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INFORMATIVO DA CAMPANHA NACIONAL EXTRAORDINÁRIA | BRASILIA-DF, FEVEREIRO/2015
N
ão é de hoje que a ECT ela-
bora estratégias para levar
à privatização da empre-
sa. No dia 07 de julho de 2014, foi
autorizada a constituição da Cor-
reiosPar, criada a partir da auto-
rização concedida pela MP 532,
que se tornou a lei 12.490/2011. A
CorreiosPar, é uma subsidiária de
capital 100% do Correio, que tem
como objetivo criar empresas em
diversos setores para atuarem no
objeto social da ECT. Ou seja, em-
presas terceirizadas, a serviço da
ECT. Com a lei, a ECT pode ope-
rar empresas com capital misto,
em sociedades por ações.
Dado o próximo passo, no dia 18
dedezembrodomesmoano,duran-
teaReuniãodoConselhodeAdmi-
nistração,foiaprovado,paraserim-
plantado em 2015, o Novo Plano de
ReestruturaçãodaECT,comramifi-
caçõesapartirdaPresidência,qua-
trodiretoriascorporativasequatro
unidadesdenegócios,entreelas,re-
de de agências e varejo, postal, en-
comenda e logística.
NOVA ESTRUTURA DA ECT
Ao criar nova estrutura organi-
zacional, separando o Corporativo
das unidades de Negócios, a ECT
definiuqueoobjetivoseria,segun-
do a sua consultoria Ernst & Young
(EY): Eliminar inchaço das áreas e
sobreposições de funções, reduzir
excesso de burocracia e aumentar
a centralização de atividade de su-
porte,liberandoprincipalmenteas
regionais de processos finalístico.
Na prática, as unidades de ne-
gócio funcionariam com bastante
autonomia, como se fossem “em-
presas independentes” trabalhan-
do sob a logomarca e cnpj dos Co-
reios. Naa opinião da FENTECT is-
so é um primeiro passo, pois caso
o negócio dê certo, basta uma ca-
netada do governo para PRIVATI-
ZAR os setores mais rentáveis, co-
mo as unidades de negócio de En-
comenda e Logística.
CORREIOSPAR
O CorreiosPar é peça funda-
mental nesse processo, pois, a par-
tir das subsidiárias (terceirizadas)
atacará os direitos dos trabalha-
dores, fazendo com que a empre-
sa contrate por um valor bem mais
barato, tendo em vista a a redução
Correios 2020– Modernização
ou Privatização?
COMPLIANCE
E JURÍDICO CorreiosParENCOMENDASLOGÍSTICAPOSTAL
REDE DE AGÊNCIAS
E VAREJO
SERVIÇOSCORPORATIVOFINANÇAS
PRESIDENTE
diretorias corporativas
unidades de negócios
PLANO DE REESTRUTURAÇÃO É APRESENTADO PELA ECT, EM CONJUNTO COM A CORREIOSPAR, E APROFUNDA LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO
PLINIOQUARTIM
Correios 2020– Modernização
ou Privatização?
2
www.fentect.org.br
de salários e direitos, a partir da
contrataçãosemconcursopúblico.
Nota-se uma grande mudança
nas definições das regionais, con-
tudo, questionada sobre o futuro
dos trabalhadores, a empresa per-
manece sem resposta.
Para a Fentect, é como se a em-
presa iniciasse um processo sem
prever o final. Na época do gover-
no Collor todos os trabalhadores
foram alertados pela federação so-
bre o impacto da reestruturação
nas atividades das regionais. Mi-
lhares deles ainda sentem o resul-
tado causado pelas reformas irres-
ponsáveisrealizadas,semlevarem
consideração o trabalho trabalha-
do de cada ecetista, na época do
governo Collor.
DHL E CTT/PORTUGAL
A reestruturação acompanha
os exemplos das empresas DHL
e CTT Portugal, o que preocupa a
FENTECT, que não é contra a mo-
dernização e os novos negócios
dos Correios, desde que não afete
o negócio principal e a estabilida-
de do trabalhador. Mas, a exemplo
da empresa alemã citada, a DHL,
houve uma estratégia de expan-
são de sucesso empresarial, po-
rém não mantiveram os direitos
dos servidores públicos. Em Por-
tugal, também a CTT, pública, lan-
çou a CTTEXPRESSO, para traba-
lhadores com direitos rebaixados
diferenciados.
Como o modelo de parceria que
será adotado pela CorreiosPar na
aquisição e formação de empresa
será de 49% para os Correios e 51%
para o capital privado, o regime de
contratação também será afetado
e passa a ser privado. Para a fede-
ração, sendo a empresa de capital
majoritário privado, perde-se o
benefício OJ 247 – Orientação Ju-
risprudencial do Tribunal Supe-
rior do Trabalho – que determina
abertura de processo administra-
tivo para demissão. Ou seja, a par-
tir da OJ, foi vedada a demissão
por motivo fútil do trabalhador. A
Fentect acredita, ainda, que com
a perda da OJ, os funcionários das
novas empresas ficam fragiliza-
dos, podendo ser demitidos sem
justa causa, além da perda de ou-
tros direitos.
Toda discussão sobre a reestru-
turação, a CorreiosPar e as subsi-
diárias se deu sem a presença dos
trabalhadores. Apenas uma apre-
sentação de 15 minutos foi reali-
zada no dia 21 de janeiro de 2015,
quando, nada de fato foi relatado.
O presidente dos Correios, Wagner
Pinheiro, se retirou do local rapi-
damente e deixou a reunião sob o
comandodaConsultoriaEY.Apos-
tura do presidente não surpreen-
de, já que, durante os 4 anos que
esteve à frente da ECT, não promo-
veu diálogo com os trabalhadores,
apenas ataques constantes aos di-
reitos adquiridos, como no caso do
Postal Saúde.
Deacordocomcronogramalan-
çado durante a apresentação, a im-
plementação dos novos programas
se dará nos próximos 12 meses. No
período de 27 de outubro de 2014
a 3 de abril de 2015, as Fundações
de Organização e Transformação;
já entre os dias 2 de janeiro a 12 de
fevereiro de 2015, se dará a Reor-
ganização da Presidência; por vol-
ta de 3 de abril a 11 de junho, a Im-
plementação do Novo Modelo de
Governança; de 12 de junho a 30
de setembro, a Implementação do
Núcleo Corporativo de Serviços e a
Implementação do Núcleo de Ne-
gócios será entre os dias 17 de ju-
lho a 2 de novembro.
A LUTA CONTINUA
A Fentect, em reunião com o re-
presentante do Conselho de Admi-
nistração da ECT, eleito pelos tra-
balhadores, Marcos Cesar, e com a
participação do assessor da presi-
dência, Otaviano Pereira (COMEG
–ComitêdeMelhoriadaGestão),no
dia 28 de janeiro, solicitaram expli-
caçõessobreoNovoPlanodeRees-
truturaçãodaempresaeopapelda
CorreiosPar.Deacordocomosdiri-
gentesdaECT,oquefoidivulgadoé
ainda genérico e está sendo desen-
volvido.Segundoeles,Aescolhada
ECTé“entrarnabriga”ouencolher
diante do mercado. Alegaram, ain-
da,queaempresaélídermundialno
segmentodeexpresso,com60%de
mercado,etodoomovimentoreali-
zadoestábaseadomaisnaproteção
doquenaagressividade.Relataram,
também, que nos casos de Telefo-
nia Móvel, Banco Postal, Logística
Integrada e Transporte de Carga, o
objetivo é criar empregos e com os
lucros dessas empresas manter os
serviços atuais.
