Este documento descreve um estudo sobre a sedimentação na região nordeste da Lagoa dos Patos no Brasil, especificamente na Lagoa do Casamento e no Saco do Cocuruto. O objetivo do estudo foi analisar os aspectos geomorfológicos, geológicos e sedimentológicos destas áreas lagunares. Foram realizadas análises granulométricas e mineralógicas dos sedimentos para caracterizar as diferentes fácies sedimentares e os processos de sedimentação. Os resultados mostraram que a evolução geomorfológ
3. r
(
(
FEDERAL
UNIVERSIDADE
DO
RIO
r
l
Prof. Homero Só Jobim
(
(
(
REITOR
Prof. Gerhard Jacob
(
PRó-REITOR DE PESQUISA E PóS-GRADUAÇÃO
CURSO DE P6S-GRADUAÇÃO
Profa. Marleni
EM GEOCI~NCIAS
Marques Toigo
COORDENADORA
COMISSÃO
COORDENADORA
Prof. Carlos Alfredo
Bortoluzzi
Prof. Dr. Irajá Damiani Pinto
Prof. Dr. Luiz Roberto Silva Martins
Prof. Dr. Milton
Luiz Laquintinie
Formoso
COMISSÃO E~MINADORA
Prof. Dr. Luiz Roberto Silva Martins
Prof. Dr. Carlos Maria Urien
~
Prof. Dr. Renato Rodolfo Andreis
~
Prof. Dr. Ivan Medeiros
r
Prof. Dr. Paulo da Nóbrega
(
(
~
,
~
(
Tinoco
Coutinho
GRANDE
DO
SUL
4. ,.
4
Quem nada conhece,
nada ama.
Quem nada pode fazer, nada compreende.
Quem nada compreende,
Mas quem compreende
nada vale.
também ama, observa,
Quanto mais conhecimento
ve...
houver inerente
numa coisa, tanto maior o amor...
Aquele que imagina que todos os frutos
amadurecem
ao mesmo
nada sabe a respeito
tempo como as cerejas,
das uvas.
Paracelso.
Ama-se
aquilo por que se trabalha
trabalha-se
e
por aquilo que se ama.
Erich Fromm.
Por e para
MARICE,
LUIS HUMBERTO
E MAlTE.
8. 8
RESUMO
A formação
senvolvimento
da Lagoa dos Patos foi condicionada
de uma barreira
das oscilações
eustáticas
Os aspectos
reira evidenciam
,
(
gressao
ocorridas
da margem
Os processos
crescimento
arenosos,
do Casamento
(
mecanismo
acomp~
que os
da laguna
o
mediante
que deu origem a Lagoa
e ao Saco do Cocuruto.
Os sedimentos
(
lagunar desta bar
de sedimentação
a compartimentação
de pontais
sob a influência
de pelo menos quatro ciclos de trans
nharam, proporcionaram
-
arenosa,
durante o Quaternário.
geomorfológicos
a existência
e regressao.
múltipla,
de
pelo
nosos e silticos.
do fundo destes corpos lagunares
As fácies arenosas
e rasas e tem suas caracteristicas
tipo de material
ocorrem
texturais
are
são
nas partes marginais
influenciadas
das áreas fonte, da natureza,
pelo
inte~sidade
tem
e
po de atuação dos agentes de sedimentação.
As fácies silticas
cupam 'as porções
As zonas
o
(
I
.'.
centrais,
rias sao atapetadas
mais profundas.
por fácies transicionais
intermediá
areno-silticas
e sil
to-arenosas.
Os terrenos
quaternários
da margem
dos durante os ciclos transgressivos,
te dos sedimentos
em suspensão
lagunares.
retrabalha
lagunar,
constituem
Parte do material
a principal
trazido
siltico
na
pelas águas da Lagoa dos Patos que ingressam
goa do Casamento,
provém das terras altas que margeiam
fon
La
a provincia
Costeira.
Os principais
mentação
agentes
envolvidos
nos processos
são o vento, as ondas e as correntes
lação das águas é também influenciada
lagunares.
pelos sistemas
de
sedi
A circu
fluviais
atu
antes na região.
A sedimentação se processa em um ambiente de aguas rasas
9. 9
e doces,
levemente
ras nas partes
granulométrica
PASSEGA
é redu
que
os métodos
por vários ambientes
~
& WARD
de
em ana
(1957),
úteis
sedimenta
Entretanto
a sua
paleo-ambiental
costeira
definidos
fi
e
que se des
Ocorre muitas vêzes que o rápido r~
depositados
em ambientes
texturai~
A maior parte dos sedimentos
do fundo lagunar tem propriedades
praiais
recentes
em urna província
gia é incapaz de apagar as características
ambientes
baseadas
de FOLK
único na determinação
de materiais
ciclo anterior.
os aspectos
(1968),são efetivamente
de ambientes
pois a sedimentação
e promovida
ambiental
físicos são conhecidos.
locam no tempo e no espaço.
trabalhamento
da área controlou
(1969) e DOEGLAS
e interpretação
ca prejudicada,
fauna de moluscos.
no corpo lagunar.
corno critério
pOlicíclica
bentônica
de caracterização
ção onde os parâmetros
utilização
biológica
mostraram
& BYRANJEE
na descrição
reduto
geomorfológica
da sedimentação
Tentativas
lise
e pouco
a urna pequena
A evolução
maiores
nas margens
A atividade
centrais.
zida e relacionada
oxidantes
ácidas,
e eólicos.
semelhantes
de alta
herdadas
ener
do
das fácies arenosas
aos depositados
em
~
10. '"
10
1.
INTRODUÇÃO
1.1.
Objetivos
~
O presente
sedimentologia
trabalho
constitui
da Lagoa dos Patos, cujo estudo vem sendo feito des
de 1963 pela equipe do atual Centro de Estudos de Geologia
ra e Oceânica
Federal
-
CECO, do Instituto
do Rio Grande do Sul.
Esta
de Geociências
iniciativa,
dos para compor o quadro geral dos processos
nesta que constitui
uma das áreas lagunares
tantes da superficie
cessa atualmente
aqui caracterizar
na Lagoa do Casamento
pos d'água em adiantado
nordeste
Costel
da Universidade
pretende
geológicos
costeiras
reunir da
atuantes
impoE
mais
do planeta.
Pretende-se
na porção
a
mais uma contribuição
a sedimentação
que se pr~
e no Saco do Cocuruto,
estado de segmentação
lagun~r,
situados
Costeira
da Lagoa dos Patos, na Planicie
cor
do
Rio Grande do Sul.
Paralelamente
ao mapeamento
do fundo, será efetuado
existente,
texturais
um estudo granulométrico
com a finalidade
com o ambiente
O reconhecimento
te estudos mineralógicos,
cional,
partindo
constituirão
de correlacionar
deposicional
e a compreensão
chaves
sedimentos
do material
os seus
ali
parâmetros
dos sedimentos,
median
do seu mecanismo
deposl
hidrodinâmicas
do corpo
no sentido de prever
na area de estudo, do material
vial do Guaiba que apresenta
dos
lagunar que domina a area.
da proveniência
das condições
elementos
faciológico
a
lagunar,
influência,
trazido pelas águas do complexo flu
niveis de poluição
cada vez 'mais ele
vados.
Nesse sentido,
dos raros criadouros
a Lagoa do Casamento
de peixes não atingidos
é, ainda hoje,
pela poluição,
um
con
11. 11
..
forme afirma FREITAS
(1975).
Além disso, desenvolve-se
ra rizícola
intensa cult~
que depende de suas águas na alimentação
de irrigação
dos sistemas
das lavouras.
~ pois de interesse
-sistema.
às suas margens
regional,
Para sua compreensão
a preservação
estão dirigidos
eco
deste
também os
objet~
vos deste trabalho.
Do mesmo modo,
certa freqüência,
como adequada
tinado a ligar Porto Alegre
sua posição
com
a área em pauta tem sido apontada,
para a construção
ao Oceano Atlântico,
de um canal des
tendo em vista a
geográfica.
~
Não será discutida
aqui a viabilidade
tanto quem o fizer encontrará
tureza geológica
1.2.
indispensáveis
Localização
volve a porção
nordeste
renos constituidos
ternária
anteriormente,
que integram
por
a cobertura
en
ter
qu~
p~
no mapa índice na Fig. 1.
e 30030' de latitude
entre as coordenadas
sul e 50030' e 50050'37"
uma superfície
cípio .de Osório,
a área de estudo
do Rio Grande do Sul, conforme
A área está compreendida
abrangendo
da Ârea
da Lagoa dos Patos e é bordejada
Costeira
de na
para tanto.
pelas formações
da Província
de ser observado
neste estudo alguns subsídios
Geográfica
Como foi méncionado
de tal obra,entr~
Viamão
de longitude
de 1.264 km2, incluindo
e Mostardas.
30008'40"
partes do
oeste,
muni
12. ,I
I
12
---
-
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50° 45 '
500 50'
/
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50°35'
50°40'
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-30°15'
.
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-30"20'
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PATOS
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-30°25'
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50445'
50"50'
Figura
I
--I,--V
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LAGOA
.'
--. ,-
o
.
.30°25'
-30"15'
i
-
MAPA DE AMOSTRAGEM E
28°
ARGENTINA
SITUAÇÃO DA ÁREA NO ESTADO.
~
50°
ESCALA
1:200_000
tj
13. 13
1.3.
Métodos
Os trabalhos
1 : 100.000,
de Trabalho
de mapeamento
Lagoa
de
escala
tendo por base as folhas plani altimétricas,
la 1 : 50.000, publicadas
Exército.
na
foram realizados
Foram
pela Diretoria
utilizadas
do Capivari
as folhas
(SH.22-P-I-2),
em esca
do Serviço Geográfico
Passo
Desertas
do Vigário
do
(SH.22-P-I-l),
(SH.22-P-I-3)e
Ilha Gran
(SH.22-P-I-4).
A análise
tuada mediante
das principais
a interpretação
geológica
na escala 1 : 60.000, e posterior
As quarenta
tipo amostra
material
amostras
que, remobilizado
termédio
de um busca-fundo
seira
de um
a ,partir
135 amostras,
na fig~ra
cuja localiza
1.
em sacos plásticos,
foram la
e
descritos
para a classificação
Os resultados
mediante
por peneir~ção,
Foi utilizada
sub
por
gro~
utilizando-se
(grãos
meno
a escala de
Went
de 1/4 ~, e a da fração fina
por pipetagem.
~
rios que neles
(1938), que incluem a análise da Íração
que O,062mm),
in
por
ao longo de perfis
e nos cursos dos diversos
no mapa apresentado
com intervalos
interpretados
do
contribui
da região,
de análise granulométrica
& PETTIJOHN
res que O,062mm),
worth
granulométrico
laboratório e após secagem em estufa, desagregadas
(grãos maiores
peneiras
do tipo raspador,
acondicionadas
aos processos
KRUMBEIN
a controle
pelos pescadores
Nesta etapa foram colhidas
As amostras
metidas
do
na área emersa foram
pelos agentes da superfície,
utilizada
ção pode ser observada
vadasem
colhidas
do fundo foram amostrados
través dos corpos d'água
desaguamo
aereas,
de fotografias
lagunar.
Os sedimentos
embarcação
efe
foi
exame no campo.
simples e se destinaram
para a sedimentação
caíque,
feições morfográficas
de tamanho de grão.
obtidos
da análise granulométrica
a aplicação
dos métodos
de FOLK &
foram
WARD
14. 14
(1957), PASSEGA
(1957) e DOEGLAS
Foram escolhidas
(1968).
quarenta
e cinco amostras
representat~
vas para o estudo mineralógico.
A fração grosseira
seu conteúdo
em minerais
por decantação
foi analisada
em bromofórmio,
conhecer
A separação
leves e pesados~
objetivando
foi
utilizando-se
da entre 0,250 e 0,125 mm, partindo-se
a fração
o
feita
compreend~
de uma amostra
inicial
de
5 gramas.
'A fração pesada
foi montada
do
em lâminas com Bálsamo
Canadá para estudo microscópico.
