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PHA 3307
Hidrologia Aplicada
Universidade de São Paulo
Escola Politécnica
Departamento de Engenharia Hidráulica
e Ambiental
Aula 22 Parte 2 - 2
Hidrograma Unitário Sintético
1
Prof. Dr. Arisvaldo Méllo
Prof. Dr. Joaquin Garcia
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Objetivos da Aula
1. Conhecer o conceito de hidrograma
unitário sintético.
2. Aprender e aplicar o hidrograma unitário
sintético triangular.
3. Conhecer algumas fórmulas para o cálculo
do tempo de concentração.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA 3
Escoamento
Superficial Direto
Escoamento Básico
1. Início do ESD
2. Ascensão
3. Pico
4. Recessão
5. Fim do ESD
6. Recessão do EB
1
2
5
3
4
6
Hidrograma de escoamento Superficial Direto
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
HU, e se não tiver dados?
 Pode-se estimar e utilizar um hidrograma
unitário sintético para regiões onde não há
dados históricos.
 Como é feito: com a determinação de alguns de
seus pontos característicos, como o tempo de
pico, o tempo de base e a vazão de pico.
 A regionalização destas variáveis com base em
características físicas permite estimar o HU
para um local sem dados observados.
 Existem diversos métodos: SCS, Snyder, Santa
Bárbara, HTA, Clark e outros...
4
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
HU Sintético Triangular do SCS
 1957: a partir de um estudo com um grande número de
bacias e de hidrogramas unitários nos EUA, técnicos do
SCS (Soil Conservation Service, hoje Natural Resources
Conservation Service) verificaram que os hidrogramas
unitários podem ser aproximados por relações de tempo
e vazão estimadas com base no tempo de concentração
e na área das bacias.
 E que o HU poderia ser aproximado por um triângulo!
5
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
HU Sintético Triangular do SCS
A
A
B t
t
x
t .
67
.
2
).
1
( 


A
U
bacia
p
t
P
A
Q




6
,
3
75
,
0
B
U
bacia
p
t
P
A
Q
.
6
,
3
2 


6
Tempo
Tempo
Vazão
Precipitação
tA tR = X.tA (X= 1,67)
tB
Qp
tU
PU
0,6.tC
C
U
A t
t
t 

 6
,
0
2
𝑉 = 𝐴𝑏 ∙ 𝑃𝑢 ∙ 1000
𝑉 = Área Triângulo =
3600 ∙ 𝑡𝐵∙𝑄𝑝
2
Pu – mm; Ab – km2; TB – h; Qp – m3/s
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
HU Sintético Triangular do SCS
 A vazão de pico do hidrograma vale:
 O tempo de pico vale:
onde:
 A: área da bacia hidrográfica (Km²)
 PU: Altura da chuva unitária (mm)
 tP: tempo de pico (h)
 tU: Duração da chuva unitária (h)
 tC: tempo de concentração da bacia (h)
7
A
U
bacia
p
t
P
A
Q




6
,
3
75
,
0
C
U
A t
t
t 

 6
,
0
2
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Tempo que uma gota de
precipitação excedente
leva para percorrer a
distância do ponto mais
afastado até a saída da
bacia.
Tc
Tempo de Concentração
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Tempo de Concentração
 É o tempo necessário para que a água precipitada no ponto
mais distante da bacia escoe até o ponto de controle,
exutório ou seção de medição da vazão
 Ou seja, é o tempo necessário para que toda a área da bacia
contribua para o escoamento
 O TC depende da forma da bacia e da rede de drenagem, da
declividade do terreno e dos cursos d’água, tipo e uso do
solo, obras hidráulicas, etc.
 Na falta de dados, existem diversas equações empíricas
para estimar o TC nos trechos não canalizados: Kirpich,
Califórnia Culverts Practice, FAA, SCS, método cinemático,
Dooge, etc.
9
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
 tc é o tempo de concentração (h);
 A é a área da bacia (km2);
 S é a declividade do talvegue principal (m/km).








