SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
1
APOSTILA - CIMENTOS
1. História
2. Empregos e Economia
3 – Definição
Cimento é o nome dado a materiais pulverulentos que, ao serem
misturados com água formam uma pasta que pode ser facilmente
moldada, endurecendo gradativamente até produzir uma massa
compacta e de grande dureza.
4 – Tipos de cimento
A depender do uso, podem ser divididos em três grupos
principais: a) cimentos endurecidos ao ar (pela ação do CO2); b)
endurecidos em água e c) resistentes a ácidos.
4.1 – Cimentos endurecidos ao ar
Compreendem cimentos de cal aérea, gipsita, e cal magnesiana.
Para construções e rebocos emprega-se a cal, artigos estruturais e
decorativos o gesso e no papel sulfite a cal magnesiana. A cal é obtida
do calcário, do mármore, dolomita (CaCO3, MgCO3), giz e ostras por
2
ação do calor; CaCO3 →
∆
CaO (cal) + H2O e durante seu
endurecimento, reage com a água formando o hidróxido de cálcio que
ao absorver o gás carbônico do ar regenera o carbonato de cálcio. O
gesso, por sua vez, é obtido a partir da gipsita também por ação do
calor; CaSO4.2H2O →
∆
CaSO4.0,5H20 (gesso) + 1,5H2O
4.2 – Cimentos hidráulicos
São usados na fabricação de concreto reforçado pré-fabricado,
partes de concreto estrutural e partes de concretos de edifícios,
estruturas de subsolo e de engenharia hidráulica. Neste grupo incluem-
se a cal hidráulica, cimentos Portland e cimentos compostos de várias
misturas (cimentos de alumina, Trass e de escória). A cal hidráulica é
obtida calcinando-se calcário com argila.
Em construção, os cimentos são usados em diversos tipos de
massas como; a) massa simples (cimento e água); b) argamassa de
construção (cimento, água e areia fina); c) concretos (cimento, água,
areia fina e cascalho) e d) concreto reforçado (possui vergalhões).
As matérias primas para a fabricação de cimentos são geralmente
materiais de ocorrência natural e, por vezes refugos industriais. Entre
estes materiais temos:
- gipsita – CaSO4.2H2O
3
- anidrita – CaSO4
- rocha calcária – calcário, giz, dolomita e mármore
- argila – enxofre monoclínico, caulinita Al4Si4O10(OH)3 (branca),
montmorilonita Al2(Mg, Fe)3Si4O10(OH)2.nH2O (rosada) e ilita
KAl2Si4O10(OH)2 (branca)
- marga – rocha sedimentar constituída de carbonato de cálcio argiloso
- bauxita – depósitos residuais aluminosos contendo argila, gibsita
(H3AlO3 ou Al2O3.3H2O) e diásporo (Al2O3.H2O)
Entre os refugos industriais temos a escória metalúrgica, lama da
obtenção do NaOH (contém CaCO3), cinzas de pirita, e lama da
manufatura industrial de alumínio.
Dentro desta classe existe uma grande variedade de cimentos.
entre eles o Portland.
4.2.1 - Cimento Portland : produto que se obtém pela pulverização
do clínquer constituído essencialmente por silicatos de cálcio
hidráulicos, a que não se fizeram adições subsequentes à calcinação,
exceto a de água e/ou a de sulfato de cálcio bruto, além da de outros
materiais, que podem ser intercominuídos com o clínquer, em teor que
não exceda a 1,0 %, à vontade do fabricante.
4
Compostos do clínquer:
2CaO.Si02 Silicato de dicálcio C2S
3CaO.Si02 Silicato de tricálcio C3S
3CaO.Al2O3 Aluminato de tricálcio C2S
4CaO.Al2O3.Fe2O3 Aluminoferrito de tetracálcio C2S
MgO Óxido de magnésio livre MgO
O cimento Portland pode ser fabricado de várias maneiras:
Tipo I. Cimentos Portland Comuns: produto usual para as
construções de concreto.
Tipo II. Cimentos Portland com baixo calor de endurecimento e
resistentes ao sulfato: pequeno calor de hidratação, 70 e 80 cal/g
depois de 7 e 28 dias, respectivamente. Usado onde necessita-se de
um calor de hidratação moderado ou construções expostas a uma
moderada ação de sulfatos.
Tipo III. Cimentos de alta resistência inicial ou endurecimento
rápido: também conhecido como cimento HES (high early strength),
neste cimento a razão de cal/sílica é maior que para o tipo I, possui
5
maior proporção de C3S que os cimentos comuns. Esta proporção
juntamente com a moagem mais fina, provoca um endurecimento mais
rápido e uma evolução de calor mais rápida.
Tipo IV. Cimentos Portland de baixo calor de hidratação: % menor
de C3S e de C3A, uma vez que a quantidade de C4AF é aumentada
