SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Macronutrientes na Água Oceânica
 A água do mar é um meio cujas propriedades resultam da interação de fatores
físicos, químicos, geológicos, biológicos e meteorológicos.
 Uma vez que os oceanos se formaram pela contínua lixiviação da Terra desde o
surgimento da primeira chuva, os elementos que compõem a Tabela Periódica
podem ser encontrados, também, nos oceanos.
 Os continentes exercem influência sobre a concentração dos elementos químicos
na água do mar, através do transporte aéreo e hídrico, seja superficial ou
subterrâneo.
O que são os nutrientes?
 Nutriente é qualquer elemento ou composto químico necessário para o
metabolismo de um organismo. São elementos essenciais para o crescimento
dos vegetais marinhos (organismos fotossintetizantes).
 A principal fonte de reposição destes elementos são as bactérias e a drenagem
continental. Os nutrientes são, também, fatores limitantes para a produtividade
primária.
 Silício, nitrogênio e fósforo, embora sejam elementos menores, são os que
apresentam as maiores concentrações dentro desse grupo e são essenciais para
o crescimento de plantas e animais aquáticos, por isso, são chamados
macronutrientes.
 Existem dois tipos de nutrientes:
Micronutrientes
Fe, Zn, Cu, Mn.
Macronutrientes
Nitrogênio
Fósforo
Silício
NO3
-, NH4
+, NO2
-.
PO4
-3
SiO2
Macronutrientes na água oceânica
 Macronutrientes são os componentes da alimentação fundamentais para os organismos.
 A água do mar é um meio cujas propriedades resultam da interação de fatores físicos, químicos, geológicos,
biológicos e meteorológicos.
 As plataformas continentais costumam ser mais enriquecidas em macronutrientes em comparação ao
oceano aberto, devido a maior proximidade com o continente.
 Os elementos químicos possuem particularidades e consequente diferenciação de comportamento no
ambiente marinho. Por isso, a composição da água do mar pode ser dividida em grupos:
Silício reativo dissolvido
 O silício apresenta o ciclo biogeoquímico mais simples, mesmo que apareça alternado
sob formas orgânicas e inorgânicas, é derivado do intemperismo das rochas da crosta
terrestre. A sílica está presente em todas as rochas, mas é mais facilmente lixiviada de
rochas sedimentares e de argilas.
 Não é um ciclo fechado, e ganhos e perdas podem quantitativamente ser diferentes.
Essa troca de formas dá-se pela alternância da ação do metabolismo de plantas,
animais e bactérias.
 Necessário para a formação do esqueleto (carapaças) das
diatomáceas e dos flagelados silicosos (radiolários).
 Quando esses organismos morrem, seus esqueletos vão se dis-
solvendo à medida que afundam, pelo efeito da pressão.
Apenas os restos de organismos maiores e mais resistentes atin-
gem o fundo do oceano, formando as terras de diatomitos ou
terra de diatomáceas.
Diatomáceas
Fósforo e fosfato dissolvido
 O fosforo é um nutriente limitante ao crescimento fitoplanctônico. Por outro lado, por apresentar-se em
grande abundância no meio ambiente, pode causar sérios problemas ambientais.
 Os grandes reservatórios de fósforo são as rochas e outros depósitos formados durante as eras geológicas.
Esses reservatórios, devido ao intemperismo, pouco a pouco fornecem o fósforo para os ecossistemas
 O retorno do fósforo ao meio ocorre pela ação de bactérias fosfolizantes na deterioração de organismos
mortos.
 As altas concentrações indicam fontes antrópicas e desencadeiam processos de eutrofização e até florações
indesejáveis, em ambientes com também boa disponibilidade de nutrientes nitrogenados.
 As variações ocorrem principalmente em função da atividade orgânica sazonal ou diurna.
 Os mecanismos que regeneram os fosfatos são: a atividade biológica (excreção e decomposição), a
movimentação da água (correntes e ondas) e a entrada de água dos continentes (rios, esgotos e efluentes).
Nitrogênio dissolvido
 Nitrogênio é o mais abundante dos gases dissolvidos na água do mar, podendo ser
encontrado em altas concentrações devido à precipitação pluvial e por ter, na
atmosfera, 78% dos gases constituídos por ele.
 Frequentemente é o nutriente limitante do crescimento do fitoplâncton. O nitrogênio
na forma elementar (N2) não é um nutriente, porém as cianobactérias possuem a
capacidade de aproveitar o nitrogênio na forma elementar para o seu metabolismo.
 Suas formas incluem amônia (NH3), nitratos (NO3
-) e nitritos (NO2
-).
 No ciclo do nitrogênio as formas inorgânicas são transformadas em orgânicas e estas
em inorgânica fechando o ciclo.
 As reações químicas que ocorrem nesse ciclo são:
 Assimilação do NH4
+ e do NO3
- por algas; redução do nitrato a N(NH3) – orgânico.
 Amonificação: produção de NH4
+ pela decomposição da matéria orgânica NH4OH.
 Nitrificação: conversão do NH4
+ a NO3
- (oxidação; ganho de energia para bactéria). Precisa de