A fração leve, montada
dá, sem lamínula,
de método
método
foi estudada
colorimétrico,
preconizado
cra separada
para determinar
por HAYES
Os sedimentos
determinar
& KLUGMAN
feldspatos,
conforme
sua fração menor que
e analisada
a natureza
após a aplicação
o
(1959).
finos tiveram
por decantação
X objetivando
em lupa binocular
Cana
do
em lâminas com Bálsamo
no difratômetro
4 p m~
raios
de
dos argilo-minerais
constituin
teso
No estabelecimento
Lagoa do Casamento,
-
do padrão de circulaç~o
no Saco do Cocuruto
norte
da
La
,
goa dos Patos foram utilizadas
lite ERTS-l,
quisas
(1976)
gentilmente
Espaciais
-
efetuou-se
os trabalhos
CLOSS
cedidas pelo Instituto
o método
obtidas
pelo saté
Nac~onal
de
Pes
apresentado por HERZ
.
estudada,
contram
imagens orbitais
INPE, adotando-se
Com o objetivo
NHA
e na porção
das águ~s na
de caracterizar
extensa pesquisa
nela anteriormente
MARTINS
(1963),
MARTINS
(1963, 1970), DELANEY
(1972), VILLWOCK,
de modo global a
bibliográfica,
executados,
(1966),
& FORMOSO
que envolveu
dentre os quais se en
MARTINS
& GAMERMANN
(1960, 1965 e 1966), JOST
MARTINS
região
(1967),
(1971),
(1972) e VILLWOCK
CU
(1973).
15. 15
1.4.
Agradecimentos
Resulta este trabalho
da cooperaçao
e
assistência
a quem apresentamos
parte de pessoas e instituições,
por
sinceros
a
gradecimentos.
Aos professores
Luiz Roberto Martins,
hardt, Eloy Lopes Loss, Inês da Rosa Martins
gestões
e pelo incentivo
Dehn
pelas críticas,
su
constante.
Aos laboratoristas
Rubem Bernardo
artista Naira Jane, ao Sr. Girley Valério
Schmitt Kroeff,
Ely Alberto
pelos trabalhos
e Gilberto
Santos,
Sr.
Simões e ao
de laboratório,
desenho,
à
Rubem
datilo
grafia e fotografia.
Ao Instituto
gens orbitais
do satélite
à FAPERGS,
e que tornaram
de Pesquisas
possível
Espaciais,
pelas ima
ERTS-l.
CNPq, COCEP-UFRGS
Ao Instituto
Rio Grande
Nacional
pelos auxilios
concedidos
a sua execuçao.
de Geociências
do Sul, pela oportunidade.
da Universidade
Federal
do
16. 16
2.
PANORAMA
O sistema
víncia Costeira
do Rio Grande do Sul
geológicos
O primeiro
Província
maiores,
é composto
Ias seqüências
subsidente,
da
e vulcânicas,
instalada
clástica
tectonicamente
Pelotas.
pré-cambriano
e p~
e mesozóicas
de
Pelo tas , compõe-se
acumulada
e
por dois
paleozóicas
de
Pro
cit.).
e a Bacia de
cristalino
a Bacia
ob.
é constituida
o Embasamento
O segundo,
sedimentar
(VILLWOCKi
Costeira
pelo complexo
sedimentares
da Bacia do paraná.
urna seqüência
REGIONAL
lagunar em estudo é parte integrante
A referida
lementos
GEOL6GICO
em urna bacia marginal
na borda do embasamento a paE.
tir do Cretáceo.
Cerca de 1500 metros de espessura
positados
nesta bacia desde os tempos miocênicos
A sedimentação
rinhas.
retrata
taxas de subsidiência
do Pleistoceno,
no decorrer
VILLWOCK
a princípio
e sedimentação
governadas
encerrando
deste
conjunto
cuja porção
superior
urna série de unidades
e no tempo, resultante
tes de sedimentação
ma
pelo balanço entre as
a
partir
ocorridas
eustáticas
se observa
Fig. 2, a area que margeia
ruto é constituida
detalhadamente
por um pacote
expõe-se
descri ta por
sedimentar
na planície
lito-estratigráficas.
do deslocamento
litorânea
desconunuas
de vários
ambien
apresenta
responsáveis
pela
nos dias atuais.
no esboço geológico
a Lagoa do Casamento
fundamentalmente
tran§
região, conforme, atestam as
nela esculpidas,
que a região costeira
Conforme
,i
por sobre a mesma
feições morfográficas
configuração
recente.
e tr~nsgressões
e posteriormente,
pelas variações
(ob. cit.), é constituida
-regressivo,
o
até
da Era Cenozóica.
A cobertura
grandes
urna série de regressões
Estas foram controladas
no espaço
de sedimentos foram d~
apresentado
e o Saco do
pelos terraços marinhos
na
Cocu
da
17. 17
0°
"!...
...
I.
/
1
Y
/.".
30°15'.
LAGOA
CASAMENTO
DO
N
Ô
LAGOA
30°30'
DOS
PATOS
FIG.2 - Esbõco
geológico da porcõonorte da barreira múltiplada Lagoa dos Pg
tos e situacõo da área no Estado.
'1
o
'1
ESCALA:
~
12
___~NTA
CATARINA
ARGENTINA
16 km
1'400.000
LEGENDA:
Estradas
~
~
Drenagens.
o
Z
"-J
<.:>
o
-'
o
:x:
Depósitos eólicos e praiais marinhos atuaisH
C2]
Depósitos lagunares, praiais lagunares, paludois, fluviais, indivisos, atuais e sub-atuais..
~
Ita poõ
§
[[[]]
indiviso
Chuí indiviso
~
{
Emba sa meto
C2j
cristalino
URU:::~j-
-~
~
desenho
o
borbosQ
19. c
r
(
(
19
3. GEOMORFOLOGIA
(
(
(
Para melhor
xos que atuaram
construindo
E ASPECTOS
compreensão
RELACIONADOS
dos fenômenos
geológicos
compl~
na área em apreço e que ainda hoje se manifestam,
e destruindo
as mais variadas
to
feições do modelado
(
pográfico;
l
(
í
nela efetuou-se
Exterioriza-se
Rio Grande
nície Costeira
uma delas,
Costeira
do
sob a forma de Uma extensa
área
cerca de 47.150 km2, denominada
(1948), de Planície
DELANEY
Costeira
em várias unidades
a Planície
Arenosa
(1973), subdividiram
Litorânea,
Por abranger
pelo papel que sua evolução
ção lagunar,
ela será detalhadamente
das Lombas
tos arenosos
Arenosa
e é constituida
das formações
os corpos
lag~
os
que
margeiam,
.
na sedimenta
desempenha
descrita
Litorânea
Em
situam-se
os terrenos
esta PIa
distintas.
geomorfológicas
e, portanto,
A ~lanície
NOGUEIRA
por
do Rio Grande do Sul.
(1965) e VILLWOCK
nares ora em estudo.
Coxilha
geomorfológico.
a maior parte da Província
do Sul, em superfície,
de terras baixas,
í
um reconhecimento
a seguir.
desenvolve-se
leste
a
predominantemente
da
pelos depósl
Chuí e Itapoã, parcialmente
retrabalha
í
,
(
dos e cobertos
por uma grande variedade
de origem praial,
eólica,
táica, entre outras,
paludal,
A grande variedade
í
na difícil
a escolha
lacustre,
que se espalham
lagunar,
fluvial,de!
pela região.
de feições encontradas
de critérios
recentes
de acumulações
que permitam
nesta área tor
sua divisão
em sub
(
-unidades
Entretanto,
/
I
tualmente
,.-
!
(
r
(
í
.
(
c
morfológicas.
a existência
na referida
de tres grandes
ja, uma longa e complexa
ceano Atlântico
dos processos
planície
barreira
domínios
ambientais,
arenosa emersa,
da Lagoa dos Patos, sofrendo
relacionados
a
arenosa observa-se
o
separando
por um lado
ao mar e pelo outro,
ou se
submetido
O
,açao
a
a
ln
20. 20
fluência
dos agentes
lagunares.
to de vista prático,
subdividir
dades,
a barreira
nas seguintes.
predominante,
po~
sub-uni
ou seja,a margem
la
e a margem oceânica.
Pelos mesmos motivos
os aspectos
torna-se mais fácil,do
a planície
de acordo com o ambiente
gunar,
Assim
relacionados
mencionados
com a margem
anteriormente,
apenas
a
lagunar serão descritos
seguir.
,3.1.
A Margem
Conforme
pode ser observado
parte norte da barreira
de VILLWOCK
Lagunar
múltipla
(ob. cit), vide Fig.
o lado oeste da grande barreira
ta lagunar
da
no mapa geomorfológico
da Lagoa dos Patos,
58
em encarte
na
arenosa é constituido
cujos aspectos morfológicos
reproduzido
contracapa,
por uma cos
são . peculiares.
~
Diferindo
costa oceânica,
dos vários
totalmente
as que aqui se apresentam
agentes
envolvidos
na dinâmica
açao nesta região durante os últimos
Deste modo,
Ligada
faz-se necessário
ao Oceano Atlântico
ressaltar
comen
alguns as~
em última análise,
no sentido de BIRD
por um único e permanente
e
Canal de Rio Grande, a Lagoa dos Patos
laguna que se comporta
essencialmente
como um sistema
c~
uma
estuarino,
(1968).
Esta laguna constitui
brasileira.
e tecer maiores
atual de suas margens.
nal de escoamento,
das na planície
interação
tempos geológicos.
da Lagoa dos Patos, responsável
pela configuração
da
lagunar e retratam a sua
antes de descrevê-las
tários sobre a sua origem
tos da dinâmica
resultam
a
junto
das feições observáveis
costeira
a maior das massas d'água
do Rio Grande do Sul e de toda
Possui urna área aproximada
repres~
a
costa
de 11.000 km2, estendendo
21. 21
-se por 250 km de NNE para SSE, com uma largura máxima
A topografia
ria das margens
estando
e 15 metros
mostram-se
rasas, oscilando
pela maré oceânica
que segundo MOTTA
das variações
alterações
(1969) ,é,
médios
aguas
que drenam
u
175.000 km2, cerca de 5/8 da superfície
zonas expostas
a
dife
regimes pluviais.
A descarga
para o interior
dos
rios
Da mesma
variações
,que se projetam
pela configuração
no nível d'água ocasionando
ca em diferentes
Por
oca
de até 2
são influenciadas
Um forte vento soprando
uma forte corrente
mais fracas, reversas,
somados às variações
d'água e controlam,
ao longo do
na região
de pressão
particularmente,
da laguna.
atmosféri
pela movimenta
o fluxo e
fluxo na zona do Canal de Rio Grande e por conseqüência,
no interior
a
ao longo das margens.
partes da laguna são responsáveis
de salinidade
por
da laguna.
desenvolve
Tais agentes
diferenças
geradas nessas condições
da laguna.
da mesma,
xial e correntes
,
forma, o legime dos ventos é responsável
As correntes
ção das massas
correntes
o seu efeito se faz sentir por longos trechos.
entre as extremidades
comprimento
desenvolve
da laguna em torno das desembocaduras.
sião das enchentes
buição
muito
das
no nível
da vazão de seus tributários
do Estado do Rio Grande do Sul', abrangendo
metros
e
do tipo diurno e atinge valores
apreciáveis
ma área de aproximadamente
grandes
com
0,47 metros.
Entretanto,
rentes
às zonas centrais
das águas nesta bacia alongada
na região de Rio Grande,
decorrem
confinadas
(Fig. 3).
influenciada
de apenas
metro,
entre 0,5 e 1
ao longo do Canal de Rio Grande onde oscila entre 10
A movimentação
pouco
A maio
de fundo, embora suave, é variada.
as partes mais profundas
7 a 8 metros
de 60 km.
Maiores
re
a distr~
detalhes
so
bre este mecanismo, podem ser encontrados em CLOSS (1963), CLOSS
23. 23
& MADEIRA
(1968) e VILLWOCK
HERZ
gens orbitais
et alii
(1972).
(1976), fazendo interpretações
obtidas
pelo satélite
preliminares
ERTS-l e laboratório
SKYLAB da área da Lagoa dos Patos, propõe um modelo
para as águas superficiais
rial em suspensão
da referida
como traçador
As conclusões
te as considerações
de im~
espacial
de circulação
o
laguna utilizando
mate
natural.
apresentadas
pelo autor confirmam plenameg
feitas até aqui no que diz respeito
à circula
ção das aguas.
