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O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO
   DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve
         retrospectiva histórica
  Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva (UFMG/
                CNPq/ FAPEMIG)

PAIVA, V.L.M.O. O uso da tecnologia no ensino de línguas
estrangeiras: breve retrospectiva histórica (submetido à publicação)
2008 disponível em http://www.veramenezes.com/techist.pdf
1. Introdução
  Sempre que a tecnologia avança e sugere
algo novo em relação ao que já está
convencionado ocorre a reação entre adesão
e a crítica ao novo. No sistema educacional
essa relação dialética não é diferente e
quando surge uma nova tecnologia, no
primeiro momento é vista com desconfiança e
rejeição mas, aos poucos, ela começa a
integrar as atividades sociais da linguagem e
a escola termina por utilizá-la em suas
práticas pedagógicas.
2. A tecnologia da escrita
A história do livro:
 Volumen: rolo de folhas de papiro.

 Códex: se aproximava aos livros de hoje, feito

  com pergaminhos, peles de animais ou folhas
  de papiro unidas por uma costura.
 Imprensa: invento de Gutemberg em 1442.

  Primeira grande revolução tecnológica na
  história da cultura humana.
A socialização do livro
     Não foi um processo tranquilo. Enfrentou os
    mesmos problemas que os trazidos pela
    inserção do computador em nossa sociedade.
   Códex: era caro e privilégio de poucos.
    Segundo Paiva (2008) citando Chartier
    (1994), os leitores que adotaram o códex não
    pertenciam à elite letrada e estavam ainda
    muito ligados aos modelos gregos, o
    volumen.
“a cultura escrita é inseparável dos gestos
violentos que a reprimem.” (CHARTIER,
1999, p.23 apud PAIVA, 2008, p.3).

     Estado e Igreja: censuraram o códex
    cuja prática estendeu-se aos livros ao
    longo do tempo.
   Igreja Católica: índex – lista de livros
    proibidos considerados hereges no
    século XIV.
   Nazismo: incineração de livros durante
    o regime autoritário no século XIX.
De acordo com Paiva (2008), o livro didático
    também sofreu sanções restritivas ao seu uso
    por razões econômicas ou políticos.
   China: em 1993 era negado o acesso dos
    livros ingleses aos alunos. Material didático de
    má qualidade e sem ilustrações. A censura
    política proibia o uso de antena parabólica e
    consequentemente o acesso à programação
    em língua estrangeira. Paiva (1995).
O computador na atualidade
    Hoje é o computador que sofre
restrições nos ambientes escolares para
acesso à sites como ORKUT, salas de
bate-papo e aos vídeos do Youtube.
 Nos ambientes familiares os jovens são
proibidos de obter informações sobre
assuntos como sexo e, se o fazem,
fazem escondidos dos adultos.
2.1 As tecnologias no ensino
              de línguas
   Para o ensino de línguas os primeiros livros
    foram as gramáticas. “O conceito de ensino
    de línguas equivalia ao da oferta de
    descrições linguísticas. Aprender uma língua
    significava aprender a sintaxe dessa língua.”
    (PAIVA, 2008, p.3)
   O primeiro livro ilustrado foi o de Comenius, o
    Orbis Sensualim Pictus que na verdade
    continha um vocabulário ilustrado e foi
    publicado em 1658 para a educação infantil.
Comenius X Lambert Sauver
   Comenius: defendia o uso de livros na sala de
    aula e acreditava que as imagens como
    experiências sensoriais     “(...) auxiliavam a
    memória e que a percepção ajudava a imprimir
    a imagem na mente. A aquisição de
    vocabulário era sinônimo de memorização de
    itens lexicais.” (PAIVA, 2008, p.4)
   Sauver: era contra o uso do livro na escola.
    Para ele a sala de aula era para trabalhar a
    audição e o livro deveria ser lido em casa
    como preparação para as aulas.
3. Tecnologias de áudio e
             vídeo
    A reprodução de som e vídeo
configurou-se em uma grande inovação
tecnológica.   Primeiro   foram    os
aparelhos que reproduziam o som,
depois as máquinas de projeção de
imagem e em seguida equipamentos
que    projetavam    a   imagem     e
reproduziam o som simultaneamente.