pela adição de Fe2O3, o que diminui o desprendimento de calor. O
calor desprendido não deve exceder a 60 cal/g depois de 7 dias, e a 70
cal/g depois de 28 dias, e é de 15-30% menor que o calor de
hidratação dos cimentos comuns ou dos cimentos do tipo III.
Tipo V. Cimentos Portland resistentes aos sulfatos: resistem melhor
aos sulfatos que os outros quatro tipos. Tem menos C3A que os
cimentos comuns. Por isso o teor de em C4AF é mais elevado.
4.2.2 - Cimentos de argamassa: são misturas finamente moídas de
cimento Portland, calcáreo e agentes aeradores.
Aeradores: são agentes de arraste de ar (materiais resinosos, graxas
ou sebos).
4.2.3 - Cimento Pozolana (cimento Romano): 2 a 4 partes de
pozolana com 1 parte de cal hidratada. As pozolanas naturais são tufos
vulcânicos; uma pozolana artificial importante é a moinha de cinzas.
6
O cimento de Pozzolana foi fabricado na Roma antiga com
calcário calcinado, água e cinzas vulcânicas da região de Pozzuoli.
Atualmente, este cimento é constituído por clínquer com aditivos
hidráulicos adicionados em quantidades que variam entre 20 a 50% e
que podem ser rocha vulcânica porosa, rochas sedimentares
constituídas principalmente por sílica amorfa (diatomita e trípoli) ou
sílica contendo resíduos industriais. O cimento de Pozolana é usado
principalmente para estruturas submersas e de subsolo, mas não
podem ser usados em locais onde ocorrem grandes variações de
temperatura além de secarem lentamente.
4.2.4 - Cimento a Alta Alumina: essencialmente um cimento de
aluminato de cálcio é fabricado pela fusão de uma mistura de calcáreo
e bauxita. Taxa muito rápida de endurecimento e resistência superior à
água do mar e às águas portadoras de sulfatos.
4.2.5 - Cimentos de argamassas especiais, resistentes à corrosão:
cimentos de furano, os fenólicos, os de enxofre e os de silicato são os
mais importantes.
7
4.2.6 - Cimento Controlado: não se contrai nem fendilha durante a
pega. 10 a 20% de sulfoaluminato de cálcio (proveniente da bauxita,
do gesso e do calcáreo) com o cimento portland.
4.2.7 - Cimento Ferrari: a razão entre Al2O3 e Fe2O3 é de 0,64 a 1,
tem maior resistência ao ataque químico.
4.2.8 – Cimento a prova d’água: clínquer normal com pequenas
quantidades de estearato de Ca ou óleo não saponificável.
4.2.9 - Cimento hidrofóbico: clínquer com ácidos graxos para reduzir
a velocidade de deterioração na estocagem em local desfavorável ou
no transporte.
4.2.10 - Os cimentos de escória: onde adiciona-se escória siderúrgica
(do alto forno) finamente dividida ao clínquer para conferir-lhe maior
resistência à água e podem ser usados em estruturas de concreto,
concreto reforçado que não sejam submetidos a altas temperaturas ou
variações grandes de umidade;
5 – Cimentos Portland
Matérias Primas: o cimento Portland é feito pela mistura e
calcinação de materiais calcáreos e argilosos.
Os cimentos Portland constituem 50% de toda a produção
mundial de cimentos. Feitos de matéria prima barata, objetos feitos
8
com eles possuem alta resistência mecânica, resistência total ao ar e a
baixas temperaturas, endurecem rapidamente tanto no ar quanto na
água. Obtidos através da calcinação do calcário argiloso (1400 a
1450o
C) o produto calcinado chama-se clínquer e consiste
essencialmente de silicatos de cálcio hidráulicos que podem ser
classificados em fases distintas:
constituinte da fase estrutura sigla
silicato dicálcio 2CaO.SiO2 C2S
silicato tricálcio 3CaO.SiO2 C3S
aluminato tricálcio 3CaO.Al2O3 C3A
aluminoferrato
tetracálcio
4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF
óxido de magnésio
livre
MgO MgO
Por vezes associa-se a fabricação do cimento à de outros
produtos como na França, na Inglaterra e na Alemanha, onde queima-
se CaSO4 (anidrita ou gipso), argila, coque e areia com Fe2O3 para
corrigir as proporções (CaSO4 + 3C → CaS + 2CO2 ∴ 3CaSO4 + CaS
→ 4CaO + 4SO2). A cal liberada reage com a alumina, sílica e óxido
de ferro para formar o clínquer. O coque promove uma rápida
decomposição do CaSO4 a 1400o
C. Os gases contém 9% de SO2 que é
9
transferido para uma planta onde, pelo processo de contato, é
transformado em ácido sulfúrico ( 4
2
O
H
3
O
V
2 SO
H
SO
SO 2
5
2

