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Música no Estado Novo
Músicas censuradas pelo Estado Novo
1) O Bonde de São Januário
O samba “O Bonde de São Januário”, de autoria de Wilson Batista e Ataulfo Alves e
cantada pela voz de Ciro Monteiro, foi censurado na década de 1940, pois a letra original
dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”.
Assim, o DIP determinou que a letra fosse modificada e, ao final, ela ficou assim:
O Bonde de São Januário
Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O Bonde de São Januário leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas hoje eu penso melhor no futuro
Graças a Deus sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
Passe bem!
2) Diabo sem rabo
A marchinha de carnaval “Diabo sem rabo”, de autoria de Haroldo Lobo e Milton
Oliveira, foi composta em 1938, sendo gravada pela primeira vez por Patrício Teixeira.
Por conter versos ambíguos que faziam oposição à ideologia do Estado Novo, a música
foi censurada pelo DIP.
Diabo Sem Rabo - Marchinha de Carnaval
A minha fantasia de diabo
Só falta o rabo, só falta o rabo
Eu vou botar um anúncio no jornal:
Precisa-se de um rabo
Pra brincar no carnaval
Já comprei lança
Carapuça, comprei tudo
Até o pé de pato
E capa de veludo
Mas, que diabo!
Puxa, puxa, que diabo!
Depois de tudo pronto
Eu notei que falta o rabo
Músicas que exaltavam o Estado Novo
1) Eu trabalhei
“Eu Trabalhei”, composta em 1941 por Roberto Riberti e Jorge Faraj e gravada por
Orlando Silva, era uma clara exaltação à ideologia trabalhista do Estado Novo e a
representação da regeneração do malandro, tema recorrente nos sambas compostos
durante este período.
Eu Trabalhei – Roberto Riberti e Jorge Faraj
Eu hoje tenho
Tudo, tudo que um homem quer
Tenho dinheiro, automóvel e uma mulher
Mas pra chegar
Até o ponto em que cheguei
Eu trabalhei, trabalhei, trabalhei
Eu hoje sou feliz
E posso aconselhar
Quem faz o que eu já fiz
Só pode melhorar
E quem diz que o trabalho
Não dá camisa a ninguém
Não tem razão
Não tem, não tem
2) O negócio é casar
Nesta música de Ataulfo Alves e Felisberto Martins, de 1941, trata-se de um malandro
que foi “reabilitado”, ou seja, que se transformou e começou a ter um modelo de vida
baseado na ideologia do Estado Novo.
O negócio é casar - Ataulfo Alves e Felisberto Martins
Veja só...
A minha vida como está mudada
Não sou mais aquele
Que entrava em casa alta madrugada
Faça o que eu fiz
Porque a vida é do trabalhador
Tenho um doce lar
E sou feliz com meu amor
O estado novo
Veio para nos orientar
No brasil não falta nada
Mas precisa trabalhar
Tem café petróleo e ouro
Ninguém pode duvidar
E quem for pai de 4 filhos
O presidente manda premiar...
[breque] é negócio casar
1) O Bonde da Piedade
“O Bonde Piedade” de Geraldo Pereira e Ari Monteiro, gravada em 1945, é mais uma
música dentre tantas outras que demonstravam a “recuperação” dos “malandros”,
seguida pela apologia ao trabalho e dos princípios familiares propagados pelo Estado
Novo.
O Bonde Piedade – Geraldo Pereira e Ari Monteiro
De manhã eu deixo o barracão
Vou pro ponto de seção
Cheio de alegria
Pego o bonde Piedade
Desembarco na cidade
Em busca do pão de cada dia
A princípio meu ordenado
Era pouco e muito trabalho
Aguentei o galho e o tempo passou
Agora fui aumentado
Passei a encarregado
A minha situação melhorou
1) Senhor Delegado
“Senhor Delegado”, música composta por Antoninho Lopes e Ernani Silva, gravada
por Germano Mathias em 1957, foi feita em homenagem ao Estado Novo,
demonstrando a regeneração do malandro.
Senhor Delegado – Antoninho Lopes e Ernani Silva
Senhor delegado
Seu auxiliar está equivocado comigo
Eu já fui malandro
Hoje estou regenerado
Os meus documentos
Eu esqueci mas foi por distração (comigo não)
Sou rapaz honesto
Trabalhador, veja só minha mão (sou tecelão)
Se ando alinhado
É porque gosto de andar na moda
Se piso macio
É porque tenho um calo que me incomoda (na ponta do pé)
Se o senhor me prender
Vai cometer uma grande injustiça (na Lapa)
Amanhã é domingo
Tenho que levar minha patroa à missa (na Penha)
1) Aquarela do Brasil
Esta música de Ary Barroso, composta em 1939, cantada na voz de Ciro Monteiro,
enaltecia a beleza e a grandiosidade do Brasil. Era a principal representação do samba-
exaltação, concebido durante o Estado Novo, perante o nacionalismo difundido pelo
regime estadonovista.