Porém, o secretário geral da fe-
deração, José Rodrigues dos San-
tos Neto, ressalta que não há ne-
nhuma trava na defesa dos negó-
cios próprios e que a preocupação
dos trabalhadores é, na verdade, a
privatização dos setores de logís-
tica e encomenda, como ocorreu
em outros países. Destacou que
não adianta investir em moderni-
zação se a empresa não dá condi-
ções adequadas, bem como mate-
rial e instrumentos de trabalho em
bons estados. Para ele, é necessá-
ria uma mudança na mentalidade
da direção da ECT e mais atenção
aos problemas pontuais.
CALENDÁRIO DE LUTAS
O calendário de lutas foi apro-
vado na 38ª Plenária Nacional da
Fentect, nos dias 20 e 21 de janei-
ro, e, em pauta, para o dia 5 de fe-
vereiro, a federação promove o Se-
minário Nacional contra a Privati-
zação, para discutir as mudanças
que podem afetar a categoria com
as ações da CorreiosPar e o surgi-
mento das subsidiárias. O calen-
dário inclui, também, agitação nas
bases, entre os dias 18 de fevereiro
e 3 de março, assembleias de esta-
do de greve, no dia 5 de março, e
assembleias de deflagração de gre-
ve nacional, no dia 17 de março. O
assunto é tema de luta para os tra-
balhadores dos Correios e deverá
permanecer em pauta pela esta-
bilidade e segurança no emprego.
Trabalhadores protestam contra práticas de trabalho abusivas e ilegais da DHL
em todo o mundo na Assembleia Geral Anual da empresa em Frankfurt
5 de fevereiro – Seminário
Nacional contra a Privatização,
18 de fevereiro a 3 de
março – agitação nas bases
5 de março – assembleias
de estado de greve
17 de março – assembleias de
deflagração de greve nacional
CALENDÁRIODELUTAS
Jose Rodrigues e Rogério Ubine, diretores da FENTEC, em reunião com Otaviano Pereira, Coordenador do COMEG - Comitê de Melhoria de Gestão da ECT,
acompanhados do conselheiro de administração, Marcos César para aprofundar o entendimento sobre o processo de restruturação da ECT
SITEDHL
3
Brasília-DF, fevereiro de 2015
A
o finalizar o ano de 2014,
os trabalhadores assisti-
ram ao ataque do Gover-
no Dilma a seus direitos. A presi-
denta enviou ao Congresso duas
medidas provisórias, a MP 664 e
a MP 665, que restringem o aces-
so ao seguro desemprego, os be-
nefícios previdenciários e direi-
tos dos pescadores. Ao mesmo
tempo, a Volksvagem, multina-
cional alemã, instalada em São
Bernado (SP), demitiu 800 tra-
balhadores após tentar, sem su-
cesso, reduzir os salários de seus
funcionários, com o pagamento
apenas do abono, em 2015.
Após a greve de 11 dias, os tra-
balhadores foram readmitidos,
porém, o acordo limitou o rea-
juste à inflação, sendo, no final,
uma pressão da patronal para es-
tancar os avanços dos trabalha-
dores. Nos Correios, a ECT ata-
ca, novamente, com o projeto de
restruturação,quereorganizasu-
as bases produtivas sem discutir
com os trabalhadores, preparan-
do a empresa para a privatização.
Um projeto que prevê a centra-
lização das atividades em Brasí-
lia e cria Unidades de Negócios.
Também apresenta a Correios-
Par, subsidiária dos Correios,
que será o braço da empresa na
busca de parceiros paras as ati-
vidades da ECT. Uma subsidiária
com amplos poderes, para cons-
tituir empresa, fazer parcerias e
coligações. Comprar e vender.
Seporumladoogovernoataca
ostrabalhadores,demonstrando
sua vontade de diminuir direitos
para contribuir com o superávit
primário, ou seja, para economi-
zar e pagar a dívida pública, por
outro, o setor de ponta da econo-
mia (metalúrgico) ataca os tra-
balhadores, deixando claro que
os patrões entrarão em uma fase
deapertocontraosfuncionários.
Nos Correios, segue forte o pro-
cessodeprivatizaçãodaECTcom
a restruturação. A empresa está
dividida, fracionada e com um
modelodegovernançapreparado
paraomercadodeações,exigido
nos processos de IPO (Oferta pú-
blicaInicial),nabolsadevalores.
Os Correios perseguem o ob-
jetivo de ser uma empresa de
classe mundial, mas é necessá-
rio deixar claro que as empresas
de classe mundial não oferecem
empregos de qualidade. Mais do
que empresa de classe mundial,
é desejável uma empresa pú-
blica de qualidade, com servi-
ços universais e principalmente
com empregos estáveis, com di-
reitos sociais.
É preciso reafirmar que não
existe nenhuma trava na preser-
vação dos empregos nesses pro-
cessos de restruturação dos Cor-
reios. Por esse motivo a Fentect
foi contra a MP 532 e é contra o
novo modelo apresentado. Não
há oposição à modernização da
ECT, desde que não venha acom-
panhada da precarização dos di-
reitos e demissões.
A luta será longa. O ano de
2015 será de aprofundamento
desse modelo, em uma conjun-
tura de arroxo por parte dos pa-
trões e do governo. É preciso ir
às ruas, fazer frente em defesa
da empresa e dos empregos dos
trabalhadores.
EDITORIAL
Ação articulada entre governo
e patrões sinaliza período de
ataques aos direitos
FABIORODRIGUESPOZZEBOM/ABR
4
www.fentect.org.br
A
decisão da direção da ECT
de não pagar mais a Reser-
va Técnica de Serviço An-
terior (RTSA), na casa de R$ 1,5 bi-
lhão somado ao déficit de R$ 3 bi-
lhões, no plano Benefício Definido
Saldado (BDS), está levando o pla-
no dos trabalhadores dos Cor-
reios à insolvência, não há con-
dições de pagar os benefícios
contratados.
A fim de solucionar o proble-
ma, seria necessária a contri-
buição extra de 23% sobre o va-
lor do beneficio saldado por 15
anos. Ainda, caso tudo no futu-
ro dê certo e não haja mais
surpresas.
E como
surpresa é
o que não
f a l t a n o
POSTALIS,
já que todos
os dias os partici-
pantes veem alguma notí-
cia nos jornais, sabemos que
os riscos desses problemas
permanecerem são gran-
des. O conselho deliberati-
vo tem discutido se aplica o
reajuste ou se diminui o bene-
fício futuro. De qualquer forma, o
fato representa grande perda aos
trabalhadores que contribuíram
por muitos anos.
QUEM PARIU MATEUS QUE O
EMBALE
Os ecetistas nunca indicaram
nenhum diretor para o POSTA-
LIS. Sempre, a empresa e o go-
verno, de plantão, mandaram e
desmandaram na diretoria. Des-
sa forma, todo prejuízo causa-
do pelos diretores incompeten-
tes ou mal intencionados deve
ser arcado pelo próprio governo.
Não é justo que os trabalhado-
res sejam responsabilizados pela
ação governamental, que utiliza
os cargos do fundo dos trabalha-
dores como moeda de troca nas
barganhas políticas, em busca de
apoio no Congresso.