Com
paraçoes
efeito,
HERZ
estabelecidas
dade regular
semelhante
(ob. cit.),
revelaram
mostra
que
o fato de que ventos comintensi
uma
abaixo de cinco nós, podem provocar
à da Fig. 4, onde as descargas
portância
maior
na manutenção
condições
com
as primeiras
fluviais
circulação
im
assumem uma
é do tipo celular.
Por outro
maiores
dendo
do sistema de circulação
lado, quando os ventos assumem
que cinco nós aquela distribuição
chegar ao apresentado
nordeste
de nordeste
As correntes
acima descrita
geradas
de material
mento
de salinidade,
a sua deposição
um
pela movimentação
da massa
a
no que diz respeito
sedimentar
ero
ao longo da laguna. De um
apenas pela manutenção
levando-o
líquida
até o extremo'sul,
através de processos
em suspeg
toda
por
o
onde
de floculação,
au
provoca
(VILLWOCK et alii, ob. cit.).
Entretanto,
vários
as aguas provocando
fino trazido pelos rios, distribuindo-o
a bacia de sedimentação,
de
soprando
para sudoeste.
modo geral elas são responsáveis
são do material
arrasta
não são muito efetivas
são e transpôrte
intensidades
vai sendo modificada,p~
na Fig. 5, onde o vento
com 10 nós de intensidade
fluxo contín~o
,
que nestas
ao longo dos canais que intercomunicam
corpos d'água adjacentes
de nivel, verdadeiras
marés,
os
à Lagoa dos Patos estas variações
geram correntes
muito
fortes.
Deve
25. ~
~
Figura 5
-
-
-
I
CIRCULAÇAO
DAS AGUASNA LAGOADOS PATOS.ESQUEMA
DE INTERPRETAÇAO
ELABORADO
COMIMAGENS
DA ESTACÃOESPECIAL SKYLAB OBTIDASE 01/09/73.
Mod/ficodo de HERZ fl975J.
.~
~
.~
;;;
.~
"
..,
~
IV
U1
26. 26
-se a elas a criaçao
e a manutenção
das profundidades
elevadas
do
Canal de Rio Grande,
bem como das do Canal Furado e do Rio do Mon
o
jolo, estes na área da Lagoa do Casamento
e Saco do Cocuruto.
material
nestes cursos d'água
posita-se
sedimentar
erodido
e movimentado
nas suas desembocaduras
constituindo
deltas de maré como o que se observa
barras
de
e
de areia
na Lagoa dos Gateados,
pouco
ao sul da área em estudo.
exerce
ondas
~ incontestável o fato de que a ação das
um papel proeminente no balanço erosão/deposição responsável pela
configuração
mais efetivas
do que as correntes
Enquanto
xao de ondulações
de maré
(KIDSON, 1968).
que nas costas oceânicas
das ondas resultam
da modificação
as
por refração,
características
difração
independentes
radas na superfície
de uma laguna estão relacionada~
duração
dos ventos
picamente
Elas
e depositar
roes e barreiras.
particularmente
são
capazes
o material
de erodir
erodido,
o assoalho
a costa
alturas
lagunar, trans
eSPQ
praias,
inconsolidados
fundo
do
nas partes mais profundas,
a
lagunar.
As ondas que chegam à linha de costa, fazendo
-
ti
períodos
durante os
construindo
Removem os sedimentos
nas areas mais rasas, depositando-os
plainando
(BIRD, ob cit.) .
sopra forte quando então podem desenvolver
de até 2 metros.
portar
à direção,v~
este último autor, as ondas das lagunas são
curtas e esbeltas,
em que o vento
g~
locais, as ondas
dos ventos que sobre elas sopram e do comprimeg
to do "fetch" sobre o qual o vento atua
Segundo
refle
e
de áreas de geração distantes (KIDSON,
provindas
ob. cit.), portanto
locidade,
muito
Nesse sentido elas são
das linhas de costa.
o--
um angulo de 45 , sao mais efetivas
na geraçao
com
de correntes
ela
lito
Es
râneas do que as que ali incidem com qualquer
outra direção.
tas correntes
são as responsáveis
litorâneas
(longshore currents)
pela movimentação de grande quantidade de material sedimentar,cog
27. 27
tribuindo
sobremaneira
de a orientar-se
para o modelado
perpendicularmente
da linha de costa, que ten
a direção
resultante
ven
dos
tos que nela incidem.
Entretanto,
se a resultante
ondas não for a mesma que as do "fetch" mais
ta orientar-se-á
perpendicularmente
Mudanças
por erosão
nesta orientação
(retrogradação)
gem lagunar,
através
teram o padrão
direta
do
regime
como por deposição
tornando-se
eólico
da
com a resultante
dire
das
expressao
lagunar uma
e duração,
mas usualmente
na direção
em qual
Se os ventos de todas as dire
em velocidade
pode ser atingida,
al
Estas modificações
a configuração
regi ao.
tanto
(progradação) da mar
do "fetch" no sistema lagunar até o ponto
vais em forma, alongadas
ob.
entre as duas.
são sempre acompanhadas
da deriva litorânea.
ções forem equivalentes
circular
longo, a linha de cos
à bissetriz
quer parte da praia o "fetch" coincida
çoes dos ventos
de
desses ventos geradores
uma configuração
as lagunas tornam-se
dos ventos domi~antes
~
(BIRD,
cit.).
De acordo com ZENKOVITCH
estreitas,
estes processos
de
enseadas
que tendem a crescer
e conver
levam ao desenvolvimento
por erosao e esporoes
deposicionais
gir de modo a dividir
a laguna em uma série de bacias menores
ja forma refletirá
processo
o regime regional
foi denominado
e
(1959), em lagoas alongadas
dos ventos
pelo autor acima citado,
(Fig. 6).
de
cu
Este
segmentação
lagunar.
No decorrer
desse processo,
a erosao de ambas as costas
faz com que a largura da laguna torne-se
consideravelmente
maior
do que na sua forma inicial.
Os dados apresentados
ao regime dos ventos
produzidos
na Planície
na Fig. 7, mostram
por DELANEY
Costeira
(ob. cit.), relativos
do Rio Grande do Sul,r~
em resumo que os ventos
ali
predom!
nantes são os de nordeste oriundos da zona de alta pressão da mas
29. 29
FIG.7
ROSADOSVENTOS
ANUAIS
GERAIS
E CIRCULACÃO ÁGUANA LAGOADOSPATOS
DA
i
Modificado de DeJaney(19651
+
+
;(
N
~
Os ndm.ffJ'
"p,...rrtam
"p8II(1," que nõo pud"am
ex.mplo: 3 .3p'/Itn
1pino'
1em.
o
d.,.nha:
!JIt m/h
100 ab..rvaçÕe'
ESCALA
50
100km
a. barbo.o
,,,
cDlocada,
30. 30
sa tropical
altlântica que se situa sobre o Oceano Atlântico entre
o'
o
os paralelos 30 e 40 de latitude sul (MORENO, 1961).
Entretanto
forme MOTTA
qüentes
estacional
(1969), os ventos do quadrante
e violentos
maio a agosto,
sobretudo
há uma variação
de setembro
enquanto
mais detalhados
tos, a configuração
trabalho
de
sudeste apresentam-se
e sao mais raros de novembro
estabelecer
no que diz respeito
dinâmicos
acionados
a abril.
padrões qua~
dos
ao regime
atual da Lagoa dos Patos retrata
dos mecanismos
fre
são mais
a abril e mais raros e fracos
Embora não seja ainda possível
titativos
nordeste
que os do quadrante
de maio a outubro
Con
acentuada.
ven
o
fielmente
eólico
pelo sistema
que acima se caracterizou.
As suas margens mostram
esporoes
arenosos
tes litorâneas
te à direção
resultantes
e
de amplas baías
do trabalho das ondas e das
no sentido de orientar
as praias
corren
perpendicularme~
dos ventos dominantes.
O processo
sos enquadra-se
(1959)
uma sucessão
de formação
perfeitamente
e evolução
desses
naquele estabelecido
esporoes
areno
por ZENKOVITCH
.
~
desenvolvidas
com maior
na margem
intensidade
ção contraria
os ventos oriundos
por ondas durante
a
do nordeste.
por FISCHER
lagunar,
desenvolvidos
que
sofre
Tal situa
(1955) ,que atr!
da ilha de são Lourenço,
em ambiente
leques de espraiamento
de material
no Alaska,
detrítico
de
a partir da 'barreira arenosa
tempestades.
A presença
cos, atapetando
estabelecido
dos esporões
ao retrabalhamento
formação
oeste da laguna, exatamente
o processo
buia a formação
dos Patos
mais
notável o fato de que essas feições sejam muito
de sedimentos
finos, predominantemente
a maior parte das porções
(MARTINS & GAMERMANN,
dos referidos
esporões
norte e média da
1967), exclui a
arenosos,
sílti
Lagoa
possibilidade
a partir de
de
remobiliza
31. 31
ção do material
gua da laguna,
de fundo por flutuações
tal corno propuseram
Deste modo,
co mais
dos Abreus
caracterizado
a oeste
é evidente
em sua região
e do Anastácio,
de
segment~
para o interior
se pouco menos
adiantada
As condições
isolam a Lagoa do
que se situa
por
prolonga-se
abrangida
da área lagunar
isto é, margem
nordeste
tal corno se deduz da sua
tivas feitas no local, são esquematizadas
Corno pode ser observado
de
costa.
cimento
configuração,
a circulação
responsáveis
forma, a circulação
d'água ao corpo lagunar,
área entre os pontais
dos Abreus
nesta
area
segue
e que
geram as
pelo modelado
é influenciada
da linha
pelo forne
pelos rios que ali chegam e pela
e Anastácio
que lhe serve de
co
com a Lagoa dos Patos.
Os rios Capivarí,
Palmares
Servem apenas corno elementos
sas e seu regime é controlado
Deste modo,
são
e a Sanga Pángaré,
senis, urna vez que drenam urna superfície
xas.
qualit~
na Fig. 8.
pelo regime dos ventos
litorâneas,
Da mesma
municação
Pa
gerais da Lagoa dos Patos, com a qual se comuni
Aqui ela é controlada
ondas e correntes
dos
d~ Lagoa
do relevo de fundo, do regime dos ventos e de obseryações
ca.
quase
do mesmo mecanismo~
tos e Lagoa do Casamento,
padrões
po~
da Lagoa dos Patos retrata urna fa
hidrodinâmicas
trabalho,
onde os
nordeste,
praticamente
e que com sua parte submersa
20 quilômetros
os mesmos
de
o fato
à sua formação.
Por sua vez, o pontal das Desertas,
pelo presente
(1956).
em franco processo
nos tempos imediatos
O processo
Casamento.
nível d'á
do
urna largura entre baías opostas muito maior do que
a que apresentava
pontais
PRICE & WILSON
fica perfeitamente
que a Lagoa dos Patos encontra-se
ção, mostrando
ressonantes
aplainada
de drenagem
pelas condições
rios
e de cotas bai
das areas
pantan~
pluviométricas.
na maior parte do tempo, a Lagoa do Casamen
to e o Saco do Cocuruto,
recebem uma grande quantidade
d'água pr~
33. 33
veniente
da Lagoa dos Patos.
Tal fato fica perfeitamente
magens
comprovado
tomadas pelo satélite
orbi tais
ERTS-l,
pelo exame das i
nas
apresentadas
Figs. 9 elO.
A imagem obtida
às 09h41m do dia 18/08/73,
a uma altit~
de de 920 km, tomada quando na região soprava uma vento leste,com
velocidade
através
de 1 m/s, aproximadamente
do complexo
2 nós, mostra
fluvial do Guaiba modificando
lular na parte norte da Lagoa, criando correntes
margens
da mesma,
fato que ocasiona
a saida d'água
a circulação
c~
de retorno pelas
com
desta
a troca das águas
as da Lagoa do Casamento.