As inovações tecnológicas:
    evolução no ensino de línguas
   Fonógrafo: reproduzia sons gravados em
    cilindros ou discos metálicos.
   Gramofone: reproduzia sons gravados em
    discos sob a forma de sulcos aspirados.
   Fita magnética: mídia de armazenamento não
    volátil que consiste em uma fita plástica
    coberta de material magnetizável.
Com uma tecnologia que permitia a gravação
e reprodução de som, foi possível levar para
a sala de aula material gravado com amostras
de fala de falantes nativos. O foco era na
oralidade, no entanto acreditava-se que a
aprendizagem da habilidade oral ocorria pela
imitação e repetição sistemática de falas
gravadas por nativos.
Primeiros materiais didáticos
        gravados segundo Kelly (1969)
   The International Correspondence Schools
    of Scranton: responsável pelo primeiro
    material didático gravado em 1902 e 1903.
   Linguaphone: empresa inglesa fundada pelo
    professor e tradutor Jacques Roston que, de
    acordo com Paiva (2008, p.5), avoca para si
    o pioneirismo da associação dos métodos
    tradicionais escritos com as gravações em
    áudio.
   Cartoons e Filmes: em 1930 os estúdios
    Disney produziram cartoons para o
    ensino de inglês básico dando início ao
    uso de filmes para essa prática. Outros
    filmes foram produzidos por CREDIF
    (Centre de Recherce et d’Étude pour la
    Diffusion du Français).
Os aparelhos e seus usos no
            ensino de línguas
   O gravador de fita magnética: permitiu, na
    década de 40 que alunos gravassem suas
    leituras, exercícios de repetição e pudessem
    avaliar o próprio desempenho.
   O rádio: não exerceu muita influência no meio
    escolar por suas transmissões em tempo real
    não permitirem compatibilidade do horário
    escolar com os programas.
   Inventada em 1926 por John Baird a televisão só
    chegou ao Brasil em 1950. Paiva (2008) revela que o
    rádio e a televisão dentre todas as tecnologias de
    áudio e vídeo foram as de maior socialização, no
    entanto pouco contribuíram no ensino escolar formal.
   A televisão na sala de aula da escola regular toma
    nova dimensão ao ser usada para a visualização de
    vídeos didáticos e outros que pouco a pouco migram
    para CD-Roms e DVDs.
   A escola busca nas novas tecnologias, ferramentas
    paras suas práticas pedagógicas intentando melhorar a
    mediação entre aprendiz e língua estrangeira.
4. O COMPUTADOR

Surge nos Estados Unidos no período da
Guerra Fria com o intuito de transferir e
proteger dados através da rede
eletrônica ARPANET.
O Ensino de Línguas Mediado pelo
                Computador

   Teve início em 1960 na Universidade de
    Illinois nos Estados Unidos com o
    projeto PLATO (Programmed Logic for
    Automatic Teaching), que oferecia
    instrução mediada pelo computador em
    várias línguas.
   Paiva (2008) de acordo com Wooley (1994),
    esclarece que o projeto PLATO se expandiu
    muito nos EUA durante a década de 70,
    começando com aproximadamente 20 alunos
    e depois passando para um computador
    mainframe que possibilitou a interação entre
    muitas pessoas através dos milhares de
    terminais dispostos no país a partir da década
    de 80.
   No Brasil, na década de 80 surgiram os
    primeiros PCs (computadores pessoais).
   Na Inglaterra foram criados programas de
    reconstrução de texto: Storyboard e
    Adam&Eve.
   Em 1991 no Brasil é criada a Rede Nacional
    de Pesquisa idealizada pelo CNPq interligando
    universidades e possibilitando a interação
    verbal entre professores universitários e
    parceiros no exterior.