Também o saldamento força-
do do plano, em 2008, foi uma
decisão unilateral da direção da
ECT. No dinheiro das aposenta-
dorias dos funcionários, políti-
co nenhum deveria meter a mão.
Logo, no dia 18 de maço, o pro-
testo deverá ser organizado con-
tra a falência do plano BDS. Que
o governo assuma a dívida.
O Informativo da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais - FENTECT
SDS, Ed. Venâncio V, Bloco R Loja 60 // 70393-900 // (61) 3323 8810 // Site: www.fentect.org.br // E-mail: fentect@fentect.org.br
Informativo de responsabilidade da Diretoria Colegiada: Diretor de Imprensa:James Magalhães de Azevedo
Edição: Nathália Borgo 9427 DRT/DF // Imagens: Aquivo Fentect e Internet // Diagramação: Ronaldo Alves RP 5103 DRT-DF
EXPEDIENTE
POSTALIS – Plano BDS (Benefício
Definido Saldado) rumo à falência
ELZAFIÚZA/ABR
5
Brasília-DF, fevereiro de 2015
A
Fentect, considerada úni-
ca entidade de luta e re-
sistência dos trabalhado-
res dos Correios, debateu em Ple-
nária, nos dias 20 e 21 de janeiro,
sobre o modelo de negociação do
Sistema Nacional de Negociação
Permanente (SNNP), que, arbi-
trariamente, tem sido desvirtua-
do por tentativas de negociações
promovidas individualmente en-
tre a ECT e os trabalhadores, pas-
sando por cima da representativi-
dade da federação.
O primeiro problema, para a
Fentect, consiste na manutenção
de acordos com a Findect, não
legalmente constituída, com o
registro cassado, o que representa
atodeimprobidadeadministrativa
e descumprimento por parte da
própria ECT do Acordo Coletivo.
Além disso, desde o final do ano
de 2014, a empresa realiza negocia-
ções por sindicatos e tem aprofun-
dado, cada vez mais, esse tipo de
ação. O que, segundo a federação,
enfraquece a luta.
No estatuto aprovado está pre-
vista a assinatura de acordos com
2/3 dos sindicatos filiados e ficou
definido que o formato de nego-
ciação seja o mesmo da data base,
com 6 membros da Fentect e 5 de
sindicatos. Dos 29 filiados, é pre-
ciso ao menos 20 sindicatos para
que sejam autorizadas assinatu-
ras e, dessa maneira, as decisões
possam valer para todos. Mas, na
prática, não tem funcionado as-
sim. Quem não assina, termina
por não receber.
Outra definição cobrada pela
federação é que as pautas e calen-
dários de negociação sejam defi-
nidos em aprovação com a repre-
sentação dos trabalhadores e que
todas as despesas de viagens e es-
tadias,paragarantiraparticipação
dos membros do comando, sejam
custeadas pelas entidades. A em-
presa, na visão da Fentect, não de-
ve pagar por esses custos a fim de
evitar vícios nos sindicatos.
De acordo com a Fentect, essa
estratégia serve apenas para en-
viar uma série de problemas à ca-
tegoria, como a respeito da subs-
tituição gradativa de mão de obra
terceirizada por contrato de traba-
lho por tempo determinado, nos
termos da Lei 9.601/98, que cons-
ta na Cláusula 22, do Acordo Co-
letivo de Trabalho 2014-2015. Para
a federação é o assunto é indiscu-
tível, pois, é inviável a criação de
uma nova categoria nos Correios,
onde não haverá compromisso por
parte do trabalhador temporário,
também, a insegurança nos servi-
dores de carreira.
No 32º Conrep, em 2014, foi ex-
tinta a participação dos trabalha-
dores na Mesa Nacional de Nego-
ciação, quando a ECT iniciou o
processo de negociação por sindi-
catos. Mesmo com o novo formato,
a empresa não aceitou as condicio-
nantes da Fentect e continuou a fe-
char acordos nos mesmos moldes.
A Fentect exige que haja res-
peito aos fóruns da entidade, ao
quórum e ao formato de nego-
ciação. É necessário, de acordo
com o comando da federação, que
qualquer decisão da mesa seja re-
passada a todo Brasil. Assim, será
mais democrático e transparente
o processo de criação e implanta-
ção dos projetos da ECT, além de
minimizar os prejuízos causados
aos trabalhadores.
SNNP – Uma estratégia para dividir a
categoria com acordos por sindicato
ECT COMETE ATO DE
IMPROBIDADE AO DEIXAR A
FEDERAÇÃO DE FORA DAS
DECISÕES QUE DEVERIAM SER
TOMADAS A NÍVEL NACIONAL
Procissão em homenagem
ao dia dos carteiros,
organizada pelo
Sincotelba, realizada...
...no dia 31 de janeiro de 2015.
Encerrou-se com uma missa na
Igreja do Senhor do Bomfim e tem
105 anos de história e tradição.
6
www.fentect.org.br
Participação nos Lucros –
Um caso de ação anti-sindical e
desrespeito com os trabalhadores
N
o final de novembro de
2014, foi assinado acordo
com alguns sindicatos li-
gados à Findect, federação não le-
galmente constituída, que deveria
ser realizado a nível nacional, para
todos os trabalhadores. Foi deter-
minado o pagamento de, no máxi-
mo, R$ 620,00 reais, por três anos.
Com a decisão, houve forte pres-
são das bases nos sindicatos que
notaram a quebrada da isonomia.
Onde não foi aceita a assinatura
do acordo, os trabalhadores rece-
beram R$ 220,00 reais. Ação teve
respaldo do Ministro do Tribunal
Superior Trabalho, Ives Gandra.
Em dezembro, o Conselho de
Administração da ECT humilhou
a categoria com a aprovação do
pagamento da gratificação, a títu-
lo de PLR, de até 150% sobre os sa-
lários dos dirigentes da empresa,
que podem receber até R$ 60 mil,
como no caso do presidente, con-
siderado absurdo e repudiado pe-
la Fentect.
Em mais um ato de improbida-
de, a empresa ainda criou o ter-
mo de acordo individual, repas-
sado pelas chefias nos setores de
trabalho. Dessa maneira, além de
passar por cima da Fentect, ao fe-
char acordo com a federação ile-
gal e acordos por sindicatos, come-
çou a aplicar o termo por trabalha-
dor, atacando a livre organização
sindical.
Por esses motivos, a Fentect
ingressou com uma denúncia no
Ministério Público do Trabalho
(MPT), que acatou a denúncia e
a transformou em inquérito civil
- IC 002223.2014.10.000-0 – para
apurar a quebra da isonomia e a
prática anti-sindical, em Brasí-
lia. Também, a federação ingres-
sou com o pedido de anulação do
acordo ilegal, assinado por sindi-
catos que não detém legitimidade
para fazer acordos de âmbito na-
cional, com uma empresa de todo
o Brasil, como a ECT.
Somente a Fentect tem autori-
zação para fechar acordos nacio-
nais. A AÇÃO ANULATÓRIA n TS-
T-AACC-28758-76.2014.5.00.0000
teve sua liminar negada. A federa-
ção aguarda a audiência de conci-
liação e instrução.
AECTingressoucontra  Fentect
o Dissidio de Extensão (DC TST-
956-69.2015.5.00.0000)pedindoque
os efeitos do acordo “ilegal” sejam
estendidos a todos os trabalhado-
res. A audiência de instrução está
marcada para o dia 06 de feverei-
ro.Duranteoprimeirosemestre,o
casodaPLRteráandamentoeaFe-
deração segue firme da defesa dos
direitos, com o encaminhamento
da discussão a todas as instâncias.
