha, m.
D = diâmetro da tubulação, m.
O dimensionamento da linha de recalque será idêntico ao da linha principal. De
forma prática, utiliza-se o mesmo diâmetro da linha principal. Caso a linha
principal tenha mais de um diâmetro, utiliza-se na linha de recalque, o mesmo
diâmetro do primeiro trecho da linha principal, ou seja, o de maior diâmetro.
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Para o dimensionamento da sucção, basta utilizar um diâmetro comercial acima
do diâmetro da linha de recalque.
15º Passo: Conjunto Motobomba.
Os parâmetros de projeto utilizado para seleção da motobomba são a vazão e
a altura manométrica do sistema.
A vazão do sistema é aquela necessária para suprir a reposição de água, e a
altura manométrica total representa a pressão que o conjunto terá que vencer
para fornecer a vazão adequada e propiciar o perfeito funcionamento do sistema.
Pode ser descrita da seguinte forma:
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝑃𝑖𝑛 + (ℎ𝑓𝐿𝑃 + ∆𝑍𝐿𝑃) + (ℎ𝑓𝐿𝑅 + ∆𝑍𝐿𝑅) + (ℎ𝑓𝐿𝑆 + ∆𝑍𝐿𝑆) + ℎ𝑓𝐿𝑜𝑐𝑎𝑙
Em que:
Hman = altura manométrica total, em mca.
Pin = pressão no início da linha lateral, em mca;
hfLP = perda de carga ao longo da linha principal, em mca.
∆ZLP = desnível da linha principal, em m;
hfLR = perda de carga ao longo da linha de recalque, em mca.
∆ZLR = desnível da linha de recalque, em m.
hfLS = perda de carga ao longo da sucção, em mca.
∆ZLS = desnível da sucção, em m;
hfLocal = perda de carga localizada, de 3 a 5% das outras perdas.
OBS: deve-se atentar que, no cálculo da potência da motobomba, a unidade
devazão é em L/s e não mais em m3
/s.
𝑃𝑜𝑡𝐴𝐵 =
𝑄 × 𝐻𝑚𝑎𝑛
75 × 𝐸𝑏
𝑃𝑜𝑡𝑈𝑀 ≈ 𝑃𝑜𝑡𝐴𝐵
𝑃𝑜𝑡𝐴𝑀 =
𝑄 × 𝐻𝑚𝑎𝑛
75 × 𝐸𝑏 × 𝐸𝑚
Onde:
PotAB = potência absorvida pela bomba, em cv;
PotUM = potência útil do motor, em cv;
PotAM = potência absorvida pelo motor, em cv;
Q = vazão do projeto, em L/s;
Hman = altura manométrica total (mca);
Eb = eficiência (rendimento) da bomba (%); e
Em = eficiência (rendimento) do motor (%).
Para efeito de cálculo do consumo de energia, utiliza-se o valor da potência
absorvida pelo motor (PotAM). Para a compra do motor, utiliza-se a potência útil
do motor (PotUM), ou seja, o valor da potência que ele fornece no seu eixo.
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IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO EM MALHA (Projeto)
Exemplo: Dimensionar um sistema de irrigação por aspersão em malha para a
área de 7,0 ha, na seguinte situação:
Cultura: Pastagem – Tifton 85
Fator de disponibilidade hídrica (f) = 0,4
Profundidade do sistema radicular: 30 cm
Cc: 28% (em peso)
Pm: 14% (em peso)
Da: 1,35 g/cm3
VIB: 12 mm/h
Irrigação por Aspersão em Malha, com eficiência de aplicação de 85%
Jornada de trabalho: 16 horas/dia
Turno de rega = Período de irrigação
Tubulação em PVC (C=150), com diâmetros comerciais (mm) de 25, 35, 50, 75,
100, 125 etc.
Tempo de mudança de aspersores: 0,46 horas.
Eficiência da bomba: 75%
Eficiência do motor: 90%
Comprimento da linha de sucção: 6 m
Altura de sucção: 2 m
Altura do aspersor: 2 m
ETc máxima = 3,78 mm/dia
CROQUI:
7. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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7
1º Passo: Cálculo da IRN (lâmina líquida), ITN (lâmina bruta), Turno de rega
(TR) e período de irrigação (PI).
IRN =
(28 − 14)
10
. 1,35 .30 . 0,4 = 22,68 mm
ITN =
IRN
Ea
=
22,68
0,85
= 26,68 mm
𝑇𝑅 =
𝐼𝑅𝑁
𝐸𝑇𝑐
=
22,68
3,78
= 6,0 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑃𝐼 = 𝑇𝑅 = 6 𝑑𝑖𝑎𝑠
2º Passo: Escolha do Aspersor.