   Segundo Paiva (2008, p.9) o acesso público
    aos computadores:
    (...) só teve início em 1994, com as provedoras
    particulares, e, em 1997, chega a WWW nos
    moldes que conhecemos hoje. Surgiram novas
    formas de comunicação e os aprendizes de
    línguas estrangeiras puderam, pela primeira
    vez, ter acesso às páginas da Internet e
    interagir com falantes das línguas por meio de
    e-mail, lista de discussões e fóruns.
   Em 1995 David Sperling cria a ESL Cafe,
    uma das primeiras páginas com material
    gratuito para alunos e estudantes.
   A evolução da tecnologia da informática
    foi ampliada rapidamente integrando
    todas as tecnologias de escrita áudio e
    vídeo já dispostas na sociedade.
“Os recursos de comunicação
instantânea    como    o    ICq, hoje
substituído pelo MSN, deram impulso às
interações por mensagem escrita com
acréscimo gradual de recursos de vídeo
e áudio.” (PAIVA, 2008, p.9).
Internet no século XXI: a WEB 2
   O usuário não é mais simples
    consumidor, agora ele pode produzir.
    Surgem o Orkut, os blogs, os
    repositórios de vídeos como Youtube e
    torna-se possível uma enciclopédia
    mundial feita pelos próprios internautas,
    a Wikipédia.
5. Rumo à normalização

       De acordo com Pennington(1996),
    Paiva(2008) explicita as situações que
    contribuíram para a inserção do
    computador na sociedade:
   Redução de tamanhos e custos;
   Grande variedade de softwares;
   Mudança de atitude em função da
    repercussão entre os próprios usuários.
7 fases da socialização e               uso do
computador na educação                  segundo
Pennington(1996):
   Fase 1: o computador usado por uma classe
    elitista    de    cientistas  para    cálculos
    matemáticos;
   Fase 2: acesso dado a professores e alunos
    de instituições de prestígio;
   Fase 3: início à esfera educacional, incluindo
    escola públicas;
   Fase 4: o computador como objeto de massa,
    atingindo a classe média e tornando o acesso
    aos computadores universal.
   Fase 5: educadores se apoderam do
    computador e este fica mais próximo
    das práticas pedagógicas;
   Fase 6: crianças tornam-se digitalmente
    letradas;
   Fase 7: provável acesso universal não
    somente às informações mas também
    às pessoas.
7 estágios até a normalização das atividades
      de ensino de línguas mediadas pelo
      computador segundo Bax (2003):

   Estágio 1: primeiros adeptos; poucos
    professores e escolas que adotam a nova
    tecnologia;
   Estágio 2: ignorância ou ceticismo em relação
    a tecnologia;
   Estágio 3: as pessoas experimentam a
    tecnologia, mas resistem aos primeiros
    obstáculos;
   Estágio 4: após serem motivadas as pessoas
    tentam novamente e encontram vantagens
    relativas na tecnologia;
   Estágio 5: mais pessoas começam a usar a
    tecnologia, mas ainda existe receio;
   Estágio 6: a tecnologia passa a ser vista como
    algo normal;
   Estágio 7: se adapta às nossas vida com
    normalidade.
O Brasil e o Computador
   Alcance da normalidade em serviços
    prestados por empresas como bancos.
   Na educação, Paiva (2008) considera os
    mesmos estágios previstos por Bax
    (2003).
   Apesar do uso em muitos ambientes e
    contextos ainda nota-se uma tensão
    entre adesão e rejeição.
O computador e o ensino de línguas
    estrangeiras nas universidades brasileiras
   De acordo com Paiva (2008) essas experiências
    se dividem em três tipos: extensão, atividades
    curriculares e projetos opcionais. Assim, a
    autora apresenta:
   Na área de extensão: a pioneira Profa. Heloisa
    Collins e os cursos de língua inglesa que
    ofereceu pela PUCSP em 1997. Em 1995 foi
    oferecido o primeiro curso de leitura
    instrumental via BBS (Bulletim Board System),
    sistema precursor da Internet atual.