 →


 →
 ).
Quando a sílica e o calcário são aquecidos juntos, formam quatro
compostos distintos: o metassilicato de cálcio (CaO.SiO2) que não faz
parte do cimento Portland; a rankinita ou C3S2 (3CaO.2SiO2) que
também não está presente nos cimentos; o ortossilicato de cálcio ou
C2S, presente no cimento e o C3S que é o principal constituinte do
cimento.
O sistema cal e alumina apresenta quatro compostos estáveis: o
3CaO.Al2O3 (C3A) presente no cimento Portland; CaO.Al2O3 (CA)
um dos principais constituintes do cimento aluminoso; CaO.2Al2O3
(CA2) presente no cimento aluminoso porém inativo e CaO.6Al2O3.
Os sistemas que envolvem cal, sílica e alumina são fundamentais
pois os três óxidos que o constituem são 90% dos cimentos Portland e
80% dos cimentos aluminosos. Estas fases podem ainda formar sub-
fases com outros compostos presentes no cimento como o sistema
binário que envolve C2S e 2FeO.SiO2 (F2S), forma-se uma olivina de
cal e ferro (CaO.FeO.SiO2). O composto entra em solução sólida com
C2S.
As fases que podem ter alguma relevância na constituição dos
cimentos Portland são CaO-C3S-solução sólida de FeO em CaO e
10
C3S-C2S-solução sólida de CaO em FeO. Existem ainda os sistemas
que envolvem MgO e o sistema quaternário CaO-SiO2-Al2O3-Fe2O3
que constitui 95% ou mais da composição do cimento Portland.
Os álcalis são encontrados em pequena quantidade na matéria
prima dos cimentos. Ocorre alguma volatilização durante a queima e
as cinzas da obtenção do cimento são ricas em álcalis. O cimento
Portland possui aproximadamente de 0,5 a 1,3% de K2O + Na2O.
A relação entre os componentes minerais básicos no clínquer é
de 42-60% em peso de C3S, 15-35% em peso de C2S, 5-14% de C3A e
10-16% em peso de C4AF. Na prática, a composição da carga é
calculada pela proporção dos óxidos no clínquer. Essas proporções são
chamadas módulos. O módulo de sílica (n) e o de alumina (p) onde:
3
2
3
2
3
2
3
2
2
O
Fe
%
O
A
%
p
O
Fe
%
O
A
%
SiO
%
n
l
l
=
+
=
A característica mais importante na composição mineral de um
cimento Portland é o coeficiente de saturação de sílica com cal (KS),
que expressa a proporção entre a quantidade de cal que permanece no
clínquer após a formação dos silicatos e sulfatos e a quantidade de cal
necessária para se combinar com a sílica para formar 3CaO.SiO2.
( ) ( )
( )
livre
2
total
2
3
3
2
3
2
livre
total
SiO
SiO
8
,
2
SO
7
,
0
O
Fe
35
,
0
O
A
65
,
1
CaO
CaO
KS
−
+
+
−
−
=
l
11
Este coeficiente tem utilidade no sentido em que tanto a queima
quanto as reações podem ser incompletas, levando a um aumento da
quantidade de cal livre no clínquer, diminuindo o teor de C3S e a
quantidade de cal livre é uma medida da ineficiência da queima (do
processo). De posse do valor desejado de KS e dos dados obtidos das
análises químicas das matérias primas (rocha calcária e argila),
calcula-se suas porcentagens na carga. Para o cimento Portland, o
coeficiente de saturação está entre 0,8 e 0,95 e quanto menor o valor
de KS, maior será o conteúdo de C2S no clínquer e menor a atividade
do cimento.
6 – O processo de manufatura
A manufatura do cimento passa por duas fases, primeiramente a
feitura do produto intermediário, seguido da pulverização, adição de
cargas e aditivos, estocagem e empacotamento. Para a obtenção do
produto intermediário existem dois métodos industriais, o método
seco e o úmido.
O método úmido inicia-se pela desintegração do calcário em
moinho de bolas e sua mistura com uma pasta de argila e água,
seguido de trituração fina em homogeneizador mecânico ou
pneumático. Após esta etapa, a mistura é carregada em uma fornalha
cilíndrica inclinada e giratória de tal modo que o material desce em
contracorrente ao fluxo de calor. Durante esta fase ocorre a calcinação
12
e a formação do clínquer. Ao final do forno, uma abertura permite ao
material cair em recipientes onde será resfriado e, em seguida,
estocado para extinção da cal viva presente no clínquer.
O forno é aquecido com coque, gás ou óleo combustível. A
interação resulta nos processos sucessivos de evaporação da água,
desidratação mineral, dissociação do calcário e reações entre o óxido
formado (CaO) e os compostos da argila (SiO2, Al2O3 e Fe2O3). Na
zona de sinterização, o clínquer é finalmente formado a 1450o
C.
Resfriado com ar até 50-60o
C através de grades de resfriamento e
estocado para extinção (hidratação) da cal livre, admissão de aditivos,
para se combinar com a cal extinta, e gesso (controle do tempo de
estocagem). Por fim, a moagem e embalagem do material.
Vários aditivos são misturados ao cimento para dar-lhe
propriedade específicas ou para diminuir-lhe o custo. Neste sentido,
temos a) aditivos hidráulicos como a sílica ativa, que aumenta a
resistência de um cimento aos efeitos da água e permite seu
endurecimento sob a água e os plastificantes, substâncias tensoativas
que aumentam a elasticidade e as propriedades adesivas do cimento;
b) cargas inertes como a areia, calcário e dolomita; c) componentes
resistentes a ácidos como a andesita e o granito e d) aditivos de
controle de estocagem (gesso). Um dos mais importantes aditivos é a
sílica amorfa que, combinando-se com a cal extinta para formar
hidrossilicato de cálcio, aumenta significativamente a densidade do
13
concreto. Isto leva a um aumento da resistência do cimento à água e
diminui a corrosão pelo CO2 dissolvido na água.
7 – Pega e endurecimento
Pega e Endurecimento do Cimento: hidratação e a hidrólise
participam do processo.
Função dos compostos:
C3A - Provoca a pega, mas precisa ser retardado (pelo gesso).
C3S - Responsável pela resistência inicial (em 7 a 8 dias).
C2S e C3S - Responsável pela resistência final (em 1 ano).
Fe2O3, Al2O3, Mg e álcalis - Abaixam a temperatura de formação do
clínquer.
A opinião geral é de que o endurecimento se dá pela hidratação e
hidrólise e os produtos de hidratação têm baixa solubilidade em água.
Além disso, a velocidade de endurecimento está relacionada ao calor
de hidratação dos compostos no cimento e estão na ordem : C3A >
C3S > C4AF > C2S.
O C3A promove a pega, mas necessita de retardamento (pelo
gesso); o C3S é responsável por uma rápida tomada de resistência (em
14
7 a 8 dias). C2S e C3S são ambos responsáveis pela resistência final
(em um ano) e os óxidos de ferro, alumínio, magnésio e os álcalis
abaixam a temperatura de formação do clínquer.
Quando o cimento é misturado com uma quantidade adequada de
água e de carga, produz-se primeiramente uma massa plástica capaz
de ser moldada e espalhada na superfície. O endurecimento ocorre em
duas etapas. Na primeira etapa a massa perde sua plasticidade, de tal
forma que, se for remisturada com água a plasticidade não retorna ou
então retorna parcialmente. Na segunda etapa ocorre a consolidação
até que a massa adquire textura rochosa. No caso de cimentos
hidráulicos, a mudança é acompanhada por um quase completo
desaparecimento da permeabilidade à água.
O mecanismo dessas mudanças não é o mesmo para todos os
tipos de aglomerantes; podem ocorrer do seguinte modo: a) a
cristalização de uma substância vinda de uma solução supersaturada
produzindo uma massa de cristais entrelaçados; b) a formação de gel
semi-sólido; c) uma reação química entre duas ou mais substâncias em
presença de água, produzindo tanto produtos cristalinos quanto
coloidais; e d) a transformação de um composto metaestável em uma
forma mais estável.
15
8 – Endurecimento do óxido de cálcio
Ao longo do tempo, um aglomerante pode exibir um ou mais
tipos destes mecanismos, como por exemplo, o óxido de cálcio (cal
viva), que inicia seu endurecimento pela sua reação com água
formando o hidróxido de cálcio (cal extinta) mas, com o passar do
tempo, vai absorvendo o CO2 do ar e transformando-se novamente em
CaCO3, que é a matéria prima original. Em prédios com mais de 100
anos, observou-se que nas peças confeccionadas com cal, a parte
externa era constituída por carbonato de cálcio enquanto que o interior
da peça ainda possuía cal extinta.
9 – Endurecimento do gesso
No caso do gesso, ocorre a cristalização de uma solução
supersaturada. Em 1765, Lavoisier observou que o endurecimento do
gesso ocorre devido à recombinação do CaSO4 com água de
cristalização que foi retirada por calor. A gipsita (CaSO4.2H2O)
parcialmente calcinada perde ¾ de sua água de cristalização formando
o semihidrato (CaSO4.0,5H2O) que possui uma solubilidade 5 vezes
maior que a gipsita e, quando misturada com água forma uma solução
supersaturada que tende a depositar os cristais de dihidrato. A massa é
de cristalização confusa devido à aglomeração e desordenação das
agulhas cristalinas.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a História, definição e tipos de cimentos

Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomeranteshadahuay
 
Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomeranteshadahuay
 
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015profNICODEMOS
 
Capitulo 04 cimento portland
Capitulo 04   cimento portlandCapitulo 04   cimento portland
Capitulo 04 cimento portlandBruno Silva
 
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.ppt
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.pptAula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.ppt
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.pptCamilaCamposGomezFam
 
Cimento conceitos basicos
Cimento   conceitos basicos Cimento   conceitos basicos
Cimento conceitos basicos Cesar Lamounier
 
FabricaçãO Cimento Portland
FabricaçãO Cimento PortlandFabricaçãO Cimento Portland
FabricaçãO Cimento Portlandguestd71d29
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3profNICODEMOS
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
Aula 2  cimento e outros aglomerantes Aula 2  cimento e outros aglomerantes
Aula 2 cimento e outros aglomerantes profNICODEMOS
 
Apresentação calcário
Apresentação calcárioApresentação calcário
Apresentação calcárioPublicaTUDO
 
A8 - Tratamento de aguas.pdf
A8 - Tratamento de aguas.pdfA8 - Tratamento de aguas.pdf
A8 - Tratamento de aguas.pdfFersay
 

Semelhante a História, definição e tipos de cimentos (20)

Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomerantes
 
Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomerantes
 
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
 
Capitulo 04 cimento portland
Capitulo 04   cimento portlandCapitulo 04   cimento portland
Capitulo 04 cimento portland
 