oxigênio para ocorrer.
 Desnitrificação: desassimilação do NO3
- a N2 (redução). Ocorrem em ambientes mais carentes
de oxigênio.
 Fixação do Nitrogênio: N2 gasoso atmosférico a N(NH3) – orgânico por cianobactéria.
• Ciclo do Nitrogênio na Água
Variação em águas oceânicas
 Nas camadas iluminadas pelo sol, todo o nitrogênio disponível é rapidamen-
te consumido. Porém, em profundidades onde não há luz para a realização da
fotossíntese, não há consumo, e a concentração de nutrientes torna-se maior.
 Variação sazonal: nutrientes VS fitoplâncton e zooplâncton (consumidores):
- Na primavera, a taxa de crescimento do fito e zooplâncton é alta devido ao
aumento da intensidade luminosa.
- No verão, apesar da abundância de luz a produção primária devido ao esgotamento de nitrogênio.
- No outono, iniciam as tempestades e com a quebra parcial da termoclina, há uma injeção de nutri-
entes de volta a zona fótica.
- No inverno, o nível de luz cai levando a diminuição da ta-
xa de crescimento do fitoplâncton e o aumento da densi-
dade água provoca a mistura das águas superficiais, rein-
troduzindo os nutrientes novamente para a zona fótica.
Impacto ecológico e ação antrópica causados pelos
macronutrientes
 Cada organismo do fitoplâncton tem uma necessidade elementar única, de
modo que a composição total das espécies da comunidade determina o
consumo de alguns nutrientes.
 Apesar dos nitratos serem nutrientes essenciais para as plantas, podem, em
excesso, causar problemas significativos na água, se tornando suscetíveis à
ocorrência de fenômenos ecologicamente indesejáveis, como a
eutrofização.
 A quantidade natural de nitrato e amônia em águas superficiais é baixa.
Altas concentrações normalmente indicam poluição por fertilizantes usados
na agricultura, ou dejetos humanos e animais. Efluentes industriais são
importantes fontes pontuais de poluição por nitrato.
“Bloom” de algas.
Maré vermelha.
Mortalidade de peixes.
• Eutrofização
 O processo de eutrofização representa uma resposta biogeoquímica ao
excesso de nutrientes causando alterações na comunidade fitoplantônica e
zooplanctônica, além da proliferação de macroalgas bênticas, da perda da
biodiversidade e do aumento na incidência de algas tóxicas, causando
alteração da coloração das águas costeiras.
 O aumento da matéria orgânica por espécies oportunistas do fito plâncton
pode exaurir as concentrações de oxigênio dissolvido na água devido a
decomposição dessa matéria orgânica pelas bactérias.
Floração de cianobactérias em área costeira.
• Diatomitos
 Rocha formada pelo depósito das carapaças das diatomáceas.
 As propriedades físicas e químicas do diatomito tornam essa substância muito útil
em variados campos de aplicações, sendo, por isso, um bem mineral de largo
emprego e elevado valor comercial.
 Ele começou a ser empregado dois mil anos atrás pelos gregos em cerâmica e hoje
é componente de centenas de produtos e vital na fabricação de milhares de outros.
Como:
Filtros
Farmácia
Tijolos de Diatomito Pilhas elétricas
Inseticidas
Explosivos
Diatomito
Referências
 COSTELLO, Jorge Pablo et al. Introdução às Ciências do Mar. Pelotas: Ed. Textos, 2017.
 Composição química da água do mar. Portal educação, 2021. Disponível em: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
biologia/composicao-quimica-da-agua-do-mar/33471#/. Acesso em: 8 jul. 2021.
 Composição da água do mar. eFlora Web, 2021. Disponível em: https://www.eflororaweb.com.br/composicao-da-agua-do-mar/. Acesso em: 10 jul. 2021.
 DA SILVA, Jodir Pereira. Fatores Abióticos Limitantes. Disponível em: https://www2.unifap.br/alexandresantiago/files/2012/10/Aula-Introducao-
a-Oceanografia-biologica1.pdf. Acesso em: 9 jul. 2021.
 Unidade 3 - Propriedades Físico-Químicas das Águas Oceânicas. Fatec, 2021. Disponível em: https://www.fateczonasul.edu.br/fatec/professor/
material/agua_mar_texto.pdf. Acesso em: 8 jul. 2021.
 GIANESELLA, Sônia M. F.. Fitoplâncton e produção primária. Disponível em: https://static.danilorvieira.com/disciplinas/iob127/aula8.pdf. Acesso em: 9 jul. 2021.
 Nitrato. Emprapa, 2021. Disponível em : https://www.cnpma.embrapa.br/projetos/ecoagua/eco/nitrato.html. Acesso em: 9 jul. 2021.
 Silício. Mar Aberto - UFC, 2021. Disponível em: http://www.maraberto.ufc.br/silicio.htm. Acesso em: 9 jul. 2021.
 CAMPOS, M. L. A. M.; JARDIM, W. F., Aspectos Relevantes da Biogeoquímica da Hidrosfera. Química Nova Interativa, 2021. Disponível em:
http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.79. Acesso em: 12 jul. 2021.
 Os Muitos Usos do Diatomito. Serviço Geológico do Brasil, 2021. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Os-Muitos-Usos-do-
Diatomito-1296.html. Acesso em: 13 jul. 2021.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Poluição dos rios
Poluição dos riosPoluição dos rios
Poluição dos riosDiogoChico8c
 
