2. Aglomerantes
Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é formar uma
pasta que promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na obtenção das
argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas.
Cimento Cal
3. Aglomerantes
As pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido aos
efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de
azulejos e ladrilhos.
4. Cimento Portland
Produto constituído por silicatos aluminatos de cálcio, sem cal livre, que,
depois de hidratados, funcionam como uma cola que ligam as partículas
de agregados entre si. Seu nome decorre de sua semelhança com as
rochas encontradas na ilha de Portland (UK).
5. Como obter o cimento?
Calcário Argila
Minério
de Ferro
Clínquer
Clínquer Gesso Cimento
6. Clínquer
O clínquer tem como matérias-primas o calcário e a argila, ambos
obtidos de jazidas em geral situadas nas proximidades das fábricas de
cimento.
A rocha calcaria é primeiramente britada, depois moída e em seguida
misturada, em proporções adequadas, com argila moída.
A mistura formada atravessa um forno giratório cuja temperatura interna
chega a alcançar 1450ºC.
O intenso calor transforma a mistura em um novo material, denominado
clínquer, que se apresenta sob a forma de pelotas.
Na saída do forno o clínquer, ainda incandescente, é bruscamente
resfriado para posteriormente ser finamente moído, transformando-se em
pó.
7. Clínquer
O clínquer em pó tem a peculiaridade de desenvolver uma reação química em
presença de água, na qual ele, primeiramente, torna-se pastoso e, em seguida,
endurece, adquirindo elevada resistência e durabilidade. Essa característica adquirida
pelo clínquer, que faz dele um ligante hidráulico muito resistente.
8. Gesso
O gesso tem como função básica controlar o tempo de pega, ou seja o início do endurecimento
do clínquer moído.
Caso não se adicionasse o gesso à moagem do clínquer, o cimento, quando entrasse em contato
com a água, endureceria quase que instantaneamente, o que inviabilizaria seu uso nas obras. Por
isso a necessidade desta adição;
Gipsita (Sulfato de Cálcio)
Retardador de pega!
A quantidade adicionada é pequena:
em geral, 3% de gesso para 97% de
clÌnquer, em massa.
9. Adições minerais
São materiais mais ou menos silicosos finamente moídos com propriedades pozolânicas
(Ensaio de Pozolanicidade), adicionados ao cimento em substituição ao clínquer ou ao
concreto em quantidades relativamente grandes, com o objetivo de modificar algumas de
suas propriedades.
Exemplos
Escória de alto forno
Silica Ativa
Metacaulim
Cinza da casca de arroz
Tecnologia!
Economia!
Meio ambiente!
10. Função dos componentes
CALCÁRIO e ARGILA:
Formam o clinquer. (1t de clinquer 1,5 à 1,8 t de matéria-prima)
ÀLCALIS (variando de 12,5 a 14,0):
Proteção da armadura (pH > 11,50)
GESSO ( 5%):
Retardar o tempo de pega, inibindo suas reações químicas.
12. Cimento (resistência mecânica)
Principal responsável pelas propriedades mecânicas
dos concretos e das argamassas de revestimento
Teor de
cimento
Resistência de
aderência
Menos deformáveis
(maior módulo de
deformação)
13. Cimento ( FINURA )
Cimentos mais finos tendem a ser mais reativos, podendo alcançar altas resistências
mecânicas em 3 ou 4 dias, no entanto demandam mais água aumentando e deixando um
alerta ao risco de surgimento de fissuras por retração.
15. Química no cimento
Clinquer: 96%
silicato tricálcico (C3S): 20 a 70%
silicato bicálcico (C2S): 10 a 50 %
aluminato tricálcico (C3A): 5 a 20 %
ferro-aluminato tretracálcico (C4AF): 5 a 15%
- cal livre: 0 a 2%
Impurezas - magnésia: 0 a 7 %
- álcalis: 0 a 2 %
- outros óxidos (TiO2, P2O5, Mn2O3): 0 a 3 %
Sulfato de Cálcio: 4% a 5% (controlar a pega dos aluminatos que é muito rápida).
Resistência
Pega
16. C3S -Silicato tricálcio -Endurecimento
rápido, alto calor de hidratação e alta
resistência inicial, contribui para
resistência inicial do concreto
(especialmente até final do 1º mês)- (45-
60%).
