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Baixar para ler offline
Apresentação
Gleiner de Oliveira Costa
Prefácio
Izabelle Valladares
Posfácio
Paulo Garnier dos Anjos Almeida
«»«»
Capa pelo autor com recursos
de formatação disponibilizados
em programa “freeware”.
«»«»
Livro editado sem fins lucrativos.
«»«»
Figuras obtidas na internet e formatadas
em programa “freeware”.
«»«»
Revisão
José Américo Lima Cerqueira
Membro da Loja Cayrú 762 – GOB-RJ
«»«»
Diagramação
Eliana Lopes
INTERPRETAÇÃO DO EX-LIBRIS
[Do lat. ex libris, ‘dos livros de’.] S. m. 2 n.
1. Fórmula que se inscreve nos livros, acompanhada
do nome, das iniciais ou de outro sinal pessoal, para marcar
possessão.
2. Pequena estampa, ger. alegórica, que contém ou não
divisa, e vem sempre acompanhada do próprio termo ex li-
bris e do nome do possuidor, a qual se cola na contracapa ou
em folha preliminar do livro.
INTERPRETAÇÃO:
Âncora - emblema de uma esperança bem fundamen-
tada e de uma vida bem empregada.
Ampulheta - o tempo que voa e vida humana que se es-
coa, semelhante, ao cair da areia.
Pensador - cada ser humano com sua individualidade
física ou espiritual, portador de qualidades que se atribuem
exclusivamente à espécie humana, quais sejam, a racionali-
dade, a consciência de si, a capacidade de agir conforme fins
determinados e o discernimento de valores.
Livro com os óculos - no passado, no presente ou no
futuro nunca esteve só quem teve um bom livro para ler e
boas idéias sobre as quais meditar.
A expressão latina “PRIMUM VIVERE, DEINDE PHILOSO-
PHARI” - Primeiro viver, depois filosofar. Na certeza de que
a vida é expansão... se quiser triunfar aplique-se à sua vo-
cação... na grande escola da vida trabalhe com firmeza para
ousar ter uma velhice “cor de rosa...”.
Apresentação
Quando recebi o convite para apresentar o livro Jorna-
da Em Retalhos – Crônicas, Aldravias e Poesias de Elvandro
de Azevedo Burity, pensei que seria fácil, pois sou seu Ir-
mão e Amigo há mais de 20 anos, essa convivência me daria
uma certa tranquilidade. Logo percebi que a imparcialidade
seria uma barreira a ser vencida. Minha fala estaria cheia
de subjetividades. Afinal, o Burity comumente chamado por
seus Irmãos e Amigos, é referência em nossa Instituição.
Honesto, ético, amigo, responsável, sempre cultuou bons
hábitos. Como escritor, obstinado Elvandro Burity ama o
que faz e por isso faz bem feito, com maestria. Respira e
transpira literatura. Na maioria das vezes, se a conversa
não for sobre livros, silencia. Para não se isolar do mundo,
então, transforma tudo ao seu redor em arte, num proces-
so de lapidação das impressões do meio exterior, impri-
mindo-lhe os sentimentos pessoais, através do seu estilo
e criação. Na verdade, briga com as próprias escolhas, en-
tre o feijão e o sonho, busca o equilíbrio. Sobreviveu como
membro de nossa Gloriosa Marinha do Brasil e sua terapia
ocupacional é como escritor.
Todo escritor enfrenta pelo menos três problemas:
escrever, publicar e ser lido. Escrever não é fácil, pois mui-
tas vezes as palavras são frutos do sofrimento, marca ine-
vitável da personalidade do artista. Não importa, por mais
que se esquive, não consegue libertar-se totalmente do seu
mundo conflitual.
Todo esse processo é um trabalho árduo, onde o suces-
so e o fracasso andam de mãos dadas. Escrever é, primei-
ramente, vencer a si mesmo, sem medo, resignado e apto a
transferir os conflitos pessoais às personagens.
O segundo grande problema enfrentado pelo escritor
é uma missão quase impossível no Brasil, publicar um li-
vro. Não por falta de editores, mas por falta de leitores. Os
custos da publicação e distribuição de um livro são extre-
mamente altos e apenas uma pequena parcela da popula-
ção possui renda para comprá-los com regularidade e uma
parcela menor ainda possui o hábito da leitura. Parte dessa
falta de hábito é cultural. Muitas escolas não incentivam a
leitura, obrigam os alunos a ler apenas determinados livros,
quando não resumos, para que possam ser aprovados em
determinados exames.
O terceiro problema que o escritor tem que enfrentar
é como fazer para ser lido. Talvez o maior medo do autor,
em todos os tempos, é lidar com a ausência de leitores, prin-
cipalmente, se for poesia. É na criação verbal que reside a
genialidade. Não pode ser hermética. Encurtar a distância é
que possibilita a realização completa do escritor, pois não
basta escrever, é preciso ser lido.
Elvandro de Azevedo Burity soube enfrentar os três
problemas. Venceu os três desafios e outros mais impostos
ao escritor. Saiu de um ambiente inóspito, Baixada Flumi-
nense. Era para dar errado, mas não deu. Nunca deixou de
escrever, publicar e ser lido. Aos 80 anos de idade, com mui-
tos livros publicados e esgotados, em sua grande maioria,
tem fôlego para muito mais. Incansável, divulga suas obras
na internet através do blog que idealizou e criou em http://
elvandroburity.blogspot.com e os lançamentos têm como
pano de fundo uma campanha filantrópica.
Gostaria de encerrar esta apresentação dizendo para
aqueles que não são escritores ou que queiram apenas ser
leitores, não se intimidem com as impressões dos doutos,
apenas inspirem-se. Façam uma leitura atenta, analise os
detalhes, demorando-se em cada palavra, saboreando lenta-
mente o poema e por fim o livro. Não precisa procurar o que
está portrás do texto, basta aquilo que está nele, que faz dele
o que ele é. Então, será o despertar e a essência se mostrará.
O livro surge com uma excelente apresentação gráfica.
Nacapa,encontramosumailustração,diriaeu,combinamuito
bem com as Crônicas, Aldravias e Poesias de Elvandro Burity.
Após este excelente primeiro contato, damos início à leitura e
deparamo-nos com uma imagem deveras. O sujeito poético,
desde logo, traça de certo modo um autorretrato em ação, de
alguém que vê o amor como um estado de quase loucura em
que o perigo e o risco são uma presença constante.
Ao nívelformal, podemos observar uma certa diversida-
de: o poeta escritor combina de forma extremamente hábil o
poema livre com algumas das estruturas clássicas. As Crôni-
cas, Aldravias e Poesias de Elvandro Burity tendem a ser bre-
ves, incisivos e com imagens que sugerem mais do que dizem.
A temática dominante é o amor, em suas múltiplas ver-
tentes, mas com uma certa tônica na sensualidade, nos en-
contros e desencontros. O sujeito poético evoca o etérico e di-
rige-se aos sentimentos mais puros. E encontramos também
uma série de expressões e termos emprestados da vivência
poética do poeta escritor. Deixemos que nossas mentes e cor-
pos naveguem nessa obra intitulada Jornada Em Retalhos.
Gleiner de Oliveira Costa
Membro da Loja Cayrú 762 – GOB-RJ
Prefácio
No Livro “A Grande Aventura Masculina”, o autor John
Eldredge, traça as notas que levam o homem, desde sua
infância a percorrer um caminho de sabedoria frente aos
desafios da vida. No livro “Jornada em Retalhos”, o autor
Elvandro Burity, mostra em trechos de seu legado literá-
rio, tudo que envolve suas quase oito décadas vividas e sua
aventura masculina.
O caminho traçado pelo amor a literatura, o otimismo
frente às batalhas cotidianas e a forma tranquila de viver e
amar com uma força concentrada e profunda. Eu costumo
dizer que toda vida dá um livro, nas mãos de quem sabe
escrever.
Em “Jornada em Retalhos”, o autor expressa através
de crônicas, aldravias e poesias várias fases de sua vida,
torcendo com uma colcha de Patchwork momentos singu-
lares onde se aplica a Fraternidade e o Otimismo frente à
vida. Um livro que reflete experiência e sabedoria em apro-
veitar todas as épocas da vida.
Satisfeita com o convite do Prefácio desta obra que
certamente transmitirá aos leitores que para saber viver,
primeiro deve-se aprender a viver.
Izabelle Valladares
Escritora, neta do historiador baiano José Vallarares
Homenagem Póstuma Especial
Tem coisas que vivemos e não conseguimos esquecer
e pessoas que mesmo morrendo não deixamos de lembrar.
Aos meus pais
Zelia de Azevedo Burity e Aldrovandro Burity
por terem proporcionado a oportunidade que eu viesse
cumprir meu ciclo existencial.
Saudades!!!
“A vida é curta mas as emoções que podemos
deixar duram uma eternidade.”
(Clarice Lispector)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
11
Palavras Iniciais
“Jornada em Retalhos” é um punhado de Crônicas Al-
dravias e Poesias de minha autoria. Um livro com o objetivo
de comemorar a minha chegada ao estágio de “octogenário”
e marcar os “cinquenta anos” de atividade ininterrupta em
uma Ordem Iniciática. Trata-se de um caminhar real. E aqui,
aproveito para transcrever as palavras de Carlos Drumond
de Andrade:
“Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou
escritor. Sou uma pessoas que gosta de escrever, que exter-
na algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos,
que os projeta no papel, fazendo uma espécie de psicanálise
dos pobres, sem divã, sem nada...”
Quem me conhece sabe que não fui “mordido pela mos-
ca azul”, razão pela qual agradeço a Deus pelo fato de que
o “poder temporário”, por algumas vezes, tido em minhas
mãos, não ter subido à minha cabeça.
Metas... Alcancei... Caminhos... Busquei...
Desafios... Enfrentei... Sonhos... Realizei...
Nunca soube onde a vida me levaria.. Tantas foram
as mutações, tropeços, reviravoltas e acontecimentos... As
adversidades, me tornaram mais forte – não me mataram
- fizeram-me entender a representatividade daqueles mo-
mentos de “resgate” que inseridos estavam entre aquele
presente e um infinito porvir.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
12
Abrindo o coração e olhando para dentro de mim: - Vejo
que vive um “bruxo” que ama a Deus, um “cigano” e um “me-
nino travesso”. Em todos um espírito de amor em várias ver-
tentes e caminhos se cruzam.
Quando usei o livre-arbítrio para seguir meus cami-
nhos e não os intuidos por Deus, geralmente, tropeçei no
meio do caminho.
Quando comecei a crer em um “Poder Superior”, os
altos e baixos ficaram mais palatáveis. Hoje, mais do que
ontem, procuro dar tempo ao tempo para curar todas as
“feridas” e aplacar as “cicatrizes” e, assim, distinguir o bem
do mal e manter a Fé e a Esperança, atributos positivos de
um ser humano.
O tempo de Deus tem seus mistérios... Aprendo todos
os dias, esforço-me em controlar meus excessos, a aperfei-
çoar meus dons e o mais importante para mim: trabalhar em
favor do bem comum.
Na jornada encontrei vários tipos de pessoas: as que
me ensinaram, incentivaram e apoiaram, as que duvidaram
de mim, as que me prejudicaram, as que me magoaram, as
que, severamente, me repreenderam – com todas aprendi a
lição mais importante da minha vida:
- Que tipo de pessoa eu deveria ser.
Ziguezagueando, recordando o vaivém de emoções,
entre meus erros, falhas, pecados e dúvidas, escutei vozes
reticentes, falsas, verdadeiras e enganadoras.
Os livros, por mim publicados, me conduziram a prê-
mios, homenagens e tantas outras coisas que fazem parte
da “jornada em retalhos” do meu caminhar acadêmico e
literário.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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Um falecido amigo disse:
- “Ninguém consegue dar um passo além da mediocri-
dade sem que lhe venham pedradas à nuca.”
Portanto, não me surpreendo alguém dizer que sou
“megalomaníaco” e “narcisista”. Não sobreponho o TER ao
SER - ser amigo, ser atencioso, ser amado, ser caridoso, ser
gentil, ser justo e bom. Podem achar o que quiserem, isso
não mudará o que sou... Sou o que sou. Não sofro da síndro-
me da “inveja” – que afeta alguns seres humanos, um senti-
mento de inferioridade e de desgosto diante da felicidade do
outro. Em verdade, a inveja sintetiza o sentimento de cobiçar
a riqueza, o brilho e a prosperidade alheia.
Leremos em Provérbios 27-4:
“O ódio é cruel e destruidor, mas a inveja é ainda pior.”
Nas palavras de Aristóteles, filósofo grego:
“Só existe uma forma de evitar a crítica:
não fale nada, não faça nada e não seja nada.”
Quiseram as forças positivas permitir - ter meu nome
incluído verbete na Wikipédia (Enciclopédia livre).