7
Brasília-DF, fevereiro de 2015
E
m 2007, o então Presidente
Lula vetou integralmente o
Projeto de Lei nº 7.362/06,
que alterava o artigo 193 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho (CLT)
eque concederiaadicionalde peri-
culosidade aos carteiros. Segundo
entendimento conjunto do Presi-
dente com o Ministério do Plane-
jamento e da Justiça, o texto po-
deria criar controvérsias judiciais,
além de acarretar problemas. Ain-
da,porserdirigidoexclusivamente
aos trabalhadores dessa categoria,
geraria normas distintas da aplicá-
vel às empresas privadas.
Na ocasião, foi garantido aos
ecetistas que providências seriam
tomadas para que a categoria não
ficasse desamparada com o veto
da lei e pudesse receber algum re-
torno com o mesmo benefício. Foi,
então, instituído o Abono Emer-
gencial, a partir de novembro de
2007, que o governo ainda tentou
retirar. Porém, com a realização
de duas greves, ficou garantido e
mantido o acordado 30% para to-
dos os carteiros do Brasil.
O Abono Emergencial foi trans-
formado em Adicional de Ativida-
dedeDistribuiçãoeColeta(AADC)
e adequado no PCCS/2008. Direi-
to suprimido dos cerca de 12.000
carteiros motociclista pela ECT,
a partir do mês de novembro de
2014, que avalia a Lei N 12.997/2014,
sancionado pela Presidente Dilma
Rousseff, como de mesma nature-
za do AADC.
A lei, conhecida também como
Lei do Motoboy, garante 30% pa-
ra todos trabalhadores em moto-
cicleta por conta do alto risco do
trânsito. Na avaliação da Fentect,
os 30% do AADC foram constituí-
dos para todos os carteiros devido
às adversidades que os funcioná-
rios enfrentam no dia a dia, como
o clima, cachorros, assaltos, clien-
tes mal humorados e, também, o
próprio trânsito.
Após a aprovação da Lei e re-
gulamentação do Ministério do
Trabalho e Emprego (MET), a Fe-
deração protocolou duas cartas
cobrando o cumprimento dos pa-
gamentos devidos, mas a resposta
se deu em forma de Dissídio Jurí-
dico, pela ECT, após o Sintect/MS
entrar com pedido de liminar no
Tribunal Regional do Trabalho, do
estado.Naação,aECTpedeautori-
zação para pagar aos carteiros mo-
tociclistas somente o Adicional da
Lei, excluindo o AADC, bem como,
julgar incompetentes todos os Tri-
bunais Regionais.
Jáhouveduasaudiênciasdeten-
tativa de conciliação no Tribunal
Superior do Trabalho (TST), mas
não há entendimento por parte da
empresaedoministroIvesGandra
quanto à proposta. Com muita in-
sistência, o ministro convenceu a
ECT a levar para apreciação da di-
reção as seguintes determinações:
a) Pagar a periculosidade con-
forme a lei 12.997/14,
b) Manter o pagamento
do  AADC,
c) Reduzir, em média, 50% do
valor do adicional do valor
da gratificação de função
motorizada.
Com isso, o carteiro que ga-
nha R$ 500 reais de adicional,
por exemplo, terá descontada da
gratificação de função R$ 250,00,
o que significa, na prática, que
muitos carteiros motociclistas
terão suas gratificações de fun-
ção extintas.
No dia 04 de março será reali-
zada nova audiência de concilia-
ção e instrução, caso a empresa
responda positivamente antes da
data. A proposta será submetida
às bases para consulta, através de
assembleias, para que haja um po-
sicionamento na próxima audiên-
cia. Caso contrário, o dissídio se-
gue para julgamento em data a ser
marcada.
A  Fentect alerta para que a mo-
bilização continue e cada carteiro
motociclista exija o pagamento de-
vido dos dois adicionais, para que
as funções continuem sendo exer-
cidas com respaldo e valorização.​
ECT retira AADC dos carteiros
motociclistas EMPRESA SUPRIME AADC PARA PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E
ALEGA QUE SÃO BENEFÍCIOS DE NATUREZA SIMILARES
8
www.fentect.org.br
S
uspensão de atendimentos
médicos, laboratórios, den-
tistas, entre outros, creden-
ciados. Procedimentos, como ser-
viços de próteses, cirurgias, além
da demora na autorização de guias
para internações e negativas de
Home Care (atendimento em ca-
sa). Esse é o resultado proporcio-
nado pela mudança no plano que
garante o direito social constitu-
cional dos ecetistas, a saúde. Com
o final da autogestão do Correios
Saúde e o lançamento da caixa de
assistência de direito privado, o
Postal Saúde, quem mais sofre é o
trabalhador.
A situação se agrava com o não
pagamento às instituições forne-
cedoras que procuram e denun-
ciam aos sindicatos. Há suspen-
são, cancelamento e demora na
autorização de procedimentos
de atendimentos por todo o País.
Os procedimentos anteriormen-
te aprovados têm sido negados ou
postergados, constantemente, aos
funcionários da ECT. Como, por
exemplo, no caso do carteiro de 53
anos, da DR/PI, que, durante a en-
trega, passou mal, levado às pres-
sas a capital, Teresina, quando, ao
ser constatado um tumor na cabe-
ça, precisou de uma cirurgia ur-
gente, mas teve que aguardar cin-
co dias para aprovação da mesma.
Apósaautorização,omédicoqueo
atendia alegou que eram necessá-
rios determinados materiais, que
demoraram mais quatro dias pa-
ra serem autorizados. Com isso, o
trabalhador precisou de nove dias
para que o procedimento fosse re-
alizado, conforme relatou o secre-
tário-geral da Fentect, José Rodri-
gues dos Santos Neto.
Mesmo com a greve de janeiro
de 2014, de 43 dias, nada foi solu-
cionado.Aempresaalegaqueofim
da autogestão foi devido aos gastos
acima do valor de mercado. Com
a rigorosidade cobrada na reno-
vação de contratos e a demora no
processo, clínicas e hospitais aca-
bam sem receber.
A Fentect cobra para que os tra-
balhadores tenham o antigo pla-
no de saúde de volta e não sejam
mais tratados como animais, se-
gundo informado pelo dirigente
da federação, Rogério Ubine, até
mesmo nos exames periódicos.
Vans levam às regiões empresas
contratadas para realizar exames
de sangue e vista. Empresas con-
tratadas sem condições materiais,
da maneira mais básica possível,
colocandoostrabalhadoresamon-
toados como gados.
A federação luta pelo retorno
da autogestão e confirma a posi-
ção de que a ECT mexeu em ativi-
dades que estavam funcionando e
as transformaram em um plano fa-
lido. Foi prometido um plano mo-
derno, como, por exemplo, uma
carteirinha magnética para cada
trabalhador, porém, há apenas o
sucateamento da saúde.
PROCESSOS
O Postal Saúde foi lançado em
abril de 2013 contra a vontade dos
ecetistas. A partir disso, a FEN-
TECT entrou com processo judi-
cial, adiado oito vezes, para bar-
rar o novo modelo de gestão da
ECT, até que, em outubro de 2014,
a 6ª Vara do Trabalho do Tribu-
nal Regional do Trabalho – 10ª
Região indeferiu o processo nº
01113-2013-006-10-00-9.