Aquarela do Brasil – Ary Barroso (voz de Ciro Monteiro)
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta,do serrado
Bota o Rei Congo, no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver Essa Dona, caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

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musicas_e_artistas_-_vargas_-_final.pdf

  • 1. Música no Estado Novo Músicas censuradas pelo Estado Novo 1) O Bonde de São Januário O samba “O Bonde de São Januário”, de autoria de Wilson Batista e Ataulfo Alves e cantada pela voz de Ciro Monteiro, foi censurado na década de 1940, pois a letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”. Assim, o DIP determinou que a letra fosse modificada e, ao final, ela ficou assim: O Bonde de São Januário Quem trabalha é quem tem razão Eu digo e não tenho medo de errar O Bonde de São Januário leva mais um operário Sou eu que vou trabalhar Antigamente eu não tinha juízo Mas hoje eu penso melhor no futuro Graças a Deus sou feliz vivo muito bem A boemia não dá camisa a ninguém Passe bem! 2) Diabo sem rabo A marchinha de carnaval “Diabo sem rabo”, de autoria de Haroldo Lobo e Milton Oliveira, foi composta em 1938, sendo gravada pela primeira vez por Patrício Teixeira. Por conter versos ambíguos que faziam oposição à ideologia do Estado Novo, a música foi censurada pelo DIP. Diabo Sem Rabo - Marchinha de Carnaval A minha fantasia de diabo Só falta o rabo, só falta o rabo Eu vou botar um anúncio no jornal:
  • 2. Precisa-se de um rabo Pra brincar no carnaval Já comprei lança Carapuça, comprei tudo Até o pé de pato E capa de veludo Mas, que diabo! Puxa, puxa, que diabo! Depois de tudo pronto Eu notei que falta o rabo Músicas que exaltavam o Estado Novo 1) Eu trabalhei “Eu Trabalhei”, composta em 1941 por Roberto Riberti e Jorge Faraj e gravada por Orlando Silva, era uma clara exaltação à ideologia trabalhista do Estado Novo e a representação da regeneração do malandro, tema recorrente nos sambas compostos durante este período. Eu Trabalhei – Roberto Riberti e Jorge Faraj Eu hoje tenho Tudo, tudo que um homem quer Tenho dinheiro, automóvel e uma mulher Mas pra chegar Até o ponto em que cheguei Eu trabalhei, trabalhei, trabalhei Eu hoje sou feliz E posso aconselhar Quem faz o que eu já fiz Só pode melhorar E quem diz que o trabalho Não dá camisa a ninguém Não tem razão
  • 3. Não tem, não tem 2) O negócio é casar Nesta música de Ataulfo Alves e Felisberto Martins, de 1941, trata-se de um malandro que foi “reabilitado”, ou seja, que se transformou e começou a ter um modelo de vida baseado na ideologia do Estado Novo. O negócio é casar - Ataulfo Alves e Felisberto Martins Veja só... A minha vida como está mudada Não sou mais aquele Que entrava em casa alta madrugada Faça o que eu fiz Porque a vida é do trabalhador Tenho um doce lar E sou feliz com meu amor O estado novo Veio para nos orientar No brasil não falta nada Mas precisa trabalhar Tem café petróleo e ouro Ninguém pode duvidar E quem for pai de 4 filhos O presidente manda premiar... [breque] é negócio casar 1) O Bonde da Piedade “O Bonde Piedade” de Geraldo Pereira e Ari Monteiro, gravada em 1945, é mais uma música dentre tantas outras que demonstravam a “recuperação” dos “malandros”, seguida pela apologia ao trabalho e dos princípios familiares propagados pelo Estado Novo. O Bonde Piedade – Geraldo Pereira e Ari Monteiro
  • 4. De manhã eu deixo o barracão Vou pro ponto de seção Cheio de alegria Pego o bonde Piedade Desembarco na cidade Em busca do pão de cada dia A princípio meu ordenado Era pouco e muito trabalho Aguentei o galho e o tempo passou Agora fui aumentado Passei a encarregado A minha situação melhorou 1) Senhor Delegado “Senhor Delegado”, música composta por Antoninho Lopes e Ernani Silva, gravada por Germano Mathias em 1957, foi feita em homenagem ao Estado Novo, demonstrando a regeneração do malandro. Senhor Delegado – Antoninho Lopes e Ernani Silva Senhor delegado Seu auxiliar está equivocado comigo Eu já fui malandro Hoje estou regenerado Os meus documentos Eu esqueci mas foi por distração (comigo não) Sou rapaz honesto Trabalhador, veja só minha mão (sou tecelão) Se ando alinhado É porque gosto de andar na moda Se piso macio É porque tenho um calo que me incomoda (na ponta do pé) Se o senhor me prender
  • 5. Vai cometer uma grande injustiça (na Lapa) Amanhã é domingo Tenho que levar minha patroa à missa (na Penha) 1) Aquarela do Brasil Esta música de Ary Barroso, composta em 1939, cantada na voz de Ciro Monteiro, enaltecia a beleza e a grandiosidade do Brasil. Era a principal representação do samba- exaltação, concebido durante o Estado Novo, perante o nacionalismo difundido pelo regime estadonovista. Aquarela do Brasil – Ary Barroso (voz de Ciro Monteiro) Brasil Meu Brasil brasileiro Meu mulato inzoneiro Vou cantar-te nos meus versos Ô Brasil, samba que dá Bamboleio que faz gingar Ô Brasil, do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil, Brasil Pra mim, pra mim Ah, abre a cortina do passado Tira a Mãe Preta,do serrado Bota o Rei Congo, no congado Brasil, Brasil Pra mim, pra mim Deixa, cantar de novo o trovador A merencória luz da lua Toda canção do meu amor Quero ver Essa Dona, caminhando Pelos salões arrastando O seu vestido rendado
  • 6. Brasil, Brasil Pra mim, pra mim Brasil Terra boa e gostosa Da morena sestrosa De olhar indiscreto Ô Brasil, samba que dá Bamboleio, que faz gingar Ô Brasil, do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil, Brasil Pra mim, pra mim Oh, esse coqueiro que dá coco Onde eu amarro a minha rede Nas noites claras de luar Brasil, Brasil Pra mim, pra mim Ah, ouve essas fontes murmurantes Aonde eu mato a minha sede E onde a lua vem brincar Ah, este Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil, brasileiro Terra de samba e pandeiro Brasil, Brasil Pra mim, pra mim