As condições
cederam
meteorológicas
a tomada da imagem,
tram ventos
variáveis
igualmente
cimento
A precipitação
77,3 mm no mesmo periodo
de águas pluviais
a quantidade
apresentadas
na Fig. 9 mos
um
de leste, sudeste e oeste com
muito grande de calmarias.
elevada,
durante os dez dias que pr~
de material
pluvial,
é responsável
na área lagunar.
em suspensão
período
relativamente
pelq grande
Observa-se
forn~
também que
trazido pelas águas do Gua!
ba é muito maior do que o trazido pelas águas dos r.ios Palmares
Capivari
que chegam no lado leste da Lagoa do Casamento.
seqüência,
ruto
Como con
é a Lagoa dos Patos quem fornece a maior parte da
ga em suspensão
que aporta à Lagoa do Casamento
e
car
e ao Saco do Cocu
.
do dia 11/10
Por outro lado, a imagem obtida às 09h30m
/73 à mesma
te celular.
altitude,
mostra
No momento
mostram
dias entre 2,2 e 3,0 m/s.
ventos
eram
em torno de 1 m/s.
meteorológicas
ventos dominantes
e a precipitação
perfeitameg
em que a imagem foi tomada,os
de leste e sua velocidade
As condições
um padrão de circulação
durante os dias precedentes,
de leste e sudeste,
com velocidades
Houve um periodo pequeno
foi de apenas 30,7 mm.
de
me
calmarias
Nestas condições
observa
34. ..
<:j<
(Y)
.
-
' ..
a
c" "i:"V-"
i
'IL
?j"~"
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I
~
IIIf
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"
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..
"
a'
11
'I
"
,
'"
li
'"
~
~.
~
p~'
~
10
VENTOS
30medldas
(PORTO
ALEG RE)'
PRECIPITAÇAO
PER/ODO
TOTAL
09/08/73
a 18/08/7
3
77. 3 mm
&
::::
,~
't
;:::
't
Figura 9
- C/RCULAÇAO
DA
~
::
(",
~
LAGOA
DAS AGUAS NA PARTE NORTE
DOS
PATOS
IMAGEM
ORB/TAL: RTS E -,
18/08/73
- 09h:4lmin
92 O km a/t.
COND/ÇOES LOCAIS DE VENTO (PO RTO ALEGRE): /81
08173
09h;00min
E- 1,0 m/s
<>
.~
~
;;;
<>
.'<:;
'"
v,
~
36. ,
36
~
agua
redução no fornecimento
grande
na entrada d'água da Lagoa dos Patos para
aumento
Casamento
rior da Lagoa do
buição
de material
~
mo, particularmente,
com grande
mais uma vez,
inte
contri
Este
o Pontal do Anastácio
como um verdadeiro
ca
o papel dos
neste sistema hidrodinâmico.
separando
o
e um
daquela para com estes.
ressaltar
nais e do rio do Monjolo
de, funciona
e Saco do Cocuruto,
em suspensão
interessante
de
pelo Gualba
-se uma grande
últi
da Ilha Gran
bico injetor d'água para
inte
o
rior do Saco do Cocuruto.
As imagens utilizadas
necidas
pelo Instituto
Nacional
os dadbs meteorológicos
de Meteorologia
para essa interpretação
de Pesquisas
da época,
do Ministério
foram for
Espaciais
e
(INPE),
foram cedidos pelo 89 Distrito
da Agricultura,
com sede
em Porto
Alegre.
Uma vez apontados
costa e conseqüentemente
os agentes delineadores
escultores
-se-a a seguir as características
vas desta
ali um grande
terraço lagunar
a Lagoa do Casamento e o Saco do Cocuruto,
do Anastácio
entre aquelas
apresentar
significat~
e dos Abreus
(TL-l) que bo~
projeta-se
para
recurvados a exemplo dos
que balizam
o limite geográfico
lagoas.
Levemente
inclinado
com uma largura variável
oscila
mais
morfológicas
a Lagoa dos Patos sob a forma de esporões
pontais
lagun~r,
de
zona na área mapeada.
Observa-se
dejando
da margem
linha
da
em direção
às
margens
entre 1 e 12 quilômetros,
sua
lagunares,
altitude
entre 2 e 5 metros.
O limite interno desta superfície
mais variados
Ao
áté 3 metros
sob
os
cordões arenosos
de
manifesta-se
aspectos.
norte,
ocorrem
de altura,
esporadicamente
remanescentes
de antigas
que foram parcialmente retrabalhadas pelo vento,
cristas de praia
constituindoan
37. 37
tigas
hoje fixadas pela vegetação
dunas,
médio.
que usualmente
de porte
cuja confl
correm várias dessas cristas de praia compondo feixes
guração
lembra perfeitamente
arenosos
a dos atuais esporões
(Foto 1).
realidade
em epocas em que
antigos pontais desenvolvidos
águas da laguna situava-se
4 a 5 metros
entre o Arroio Palmares
A leste,
senvolve-se
uma escarpa erosional,
de 4 metros
de altura,
testemunha
vado das águas lagunares
Nos demais
erosivos
d'água,
posteriores
o terraço
cota, até atingir
tinuidade
as superfícies
alguma na topografia.
tes de atingir o terraço lagunar,
vadas,
e. g.,
se de erosão,
igualmente
de um nível mais ele
(Foto 2).
aumentando
por processos
cursos
gradativamente
mais elevadas
a sua
sem mostrar
descon
Alguns destes vales mostram,
depósitos
Retratam modificações
a~
suspensos
estuarinos
hoje recortados
i. é., um abaixamento
de
com cerca
alguns com suas feições características
Sanga pangaré,
que os construiram.
e abrupta,
ao longo dos vales dos principais
se interioriza,
e interiorizados,
o nível
e a'Sanga pangaré,
locais esta escarpa é atenuada
e,
na
acima do atual.
retilínea
que a solaparam
que
Constituem
se projetam .para o interior das lagunas
das
~
Em alguns locais, e. g., ao norte do pontal dos Abreus,
pr~se~
pelos cursos d'água
drásticas
no nível b~
laguna
do nível das águas da
onde desembocam.
Ao sul da Lagoa dos Gateados
raço sofre uma inflexão
o limite interno deste
para oeste e é abruptamente
la linha de costa leste da Lagoa dos Patos.
camente
deixa de existir,
mais baixos
coalescendo
e mais recentes.
com o rebordo
a
erosão sofrida pela costa lagunar e conseqüentemente
transportado
o material dali
para o norte pelas correntes
nas sucessivas
seccionado
p~
Ali o terraço pratl
Este fato, comprova
to da laguna após a sua formação.
ter
litorâneas
cristas de praia que construiram
de
outros,
considerável
o
alargame~
retirado
foi
e depositado
o Pontal do
Anas
38. 38
.
Foto
1
-
Vista aerea dos Pontal dos Abreus.
Cristas de praia limitam o Terraço Marinho
(parte superior esquerda), e o Terraço
Lagunar
1
(Parte inferior esquerda e superior direita). O Te~
raço Lagunar 2, mais estreito, aparece margeando
a
lagoa, limitando internamente por outra
série
de
cristas de praia parcialmente retrabalhadas pelove~
to.
Escala
aproximada:
Foto
1 : 100 000
- Vista
2
aérea da escarpa que limita
interna
mente o Terraço Lagunar 1 (esquerda). Â dI
reita observam-se depósitos eólicos da Segunda
Bar
reira acumulados sobre o Terraço marinho.
Escala
aproximada:
1 : 60 000
39. 39
tácio.
/.
A superfície
te ocupada
do Terraço Lagunar
por arrozais
que afetam e mascaram
as
os feixes de cristas de
em vários
locais ao longo do terraço lagunar,
nastácio,
pontal dos Abreus,
da Ilha Grande
e a norte de Palmares
de quilômetros,
de metros
variável,
entre as cristas,
na parte oriental
alguns atingindo
da ordem de dezenas
estes corpos arenosos
é paralela
a
uma
aprese!!
a atual linha de costa.
Tendo em vista as dimensões
pode-se
dezenas
uma orienta
entre 1 e 3 metros mantendo
çao que em última análise
terial constituinte,
pontal do A
e. g.,
do Sul.
e com um espaçamento
tam alturas que oscilam
cristas
fo togr.ê:
praia preservadas
Ponta do Espinho,
Com um comprimento
centena
em
algumas dignas de destaque.
são notáveis
r
totalme!!
feições morfolá
Mesmo assim elas são visíveis
gicas ali existentes.
fias aéreas,
que
1 é quase
e aspectos
identificar
texturais
do
ma
dois tipo~ de feixes de
de praia.
o primeiro constituido por cristas bem desenvolvidas, i
dentificáveis
no terreno e constituidas
ra, construidos
na margem
nos pontais do Anastácio
Lagoa do Casamento,
Grande
da Lagoa dos Patos,
e dos Abreus,
mais
precisamente
e na margem ocidental
na Ponta do Espinho e na metade
da
leste da Ilha
(Foto 3).
o segundo,
çadas,
por areia média a grosse!
constituido
identificáveis
por areias
cristas
apenas em fotografias
finas e médias,
goa do Casamento
por
construidas
como as que ocorrem
e ainda, as que desenvolvem
como as que se observam
pequenas,
aéreas,
pouco
constituidas
na margem oriental
ao norte de Palmares
nas margens
esp.ê:
de corpos d'água
da
La
do Sul,
menores
no esporão que separa a Lagoa do Capivarí
da Lagoa do Casamento.
A diferença entre os dois tipos de cristas de praia aci
40. 40
.
l
Foto 3
-
Vista aérea do Pontal do Anastácio.
Feixes de cristas de praia, parcialmente r~
trabalhados pelo vento e truncados (parte superior)
pelo Terraço Lagunar 2. O Rio do Anastácio ou Fur~
do (parte superior), evoluiu de um antigo canal
de
maré ativo nas épocas de segmentação da lagoa.
1 : 100 000
Escala aproximada:
ma descritos está claramente
presidiram
maiores
sua formação,
relacionada
mais
meiro
grupo mostram-se
senvolvimento
orientação
de discussão
às vezes de padrão
de formação
JOHNSON
(1919), KING
processos
e vagas decorrentes
A interpretação
fia,
o
pelo vento que proporciona
permite
destas
longitudinal
feições
por parte de vários autores,
(1967), envolvendo
raneas
de praia do pr!
com
de
urna
nordeste.
O mecanismo
destacar
ao vento.
os feixes de cristas
afetados
de dunas,
que
intensa nas margens dos corpos d'água
e nas praias mais expostas
De um modo geral,
a energia dos agentes
concluir
tem
sido objeto
dentre os quais
(1959), SHEPARD
relacionados
se pode
(1963) e ZENKOVITCH
a ondas,
correntes
lito
de tempestades.
das descrições
que as cristas
encontradas
na bibliogr~
de praia podem resultar
na
41. 41
realidade
da interação
lise modificam
de todos estes processos
o perfil
de equilibrio
ção desse perfil de equilibrio
de corpos arenosos
conforme
alongados
demonstram
Mc KEE & STERRET
em laboratório
de dunas que elas se superimpõem,
de dunas
"dune ridges",
discutidas
lagunares
praia,
por
efetuadas
(1964).
formação
a
de praia ocasiona
dando origem
por SHEPARD
encontradas
arenosa.,. estreitas,
se desenvolvem
de
que evoluem para cristas
as experiências
restaura
à acumulação
muitas vezes,
A ação dos ventos sobre as cristas
constituição
A
de uma praia.
leva,
(1961) e MOTTA
As praias
que em última aná
a cristas
(1960).
na área são
muito afetadas
de
sempre
pela vegetação
sobre um terraço lagunar mais jovem
e
cuja
(TL-2),
cota oscila em torno de um metro. O limite mais interno deste ter
raço é muitas
vezes marcado
-praia geralmente
vergadura,
ornamentada
totalmente
temente opserváveis
regra,
quenos
por uma micro-falésia.
por gramineas.
de espraiamento,
por uma franja continua
variações
te, nos dias de hoje
en
freqüe~
via de
secos de junco e p~
sobre a grama, retratando
de nivel que a laguna sofre,
as
esporadicame~
(Foto 4).
O estirâncio
to por material
Al~ são
constitui das,
de fragmentos
galhos de árvores depositados
apreciáveis
a pó~
por cristas de praia de pequena
atapetadas
marcas
Segue-se
com uma largura de
arenoso
constantemente
5 a 10 metros
submetido
é compo~
ao fluxo e reflu
xo das ondas.
A antepraia
do larguras
sencialmente
velmente
encontra-se
de até um quilômetro,
muito bem desenvolvida,
caracterizada
arenoso de declividade
se desenvolve
uma vegetação
constituida
fundo
por um
muito pequena,
atingig
onde
es
invaria
por juncáceas(F~
to 5).