Cimento Portland
Cimento PortlandCimento Portland
Cimento Portland
 
cimento_v.a..ppt
cimento_v.a..pptcimento_v.a..ppt
cimento_v.a..ppt
 
aula 4 CIMENTO 2023.pptx
aula 4 CIMENTO 2023.pptxaula 4 CIMENTO 2023.pptx
aula 4 CIMENTO 2023.pptx
 
Aula 06 cimento
Aula 06  cimentoAula 06  cimento
Aula 06 cimento
 
Gesso e Cal
Gesso e CalGesso e Cal
Gesso e Cal
 
378937
378937378937
378937
 
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.ppt
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.pptAula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.ppt
Aula_2_Materiais de Construcao I-Aglomerantes.ppt
 
Cimento polimig
Cimento polimigCimento polimig
Cimento polimig
 
Cimento conceitos basicos
Cimento   conceitos basicos Cimento   conceitos basicos
Cimento conceitos basicos
 
Introdução e uso
Introdução e usoIntrodução e uso
Introdução e uso
 
FabricaçãO Cimento Portland
FabricaçãO Cimento PortlandFabricaçãO Cimento Portland
FabricaçãO Cimento Portland
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
 
16 agrominerais-calcario-dolomito
16 agrominerais-calcario-dolomito16 agrominerais-calcario-dolomito
16 agrominerais-calcario-dolomito
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
Aula 2  cimento e outros aglomerantes Aula 2  cimento e outros aglomerantes
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
 
Apresentação calcário
Apresentação calcárioApresentação calcário
Apresentação calcário
 
A8 - Tratamento de aguas.pdf
A8 - Tratamento de aguas.pdfA8 - Tratamento de aguas.pdf
A8 - Tratamento de aguas.pdf
 

Último

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxssuserf54fa01
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 

Último (20)

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptxSlide língua portuguesa português 8 ano.pptx
Slide língua portuguesa português 8 ano.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 