 17
,
0
41
,
0
.
18
,
1
S
A
tc
Dooge
Foi determinada com dados de 10 bacias rurais com áreas na faixa de 140 a
930Km². É de se supor, portanto, que seus parâmetros reflitam melhor o
comportamento de bacias médias e escoamento predominante em canais.
Onde
 tc é o tempo de concentração (min);
 L é o comprimento do talvegue principal (m);
 S é a declividade do talvegue principal (m/m).






 2
.
0
1
.
0
.
1
.
5280
.
86
,
76
S
A
L
tc
Bransby -Willians
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
 tc é o tempo de concentração (min);
 L é o comprimento do talvegue principal (m);
 C é um coeficiente adimensional;
 S é a declividade do talvegue principal (m/m).
467
,
0
5
,
0
.
.
44
,
1 






S
c
L
tc
Kerby
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
 tc é o tempo de concentração (min);
 L é o comprimento do talvegue principal (km);
 h é o desnível entre os pontos extremos do
talvegue principal (m).
385
,
0
155
,
1
.
57
h
L
tc 
Kirpich I
• Foi obtida em pequenas bacias rurais com canais bem definidos e declividades
altas. Espera-se que forneça bons resultados nestas condições.
• Canais bem definidos indicam que os escoamentos ao longo de seu curso
prevalecem sobre os escoamentos superficiais e que as bacias não são muito
pequenas (A > 2,5 Km²). Entretanto, à medida que o parâmetro L cresce, a
velocidade média de escoamento atinge valores grandes e pouco realistas. Para
uma declividade de 3 m/Km a velocidade chega a 3,12 m/s para um comprimento
L de 100 Km.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
 tc é o tempo de concentração (min);
 L é o comprimento do talvegue principal (km);
 S é a declividade do talvegue principal (m/km).
385
,
0
77
,
0
.
57
S
L
tc 
Kirpich II
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
tc é o tempo de concentração (min);
n é o coeficiente de rugosidade de Manning;
L é o comprimento do talvegue principal (m);
I é a intensidade média da chuva (mm/h);
S é a declividade do talvegue principal (m/m).








 3
,
0
4
,
0
6
,
0
6
,
0
.
.
.
92
,
6
S
I
L
n
tc
Onda Cinemática
• Essa equação foi deduzida a partir das equações de onda cinemática aplicada a
superfícies, baseando-se na hipótese de precipitação constante igual ao tempo de
concentração e na equação de Manning.
• É a solução teórica das equações que regem o escoamento turbulento em um
plano e é de se esperar que funcione bem em pequenas bacias, uma vez que, neste
caso, prevalece esse tipo de escoamento.
• A tendência é de que o valor do tempo de concentração seja superestimado, à
medida que a bacia aumenta.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
Onde
 tc é o tempo de concentração (min);
 L é o comprimento do talvegue principal (km);
 S é a declividade do talvegue principal (m/m);
 CN é o número da curva de infiltração do SCS.
7
,
0
5
,
0
8
,
0
9
1000
.
.
42
,
3 







CN
S
L
tc
SCS
• Desenvolvido em bacias rurais com áreas de drenagem de até 8 Km² .
• Tc é muito sensível ao valor de CN e, como este parâmetro é um indicador das
condições da superfície do solo, a fórmula do SCS aplica-se a situações em que o
escoamento em superfície é predominante. Para aplicação em bacias urbanas, o
SCS sugere procedimentos para ajuste em função da área impermeabilizada e da
parcela dos canais que sofreram modificações.
• Essa fórmula só apresenta resultados compatíveis com as outras para CN próximos
de 100 e para valores de L < 10 Km, o que geralmente corresponde a bacias com
área de drenagem inferiores a 15 Km².
• Essa fórmula superestima o valor do tempo de concentração em comparação com
as expressões de Kirpich e Dooge e para valores baixos de CN.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Fórmulas de Tempo de Concentração
 As fórmulas existentes costumam apresentar resultados
discrepantes entre si, porque foram determinadas em
diferentes condições.
 É sempre preferível utilizar o método cinemático para os
trechos canalizados da bacia porque as velocidades do
escoamento dependem das características das obras.
 Na utilização de fórmulas, devem ser preferidas aquelas
que foram especificamente determinadas para o caso em
estudo e sobre as quais exista comprovada experiência.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Exemplo
 Área da bacia = 250 km2
 Declividade do talvegue principal= 5 m/km
 Precipitação de 1 mm em uma hora (Dtu =1h)
h
tc 63
,
8
5
250
.
18
,
1 17
,
0
41
,
0


