Para burocratizar a demanda
dos trabalhadores, o Tribunal Su-
perior do Trabalho (TST) propôs a
criação de uma comissão paritária
paradiscutirosproblemasdonovo
plano, com dois membros do co-
mando da Fentect, dois membros
da Findect e quatro da direção da
ECTedopróprioPostalSaúde,com
o objetivo de resolver problemas
localizados. Porém, a preocupa-
ção da federação é quanto ao mo-
delo privatizado do Postal Saúde,
que reduz os custos à degradação
da saúde do trabalhador.
A suspensão do plano também
é pauta para a greve do dia 18 de
março, mobilização que convoca
todos os ecetistas para que recla-
mem pela volta da autogestão do
plano dos Correios e a facilitação
do acesso à saúde.
Direção da ECT promove o
sucateamento da saúde do
trabalhador ecetista
FENTECTPERSISTENALUTACONTRA
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  • 1. INFORMATIVO DA CAMPANHA NACIONAL EXTRAORDINÁRIA | BRASILIA-DF, FEVEREIRO/2015 N ão é de hoje que a ECT ela- bora estratégias para levar à privatização da empre- sa. No dia 07 de julho de 2014, foi autorizada a constituição da Cor- reiosPar, criada a partir da auto- rização concedida pela MP 532, que se tornou a lei 12.490/2011. A CorreiosPar, é uma subsidiária de capital 100% do Correio, que tem como objetivo criar empresas em diversos setores para atuarem no objeto social da ECT. Ou seja, em- presas terceirizadas, a serviço da ECT. Com a lei, a ECT pode ope- rar empresas com capital misto, em sociedades por ações. Dado o próximo passo, no dia 18 dedezembrodomesmoano,duran- teaReuniãodoConselhodeAdmi- nistração,foiaprovado,paraserim- plantado em 2015, o Novo Plano de ReestruturaçãodaECT,comramifi- caçõesapartirdaPresidência,qua- trodiretoriascorporativasequatro unidadesdenegócios,entreelas,re- de de agências e varejo, postal, en- comenda e logística. NOVA ESTRUTURA DA ECT Ao criar nova estrutura organi- zacional, separando o Corporativo das unidades de Negócios, a ECT definiuqueoobjetivoseria,segun- do a sua consultoria Ernst & Young (EY): Eliminar inchaço das áreas e sobreposições de funções, reduzir excesso de burocracia e aumentar a centralização de atividade de su- porte,liberandoprincipalmenteas regionais de processos finalístico. Na prática, as unidades de ne- gócio funcionariam com bastante autonomia, como se fossem “em- presas independentes” trabalhan- do sob a logomarca e cnpj dos Co- reios. Naa opinião da FENTECT is- so é um primeiro passo, pois caso o negócio dê certo, basta uma ca- netada do governo para PRIVATI- ZAR os setores mais rentáveis, co- mo as unidades de negócio de En- comenda e Logística. CORREIOSPAR O CorreiosPar é peça funda- mental nesse processo, pois, a par- tir das subsidiárias (terceirizadas) atacará os direitos dos trabalha- dores, fazendo com que a empre- sa contrate por um valor bem mais barato, tendo em vista a a redução Correios 2020– Modernização ou Privatização? COMPLIANCE E JURÍDICO CorreiosParENCOMENDASLOGÍSTICAPOSTAL REDE DE AGÊNCIAS E VAREJO SERVIÇOSCORPORATIVOFINANÇAS PRESIDENTE diretorias corporativas unidades de negócios PLANO DE REESTRUTURAÇÃO É APRESENTADO PELA ECT, EM CONJUNTO COM A CORREIOSPAR, E APROFUNDA LÓGICA DA PRIVATIZAÇÃO PLINIOQUARTIM Correios 2020– Modernização ou Privatização?
  • 2. 2 www.fentect.org.br de salários e direitos, a partir da contrataçãosemconcursopúblico. Nota-se uma grande mudança nas definições das regionais, con- tudo, questionada sobre o futuro dos trabalhadores, a empresa per- manece sem resposta. Para a Fentect, é como se a em- presa iniciasse um processo sem prever o final. Na época do gover- no Collor todos os trabalhadores foram alertados pela federação so- bre o impacto da reestruturação nas atividades das regionais. Mi- lhares deles ainda sentem o resul- tado causado pelas reformas irres- ponsáveisrealizadas,semlevarem consideração o trabalho trabalha- do de cada ecetista, na época do governo Collor. DHL E CTT/PORTUGAL A reestruturação acompanha os exemplos das empresas DHL e CTT Portugal, o que preocupa a FENTECT, que não é contra a mo- dernização e os novos negócios dos Correios, desde que não afete o negócio principal e a estabilida- de do trabalhador. Mas, a exemplo da empresa alemã citada, a DHL, houve uma estratégia de expan- são de sucesso empresarial, po- rém não mantiveram os direitos dos servidores públicos. Em Por- tugal, também a CTT, pública, lan- çou a CTTEXPRESSO, para traba- lhadores com direitos rebaixados diferenciados. Como o modelo de parceria que será adotado pela CorreiosPar na aquisição e formação de empresa será de 49% para os Correios e 51% para o capital privado, o regime de contratação também será afetado e passa a ser privado. Para a fede- ração, sendo a empresa de capital majoritário privado, perde-se o benefício OJ 247 – Orientação Ju- risprudencial do Tribunal Supe- rior do Trabalho – que determina abertura de processo administra- tivo para demissão. Ou seja, a par- tir da OJ, foi vedada a demissão por motivo fútil do trabalhador. A Fentect acredita, ainda, que com a perda da OJ, os funcionários das novas empresas ficam fragiliza- dos, podendo ser demitidos sem justa causa, além da perda de ou- tros direitos. Toda discussão sobre a reestru- turação, a CorreiosPar e as subsi- diárias se deu sem a presença dos trabalhadores. Apenas uma apre- sentação de 15 minutos foi reali- zada no dia 21 de janeiro de 2015, quando, nada de fato foi relatado. O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, se retirou do local rapi- damente e deixou a reunião sob o comandodaConsultoriaEY.Apos- tura do presidente não surpreen- de, já que, durante os 4 anos que esteve à frente da ECT, não promo- veu diálogo com os trabalhadores, apenas ataques constantes aos di- reitos adquiridos, como no caso do Postal Saúde. Deacordocomcronogramalan- çado durante a apresentação, a im- plementação dos novos programas se dará nos próximos 12 meses. No período de 27 de outubro de 2014 a 3 de abril de 2015, as Fundações de Organização e Transformação; já entre os dias 2 de janeiro a 12 de fevereiro de 2015, se dará a Reor- ganização da Presidência; por vol- ta de 3 de abril a 11 de junho, a Im- plementação do Novo Modelo de Governança; de 12 de junho a 30 de setembro, a Implementação do Núcleo Corporativo de Serviços e a Implementação do Núcleo de Ne- gócios será entre os dias 17 de ju- lho a 2 de novembro. A LUTA CONTINUA A Fentect, em reunião com o re- presentante do Conselho de Admi- nistração da ECT, eleito pelos tra- balhadores, Marcos Cesar, e com a participação do assessor da presi- dência, Otaviano Pereira (COMEG –ComitêdeMelhoriadaGestão),no dia 28 de janeiro, solicitaram expli- caçõessobreoNovoPlanodeRees- truturaçãodaempresaeopapelda