Dizem que se leva um minuto para conhecer uma pes-
soa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la e
mais do que uma vida inteira para esquecê-la. Nesta linha de
raciocínio, movido pelo sentimento de eterna gratidão e sem
mencionarnomes, agradeço atodos os companheiros do orbe
terrestre: – passados e presentes, inclusive, aos “contrários”.
Ninguém é obrigado a gostar de alguém, mesmo que
o outro tenha “focinho de porco e/ou nariz de tamanduá.” A
aparência não determinará tratar-se de uma pessoa ruim,
desinteressante, desprovida de princípios, valores ou sem
senso de justiça e de moral. Não julgue ninguém pela enga-
nosa aparência... Existe uma coisa que se chama: “respeito .“
“Seja diferente. Não derrube, ajude a levantar.”
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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Sem pretensão literária faço do escrever a minha tera-
pia ocupacional. Esforço-me em aprender os primeiros acor-
des no meu teclado Yamaha – não está fácil.
Tenho uma longa história de vida... Não sou exemplo
para ninguém... Tenho o direito de falar da minha vida, outras
pessoas não têm. Entendo que podem pensar. Não me con-
sidero sortudo e nem azarado. Considero-me abençoado por
Deus, tenho uma condição financeira que não é ruim, nunca
passei fome e tenho uma casa para morar.
Oitenta anos de vida... Aprendi que a felicidade não é
um “status”. É um estado de liberdade íntima que propociona
o encantamento no viver.
Não tenho o hábito de puxar o tapete de ninguém. Cá
para nós é muito triste assistir algumas pessoas na tenta-
tiva de “ter um lugar ao sol” ou no afã de “querer” – para
manchar a reputação alheia pegar na lama e emporcalhar as
suas próprias mãos. Os meios não justificam os fins.
Acima de tudo, agradeço a Deus pela família que ao
meu redor orbita constituída de variados graus de parentes-
co. Agradeço pelo que tenho e sou, por estar vivo - acordado
– energizado. Agradeço pela “família nuclear” – meu porto
seguro - na qual estou inserido (a minha mulher Daise e a
filha Elda) sempre ao meu lado apoiando e incentivando.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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Obrigado meu Deus por permitir estar com elas!
Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei:
- Quantos anos tens?
– Oito ou dez, respondeu Galileo, em evidente contradi-
ção com sua barba branca. E logo explicou:
“Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida,
porque os já vividos não os tenho mais.”
Neste livro, entrelançando memórias... Sem saudosis-
mo curto o passado... Agradecido a Deus vivo o presente.
Mesmo tendo como companheiro o medo de errar, deploran-
do brutalidades e ingratidões, ouso mudar alguns hábitos.
Procuro não envilecer o meu tempo com gestos, atitudes ou
ações aleives... Sinto-me mais jovem do que nunca... mais
moderno... Procuro não perder a certeza que o movimento
da roda do destino é lento e cambaleante, mas capaz de fa-
zer a vida girar.
Temente a Deus - entendo que nem tudo foi da maneira
que eu quis... Cá estou com FÉ encarando a vida e os desafios.
Vivemos tempos inundados pela competividade... ra-
dicalismo... intolerância... Tempos em que muitas pessoas
usam a libertinagem como liberdade. Há três coisas na vida
que nunca voltam atrás:
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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a flecha lançada, a palavra pronunciada
e a oportunidade perdida.
Comparo a minha vida a um “eco”, se não gosto daquilo
que recebo, analiso o que estou a emitir.
No jogo de xadrez, ao final, o “peão” e “rei” são guarda-
dos na mesma caixa. Assim, também, é a vida quando des-
cemos ao túmulo o rico depõe a sua opulência e o pobre a
sua miséria. Por isso que os efeitos e as consequências de
nossos atos e palavras são eternos.
Cá estou completando
Entendo como relevante que cada um tenha a idade do
seu coração em Experiência e Fé.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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SOU UM LIBRIANO
26/9/1940 26/09/2020
“Há uma primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida.”
Zina Bellodi (Global Editora)
Nas palavras de Adélia Prado (professora, poetisa, fi-
lósofa e contista brasileira): “Erótica é a alma” - A frase é
redentora, alivia o peso da sensualidade a qualquer custo e
a busca desenfreada pela juventude perdida... Nesta frase
minha alma se diverte, se perdoa, ri de si mesma e faz as
pazes com sua história. Sinto-me capaz de despir-me dos
preconceitos, intolerâncias e desafetos.
Para mim, completar 80 anos não é ter, unicamente,
a oportunidade de festejar a vida com mais intensidade. É
muito mais...
Palavras de Vinicius de Moraes (poeta, dramaturgo,
jornalista, cantor e compositor):
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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“Outros que contem... Passo por passo... Eu morro on-
tem... Nasço amanhã... Ando onde há espaço... Meu tempo é
quando...”
Um “octogenário” sem a “observação crítica e partici-
pante” é como um “rio seco”, não serve para nada. Um “oc-
togenário” não deve se culpar pelas marcas deixadas pelo
tempo... É irreversível... Há de aceitar com bom humor os
vínculos ao redor dos olhos e o código de barras acima dos
lábios. O ser humano não é simplesmente um “ser material”,
tem algo de “espiritual” e sem fanatismo é conduzido a con-
templar a natureza de Deus. Nada mais correto e justo do
que aqui e agora, adejar tal qual as borboletas, em ato de
sincera contrição, asseverar:
“OSenhorémeuPastor,nadamefaltará.”- Salmo23:1
Independente das lutas pela sobrevivência de cada
dia. Que eu possa ir além das aparências. Que eu me sinta
livre como uma folha ao sabor dos ventos:
Valorizando a vida!!!
Valorizando as pessoas!!!
Fazendo a dieta da alegria:
Um sorriso a cada manhã e um agradecimento ao fi-
nal do dia.
«»«»
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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Não importa o quanto se combata o bom combate.
Tentar já é vencer.
A ação gera continuação...
A vitória tem muitas faces...
«»«»
“Caminhante, não há há caminho, o caminho se faz ao caminhar.”
(Antonio Machado, poeta espanhol.)
«»«»
Tornar-se Membro de uma Ordem Iniciática não é sinô-
nimo de perfeição, santificação ou ter encontrado a chave
do sucesso... Lembremos de que Deus tem muitas formas e
nomes, mas sempre será Deus.
Vivemos em um país laico... Portanto, adore a Deus da
maneira que quiseres, mas fale de Deus e com o seu Deus.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias
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COLUNAS
Eretas e intactas
Colunas simbólicas...
Com castiçal de romãs
Adornam a entrada...
Com passos firmes
Ao Templo adentrei...
Aos vícios masmorras cavei.
Colunas simbólicas...
Representam
A força! A beleza!
Para desfrutar de vida plena...
Passei por aquele portal...
Adquiri conhecimentos...
Colunas da ciência e virtudes...
Colunas do amor e progresso...
“IGNE NATURARENOVATUR INTEGRA”
(O fogo renova a Naturea inteira.)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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“A Sabedoria e o Conhecimento não são exclusividade
de ninguém, nem tampouco de qualquer segmento
social. Por mais que a tecnologia se imponha
na investigação e na pesquisa, nada substituirá o poder de
observação. E aplicá-los nos mais simples detalhes da vida,
nos proporciona a possibilidade de auferirmos conclusões
impulsionadoras de progresso e mesmo de reafirmação de
paradigmas já estabelecidos.”
Claudio Amaral – Loja Brasil 953 – GOB-RJ
«»«»
“A vida não tem uma cor só, nem o poema um só leitor;
cada página tem o seu momento.”
Decimus Magnus Ausonius (cerca de 310-395), poeta
latino da Gália.
«»«»
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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“Nada existe, fora de Deus, que constrinja a misericordiosa
eleição de uma pessoa. Ele escolhe livremente, independen-
temente ou incondicionalmente de
qualquer condição em nós.”
«»«»
Cada ser humano tem suas problemáticas...
Se sentindo pequeno?
Não esqueça!!! Existe alguém Maior te protegendo: Deus.
«»«»
Tudo é força!
Deus é poder!
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
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Em minh’alma mendiga
Meus escritos são cantigas...
De amor, de paz, de acalento e de alerta.
Os problemas devem ser enfrentados e vencidos...
Depois sem revoltas ou ressentimentos, mantenhamos
acesa a luz da esperança. Façamos investidas em novas
propostas para que possamos, neste mundo mais tecnológico
do que humanista, sermos dignos de exclamarmos:
Perseverei! Venci!
«»«»
Jornada em Retalhos
Passos previstos e imprevistos...
Que levam as minhas crônicas, aldravias e poesias
além dos horizontes...
São rabiscos... Muitas vezes sem nexo...
Agradecido a Deus, ao meu jeito ser feliz...
Com Fé sigo o meu caminho...
“VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT.”
(As palavras voam, mas permanecem quando escritas.)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
24
Crônicas
A crônica não tem fronteiras, nem barreiras, mas sem-
pre apresenta obstáculos, que devem ser ultrapassados
com garra e determinação.
A crônica tem vida, tem nome e tem corpo. Nela muitas
vezes a sátira, a ironia e a linguagem coloquial demonstram
a exposição de sentimentos e reflexões. Digamos que a crô-
nica transforma, liberta e faz pensamentos voarem...
Que persistamos em ser uma verdadeira usina de pro-
cessamento de ideias úteis à humanidade.
Que enquanto esperamos o “grande acontecimento”
permaneçam a Inteligência Superior, a Bondade e a Justiça.
Que em nossas famílias germinem a luz do respeito, do
diálogo e do perdão.
Que não esqueçamos: a perseverança pode nos levar à
vitória, o desânimo jamais.
«»«»
Que o nosso físico esteja em Paz!
Que o nosso mental esteja em Paz!
Que o nosso espiritual reflita a Paz!
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias
25
Fraternidade
No mundo moderno somos levados ao “isolar-se” com
umas poucas pessoa, quer sejam ou não do nosso convívio.
Vivemos fechados com medo do nosso “semelhante”. Sabe-
mos que todos vieram ao mundo da mesma forma, indepen-
dente de raça ou cor da pele. O que faz a diferença? A “rea-
lidade de cada um”. Infelizmente, o ser humano é o lobo do
próprio ser humano.
Chegamos a um ponto tal que confiar em alguém, ser
solidário, ser honesto, tornou-se algo fora dos padrões.
Somos todos iguais? Claro que não. As diferenças en-
gendradas pelo “bicho ser humano” separam pessoas e pa-
vimentam um fértil terreno para que pessoas sejam avalia-
das pelos bens possuídos ou pela posição social.
A realidade atual? Algumas vezes, ao se aproximar do
semelhante, pessoas há que estão interessadas no quanto
podem dele tirar.
Criado à moda antiga, década de 1940-1955, tenho cons-
ciência que os tempos são outros... Não é de bondade absolu-
ta, nem de perfeição completa, mas, sim de macrocosmo em
que o ser humano não mais possui a capacidade de ajudar a
criar, a desenvolver um mundo melhor para todos. Em sínte-
se,vivemos num mundo hipócrita revestido de egoísmo.
Fraternidadelaçodeuniãoentreossereshumanos–an-
corada no respeito pela dignidade e na igualdade de direitos
entre todos, hoje é um valor tido como “dom” de alto preço.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
26
No mundo moderno somos levados ao “isolar-se”.
Aprendemos que verbo é a classe gramatical que indica
uma ação. Portanto, o verbo tem presente, pretérito e futuro
que delimitam o tempo. Somos hoje aquilo que ontem fize-
mos e amanhã seremos aquilo que hoje fizermos...
É inegável que fomos criados para sermos felizes. Con-
tudo a natureza humana, em determinadas ocasiões, impe-
de e rejeita que sejamos felizes.
Os nossos pensamentos contêm pelo menos sete ver-
bos, vejamos:
ANDAR – nos coloca em movimento.
OUVIR – nos conduz a escutar o bom.
VER – nos conduz a enxergar além das enganosas
aparências.
VENCER – nos faz reunir forças para ultrapassar
obstáculos.
TRABALHAR – nos lembra que não devemos
apenas pelo dinheiro.
TOLERAR – nos recorda de conceder indulgência
em nossos julgamentos.
Entre estranhamentos, ignorâncias, passividades e de-
satenções assim caminha a humanidade.
A conjugação correta de determinados verbos nos habili-
ta sermos bons agentes no mundo das relações interpessoais.
«»«»
Quando chegarmos ao entendimento do valor holístico
de certos verbos e a sua influência em nossas vidas, passaremos
a enxergar tudo que nos cerca sob um prisma menos estreito.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
27
Por várias vezes, escutamos: “fazer o bem sem ver a
quem”. Mas quantos de nós paramos para pensar o signifi-
cado de tal frase? Se olharmos um pouco melhor essa rea-
lidade, entenderemos quem é o ser humano e porque ele se
realiza quando ama aos demais, sem se importar quem é o
outro e sem esperar nada em troca.