C2S -Silicato dicálcico - Endurecimento
lento, baixo calor de hidratação e contribui
para resistência principalmente a partir do
final do 1º mês - (15-30%)
C3A - Aluminato tricálcico-Reação
rapidíssima, altíssimo calor de hidratação,
resistência muito baixa à ataque por
sulfatos, contribui para resistência inicial
(especialmente no 1º dia)- (6-12%).- É
sensível ao ataque de sulfatos.
C4AF -Ferro Aluminato tretracálcico -
Reação muito rápida, alto calor de
hidratação, resistência desprezível, não
contribuindo para resistência. (6-8%)
Hidratação do CP
17. Resistência à Compressão
C3S -Silicato tricálcio -Endurecimento
rápido, alto calor de hidratação e alta
resistência inicial, contribui para
resistência inicial do concreto
(especialmente até final do 1º mês)- (45-
60%).
C2S -Silicato dicálcico - Endurecimento
lento, baixo calor de hidratação e contribui
para resistência principalmente a partir do
final do 1º mês - (15-30%)
C3A - Aluminato tricálcico-Reação
rapidíssima, altíssimo calor de hidratação,
resistência muito baixa à ataque por
sulfatos, contribui para resistência inicial
(especialmente no 1º dia)- (6-12%).- É
sensível ao ataque de sulfatos.
C4AF -Ferro Aluminato tretracálcico -
Reação muito rápida, alto calor de
hidratação, resistência desprezível, não
contribuindo para resistência. (6-8%)
18. Tipos de cimento
cimento portland comum;
cimento portland composto;
cimento portland de alto-forno;
cimento portland pozolanico.
cimento portland de alta resistÍncia inicial;
cimento portland resistente aos sulfatos;
cimento portland branco;
Obs1 – Todos em conformidade com normas da ABNT
19. Cimentos Portland comuns e
compostos
CP – CP I – cimento Portland comum e sem adições (NBR 5732)
A partir dos bons resultados dessas conquistas e surgiu no mercado brasileiro
em 1991 um novo tipo de cimento, o cimento portland composto, cuja
composição fica entre os cimentos portland comuns e os cimentos portland
com adições.
São adequados para o uso em
construções de concreto em geral
quando não há exposição a
substâncias químicas agressivas
presentes no solo (sulfatos) ou em
águas subterrâneas e não são exigidas
propriedades especiais do cimento.
20. Cimentos Portland comuns e
compostos
CP II Z , F e E (Cimento Portland Composto com Pozolana ou Fíler ou
Escória) – NBR 11578
Calor de hidratação menor
Boa resistência ao ataque de sulfatos
Uso em obras correntes – argamassas e concretos
Cimento Portland Composto com Pozolana (CP II-Z)
Pode ser usado em obras em geral, subterrâneas, marítimas e industriais.
O concreto feito com o CP II-Z se torna mais impermeável e, por isso,
mais durável. Também serve para produção de argamassas, concreto
simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de
cimento.
21. Cimento Portland Composto com Escória (CP II-E)
Com adição de escória granulada de alto-forno, evita que a estrutura
de concreto fissure por causa da alta temperatura de reação. Também
permite produzir um concreto com resistência maior do que aquele
feito com o cimento Portland comum.
Cimento Portland Composto com Fíler (CP II-F)
Com adição de fíler calcário, é recomendado para o preparo de
argamassas de assentamento, de revestimento, argamassa armada,
além de estruturas de concreto simples, armado, protendido e
elementos pré-moldados e artefatos de concreto, pisos e pavimentos
de concreto, solo-cimento, entre outros.
Cimentos Portland comuns e
compostos
23. Cimentos Portland de Alto-Forno e
Pozolânicos
Cimento Portland de Alto-Forno (CP III) – NBR 5735
Utilização em obras de barragens, concreto – massa, peças de grandes dimensões, obras em
ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes
industriais.
Nas primeiras idades tem resistência menor que cimento comum.
A adição de escória de alto-forno confere maior impermeabilidade e durabilidade ao concreto, além
de reduzir o calor de reação e proporcionar maior resistência química ao produto.
Concreto massa é
qualquer volume de
concreto moldado in situ,
com dimensões de
magnitude suficientes para
exigir que sejam tomadas
medidas para controlar a
geração de calor e a
variação de volume
decorrente, a fim de
minimizar a sua fissuração.