Ocupação antrópica
Ocupação antrópicaOcupação antrópica
Ocupação antrópicaIsabel Lopes
 
Geologia 11 ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...
Geologia 11   ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...Geologia 11   ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...
Geologia 11 ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...Nuno Correia
 
Rochas sedimentares classificação biogénicas
Rochas sedimentares  classificação biogénicasRochas sedimentares  classificação biogénicas
Rochas sedimentares classificação biogénicasIsabel Lopes
 
Idade Relativa e Idade Radiométrica
Idade Relativa e Idade RadiométricaIdade Relativa e Idade Radiométrica
Idade Relativa e Idade RadiométricaGabriela Bruno
 
Os Minerais
Os MineraisOs Minerais
Os MineraisCatir
 
Geologia 11 rochas sedimentares - meteorização química
Geologia 11   rochas sedimentares  - meteorização químicaGeologia 11   rochas sedimentares  - meteorização química
Geologia 11 rochas sedimentares - meteorização químicaNuno Correia
 
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraRochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraAna Castro
 
1 a terra e os subsistemas terrestres
1   a terra e os subsistemas terrestres1   a terra e os subsistemas terrestres
1 a terra e os subsistemas terrestresmargaridabt
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentaresTânia Reis
 
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemasMargarida Cardoso
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteCientistasMalucas
 
Zonas costeiras
Zonas costeirasZonas costeiras
Zonas costeirasdanikj
 
BioGeo11-aquiferos
BioGeo11-aquiferosBioGeo11-aquiferos
BioGeo11-aquiferosRita Rainho
 
Poluição dos solos
Poluição dos solosPoluição dos solos
Poluição dos soloslimaw
 
Factores Abióticos - Água
Factores Abióticos - ÁguaFactores Abióticos - Água
Factores Abióticos - ÁguaCatir
 

Mais procurados (20)

Zonas costeiras
Zonas costeirasZonas costeiras
Zonas costeiras
 
Poluição dos rios
Poluição dos riosPoluição dos rios
Poluição dos rios
 
Sucessão Ecológica
Sucessão Ecológica Sucessão Ecológica
Sucessão Ecológica
 
Ocupação antrópica
Ocupação antrópicaOcupação antrópica
Ocupação antrópica
 
Geologia 11 ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...
Geologia 11   ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...Geologia 11   ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...
Geologia 11 ocupação antrópica e problemas de ordenamento - bacias hidrográ...
 
