O poema descreve a visão do mundo do autor como clara e inocente como um girassol, observando o mundo com olhos de criança e apreciando constantemente novas descobertas sem tentar compreendê-lo intelectualmente, mas apenas amando-o através dos sentidos.

2. O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda,

3. E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

4. E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras...

5. Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo... Creio no mundo como num malmequer,

6. Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender...

7. O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos)

8. Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

9. Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

10. Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso

11. Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

12. Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar...

13. Apresentação por Renato Cardoso

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