Sem esgotar a realidade, a nossa semelhança com
Deus consiste em poder amar o próximo como Ele nos ama.
Algumas pessoas dizem não ao amor e preferem o encarce-
ramento em seu egoísmo.
Na internet encontramos várias menções ao: “Fazer
o bem sem olhar a quem e não esperar nada em troca -
uma maneira de encontrar a felicidade”. Quando amamos
de verdade, experimentamos uma vida de plenitude, perce-
bemos que, apesar das dificuldades, estamos e vamos pelo
caminho certo. No contexto a frase “... não esperar nada
em troca” merece uma atenção especial. Quando amamos,
nos realizamos, em outras palavras, não queremos nada
em troca. São Bernardo resume tudo isso de maneira clara
quando diz:
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
28
“Vocês querem então saber de mim por qual motivo
e em que medida nós devemos amar a Deus? Pois bem, eu
vos direi que o motivo do nosso amor por Deus, é Ele mes-
mo, e que a medida deste amor é amar sem medida”.
Não há data, tempo ou hora para vivermos de maneira
à semelhança com o Deus de nossa crença ou religião.
Este livro foi editado sem fins lucrativos. Isto dito, fa-
zemos o convite para que o leitor conheça, se aproxime e se
una aos esforços filantrópicos do INSTITUTO CONSELHEIRO
MACEDO SOARES (ICMS).
CNPJ 33.644.899/0001-34
Banco Itaú
Agência 5662 - Conta corrente 036887
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
29
Fundado em 18 de agosto de 1938, localizado na rua
Aquidabã, 540 – Lins de Vasconcelos – Rio de Janeiro.
Atualmente atende 60 meninas, residentes no Comple-
xo Lins de Vasconcelos – composto de 13 comunidades.
O objetivo do ICMS é tirar aquelas meninas da triste re-
alidade em que vivem, proporcionando-lhes, entre outras, as
atividades de: teatro, capoeira e aulas de ecologia. Bem como
Assistência Médica (Pediatria), Odontologia e Psicologia (ex-
tensível aos parentes).
Seja Solidário
Solidariedade é fazer o bem, sem olhar a quem...
É doar não só o que não mais nos serve, mas também
aquilo que tivermos em abundância...
Solidariedade é um gesto de amor, praticado por pesso-
as de coração puro e de alma generosa.
«»«»
”A solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa
e nos proporciona a oportunidade de aprender com o outro.”
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
30
E se em cada etapa da vida, cada um de nós se desse
tempo para refletir naquilo da etapa que passou... Teríamos
uma colcha de retalhos que, talvez, nos deixasse rubros de
vergonha de nós mesmos... Então, melhor é sermos mais
compreensíveis com o presente e com aqueles cuja realida-
de de vida é diferente da nossa.
A criança de hoje será o adolescente do amanhã. O
adulto de logo mais o idoso alguns anos depois.
Precisamos retornar ao ser família, ser comunidade,
ser religioso, ser solidário. Ainda que aos pouquinhos... Não
esqueçamos de que a honestidade não deve ser louvada
como mérito porque é uma obrigação.
Devemos louvar a competência porque é o resultado de
uma dedicação pessoal.
«»«»
“Quem rejeita conselhos não consegue ser ajudado.”
(Benjamin Franklin)
«»«»
“Não se deve julgar o mérito de um homem pelas suas
grandes qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.”
(Jean de la Bruyere)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
31
Você já se deu conta de que as pessoas mais importan-
tes de nossa vida são arrebatadas muito depressa... Por isso,
sempre devemos dedicar às pessoas que amamos palavras
amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Na vida aprende-se que as circunstâncias e os am-
bientes têm influência sobre nós, portanto, somos res-
ponsáveis por nós mesmos.
Comecemos a aprender que não devemos nos compa-
rar com os outros, mas com o melhor que pudermos ser. O
tempo é curto.
Aprendamos que a maturidade tem mais a ver com os
tipos de experiências que se teve e o que aprendermos com
elas, do que com quantos aniversários celebramos. Apren-
damos que, em nós, há mais dos nossos pais do que supú-
nhamos.
Aprendamos a suportar os embates da vida para po-
dermos ir muito mais longe. Suportar? Quem realmente é
forte? E quem pode ir muito mais longe? Chegaremos à con-
clusão de que a vida tem valor para quem compreende o seu
valor.
Aprendamos que o único tirano que devemos aceitar
no aprendizado é a silenciosa e pequena voz do nosso inte-
rior. Nas questões de consciência a lei da maioria não conta.
«»«»
“A vida é maravilhosa, quando não se tem medo dela.”
(Charles Chaplin)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
32
Um artigo publicado na revista “Você S.A.” chamou-me
bastante atenção. Tratava-se do tema “Não confunda suces-
so com riqueza” >> uma abordagem sobre o que vale e o que
não vale a pena fazer ou sacrificar para chegar lá. Baseado no
pensamento de Tom Morris, filósofo e fundador do Instituto
Morris Valores Humanos, o artigo mostra uma pesquisa feita
no site da revista com mais de 1.000 pessoas, perguntando,
entre outras coisas, o que empregados de todos os escalões
prefeririam: - “Ganhar mais de 1.000 reais por ano ou 1 hora
livre todo dia?” As respostas foram significativas... Muitos
abriram mão do dinheiro. Na mesma edição, pergunta-se a al-
guns milionários: “Se estão satisfeitos com a vida plena de di-
nheiro, poder, fama e status?” “Não”, é a resposta da maioria.
Será que são sinceros ao justificarem-se ou se sentem vazios
e carentes de novas oportunidades que os desafiem a realizar
algo diferente e que mexa com suas potencialidades. Ainda,
segundo a referida matéria, há na vida dois tipos de insatis-
fação: a “insatisfação do possuir” e a “insatisfação da aspira-
ção”. Deus costumava dizer coisas desnorteadas, como: “Dou
aos meus filhos enquanto dormem... (Salmos 127:2), “pois, de
que adianta se preocupar com o dia de hoje ou de amanhã, se
você não pode acrescentar um só fio de cabelo à sua cabeça.”
ou “de que te vale conquistar o mundo inteiro se vieres a te
perder de ti mesmo?”
Oh Senhor, meu Deus! Exaltar-Te-ei e Louvar-Te-ei.
Quão Grande és Tu.
«»«»
“A verdade é dura como o diamante e frágil como a flor
de pêssego.”
(The Story of my Experiments with Truth I, 346, op. cit)
«»«»
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
33
Contra o livro não adiantam perseguições. Nem os exér-
citos, nem o ouro, nem as chamas podem contra ele. Podeis
fazer desaparecer um livro, mas não podeis cortar as cabeças
que aprenderam com ele, porque são milhares... Nas palavras
de Rita Padoin: “Aleitura ainda é o melhore o mais confortável
veículo de inspiração, levando os seus passageiros ao destino
planejado e aos seus sonhos idealizados.”
O livro ensina e diverte. Nos faz lembrar e esquecer al-
gumas coisas... Outros nos levam ao infinito. Outros nos fa-
zem cair na real ou sonhar...
O livro é o seu companheiro? Sim. Na viagem, no con-
sultório médico. O livro não é a solução para todos os nossos
problemas ou males. Mas, convenhamos em algumas cir-
cunstâncias após a leitura funcionam como antídoto.
Nas palavras de Tagore (Poeta, romancista, músico e
dramaturgo – 1861/1941):
“ Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado,
um amigo que espera, esquecido, uma alma que perdoa;
destruido um coração que chora”.
Eu, particularmente, considero “o livro” um amigo do ser
humano. Livros há que basta começar a ler e fica difícil soltar.
Mutatis mutandis, o livro traz experiências e erudição. Acre-
dito que sem ele a humanidade não teria conhecimentos acu-
mulados... Aquele que não gosta de ler desconhece algumas
exuberâncias da vida.
Namodernidadenãohánecessidadedocontatofísicocom
o livro que, em sua versão mais moderna, tornou-se e-book,
também chamado de livro eletrônico ou livro digital, onde não
vivenciamos a sensação devirarpáginas e o cheiro do papel.
Dizem que ler um livro é de certa forma, ultrapassar e
compreender a mensagem por ele transmitida. Será que ca-
bem controvérsias?
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
34
Antes de completar 16 anos eu não gostava de ler. De-
pois daquela idade a “ficha caiu”, descobri o seu grande va-
lor... Desde que escrevi o primeiro livro, procuro ser coerente
com as minhas verdades sobre os assuntos abordados, es-
pargindo em meu ser a convicção de que a moral é o funda-
mento de todas as coisas. Com o tempo me dei conta de que
os momentos gastos com tais escritos foram aqueles que,
em tese, me comuniquei com Deus.
Por fim, quem cultua o hábito da leitura tem consciên-
cia de que o “ler um livro” o torna uma pessoa diferente e
muitas vezes até com requintes intelectuais.
O livro merece mais respeito do que aquele que a hu-
manidade até hoje o dedicou.
Convenhamos, uma pessoa que não lê, mal fala, ouve
e mal lê.
«»«»
Você será herói de si mesmo se conseguir romper a bar-
reira da “preguiça de ler” e conquistar algo que ninguém po-
derá subtrair de você: o conhecimento.
«»«»
“...Tão misericordioso é Deus, que nos dá oportunidade
de corrigir erros, começar de novo, fazer o dia de hoje melhor
que o dia de ontem.”
(Otimismo em Gotas – R.O Dantas)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
35
Pessoas há que pensam controlar a vida alheia... Que-
rer fazê-lo é como controlar um “tidal wave” ou “tsunami”.
Outras mais passivas acomodam-se porque acham que tudo
está destinado. A verdade está aquém da nossa capacidade
de compreensão, a resposta oculta-se entre várias possibi-
lidades... Algumas forças intervém e os acontecimentos sur-
gem sem nenhuma previsão.
Olhando para o destino como as cartas que nos são da-
das e para o livre-arbítrio, com eles o que fazemos? São o
nosso corpo, sexo, situação econômica, estado psicológico,
doenças graves; são as pessoas que encontramos e, por úl-
timo: a imprevisível data da morte.
A percentagem de livre-arbítrio reduz de acordo com o
nosso entendimento individual e como vamos a ele reagin-
do. Se reagimos aumentamos o nosso livre-arbítrio, se não
reagimos o nosso grau de liberdade vai diminuindo. Muitas
vezes passamos a vida toda sem nos lembrarmos disso e
até mesmo sem aprendermos. Principalmente se é algo que
rejeitamos como a nossa realidade ou algo que não quere-
mos experienciar. Na vida não há santos e nem vilões, mui-
tas vezes os papéis estão invertidos apenas para sentirmos
como é estar do outro lado.
Livre-arbítrio é propriedade de cada ser humano, por
isso devemos respeitar quando ou caso alguém pense e aja
diferente. Não temos o direito de impor nada a ninguém.
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
36
Destino ou livre-arbítrio, pouco importa. Muitas vezes
os esforços para isso e os resultados que obtemos são na
proporção do esforço que fizermos: – Por exemplo, no meu
caso o primeiro emprego Ajudante da Expedição da extinta
Papelaria Modelo (Rua da Quitanda-RJ), depois ingressei nas
fileiras da Marinha do Brasil, residi fora do Brasil e aproveitei
a oportunidade para não mais residir na Baixada Fluminente
do Rio de Janeiro e após mais de 30 anos de efetivo servi-
ço pela Marinha do Brasil me aposentei e cá estou, sempre,
tentando ser amanhã melhor do que hoje.
«»«»
“Nosso livre-arbítrio nos faz plantar estrelas ou sumir
na poeira delas...”
(Mhario Lincoln)
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37
Às vezes os pais se queixam quando os filhos não lhes
dão ouvidos ou não se comportam como deveriam.
É preciso entender que ensinar é apenas uma parte
da educação. O mais importante é dar o exemplo. Se a pes-
soa não age conforme prega: - Como pode ser respeitada?
Nesta linha de raciocínio não devemos esquecer da “lei de
causa e efeito”, isto é, às vezes há algo, de um ou outro lado,
para ser resgatado.
Devemos viver a vida conforme recomendamos aos
outros, nunca seguir o ditado popular:
“Faça o que eu digo. Não faça o que eu
faço ou o que eu já fiz.”
É preciso lembrar o que encontramos
na Bíblia em Ezequiel 18,2:
“Pais que comeram uvas azedas têm
filhos de dentes afiados.”
«»«»
“Os dias prósperos não vêm por acaso;
nascem de muita fadiga e muita persistência.”
(Henry Ford)
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38
A lamentação é a fixação no ponto infeliz de um deter-
minado problema. Se nos prendermos a este ponto, não veri-
ficaremos outros pontos positivos e outras possibilidades de
êxito... A mente fechar-se-á na negatividade e, por consequ-
ência, as chances de atrair o que for negativo serão maiores.
Não focalize o fracasso, a dor ou a dificuldade. Apren-
damos com as situações em nossa volta, façamos o que pre-
cisar for para sairmos vitoriosos naquele porfiado combate...