CorreiosPar.Deacordocomosdiri- gentesdaECT,oquefoidivulgadoé ainda genérico e está sendo desen- volvido.Segundoeles,Aescolhada ECTé“entrarnabriga”ouencolher diante do mercado. Alegaram, ain- da,queaempresaélídermundialno segmentodeexpresso,com60%de mercado,etodoomovimentoreali- zadoestábaseadomaisnaproteção doquenaagressividade.Relataram, também, que nos casos de Telefo- nia Móvel, Banco Postal, Logística Integrada e Transporte de Carga, o objetivo é criar empregos e com os lucros dessas empresas manter os serviços atuais. Porém, o secretário geral da fe- deração, José Rodrigues dos San- tos Neto, ressalta que não há ne- nhuma trava na defesa dos negó- cios próprios e que a preocupação dos trabalhadores é, na verdade, a privatização dos setores de logís- tica e encomenda, como ocorreu em outros países. Destacou que não adianta investir em moderni- zação se a empresa não dá condi- ções adequadas, bem como mate- rial e instrumentos de trabalho em bons estados. Para ele, é necessá- ria uma mudança na mentalidade da direção da ECT e mais atenção aos problemas pontuais. CALENDÁRIO DE LUTAS O calendário de lutas foi apro- vado na 38ª Plenária Nacional da Fentect, nos dias 20 e 21 de janei- ro, e, em pauta, para o dia 5 de fe- vereiro, a federação promove o Se- minário Nacional contra a Privati- zação, para discutir as mudanças que podem afetar a categoria com as ações da CorreiosPar e o surgi- mento das subsidiárias. O calen- dário inclui, também, agitação nas bases, entre os dias 18 de fevereiro e 3 de março, assembleias de esta- do de greve, no dia 5 de março, e assembleias de deflagração de gre- ve nacional, no dia 17 de março. O assunto é tema de luta para os tra- balhadores dos Correios e deverá permanecer em pauta pela esta- bilidade e segurança no emprego. Trabalhadores protestam contra práticas de trabalho abusivas e ilegais da DHL em todo o mundo na Assembleia Geral Anual da empresa em Frankfurt 5 de fevereiro – Seminário Nacional contra a Privatização, 18 de fevereiro a 3 de março – agitação nas bases 5 de março – assembleias de estado de greve 17 de março – assembleias de deflagração de greve nacional CALENDÁRIODELUTAS Jose Rodrigues e Rogério Ubine, diretores da FENTEC, em reunião com Otaviano Pereira, Coordenador do COMEG - Comitê de Melhoria de Gestão da ECT, acompanhados do conselheiro de administração, Marcos César para aprofundar o entendimento sobre o processo de restruturação da ECT SITEDHL
  • 3. 3 Brasília-DF, fevereiro de 2015 A o finalizar o ano de 2014, os trabalhadores assisti- ram ao ataque do Gover- no Dilma a seus direitos. A presi- denta enviou ao Congresso duas medidas provisórias, a MP 664 e a MP 665, que restringem o aces- so ao seguro desemprego, os be- nefícios previdenciários e direi- tos dos pescadores. Ao mesmo tempo, a Volksvagem, multina- cional alemã, instalada em São Bernado (SP), demitiu 800 tra- balhadores após tentar, sem su- cesso, reduzir os salários de seus funcionários, com o pagamento apenas do abono, em 2015. Após a greve de 11 dias, os tra- balhadores foram readmitidos, porém, o acordo limitou o rea- juste à inflação, sendo, no final, uma pressão da patronal para es- tancar os avanços dos trabalha- dores. Nos Correios, a ECT ata- ca, novamente, com o projeto de restruturação,quereorganizasu- as bases produtivas sem discutir com os trabalhadores, preparan- do a empresa para a privatização. Um projeto que prevê a centra- lização das atividades em Brasí- lia e cria Unidades de Negócios. Também apresenta a Correios- Par, subsidiária dos Correios, que será o braço da empresa na busca de parceiros paras as ati- vidades da ECT. Uma subsidiária com amplos poderes, para cons- tituir empresa, fazer parcerias e coligações. Comprar e vender. Seporumladoogovernoataca ostrabalhadores,demonstrando sua vontade de diminuir direitos para contribuir com o superávit primário, ou seja, para economi- zar e pagar a dívida pública, por outro, o setor de ponta da econo- mia (metalúrgico) ataca os tra- balhadores, deixando claro que os patrões entrarão em uma fase deapertocontraosfuncionários. Nos Correios, segue forte o pro- cessodeprivatizaçãodaECTcom a restruturação. A empresa está dividida, fracionada e com um modelodegovernançapreparado paraomercadodeações,exigido nos processos de IPO (Oferta pú- blicaInicial),nabolsadevalores. Os Correios perseguem o ob- jetivo de ser uma empresa de classe mundial, mas é necessá- rio deixar claro que as empresas de classe mundial não oferecem empregos de qualidade. Mais do que empresa de classe mundial, é desejável uma empresa pú- blica de qualidade, com servi- ços universais e principalmente com empregos estáveis, com di- reitos sociais. É preciso reafirmar que não existe nenhuma trava na preser- vação dos empregos nesses pro- cessos de restruturação dos Cor- reios. Por esse motivo a Fentect foi contra a MP 532 e é contra o novo modelo apresentado. Não há oposição à modernização da ECT, desde que não venha acom- panhada da precarização dos di- reitos e demissões. A luta será longa. O ano de 2015 será de aprofundamento desse modelo, em uma conjun- tura de arroxo por parte dos pa- trões e do governo. É preciso ir às ruas, fazer frente em defesa da empresa e dos empregos dos trabalhadores. EDITORIAL Ação articulada entre governo e patrões sinaliza período de ataques aos direitos FABIORODRIGUESPOZZEBOM/ABR
  • 4. 4 www.fentect.org.br A decisão da direção da ECT de não pagar mais a Reser- va Técnica de Serviço An- terior (RTSA), na casa de R$ 1,5 bi- lhão somado ao déficit de R$ 3 bi- lhões, no plano Benefício Definido Saldado (BDS), está levando o pla- no dos trabalhadores dos Cor- reios à insolvência, não há con- dições de pagar os benefícios contratados. A fim de solucionar o proble- ma, seria necessária a contri- buição extra de 23% sobre o va- lor do beneficio saldado por 15 anos. Ainda, caso tudo no futu- ro dê certo e não haja mais surpresas. E como surpresa é o que não f a l t a n o POSTALIS, já que todos os dias os partici- pantes veem alguma notí- cia nos jornais, sabemos que os riscos desses problemas permanecerem são gran- des. O conselho deliberati- vo tem discutido se aplica o reajuste ou se diminui o bene- fício futuro. De qualquer forma, o fato representa grande perda aos trabalhadores que contribuíram por muitos anos. QUEM PARIU MATEUS QUE O EMBALE Os ecetistas nunca indicaram nenhum diretor para o POSTA- LIS. Sempre, a empresa e o go- verno, de plantão, mandaram e desmandaram na diretoria. Des- sa forma, todo prejuízo causa- do pelos diretores incompeten- tes ou mal intencionados deve ser arcado pelo próprio governo. Não é justo que os trabalhado- res sejam responsabilizados pela ação governamental, que utiliza os cargos do fundo dos trabalha- dores como moeda de troca nas barganhas políticas, em busca de apoio no Congresso. Também o saldamento força- do do plano, em 2008, foi uma decisão unilateral da direção da ECT. No dinheiro das aposenta- dorias dos funcionários, políti- co nenhum deveria meter a mão. Logo, no dia 18 de maço, o pro- testo deverá ser organizado con- tra a falência do plano BDS. Que o governo assuma a dívida. O Informativo da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais - FENTECT SDS, Ed. Venâncio V, Bloco R Loja 60 // 70393-900 // (61) 3323 8810 // Site: www.fentect.org.br // E-mail: fentect@fentect.org.br Informativo de responsabilidade da Diretoria Colegiada: Diretor de Imprensa:James Magalhães de Azevedo Edição: Nathália Borgo 9427 DRT/DF // Imagens: Aquivo Fentect e Internet // Diagramação: Ronaldo Alves RP 5103 DRT-DF EXPEDIENTE POSTALIS – Plano BDS (Benefício Definido Saldado) rumo à falência ELZAFIÚZA/ABR