Ia ≤ VIB
Fabricante: Fabrimar
Modelo: Eco A232 Capacete verde
Pressão de serviço: 25 mca
Espaçamento: 18 x 18 m
Bocal: 5,6 x 3,2 mm
Vazão (q): 2,44 m3
/h
Diâmetro irrigado: 31 m
𝐼𝑎 =
𝑞
𝐸𝑎 × 𝐸𝐿𝐿
× 1000
𝐼𝑎 =
2,44
18 × 18
× 1000 = 7,53 𝑚𝑚/ℎ
3º Passo: Calcular o tempo de irrigação (Ti):
𝑇𝑖 =
𝐼𝑇𝑁
𝐼𝑎
𝑇𝑖 =
26,68
7,53
= 3,54 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
4º Passo: Tempo necessário por posição (TNP):
𝑇𝑁𝑃 = 𝑇𝑖 + 𝑇𝑚𝑢𝑑
𝑇𝑁𝑃 = 3,54 + 0,46 = 4,0 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
5º Passo: Número de pontos irrigados por aspersor por dia (NAD)
𝑁𝐴𝐷 =
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝑇𝑁𝑃
𝑁𝐴𝐷 =
16
4
= 4,0 𝑝𝑜𝑠𝑖çõ𝑒𝑠 𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟
⁄ /𝑑𝑖𝑎
8. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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8
6º Passo: Número total de malhas (NTM)
𝑁𝑇𝑀 =
𝐿
2 × 𝐸𝐿𝐿
× 2 𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑁𝑇𝑀 =
324
2 × 18
× 2 = 18 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
7º Passo: Número de pontos de aspersor por malha (NPAM)
𝑁𝑃𝐴𝑀 =
𝐿𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑚
𝐸𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟𝑚
× 2 𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠
𝑁𝑃𝐴𝑀 =
108
18
× 2 = 12 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠/𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎
8º Passo: Número de pontos de aspersores na área (NPA)
𝑁𝑃𝐴 = 𝑁𝑇𝑀 × 𝑁𝑃𝐴𝑀
𝑁𝑃𝐴 = 18 × 12 = 216 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
9º Passo: Número de pontos a serem irrigados por dia de trabalho (NPID)
𝑁𝑃𝐼𝐷 =
𝑁𝑃𝐴
𝑃𝑖
𝑁𝑃𝐼𝐷 =
216
6
= 36 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
OBS: São dois pontos por malha, significando duas mudanças em cada uma
das 18 malhas.
9. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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9
10º Passo: Adequação das malhas no campo.
11º Passo: Dimensionamento da linha de aspersores (Malha).
• Cálculo da vazão na malha.
Como haverá comunicação entre as linhas laterais, formando a malha, a vazão
a ser utilizada no dimensionamento é dividida por dois:
𝑄𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 = 𝑄𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 ÷ 2
𝑄𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 =
2,44
2
= 1,22 𝑚3
ℎ
⁄ ÷ 3600 = 0,000338 𝑚3
𝑠
⁄
• Perda de carga permitida.
Será adotado o mesmo critério utilizado na aspersão convencional, ou seja,
variação de pressão máxima permitida igual a 20 % da pressão de serviço
média.
ℎ𝑓 = 0,20 × 𝑃𝑆 - Dn
ℎ𝑓 = (0,20 × 25) − 1,80 = 3,2 𝑚𝑐𝑎
Obs: Não há necessidade de trabalhar com hf’ já que haverá somente um
aspersor funcionando em cada linha.
• Cálculo do diâmetro da tubulação da linha lateral (Malha).
L= 90 metros (Equivalentea distância entre a primeira e a ultima posição de
funcionamento na linha)
C= 150 (Material utilizado na tubulação)
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10
𝐷 = [10,646 .(
𝑄
𝐶
)
1,852
.
𝐿
ℎ𝑓
]
1
4,87
𝐷 = [10,646 . (
0,000338
150
)
1,852
.
90
3,2
]
1
4,87
= 0,022 𝑚 ≈ 22 𝑚𝑚
✓ Deve-se adotar o diâmetro comercial de 25 mm
ℎ𝑓 = 10,646 . (
0,000338
150
)
1,852
.
90
(0,025)4,87
= 2,11 𝑚𝑐𝑎
12º Passo: Definição de utilização de regulador de pressão.