Lamentar é adiar - nada melhora. Troquemos a quei-
xa pelo aprendizado da experiência. Em qualquer problema,
sempre, haverá uma porta aberta do lado que não esperamos.
A lamentação colocará a nossa visão em direção à por-
ta fechada. Lamentar é investir no fracasso e se afastar de
suas possibilidades de vitória.
Vamos estancar as lágrimas?
Fonte
Livro: Sempre Melhor
Autor: José Carlos de Lucca
Editora: InterLitera
«»«»
Nas palavras de Antoine de Saint-Exupéry
(1900-1944) foi um escritor, ilustrador e piloto francês, é o au-
tor de um clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito
em 1943.
“Aqueles que passam por nós vão sós.Deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.”
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39
Fraternidade...
Cada vez mais os pais procuram se preparar para a ado-
lescência dos filhos. As informações são muitas e de fácil
acesso. Como podem pais e filhos - aspirar um destino me-
lhor? Retraçarcaminhos da liberdade ou prevenirproblemas?
Será preciso algo grandioso? Mais do que nunca precisamos
serpais que se dão o respeito. Não mais existe o “darlimites”...
Com isto não estou dizendo que a forma radical do passado
deva voltar. Refiro-me aos limites sociais dentro da família.
Não devemos pensar que os adolescentes são só con-
fusão. Pensando bem, as suas transgressões , de certa for-
ma, contribuem para o aprendizado. As orientações que re-
cebem e, em última instância, pelos erros cometidos devem
ser considerados como momentos importantes à evolução.
Não esqueça da quantidade de vida que eles trazem para o
seu lar. Lembre-se que um dia serão adultos. Sem querer
tomar partido, muitas vezes os pais se atrapalham... Só dê
castigos que façam sentido e transpareçam justiça. Penas
longas perdem o efeito. Injustiças só causam mais revoltas.
Na relação crime e castigo, culpado ou inocente, fez ou não
fez, fuja da chantagem afetiva e não faça ameaças radicais.
Na dúvida recorra às orientações de um profissional.
Seu filho entrou na adolescência ou como queiram ou-
tros na “aborrecência”? Não se despere. Sentimentos à par-
te... Lembre-se que todo ser humano, teve a sua fase de ado-
lescente ou de “aborrrecente”: eu e você, todos nós.
«»«»
“Eduquem-se as crianças... E não será
preciso castigar os adultos.”
(Pitágoras)
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40
Não se pode confundir fim com objetivo. Objetivo é um
alvo que o ser humano se propõe a alcançar pelos seus es-
forços. Nestes termos o fim do ser humano é o de realizar,
pelo exercício de sua liberdade.
Desde milênios, o ser humano vem acumulando uma
sabedoria que se mostra eficaz à realização de sua perfei-
ção pessoal.
Se cada geração fosse obrigada a redescobrir os núme-
ros e suas faculdades, as normas do bom viver, as descober-
tas científicas etc etc, ainda, seríamos trogloditas e nosso
nível evolucional estaria beirando ao nada. Sem o acúmulo
de conhecimentos a humanidade começaria a decair e o ser
humano degradaria.
	 Cabendo destacar que apesar da quase total inversão
de valores, a degeneradação social, constataremos que o
saber da humanidade se acumula e se renova de geração em
geração desde o início dos tempos.
«»«»
“Não vemos as coisas como são. Mas como somos.”
(Anais Nin – escritora americana)
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41
O tempo voa...
O tempo é um tesouro precioso. Ah...O tempo é um vilão
ingrato...
Ao amigo o melhor presente? Dar-lhe um pouco do seu
tempo que voa...
À família dediquemos o nosso tempo que voa...
Mas, quem é o dono do tempo? Deus.
Com Fé determinemos o hoje e escrevamos o amanhã.
Apressar não adianta. Tudo vem ao seu tempo. O tempo voa
para todos nós.
A última palavra será do Dono do tempo.
«»«»
Certas derrotas nos preparam para grandes vitórias.
Grandes desafios:
>> Viver segundo os ditames da honra, praticar a justiça,
amar ao próximo, trabalhar pela felicidade do gênero humano.
>> Combater a ignorânica, os preconceitos, o orgulho, a
intemperança, o vício, a discórdia, os privilégios e a hipocrisia.
>> Libertar da tirania a humanidade e do fanatismo a
consciência humana.
>> Repelir com sinceridade o egoísmo e a imoralidade.
«»«»
“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida
nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela,
corre por nossa conta.”
(Chico Xavier)
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42
Aldravias
Mas, o que é aldravia?
Trata-se de um poema sintético capaz de inverter ideias
correntes de que a poesia está num beco sem saída.
Aldravia é uma nova forma de demonstrar a poesia. É
constituída numa linométrica de 6 (seis) palavras-verso. O li-
mite de palavras se dá de forma aleatória, preocupada com a
produção de um poema que condense significação conforme
o espírito poundiano, sem que isso signifique extremo esforço
para sua elaboração.
Aqui agradeço aos participantes do Movimento Aldra-
vista pelo ensinamentos a mim transmitidos, pela fraternal e
cavalheiresca amizade.. Vamos que vamos...
nas
inundações
rios
alteram
seus
feitios
tempos
modernos
amor
distorcido
decepção
separação
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43
doce
desejo
querer
ardente
cegos
sentimentos
o
orgulho
escraviza
o
medo
aprisiona
tempo
e
acaso
a
todos
atinge
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44
mãe
presente
afaga
ausente
sorri
chora
sou
sombra
caos
sinônimo
fantasma
rebeldia
tempo
simples
complicado
tempo
conto
rugas
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45
entender
silêncios
guardar
segredos
secar
lágrimas
vida
breve
ilusão
esperança
silêncio
desprezo
sucesso
queda
raríssimos
amigos
pouquíssimos
conhecidos
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46
viva
o
presente
esqueça
o
passado
difíceis
momentos
consciência
limpa
novos
tempos
levante
os
caídos
vença
a
indiferença
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47
esperança
frustação
caminhos
sonhos
conclusão
realização
distância
ingratidão
recordações
saudades
tempos
passados
calçadas
passos
ruas
carros
igrejas
confissão
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48
passarinho
ninho
canto
coração
amores
empoleirados
paixão
desejo
inveja
sentimentos
desilusão
separação
criatividade
capacidade
participação
princípio
sucesso
conquistas
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49
partidas
idas
vindas
desencontros
elos
partidos
exercícios
vigor
hábito
leitura
vida
saudável
trovões
chuvas
destruição
desabrigados
fome
mortes
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50
inclusão
instrução
educação
saúde
justiça
cidadania
viver
sonhar
fantasia
desequilíbrio
realidade
divã
«»«»
“As três coisas que mais almejamos na vida:
felicidade, liberdade e paz de espírito: - São sempre alcança-
das quando as oferecemos a outras pessoas.”
(Peyton Conway March)
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
51
Poesias
A poesia tem asas imaginárias, que voam para bem lon-
ge e em questão de segundos chega a lugares que até o pró-
prio autor duvida.
A poesia transforma, liberta, aflora; chora, conquista
sorrisos. A poesia é muito mais que isso, ela é uma eterna
companheira. Poesia moderna são sentimentos, inquietudes
e até misteriosas afirmações que fascinam alguns seres hu-
manos desde muito tempo.
	 As poesias de minha autoria funcionam como uma vál-
vula de escape, um desabafo e são escritas em estilo moder-
no... Versos feitos sem pretensão literária... Nas palavras de
Mario Quintana: “Ser poeta não é uma maneira de escrever. É
uma maneira de ser. O leitor de poesia é também um poeta.”
«»«»
Nas palavras de Mhario Lincoln
(Advogado, jornalista profissional, autor de vários livros e
Presidente da Academia Poética Brasileira)
“A beleza da criação poética não se reduz a hermenêuticas
pertinentes a escolas literárias, nem ao rigor da ortografia.
Mas, à linguagem do coração, tão somente...”
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52
Induções de
um Marujo...
Entre os grandes procurei ser sábio,
Entre os iguais procurei ser nobre.
Sincero aos amigos
E afável aos pobres.
Praticando a verdade
Abominei a vilania.
Por vezes, polêmico
Em outras, voluntarioso.
Aos quinze anos,
A Marinha abracei.
Chegadas e partidas
Tanto porto e tanto mar.
Procurei não me seduzir pela vaidade.
Convivi com sábios e ignorantes
Com ricos e pobres
Não me fascinaram as honrarias.
Não me exalçei às glórias vãs.
Saudoso...
Vibrando no peito
Mantenho o orgulho
De um dia ter sido marujo.
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53
O tempo que voa...
O tempo passa depressa...
Oh! Tempo surdo-mudo
Tudo surpresa
Como as pessoas esquecem.
Oh! Tempo
Soturno cocheiro
Deste carro fúnebre:
A vida.
Passa logo...
Passa depressa...
Espera!
Eu não notei!
Oh! O tempo que voa
sem volta
Passou...
26/9/1980
(Ao completar meus 40 anos)
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54
Sonhe...
Chorando...
Implorando...
Querendo...
Sonhe...
Na aventura humana
Sonhar é sentir...
Sonhe fantasias ou devaneios.
Sonhe...
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
55
Avante marujos!
Avante marujos!
Com orgulho e altivez
A Esquadra vos espera
Para o bem servir a Pátria.
Pelos mares da vida
Não importa a tormenta
Naveguem...
Com honra, força, coragem e empenho.
Brasil! Teu povo é forte
Como é grande a tua terra!
Glórias aos que elevam a Pátria!
Glórias aos homens e mulheres do mar.
«»«»
A todos os homens e mulheres do mar que tal qual es-
puma chegando na areia, nas chegadas e nas partidas, um dia
cruzaram o meu caminho. Momentos de ilusão ou realidade?
Pouco importa. Foram oportunidades de posicionamentos e
crescimento profissional perante alguns percalços e gran-
dezas de vida.
Bravo Zulu
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56
Sentimentos
Homens e mulheres
no passado interagiam fantasias...
Hoje entre farpas e mentiras
tratam-se meu bem...
Depois! Meus bens...
Dando vazão
a sentimentos outros...
escolhendo o melhor...
Conscientes
entre altos e baixos
em nome do amor
sentimentos subsistirão...
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57
Delírio de sonhos...
Nos meus sonhos
Nada me pertence...
Nada nítido...
Viajando em meus sonhos
Com palavras mutiladas
Entre lágrimas e suores me inundo...
Tudo passa... Deixando voar minha imaginação
A dor transpassa...
Ao delírio me entrego...
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58
Alegria
És a flor... vinda dos céus
És a luz... que me irradia
És a chama... que me dá calor
És muito mais!
És meu sonho e quimera...
És a minha fada
Sou teu bruxo e mago...
É preciso crer!
É preciso crer!
Nas confidências e juras
Nestes versos porejam sentimentos...
É preciso crer!
És a felicidade perene!
És a alegria que me anima.
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59
Façam suas apostas
No jogo da vida
Não há cartas marcadas
A roleta não é traiçoeira
No jogo da vida buscando a felicidade
devemos arriscar...
Mesmo sem saber onde está.
Apostas devemos fazer...
Na esperança de obtê-la...
Façam suas apostas.
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60
Lembranças...
No asfalto cintilam gotas
do noturno pranto.
Na estreita rua
me faço presente.
No vazio das calçadas
meus passos perambulam.
Nas sombras daquele chão
o quê encontro?
A nossa amizade.
E magistrais lembranças...
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61
Momentos e momentos...
Momentos felizes?
Foram aqueles momentos.
Momentos desejados?
Foram outros momentos.
No momento não os consigo poetar.
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62
Tudo cede
ao bem querer...
Neste quarto de prazer
Não há lugar para tensão
Na embriaguez de abraços...
No afago de carinhos...
Tudo cede ao bem querer...
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63
Novos caminhos...
Quero entender as coisas...
Quero possuir as alegrias do poder...
Com isto com o mundo crescer.
Tudo evolui e a própria vida tece
novas surpresas glórias e láureas...
Quando uma nova senda se descobre:
novos caminhos aos nossos pés se abrem.
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64
Prossigo singrando...
Qual gaivota coroando o espaço...
Entre encontros e desencontros,
alegrias e tristezas...
Prossigo singrando...
No meu caminhar avanço...
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65
Sou...
Estou aqui
Não escolhi
E nem pedi.
Dia a dia...
Recolhendo pedaços...
Sigo o meu destino...
Não sou melhor porque me elogiam...
Nem pior porque me criticam...
Aos olhos de Deus e à luz de minha consciência
Sou aquilo que sou...
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66
Mergulho final...
Ainda me resta
Algum vigor
Malgrado a idade
A culminância
E exemplos a dar...
Resta no coração algum afeto
Dos anos somados?
Os cabelos brancos estão a pintar
O dotes físicos?
Estão rumo ao mergulho final...