   Sob a orientação de Collins, a Profa. e
    pesquisadora Ana Silva Ferreira que defendeu
    dissertação sobre o tema em 1998. A seguir o
    Surfing & Learning de 1997 a 2002 coordenado
    por Collins em parceria com a UOL. Entre 1997
    e 1998 Collins e Robert Wyatt, seu aluno de
    mestrado planejaram o oferecimento do
    Business Writing on-line – Inglês para Negócios
    via Internet.
   Cursos de extensão por e-mail em 2008
    dirigidos, segundo Collins, para professores
    de escolas públicas e estaduais de São Paulo.
   Como atividade curricular: Paiva (2008) cita a
    própria experiência na UFMG com ofertas de
    leitura e escrita na Internet para alunos da
    licenciatura em inglês. Cita, ainda, Denise
    Braga que, na Unicamp, coordena desde
    2000 o projeto Real Web para alunos da pós-
    graduação.
   Como atividade extracurricular: o projeto
    Teletandem Brasil da UNESP sob
    coordenação de João Telles em parceria
    com universidades no exterior. Vilson
    Leffa com seu sistema ELO (Ensino de
    Línguas Online) juntamente com cursos
    de formação continuada de professores
    de línguas com o foco nas atividades
    interativas.
CONCLUSÃO
A partir dos anos 80 o computador começa a
fazer parte da universidade e na atualidade
muitos brasileiros ainda não tiveram experiência
com esse recurso tecnológico. No entanto,
apesar do esforço de alguns governos em
promover esse acesso tecnológico, essas ações
ainda são recusadas pelos próprios docentes
por acreditarem que esses recursos deveriam
ser revertidos para aumento dos salários e
também por crerem não possuírem treinamento
para lidarem com a máquina.
De acordo com Werneck (2008), esse
pensamento do professor em face da falta de
conhecimento para lidar com a máquina
encontra-se lado a lado com o pensamento
cartesiano também atrasado. O uso do
computador      não   requer    treinamento
específico, ele age como professor estando
disponível para responder infinitamente
inúmeras questões. Portanto, é usando que o
aprendizado vai se consolidando pois se
aprende antes de fazer, enquanto se faz e
depois de fazer.
Dessa forma, é preciso que o professor esteja
mais aberto para aceitar e se adequar a essa
ferramenta que é, de fato, importante para o
desempenho de suas atividades como
educador. É preciso também termos em mente
que nem o livro e nem o computador
promoverão um aprendizado de línguas pleno
e satisfatório se o aprendiz não estiver
engajado em sua aprendizagem numa prática
social da linguagem. Assim, o mal uso da
tecnologia poderá encobrir as mesmas falhas
das práticas antigas.

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Tecnologias no ensino de línguas: retrospectiva histórica

  • 1. O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva histórica Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva (UFMG/ CNPq/ FAPEMIG) PAIVA, V.L.M.O. O uso da tecnologia no ensino de línguas estrangeiras: breve retrospectiva histórica (submetido à publicação) 2008 disponível em http://www.veramenezes.com/techist.pdf
  • 2. 1. Introdução Sempre que a tecnologia avança e sugere algo novo em relação ao que já está convencionado ocorre a reação entre adesão e a crítica ao novo. No sistema educacional essa relação dialética não é diferente e quando surge uma nova tecnologia, no primeiro momento é vista com desconfiança e rejeição mas, aos poucos, ela começa a integrar as atividades sociais da linguagem e a escola termina por utilizá-la em suas práticas pedagógicas.
  • 3. 2. A tecnologia da escrita A história do livro:  Volumen: rolo de folhas de papiro.  Códex: se aproximava aos livros de hoje, feito com pergaminhos, peles de animais ou folhas de papiro unidas por uma costura.  Imprensa: invento de Gutemberg em 1442. Primeira grande revolução tecnológica na história da cultura humana.
  • 4. A socialização do livro Não foi um processo tranquilo. Enfrentou os mesmos problemas que os trazidos pela inserção do computador em nossa sociedade.  Códex: era caro e privilégio de poucos. Segundo Paiva (2008) citando Chartier (1994), os leitores que adotaram o códex não pertenciam à elite letrada e estavam ainda muito ligados aos modelos gregos, o volumen.