 17
,
0
41
,
0
.
18
,
1
S
A
tc
Fórmula de
Dooge
C
U
A t
t
t 

 6
,
0
2
Cálculo do tA h
tA 68
,
5
63
,
8
6
,
0
2
1




Cálculo da QP
A
B t
t .
67
.
2

Cálculo do tB h
tB 02
,
16
6
.
67
.
2 

h
adot
tA 6

h
adot
tB 16

B
U
bacia
p
t
P
A
Q
.
6
,
3
2 

 s
m
Qp /
68
,
8
16
.
6
,
3
1
250
2 3




Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Exercício
18
  025
,
1
172
,
0
22
7
,
57



t
T
i
CN
CN
S
)
*
10
1000
(
*
25 

S
P
para
S
P
S
P
P acum
acum
acum
excacum 2
.
0
)
*
8
.
0
(
)
*
2
.
0
( 2




Obtenha um hidrograma de projeto pelo HU sintético triangular do SCS, para uma
bacia de 10 Km² de área e tempo de concentração de 50 min. O período de retorno
é 25 anos e a duração da chuva é de 30 min (discretize a cada 10 min). Utilize a
equação IDF de São Paulo (Prof. Wilken). Obtenha o hietograma pelo método dos
blocos alternados. Calcule a chuva excedente pelo método do SCS, adotando
CN=80. Adote uma chuva unitária de 1 mm em 10 min.
Equação IDF:
com i (mm/min) e t(min)
Método do SCS para cálculo da chuva excedente:
Parâmetros do HUT-SCS:
C
U
A t
t
t 

 6
,
0
2
A
B t
t 
 67
,
2
B
U
bacia
p
t
P
A
Q
*
06
.
0
*
*
2

tU, tA,tC,tB emmin ,
PU em mm,A em
km2 e Qp em m3/s
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA
Exercício
19
tA= min tAadot= min tB= min tBadot= min Qp= m3/s
S= mm
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA 20
Aula 20