«»«»
“Afeto no ato de ouvir é a caridade da atenção... Afeto na ati-
tude de valorizar o esforço alheio é a caridade do incentivo...
Afeto na saudação é a caridade da cordialidade... Afeto na de-
legação é a caridade da cooperação... Afeto na palavra, cari-
dade da brandura...
Afeto na tolerância, caridade da indulgência...”
Do livro “Laços de Afeto”
(Wanderley S. de Oliveira)
(Ditado por Ermance Dufax - nasceu em 1841, na cidade de
Fontainebleau - França. Médium que colaborou com os tra-
balhos de Allan Kardec.)
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67
Ecos da noite
Voltar no tempo impossível...
Da noite para o dia...
Passa o tempo fugaz.
Na alegria... Na tristeza...
Vai o tempo escoando...
Do dia para a noite
Logo tudo será saudade...
Ah! Se eu pudesse no tempo voltar...
Viver do passado?
Nem no lamento.
Os ecos da noite...
Deixaram saudades...
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
68
A tão desejada paz...
Crise migratória de refugiados
Somando óbitos
Na travessia dos mares
Na busca da Paz.
Milhões de pessoas
Fugindo das guerras e perseguições
Deixando tudo para trás...
As incertezas dos mares preferem.
A tão desejada Paz...
Deixando um rastro...
Um rastro de mortes.
Na morte de plantão
Quando será dado um basta?
Quando haverá
A tão desejada Paz...
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69
Aos profissionais da saúde
Dentista, Médico
Farmacêutico ou Enfermeiro
Psicólogos, Fisioterapeutas
Fonoaudiólogos, Nutricionistas
Assistentes Sociais,
Técnicos de Radiologia, etc.
Pouco importa.
Dedicados e operosos
Por direito
Por razão
Neste 12 de maio
Saúdo os Profissionais da aréa da Saúde.
(Escrita e lida na solenidade do “Dia do Profissional da Saú-
de” realizada no Laboratório Farmacêutico da Marinha em
12/5/2005)
◄►◄►◄►◄►
Atualmente, no dia 12 de maio, é lembrado o Dia do
Profissional da Saúde. Nem sempre foi assim, antes, era
comemorado o Dia da Enfermagem, pois se tratava de uma
homenagem à Florence Nightingale, uma inglesa considera-
da a idealizadora da enfermagem moderna. A mudança faz
sentido, uma vez que no início do século XIX, mal existiam
os hospitais como nós conhecemos hoje, quanto mais enfer-
meiros, médicos e outros profissionais de saúde. Assim sen-
do, é justo que se comemore o Dia do Profissional da Saúde e
não só dos enfermeiros.
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Entendamos como profissional da saúde todo o corpo
técnico que trabalha em benefício do paciente. Profissionais
que são a alma dos hospitais e que realmente cuidam do
paciente, consolam as suas famílias e, raramente, têm suas
profissões reconhecidas dentro do estabelecimento de saúde
que trabalham.
Parabéns, em particular aos profissionais da saúde do
Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD) que um dia solenemente
juraram “...Dedicar a vida profissional a serviço da humanida-
de, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana...”
Que Deus, sempre esteja presente nas intervenções cirúrgi-
cas e atendimentos.
Aqui registro o meu agradecimento pela dedicação, efi-
ciência, carinho com que, sempre, fui distinguido nas clínicas
de ortopedia, cardiologia, urologia, neurologia e neurocirur-
gia, gastroenterologia, radioterapia, imagens (ressonância
magnética, tomografia, ultrassonografia, etc), exames labo-
ratoriais e atendimentos na Emergência do Hospital Naval
Marcílio Dias (HNMD).
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A colheita...
Nascer...
Viver dignamente...
O tempo passa...
Deixando no rosto
A marca do tempo implacável...
Imagem que não engana.
Eis a velhice chegando.
Um dia a alma abandonará o corpo...
O semeado...
Colherás.
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Filosofar
Sei que tudo é utopia...
Não me custa sonhar...
Eu quero é filosofar...
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73
Escrevendo
uma história...
Como um sonho surgiste...
Fui atrás...
Fui refugado.
Triste sina
de quem em tua “malha” caiu.
Estranho! Parece algo de louco.
Coisa do destino?
Ou de alguma mandinga?
Acredite! Nesta armadilha vou me atirar...
Apenas para em versos...
esta história escrever...
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Estar feliz...
É simples...
É pessoal...
Sorrir...
Lembrar...
Apenas querer...
Nada mais.
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75
Ouça a minha voz...
Escrevendo...
Compondo...
Extravasando inspiração...
Exponho-me aos leitores...
Cada vez que escrevo
Após horas de trabalho
Mesmo em horas de recreio
Que aperreio!
Espero que alguém
Ouça a minha voz...
Que fraqueza!
Que tortura algoz!
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76
Sonhos, medos e loucuras
Saber da existência da água.
O que é a água?
O porquê da água?
Saber o que é a vida.
Um sonho!
Uma realidade!
Ou uma imagem vã...
de sonhos, medos e loucuras.
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77
Chegou a hora
de assumir...
Na harmonia dos murmúrios
Envolto em mistérios
Encontro realidades
Sonhadas, belas e vividas...
Na realidade da vida
Entrecortam-se ânsias e conflitos
Sorrisos e lágrimas...
Amores e desamores...
Seria tudo mais fácil sem conflitos e discórdias
Porém não é assim que as coisas acontecem.
A minha realidade?
Sonhos na partida.
No final, se a vitória não colho,
Restarão lembranças...
Por isso, chegou a hora de assumir...
«»«»
“A força não provém da capacidade física.
Provém de uma vontade indomável.”
(Mahatma Gandhi)
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78
Ser poeta
Ser poeta é andar pelos caminhos
do pensamento, por terras misteriosas...
É ouvir, mesmo sozinho,
o murmúrio de silenciosas palavras.
Ser poeta é colher pelas estradas
retalhos de um sonho que ficou...
É relembrar nas noites estreladas
alguém que já partiu.
Ser poeta é voltar à mocidade
É brincar com o luar
rasgando a imensa dor da saudade...
Sorrindo! Chorando!
Ser poeta é ver versos nas espumas
das águas pela popa do navio.
É ver o belo nas velas da escuma da vida...
Ser poeta é voltar a ser criança.
É voltar aos tempos que não voltam mais...
É ser feliz na tristeza e na bonança
Ser poeta é morrer fazendo versos!
«»«»
Alguns poetas fazem das palavras a razão de ser e de viver.
«»«»
Nas palavras de Friedrich Nietzsche
(filósofo, filólogo, poeta e escritor prussioano do Século XIX)
“Os poetas são impudicos para com as suas vivências: Explo-
ram-nas.”
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79
Máscaras...
As máscaras não servem para nada?
Claro que sim.
Escondem a verdade.
Que verdade?
A verdade de cada face.
Máscaras são meios
atrás das quais
cada ser humano
esconde suas verdades.
«»«»
Em tese entre “amigos” podemos tirar a máscara e nos permi-
tir o exercício da simplicidade e da verdade. Entre eles (ami-
gos) podemos nos despir das mentiras sociais, da polidez
convencional e da hipocrisia do mundo em que vivemos.
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80
Sem rumo...
Olhares transmitem
tristezas e sofrimentos...
às vezes esperanças...
Sem rumo...
Fecho os olhos...
Sem rumo...
meu coração sem timoneiro
pelos meandros do passado veleja...
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81
Gelo no coração...
Perdoemos a mão que nos prende
a tropeços pelo caminho.
A rosa se defende com espinhos.
A vida continua...
Quando ouço o sussurrar do vento
Vejo reluzir o firmamento
Testemunho o purpurino manto da aurora...
Momentos que sinto minha alma alar.
Oh natureza! Extasiado... Divagando vou só...
Inspirado, componho versos...
Num misto de prazeres ou amarguras.
A vida continua...
Melhor poesias na cabeça
que gelo no coração.
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82
Bolas de sabão
Aflição...
Solidão...
Silêncio...
Alma sofrida.
Face triste.
Um vazio sangra minh’alma
Quimeras...
Bolas de sabão...
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83
Se eu fosse vento
Que ninguém viva
O que vivo agora....
No meu peito pouco restou...
Trago a saudade.
Nesta escuridão
Fico quieto.
Se eu fosse vento.
Ah! Se eu fosse vento
te traria de volta...
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84
Tempo e eternidade...
Voltar o tempo impossível...
Passa o tempo fugaz
Gotejando tal uma torneira
Parecendo areia de ampulheta
Vai o tempo escoando...
Não somos eternidade...
Logo tudo será saudade
Não há como as horas enganar...
Ah! Se eu pudesse no tempo voltar...
Para futuro daria um prazo...
Lutando contra o tempo...
Não viveria do passado...
Dele não sentiria saudade.
Mas quem não sente
Tempo e eternidade...
passar... voar...
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85
O marujo
Tudo começou com a matrícula, em 04/02/1957, na
Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina
(EAMSC)
Formação profissional num ambiente de
estudo, rotina, disciplina e trabalho.
Como se fossem pipas coloridas...
dou asas às lembranças...
Não esqueci os tempos dos meus ontens...
Ao ouvir os solfejos da maré: minha face se “criançola”...
Recordar é dar vida ao silêncio... é viajar pelo pretérito...
Há pedaços de ontem na lembrança...
Me sinto livre como um vento sem pressa...
Descubro que o longe fica a uma curva além do quase perto...
Ainda bebo na garrafa da esperança...
«»«»
Uma carreira é para sempre!
Um emprego é passageiro!
«»«»
Servir à Marinha:
Uma visão!
Um sonho!
Uma vida!
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Celebremos a vida...
A vida não é passageira ilusão.
A morte é bendita
Quando traz a libertação.
Seria possível viver sem a morte?
A vida é passageira.
Se fosse eterna
Ninguém teria preocupações
E muito menos provações...
Celebremos a vida...
Celebremos a ressurreição...
Pois quando da volta à Casa do Pai...
Os filhos se encontrarão...
Lembremos no céu não há tristezas...
Nem dores ou sombras...
Lá o prêmio da Fé
É a certeza de viver Feliz com o Senhor.
(Quando do falecimento de meu pai Aldrovando Burity)
Publicada no livro de minha autoria “GOTAS POÉTICAS”.
Registro 374.355 – Biblioteca Nacional
10/4/2005
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87
Minha mãe
Partiste cedo...
Deixando uma lacuna
Imensas saudades...
Mãe que saudades...
Dos teus conselhos
Dos abraços
Da conversa amiga.
Saudades dos teus anelos
Da tua voz
Daquele teu sorriso
Minha mãe de ti
Sinto saudades...
«»«»
“Saudade é o amor que fica.”
(Rogério Brandão - médico oncologista)
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88
NOLI FORAS IRE, REDI AD TI IPSUM IN INTERIORI HOMINI
HABITAT VERITAS!!!
(Não vá para fora, volte-se para si mesmo, no interior do
homem habita a verdade!!!)
«»«»
Conviva com pessoas que façam seu dia ser brilhante.
Afaste-se de quem tem aquela nuvenzinha preta pai-
rando em cima da cabeça.
Cerque-se de quem te motiva.
Abra a janela vai ver o sol. Não tem sol? Vai ver a chuva,
refrescante, inspiradora.
Está sozinho??? Cerque-se de você mesmo, toma um
café, leia um livro...
Na marcha do nosso tempo... Lembremos do ensina-
mento ocultista que diz:
“O coração concebe, o cérebro planeja,
mas as mãos têm que executar.”
Quem é que não erra. O próprio Cristo falou:
“... quem não tiver pecado que atire a primeira pedra.”
«»«»
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...”
(Fernando Pessoa)
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89
Uma vez escutei que as experiências da vida são como
círculos que se fecham, cada um a seu tempo. Uns círculos
são pequenos e se fecham rápido. Outros demoram meses ou
anos para que cheguem a completarem-se. Quando um círcu-
lo se fecha temos a compreensão do que significa a experiên-
cia. Antes disso, muito dificilmente, pois faltam elementos de
entendimento. Só que ficamos ansiosos durante o processo,
ávidos por entesourar... É necessário paciência. Quando um
outro círculo se fecha surge uma energia extra, inesperada,
que serve para continuar a vida... Traçamos novos círculos...
O ciclo se repete... São vários desenhos, uns dentro de outros,
experiências menores no contexto de experiências maiores.
Alguns círculos certamente tangenciam outros, alguns estão
interpenetrados. Há inclusive os concêntricos – estes, supo-
nho, são os que se integram dentro de um eixo de significa-
dos, num fluxo de acontecimentos com uma ordem especial.
Pode-se imaginartodas as circunfe-
rências dentro de uma bem grande: a pró-
pria vida. O que quer dizer que somente
entenderemos tudo da nossa vida após
ela mesma se fechar, se interromper,
para, por que não dizer, dar início a outro
estado, fora do corpo. Eu acredito nisso.