  • 5. “a cultura escrita é inseparável dos gestos violentos que a reprimem.” (CHARTIER, 1999, p.23 apud PAIVA, 2008, p.3). Estado e Igreja: censuraram o códex cuja prática estendeu-se aos livros ao longo do tempo.  Igreja Católica: índex – lista de livros proibidos considerados hereges no século XIV.  Nazismo: incineração de livros durante o regime autoritário no século XIX.
  • 6. De acordo com Paiva (2008), o livro didático também sofreu sanções restritivas ao seu uso por razões econômicas ou políticos.  China: em 1993 era negado o acesso dos livros ingleses aos alunos. Material didático de má qualidade e sem ilustrações. A censura política proibia o uso de antena parabólica e consequentemente o acesso à programação em língua estrangeira. Paiva (1995).
  • 7. O computador na atualidade Hoje é o computador que sofre restrições nos ambientes escolares para acesso à sites como ORKUT, salas de bate-papo e aos vídeos do Youtube. Nos ambientes familiares os jovens são proibidos de obter informações sobre assuntos como sexo e, se o fazem, fazem escondidos dos adultos.
  • 8. 2.1 As tecnologias no ensino de línguas  Para o ensino de línguas os primeiros livros foram as gramáticas. “O conceito de ensino de línguas equivalia ao da oferta de descrições linguísticas. Aprender uma língua significava aprender a sintaxe dessa língua.” (PAIVA, 2008, p.3)  O primeiro livro ilustrado foi o de Comenius, o Orbis Sensualim Pictus que na verdade continha um vocabulário ilustrado e foi publicado em 1658 para a educação infantil.
  • 9. Comenius X Lambert Sauver  Comenius: defendia o uso de livros na sala de aula e acreditava que as imagens como experiências sensoriais “(...) auxiliavam a memória e que a percepção ajudava a imprimir a imagem na mente. A aquisição de vocabulário era sinônimo de memorização de itens lexicais.” (PAIVA, 2008, p.4)  Sauver: era contra o uso do livro na escola. Para ele a sala de aula era para trabalhar a audição e o livro deveria ser lido em casa como preparação para as aulas.
  • 10. 3. Tecnologias de áudio e vídeo A reprodução de som e vídeo configurou-se em uma grande inovação tecnológica. Primeiro foram os aparelhos que reproduziam o som, depois as máquinas de projeção de imagem e em seguida equipamentos que projetavam a imagem e reproduziam o som simultaneamente.
  • 11. As inovações tecnológicas: evolução no ensino de línguas  Fonógrafo: reproduzia sons gravados em cilindros ou discos metálicos.  Gramofone: reproduzia sons gravados em discos sob a forma de sulcos aspirados.  Fita magnética: mídia de armazenamento não volátil que consiste em uma fita plástica coberta de material magnetizável.
  • 12. Com uma tecnologia que permitia a gravação e reprodução de som, foi possível levar para a sala de aula material gravado com amostras de fala de falantes nativos. O foco era na oralidade, no entanto acreditava-se que a aprendizagem da habilidade oral ocorria pela imitação e repetição sistemática de falas gravadas por nativos.
  • 13. Primeiros materiais didáticos gravados segundo Kelly (1969)  The International Correspondence Schools of Scranton: responsável pelo primeiro material didático gravado em 1902 e 1903.  Linguaphone: empresa inglesa fundada pelo professor e tradutor Jacques Roston que, de acordo com Paiva (2008, p.5), avoca para si o pioneirismo da associação dos métodos tradicionais escritos com as gravações em áudio.
  • 14. Cartoons e Filmes: em 1930 os estúdios Disney produziram cartoons para o ensino de inglês básico dando início ao uso de filmes para essa prática. Outros filmes foram produzidos por CREDIF (Centre de Recherce et d’Étude pour la Diffusion du Français).
  • 15. Os aparelhos e seus usos no ensino de línguas  O gravador de fita magnética: permitiu, na década de 40 que alunos gravassem suas leituras, exercícios de repetição e pudessem avaliar o próprio desempenho.  O rádio: não exerceu muita influência no meio escolar por suas transmissões em tempo real não permitirem compatibilidade do horário escolar com os programas.