A utilização de reguladores de pressão nos aspersores é sempre desejável para
garantir uma padronização ideal de seu funcionamento. A utilização do regulador
depende da sua existência para a vazão e pressão necessária e da
disponibilidade dos mesmos a custos competitivos. Os fabricantes estão
disponibilizando os reguladores a preços competitivos.
13º Passo: Pressão no início da linha lateral (Pin).
𝐷𝑛 = (
𝐷𝑛𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎
100
⁄ ) × 𝐿𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎
𝐷𝑛 = (2
100
⁄ ) × 90 = 1,80 𝑚𝑐𝑎
𝑃𝑖𝑛 = 𝑃𝑠 + 𝐴𝑎 + 3
4
⁄ ℎ𝑓 ± 1
2
⁄ 𝐷𝑛
𝑃𝑖𝑛𝐴𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 = 25 + 2 + 3
4
⁄ (2,11) + 1
2
⁄ (1,80) = 29,48 𝑚𝑐𝑎
𝑃𝑖𝑛𝐷𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 = 25 + 2 + 3
4
⁄ (2,11) − 1
2
⁄ (1,80) = 27,68 𝑚𝑐𝑎
Onde:
Pin = pressão requerida no início da linha lateral (mca);
Ps = pressão de serviço média dos aspersores (mca);
Aa = altura do aspersor (m);
hf = perda de carga na linha lateral (mca); e
Dn = desnível ao longo da linha lateral (m).
em nível: Dn = 0
em aclive: + ½ Dn
em declive: -½ Dn
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14º Passo: Dimensionamento da linha principal.
O Critério utilizado para o dimensionamento da Linha principal, Recalque e
Sucção é baseado na velocidade média de escoamento em condutos forçados
(na faixa de 1 a 2 m/s). Em geral, trabalha-se com velocidade de 1,5 m/s.
O cálculo do diâmetro e efetuado utilizando-se a equação da continuidade:
Q = vazão da linha principal, m3
/s
A = área da seção, m2
.
V = velocidade de escoamento, m/s.
D = diâmetro da tubulação, m.
• Calculo do diâmetro da linha principal para o primeiro trecho:
𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑁° 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑣𝑒𝑧 × 𝑄𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟
𝑄𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 18 × 2,44 = 43,92𝑚3
ℎ ÷ 3600 = 0,0122𝑚3
𝑠
⁄
⁄
𝐷 = √
4. 𝑄
𝜋. 𝑉
𝐷 = √
4.0,0122
𝜋. 1,5
= 0,102 𝑚 ≈ 102 𝑚𝑚
𝑉 =
4 × 𝑄
𝜋 × 𝐷2
𝑉 =
4 × 0,0122
𝜋 × (0,100)2
= 1,55 𝑚/𝑠
✓ Usar a tubulação comercial de 100 mm
A perda de carga (hf) é calculada utilizando-se a equação de Hazen-Williams:
ℎ𝑓 = 10,646 .(
0,0122
150
)
1,852
.
18
(0,100)4,87
= 0,38 𝑚𝑐𝑎
hf = perda de carga ao longo da linha, mca.
Q = vazão da linha principal, m3
/s
C = coeficiente de rugosidade, adimensional.
L = comprimento da linha, m.
D = diâmetro da tubulação, m.
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12
Trecho
Comprimento
(m)
Numero de
aspersores
Vazão
m³/s
Diâmetro (m) Velocidade
m/s
Hf
(mca)
Calculado Comercial
1 18 18 0,0122 0,102 0,100 1,55 0,38
2 36 16 0,0108 0,096 0,100 1,38 0,61
3 36 14 0,0094 0,090 0,100 1,21 0,48
4 36 12 0,0081 0,083 0,075 1,84 1,45
5 36 10 0,0067 0,076 0,075 1,53 1,04
6 36 8 0,0054 0,068 0,075 1,23 0,68
7 36 6 0,0040 0,059 0,075 0,92 0,40
8 36 4 0,0027 0,048 0,050 1,38 1,37
9 36 2 0,0013 0,034 0,035 1,41 2,15
Total 306 8,55
• Linha de recalque:
✓ Usar o mesmo diâmetro da linha principal, 100 mm.
A perda de carga (hf) é calculada utilizando-se a equação de Hazen-Williams:
hf = perda de carga ao longo da linha, mca.
Q = vazão da linha principal, m3
/s
C = coeficiente de rugosidade, adimensional.