Eu gosto de gente que reza, que tem fé,
que oferece o bem e fica feliz quando o outro conquista algo
almejado...
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90
Procuro não compartilhar das ações de quem critica a
religião ou a fé alheia. Gosto de quem elogia... De quem
ilumina... De gente com alto astral e que me coloca para
cima e alto te diz: - Tu vais vencer! Gosto de gente que não
me faz sofrer... Muitas vezes perdi muito tempo em algo
que sabia nunca daria certo. Coisas que são imutáveis,
temperamentos, por exemplo, quem é calmo será calmo em
qualquer situação, quem é nervoso, agressivo, ciumento,
assim o será em qualquer situação. Inúmeras vezes precisei
parar de agir para alguma coisa funcionar, pois quanto mais
agia, mais desconforto gerava. A prudente atitude? Dei um
tempo. Um dia entendi que a vida é muito mais que carregar
fardinhos diários... Muitas vezes o imperativo foi libertar-me
daquilo que pesava... Assim a vida ficou mais leve e me senti
muito melhor.
A vida é como uma ferrovia...
Muitos trilhos de idas e vindas... Aproveitemos cada
momento... Esqueçamos os solavancos... Curtamos as paisa-
gens... Os momentos de alegrias são únicos... Não sabemos
quando será a nossa parada para desembarcar. Todos, um
dia, deixaremos o trem chamado vida !!!! Então, jogue fora as
tristezas e os momentos de desilusão...
Nas idas e vindas da vida... Aprendi ser mais forte...
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
91
As idas mostraram que pude perseverar...
As vindas sem desespero aguardei...
Nas idas evindas percebitudo o que avida pode me dar...
Percebi que tudo que vai... volta...
Ao chegar ao final deste livro, resta-me agradecer a
Deus por estar:
Vivo, acordado e energizado.
«»«»
“A vida é uma viagem, o pensamento é o itinerário”.
(Victor Hugo [1902-1963], escritor americano)
		Namastê“
“Quando descobrirmos que absolutamente nada é
definitivo inclusive a vida. Compreendemos a
inutilidade do orgulho, a tolice das disputas, a
estupidez da ganância e a incoerência das tolas mágoas...”
(Chico Xavier)
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92
Dizem que na vida o que importa é a jornada... Convi-
vi com regras absurdas... Seguindo conselhos, muitas vezes
tive que fazer “cara de paisagem” para conquistar um espa-
ço e a ele ter direito.
Oh! Quão paradoxo é conviver com “panelinhas”, onde,
apesar do “arrivismo”, também, encontramos inexpugnáveis
legiões de lúcidos.
Muitas vezes, em nome da sobrevivência, transformamos
a inteligência numa espécie de desvantagem perante avida.
Ao completar 80 anos, daqui para frente a esperança
não será o único elemento de avaliação de minha alegria
quanto ao andamento das aspirações. A alegria será o com-
bustível para manter o alto astral na capacidade de batalhar
por algo de bom que melhor atenda as minhas necessida-
des... Daqui para frente a minha jornada será a soma de ver-
sões que o tempo formatará, porém, sempre permanecerá
o que é meu... Seguirei olhando para frente e muito além de
mim – aceitando o novo, sem corromper os meus princípios
diante do moderno. Ficará a certeza de que velho é aque-
le que perdeu o entusiasmo e o interesse por aprender e se
adaptar. Ter e manter a Fé - os desígnios de Deus são maio-
res que a minha vontade.
HUMANI NIHIL, A ME ALIENUM PUTO.
(Nada do que é humano – que pertence ao homem – julgo
alheio a mim.)
«»«»
“A pessoa capaz de sentir prazer com o próprio passado vive
duas vezes.”
Marcial (40-102), poeta e aforista hispano-latino
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93
Exortação!!!
Que eu não seja servil. Mas obediente...
Que eu não seja temerário. Mas prudente...
Que eu escute a voz da minha consciência e só aceite a
verdade qualquer que ela seja.
Que eu prossiga a minha jornada, sem preconceitos e
sem orgulho, entendendo que a natureza não está somente
na matéria, mas, também, no espiritual.
Que eu exercite a prática da bondade, da tolerância e do
amor que tornam os seres humanos iguais.
Que eu possa afirmar, praticar e vivenciar:
“Oh! Quão bom e suave é que os irmãosvivam em união.”
Que o meu andar seja junto à verdade de Deus – a única
absoluta de que não preciso duvidar.
Que eu continue fazendo dos meus pensamentos um
balão libertário que flue ao vento de perenes recordações...
Que eu, uma frágil criatura: - Cuja vida nada mais é que
um ponto colocado entre duas extremidades, com um presen-
te momentâneo e um infinito porvir, possa distinguiro bem do
mal e manter no coração as duas virtudes indispensáveis a
um ser humano:
a Fé... e a Esperança...
que me fazem crer no incrível, ver o invisível e, muitas vezes,
realizaroimpossível.Suportarcompaciênciaoinfortúnioeagir
com retidão em todos os momentos... E assim ao dar o último
suspiro que eu possa olhar para trás e dizer: valeu a pena.
«»«»
“A luz que ultrapassa as barreiras da incerteza,
traz a certeza do que se quer buscar.”
(Rita Padoin – do livro “A Cor do Infinito”)
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94
Louvação do Autor
Bendito sejas meu Deus do universo criador!
Que não me negues nunca a vossa mão.
Queestejas,sempreaindicar-meocaminho
útil ao meu progresso material e espiritual.
Que minhas produções escritas vos glorifi-
quem e enalteçam as virtudes humanas.
Que eu saiba enaltecer o explendor do Teu
reino e saiba proclamar o Teu infinito poder.
Que eu jamais esqueça de ser: bom, caridoso, justo e que, ja-
mais, cause mal ao meu semelhante.
Que eu jamais perca a referência do justo e do perfeito...
Que nos extremos lances da minha vida eu mantenha a reti-
dão do esquadro.
Que eu me mantenha no nível e no prumo das linhas da vida.
Que eu possa suportar com paciência o infortúnio e agir com
retidão em todos os momentos.
Oh! Senhor meu Deus, obrigado por todas as coisas e dons
que tens, a mim, concedido - Eu vos dou graças.
Amém!!!
«»«»
NON IN SOLO PANE VIVIT HOMO.
(Nem só de pão vive o homem, ou seja, o homem
não deve preocupar-se unicamente com as coisas
materiais, dedicando-se também às espirituais.)
Frase com mais de três mil anos, citada pelo Senhor Jesus, no
deserto, depois de quarenta dias sem comer, numa terrível
tentação pelo príncipe dos infernos.
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95
Posfácio
Pego de surpresa por um convite nada fácil, me ponho
entre o coração e o lápis na tentativa deste posfácio. A faci-
lidade diminui ainda mais, já que primeira é a vez. E mais di-
fícil fica a explicar ou advertir, pois, completa, a obra já o fez.
Pobre posfácio que perde todo o seu teor. Explicar o quê? O
que o coração do poeta sempre transbordou? Entre boas e
bem-vindas palavras harmoniosamente juntadas, somos
conduzidos por caminhos sem desvios, sem obstáculos, sem
encruzilhadas. Retas intermináveis de Amor, curvas acentu-
adas de Alegria, retornos em respeito aos erros que sempre
nos levam à sabedoria.
As poesias se apoderam das palavras que o poeta viu
com encantamento. As crônicas compilam os fatos apresen-
tados segundo a ordem de sucessão no tempo. As aldravias,
assim como os retalhos, de seis em seis são costuradas para
formar uma linda colcha cheia de significados.
Ao dividir sua jornada, o Autor, Amigo e Irmão, demons-
tra sempre ter curvado seu espírito a uma grande afeição.
Revela não ter concebido senão ideias sólidas de virtude e
bondade, regulando seus costumes pela moral e dando a
sua alma o tão buscado equilíbrio de força e sensibilidade.
Em resumo, “JORNADA EM RETALHOS” de Elvandro Burity, é
uma fonte de verdades de uma vida de verdade em busca da
verdade.
Paulo Garnier dos Anjos Almeida
Membro da Loja Marquês do Herval 1624 – GOB-RJ
Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 	
96
Folhas presas. Páginas afiveladas. Livros
torrentes de pensamentos...
			
			
			 NULLA DIES SINE LINEA.
			 (Nenhum dia sem uma linha)
- A Dinâmica dos Trabalhos - FBN 41.637 - 1987
- Loja Cayrú 100 Anos de Glórias
- Revivendo o Passado... - FBN 277.471
- Ecos do Centenário
- Caminhos do Ontem
- Fatos e Reflexões...
- Contos e Fatos
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- Em Loja!
- Ao Orador de uma Loja
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- Na Trilha do Social
- Mestre Instalado - Um Pequeno Ensaio
- O Príncipe dos Jornalistas - Pequena Antologia de
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- Somente Aldravias
- Rien que des Aldravias - em francês - Salão do Livro
em Paris
- Expressões da Alma
- Novos Rumos - ISBN 97885835220122
- Simples... Mas Complicado – ISBN 9768583530263
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Jornada em Retalhos

  • 1.
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  • 4. Apresentação Gleiner de Oliveira Costa Prefácio Izabelle Valladares Posfácio Paulo Garnier dos Anjos Almeida «»«» Capa pelo autor com recursos de formatação disponibilizados em programa “freeware”. «»«» Livro editado sem fins lucrativos. «»«» Figuras obtidas na internet e formatadas em programa “freeware”. «»«» Revisão José Américo Lima Cerqueira Membro da Loja Cayrú 762 – GOB-RJ «»«» Diagramação Eliana Lopes
  • 5. INTERPRETAÇÃO DO EX-LIBRIS [Do lat. ex libris, ‘dos livros de’.] S. m. 2 n. 1. Fórmula que se inscreve nos livros, acompanhada do nome, das iniciais ou de outro sinal pessoal, para marcar possessão. 2. Pequena estampa, ger. alegórica, que contém ou não divisa, e vem sempre acompanhada do próprio termo ex li- bris e do nome do possuidor, a qual se cola na contracapa ou em folha preliminar do livro. INTERPRETAÇÃO: Âncora - emblema de uma esperança bem fundamen- tada e de uma vida bem empregada. Ampulheta - o tempo que voa e vida humana que se es- coa, semelhante, ao cair da areia. Pensador - cada ser humano com sua individualidade física ou espiritual, portador de qualidades que se atribuem exclusivamente à espécie humana, quais sejam, a racionali- dade, a consciência de si, a capacidade de agir conforme fins determinados e o discernimento de valores.
  • 6. Livro com os óculos - no passado, no presente ou no futuro nunca esteve só quem teve um bom livro para ler e boas idéias sobre as quais meditar. A expressão latina “PRIMUM VIVERE, DEINDE PHILOSO- PHARI” - Primeiro viver, depois filosofar. Na certeza de que a vida é expansão... se quiser triunfar aplique-se à sua vo- cação... na grande escola da vida trabalhe com firmeza para ousar ter uma velhice “cor de rosa...”.
  • 7. Apresentação Quando recebi o convite para apresentar o livro Jorna- da Em Retalhos – Crônicas, Aldravias e Poesias de Elvandro de Azevedo Burity, pensei que seria fácil, pois sou seu Ir- mão e Amigo há mais de 20 anos, essa convivência me daria uma certa tranquilidade. Logo percebi que a imparcialidade seria uma barreira a ser vencida. Minha fala estaria cheia de subjetividades. Afinal, o Burity comumente chamado por seus Irmãos e Amigos, é referência em nossa Instituição. Honesto, ético, amigo, responsável, sempre cultuou bons hábitos. Como escritor, obstinado Elvandro Burity ama o que faz e por isso faz bem feito, com maestria. Respira e transpira literatura. Na maioria das vezes, se a conversa não for sobre livros, silencia. Para não se isolar do mundo, então, transforma tudo ao seu redor em arte, num proces- so de lapidação das impressões do meio exterior, impri- mindo-lhe os sentimentos pessoais, através do seu estilo e criação. Na verdade, briga com as próprias escolhas, en- tre o feijão e o sonho, busca o equilíbrio. Sobreviveu como membro de nossa Gloriosa Marinha do Brasil e sua terapia ocupacional é como escritor. Todo escritor enfrenta pelo menos três problemas: escrever, publicar e ser lido. Escrever não é fácil, pois mui- tas vezes as palavras são frutos do sofrimento, marca ine- vitável da personalidade do artista. Não importa, por mais que se esquive, não consegue libertar-se totalmente do seu mundo conflitual.