24. Cimentos Portland de Alto-Forno e
Pozolânicos
Cimento Portland Pozolânico (CP IV) – NBR 5736
Com adição de pozolanas (cinzas volantes), é indicado para argamassas, concretos
simples, armado e protendido sujeitos a lixiviação, elementos pré-moldados e artefatos de
cimento, além de obras expostas à ação de água e ambientes agressivos (baixa
permeabilidade).
Em casos de grande volume de concreto também oferece baixo calor de reação.
Nas primeiras idades tem resistência menor que o cimento comum, fata que inverte-se
aproximadamente aos 90 dias.
A lixiviação é nociva ao concreto por várias razões: com a remoção
de sólidos, ocorre redução na resistência mecânica do material e
abre-se caminho para a entrada de gases e líquidos agressivos às
armaduras e ao próprio concreto, além da penetração de água e
oxigênio que normalmente redunda na corrosão de armaduras em
peças de concreto armado ou concreto protendido.
26. Cimento de Alta Resistência Inicial
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI) – NBR 5733
Usado para fabricar concretos que precisam adquirir resistência com rapidez. Com pouco mais de
um dia de idade, o concreto feito com o CP V-ARI atinge a resistência à compressão que os
concretos comuns levam até quatro semanas para alcançar.
O CP V-ARI é recomendado para o preparo de concreto e argamassa para produção de artefatos de
cimento, em fábricas de blocos para alvenaria, pavimentação, tubos, lajes, meio-fio, mourões,
postes, pré-moldados e pré-fabricados.
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27. Tipos de Cimento
O desenvolvimento da alta resistência inicial é conseguido pela utilização de uma dosagem diferente
de calcário e argila na produção do clínquer, bem como pela moagem mais fina do cimento, de
modo que, ao reagir com água, ele adquira elevadas resistências, com maior velocidade!
28. Cimento Portland Resistente à
Sulfatos
De acordo com a norma NBR 5737, quaisquer um dos cinco tipos básicos (CP I, CP II, CP III, CP
IV e CP V-ARI) podem ser considerados resistentes aos sulfatos, desde que obedeçam a pelo
menos uma das seguintes condições:
teor de aluminato tricalcico (C3A) do clÌnquer e teor de adições carbonáticas de, no máximo, 8%
e 5% em massa, respectivamente.
cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada de alto-forno,
em massa.
cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em massa.
cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de
obras que comprovem resistência aos sulfatos. (cuidado!)
30. Outros tipos de cimento
Cimentos Portland de Baixo Calor de Hidratação.
O aumento da temperatura no interior de grandes estruturas de concreto devido ao calor
desenvolvido durante a hidratação do cimento pode levar ao aparecimento de fissuras de origem
térmica, que podem ser evitadas se forem usados cimentos com taxas lentas de evolução de calor,
os chamados cimentos portland de baixo calor de hidratação.
Os cimentos portland de baixo calor de hidratação, de acordo com a NBR 13116, são aqueles que
geram até 260 J/g e 300 J/g aos 3 dias e 7 dias de hidratação, respectivamente, e podem ser
qualquer um dos tipos básicos.
O ensaio é executado de acordo com a norma NBR 12006 - Determinação do Calor de hidratação
pelo método da Garrafa de Langavant.
32. Hidratação do cimento
Cimentos Portland + Água
REAÇÃO DE HIDRATAÇÃO
Compostos Hidratados
Sequência dos fenômenos físico-
químicos
Aglomeração das partículas
Dissolução das fases anidras
Precipitação das fases hidratadas
Ligação entre as partículas
Efeito: Consolidação da mistura,
desenvolvimento de resistência mecânica
33. Do que depende a hidratação?
Do clínquer
Dimensão do cristal, morfologia, textura, elementos substituintes,
polimorfismo.
Teor relativo das fases C3S, C2S, C3A, C4AF.
Do cimento
Teor de sulfato de cálcio (gesso)
Teor de adições
Finura – quanto menor o grão de cimento mais rápida é a hidratação
34. Formações de produtos e resistência
da pasta
Como aumento a
resistência da pasta???
Aumentando o teor de
silicatos que geram
menos hidróxido de
cálcio
Eliminar ao máximo os
cristais Ca(OH)2
Diminuir o consumo de
água
Diminuir ou eliminar os
aluminatos
35. Zona de transição
Área menos resistente do concreto
Presença de vazios (acúmulo de água por
exudação)
Alta concentração de Ca(OH)
Presença de microfissuras
influencia diretamente no módulo de
elasticidade e na durabilidade do concreto
36. Adições Minerais
O uso de adições minerais na construção civil é anterior a inveção do cimento,
tendo iniciado no período de 1500 A.C.