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  • 1. PHA 3307 Hidrologia Aplicada Universidade de São Paulo Escola Politécnica Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental Aula 22 Parte 2 - 2 Hidrograma Unitário Sintético 1 Prof. Dr. Arisvaldo Méllo Prof. Dr. Joaquin Garcia
  • 2. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Objetivos da Aula 1. Conhecer o conceito de hidrograma unitário sintético. 2. Aprender e aplicar o hidrograma unitário sintético triangular. 3. Conhecer algumas fórmulas para o cálculo do tempo de concentração.
  • 3. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA 3 Escoamento Superficial Direto Escoamento Básico 1. Início do ESD 2. Ascensão 3. Pico 4. Recessão 5. Fim do ESD 6. Recessão do EB 1 2 5 3 4 6 Hidrograma de escoamento Superficial Direto
  • 4. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA HU, e se não tiver dados?  Pode-se estimar e utilizar um hidrograma unitário sintético para regiões onde não há dados históricos.  Como é feito: com a determinação de alguns de seus pontos característicos, como o tempo de pico, o tempo de base e a vazão de pico.  A regionalização destas variáveis com base em características físicas permite estimar o HU para um local sem dados observados.  Existem diversos métodos: SCS, Snyder, Santa Bárbara, HTA, Clark e outros... 4
  • 5. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA HU Sintético Triangular do SCS  1957: a partir de um estudo com um grande número de bacias e de hidrogramas unitários nos EUA, técnicos do SCS (Soil Conservation Service, hoje Natural Resources Conservation Service) verificaram que os hidrogramas unitários podem ser aproximados por relações de tempo e vazão estimadas com base no tempo de concentração e na área das bacias.  E que o HU poderia ser aproximado por um triângulo! 5
  • 6. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA HU Sintético Triangular do SCS A A B t t x t . 67 . 2 ). 1 (    A U bacia p t P A Q     6 , 3 75 , 0 B U bacia p t P A Q . 6 , 3 2    6 Tempo Tempo Vazão Precipitação tA tR = X.tA (X= 1,67) tB Qp tU PU 0,6.tC C U A t t t    6 , 0 2 𝑉 = 𝐴𝑏 ∙ 𝑃𝑢 ∙ 1000 𝑉 = Área Triângulo = 3600 ∙ 𝑡𝐵∙𝑄𝑝 2 Pu – mm; Ab – km2; TB – h; Qp – m3/s
  • 7. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA HU Sintético Triangular do SCS  A vazão de pico do hidrograma vale:  O tempo de pico vale: onde:  A: área da bacia hidrográfica (Km²)  PU: Altura da chuva unitária (mm)  tP: tempo de pico (h)  tU: Duração da chuva unitária (h)  tC: tempo de concentração da bacia (h) 7 A U bacia p t P A Q     6 , 3 75 , 0 C U A t t t    6 , 0 2
  • 8. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Tempo que uma gota de precipitação excedente leva para percorrer a distância do ponto mais afastado até a saída da bacia. Tc Tempo de Concentração
  • 9. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Tempo de Concentração  É o tempo necessário para que a água precipitada no ponto mais distante da bacia escoe até o ponto de controle, exutório ou seção de medição da vazão  Ou seja, é o tempo necessário para que toda a área da bacia contribua para o escoamento  O TC depende da forma da bacia e da rede de drenagem, da declividade do terreno e dos cursos d’água, tipo e uso do solo, obras hidráulicas, etc.  Na falta de dados, existem diversas equações empíricas para estimar o TC nos trechos não canalizados: Kirpich, Califórnia Culverts Practice, FAA, SCS, método cinemático, Dooge, etc. 9
  • 10. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde  tc é o tempo de concentração (h);  A é a área da bacia (km2);  S é a declividade do talvegue principal (m/km).          17 , 0 41 , 0 . 18 , 1 S A tc Dooge Foi determinada com dados de 10 bacias rurais com áreas na faixa de 140 a 930Km². É de se supor, portanto, que seus parâmetros reflitam melhor o comportamento de bacias médias e escoamento predominante em canais. Onde  tc é o tempo de concentração (min);  L é o comprimento do talvegue principal (m);  S é a declividade do talvegue principal (m/m).        2 . 0 1 . 0 . 1 . 5280 . 86 , 76 S A L tc Bransby -Willians
  • 11. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde  tc é o tempo de concentração (min);  L é o comprimento do talvegue principal (m);  C é um coeficiente adimensional;  S é a declividade do talvegue principal (m/m). 467 , 0 5 , 0 . . 44 , 1        S c L tc Kerby