Rochas sedimentares classificação biogénicas
Rochas sedimentares  classificação biogénicasRochas sedimentares  classificação biogénicas
Rochas sedimentares classificação biogénicas
 
Idade Relativa e Idade Radiométrica
Idade Relativa e Idade RadiométricaIdade Relativa e Idade Radiométrica
Idade Relativa e Idade Radiométrica
 
Os Minerais
Os MineraisOs Minerais
Os Minerais
 
Geologia 11 rochas sedimentares - meteorização química
Geologia 11   rochas sedimentares  - meteorização químicaGeologia 11   rochas sedimentares  - meteorização química
Geologia 11 rochas sedimentares - meteorização química
 
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraRochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
 
1 a terra e os subsistemas terrestres
1   a terra e os subsistemas terrestres1   a terra e os subsistemas terrestres
1 a terra e os subsistemas terrestres
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentares
 
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas
4. perturbações no equilibrio dos ecossistemas
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentares
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
 
Zonas costeiras
Zonas costeirasZonas costeiras
Zonas costeiras
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicosCiclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
BioGeo11-aquiferos
BioGeo11-aquiferosBioGeo11-aquiferos
BioGeo11-aquiferos
 
Poluição dos solos
Poluição dos solosPoluição dos solos
Poluição dos solos
 
Factores Abióticos - Água
Factores Abióticos - ÁguaFactores Abióticos - Água
Factores Abióticos - Água
 

Semelhante a Macronutrientes na água oceânica

Semelhante a Macronutrientes na água oceânica (20)

A importância do solo para as comunidades aquáticas
A importância do solo para as comunidades aquáticasA importância do solo para as comunidades aquáticas
A importância do solo para as comunidades aquáticas
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
Gestão fij va2
Gestão fij va2Gestão fij va2
Gestão fij va2
 
Poluição dos ecossistemas aquáticos 1ª série - biologia
Poluição dos ecossistemas aquáticos   1ª série - biologiaPoluição dos ecossistemas aquáticos   1ª série - biologia
Poluição dos ecossistemas aquáticos 1ª série - biologia
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
Cefet Rj Eco Iv
Cefet Rj Eco IvCefet Rj Eco Iv
Cefet Rj Eco Iv
 
Poluição de água eutrofização
Poluição de água   eutrofizaçãoPoluição de água   eutrofização
Poluição de água eutrofização
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicosCiclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicosCiclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
Ciclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicosCiclos biogeoquímicos
Ciclos biogeoquímicos
 
Trabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquáticaTrabalho escrito poluição aquática
Trabalho escrito poluição aquática
 
Ciclo Do NitrogêNio
Ciclo Do NitrogêNioCiclo Do NitrogêNio
Ciclo Do NitrogêNio
 
PoluiçãO Da áGua
PoluiçãO Da áGuaPoluiçãO Da áGua
PoluiçãO Da áGua
 
Curso de educação ambiental
Curso de educação ambiental Curso de educação ambiental
Curso de educação ambiental
 
Poluição dos ecossistemas aquáticos
Poluição dos ecossistemas aquáticosPoluição dos ecossistemas aquáticos
Poluição dos ecossistemas aquáticos
 
Água - Biologia
Água - BiologiaÁgua - Biologia
Água - Biologia
 
Agua Bioecologia
Agua    BioecologiaAgua    Bioecologia
Agua Bioecologia
 
Trabalho de geografia
Trabalho de geografiaTrabalho de geografia
Trabalho de geografia
 
Biogeoquimica estuarina
Biogeoquimica estuarinaBiogeoquimica estuarina
Biogeoquimica estuarina
 
Intemperismo e formação dos solos
Intemperismo e formação dos solosIntemperismo e formação dos solos
Intemperismo e formação dos solos
 