  • 5. 5 Brasília-DF, fevereiro de 2015 A Fentect, considerada úni- ca entidade de luta e re- sistência dos trabalhado- res dos Correios, debateu em Ple- nária, nos dias 20 e 21 de janeiro, sobre o modelo de negociação do Sistema Nacional de Negociação Permanente (SNNP), que, arbi- trariamente, tem sido desvirtua- do por tentativas de negociações promovidas individualmente en- tre a ECT e os trabalhadores, pas- sando por cima da representativi- dade da federação. O primeiro problema, para a Fentect, consiste na manutenção de acordos com a Findect, não legalmente constituída, com o registro cassado, o que representa atodeimprobidadeadministrativa e descumprimento por parte da própria ECT do Acordo Coletivo. Além disso, desde o final do ano de 2014, a empresa realiza negocia- ções por sindicatos e tem aprofun- dado, cada vez mais, esse tipo de ação. O que, segundo a federação, enfraquece a luta. No estatuto aprovado está pre- vista a assinatura de acordos com 2/3 dos sindicatos filiados e ficou definido que o formato de nego- ciação seja o mesmo da data base, com 6 membros da Fentect e 5 de sindicatos. Dos 29 filiados, é pre- ciso ao menos 20 sindicatos para que sejam autorizadas assinatu- ras e, dessa maneira, as decisões possam valer para todos. Mas, na prática, não tem funcionado as- sim. Quem não assina, termina por não receber. Outra definição cobrada pela federação é que as pautas e calen- dários de negociação sejam defi- nidos em aprovação com a repre- sentação dos trabalhadores e que todas as despesas de viagens e es- tadias,paragarantiraparticipação dos membros do comando, sejam custeadas pelas entidades. A em- presa, na visão da Fentect, não de- ve pagar por esses custos a fim de evitar vícios nos sindicatos. De acordo com a Fentect, essa estratégia serve apenas para en- viar uma série de problemas à ca- tegoria, como a respeito da subs- tituição gradativa de mão de obra terceirizada por contrato de traba- lho por tempo determinado, nos termos da Lei 9.601/98, que cons- ta na Cláusula 22, do Acordo Co- letivo de Trabalho 2014-2015. Para a federação é o assunto é indiscu- tível, pois, é inviável a criação de uma nova categoria nos Correios, onde não haverá compromisso por parte do trabalhador temporário, também, a insegurança nos servi- dores de carreira. No 32º Conrep, em 2014, foi ex- tinta a participação dos trabalha- dores na Mesa Nacional de Nego- ciação, quando a ECT iniciou o processo de negociação por sindi- catos. Mesmo com o novo formato, a empresa não aceitou as condicio- nantes da Fentect e continuou a fe- char acordos nos mesmos moldes. A Fentect exige que haja res- peito aos fóruns da entidade, ao quórum e ao formato de nego- ciação. É necessário, de acordo com o comando da federação, que qualquer decisão da mesa seja re- passada a todo Brasil. Assim, será mais democrático e transparente o processo de criação e implanta- ção dos projetos da ECT, além de minimizar os prejuízos causados aos trabalhadores. SNNP – Uma estratégia para dividir a categoria com acordos por sindicato ECT COMETE ATO DE IMPROBIDADE AO DEIXAR A FEDERAÇÃO DE FORA DAS DECISÕES QUE DEVERIAM SER TOMADAS A NÍVEL NACIONAL Procissão em homenagem ao dia dos carteiros, organizada pelo Sincotelba, realizada... ...no dia 31 de janeiro de 2015. Encerrou-se com uma missa na Igreja do Senhor do Bomfim e tem 105 anos de história e tradição.
  • 6. 6 www.fentect.org.br Participação nos Lucros – Um caso de ação anti-sindical e desrespeito com os trabalhadores N o final de novembro de 2014, foi assinado acordo com alguns sindicatos li- gados à Findect, federação não le- galmente constituída, que deveria ser realizado a nível nacional, para todos os trabalhadores. Foi deter- minado o pagamento de, no máxi- mo, R$ 620,00 reais, por três anos. Com a decisão, houve forte pres- são das bases nos sindicatos que notaram a quebrada da isonomia. Onde não foi aceita a assinatura do acordo, os trabalhadores rece- beram R$ 220,00 reais. Ação teve respaldo do Ministro do Tribunal Superior Trabalho, Ives Gandra. Em dezembro, o Conselho de Administração da ECT humilhou a categoria com a aprovação do pagamento da gratificação, a títu- lo de PLR, de até 150% sobre os sa- lários dos dirigentes da empresa, que podem receber até R$ 60 mil, como no caso do presidente, con- siderado absurdo e repudiado pe- la Fentect. Em mais um ato de improbida- de, a empresa ainda criou o ter- mo de acordo individual, repas- sado pelas chefias nos setores de trabalho. Dessa maneira, além de passar por cima da Fentect, ao fe- char acordo com a federação ile- gal e acordos por sindicatos, come- çou a aplicar o termo por trabalha- dor, atacando a livre organização sindical. Por esses motivos, a Fentect ingressou com uma denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT), que acatou a denúncia e a transformou em inquérito civil - IC 002223.2014.10.000-0 – para apurar a quebra da isonomia e a prática anti-sindical, em Brasí- lia. Também, a federação ingres- sou com o pedido de anulação do acordo ilegal, assinado por sindi- catos que não detém legitimidade para fazer acordos de âmbito na- cional, com uma empresa de todo o Brasil, como a ECT. Somente a Fentect tem autori- zação para fechar acordos nacio- nais. A AÇÃO ANULATÓRIA n TS- T-AACC-28758-76.2014.5.00.0000 teve sua liminar negada. A federa- ção aguarda a audiência de conci- liação e instrução. AECTingressoucontra  Fentect o Dissidio de Extensão (DC TST- 956-69.2015.5.00.0000)pedindoque os efeitos do acordo “ilegal” sejam estendidos a todos os trabalhado- res. A audiência de instrução está marcada para o dia 06 de feverei- ro.Duranteoprimeirosemestre,o casodaPLRteráandamentoeaFe- deração segue firme da defesa dos direitos, com o encaminhamento da discussão a todas as instâncias.