História, definição e tipos de cimentos

  • 1. 1 APOSTILA - CIMENTOS 1. História 2. Empregos e Economia 3 – Definição Cimento é o nome dado a materiais pulverulentos que, ao serem misturados com água formam uma pasta que pode ser facilmente moldada, endurecendo gradativamente até produzir uma massa compacta e de grande dureza. 4 – Tipos de cimento A depender do uso, podem ser divididos em três grupos principais: a) cimentos endurecidos ao ar (pela ação do CO2); b) endurecidos em água e c) resistentes a ácidos. 4.1 – Cimentos endurecidos ao ar Compreendem cimentos de cal aérea, gipsita, e cal magnesiana. Para construções e rebocos emprega-se a cal, artigos estruturais e decorativos o gesso e no papel sulfite a cal magnesiana. A cal é obtida do calcário, do mármore, dolomita (CaCO3, MgCO3), giz e ostras por
  • 2. 2 ação do calor; CaCO3 → ∆ CaO (cal) + H2O e durante seu endurecimento, reage com a água formando o hidróxido de cálcio que ao absorver o gás carbônico do ar regenera o carbonato de cálcio. O gesso, por sua vez, é obtido a partir da gipsita também por ação do calor; CaSO4.2H2O → ∆ CaSO4.0,5H20 (gesso) + 1,5H2O 4.2 – Cimentos hidráulicos São usados na fabricação de concreto reforçado pré-fabricado, partes de concreto estrutural e partes de concretos de edifícios, estruturas de subsolo e de engenharia hidráulica. Neste grupo incluem- se a cal hidráulica, cimentos Portland e cimentos compostos de várias misturas (cimentos de alumina, Trass e de escória). A cal hidráulica é obtida calcinando-se calcário com argila. Em construção, os cimentos são usados em diversos tipos de massas como; a) massa simples (cimento e água); b) argamassa de construção (cimento, água e areia fina); c) concretos (cimento, água, areia fina e cascalho) e d) concreto reforçado (possui vergalhões). As matérias primas para a fabricação de cimentos são geralmente materiais de ocorrência natural e, por vezes refugos industriais. Entre estes materiais temos: - gipsita – CaSO4.2H2O
  • 3. 3 - anidrita – CaSO4 - rocha calcária – calcário, giz, dolomita e mármore - argila – enxofre monoclínico, caulinita Al4Si4O10(OH)3 (branca), montmorilonita Al2(Mg, Fe)3Si4O10(OH)2.nH2O (rosada) e ilita KAl2Si4O10(OH)2 (branca) - marga – rocha sedimentar constituída de carbonato de cálcio argiloso - bauxita – depósitos residuais aluminosos contendo argila, gibsita (H3AlO3 ou Al2O3.3H2O) e diásporo (Al2O3.H2O) Entre os refugos industriais temos a escória metalúrgica, lama da obtenção do NaOH (contém CaCO3), cinzas de pirita, e lama da manufatura industrial de alumínio. Dentro desta classe existe uma grande variedade de cimentos. entre eles o Portland. 4.2.1 - Cimento Portland : produto que se obtém pela pulverização do clínquer constituído essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos, a que não se fizeram adições subsequentes à calcinação, exceto a de água e/ou a de sulfato de cálcio bruto, além da de outros materiais, que podem ser intercominuídos com o clínquer, em teor que não exceda a 1,0 %, à vontade do fabricante.
  • 4. 4 Compostos do clínquer: 2CaO.Si02 Silicato de dicálcio C2S 3CaO.Si02 Silicato de tricálcio C3S 3CaO.Al2O3 Aluminato de tricálcio C2S 4CaO.Al2O3.Fe2O3 Aluminoferrito de tetracálcio C2S MgO Óxido de magnésio livre MgO O cimento Portland pode ser fabricado de várias maneiras: Tipo I. Cimentos Portland Comuns: produto usual para as construções de concreto. Tipo II. Cimentos Portland com baixo calor de endurecimento e resistentes ao sulfato: pequeno calor de hidratação, 70 e 80 cal/g depois de 7 e 28 dias, respectivamente. Usado onde necessita-se de um calor de hidratação moderado ou construções expostas a uma moderada ação de sulfatos. Tipo III. Cimentos de alta resistência inicial ou endurecimento rápido: também conhecido como cimento HES (high early strength), neste cimento a razão de cal/sílica é maior que para o tipo I, possui
  • 5. 5 maior proporção de C3S que os cimentos comuns. Esta proporção juntamente com a moagem mais fina, provoca um endurecimento mais rápido e uma evolução de calor mais rápida. Tipo IV. Cimentos Portland de baixo calor de hidratação: % menor de C3S e de C3A, uma vez que a quantidade de C4AF é aumentada pela adição de Fe2O3, o que diminui o desprendimento de calor. O calor desprendido não deve exceder a 60 cal/g depois de 7 dias, e a 70 cal/g depois de 28 dias, e é de 15-30% menor que o calor de hidratação dos cimentos comuns ou dos cimentos do tipo III. Tipo V. Cimentos Portland resistentes aos sulfatos: resistem melhor aos sulfatos que os outros quatro tipos. Tem menos C3A que os cimentos comuns. Por isso o teor de em C4AF é mais elevado. 4.2.2 - Cimentos de argamassa: são misturas finamente moídas de cimento Portland, calcáreo e agentes aeradores. Aeradores: são agentes de arraste de ar (materiais resinosos, graxas ou sebos). 4.2.3 - Cimento Pozolana (cimento Romano): 2 a 4 partes de pozolana com 1 parte de cal hidratada. As pozolanas naturais são tufos vulcânicos; uma pozolana artificial importante é a moinha de cinzas.
  • 6. 6 O cimento de Pozzolana foi fabricado na Roma antiga com calcário calcinado, água e cinzas vulcânicas da região de Pozzuoli. Atualmente, este cimento é constituído por clínquer com aditivos hidráulicos adicionados em quantidades que variam entre 20 a 50% e que podem ser rocha vulcânica porosa, rochas sedimentares constituídas principalmente por sílica amorfa (diatomita e trípoli) ou sílica contendo resíduos industriais. O cimento de Pozolana é usado principalmente para estruturas submersas e de subsolo, mas não podem ser usados em locais onde ocorrem grandes variações de temperatura além de secarem lentamente. 4.2.4 - Cimento a Alta Alumina: essencialmente um cimento de aluminato de cálcio é fabricado pela fusão de uma mistura de calcáreo e bauxita. Taxa muito rápida de endurecimento e resistência superior à água do mar e às águas portadoras de sulfatos. 4.2.5 - Cimentos de argamassas especiais, resistentes à corrosão: cimentos de furano, os fenólicos, os de enxofre e os de silicato são os mais importantes.