  • 16. Inventada em 1926 por John Baird a televisão só chegou ao Brasil em 1950. Paiva (2008) revela que o rádio e a televisão dentre todas as tecnologias de áudio e vídeo foram as de maior socialização, no entanto pouco contribuíram no ensino escolar formal.  A televisão na sala de aula da escola regular toma nova dimensão ao ser usada para a visualização de vídeos didáticos e outros que pouco a pouco migram para CD-Roms e DVDs.  A escola busca nas novas tecnologias, ferramentas paras suas práticas pedagógicas intentando melhorar a mediação entre aprendiz e língua estrangeira.
  • 17. 4. O COMPUTADOR Surge nos Estados Unidos no período da Guerra Fria com o intuito de transferir e proteger dados através da rede eletrônica ARPANET.
  • 18. O Ensino de Línguas Mediado pelo Computador  Teve início em 1960 na Universidade de Illinois nos Estados Unidos com o projeto PLATO (Programmed Logic for Automatic Teaching), que oferecia instrução mediada pelo computador em várias línguas.
  • 19. Paiva (2008) de acordo com Wooley (1994), esclarece que o projeto PLATO se expandiu muito nos EUA durante a década de 70, começando com aproximadamente 20 alunos e depois passando para um computador mainframe que possibilitou a interação entre muitas pessoas através dos milhares de terminais dispostos no país a partir da década de 80.
  • 20. No Brasil, na década de 80 surgiram os primeiros PCs (computadores pessoais).  Na Inglaterra foram criados programas de reconstrução de texto: Storyboard e Adam&Eve.  Em 1991 no Brasil é criada a Rede Nacional de Pesquisa idealizada pelo CNPq interligando universidades e possibilitando a interação verbal entre professores universitários e parceiros no exterior.
  • 21. Segundo Paiva (2008, p.9) o acesso público aos computadores: (...) só teve início em 1994, com as provedoras particulares, e, em 1997, chega a WWW nos moldes que conhecemos hoje. Surgiram novas formas de comunicação e os aprendizes de línguas estrangeiras puderam, pela primeira vez, ter acesso às páginas da Internet e interagir com falantes das línguas por meio de e-mail, lista de discussões e fóruns.
  • 22. Em 1995 David Sperling cria a ESL Cafe, uma das primeiras páginas com material gratuito para alunos e estudantes.  A evolução da tecnologia da informática foi ampliada rapidamente integrando todas as tecnologias de escrita áudio e vídeo já dispostas na sociedade.
  • 23. “Os recursos de comunicação instantânea como o ICq, hoje substituído pelo MSN, deram impulso às interações por mensagem escrita com acréscimo gradual de recursos de vídeo e áudio.” (PAIVA, 2008, p.9).
  • 24. Internet no século XXI: a WEB 2  O usuário não é mais simples consumidor, agora ele pode produzir. Surgem o Orkut, os blogs, os repositórios de vídeos como Youtube e torna-se possível uma enciclopédia mundial feita pelos próprios internautas, a Wikipédia.
  • 25. 5. Rumo à normalização De acordo com Pennington(1996), Paiva(2008) explicita as situações que contribuíram para a inserção do computador na sociedade:  Redução de tamanhos e custos;  Grande variedade de softwares;  Mudança de atitude em função da repercussão entre os próprios usuários.
  • 26. 7 fases da socialização e uso do computador na educação segundo Pennington(1996):  Fase 1: o computador usado por uma classe elitista de cientistas para cálculos matemáticos;  Fase 2: acesso dado a professores e alunos de instituições de prestígio;  Fase 3: início à esfera educacional, incluindo escola públicas;  Fase 4: o computador como objeto de massa, atingindo a classe média e tornando o acesso aos computadores universal.
  • 27. Fase 5: educadores se apoderam do computador e este fica mais próximo das práticas pedagógicas;  Fase 6: crianças tornam-se digitalmente letradas;  Fase 7: provável acesso universal não somente às informações mas também às pessoas.
