1. O documento discute a síndrome metabólica, focando em dislipidemia e obesidade como componentes chave.
2. A síndrome metabólica é definida como uma combinação de pelo menos três fatores de risco cardiovascular, como obesidade abdominal, hipertrigliceridemia, baixo HDL, hipertensão e glicemia alterada.
3. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida focadas em dieta e exercício, além de medicamentos para tratar cada um dos componentes da síndrome metabólica.
Conheça os sintomas e tratamentos para a síndrome metabólica, uma doença silenciosa, muito comum entre as pessoas com mais de 40 anos e os pacientes obesos e que pode trazer riscos para a saúde cardíaca.
Conheça os sintomas e tratamentos para a síndrome metabólica, uma doença silenciosa, muito comum entre as pessoas com mais de 40 anos e os pacientes obesos e que pode trazer riscos para a saúde cardíaca.
O aumento do sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes é uma questão de relevância mundial. Quando associados à alterações metabólicas específicas, eles podem desenvolver um conjunto de sinais e sintomas que levam ao aparecimento da Síndrome Metabólica (SM).
Material de 07 de julho de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
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Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
As dislipidemias são caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue. Quando estes níveis ficam elevados, é possível que placas de gordura se formem e se acumulem nas artérias, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro
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O aumento do sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes é uma questão de relevância mundial. Quando associados à alterações metabólicas específicas, eles podem desenvolver um conjunto de sinais e sintomas que levam ao aparecimento da Síndrome Metabólica (SM).
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As dislipidemias são caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue. Quando estes níveis ficam elevados, é possível que placas de gordura se formem e se acumulem nas artérias, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro
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2. 2
Sintomas, Sinais,
Doença e Síndrome
• Sintomas: fenômeno, aspecto ou sensação
experimentado pelo paciente e indicativo de doença.
• Sinais: são alterações percebidas pelo profissional de
saúde, indicativo de uma doença.
• Doença: desvio ou interrupção da estrutura ou
função normal de parte, órgão ou sistema.
• Síndrome: concorrências de múltiplos sintomas.
* Usualmente doença atinge um órgão ou sistema
enquanto síndrome atinge vários sistemas.
3. 3
Definição e Conceito
• A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo
representado por um conjunto de fatores de risco
cardiovascular usualmente relacionados à deposição
central de gordura e à resistência à insulina. (I-DBSM,
2005)
• Associação entre resistência à insulina, intolerância à
glicose, hipertensão arterial (HA), dislipidemia, doença
aterosclerótica e uma série de anormalidades
metabólicas contribuem para a compreensão da
etiopatogenia e do impacto no risco DCV. (SBD, 2006)
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
– Abril de 2005 (I-DBSM).
4. 4
Fisiopatologia da SM
• A resistência à insulina é a hipótese mais aceita
como causa da SM, à semelhança do DM-2.
• O de ácidos graxos circulantes derivados do tecido
adiposo visceral, no fígado, levará ao na produção
de glicose, TG e de VLDL, associando-se a no
HDL-c e na LDL, principalmente a partícula
pequena e densa. Dir. SBD, 2007
5. 5
A Resistência à Insulina
(RI)
• A RI é definida como uma resposta biológica
subnormal a uma determinada concentração de
insulina, sendo condição fisiopatológica de grande
repercussão clínica.
• Indivíduos com RI têm chance de desenvolver DM-
2; alguns tipos de dislipidemia; HA; doenças
neurodegenerativas; esteatohepatite não-alcoólica;
algumas neoplasias, como de mama, pâncreas e
cólon; e um risco CV em 2 a 4x
6. 6
Epidemiologia
• Existem poucos estudos representativos para a
população brasileira
• Dados obtidos nos EUA, México e países asiáticos:
♂ 12,4 – 28,5%
♀ 10,7 – 40,5%
• “O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de
consenso na sua definição e nos pontos de corte dos
seus componentes.”
I-DBSM, 2005
7. 7
Epidemiologia
• O aspecto de maior relevância no diagnóstico de SM
são o risco de desenvolvimento de DM-2 e DCV.
• Em uma população sem DM, houve da
mortalidade (CV e todas as causas) em pessoas
com SM
• Em indivíduos com SM a mortalidade geral é 1,5x
e a cardiovascular é 2,5x.
I-DBSM, 2005
8. 8
A SM representa a combinação
de pelo menos três componentes
Componentes Níveis
Obesidade abdominal por meio
de circunferência abdominal
Homens > 102 cm
Mulheres > 88 cm
Triglicérides ≥ 150 mg/dL
HDL-colesterol
Homens < 40 mg/dL
Mulheres < 50 mg/dL
Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85
mmHg
Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL
A presença de DM-2 não exclui o diagnóstico de SM
9. 9
Outras Condições Clínicas
Associadas
* Que não fazem parte dos critérios
diagnósticos da SM:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
Acanthosis nigricans; Doença hepática
gordurosa não-alcoólica; Microalbuminúria;
Estados pró-trombóticos; Estados pró-
inflamatórios; Disfunção endotelial;
Hiperuricemia.