Também aqui no caso das praias,o
vento dominante
deste mostra a sua influência, fazendo com que sejam
de nor
mais desen
42. 42
.
Foto 4
-
mentos
Marcas de espraiamento
de junco seco.
Foto
~
Vista parcial da praia lagunar.
delineadas
5 - Vista parcial da ante-praia
da por juncos.
por fra~
lagunar atapet~
43. 43
volvidas
e constituidas
as praias da La
por areia mais grosseira
Saco
goa dos Patos e as do lado oeste da Lagoa do Casamento
e do
do Cocuruto,
são mais es
treitas,
muitos
enquanto
cobertas
pontos,
que as do leste, mais abrigadas,
por uma vegetação
a verdadeiros
exuberante,
banhados
cedendo
lugar, em
e. g.,
ao leste
costeiros,
da Ilha Grande e ao norte do Pontal do Anastácio.
3.2.
o Corpo Lagunar
Pelo que se deprende
da Lagoa do Casamento,
Hidrográficos
levantada
da Secretaria
Grande
do Sul, gentilmente
Portos
Rios e Canais,
Lagoa do Casamento
descrição
1
2
-
de
do Estado
cuja reprodução
é encontrada
Estudos
Rio
do
de
Estadual
cedida pelo Departamento
na Fig. 11,
interligando
a
de
é um corpo de águas rasas que pa~a efeitos
pode ser dividido
maginária
~
da Carta Batimétrica
pela antiga Divisão
de Obras Públicas
em tres partes distintas:
Parte leste, compreendida
-
da observação
entre a margem
leste de uma linha i
a Ponta do Espinho e a Ilha Grande.
Parte oeste da linha anterior
até os pontais
e
dos Abreus
A
nastácio.
3 - Parte sul, constituida
As partes
xa d'água,
leste e sul interligadas
aproximadamente
racterísticas
comuns.
do é relativamente
minuindo
gradativamente
num espaço relativamente
das margens
por uma estreita
fai
de largura,apresentam
c~
a grandes pratos onde o
plano com profundidades
Nas proximidades
as profundidades
3 quilômetros
Assemelham-se
metros.
de
pelo Saco do Cocuruto.
máximas
inferiores
estas profundidades
até a isóbata dos 2 metros quando
pequeno,
são menores
passam para uma extensa
do que um Iretro. Esta
gura de até 2 quilômetros gradua para as antepraias.
vão
fun
a 4
di
então,
zona
on
zona, com lar
45. 45
Pelo seu aspecto morfológico,
tada por uma escarpa que cai em direção
superfície
lembra um antigo
Ele é mais
largo nas margens
limi
o de uma plataforma
esta
ao centro da lagoa,
terraço lagunar,
atualmente
submerso.
leste e norte e mais estreito
nas de
oeste.
A parte oeste da Lagoa do Casamento
é de um modo
geral
mais rasa e a maior parte da área ocupada pelo fundo situa-se
ma profundidade
mais central
ma pequena
Somente
que oscila entre 2 e 3 metros.
exibe profundidades
depressão
alongada
superiores
a 3 metros
com mais de 4 metros.
a
a u
parte
u
e mesmo
Aqui osdecli
-
ves marginais
tão
são bem mais suavizados
e o terraço submerso
;
nao e
evidente..
(
Feições
desta bacia,
interessantes
observam-se
nos limites submersos
tanto com a parte leste da Lagoa do Casamento
como
com a Lagoa dos Patos.
(
A leste, um esporão
uma profundidade
Espinho
inferior
arenoso recurvado,
a 1 metro, prolonga-se
até o norte da Ilha Grande,
a
cujp topo jaz
desde a Ponta do
cerca de 6 quilômetros,compa~
,~
timentando
fisicamente
perfeitamente
A sua forma
a Lagoa do Casamento.
lembra
a dos pontais que emersos nos dias atuais tentam se~
(
r
mentar
a Lagoa dos Patos, conforme
lhos moradores
da região referem-se
para invernar
cos, através
foi descrito
a tropeiros
anteriormente.
conduzindo
didades
desta parte rasa da lagoa.
jáz entre os pontais dos Abreus e do Anastácio,
inferiores
tal dos Abreus
de um pontal
trabalhado
gado
nos campos da Ilha Grande, durante os meses mais se
A oeste, uma outra parte rasa, consideravelmente
larga,
Ve
a 2 metros
esta soleira extende-se
até a Ilha do Furado,
simétrico
sugerindo
ao do Anastácio,
pelos agentes da dinâmica
cas de nível mais baixo das águas da lagoa.
com profu~
desde o Pon
ali,
a existência
atualmente
lagunar,
mais
submerso
desenvolvido
Nestas
épocas,
e
re
em ép~
esta
46. 46
belecida
uma compartimentação
ção das águas era'feita
através dos canais do Monjolo
os quais serão oportunamente
Vários
sobre o terraço
banhados,
foram isoladas
encontrados
(TL-l), dentre os quais destacam-se
circundadas
a
La
resultantes
do seu assoreamento,
da Lagoa do Casamento
mediante
A Lagoa da Bonifácia
varam a sua segmentação.
respectivamente,
fases intermediárias
lagoas
estas
o abaixamento
de esporões
por
ocupadas
por terras baixas
vel das águas ou ainda pela formação
tratam,
s~
e a Lagoa do Mato.
r
Geralmente
extensos
e do Furado,
descritos.
corpos di água de menor tamanho
lagunar
goa dos Gateados
a circula
destes corpos lagunares,
arenosos
do ni
que
e a do Capivari
le
re
e finais, destepr~
cesso.
Em sua maior parte estas pequenas
gadas ao corpo dlágua maior por intermédio
dal inlets),
no sentido de PRICE
pres~ntativo
pelas
observa
feições relacionadas
ligando a Lagoa dos Gateados
Responsáveis
de elevada
competência
des razoáveis
e depositando-os
tas de maré
co exemplo
.
Dentre ~les o mais re
que apresenta
que se
é o
hidrodinâmico
entre as
ba
nestes canais,
correntes
capazes de erodir e transportar
quantid~
desenvolvem-se
de material
lateral os depósitos
(ti
de canais de mare
ao Saco do Cocuruto.
pelo equilibrio
cias que intercomunicam,
(Foto
(1968 b)
lagoas encontram-se l~
sedimentar,
retrabalhando
(tidal deltas),
migraçao
redistribuindo-os
das áreas por onde correm
nas desembocaduras
por
construindo
os de~nados
deI
(PRICE, 1968 ã), dos quais um magníf~
ê o que se encontra
no interior
da La~oa dos
Gateados
6).
Este mesmo canal parece ter contribuido
para o assoreamento
da Lagoa dos Gateados,
desde há
conforme
muito
atesta a exis
~
tência de feições de um antigo delta, visível
reas, situado cerca de 6 quilômetros
em fotografias
ao norte do delta atual,
ae
em
47. 47
.
-- - -
Foto
6
--
Vista aérea da Lagoa dos Gateados, mostran
do o delta de maré (a esquerda) e os cog
juntos de cristas de praia ao longo de suas margens.
Abandonada sobre o Terraço Lagunar 2, a Lagoa
dos
Gateados encontra-se em franco processo de assorea
mento.
Escala
-
meio ao terraço
contribuiu
lagunar.
decisivamente
feições peculiares
do Anastácio,
cristas
1 : 100
aproximada:
para o desenvolvimento
que ornamentam
esta porção
tais como a destruição
e mudanças
Cocuruto.
Nesta Gltima,
de pequenos
na posição
ta, vários
o material
ali depositado
feixes de cristas
e truncaduras
testemunham
do
interna
do antigo
de condições
e pânt~
do
energia
em vez de um
de praia cujas diferentes
a instabilidade
de
no Saco
na Lagoa dos Gateados,
construindo
de
de trechos
de
de
Pontal
feixe
lagos alongados
por abandono
a existéncia
série
de uma
de sua desembocadura
praial mais alta do que a encontrada
tribuiram
parcial
de seu assoreamento,
seu curso,
lateral
Por outro lado a sua migração
de praia e a formação
nos resultantes
000.
redi~
del
orientações
deste tipo de curso d'á
gua.
o canal que intercomunica
a Lagoa do Mato quase
inteira
48. 48
.
mente assoreada,
~ do tipo anastomosado e encontra-se modificado
pelas obras de irrigação.
Os canais Furado e Monjolo,
a Ilha do Furado
dos quais
as Lagoas
e a Ilha Grande do Pontal do Anastácio,
se encontram
de 15 metros,
que separam respectivamente
as maiores
a despeito
dos Patos e do Casamento
ruto atuam ainda como verdadeiros
da região,
cerca
áreas de comunicação
entre
profundidades
das grandes
ao longo
e entre esta e o Saco do
Cocu
canais de mar~.
Ainda ~ digno de nota o delta de mar~ ora em construção
na zona de interligação
entre as lagoas do Capivarí
to, a oeste de Palmares
do Sul
tos deltaico-lagunares
Arroio
Palmares
Foto 7
-
(Foto 7).
confundem-se
Naquele
e do
Casamen
local os depós!
com os fluvial-deltáicos
que ali desemboca.
Vista a~rea da localidade de Palmares do SuL
Da direita para a esquerda observa-se,
depó
sitos eólicos da barreira, Terraço Lagunar 1, ornamen
tado com cristas de p~aia de pequena envergadura,
e,
o Terraço Lagunar 2 constituido por pântanos costeiros
e pelos depósitos do delta intra lagunar entre as Ia
go~s do Capivari e do Casamento.
A planície aluviaI
do Arroio Palmares confunde-se com o Terraço Lagunar
li nela observam-se lagos em ferradura originados p~
Ia migração dos meandros.
Escala
aproximada:
1:
.
80 000.
do
49. 49
o Arroio
dos Grande
terraço
e da Cidreira
de inundação
dos retratados
cujas nascentes
atravessando
lagunar construindo
planície
bow
Palmares,
situam-se
a barreira
diques marginais
banha
nos
arenosa
chega ao
uma
e desenvolvendo
onde nao raro observam-se
por típicos lagos em crescente
meandros
abandona
ou em ferradura
(ox
lakes).
No interior
energia,
-foot"
da Lagoa do Capivari,
o Rio Capivari
constroi
um pequeno
em ambientes
de baixa
"bird
delta do tipo
.
3.3.
Evolução
Geomorfológica
r
Da descrição
cas que caracterizam
e discussão
a margem
-se que além dos aspectos
relacionados
fatores exerceram
tabelecimento
de sua configuração
quais se traduziram
margem
feições
morfológl
deduz
lagunar da região em apreço,
dente, outros
-se a lentas e periódicas
das várias
à dinâmica
uma considerável
modificações
em emergências
Estes
atual.
lagunar ali evl
influência
fatores
no es
relacionam
no nível base da região as
e submergências
da
alternadas
lagunar.
o que se segue resume apenas uma tentativa
sucessão
cronológica
lacionando-as
do estabelecimento
com as oscilações
de esboçar
das referidas
trans-regressivas
a
feições
re
muitas
de
que
las retratam.
Torna-se
necessário
tina-se única e exclusivamente
uma compreensao
sedimentação
discussão
correlação
dos processos
no domínio
a
curva
que tal 'procedimento
a fornecer
elementos
morfogenéticos
ambiental
sobre a cronologia
com
esclarecer
lagunar.
absoluta
de variaçao
que
que
permitam
condicionaram
Permanece
dos principais
eustática
de~
a
em aberto a
eventos
proposta
e sua
por
50. 50
FAIRBRIDGE
(1961) e BIGARELLA
de estudo por VILLWOCK
derações
to, durante
merg~ncia
do esboço geomorfológico
dos Abreus
efetuadas
que fez transgredir
tr~s metros
cia, designada
por submerg~ncia
mersos
a uma sub
que
escarpa
(TL-l) cuja base situa-se
Esta
acima do nível atual.
a
submerg~~
lagunar n? 1 (SL-l), foi respons~
do terraço lagunar
e cristas
momen
que em dado
a costa foi submetida
o terraço lagunar
adjac~
em conta as consi
as ãguas at~ a pequena
proximadamente
cro-fal~sias
depreende-se
os tempos geológicos,
vel pela abrasão
na area
da região
(Fig. 12) e, levando-se
anteriormente,
limita internamente
(1966)1 iniciadas
(1972).