Grécia – material vulcânico – cinzas vulcânicas
Onde não havia este tipo de cinza, utilizavam a argila calcinada.
Dias atuais:
Geração mundial da cinza da casca de arroz – 27 milhões de toneladas por ano.
20 à 50% dos recursos naturais consumidos pela sociedade é em função da construção
civil
37. Classificação das Adições Minerais
Marterial pozolânico
NBR 12653
Material silico aluminoso que por si só tem pouca atividade cimentícia mas quando finamente dividido e em
contato com umidade reage com hidróxido de cálcio e forma compostos com propriedades cimentantes
Naturais – de origem vulcânica
Artificiais – materiais provenientes de tratamentos témicos
Material Cimentante
Não necessita do hidróxido de cálcio, no entanto a auto-hidratação é lenta e a resistência é baixa para
fins estruturais.
Fíler
Sem atividade química!
Efeito físico através da ação via pontos de nucleação para melhor hidratação do cimento
Efeito microfiler
Refinamento de estruturas de poros
Micro estrutura da zona de tranzsção
38. Adições pozolânicas e benefícios
Eliminação ou retardamento da RAA.
Maior Resistência ao ataque de águas naturais (sulfatos).
Menor Calor de hidratação.(exceto pozolanas de alta reatividade)
Maior Resistência à tração
Menor permeabilidade Permeabilidade
Melhora a reologia do concreto, no seu estado fresco.
60. Agregados
Material Granular sem forma e volume definidos, relativamente inertes,
cujas dimensões permitem usá-los nas engenharias.
61. Funções dos agregados
Econômica: diminuição do custo, material inerte.
Técnica: Diminuir consumo de cimento
Ocupam de 65 à 80% (concretos e argamassas)
62. Classificação
Origem:
Naturais:
Areia, Seixo, cascalho...
Artificiais
Pedrisco, brita, argila expandida e resíduos urbanos e industriais.
Quanto à dimensão:
Agregado Graúdo – diâmetro máximo maior que 4,8mm
Agregado Miúdo – diâmetro máximo menor ou igual à 4,8
mm
Fíler – material que passar na peneira 0,075mm
63. Classificação
Quanto a forma:
Esférica – menor atrito e mais plasticidade
Cúbica – Trabalháveis porém menos plásticas
Lamelar – podendo atravessar grãos não lamelares pela peneira, uso
com restrições.
64. Jazidas
Jazida tipo leito de rio (Foto
Anepac).
Pedreira típica para produção de
agregado (Foto Anepac).
65. Seixo Rolado
Generalidades:
Forma Arredondada - Movimento dos rios;
Maior trabalhabilidade;
Menor Aderência;
Possibilidade de reação Álcalis-agregado
Características do seixo usado em Belém:
% média de areia maior de 15% em peso;
Grãos na faixa de 2,00 mm à 75 mm;
Diâmetros maiores de 25 mm são raros;
Diâmetros de 19 mm e 25 mm são predominantes;
Excesso de grãos na faixa de 9,5 à 19 mm.
67. Impurezas
Coloidais – Não são elimináveis
Não coloidais – são retiradas por lavagem
Materiais Orgânicos – retarda o endurecimento e diminui a
resistência.
Materiais Pulverulentos – requer mais água e diminui a aderência.
Materiais Carbonosos – afeta trabalhabilidade e causa manchas.
Argila – prejudica a aderência e baixa tensão de ruptura.
68. Propriedades físicas dos agregados
Massa específica:
-Não inclui vazios.
-Agregado miúdo: Frasco de Chapman
-Agregado graúdo: NBR 9937
Massa unitária:
-Inclui vazios.
-Transforma de peso para volume
-Ensaio: Uso de caixa (influenciado pela compacidade).
69. Propriedades físicas dos agregados
Porosidade:
Teor de umidade:
-Massa de água absorvida pelo agregado.
-É dado pela diferença de peso entre a amostra seca e úmida, em
% peso da amostra seca.
- Teores de umidade na faixa de 4% a 9%, podendo chegar a 12%
nas estações mais chuvosas.
- Nas condições ambientais de Belém, a Hmed aprox. 6,5% Hsat
aprox.,25%