I-DBSM, 2005
10. 10
Fatores que contribuem
para o surgimento da SM
• Predisposição genética;
• Alimentação inadequada;
• Inatividade física.
Prevenção Primária
I-DBSM, 2005
11. 11
Tratamento
não-medicamentoso
É terapia de primeira escolha:
Plano alimentar para peso+Exercício físico
• Conseqüências:
– circunferência abdominal e a gordura visceral
– a sensibilidade à insulina e a glicemia,
podendo prevenir e retardar o DM-2
– PA
– TGL e HDL-c
I-DBSM, 2005
12. 12
Considerações Terapêuticas
da SM
• As principais orientações terapêuticas para a SM,
destinam-se a:
– Remoção e tratamento dos Fatores de Risco
(fumo, hipertensão arterial (HA), obesidade,
dislipidemia, intolerância à glicose, estados pró-
trombótico e pró-inflamatório);
– Tratamento da resistência à insulina.
SBD, 2006
13. 13
Metas para o tratamento da SM
GLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dL)
Jejum < 110 mg/dL
Pós-prandial (2h) < 140 mg/dL
Hemog. Glic. A1c (%) no DM < Limite superior do método
COLESTEROL (mg/dL)
Total < 200 mg/dL
HDL > 45 mg/dL
LDL < 100 mg/dL
TRIGLICERÍDEOS (mg/dL) < 150 mg/dL
PA (mmHg)*
Sistólica < 130 mmHg
Diastólica < 85 mmHg
PESO (kg) Perda sustentada de 5% – 10%
I-DBSM, 2005
* Na DM a PA deve ser <130/85mmHg e se houver proteinúria >1g/24h, deverá ser
<125/75 mmHg.
16. 16
Conceito e Definição
• Alterações no metabolismo das lipoproteínas
plasmáticas, levando a defeitos no transporte dos
lípides (colesterol e triglicérides).
• Também inclui as condições nas quais não se pode
evidenciar aumento ou diminuição nos lipídeos, e sim
alterações nas proporções relativas entre uma
lipoproteína plasmática e outra.
• Na SM, a dislipidemia caracteriza-se pela presença de
níveis baixos de HDL-c e níveis elevados de TG
17. 17
Aspectos Gerais
• A doença aterosclerótica é a principal causa de
mortalidade no Brasil e a dislipidemia é uma dos seus
principais fatores de risco.
• DM, hipertensão, alcoolismo e hipotireoidismo
evoluem com hiperlipidemia.
• Os lípides mais importantes são os fosfolípides, o
colesterol, os triglicérides e os ácidos graxos.
• As lipoproteínas são responsáveis pela solubilização
e transporte dos lípides no plasma.
18. 18
Lipoproteínas
– TIPOS –
• Quilomícrons - são ricas em TG, maiores e menos
densas, de origem intestinal;
• VLDL (very low density lipoprotein) - lipoproteínas
de densidade muito baixa, de origem hepática;
• LDL (Low density lipoprotein) – lipoproteínas de
densidade baixa, ricas em colesterol;
• HDL (high density lipoprotein) – lipoproteínas de
densidade alta, ricas em colesterol.
19. 19
Classificação das
Dislipidemias
• As dislipidemias primárias compreendem quatro tipos
bem definidos:
a) Hipercolesterolemia isolada – LDL-Colesterol
160mg/dL; Ex.: ateromas (LDL oxida e se aloja
nas paredes do endotélio, formando placas de
ateromas).
b) Hipertrigliceridemia isolada – TG 150mg/dL;
c) Hiperlipidemia mista (é a mais grave) – valores
aumentados de ambos LDL-C e TG;
d) HDL Colesterol baixo – redução isolada do HDL-C
(homens <40mg/dL e mulheres <50mg/dL) ou em
associação com aumento de LDL-C ou de TG.
IV Dir. Bras. 2007
20. 20
Tratamento
Medicamentoso
• As metas terapêuticas são muito variáveis e
dependem de fatores como risco para doença
aterosclerótica, diabetes, HA e obesidade central.
– Por exemplo, em aterosclerose manifesta, a
diretriz brasileira preconiza MEV (mudança de
estilo de vida) + tratamento farmacológico e meta
de LDL-C 70mg/dL.
21. 21
Hipercolesterolemia
isolada
• Os medicamentos indicados são as estatinas, que podem ser
administradas em associação à ezetimiba, colestiramina
eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico.
Tabela XI – Doses das estatinas e efeitos sobre o LDL–C
Fármaco Doses Δ LDL-C
Sinvastatina 20 a 80mg - 27% a 42%
Lovastatina 10 a 80mg - 21% a 41%
Pravastatina 20 a 40mg - 20% a 33%
Fluvastatina 20 a 80mg - 15% a 37%
Atorvastatina 10 a 80mg - 37% a 55%
Rosuvastatina 10 a 40mg - 43% a 55%
22. 22
Hipertrigliceridemia
isolada
• São indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido
nicotínico ou a associação de ambos.