Da observação
te ao pontal
& SANCHES
(TL-l) I pela formação
mi
das
hoje
e
cedeu seu lugar a uma fase regressiva.
A
de praia que modelaram
os pontais
ao norte do Pontal dos Abreus.
A submerg~ncia
esta relacionam-se
a emersao do terraço
trução das cristas de praia,
construção
do arcabouço
isolamento
lagunar
(TL-l) com a cons
arenoso do pontal dos Abreus.
das ãguas mais baixo que o atual, esta emerg~ncia
possibilitou
o desenvolvimento
ção do corpo d'ãgua principal
e
de pequenas ,lagoas
do referido
canal de mar~ que se tornava responsãvel
Com o nível
(EL-l)
lagunar
pontal at~ a
proporcionando
a
segment~
o aparecimento
de um
hidrod~
pelo equilíbrio
nâmico da região.
Novo regime
caracter~zou-se
transgressivo,
pela destruição
submerg~ncia
parcial do pontal
lagunar
(SL-2) I
e o restabeleci
do corpo lagunar. Atingindo
cerca de um metro
e
meio acima do nível atual, as ãguas erodiram
o TL-l, modelando
u
mento
da unidade
ma nova linha de costa, atual limite interno do terraço
(TL-2)
lagunar
.
o material
ondas acumulava-se
sua extremidade
erodido das pequenas
no pontal que adquiria
fal~sias
pela ação
nova formal
para leste, fugindo ã sua orientação
das
dirigindo
original
p~
52. 52
ra sul.
Um novo 'período de emergência
cristas
de praia existentes
vavelmente
se estendeu
compartimentação
praias
margens
que se seguiu
(TL-2) que pr~
nova
(SL-3), é a responsável
p~
ela
es
Relacionados
atual da linha de costa.
de boa parte do terraço lagunar
de banhados
arenosas
lagunar
nas
na Lagoa do Casamento.
tão o afogamento
volvimento
sobre o terraço
até a isóbata de 1 metro, ocasionando
A submergência
Ia configuração
(EL-2) está retratado
a este superpostos,
que cobertas
a
desen
(TL-2), o
além das extensas
ante
.parte
das
que se acaba de
ana
de juncos constituem
boa
da Lagoa do Casamento.
o conjunto
de feições morfológicas
em
lisar na área do Pontal dos Abreus, pode ser observado
toda a margem
lagunar,
to do esquema
de evolução
quase
de modo que se torna fácil o desenvolvime~
geomorfológica
que se apresentará
se
a
guir.
Condicionada
durante
o Quaternário,
Costeira
partir
às grandes oscilações
a Lagoa dos Patos instalou-se
do Rio Grande do Sul, isolando-se
do crescimento
um terraço marinho
(1971) e VILLWOCK
Submetida
de uma barreira
arenosa
conforme
regressivo,
na Província
a uma fase de emergência
nadas eram paulatinamente
sugerido
lagunares
EL-O a
por JOST
uma
arenoso
em meio aos quais
transformadas
regressão
e uma série de depósitos
terraço marinho,
delgada
em áreas paludais.
paludais
do
Geriva
que se espalham
so
remanescentes
deste
sis
desta fase regressiva,
e daí
por
constituem
tema lagunar que já no decorrer
do
lagoas abando
A Lagoa dos Barros entre outras, os banhados
bre o antigo
sobre
desenvolvida
foi
a
(ob. cit.).
de sedimentos
e Capivari,
ocorridas
do Oceano Atlântico
corpo lagunar expôs sobre o terraço marinho
espessura
eustáticas
diante, foi assoreado e segmentado.
Q panorama morfológico
apr~
53. 53
sentado pela região na época da emergência
não ter sido muito diferente
A presença
lagunar EL-O, supoe-se
do esquematizado
de depósitos
na Fig. 13 A.
eólicos na Coxilha das Lo.mbas e
sobre a barreira
que separava
to desempenhava,
já naquela época, um papel importante
tação costeira
a lagoa do oceano mostra
na sedimen
da região.
Condicionada
por uma transgressão
marinha,
ao Sul com o Oceano Atlântico,
da submergência
(SL-l) anteriormente
lagunar
dos
a Lagoa
Patos que se comunicava
palco
foi
comentada.
A Fig. 13 B mostra que, nesta época, a superficie
guna ampliava-se
às expensas
tuiam o terraço marinho
mulados
e mesmo dos de origem
na fase de emergência
imediatamente
(TL-l) e as cristas de praia que em muitos
bem como vários
pontais
e estuários
desta transgressão
da la
consti
que
da erosão dos depósitos
lagunar-paludal
acu
anterior.
o terraço
A escarpa que limita internamente
máximo
ven
que o
pontos a
lagunar
acompanham,
hoje suspensos, ,registram
o
três me
a uma cota de aproximadamente
tros acima do nivel atual do mar.
Outra regressão,
gência
(EL-l), permitiu
que ornamentam
modificadas
gressão
Fig. 14 A, marcando
por processos
sobre a superficie
do Anastácio
ta fase, proporcionou,
deste terraço,
quais foram
das
a exemplo
dos pontais
cuja construçao
a medida que as águas
d'água que se interligavam
das
Restos do corpo lagunar em re
O desenvolvimento
e dos Abreus,
ção da atual Lagoa do Casamento
de construiram-se
(TL-l), muitas
eólicos.
lagoas do Mato e dos Gateados.
Espinho,
de emer
a formação das séries de cristas de praia
o terraço lagunar
ficaram
o periodo
do
iniciou-se nes
recuavam,
a segment~
em pelo menos dois grandes
corpos
através dos canais Furado e Monjolo
on
deltas de maré.
Esta segmentação
não deve ter durado muito,
pois
outra
fase transgressiva, SL-2, se fez sentir, afogando parcialmente os
54. ~
nn
MA~
:xx
I(
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"""."
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DOS
PATOS
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[
I'j
SIMBOLOGIA
~
~
DEPÓSITOSEÓLlCOS DA COXILHA DAS
LOMBAS
~
TERRAÇO MARINHO
lfFFfFR
Ii
.
LAGOA
OOS PATOS
~
:
".
f:
I
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I1I1111I1
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v
~
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'/
[[]]I]]
DEPÓSITOS LAGUNARES E PALUDAIS
.,.
"""'r""""
I
.
r"""~:~
~
('.1111 .t:':l'
I lil
I1
i
I CONFIGURAÇÃO ATUAL
CRISTAS
DEPRAIA
Escala I AOO,OOO
j
I
A:EL-O
4
o
IoIWII...WI.-.....
+
8
12
16 Krn
B: Sl - 1
-.
Figuro 13
DEPÓSITOS EÓLlCOS E MARINHOS DA BAB
(l1fg;g REIRA DA LAGOA DOS PATOS
.
- ESQUEMADA EVOlUÇAO GEOMORFOLOG'CA MARGEMlAGUNAR DA BARREIRA MUlTlPlA
DA
DA lAGOA DOS PATOS
f:!
,~
'§: Ul
~I ,j::,.
~
55. 55
pontais
rado.
recém construídos
Conforme
voreceu
se observa
na Fig. 14 B, a expansão
a abrasão do TL-l, conforme
atestam a escarpa,
acrescida
micas
colocada
em movimento
aos pontais que submetidos
lagunares
desenvolveram-se
Perdendo
de maré sofreram
aumentando
praticamente
um sensível
foi parcialmente
atingido
hidrodinâ
leste.
migrando
canais
lateralmente
e
deltáica.
Pela cota da base da escarpa de abrasão,
o nível máximo
o TL-2.
a sua função, os antigos
alargamento,
a sua sedimentação
linhas
as
às novas condições
no sentido
fa
da laguna
de praia e as cristas de praia que limitam internamente
A carga elástica
Fu
e dando origem as Ilhas Grande e do
que
estima-se
aci
pela lagoa tenha sido cêrca de 1,5 m
ma do nível atual.
Nova fase regressiva,
sionou a formação
vide Fig. 15 A.
lagunar
Pelo
contorno
apresentado
morfológica
pela
com o TL-2, deduz-se
TL-2,
o nível mais baixo atingido
ta regressão.
Embora de pequena
a emersao
e o crescimento
porcionou
outro período
esta fase de
da Lagoa do Casamento
dos pontais,
de ativação
demarca
pelas águas durante
amplitude,
a segmentação
de 1 metro
do fundo lag~
que aquela isóbata
proximadamente
cia causou novamente
isóbata
que a área marginal
oca
(EL-2),
de uma série de cristas de praia sobre o
e pela continuidade
nar apresenta
a emergência
es
emergeg
mediante
o que conseqüentemente
hidrodinâmica
a
prQ
de
nos canais
mare.
Efeitos de uma posterior
servaram-se
na margem
mento parcial
na
parcial
d'agua.
pela existência
dos
Conforme
pontais
que
se observa
SL-3, oQ
ocasionou
o afog~
pela existência
de exten
A transgressão
do terraço TL-2, retratado
sas ante praias,
truição
lagunar.
fase de submergência,
de pântanos
des
costeiros,
pela
ainda se preservam sob uma
fina
lâmi
na Fig. 15 B, a submergência
SL-3
é a responsável pelo contorno da atual linha de costa lagunar.
56. <xxx?9
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1
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LAGOA
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Figuro14
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DEPÓSITOS
.
§
Ibt!m
rum
.:
Tm
IG;
~
~
~
4
EÓLICOS
DA COXILHA
DAS
LOMBAS
~
L:::d
DOS
PATOS
SIMBOLOGIA
lti=FfR1
(:.P_'-, t
, ...
,',
~
!Y;;
/
,"
~
% ' --." ~..,i-".
TERRAÇO MARINHO
DEPÓSITOS EÓLlCOS E MARINHOSDA
BARREIRA DA LAGOA DOS PATOS
DEPÓSITOS
TERRAÇO
LAGUNARES E PALUDAIS
LAGUNARAR
CON~GURAÇAO
1
ATUAL
RESÕRDO DE TERRAÇO
CRISTAS DE PRAIA
LEQUE DE DEJEÇÃO
Escola I: 4 00.000
°
4
8
12
10 1
..-_.
16-m
8 : SL 2
-
- ESQUEMADA EVOLUÇÃOGEOMORfOLÓGICA. MARGEM LAGUNAR DA BARREIRA MÚLTIPLA DA LAGOA DOS PATOS
DA
,~
~
'~
U1
.~ 0'
"
..
~
57. ~
SIMBOLOGI A
~
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DEPÓSITOS EÓLlCOS DA COXILHA
DAS
LOMBAS
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TERRAÇO MARINHO
DEPO'SITOS EÓLlCOS E MARINHOS DA
BARREIRA DA LAGOA DOS PATOS
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DEPÓSITOSLAGUNARES E PALUDAlS
TERRAÇO LAGUNAR 1
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DOS
LAGOA DOS
PATOS
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CONFIGURAÇÃO
ATUAL
REBÔRDODE TERRAÇO
CRISTASDE PRAIA
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4
A: EL 2
-
.q
LEOUE DE DEJEÇÃO
Escola 1:400.000
~.
~
12
16Km
S:SL-3
-,
,
Figura 15 - ESQUEMADA EVOLUÇAOGEOMORFOLOG'C'ADA MARGEM LAGUNAR DA BARREIRA MULTfPLAOA LAGOA DOS PATOS
.~
.-'!:
;;;
.~ U1
<; -..J
~
~
58. 58
o esquema evolutivo
que se acabou de
mostra
analisar
.
que a area da Lagoa do Casamento
de uma série de transgressões
movimentação
balhado
e do Saco do Cocuruto
e regressões
de um grande volume de material
pela ação de ondas, correntes
veis no tempo e no espaço,
palco
foi
sedimentar
que retra
e ve~to, em condições
foi empregado
a
que proporcionaram
variá
dos diver
na construção
~
sos depósitos
que constituem
a margem
e o fundo
lagunar
area
da
em estudo.