Macronutrientes na água oceânica

  • 2.  A água do mar é um meio cujas propriedades resultam da interação de fatores físicos, químicos, geológicos, biológicos e meteorológicos.  Uma vez que os oceanos se formaram pela contínua lixiviação da Terra desde o surgimento da primeira chuva, os elementos que compõem a Tabela Periódica podem ser encontrados, também, nos oceanos.  Os continentes exercem influência sobre a concentração dos elementos químicos na água do mar, através do transporte aéreo e hídrico, seja superficial ou subterrâneo.
  • 3. O que são os nutrientes?  Nutriente é qualquer elemento ou composto químico necessário para o metabolismo de um organismo. São elementos essenciais para o crescimento dos vegetais marinhos (organismos fotossintetizantes).  A principal fonte de reposição destes elementos são as bactérias e a drenagem continental. Os nutrientes são, também, fatores limitantes para a produtividade primária.  Silício, nitrogênio e fósforo, embora sejam elementos menores, são os que apresentam as maiores concentrações dentro desse grupo e são essenciais para o crescimento de plantas e animais aquáticos, por isso, são chamados macronutrientes.  Existem dois tipos de nutrientes: Micronutrientes Fe, Zn, Cu, Mn. Macronutrientes Nitrogênio Fósforo Silício NO3 -, NH4 +, NO2 -. PO4 -3 SiO2
  • 4. Macronutrientes na água oceânica  Macronutrientes são os componentes da alimentação fundamentais para os organismos.  A água do mar é um meio cujas propriedades resultam da interação de fatores físicos, químicos, geológicos, biológicos e meteorológicos.  As plataformas continentais costumam ser mais enriquecidas em macronutrientes em comparação ao oceano aberto, devido a maior proximidade com o continente.  Os elementos químicos possuem particularidades e consequente diferenciação de comportamento no ambiente marinho. Por isso, a composição da água do mar pode ser dividida em grupos:
  • 5. Silício reativo dissolvido  O silício apresenta o ciclo biogeoquímico mais simples, mesmo que apareça alternado sob formas orgânicas e inorgânicas, é derivado do intemperismo das rochas da crosta terrestre. A sílica está presente em todas as rochas, mas é mais facilmente lixiviada de rochas sedimentares e de argilas.  Não é um ciclo fechado, e ganhos e perdas podem quantitativamente ser diferentes. Essa troca de formas dá-se pela alternância da ação do metabolismo de plantas, animais e bactérias.  Necessário para a formação do esqueleto (carapaças) das diatomáceas e dos flagelados silicosos (radiolários).  Quando esses organismos morrem, seus esqueletos vão se dis- solvendo à medida que afundam, pelo efeito da pressão. Apenas os restos de organismos maiores e mais resistentes atin- gem o fundo do oceano, formando as terras de diatomitos ou terra de diatomáceas. Diatomáceas
  • 6. Fósforo e fosfato dissolvido  O fosforo é um nutriente limitante ao crescimento fitoplanctônico. Por outro lado, por apresentar-se em grande abundância no meio ambiente, pode causar sérios problemas ambientais.  Os grandes reservatórios de fósforo são as rochas e outros depósitos formados durante as eras geológicas. Esses reservatórios, devido ao intemperismo, pouco a pouco fornecem o fósforo para os ecossistemas  O retorno do fósforo ao meio ocorre pela ação de bactérias fosfolizantes na deterioração de organismos mortos.  As altas concentrações indicam fontes antrópicas e desencadeiam processos de eutrofização e até florações indesejáveis, em ambientes com também boa disponibilidade de nutrientes nitrogenados.  As variações ocorrem principalmente em função da atividade orgânica sazonal ou diurna.  Os mecanismos que regeneram os fosfatos são: a atividade biológica (excreção e decomposição), a movimentação da água (correntes e ondas) e a entrada de água dos continentes (rios, esgotos e efluentes).
  • 7. Nitrogênio dissolvido  Nitrogênio é o mais abundante dos gases dissolvidos na água do mar, podendo ser encontrado em altas concentrações devido à precipitação pluvial e por ter, na atmosfera, 78% dos gases constituídos por ele.  Frequentemente é o nutriente limitante do crescimento do fitoplâncton. O nitrogênio na forma elementar (N2) não é um nutriente, porém as cianobactérias possuem a capacidade de aproveitar o nitrogênio na forma elementar para o seu metabolismo.  Suas formas incluem amônia (NH3), nitratos (NO3 -) e nitritos (NO2 -).  No ciclo do nitrogênio as formas inorgânicas são transformadas em orgânicas e estas em inorgânica fechando o ciclo.