Tabela XII – Doses dos fibratos disponíveis e efeito sobre HDL-C e TG
Medicamento Dose mg/dia Δ HDL-C Δ Triglicérides
Bezafibrato 400 a 600 + 5 a 30% - 15 a 55%
Ciprofibrato 100 + 5 a 30% - 15 a 45%
Etofibrato 500 + 5 a 20% - 10 a 30%
Fenofibrato 250 + 5 a 30% - 10 a 30%
Genfibrozil 600 a 1200 + 5 a 30% - 20 a 60%
27. 27
Obesidade
Definição adotada pela OMS:
“Condição de acúmulo anormal ou
excessivo de gordura no tecido adiposo,
numa extensão em que a saúde pode
ser prejudicada.”
Garrow, 1988
28. 28
Tipos de Obesidade
1. Generalizada;
2. Andróide, superior ou tipo “maçã” –
gordura concentrada no tórax e abdômen;
aumento da mortalidade; aumenta a
morbidade (metabólicas e cardiovasculares);
3. Ginecóide, inferior ou tipo “pêra” – A
gordura está mais concentrada nos quadris e
membros, mais associada a problemas
articulares, circulatórios periféricos e
estéticos.
29. 29
Classificação pelo IMC
- Obesidade -
• Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro
utilizado mais comumente é o do Índice de
Massa Corporal (IMC), padrão utilizado pela
OMS, que identifica o peso normal quando o
resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e
24,9.
IMC =
Peso em Kg
(Altura em m)2
30. 30
Razão Cintura Quadril
(RCQ)
• O cálculo da relação cintura-quadril, definida pela
divisão do maior perímetro abdominal entre a última
costela e a crista ilíaca pelo perímetro dos quadris a
nível dos trocânteres femorais com o indivíduo em
decúbito dorsal.
• Índices superiores que 0,8 em mulheres e 0,9 em
homens definem distribuição central de gordura e
aumento do risco morbimortalidade.
Fonte: Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
31. 31
OMS, 1998 - Lean MEJ et al. Lancet;1998
Circunferência Abdominal
Risco Elevado
> 102 cm
> 88 cm
Risco Elevado
32. 32
Epidemiologia
• A prevalência da obesidade tem aumentado muito,
constituindo num dos maiores problemas atuais de
saúde pública, principalmente nos grandes centros
urbanos.
• É o maior fator de desenvolvimento de DM-2 e está
associada a HAS e a dislipidemia - fatores de risco
importantes de DCV.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
33. 33
Etiologia e Fisiopatologia
• A obesidade tem sido atualmente considerada uma
síndrome com múltiplos fatores etiológicos:
– genético; endócrino; psicológico; nutricional;
neuroquímico; imunológico; cultural; social...
• Reconhecer e tratar essa condição é fundamental.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
34. 34
IMC e
Magnitude de Risco
Magnitude de
risco
IMC Tipo de
obesidade
Moderado 25 e 29,9 Sobrepeso
Alto 30 e 34,9 Obesidade grau I
Muito Alto 35 e 39,9 Obesidade grau II
Extremo Acima de 40 Obesidade grau III
“mórbida”
Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
36. 36
Tratamento da Obesidade
• É importante considerar a obesidade dentro da
síndrome metabólica (obesidade, hipertensão,
hiperinsulinismo, intolerância à glicose,
hiperlipidemia) e também como fator de risco de
doença coronariana (maior no sexo masculino).
• O objetivo não se restringe à perda ponderal, mas
deve incluir o tratamento de doenças associadas,
assim como das complicações relacionadas ao
excesso de peso.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
37. 37
Modalidades
De Tratamento
• Dieta hipocalórica
• Implementação de atividade física
• Tratamento farmacológico
• Procedimentos cirúrgicos (na obesidade I, II e III,
conforme doenças associadas)
• Terapia comportamental
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
38. 38
Tratamento farmacológico
Obesidade
* contra-indicados em diabéticos com arritmia ou insuficiência cardíaca
Aumento de
evacuações;
Urgência e
incontinência fecal;
Flatulência
3 (às
refeições
)
360mg
Inibidor da
absorção da
gordura
intestinal
Orlistat
Aumento da PA e da
FC
1
10-20mg
Noradrenérgico+
serotoninérgico
Sibutramina
1 - 2
1-3mg
Mazindol
1 - 2
40–
120mg
Anfepramona
Irritabilidade,
insônia, ansiedade,
euforia, boca seca,
turvação visual,
arritmias,
hipertensão,
constipação
1 – 2
25-50mg
Noradrenérgicos
*
Femproporex
Efeito colateral
Tomadas
Posologia
Classe
Medicamentos
39. 39
Hipócrates (a.C. 460 – 377 a.C.)
“Se pudermos dar a cada indivíduo a
quantidade exata de nutrientes e de
exercício, que não seja insuficiente nem
excessiva, teremos encontrado o caminho
mais seguro para a Saúde.”