Em que pese a quase total inexistência
gicos sobre os depósitos
mente
controladas,
nitude dos eventos
sentados
resultantes
é notável a coincidência
aqui registrados
na curva eustática
apresentada
trabalhos
destas
por BIG~RELLA
absoluta
& SANCHES
de dados cronolQ
oscilações
eustatic~
entre a ordem e a ma~
com os que se encontram
de variação
repr~
do nível marinho,
(ob. cit.), apoiada
em vários
de FAIRBRIDGE.
Conforme
foi apontado
dado de idade absoluta
tra de turfa colhida
por VILLWOCK
disponível
o
(ob. cit),
uma
nesta área provém de
nas proximidades
no
da Lagoa Negra,
único
Pontal
das Desertas,
situada sobre o terraço lagunar TL-l, descrito
te trabalho.
A idade de 2.925 1 125 anos, publicada
(ob. cit.), corresponde
assim ao período de emergência
-1 que pode ser correlacionada
FAIRBRIDGE
por
com a
"Pelham
Bay
amos
nes
DELANEY
lagunar EL
Emergency"
de
(ob. cit.).
Tal dado permite
trutores
e modeladores
decorrer
dos últimos
inferir que os principais
da atual margem
3.000 anos.
eventos cons
lagunar tiveram
lugar
no
59. 59
SEDIMENTOLOGIA
4.
4.1.
Generalidades
A análise
sa fornecer
subsídios
cas texturais
dinâmica
belecer
sedimentológica
parâmetros
cias sedimentares
acumuladas
em ambientes
prováveis
no capítulo
nar as modificações
proveniente
para a sedimentação
texturais
bacia receptora,
fácies mapeadas
lagunar.
e mineralógicas
no material
como fontes
' Com estes da
causadas
agentes
no material
físicos e
qui
e a deposição
constituinte
na
das diversas
das áreas fonte
serao analisados
lagunar, os do complexo
fluvial do Guaíba
como matérias
da margem
e os da parte norte da Lagoa dos Patos e como produtos
tação lagunar na área de estudo,
a Lagoa do Casamento
Para
e determi
no fundo lagunar.
Assim,
os sedimentos
envolvidos
a erosão, o transporte
impressas
area
serão aqui caracteri
de cada ambiente
das áreas fonte pelos diversos
micos que atuaram durante
da
geomorfológica
ambientes
avaliar a contribuição
de antigas seque~
agentes hidrodinâmicos
precedente,
dos diversos
de material
dos pretende-se
da evolução
de esta
costeiros.
os principais
e os passos mais importantes
apontados
na identificação
a
que compoem
da área em estudo, com a finalidade
utilizáveis
zados os sedimentos
a seguir, vi
as característi
e os vários ambientes
Uma vez conhecidos
em estudo,
entre
para uma correlação
dos sedimentos
deposicional
que se apresenta
cada
as diversas
da sedime~
fácies que atapetam
e o Saco do Cocuruto.
unidade
cipais características
considerada
físicas,
Após a apresentação
serão
texturais
apresentadas as
pri~
e mineralógicas.
dos dados seguir-se-á
pretação global e a discussão dos resultados.
a
sua
inter
60. 60
4.2.
Sedimentos
Conforme
te imediata
das Áreas Fonte
ficou demonstrado
dos sedimentos
depositados
-se na area emersa
adjacente
rinhos e lagunares
e por' depósitos
do em quando
no capítulo
anterior,
em ambiente
à lagoa, constituida
fon
a
situa
lagunar
por terraços
qua~
eólicos e praiais que de
a eles se superpõem.
de
o material dai erodido chega à lagoa através
porte em parte fluvial,
trans
em parte eólico.
de
o material fluvial é acumulado predominantemente na
sembocadura
material
dos rios, construindo
eólico é espalhado
posteriormente
margens
pequenos
nas antepraias
remobilizados
Entretanto
dinâmica
m~
deltas, enquanto
Ambos
lagunares;
pelas ondas e correntes
a maior massa de sedimentos
que o
são
litorâneas.
mobilizada
pela
lagunar é sem dúvida a que provém por erosão das próprias
As ondas e as correntes
do corpo d'água.
os últimos
tempos geológicos,
eustáticas,
superpostos
foram os responsáveis
nais e deposicionais
conseqüentemente
que configuram
pela distribuição
deposição
lagunar,
a margem
poã, os terraços
bre estes últimos
Chuí,
lagunares,
Considerando
de
lagunar
de fundo.
consti
Ita
da Formação
so
as cristas de praia desenvolvidas
lagunares
e
hoje
das áreas fonte para a
eólicos
que as margeiam.
de avaliar as características
rial que chegam à lagoa serão considerados
viais e fluvio-deltáicos
oscilações
os terraços marinhos
os depósitos
e as praias
Com a finalidade
durante
de formas erosi~
dos sedimentos
serão considerados
tuidos pela Formação
à ação das
pelo conjunto
Deste modo, dentre os sedimentos
atuando
que se encontram
do
mate
também os depósitos flu
na margem
que a Lagoa do Casamento
lagunar.
mantém
ligação
a
berta com a Lagoa dos Patos e que esta recebe, nas proximidades,t~
do O material
trazido pelas águas do complexo
fluvial do
Guaiba,
61. 61
também aqui serão apresentadas
sedimentos
permitirá
diversas
depositados
estabelecer
bacias,
as principais
Tal
nestes compartimentos.
comparações
dos
características
procedimento
entre os sedimentos de fundo das
isto é, o complexo
fluvial do Guaíba,a
Lagoa dos
de
Patos e a Lagoa do Casamento, bem como avaliar a transferência
material
detrítico
de uma para outra.
4.2.1.
Características
4.2.1.1.
Sedimentos
4.2.1.1.1.
em sua maioria
castanhada~
em muitos
da Margem Lagunar
Terraços
Os sedimentos
Marinhos
que constituem
casos com cimento
e apresentam
Nota-se
lação de graos,
superficial
uma esfericidade
dominante
em algumas amostras
síltica
arredondados
e
e
boa a moderada.
é lisa e polida.
a existência
esses bem arredondados
eólica nestes sedimentos
de
outra pop~
com textura
e esféricos,
que parecem retratar
uma
contaminação
na área amostrada.
As características
sentados
avermelhado, com matriz
a
feito sob o esteriomicroscópio,per
superficial
lisa e fosca,
das na Fig. 16
de cor creme e amarela
que os grãos são predominantemente
A textura
são
ferruginoso.
O exame das amostras
sub-arredondados
marinhos
os terraços
areias semi-consolidadas,
às vezes castanho
mite observar
Texturais
granulométricas
e os parâmetros
estatísticos
visualiza
podem ser
de tamanho são
apr~
na Tabela 1.
Para efeito de classificação
foi utilizado
o
triangular tendo por base a variação das proporções de
diagrama
areia-sil
63. 63
TABELA
1
parâmetros
-
granulométricos
presentativas
Md
Mz
2
3
2,300
2,500
2,980
-
5
6
8
-
10
2,730
2,740
-
LC LC -
LC
LC
LC - 15
LC - 16
2,463
2,893
2,530
2,160
LC
21
0,315
0,082
-0,178
0,632
0,592
-0,122
0,100
0,590
0,569
0,496
0,392
1.086
0,592
0,327
0,140
0,784
0,380
0,500
-0,378
0,291
0,727
2,679
2,743
3,116
2,800
LC - 20
0,366
2,769
K'G
Skl
°1
2,320
2,480
2,800
LC - 12
re
de terraços marinhos.
LC
LC
Amostras
estatísticos.
0,657
0,490
0,582
0,529
0,067
0,362
2,630
2,443
2,253
2,659
0,499
0,297
0,642
27
LC - 28
2,320
2,266
0,940
0,588
2,700
2,753
LC
-
29
1,740
1,766
0,772
0,603
0,063
0,346
0,113
0,493
LC
-
30
2,520
LC
-
32
2,290
2,523
2,370
O,12
0,416
0,577
0,627
LC
-
2,430
-
te e argila,
mostras
conforme
SHEPARD
de terraços marinhos
A análise
0,349
0,479
0,626
0,541
(1954).
Nesse
enquadram-se
representativas,
granulométrica,
permite definir
seritido todas
as a
na classe areia.
das curvas de freq~ência
mas de amostras
0,697
acumulada
e, dos parâmetros
as principais
e histogr~
da distribuição
características
des
ses sedimentos.
são areias finas, de seleção boa a moderada,
simetria
variável
com matriz
cúrticas,
nóstica
desde negativa
síltica,
mostrando
pOLS a presença
.
distribuições
da matriz
de areias acumuladas
tocúrticas)
até muito positiva
com uma a~
nas amostras
dominantemente
não alterou
lept~
a propriedade dia~
neste regime deposicional
(meso-leE
64. 64
Via de regra os graos de quartzo
sedimentos
ocorrem pigmentados
A alteração
cessórias,a
responsáveis
mostras
por óxidos de ferro.
de feldspatos
argilo-minerais
gue ocorrem
e a ferrificação
Depósitos
coletadas
em depósitos
inconsolidadas
a semi-consolidadas
As representativas
ma matriz
síltica e uma cimentação
dos depósitos
que as dos depósitos
das de materiais
a bem arredondados,
lisa, às vezes mamelonada,
fosca.
características
são apresentadas
classificá-los
Da observação
de amostras
tigos da Formação
destes se
2.
de areia, silte e argila ali
presentes,
como areias e areias sílticas.
das curvas de freqüência
representativas,
eólicos.
pela ausência
aos primeiros
acumuladas
a
depreende-se
claramente
existência
das frações sílticas
por processos
a~
das acumulações
que
fo
secundários.
Em ambos os casos a classe modal dominante
fina, embora nos depósitos
e his
Com efeito, os depósitos
Itapoã distinguem-se
eólicas mais recentes,
granulométricas
na Fig. 17 e na Tabela
de dois tipos de sedimentos
ram adicionadas
intensa
bastante
são limpas e desprov!
arredondados
e com uma textura superficial
As quantidades
togramas
u
finos secundários.
As principais
permitem
aver
mais antigos mostram
ferruginosa
mais recentes
Os grãos apresentam-se
dominantemente
eólicos são de areias
de cor amarelo e castanho
melhado.
dimentos
a
em algumas
Eólicos
As amostras
esféricos
sao
dos sedimentos
nesta unidade.
4.2.1.1.2.
enquanto
a
em quantidades
pelo aumento da fração fina verificado
coletadas
desses
constituintes
mais antigos ela possa
é a de areia
se situar no in
66. 66
TABELA
-
2
parâmetros
granulométricos
presentativas
estatísticos.
de depósitos
M
Md
-
z
Amostras
re
eólicos.
°1
K'G
-
SKl
LC
-
1
2,730
2,676
1,282
0,275
0,805
LC
-
9
2,490
2,473
0,382
-0,056
0,529
LC - 11
2,620
2,.980
1,182
0,655
0,706
LC
14
2,690
2,643
0,331
-0,175
0,524
LC - 22
2,360
3,063
1,762
0,607
0,499
LC - 23
2,130
2,476
1,409
0,493
0,607
-
tervalo
de areia média.
As areias mais velhas
tem uma assimetria
ca,émuito
são muito pobremente
muito positiva
leptocúrtica,
muito bem selecionadas,
enquanto
e sua distribuição
que as mais
tem assimetria
jovens
negativa
selecionadas,
granulométri
sao
e são
bem
a
meso-lept~
cúrticas.
Os produtos
aos materiais
responsáveis
resultantes
em condições
4.2.1.1.3.
Terraços
Os sedimentos
resultantes
tapoã~
são areias
originalmente
sao os
anti
nos depósitos
granulométricas
típicas
de
um
eólicas.
Lagunares
que constituem
do retrabalhamento
som~dos
de ferruginização,
de finos presente
as propriedades
depositado
dos grãos feldspáticos
dos processos
pelo acréscimo
gos, desfigurando
sedimento
de alteração
esse tipo de depósito
das areias das formações
inconsolidadas
de cor creme, às vezes
das por uma incipiente
ferruginização,
té pretas,enriquecidas
em matéria
às vezes cinzento
orgânica.
