O romance Mayombe, de Pepetela, descreve a luta pela independência de Angola nos anos 1960 contra o domínio colonial português. O autor aderiu ao MPLA na luta armada pela libertação e teve de viver no exílio. Após a independência em 1975, ele integrou o governo e lançou obras como Mayombe, retratando a guerra civil que se seguiu entre facções rivais.
1. MAYOMBE, DE PEPETELA
(Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos -
Benguela,1941)
Em 1961, aderiu ao Movimento Popular para a Libertação de
Angola (MPLA) que lutava pela independência do país ( que até
1975 ainda era uma colônia de Portugal ). Por seu envolvimento
político, o escritor teve de viver no exílio e só após a
independência retornou ao país, integrando o governo do
presidente Agostinho Neto, como vice-ministro da Educação.
Nessa época, por sinal, lançou boa parte de sua obra, incluindo
"Mayombe" (1980).
- ANGOLA;
- MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DA ANGOLA (MPLA);
- ANOS 60 – Luta armada, marxista-lenista, socialismo;
- 1975 – Independência de Mayombe (Portugal);
- De 75 a 2002 GUERRA CÍVIL – Tribalismo;
• Figura de linguagem: Personificação//Prosopopeia de Mayombe
(Floresta);
• Polifonia: várias vozes – 3.ª pessoa é o narrador (onisciente). Em 1.ª
pessoa são as próprias personagens, que tomam a palavra, marcada no
romance pelo itálico, em discurso indireto livre.
• Intertextualidade entre o Mito Grego de Prometeu (que rouba o fogo
de Zeus para iluminar os homens e é condenado a ter seu fígado devorado por
um ave de rapina) e o Mito do Panteão dos Deuses Africanos Ogum
(Temível, implacável, Deus do Ferro – São Jorge ou Santo Antonio)
• Remete à epopeia - Poema longo, narrativo, geralmente versando sobre os
feitos de um herói, sobre acontecimentos históricos ou míticos, sobre
elementos considerados como fundamentais a dada cultura. É um texto que se
dedica a expor episódios gloriosos, engrandecer seus personagens principais e
registrar para a posteridade suas realizações, dignas de serem lembradas e
condecoradas.
São 05 capítulos,
além de outros 02
de dedicatória e
Epílogo.
I – A MISSÃO;
II- A BASE;
III – ONDINA;
IV – SURUCUCU;
V – AMOREIRA.
Comandante SEM MEDO (35 anos, economista, seminarista – Ateu. Faz
uma leitura crítica de Marx pois: a revolução parte do povo e se um
intelectual está à frente dessa revolução, como pode ser legítima?)
COMISSÁRIO João (25 anos, está sendo preparado por Sem Medo para
assumir a guerrilha – falam sobre política e amor).
Ondina (Professora,fica na base de Cambindo, única mulher do grupo. Noiva
do Comissário João, é uma mulher extremamente liberal, consciente sobre
seu próprio corpo e bem resolvida quanto à sexualidade, muito politizada).
André (Burocrata. Quer levar boa vida. Caráter duvidosos. Responsável pela
comida, na base de Cambindo, deixa faltar comida para os guerrilheiros)
Teoria (professor, que ensina a doutrina marxista aos guerrilheiros. Segundo
Sem Medo o processo de independência e um país socialista só serão
possíveis por meio da educação).
Lutamos (não gosta de estudar. Precisa provar o tempo todo que não é um
traidor, é morto protegendo o grupo num confronto);
Novo Mundo Indispõe-se com Comandante, não chegando a entender
perfeitamente o pensamento e o modo de agir de Sem Medo, a quem chama
de “pequeno-burguês com traços anarquistas”. Como marxista-leninista, se
diz não egoísta e acredita que só as massas constroem a História, sem
diferenças de cor ou origem