  • 28. 7 estágios até a normalização das atividades de ensino de línguas mediadas pelo computador segundo Bax (2003):  Estágio 1: primeiros adeptos; poucos professores e escolas que adotam a nova tecnologia;  Estágio 2: ignorância ou ceticismo em relação a tecnologia;  Estágio 3: as pessoas experimentam a tecnologia, mas resistem aos primeiros obstáculos;
  • 29. Estágio 4: após serem motivadas as pessoas tentam novamente e encontram vantagens relativas na tecnologia;  Estágio 5: mais pessoas começam a usar a tecnologia, mas ainda existe receio;  Estágio 6: a tecnologia passa a ser vista como algo normal;  Estágio 7: se adapta às nossas vida com normalidade.
  • 30. O Brasil e o Computador  Alcance da normalidade em serviços prestados por empresas como bancos.  Na educação, Paiva (2008) considera os mesmos estágios previstos por Bax (2003).  Apesar do uso em muitos ambientes e contextos ainda nota-se uma tensão entre adesão e rejeição.
  • 31. O computador e o ensino de línguas estrangeiras nas universidades brasileiras  De acordo com Paiva (2008) essas experiências se dividem em três tipos: extensão, atividades curriculares e projetos opcionais. Assim, a autora apresenta:  Na área de extensão: a pioneira Profa. Heloisa Collins e os cursos de língua inglesa que ofereceu pela PUCSP em 1997. Em 1995 foi oferecido o primeiro curso de leitura instrumental via BBS (Bulletim Board System), sistema precursor da Internet atual.
  • 32. Sob a orientação de Collins, a Profa. e pesquisadora Ana Silva Ferreira que defendeu dissertação sobre o tema em 1998. A seguir o Surfing & Learning de 1997 a 2002 coordenado por Collins em parceria com a UOL. Entre 1997 e 1998 Collins e Robert Wyatt, seu aluno de mestrado planejaram o oferecimento do Business Writing on-line – Inglês para Negócios via Internet.
  • 33. Cursos de extensão por e-mail em 2008 dirigidos, segundo Collins, para professores de escolas públicas e estaduais de São Paulo.  Como atividade curricular: Paiva (2008) cita a própria experiência na UFMG com ofertas de leitura e escrita na Internet para alunos da licenciatura em inglês. Cita, ainda, Denise Braga que, na Unicamp, coordena desde 2000 o projeto Real Web para alunos da pós- graduação.
  • 34. Como atividade extracurricular: o projeto Teletandem Brasil da UNESP sob coordenação de João Telles em parceria com universidades no exterior. Vilson Leffa com seu sistema ELO (Ensino de Línguas Online) juntamente com cursos de formação continuada de professores de línguas com o foco nas atividades interativas.
  • 35. CONCLUSÃO A partir dos anos 80 o computador começa a fazer parte da universidade e na atualidade muitos brasileiros ainda não tiveram experiência com esse recurso tecnológico. No entanto, apesar do esforço de alguns governos em promover esse acesso tecnológico, essas ações ainda são recusadas pelos próprios docentes por acreditarem que esses recursos deveriam ser revertidos para aumento dos salários e também por crerem não possuírem treinamento para lidarem com a máquina.
  • 36. De acordo com Werneck (2008), esse pensamento do professor em face da falta de conhecimento para lidar com a máquina encontra-se lado a lado com o pensamento cartesiano também atrasado. O uso do computador não requer treinamento específico, ele age como professor estando disponível para responder infinitamente inúmeras questões. Portanto, é usando que o aprendizado vai se consolidando pois se aprende antes de fazer, enquanto se faz e depois de fazer.
  • 37. Dessa forma, é preciso que o professor esteja mais aberto para aceitar e se adequar a essa ferramenta que é, de fato, importante para o desempenho de suas atividades como educador. É preciso também termos em mente que nem o livro e nem o computador promoverão um aprendizado de línguas pleno e satisfatório se o aprendiz não estiver engajado em sua aprendizagem numa prática social da linguagem. Assim, o mal uso da tecnologia poderá encobrir as mesmas falhas das práticas antigas.