Chuí e
sao
I
amarela
chumbo a
67. 67
Os grãos constituintes
são dominantemente
arredondados,
.
de esfericidade
média,
com textura superficial
As características
18 e na Tabela
si ficados,
TABELA
3
-
3, mostram
ocorrendo
granulométricas
que esses sedimentos
parâmetros
granulométricos
Md
M
-
4
-
7
3,400
2,960
-
31
2,340
positiva,
°1
3,556
unimodais
dio.
re
K'G
0,369
0,566
0,238
0,428
0,522
0,444
0,561
nas areias é a areia muito
de
bem classificados,
fi
assimetria
leptocúrticos.
oscilam
tria é muito positiva
sua seleção é moderada
e a distribuição
A diversidade
tes sedimentos
podem ser polimodais
ram a sua formação.
com a regressão,
durante
que
des
reg~
sedi
lagunar e posteriormente,
de uma planície
por feixes de cristas de praia e pequenas
tas assoreadas
ambientais
a erosão de'depósitos
a transgressão
a formação
me
assime
a pobre, a
granulométricas
das condições
Elas envolveram
e
pIa ti a mesocúrtica.
das características
é conseqüência
variados
e as classes do
entre areia fina, muito fina, silte grosso
Como conseqüência
mentares
Amostras
SKl
0,653
1.724
3,690
2,376
As areias sílticas
minantes
diver
lagunares.
z
A classe modal dominante
são sedimentos
Fig.
na
são bastante
estatísticos.
de terraços
-
na.
retratadas
tanto areias como areias sílticas.
presentativas
LC
LC
LC
lisa e polidos.
arenosa
ornamentada
lagoas abandonadas,
com o passar do tempo, transformadas
es
em pântanos.
69. 69
4.2.1.1.4.
Depósitos
Os sedimentos
terial em trânsito
Fluviais
fluviais
aqui analisados
representam
o m~
ao longo dos cursos d'água que drenam a margem
lagunar constituida
pelos materiais
descritos
anterio
nos ítens
res.
Para fins de maior representatividade
coletadas
tarito no fundo dos canais como nas planícies
ção adjacentes,
presentadas
mecânica
o que explica
deposicional
aqui abordados
constituintes
marelo
~
da
das variações
Também
tomadas no fundo dos canais
lagun~
apresenta
de campo, deduz-se
resultam
com o fluvial.
claramente
do retrabalhamento
dos terraços marinhos
e lagunares
são areias e areias lamíticas,
claro a cinzento
inunda
de regime fluvial.
que este ambiente
Pelas observações
de
foram
das características
conseq~ência
em cada sub-tipo
aqui amostras
res, pela semelhança
depósitos
a diversidade
por estes sedimentos,
foram incluidas
eólicas.
as amostras
dos materiais
e das acumulações
inconsolidadas,
escuro, seguidamente
os
que
de cor
enriquecidas
~
em maté
ria orgânica.
Os constituintes
esfericidade
çoes de origem diversa,
la sua baixa energia,
texturais
diversos
ocorrendo
também é variável,
retratam
uma mistura
de
as quais o agente transportador,
quer pelo pequeno
atuou sobre os sedimentos,
to é perfeitamente
mostram
e lisos, foscos e polidos.
Tais aspectos
admissível,
sedimentos
4, revelam
intervalo
popul~
quer
p~
de tempo em que
não foi capaz de homogeneizar.
uma vez que sao rios
de
Tal fa
planície
quaternários.
As caracteristicas
19 e na Tabela
bem
A textura superficial
graos mamelonados
retrabalhando
de
embora sejam, em sua maioria,
e arredondamento,
trabalhados.
graus
grosseiros
granulométricas
igualmente
apresentadas
na Fig.
uma grande variação,
ocorren
71. 71
TABELA 4
-
parâmetros
granulométricos
estatísticos.
preserttativas de depósitos
M
z
Md
LC
-
LC
LC
°1
,Amostras
re
fluviais.
K'G
Skl
3,200
2,400
3,960
2,486
1,839
0,591
0,661
0,357
0,523
Meandro abandonado
-
13
17
0,594
Canal fluvial
18
19
2,530
3,000
2,513
3,573
0,338
1.541
-0,098
0,665
0,519
0,504
Canal fluvial
LC
-
LC
-
33
2,090
2,106
0,517
0,375
0,711
Canal fluvial
LC
- 127
2,150
2,116
0,584
-0,158
0,540
Canal fluvial
LC
-
136
2,650
2,653
0,292
0,171
0,637
Canal lagunar
149
2,630
3,309
1.526
0,669
0,507
174
2,160
2,159
0,290
0,066
0,560
Canal lagunar
Canal fluvial
183
2,000
2,050
0,419
0,207
0,566
Canal fluvial
LC
LC
LC
.
Planície
de inundação
do areias e areias sil~icas.
Os depósitos
por areias cuja
da areia média,
--
serve de fonte.
simetria
de canal fluvial são sempre
classe modal dominante
ora da areia fina, dependendo
Sua classificação
é quase sempre positiva,
materiais
é moderada
mostrando
finos sobre os grosseiros,
duas amostras
urna proveio
situa-se
com assimetria
constituidos
no intervalo
do material
que lhe
a muito boa e a
de um pequeno
permitem
dos
em que pese a existência
de
levemente
a retirada
Destas últimas,
negativa.
dos finos, e a outra
as distribuições
exclusivamente
on
proveio
arroio que drena uma área de cristas de praia,
lhe fornece material
as
uma predominância
do leito do curso de maior volume d'água da ârea,
de as. correntes
ora
que
Em todos os casos
grosseiro.
são 1eptocúrticas.
Os sedimentos
dos canais
lagunares
areias finas a muito
finas de classificação
assimetria
mostrando
positiva,
são
consti tuidos
por
pobre a muito boa, com
um enriquecimento
em finos e com u
72. 72
ma distribuição
granulométrica
Os materiais
bandonados,
meso a muito
de planície
embora constituidos
nas a muito
finas são bastante
ma distribuição
leptocúrtica.
de inundação
predominantemente
enriquecidos
Mostram
em silte.
Depósitos
u
Flúvio-Deltáicos
Os cursos d'água que drenam a margem
no corpo de águas relativamente
deltas.
lagoa, desenvolvem
amplamente
lagunarao
desaguar
calmas, perdem a sua competência,
a maior parte da carga sedimentar
truindo verdadeiros
baixios
fi
por areias
mesocúrtica.
4.2.1.1.5.
depositando
a
meandros
e de
que transportam,co~
da
profundidade
Estes, pela pouca
seus fácies de topo, sob a forma de
que aos poucos vão sendo tomados pelos
te dando lugar ao desenvolvimento
juncais e finalmen
de áreas caracteristicamente
p~
ludais.
Tais formas acrescionais
nar e passam
mentar
a contribuir
igualmente
a margem
lag~
como fonte de materialsedi
para o fundo das lagoas.
são sedimentos
de cores amarelo
quecidos
de populações
trazidas
se observa
flúvio deltáicos
depósitos
ou
seja,
iamíticos
enri
sedimentos
forma que os
e
graus de arredondamento
confirmando
variada,
a
pelos rios.
na Fig. 20 e na Tabela
apresentam
embora heterogêneas,
tintos,
diferentes
e/ou
às vezes bastante
sendo a textura superficial
Conforme
mentos
arenosos
Da mesma
orgânica.
estes apresentam
esfericidade,
mixtura
inconsolidados
claro a .cinzento escuro,
em matéria
fluviais,
que,
fazem progradar
permitem
os depósitos
propriedades
arena sílticos esílticos
granulométricas
em dois tipos
dis
de canais deltáicos
e os
agrupá-los
arenosos
os sedi
5,
de fâcies deltáico
de
topo
74. 74
TABELA
5 -
Parâmetros
granulométricos
presentativas
de depósitos
M
Md
LC LC -
estatísticos.
Amostras
re
fluvio-deltáicos.
K'G
z
°1
Skl
3r616
3,076
0,559
0,202
0,493
0,311
-0,257
0,455
0,487
-0,054
-0,001
0,501
0,638
-0,266
0,489
-0,071
0,473
0,459
34
3,550
66
3.100
LC - 119
2.400
LC - 164
4,900
2,400
4,930
LC - 166
2.280
2,230
1,257
0,334
LC - 167
LC - 168
2,510
2,505
3,03
0,289
1,315
2,506
0,295
0,573
0,042
2,700
3,333
1,494
0,654
0,493
4,31
3.943
1,148
-0,326
0,468
1,890
lf893
0,436
-0,035
0,535
LC
LC
LC
-
2.500
2,500
173
180
181
.
LC - 182
0,516
..
subaquoso.
Os depósitos
de canal deltáico
reias onde a classe modal dominante
fina, mais raramente
classificados,
predominantemente
sos de assimetria
situa-se
no da areia média.
positiva
a
são constituidospor
no intervalo da areia
são sedimentos
simétricos,
podendo
Mostram
ou negativa.
muito bem
ocorrer
ca
distribuições
plati a mesocúrticas.
Os depósitos
modal
dominante
muito
fina ou do silte muito grosso.
predominando
situada
da facies de topo subaquoso
nos intervalos
tem
da areia fina,
são pobremente
-distribuições assimétricas
negativas,
a
classe
da
areia
selecionados,
meso
a
lept~
cúrticas.
Entre os dois tipos bem definidos
dações.
Isto é perfeitamente
topo subaquoso,
observado
onde a terminal
síltica,
existem
nas amostras
todas as
da fácies do
é provavelmente
pela ação das ondas e das correntes que atuam sobre
gr~
retirada
estas
areas
75. 75
relativamente
rasas.
4.2.1.1.6.
Praias Lagunares
As amostras
coletadas
te os terraços
lagunares
amarelo-claro,
resultantes
rial que constitui
buidos
nas praias que limitam extername~
são constituidas
por areias
do retrabalhamento
os próprios
terraços
ao longo das antepraias
superficial
pela ação das correntes
amostras
esféricos
mamelonada
evidenciam
mistura
na Fig.
distri
e subesféricos,
com uma população
esféricos
com
litorâneas.
subarredon
uma
polidos.
textura
Algumas
de grãos mais
e foscos,
gro~
resultantes
eólica recente.
As propriedades
sentadas
por graos
a lisa, predominantemente
seiros, muito bem arredondados,
de uma contaminação
pelas ondas do mate
e dos sedimentos
De um modo geral são constituidos
dados a arredondados,
limpas de cor
granulométricas
21 e na Tabela
destes sedimentos,
6, revelam características
apr~
homog~
neas marcantes.
são areias que apresentam
tuada quase sempre no intervalo
da areia média,
reia fina, muito bem selecionados.
grao é simétrica
até assimétrica
Cristas
4.2.1.1.7.
a classe modal dominante
A distribuição
negativa,
tudo muito
tuais.
de tamanho
de
meso a leptocúrticas.
sobre os terraços
lagun~
por areias limpas de cor amarelo claro,
semelhantes
a
de Praia
As cristas de praia existentes
res são constituidos
às vezes no da
si
às que constituem
as praias
lagunares
em
a
77. 77
TABELA
6
-
Parâmetros
granulométricos
presentativas
de praias
M
Md
LC
z
24
48
2.590
1.910
2.563
80
92
1.700
1.686
LC LC - 108
2.700
1.980
2.683
2.010
LC
LC - 131
1.900
2.000
LC - 141
2.000
-
LC -
LC -
-
112
qui, urna contaminação
As areias
0,528
0,410
0,222
-0,042
0,012
0,472
0,341
0,162
0,414
0,412
-0,126
2.026
0,377
0,075
0,469
0,547
0,515
0,000
0,519
0,493
por grãos bem trabalhados, arredondados
a subesféricos,
mais grosseira,
com textura
ocorrem
superf~
vestígios
de grãos muito bem arre
lisos e foscos, os quais denunciam,
também a
eólica.
As características
te situada
-0,037
Em quase todas as amostras
esféricos,
22 e na Tabela
.
0,554
1.869
2.000
de urna segunda população,
dondados,
K'G
Skl
°1
-0,220
esféricos
cial lisa e polida.
re
lagunares.
0,219
0,305
1.906
são constituidos
a subarredondados,
Amostras
estatísticos.
7, mostram
nos intervalos
finas ocorrem
granulométricas
apresentadas
na Fig.
areias puras com a classe modal dominan
ora de areia média, ora de areia
sempre confinadas
à margem
do corpo
fina.
lag~
nar.
A seleção
nho são simétricas
caso
é muito boa a boa e as distribuições
até assimétricas
negativas,
m~so a
de
tama
leptocúrt~