  • 7. 7 4.2.6 - Cimento Controlado: não se contrai nem fendilha durante a pega. 10 a 20% de sulfoaluminato de cálcio (proveniente da bauxita, do gesso e do calcáreo) com o cimento portland. 4.2.7 - Cimento Ferrari: a razão entre Al2O3 e Fe2O3 é de 0,64 a 1, tem maior resistência ao ataque químico. 4.2.8 – Cimento a prova d’água: clínquer normal com pequenas quantidades de estearato de Ca ou óleo não saponificável. 4.2.9 - Cimento hidrofóbico: clínquer com ácidos graxos para reduzir a velocidade de deterioração na estocagem em local desfavorável ou no transporte. 4.2.10 - Os cimentos de escória: onde adiciona-se escória siderúrgica (do alto forno) finamente dividida ao clínquer para conferir-lhe maior resistência à água e podem ser usados em estruturas de concreto, concreto reforçado que não sejam submetidos a altas temperaturas ou variações grandes de umidade; 5 – Cimentos Portland Matérias Primas: o cimento Portland é feito pela mistura e calcinação de materiais calcáreos e argilosos. Os cimentos Portland constituem 50% de toda a produção mundial de cimentos. Feitos de matéria prima barata, objetos feitos
  • 8. 8 com eles possuem alta resistência mecânica, resistência total ao ar e a baixas temperaturas, endurecem rapidamente tanto no ar quanto na água. Obtidos através da calcinação do calcário argiloso (1400 a 1450o C) o produto calcinado chama-se clínquer e consiste essencialmente de silicatos de cálcio hidráulicos que podem ser classificados em fases distintas: constituinte da fase estrutura sigla silicato dicálcio 2CaO.SiO2 C2S silicato tricálcio 3CaO.SiO2 C3S aluminato tricálcio 3CaO.Al2O3 C3A aluminoferrato tetracálcio 4CaO.Al2O3.Fe2O3 C4AF óxido de magnésio livre MgO MgO Por vezes associa-se a fabricação do cimento à de outros produtos como na França, na Inglaterra e na Alemanha, onde queima- se CaSO4 (anidrita ou gipso), argila, coque e areia com Fe2O3 para corrigir as proporções (CaSO4 + 3C → CaS + 2CO2 ∴ 3CaSO4 + CaS → 4CaO + 4SO2). A cal liberada reage com a alumina, sílica e óxido de ferro para formar o clínquer. O coque promove uma rápida decomposição do CaSO4 a 1400o C. Os gases contém 9% de SO2 que é
  • 9. 9 transferido para uma planta onde, pelo processo de contato, é transformado em ácido sulfúrico ( 4 2 O H 3 O V 2 SO H SO SO 2 5 2   →    →  ). Quando a sílica e o calcário são aquecidos juntos, formam quatro compostos distintos: o metassilicato de cálcio (CaO.SiO2) que não faz parte do cimento Portland; a rankinita ou C3S2 (3CaO.2SiO2) que também não está presente nos cimentos; o ortossilicato de cálcio ou C2S, presente no cimento e o C3S que é o principal constituinte do cimento. O sistema cal e alumina apresenta quatro compostos estáveis: o 3CaO.Al2O3 (C3A) presente no cimento Portland; CaO.Al2O3 (CA) um dos principais constituintes do cimento aluminoso; CaO.2Al2O3 (CA2) presente no cimento aluminoso porém inativo e CaO.6Al2O3. Os sistemas que envolvem cal, sílica e alumina são fundamentais pois os três óxidos que o constituem são 90% dos cimentos Portland e 80% dos cimentos aluminosos. Estas fases podem ainda formar sub- fases com outros compostos presentes no cimento como o sistema binário que envolve C2S e 2FeO.SiO2 (F2S), forma-se uma olivina de cal e ferro (CaO.FeO.SiO2). O composto entra em solução sólida com C2S. As fases que podem ter alguma relevância na constituição dos cimentos Portland são CaO-C3S-solução sólida de FeO em CaO e
  • 10. 10 C3S-C2S-solução sólida de CaO em FeO. Existem ainda os sistemas que envolvem MgO e o sistema quaternário CaO-SiO2-Al2O3-Fe2O3 que constitui 95% ou mais da composição do cimento Portland. Os álcalis são encontrados em pequena quantidade na matéria prima dos cimentos. Ocorre alguma volatilização durante a queima e as cinzas da obtenção do cimento são ricas em álcalis. O cimento Portland possui aproximadamente de 0,5 a 1,3% de K2O + Na2O. A relação entre os componentes minerais básicos no clínquer é de 42-60% em peso de C3S, 15-35% em peso de C2S, 5-14% de C3A e 10-16% em peso de C4AF. Na prática, a composição da carga é calculada pela proporção dos óxidos no clínquer. Essas proporções são chamadas módulos. O módulo de sílica (n) e o de alumina (p) onde: 3 2 3 2 3 2 3 2 2 O Fe % O A % p O Fe % O A % SiO % n l l = + = A característica mais importante na composição mineral de um cimento Portland é o coeficiente de saturação de sílica com cal (KS), que expressa a proporção entre a quantidade de cal que permanece no clínquer após a formação dos silicatos e sulfatos e a quantidade de cal necessária para se combinar com a sílica para formar 3CaO.SiO2. ( ) ( ) ( ) livre 2 total 2 3 3 2 3 2 livre total SiO SiO 8 , 2 SO 7 , 0 O Fe 35 , 0 O A 65 , 1 CaO CaO KS − + + − − = l