  • 8. Todo esse processo é um trabalho árduo, onde o suces- so e o fracasso andam de mãos dadas. Escrever é, primei- ramente, vencer a si mesmo, sem medo, resignado e apto a transferir os conflitos pessoais às personagens. O segundo grande problema enfrentado pelo escritor é uma missão quase impossível no Brasil, publicar um li- vro. Não por falta de editores, mas por falta de leitores. Os custos da publicação e distribuição de um livro são extre- mamente altos e apenas uma pequena parcela da popula- ção possui renda para comprá-los com regularidade e uma parcela menor ainda possui o hábito da leitura. Parte dessa falta de hábito é cultural. Muitas escolas não incentivam a leitura, obrigam os alunos a ler apenas determinados livros, quando não resumos, para que possam ser aprovados em determinados exames. O terceiro problema que o escritor tem que enfrentar é como fazer para ser lido. Talvez o maior medo do autor, em todos os tempos, é lidar com a ausência de leitores, prin- cipalmente, se for poesia. É na criação verbal que reside a genialidade. Não pode ser hermética. Encurtar a distância é que possibilita a realização completa do escritor, pois não basta escrever, é preciso ser lido. Elvandro de Azevedo Burity soube enfrentar os três problemas. Venceu os três desafios e outros mais impostos ao escritor. Saiu de um ambiente inóspito, Baixada Flumi- nense. Era para dar errado, mas não deu. Nunca deixou de escrever, publicar e ser lido. Aos 80 anos de idade, com mui- tos livros publicados e esgotados, em sua grande maioria, tem fôlego para muito mais. Incansável, divulga suas obras na internet através do blog que idealizou e criou em http:// elvandroburity.blogspot.com e os lançamentos têm como pano de fundo uma campanha filantrópica.
  • 9. Gostaria de encerrar esta apresentação dizendo para aqueles que não são escritores ou que queiram apenas ser leitores, não se intimidem com as impressões dos doutos, apenas inspirem-se. Façam uma leitura atenta, analise os detalhes, demorando-se em cada palavra, saboreando lenta- mente o poema e por fim o livro. Não precisa procurar o que está portrás do texto, basta aquilo que está nele, que faz dele o que ele é. Então, será o despertar e a essência se mostrará. O livro surge com uma excelente apresentação gráfica. Nacapa,encontramosumailustração,diriaeu,combinamuito bem com as Crônicas, Aldravias e Poesias de Elvandro Burity. Após este excelente primeiro contato, damos início à leitura e deparamo-nos com uma imagem deveras. O sujeito poético, desde logo, traça de certo modo um autorretrato em ação, de alguém que vê o amor como um estado de quase loucura em que o perigo e o risco são uma presença constante. Ao nívelformal, podemos observar uma certa diversida- de: o poeta escritor combina de forma extremamente hábil o poema livre com algumas das estruturas clássicas. As Crôni- cas, Aldravias e Poesias de Elvandro Burity tendem a ser bre- ves, incisivos e com imagens que sugerem mais do que dizem. A temática dominante é o amor, em suas múltiplas ver- tentes, mas com uma certa tônica na sensualidade, nos en- contros e desencontros. O sujeito poético evoca o etérico e di- rige-se aos sentimentos mais puros. E encontramos também uma série de expressões e termos emprestados da vivência poética do poeta escritor. Deixemos que nossas mentes e cor- pos naveguem nessa obra intitulada Jornada Em Retalhos. Gleiner de Oliveira Costa Membro da Loja Cayrú 762 – GOB-RJ
  • 10. Prefácio No Livro “A Grande Aventura Masculina”, o autor John Eldredge, traça as notas que levam o homem, desde sua infância a percorrer um caminho de sabedoria frente aos desafios da vida. No livro “Jornada em Retalhos”, o autor Elvandro Burity, mostra em trechos de seu legado literá- rio, tudo que envolve suas quase oito décadas vividas e sua aventura masculina. O caminho traçado pelo amor a literatura, o otimismo frente às batalhas cotidianas e a forma tranquila de viver e amar com uma força concentrada e profunda. Eu costumo dizer que toda vida dá um livro, nas mãos de quem sabe escrever. Em “Jornada em Retalhos”, o autor expressa através de crônicas, aldravias e poesias várias fases de sua vida, torcendo com uma colcha de Patchwork momentos singu- lares onde se aplica a Fraternidade e o Otimismo frente à vida. Um livro que reflete experiência e sabedoria em apro- veitar todas as épocas da vida. Satisfeita com o convite do Prefácio desta obra que certamente transmitirá aos leitores que para saber viver, primeiro deve-se aprender a viver. Izabelle Valladares Escritora, neta do historiador baiano José Vallarares
  • 11. Homenagem Póstuma Especial Tem coisas que vivemos e não conseguimos esquecer e pessoas que mesmo morrendo não deixamos de lembrar. Aos meus pais Zelia de Azevedo Burity e Aldrovandro Burity por terem proporcionado a oportunidade que eu viesse cumprir meu ciclo existencial. Saudades!!! “A vida é curta mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.” (Clarice Lispector)
  • 12. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 11 Palavras Iniciais “Jornada em Retalhos” é um punhado de Crônicas Al- dravias e Poesias de minha autoria. Um livro com o objetivo de comemorar a minha chegada ao estágio de “octogenário” e marcar os “cinquenta anos” de atividade ininterrupta em uma Ordem Iniciática. Trata-se de um caminhar real. E aqui, aproveito para transcrever as palavras de Carlos Drumond de Andrade: “Posso dizer sem exagero, sem fazer fita, que não sou escritor. Sou uma pessoas que gosta de escrever, que exter- na algumas de suas inquietações, seus problemas íntimos, que os projeta no papel, fazendo uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada...” Quem me conhece sabe que não fui “mordido pela mos- ca azul”, razão pela qual agradeço a Deus pelo fato de que o “poder temporário”, por algumas vezes, tido em minhas mãos, não ter subido à minha cabeça. Metas... Alcancei... Caminhos... Busquei... Desafios... Enfrentei... Sonhos... Realizei... Nunca soube onde a vida me levaria.. Tantas foram as mutações, tropeços, reviravoltas e acontecimentos... As adversidades, me tornaram mais forte – não me mataram - fizeram-me entender a representatividade daqueles mo- mentos de “resgate” que inseridos estavam entre aquele presente e um infinito porvir.
  • 13. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 12 Abrindo o coração e olhando para dentro de mim: - Vejo que vive um “bruxo” que ama a Deus, um “cigano” e um “me- nino travesso”. Em todos um espírito de amor em várias ver- tentes e caminhos se cruzam. Quando usei o livre-arbítrio para seguir meus cami- nhos e não os intuidos por Deus, geralmente, tropeçei no meio do caminho. Quando comecei a crer em um “Poder Superior”, os altos e baixos ficaram mais palatáveis. Hoje, mais do que ontem, procuro dar tempo ao tempo para curar todas as “feridas” e aplacar as “cicatrizes” e, assim, distinguir o bem do mal e manter a Fé e a Esperança, atributos positivos de um ser humano. O tempo de Deus tem seus mistérios... Aprendo todos os dias, esforço-me em controlar meus excessos, a aperfei- çoar meus dons e o mais importante para mim: trabalhar em favor do bem comum. Na jornada encontrei vários tipos de pessoas: as que me ensinaram, incentivaram e apoiaram, as que duvidaram de mim, as que me prejudicaram, as que me magoaram, as que, severamente, me repreenderam – com todas aprendi a lição mais importante da minha vida: - Que tipo de pessoa eu deveria ser. Ziguezagueando, recordando o vaivém de emoções, entre meus erros, falhas, pecados e dúvidas, escutei vozes reticentes, falsas, verdadeiras e enganadoras. Os livros, por mim publicados, me conduziram a prê- mios, homenagens e tantas outras coisas que fazem parte da “jornada em retalhos” do meu caminhar acadêmico e literário.
  • 14. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 13 Um falecido amigo disse: - “Ninguém consegue dar um passo além da mediocri- dade sem que lhe venham pedradas à nuca.” Portanto, não me surpreendo alguém dizer que sou “megalomaníaco” e “narcisista”. Não sobreponho o TER ao SER - ser amigo, ser atencioso, ser amado, ser caridoso, ser gentil, ser justo e bom. Podem achar o que quiserem, isso não mudará o que sou... Sou o que sou. Não sofro da síndro- me da “inveja” – que afeta alguns seres humanos, um senti- mento de inferioridade e de desgosto diante da felicidade do outro. Em verdade, a inveja sintetiza o sentimento de cobiçar a riqueza, o brilho e a prosperidade alheia. Leremos em Provérbios 27-4: “O ódio é cruel e destruidor, mas a inveja é ainda pior.” Nas palavras de Aristóteles, filósofo grego: “Só existe uma forma de evitar a crítica: não fale nada, não faça nada e não seja nada.” Quiseram as forças positivas permitir - ter meu nome incluído verbete na Wikipédia (Enciclopédia livre). Dizem que se leva um minuto para conhecer uma pes- soa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la e mais do que uma vida inteira para esquecê-la. Nesta linha de raciocínio, movido pelo sentimento de eterna gratidão e sem mencionarnomes, agradeço atodos os companheiros do orbe terrestre: – passados e presentes, inclusive, aos “contrários”. Ninguém é obrigado a gostar de alguém, mesmo que o outro tenha “focinho de porco e/ou nariz de tamanduá.” A aparência não determinará tratar-se de uma pessoa ruim, desinteressante, desprovida de princípios, valores ou sem senso de justiça e de moral. Não julgue ninguém pela enga- nosa aparência... Existe uma coisa que se chama: “respeito .“ “Seja diferente. Não derrube, ajude a levantar.”
  • 15. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 14 Sem pretensão literária faço do escrever a minha tera- pia ocupacional. Esforço-me em aprender os primeiros acor- des no meu teclado Yamaha – não está fácil. Tenho uma longa história de vida... Não sou exemplo para ninguém... Tenho o direito de falar da minha vida, outras pessoas não têm. Entendo que podem pensar. Não me con- sidero sortudo e nem azarado. Considero-me abençoado por Deus, tenho uma condição financeira que não é ruim, nunca passei fome e tenho uma casa para morar. Oitenta anos de vida... Aprendi que a felicidade não é um “status”. É um estado de liberdade íntima que propociona o encantamento no viver. Não tenho o hábito de puxar o tapete de ninguém. Cá para nós é muito triste assistir algumas pessoas na tenta- tiva de “ter um lugar ao sol” ou no afã de “querer” – para manchar a reputação alheia pegar na lama e emporcalhar as suas próprias mãos. Os meios não justificam os fins. Acima de tudo, agradeço a Deus pela família que ao meu redor orbita constituída de variados graus de parentes- co. Agradeço pelo que tenho e sou, por estar vivo - acordado – energizado. Agradeço pela “família nuclear” – meu porto seguro - na qual estou inserido (a minha mulher Daise e a filha Elda) sempre ao meu lado apoiando e incentivando.
  • 16. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 15 Obrigado meu Deus por permitir estar com elas! Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei: - Quantos anos tens? – Oito ou dez, respondeu Galileo, em evidente contradi- ção com sua barba branca. E logo explicou: “Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.” Neste livro, entrelançando memórias... Sem saudosis- mo curto o passado... Agradecido a Deus vivo o presente. Mesmo tendo como companheiro o medo de errar, deploran- do brutalidades e ingratidões, ouso mudar alguns hábitos. Procuro não envilecer o meu tempo com gestos, atitudes ou ações aleives... Sinto-me mais jovem do que nunca... mais moderno... Procuro não perder a certeza que o movimento da roda do destino é lento e cambaleante, mas capaz de fa- zer a vida girar. Temente a Deus - entendo que nem tudo foi da maneira que eu quis... Cá estou com FÉ encarando a vida e os desafios. Vivemos tempos inundados pela competividade... ra- dicalismo... intolerância... Tempos em que muitas pessoas usam a libertinagem como liberdade. Há três coisas na vida que nunca voltam atrás:
  • 17. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 16 a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. Comparo a minha vida a um “eco”, se não gosto daquilo que recebo, analiso o que estou a emitir. No jogo de xadrez, ao final, o “peão” e “rei” são guarda- dos na mesma caixa. Assim, também, é a vida quando des- cemos ao túmulo o rico depõe a sua opulência e o pobre a sua miséria. Por isso que os efeitos e as consequências de nossos atos e palavras são eternos. Cá estou completando Entendo como relevante que cada um tenha a idade do seu coração em Experiência e Fé.