L = comprimento da linha, m.
D = diâmetro da tubulação, m.
ℎ𝑓 = 10,646 . (
0,0122
150
)
1,852
.
100
(0,100)4,87
= 2,10 𝑚𝑐𝑎
• Linha de sucção:
✓ Deve-se considerar um diâmetro comercial imadiatamente acima do
usado na linha de recalque, então deve-se usar o diâmetro de 125
mm.
A perda de carga (hf) é calculada utilizando-se a equação de Hazen-Williams:
hf = perda de carga ao longo da linha, mca.
Q = vazão da linha principal, m3
/s
C = coeficiente de rugosidade, adimensional.
L = comprimento da linha, m.
D = diâmetro da tubulação, m.
ℎ𝑓 = 10,646 . (
0,0122
150
)
1,852
.
6
(0,125)4,87
= 0,042 𝑚𝑐𝑎
13. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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13
15º Passo: Conjunto Motobomba.
Os parâmetros de projeto utilizado para seleção da motobomba são a vazão
e a altura manométrica do sistema.
A vazão do sistema é aquela necessária para suprir a reposição de água, e a
altura manométrica total representa a pressão que o conjunto terá que vencer
para fornecer a vazão adequada e propiciar o perfeito funcionamento do sistema.
Pode ser descrita da seguinte forma:
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝑃𝑖𝑛 + (ℎ𝑓𝐿𝑃 + ∆𝑍𝐿𝑃) + (ℎ𝑓𝐿𝑅 + ∆𝑍𝐿𝑅) + (ℎ𝑓𝐿𝑆 + ∆𝑍𝐿𝑆) + ℎ𝑓𝐿𝑜𝑐𝑎𝑙
a) Pressão no início da linha lateral:
Pin = 29,48mca
b) Cálculo da perda de carga e diferença de nível na linha principal:
hfLP = 8,55 metros
ΔZLP = (6/100) x 306 = 18,36 m
Obs: considerou-se no cálculo a pior situação da malha.
c) Cálculo da perda de carga e diferença de nível na linha de recalque:
hfLR = 2,10 mca
ΔZLR = (6/100) x 100 = 6 m
d) Cálculo da perda de carga e diferença de nível na linha de sucção:
hfLS = 0,042 mca
ΔZLS = 2 m
e) Cálculo da perda de carga localizada
hflocalizada = 3 a 5% da soma dos demais parâmetros de Hman.
hflocalizada = (4/100) x 66,55 = 2,66 mca
𝐻𝑚𝑎𝑛 = 29,48 + (8,55 + 18,36) + (2,10 + 6) + (0,042 + 2) + 2,66 = 69,19 𝑚𝑐𝑎
Em que:
Hman = altura manométrica total, em mca.
Pin = pressão no início da linha lateral, em mca;
hfLP = perda de carga ao longo da linha principal, em mca.
∆ZLP = desnível da linha principal, em m;
hfLR = perda de carga ao longo da linha de recalque, em mca.
∆ZLR = desnível da linha de recalque, em m.
hfLS = perda de carga ao longo da sucção, em mca.
∆ZLS = desnível da sucção, em m;
hfLocal = perda de carga localizada, de 3 a 5% das outras perdas.
OBS: deve-se atentar que, no cálculo da potência da motobomba, a unidade
de vazão é em L/s e não mais em m3
/s.
14. Disciplina: IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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14
𝑃𝑜𝑡𝐴𝐵 =
𝑄 × 𝐻𝑚𝑎𝑛
75 × 𝐸𝑏
𝑃𝑜𝑡𝐴𝐵 =
12,2 × 69,19
75 × 0,75
= 15,00 𝑐𝑣
𝑃𝑜𝑡𝑈𝑀 ≈ 𝑃𝑜𝑡𝐴𝐵
𝑃𝑜𝑡𝐴𝑀 =
𝑄 × 𝐻𝑚𝑎𝑛
75 × 𝐸𝑏 × 𝐸𝑚
𝑃𝑜𝑡𝐴𝑀 =
12,2 × 69,19
75 × 0,75 × 0,9
= 16,67 𝑐𝑣
Onde:
PotAB = potência absorvida pela bomba, em cv;
PotUM = potência útil do motor, em cv;
PotAM = potência absorvida pelo motor, em cv;
Q = vazão do projeto, em L/s;
Hman = altura manométrica total (mca);
Eb = eficiência (rendimento) da bomba (%); e
Em = eficiência (rendimento) do motor (%).