  • 11. 11 Este coeficiente tem utilidade no sentido em que tanto a queima quanto as reações podem ser incompletas, levando a um aumento da quantidade de cal livre no clínquer, diminuindo o teor de C3S e a quantidade de cal livre é uma medida da ineficiência da queima (do processo). De posse do valor desejado de KS e dos dados obtidos das análises químicas das matérias primas (rocha calcária e argila), calcula-se suas porcentagens na carga. Para o cimento Portland, o coeficiente de saturação está entre 0,8 e 0,95 e quanto menor o valor de KS, maior será o conteúdo de C2S no clínquer e menor a atividade do cimento. 6 – O processo de manufatura A manufatura do cimento passa por duas fases, primeiramente a feitura do produto intermediário, seguido da pulverização, adição de cargas e aditivos, estocagem e empacotamento. Para a obtenção do produto intermediário existem dois métodos industriais, o método seco e o úmido. O método úmido inicia-se pela desintegração do calcário em moinho de bolas e sua mistura com uma pasta de argila e água, seguido de trituração fina em homogeneizador mecânico ou pneumático. Após esta etapa, a mistura é carregada em uma fornalha cilíndrica inclinada e giratória de tal modo que o material desce em contracorrente ao fluxo de calor. Durante esta fase ocorre a calcinação
  • 12. 12 e a formação do clínquer. Ao final do forno, uma abertura permite ao material cair em recipientes onde será resfriado e, em seguida, estocado para extinção da cal viva presente no clínquer. O forno é aquecido com coque, gás ou óleo combustível. A interação resulta nos processos sucessivos de evaporação da água, desidratação mineral, dissociação do calcário e reações entre o óxido formado (CaO) e os compostos da argila (SiO2, Al2O3 e Fe2O3). Na zona de sinterização, o clínquer é finalmente formado a 1450o C. Resfriado com ar até 50-60o C através de grades de resfriamento e estocado para extinção (hidratação) da cal livre, admissão de aditivos, para se combinar com a cal extinta, e gesso (controle do tempo de estocagem). Por fim, a moagem e embalagem do material. Vários aditivos são misturados ao cimento para dar-lhe propriedade específicas ou para diminuir-lhe o custo. Neste sentido, temos a) aditivos hidráulicos como a sílica ativa, que aumenta a resistência de um cimento aos efeitos da água e permite seu endurecimento sob a água e os plastificantes, substâncias tensoativas que aumentam a elasticidade e as propriedades adesivas do cimento; b) cargas inertes como a areia, calcário e dolomita; c) componentes resistentes a ácidos como a andesita e o granito e d) aditivos de controle de estocagem (gesso). Um dos mais importantes aditivos é a sílica amorfa que, combinando-se com a cal extinta para formar hidrossilicato de cálcio, aumenta significativamente a densidade do
  • 13. 13 concreto. Isto leva a um aumento da resistência do cimento à água e diminui a corrosão pelo CO2 dissolvido na água. 7 – Pega e endurecimento Pega e Endurecimento do Cimento: hidratação e a hidrólise participam do processo. Função dos compostos: C3A - Provoca a pega, mas precisa ser retardado (pelo gesso). C3S - Responsável pela resistência inicial (em 7 a 8 dias). C2S e C3S - Responsável pela resistência final (em 1 ano). Fe2O3, Al2O3, Mg e álcalis - Abaixam a temperatura de formação do clínquer. A opinião geral é de que o endurecimento se dá pela hidratação e hidrólise e os produtos de hidratação têm baixa solubilidade em água. Além disso, a velocidade de endurecimento está relacionada ao calor de hidratação dos compostos no cimento e estão na ordem : C3A > C3S > C4AF > C2S. O C3A promove a pega, mas necessita de retardamento (pelo gesso); o C3S é responsável por uma rápida tomada de resistência (em
  • 14. 14 7 a 8 dias). C2S e C3S são ambos responsáveis pela resistência final (em um ano) e os óxidos de ferro, alumínio, magnésio e os álcalis abaixam a temperatura de formação do clínquer. Quando o cimento é misturado com uma quantidade adequada de água e de carga, produz-se primeiramente uma massa plástica capaz de ser moldada e espalhada na superfície. O endurecimento ocorre em duas etapas. Na primeira etapa a massa perde sua plasticidade, de tal forma que, se for remisturada com água a plasticidade não retorna ou então retorna parcialmente. Na segunda etapa ocorre a consolidação até que a massa adquire textura rochosa. No caso de cimentos hidráulicos, a mudança é acompanhada por um quase completo desaparecimento da permeabilidade à água. O mecanismo dessas mudanças não é o mesmo para todos os tipos de aglomerantes; podem ocorrer do seguinte modo: a) a cristalização de uma substância vinda de uma solução supersaturada produzindo uma massa de cristais entrelaçados; b) a formação de gel semi-sólido; c) uma reação química entre duas ou mais substâncias em presença de água, produzindo tanto produtos cristalinos quanto coloidais; e d) a transformação de um composto metaestável em uma forma mais estável.
  • 15. 15 8 – Endurecimento do óxido de cálcio Ao longo do tempo, um aglomerante pode exibir um ou mais tipos destes mecanismos, como por exemplo, o óxido de cálcio (cal viva), que inicia seu endurecimento pela sua reação com água formando o hidróxido de cálcio (cal extinta) mas, com o passar do tempo, vai absorvendo o CO2 do ar e transformando-se novamente em CaCO3, que é a matéria prima original. Em prédios com mais de 100 anos, observou-se que nas peças confeccionadas com cal, a parte externa era constituída por carbonato de cálcio enquanto que o interior da peça ainda possuía cal extinta. 9 – Endurecimento do gesso No caso do gesso, ocorre a cristalização de uma solução supersaturada. Em 1765, Lavoisier observou que o endurecimento do gesso ocorre devido à recombinação do CaSO4 com água de cristalização que foi retirada por calor. A gipsita (CaSO4.2H2O) parcialmente calcinada perde ¾ de sua água de cristalização formando o semihidrato (CaSO4.0,5H2O) que possui uma solubilidade 5 vezes maior que a gipsita e, quando misturada com água forma uma solução supersaturada que tende a depositar os cristais de dihidrato. A massa é de cristalização confusa devido à aglomeração e desordenação das agulhas cristalinas.