  • 7. 7 Brasília-DF, fevereiro de 2015 E m 2007, o então Presidente Lula vetou integralmente o Projeto de Lei nº 7.362/06, que alterava o artigo 193 da Conso- lidação das Leis do Trabalho (CLT) eque concederiaadicionalde peri- culosidade aos carteiros. Segundo entendimento conjunto do Presi- dente com o Ministério do Plane- jamento e da Justiça, o texto po- deria criar controvérsias judiciais, além de acarretar problemas. Ain- da,porserdirigidoexclusivamente aos trabalhadores dessa categoria, geraria normas distintas da aplicá- vel às empresas privadas. Na ocasião, foi garantido aos ecetistas que providências seriam tomadas para que a categoria não ficasse desamparada com o veto da lei e pudesse receber algum re- torno com o mesmo benefício. Foi, então, instituído o Abono Emer- gencial, a partir de novembro de 2007, que o governo ainda tentou retirar. Porém, com a realização de duas greves, ficou garantido e mantido o acordado 30% para to- dos os carteiros do Brasil. O Abono Emergencial foi trans- formado em Adicional de Ativida- dedeDistribuiçãoeColeta(AADC) e adequado no PCCS/2008. Direi- to suprimido dos cerca de 12.000 carteiros motociclista pela ECT, a partir do mês de novembro de 2014, que avalia a Lei N 12.997/2014, sancionado pela Presidente Dilma Rousseff, como de mesma nature- za do AADC. A lei, conhecida também como Lei do Motoboy, garante 30% pa- ra todos trabalhadores em moto- cicleta por conta do alto risco do trânsito. Na avaliação da Fentect, os 30% do AADC foram constituí- dos para todos os carteiros devido às adversidades que os funcioná- rios enfrentam no dia a dia, como o clima, cachorros, assaltos, clien- tes mal humorados e, também, o próprio trânsito. Após a aprovação da Lei e re- gulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego (MET), a Fe- deração protocolou duas cartas cobrando o cumprimento dos pa- gamentos devidos, mas a resposta se deu em forma de Dissídio Jurí- dico, pela ECT, após o Sintect/MS entrar com pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho, do estado.Naação,aECTpedeautori- zação para pagar aos carteiros mo- tociclistas somente o Adicional da Lei, excluindo o AADC, bem como, julgar incompetentes todos os Tri- bunais Regionais. Jáhouveduasaudiênciasdeten- tativa de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas não há entendimento por parte da empresaedoministroIvesGandra quanto à proposta. Com muita in- sistência, o ministro convenceu a ECT a levar para apreciação da di- reção as seguintes determinações: a) Pagar a periculosidade con- forme a lei 12.997/14, b) Manter o pagamento do  AADC, c) Reduzir, em média, 50% do valor do adicional do valor da gratificação de função motorizada. Com isso, o carteiro que ga- nha R$ 500 reais de adicional, por exemplo, terá descontada da gratificação de função R$ 250,00, o que significa, na prática, que muitos carteiros motociclistas terão suas gratificações de fun- ção extintas. No dia 04 de março será reali- zada nova audiência de concilia- ção e instrução, caso a empresa responda positivamente antes da data. A proposta será submetida às bases para consulta, através de assembleias, para que haja um po- sicionamento na próxima audiên- cia. Caso contrário, o dissídio se- gue para julgamento em data a ser marcada. A  Fentect alerta para que a mo- bilização continue e cada carteiro motociclista exija o pagamento de- vido dos dois adicionais, para que as funções continuem sendo exer- cidas com respaldo e valorização.​ ECT retira AADC dos carteiros motociclistas EMPRESA SUPRIME AADC PARA PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E ALEGA QUE SÃO BENEFÍCIOS DE NATUREZA SIMILARES
  • 8. 8 www.fentect.org.br S uspensão de atendimentos médicos, laboratórios, den- tistas, entre outros, creden- ciados. Procedimentos, como ser- viços de próteses, cirurgias, além da demora na autorização de guias para internações e negativas de Home Care (atendimento em ca- sa). Esse é o resultado proporcio- nado pela mudança no plano que garante o direito social constitu- cional dos ecetistas, a saúde. Com o final da autogestão do Correios Saúde e o lançamento da caixa de assistência de direito privado, o Postal Saúde, quem mais sofre é o trabalhador. A situação se agrava com o não pagamento às instituições forne- cedoras que procuram e denun- ciam aos sindicatos. Há suspen- são, cancelamento e demora na autorização de procedimentos de atendimentos por todo o País. Os procedimentos anteriormen- te aprovados têm sido negados ou postergados, constantemente, aos funcionários da ECT. Como, por exemplo, no caso do carteiro de 53 anos, da DR/PI, que, durante a en- trega, passou mal, levado às pres- sas a capital, Teresina, quando, ao ser constatado um tumor na cabe- ça, precisou de uma cirurgia ur- gente, mas teve que aguardar cin- co dias para aprovação da mesma. Apósaautorização,omédicoqueo atendia alegou que eram necessá- rios determinados materiais, que demoraram mais quatro dias pa- ra serem autorizados. Com isso, o trabalhador precisou de nove dias para que o procedimento fosse re- alizado, conforme relatou o secre- tário-geral da Fentect, José Rodri- gues dos Santos Neto. Mesmo com a greve de janeiro de 2014, de 43 dias, nada foi solu- cionado.Aempresaalegaqueofim da autogestão foi devido aos gastos acima do valor de mercado. Com a rigorosidade cobrada na reno- vação de contratos e a demora no processo, clínicas e hospitais aca- bam sem receber. A Fentect cobra para que os tra- balhadores tenham o antigo pla- no de saúde de volta e não sejam mais tratados como animais, se- gundo informado pelo dirigente da federação, Rogério Ubine, até mesmo nos exames periódicos. Vans levam às regiões empresas contratadas para realizar exames de sangue e vista. Empresas con- tratadas sem condições materiais, da maneira mais básica possível, colocandoostrabalhadoresamon- toados como gados. A federação luta pelo retorno da autogestão e confirma a posi- ção de que a ECT mexeu em ativi- dades que estavam funcionando e as transformaram em um plano fa- lido. Foi prometido um plano mo- derno, como, por exemplo, uma carteirinha magnética para cada trabalhador, porém, há apenas o sucateamento da saúde. PROCESSOS O Postal Saúde foi lançado em abril de 2013 contra a vontade dos ecetistas. A partir disso, a FEN- TECT entrou com processo judi- cial, adiado oito vezes, para bar- rar o novo modelo de gestão da ECT, até que, em outubro de 2014, a 6ª Vara do Trabalho do Tribu- nal Regional do Trabalho – 10ª Região indeferiu o processo nº 01113-2013-006-10-00-9. Para burocratizar a demanda dos trabalhadores, o Tribunal Su- perior do Trabalho (TST) propôs a criação de uma comissão paritária paradiscutirosproblemasdonovo plano, com dois membros do co- mando da Fentect, dois membros da Findect e quatro da direção da ECTedopróprioPostalSaúde,com o objetivo de resolver problemas localizados. Porém, a preocupa- ção da federação é quanto ao mo- delo privatizado do Postal Saúde, que reduz os custos à degradação da saúde do trabalhador. A suspensão do plano também é pauta para a greve do dia 18 de março, mobilização que convoca todos os ecetistas para que recla- mem pela volta da autogestão do plano dos Correios e a facilitação do acesso à saúde. Direção da ECT promove o sucateamento da saúde do trabalhador ecetista FENTECTPERSISTENALUTACONTRA OPOSTALSAÚDEEMOBILIZAOS TRABALHADORESPARAINDICATIVO DEGREVE,EM18DEMARÇO