Este estudo investigou os efeitos do óleo essencial de rosa na redução dos efeitos do estresse agudo e crônico em ratos e humanos. Os resultados mostraram que o óleo essencial de rosa inibiu a liberação de hormônios do estresse e preveniu danos na pele causados pelo estresse em ambas as espécies.

1. [Rosa 009]
Óleo Essencial: Rosa alba
Composto: citronelol, geraniol, nerol, álcool feniletílico, eugenol e linalol
Título: Effect of ‘‘Rose Essential Oil’’ Inhalation on Stress-Induced Skin-Barrier
Disruption in Rats and Humans
“Efeito da inalação do óleo essencial de rosa na interrupção da barreira cutânea
induzida por estresse em ratos e humanos”.
Autor: Mika Fukada, Eri Kano, Michio Miyoshi, Ryoichi Komaki1 e Tatsuo Watanabe
Journal: Chemical Senses
Vol/Issue: 37
Ano: 2012
DOI: 10.1093/chemse/bjr108
TAGS: Inalação; rosa; Rosa alba; estímulos estressantes; estresse agudo; estresse
crônico; eixo hipotálamo-hipófise-adrenocortical (HPA); sistema nervoso simpático;
corticosterona; perda de água transepidérmica; estresse; antiestresse; ansiolítico;
efeito relaxante; ensaio clínico; in vivo; cortisol salivar; citronelol; geraniol; nerol; álcool
feniletílico; eugenol; linalol; rompimento da barreira cutânea; TEWL; inalação;
hormônios do estresse; citrato de trietila;
Sobre o artigo
É sabido que a exposição aguda a estímulos estressantes resulta na ativação do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenocortical (HPA) e do sistema nervoso simpático, resultando
em respostas estereotipadas, incluindo aumentos na pressão sanguínea e nas
concentrações de hormônio adrenocorticotrópico (HACT) e corticosterona (CORT) no
plasma.
Além disso, foi demonstrado que a ativação em longo prazo do eixo HPA devido ao
estresse "crônico" tem efeitos deletérios em vários órgãos, incluindo a pele, induzindo
a ruptura da barreira cutânea.
No entanto, estudos passados descobriram que em ratos, a inalação do chamado odor
verde (extraído das folhas verdes) atenuou a elevação aguda induzida por estresse no
HACT plasmático. Aliás, o termo ''odor verde'' é uma expressão que descreve o
material que consiste em uma mistura 50:50 de trans-2-hexenal e cis-3-hexenol, e não
o próprio odor.

2. O óleo de rosa de diferentes fontes também foi examinado por seus efeitos calmantes
e sedativos. E, portanto, pesquisas anteriores encontraram um efeito relaxante do óleo
de rosa nos seres humanos após a absorção transdérmica.
Portanto, pode-se esperar que o óleo essencial de rosa (óleo essencial derivado de
Rosa alba), desenvolvido pela Kanebo Cosmetics Inc., tenha também um efeito de
alívio do estresse. Com isso, os pesquisadores desse estudo levantaram a hipótese de
que esse óleo essencial de rosa inibiria a ativação aguda induzida por estresse do eixo
HPA e consequentemente a interrupção crônica da barreira cutânea induzida por
estresse, para tal, experimentos com ratos e humanos foram desenvolvidos como
descritos a seguir:
Os ratos foram contidos em um pequeno limitador cilíndrico e o óleo essencial de rosa
ou seu veículo (citrato de trietil) foi administrado durante o período de restrição (isto é,
90 min). Para esse fim, foi utilizado um pouco de algodão (diâmetro = 15 mm) com 0,2
mL do óleo essencial de rosa ou seu veículo em um recipiente, e a 3 cm do nariz do
rato.
Quando o óleo essencial de rosa foi administrado a ratos que se moviam livremente, o
mesmo tipo de recipiente foi mantido no limitador mencionado acima, e este foi
colocado em um canto da "gaiola doméstica".
Portanto, os ratos foram divididos em 4 grupos:
(V + E) veículo + estresse– o veículo foi administrado durante o estresse;
(R + E) rosa + estresse – óleo essencial de rosa foi administrado durante o estresse;
(C) No grupo controle nada foi administrado a ratos não submetidos a restrição.
(R) Os ratos em movimento livre que inalaram o óleo essencial de rosa por 90 min
foram classificados como o grupo rosa.
Para realizar a medição de CORT do plasma, os ratos foram submetidos a um
estresse agudo de 90 minutos e o óleo essencial de rosa ou seu veículo foi
administrado durante todo o período de estresse acima. As amostras de sangue foram
coletadas 2 vezes: aos 90 minutos antes do início e logo após o término do estresse.
Nos experimentos de estresse crônico, os ratos foram contidos em um pequeno
limitador cilíndrico por 8 h em cada um dos 14 dias sucessivos. E o óleo essencial de
rosa ou seu veículo (isto é, citrato de trietil) foi administrado por 2 h em cada um
desses 14 dias.
O peso corporal total foi medido imediatamente antes do início do estresse de
restrição (ou seja, no primeiro dia do período experimental).
Também foram realizados testes de estresse crônico em humanos, onde a
concentração salivar de cortisol (hormônio ligado ao estresse) e TEWL (sigla inglesa
de Transepidermal Water Loss / perda de água transepidérmica) foram medidas 21
dias antes dos indivíduos fazerem os exames da Universidade para sua promoção,
pois é de se esperar que essa situação seja um estresse crônico; e 3 dias após o