  • 12. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde  tc é o tempo de concentração (min);  L é o comprimento do talvegue principal (km);  h é o desnível entre os pontos extremos do talvegue principal (m). 385 , 0 155 , 1 . 57 h L tc  Kirpich I • Foi obtida em pequenas bacias rurais com canais bem definidos e declividades altas. Espera-se que forneça bons resultados nestas condições. • Canais bem definidos indicam que os escoamentos ao longo de seu curso prevalecem sobre os escoamentos superficiais e que as bacias não são muito pequenas (A > 2,5 Km²). Entretanto, à medida que o parâmetro L cresce, a velocidade média de escoamento atinge valores grandes e pouco realistas. Para uma declividade de 3 m/Km a velocidade chega a 3,12 m/s para um comprimento L de 100 Km.
  • 13. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde  tc é o tempo de concentração (min);  L é o comprimento do talvegue principal (km);  S é a declividade do talvegue principal (m/km). 385 , 0 77 , 0 . 57 S L tc  Kirpich II
  • 14. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde tc é o tempo de concentração (min); n é o coeficiente de rugosidade de Manning; L é o comprimento do talvegue principal (m); I é a intensidade média da chuva (mm/h); S é a declividade do talvegue principal (m/m).          3 , 0 4 , 0 6 , 0 6 , 0 . . . 92 , 6 S I L n tc Onda Cinemática • Essa equação foi deduzida a partir das equações de onda cinemática aplicada a superfícies, baseando-se na hipótese de precipitação constante igual ao tempo de concentração e na equação de Manning. • É a solução teórica das equações que regem o escoamento turbulento em um plano e é de se esperar que funcione bem em pequenas bacias, uma vez que, neste caso, prevalece esse tipo de escoamento. • A tendência é de que o valor do tempo de concentração seja superestimado, à medida que a bacia aumenta.
  • 15. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração Onde  tc é o tempo de concentração (min);  L é o comprimento do talvegue principal (km);  S é a declividade do talvegue principal (m/m);  CN é o número da curva de infiltração do SCS. 7 , 0 5 , 0 8 , 0 9 1000 . . 42 , 3         CN S L tc SCS • Desenvolvido em bacias rurais com áreas de drenagem de até 8 Km² . • Tc é muito sensível ao valor de CN e, como este parâmetro é um indicador das condições da superfície do solo, a fórmula do SCS aplica-se a situações em que o escoamento em superfície é predominante. Para aplicação em bacias urbanas, o SCS sugere procedimentos para ajuste em função da área impermeabilizada e da parcela dos canais que sofreram modificações. • Essa fórmula só apresenta resultados compatíveis com as outras para CN próximos de 100 e para valores de L < 10 Km, o que geralmente corresponde a bacias com área de drenagem inferiores a 15 Km². • Essa fórmula superestima o valor do tempo de concentração em comparação com as expressões de Kirpich e Dooge e para valores baixos de CN.
  • 16. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Fórmulas de Tempo de Concentração  As fórmulas existentes costumam apresentar resultados discrepantes entre si, porque foram determinadas em diferentes condições.  É sempre preferível utilizar o método cinemático para os trechos canalizados da bacia porque as velocidades do escoamento dependem das características das obras.  Na utilização de fórmulas, devem ser preferidas aquelas que foram especificamente determinadas para o caso em estudo e sobre as quais exista comprovada experiência.
  • 17. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Exemplo  Área da bacia = 250 km2  Declividade do talvegue principal= 5 m/km  Precipitação de 1 mm em uma hora (Dtu =1h) h tc 63 , 8 5 250 . 18 , 1 17 , 0 41 , 0                    17 , 0 41 , 0 . 18 , 1 S A tc Fórmula de Dooge C U A t t t    6 , 0 2 Cálculo do tA h tA 68 , 5 63 , 8 6 , 0 2 1     Cálculo da QP A B t t . 67 . 2  Cálculo do tB h tB 02 , 16 6 . 67 . 2   h adot tA 6  h adot tB 16  B U bacia p t P A Q . 6 , 3 2    s m Qp / 68 , 8 16 . 6 , 3 1 250 2 3    
  • 18. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Exercício 18   025 , 1 172 , 0 22 7 , 57    t T i CN CN S ) * 10 1000 ( * 25   S P para S P S P P acum acum acum excacum 2 . 0 ) * 8 . 0 ( ) * 2 . 0 ( 2     Obtenha um hidrograma de projeto pelo HU sintético triangular do SCS, para uma bacia de 10 Km² de área e tempo de concentração de 50 min. O período de retorno é 25 anos e a duração da chuva é de 30 min (discretize a cada 10 min). Utilize a equação IDF de São Paulo (Prof. Wilken). Obtenha o hietograma pelo método dos blocos alternados. Calcule a chuva excedente pelo método do SCS, adotando CN=80. Adote uma chuva unitária de 1 mm em 10 min. Equação IDF: com i (mm/min) e t(min) Método do SCS para cálculo da chuva excedente: Parâmetros do HUT-SCS: C U A t t t    6 , 0 2 A B t t   67 , 2 B U bacia p t P A Q * 06 . 0 * * 2  tU, tA,tC,tB emmin , PU em mm,A em km2 e Qp em m3/s
  • 19. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA Exercício 19 tA= min tAadot= min tB= min tBadot= min Qp= m3/s S= mm
  • 20. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental - PHA 20 Aula 20