  • 8.  As reações químicas que ocorrem nesse ciclo são:  Assimilação do NH4 + e do NO3 - por algas; redução do nitrato a N(NH3) – orgânico.  Amonificação: produção de NH4 + pela decomposição da matéria orgânica NH4OH.  Nitrificação: conversão do NH4 + a NO3 - (oxidação; ganho de energia para bactéria). Precisa de oxigênio para ocorrer.  Desnitrificação: desassimilação do NO3 - a N2 (redução). Ocorrem em ambientes mais carentes de oxigênio.  Fixação do Nitrogênio: N2 gasoso atmosférico a N(NH3) – orgânico por cianobactéria. • Ciclo do Nitrogênio na Água
  • 9. Variação em águas oceânicas  Nas camadas iluminadas pelo sol, todo o nitrogênio disponível é rapidamen- te consumido. Porém, em profundidades onde não há luz para a realização da fotossíntese, não há consumo, e a concentração de nutrientes torna-se maior.  Variação sazonal: nutrientes VS fitoplâncton e zooplâncton (consumidores): - Na primavera, a taxa de crescimento do fito e zooplâncton é alta devido ao aumento da intensidade luminosa. - No verão, apesar da abundância de luz a produção primária devido ao esgotamento de nitrogênio. - No outono, iniciam as tempestades e com a quebra parcial da termoclina, há uma injeção de nutri- entes de volta a zona fótica. - No inverno, o nível de luz cai levando a diminuição da ta- xa de crescimento do fitoplâncton e o aumento da densi- dade água provoca a mistura das águas superficiais, rein- troduzindo os nutrientes novamente para a zona fótica.
  • 10. Impacto ecológico e ação antrópica causados pelos macronutrientes  Cada organismo do fitoplâncton tem uma necessidade elementar única, de modo que a composição total das espécies da comunidade determina o consumo de alguns nutrientes.  Apesar dos nitratos serem nutrientes essenciais para as plantas, podem, em excesso, causar problemas significativos na água, se tornando suscetíveis à ocorrência de fenômenos ecologicamente indesejáveis, como a eutrofização.  A quantidade natural de nitrato e amônia em águas superficiais é baixa. Altas concentrações normalmente indicam poluição por fertilizantes usados na agricultura, ou dejetos humanos e animais. Efluentes industriais são importantes fontes pontuais de poluição por nitrato. “Bloom” de algas. Maré vermelha. Mortalidade de peixes.
  • 11. • Eutrofização  O processo de eutrofização representa uma resposta biogeoquímica ao excesso de nutrientes causando alterações na comunidade fitoplantônica e zooplanctônica, além da proliferação de macroalgas bênticas, da perda da biodiversidade e do aumento na incidência de algas tóxicas, causando alteração da coloração das águas costeiras.  O aumento da matéria orgânica por espécies oportunistas do fito plâncton pode exaurir as concentrações de oxigênio dissolvido na água devido a decomposição dessa matéria orgânica pelas bactérias. Floração de cianobactérias em área costeira.
  • 12. • Diatomitos  Rocha formada pelo depósito das carapaças das diatomáceas.  As propriedades físicas e químicas do diatomito tornam essa substância muito útil em variados campos de aplicações, sendo, por isso, um bem mineral de largo emprego e elevado valor comercial.  Ele começou a ser empregado dois mil anos atrás pelos gregos em cerâmica e hoje é componente de centenas de produtos e vital na fabricação de milhares de outros. Como: Filtros Farmácia Tijolos de Diatomito Pilhas elétricas Inseticidas Explosivos Diatomito
  • 13. Referências  COSTELLO, Jorge Pablo et al. Introdução às Ciências do Mar. Pelotas: Ed. Textos, 2017.  Composição química da água do mar. Portal educação, 2021. Disponível em: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ biologia/composicao-quimica-da-agua-do-mar/33471#/. Acesso em: 8 jul. 2021.  Composição da água do mar. eFlora Web, 2021. Disponível em: https://www.eflororaweb.com.br/composicao-da-agua-do-mar/. Acesso em: 10 jul. 2021.  DA SILVA, Jodir Pereira. Fatores Abióticos Limitantes. Disponível em: https://www2.unifap.br/alexandresantiago/files/2012/10/Aula-Introducao- a-Oceanografia-biologica1.pdf. Acesso em: 9 jul. 2021.  Unidade 3 - Propriedades Físico-Químicas das Águas Oceânicas. Fatec, 2021. Disponível em: https://www.fateczonasul.edu.br/fatec/professor/ material/agua_mar_texto.pdf. Acesso em: 8 jul. 2021.  GIANESELLA, Sônia M. F.. Fitoplâncton e produção primária. Disponível em: https://static.danilorvieira.com/disciplinas/iob127/aula8.pdf. Acesso em: 9 jul. 2021.  Nitrato. Emprapa, 2021. Disponível em : https://www.cnpma.embrapa.br/projetos/ecoagua/eco/nitrato.html. Acesso em: 9 jul. 2021.  Silício. Mar Aberto - UFC, 2021. Disponível em: http://www.maraberto.ufc.br/silicio.htm. Acesso em: 9 jul. 2021.  CAMPOS, M. L. A. M.; JARDIM, W. F., Aspectos Relevantes da Biogeoquímica da Hidrosfera. Química Nova Interativa, 2021. Disponível em: http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.79. Acesso em: 12 jul. 2021.  Os Muitos Usos do Diatomito. Serviço Geológico do Brasil, 2021. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Os-Muitos-Usos-do- Diatomito-1296.html. Acesso em: 13 jul. 2021.