3. início dos exames (ou seja, durante os exames) e também logo após o final do período
de 13 dias (ou seja, após o exames).
O grupo de teste (designado grupo rosa + estresse [R + E]) usou papéis de teste de
aroma embebidos em óleo essencial de rosa durante todo o período experimental. Foi
pedido ao grupo controle (designado grupo veículo + estresse [V + E]) que usasse
papéis de teste de aroma embebidos em veículo (citrato de trietila) durante o mesmo
período.
Cada indivíduo foi exposto ao veículo (citrato de trietil), 2 óleos essenciais (1%) de
rosa e de jasmim (como odorizante de controle). A maneira pela qual os sujeitos foram
expostos aos odorantes foi a mesma citada anteriormente, exceto que elas inalaram
outro odorante (OE de jasmim) durante um teste de estresse agudo com duração de
cerca de 20 minutos.
Em cada participante, os três inalantes foram apresentados em ordem aleatória, um
deles no primeiro, outro no quarto e o último no sétimo dia de sua participação no
estudo, sendo os demais dias, dias '' em branco ''.
As amostras de saliva foram colhidas imediatamente antes do início e imediatamente
após o final desse estresse mental de 20 minutos e a concentração de cortisol na
saliva foi medida.
Resultados:
● Experimentos de estresse agudo em ratos:
Observou-se um aumento significativo na concentração plasmática de CORT logo
após o final do estresse de restrição de 90 minutos, em comparação com os 90
minutos antes do início da exposição ao estresse, nos grupos no grupo R + E e no
grupo V + E. Quando os dois grupos foram comparados, o grupo R + E mostrou uma
resposta CORT significativamente menor que o grupo V + E.
● Experimentos de estresse crônico em ratos (medição de TEWL):
A imposição de estresse crônico (8 horas por dia, durante 14 dias) resultou em um
aumento significativo no TEWL (grupo V + E vs. grupo C). Este efeito foi
completamente suprimido pela inalação de óleo essencial de rosa (grupo R + E), não
sendo observada diferença significativa nos valores de TEWL entre os grupos R + E e
C.
Observou-se também que o peso corporal diminuiu após o estresse crônico de 14 dias
no grupo V + E (vs. grupo C). Porém, a inalação de óleo essencial de rosa não teve
efeito significativo sobre essa perda de peso (grupo R + E vs. grupo V + S).
● Estudo em humanos I (medição de cortisol na saliva e de TEWL):

4. O grupo controle, que não inalou o óleo essencial de rosa, mostrou um aumento
significativo na concentração salivar de cortisol durante e após os exames, como
comparado com o nível anterior aos exames.
No entanto, não foram observadas alterações significativas no cortisol salivar no grupo
submetido à inalação de óleo essencial de rosa. Além disso, os níveis gerais de
cortisol no grupo R + E foram significativamente menores do que aqueles no grupo
controle V + E.
O grupo controle V + E apresentou um aumento significativo na TEWL durante os
exames, enquanto que não houve alterações no TEWL no grupo R + E. Valores TEWL
obtidos durante e após os exames para o grupo de teste, que inalaram o óleo
essencial de rosa, mostraram evidências de supressão significativa em relação
àquelas obtidas no grupo controle.
● Estudo em humanos II (medição de cortisol na saliva):
Nas sessões de exposição do veículo (controle), o estresse mental agudo de 20
minutos evocou um aumento significativo na concentração salivar de cortisol (após vs.
antes do estresse). Essa resposta ao cortisol foi significativamente menor nas sessões
de exposição ao óleo de rosa, enquanto que nenhuma diferença significativa foi
observada entre as sessões de controle de exposição e exposição ao óleo de jasmim.
No entanto, deve-se notar que nas sessões de exposição ao óleo de jasmim, o
aparente aumento na concentração salivar de cortisol logo após o estresse não foi
significativo (vs. antes do estresse). Os indivíduos que inalaram o óleo essencial de
rosa durante o estresse não exibiram quase nenhuma alteração no cortisol salivar
após o estresse. Antes do estresse, não havia diferenças significativas no nível salivar
de cortisol entre os três grupos (V + E, R + E e J + E).
Explicando o gráfico: Efeitos do óleo essencial de rosa (antes, durante e depois) nas alterações
crônicas induzidas pelo estresse a partir do nível de concentração salivar de cortisol em
humanos estressados cronicamente, na ausência (grupo V + E) ou na presença (grupo R + E)

5. da inalação de óleo essencial de rosa. Pode-se observar que os níveis de CORT aumentaram
durante os testes, mas que nitidamente foi reduzido após os testes na presença da inalação do
óleo de rosa (R+S). Enquanto que quando comparamos ao efeito na ausência do óleo de rosa,
observamos apenas o aumento dos níveis de CORT.
Explicando o gráfico: Valores médios obtidos para TEWL em humanos estressados
cronicamente, na ausência (grupo V + E) ou na presença (grupo R + E) da inalação de óleo
essencial de rosa. É possível observar que o grupo na presença do óleo essencial diminuiu
drasticamente os valores de TEWL em comparação com o grupo controle (ausente de OE).
Na prática:
Nesse estudo, os pesquisadores avaliaram o nível de estresse em ratos e humanos
utilizando o OE de rosas como parâmetro inibidor de pelo menos alguns efeitos
induzidos pelo estresse, como ativação indevida de hormônios de estresse e o
rompimento da pele. Curiosamente eles conseguiram identificar que o OE foi
responsável pela redução nos níveis desses parâmetros nos dois métodos de
amostragem, podendo ser uma estratégia promissora para a prevenção ou alívio do
estresse crônico.