O bispo Ilídio Leandro descreve como almas livres brotaram de redes frias e sem esperança durante o Holocausto. Ele elogia essas figuras por lutarem pela liberdade, justiça e amor, mesmo sob terríveis circunstâncias. O bispo também enfatiza a importância de seguir esses exemplos nobres e inspiradores para construir um futuro melhor.

1. MENSAGEM DE D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu para
a Exposição «Heróis do Holocausto»
«Das redes frias fizeram nascer almas livres»
O tema deste trabalho é inspirador para contemplar Almas grandes que,
na sua liberdade, brotaram de Redes frias, sem vida e sem esperança. Porém,
independentemente das circunstâncias em que nasceram e viveram ou lhes
provocaram e proporcionaram, a sua liberdade não foi asfixiada. Viveram com
um coração muito livre, capazes de amar e de construírem a justiça, apesar de
todas as cadeias… Mais, brotaram de Redes que coarctavam e limitavam a
aspiração justa e digna da vida de outrem, mas estes conseguiram saltar os
medos e as ameaças, cortando as redes e as prisões asfixiantes.
Ler vidas com esta grandeza, faz-nos sentir que nada é impossível a
quem crê e a quem ama, na coerência e justeza do acreditar e do lutar. Isto é:
crer, amar, acreditar e lutar são exigências de quem vê, acredita e age com o
coração e de quem aceita todas as batalhas para que vença o amor, a
liberdade, a paz, a felicidade… Estes princípios são próprios de quem não se
procura a si mesmo, mas o bem para o outro e para os outros, na linha de Jesus
– “o que fizerdes ao mais pequeno, é a mim”.
Felizmente que o mundo continua a mostrar-nos figuras deste jaez…
Digo mais: porque hoje se esquecem, muitas vezes e em muitas coisas, os
valores que dão sentido à vida e fazem a diferença, as pessoas que dão este
salto de libertação da mesquinhez e do “não te rales” ou “tudo vale o
mesmo”… são exemplos nobres e muito válidos e inspiradores para um futuro
melhor. São exemplos, não só para admirar mas para imitar e seguir, nas
oportunidades que temos, em cada dia, de gritar e de dizer: “basta de
mesquinhez!” “Basta de cobardia!” “Basta de mentira!”
Os exemplos que foram dados são, na sua diversidade, desafios para as
nossas diferenças e para as nossas oportunidades. Porém, cada um de nós tem
a sua diferença concreta e a sua oportunidade certa para, em cada um desses
momentos, agarrar essa hora e dizer: “sou eu quem está a ser chamado e cabe-
me responder, de modo a marcar, positivamente, a minha história e contribuir
para o mundo ser um pouco melhor!” Pensemos sempre: “É nossa a hora!”
Nestes desafios, recordo o Fundador do Escutismo – Baden-Powell:
“importa deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste!” Sim; que
cada um de nós faça o que lhe é possível, em cada momento. Se assim fizer,
cada um e cada uma, a história será uma beleza e nós – cada um de nós –
seremos os seus artífices.
Parabéns, pela inspiração para este trabalho e que cada um e cada uma
experimentem pintar um mundo que seja muito mais belo!
Bispo Ilídio