  • 18. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 17 SOU UM LIBRIANO 26/9/1940 26/09/2020 “Há uma primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida.” Zina Bellodi (Global Editora) Nas palavras de Adélia Prado (professora, poetisa, fi- lósofa e contista brasileira): “Erótica é a alma” - A frase é redentora, alivia o peso da sensualidade a qualquer custo e a busca desenfreada pela juventude perdida... Nesta frase minha alma se diverte, se perdoa, ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Sinto-me capaz de despir-me dos preconceitos, intolerâncias e desafetos. Para mim, completar 80 anos não é ter, unicamente, a oportunidade de festejar a vida com mais intensidade. É muito mais... Palavras de Vinicius de Moraes (poeta, dramaturgo, jornalista, cantor e compositor):
  • 19. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 18 “Outros que contem... Passo por passo... Eu morro on- tem... Nasço amanhã... Ando onde há espaço... Meu tempo é quando...” Um “octogenário” sem a “observação crítica e partici- pante” é como um “rio seco”, não serve para nada. Um “oc- togenário” não deve se culpar pelas marcas deixadas pelo tempo... É irreversível... Há de aceitar com bom humor os vínculos ao redor dos olhos e o código de barras acima dos lábios. O ser humano não é simplesmente um “ser material”, tem algo de “espiritual” e sem fanatismo é conduzido a con- templar a natureza de Deus. Nada mais correto e justo do que aqui e agora, adejar tal qual as borboletas, em ato de sincera contrição, asseverar: “OSenhorémeuPastor,nadamefaltará.”- Salmo23:1 Independente das lutas pela sobrevivência de cada dia. Que eu possa ir além das aparências. Que eu me sinta livre como uma folha ao sabor dos ventos: Valorizando a vida!!! Valorizando as pessoas!!! Fazendo a dieta da alegria: Um sorriso a cada manhã e um agradecimento ao fi- nal do dia. «»«»
  • 20. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 19 Não importa o quanto se combata o bom combate. Tentar já é vencer. A ação gera continuação... A vitória tem muitas faces... «»«» “Caminhante, não há há caminho, o caminho se faz ao caminhar.” (Antonio Machado, poeta espanhol.) «»«» Tornar-se Membro de uma Ordem Iniciática não é sinô- nimo de perfeição, santificação ou ter encontrado a chave do sucesso... Lembremos de que Deus tem muitas formas e nomes, mas sempre será Deus. Vivemos em um país laico... Portanto, adore a Deus da maneira que quiseres, mas fale de Deus e com o seu Deus.
  • 21. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 20 COLUNAS Eretas e intactas Colunas simbólicas... Com castiçal de romãs Adornam a entrada... Com passos firmes Ao Templo adentrei... Aos vícios masmorras cavei. Colunas simbólicas... Representam A força! A beleza! Para desfrutar de vida plena... Passei por aquele portal... Adquiri conhecimentos... Colunas da ciência e virtudes... Colunas do amor e progresso... “IGNE NATURARENOVATUR INTEGRA” (O fogo renova a Naturea inteira.)
  • 22. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 21 “A Sabedoria e o Conhecimento não são exclusividade de ninguém, nem tampouco de qualquer segmento social. Por mais que a tecnologia se imponha na investigação e na pesquisa, nada substituirá o poder de observação. E aplicá-los nos mais simples detalhes da vida, nos proporciona a possibilidade de auferirmos conclusões impulsionadoras de progresso e mesmo de reafirmação de paradigmas já estabelecidos.” Claudio Amaral – Loja Brasil 953 – GOB-RJ «»«» “A vida não tem uma cor só, nem o poema um só leitor; cada página tem o seu momento.” Decimus Magnus Ausonius (cerca de 310-395), poeta latino da Gália. «»«»
  • 23. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 22 “Nada existe, fora de Deus, que constrinja a misericordiosa eleição de uma pessoa. Ele escolhe livremente, independen- temente ou incondicionalmente de qualquer condição em nós.” «»«» Cada ser humano tem suas problemáticas... Se sentindo pequeno? Não esqueça!!! Existe alguém Maior te protegendo: Deus. «»«» Tudo é força! Deus é poder!
  • 24. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 23 Em minh’alma mendiga Meus escritos são cantigas... De amor, de paz, de acalento e de alerta. Os problemas devem ser enfrentados e vencidos... Depois sem revoltas ou ressentimentos, mantenhamos acesa a luz da esperança. Façamos investidas em novas propostas para que possamos, neste mundo mais tecnológico do que humanista, sermos dignos de exclamarmos: Perseverei! Venci! «»«» Jornada em Retalhos Passos previstos e imprevistos... Que levam as minhas crônicas, aldravias e poesias além dos horizontes... São rabiscos... Muitas vezes sem nexo... Agradecido a Deus, ao meu jeito ser feliz... Com Fé sigo o meu caminho... “VERBA VOLANT, SCRIPTA MANENT.” (As palavras voam, mas permanecem quando escritas.)
  • 25. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 24 Crônicas A crônica não tem fronteiras, nem barreiras, mas sem- pre apresenta obstáculos, que devem ser ultrapassados com garra e determinação. A crônica tem vida, tem nome e tem corpo. Nela muitas vezes a sátira, a ironia e a linguagem coloquial demonstram a exposição de sentimentos e reflexões. Digamos que a crô- nica transforma, liberta e faz pensamentos voarem... Que persistamos em ser uma verdadeira usina de pro- cessamento de ideias úteis à humanidade. Que enquanto esperamos o “grande acontecimento” permaneçam a Inteligência Superior, a Bondade e a Justiça. Que em nossas famílias germinem a luz do respeito, do diálogo e do perdão. Que não esqueçamos: a perseverança pode nos levar à vitória, o desânimo jamais. «»«» Que o nosso físico esteja em Paz! Que o nosso mental esteja em Paz! Que o nosso espiritual reflita a Paz!
  • 26. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 25 Fraternidade No mundo moderno somos levados ao “isolar-se” com umas poucas pessoa, quer sejam ou não do nosso convívio. Vivemos fechados com medo do nosso “semelhante”. Sabe- mos que todos vieram ao mundo da mesma forma, indepen- dente de raça ou cor da pele. O que faz a diferença? A “rea- lidade de cada um”. Infelizmente, o ser humano é o lobo do próprio ser humano. Chegamos a um ponto tal que confiar em alguém, ser solidário, ser honesto, tornou-se algo fora dos padrões. Somos todos iguais? Claro que não. As diferenças en- gendradas pelo “bicho ser humano” separam pessoas e pa- vimentam um fértil terreno para que pessoas sejam avalia- das pelos bens possuídos ou pela posição social. A realidade atual? Algumas vezes, ao se aproximar do semelhante, pessoas há que estão interessadas no quanto podem dele tirar. Criado à moda antiga, década de 1940-1955, tenho cons- ciência que os tempos são outros... Não é de bondade absolu- ta, nem de perfeição completa, mas, sim de macrocosmo em que o ser humano não mais possui a capacidade de ajudar a criar, a desenvolver um mundo melhor para todos. Em sínte- se,vivemos num mundo hipócrita revestido de egoísmo. Fraternidadelaçodeuniãoentreossereshumanos–an- corada no respeito pela dignidade e na igualdade de direitos entre todos, hoje é um valor tido como “dom” de alto preço.
  • 27. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 26 No mundo moderno somos levados ao “isolar-se”. Aprendemos que verbo é a classe gramatical que indica uma ação. Portanto, o verbo tem presente, pretérito e futuro que delimitam o tempo. Somos hoje aquilo que ontem fize- mos e amanhã seremos aquilo que hoje fizermos... É inegável que fomos criados para sermos felizes. Con- tudo a natureza humana, em determinadas ocasiões, impe- de e rejeita que sejamos felizes. Os nossos pensamentos contêm pelo menos sete ver- bos, vejamos: ANDAR – nos coloca em movimento. OUVIR – nos conduz a escutar o bom. VER – nos conduz a enxergar além das enganosas aparências. VENCER – nos faz reunir forças para ultrapassar obstáculos. TRABALHAR – nos lembra que não devemos apenas pelo dinheiro. TOLERAR – nos recorda de conceder indulgência em nossos julgamentos. Entre estranhamentos, ignorâncias, passividades e de- satenções assim caminha a humanidade. A conjugação correta de determinados verbos nos habili- ta sermos bons agentes no mundo das relações interpessoais. «»«» Quando chegarmos ao entendimento do valor holístico de certos verbos e a sua influência em nossas vidas, passaremos a enxergar tudo que nos cerca sob um prisma menos estreito.
  • 28. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 27 Por várias vezes, escutamos: “fazer o bem sem ver a quem”. Mas quantos de nós paramos para pensar o signifi- cado de tal frase? Se olharmos um pouco melhor essa rea- lidade, entenderemos quem é o ser humano e porque ele se realiza quando ama aos demais, sem se importar quem é o outro e sem esperar nada em troca. Sem esgotar a realidade, a nossa semelhança com Deus consiste em poder amar o próximo como Ele nos ama. Algumas pessoas dizem não ao amor e preferem o encarce- ramento em seu egoísmo. Na internet encontramos várias menções ao: “Fazer o bem sem olhar a quem e não esperar nada em troca - uma maneira de encontrar a felicidade”. Quando amamos de verdade, experimentamos uma vida de plenitude, perce- bemos que, apesar das dificuldades, estamos e vamos pelo caminho certo. No contexto a frase “... não esperar nada em troca” merece uma atenção especial. Quando amamos, nos realizamos, em outras palavras, não queremos nada em troca. São Bernardo resume tudo isso de maneira clara quando diz:
  • 29. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 28 “Vocês querem então saber de mim por qual motivo e em que medida nós devemos amar a Deus? Pois bem, eu vos direi que o motivo do nosso amor por Deus, é Ele mes- mo, e que a medida deste amor é amar sem medida”. Não há data, tempo ou hora para vivermos de maneira à semelhança com o Deus de nossa crença ou religião. Este livro foi editado sem fins lucrativos. Isto dito, fa- zemos o convite para que o leitor conheça, se aproxime e se una aos esforços filantrópicos do INSTITUTO CONSELHEIRO MACEDO SOARES (ICMS). CNPJ 33.644.899/0001-34 Banco Itaú Agência 5662 - Conta corrente 036887
  • 30. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 29 Fundado em 18 de agosto de 1938, localizado na rua Aquidabã, 540 – Lins de Vasconcelos – Rio de Janeiro. Atualmente atende 60 meninas, residentes no Comple- xo Lins de Vasconcelos – composto de 13 comunidades. O objetivo do ICMS é tirar aquelas meninas da triste re- alidade em que vivem, proporcionando-lhes, entre outras, as atividades de: teatro, capoeira e aulas de ecologia. Bem como Assistência Médica (Pediatria), Odontologia e Psicologia (ex- tensível aos parentes). Seja Solidário Solidariedade é fazer o bem, sem olhar a quem... É doar não só o que não mais nos serve, mas também aquilo que tivermos em abundância... Solidariedade é um gesto de amor, praticado por pesso- as de coração puro e de alma generosa. «»«» ”A solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e nos proporciona a oportunidade de aprender com o outro.”
  • 31. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 30 E se em cada etapa da vida, cada um de nós se desse tempo para refletir naquilo da etapa que passou... Teríamos uma colcha de retalhos que, talvez, nos deixasse rubros de vergonha de nós mesmos... Então, melhor é sermos mais compreensíveis com o presente e com aqueles cuja realida- de de vida é diferente da nossa. A criança de hoje será o adolescente do amanhã. O adulto de logo mais o idoso alguns anos depois. Precisamos retornar ao ser família, ser comunidade, ser religioso, ser solidário. Ainda que aos pouquinhos... Não esqueçamos de que a honestidade não deve ser louvada como mérito porque é uma obrigação. Devemos louvar a competência porque é o resultado de uma dedicação pessoal. «»«» “Quem rejeita conselhos não consegue ser ajudado.” (Benjamin Franklin) «»«» “Não se deve julgar o mérito de um homem pelas suas grandes qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.” (Jean de la Bruyere)
  • 32. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 31 Você já se deu conta de que as pessoas mais importan- tes de nossa vida são arrebatadas muito depressa... Por isso, sempre devemos dedicar às pessoas que amamos palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Na vida aprende-se que as circunstâncias e os am- bientes têm influência sobre nós, portanto, somos res- ponsáveis por nós mesmos. Comecemos a aprender que não devemos nos compa- rar com os outros, mas com o melhor que pudermos ser. O tempo é curto. Aprendamos que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que aprendermos com elas, do que com quantos aniversários celebramos. Apren- damos que, em nós, há mais dos nossos pais do que supú- nhamos. Aprendamos a suportar os embates da vida para po- dermos ir muito mais longe. Suportar? Quem realmente é forte? E quem pode ir muito mais longe? Chegaremos à con- clusão de que a vida tem valor para quem compreende o seu valor. Aprendamos que o único tirano que devemos aceitar no aprendizado é a silenciosa e pequena voz do nosso inte- rior. Nas questões de consciência a lei da maioria não conta. «»«» “A vida é maravilhosa, quando não se tem medo dela.” (Charles Chaplin)
  • 33. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 32 Um artigo publicado na revista “Você S.A.” chamou-me bastante atenção. Tratava-se do tema “Não confunda suces- so com riqueza” >> uma abordagem sobre o que vale e o que não vale a pena fazer ou sacrificar para chegar lá. Baseado no pensamento de Tom Morris, filósofo e fundador do Instituto Morris Valores Humanos, o artigo mostra uma pesquisa feita no site da revista com mais de 1.000 pessoas, perguntando, entre outras coisas, o que empregados de todos os escalões prefeririam: - “Ganhar mais de 1.000 reais por ano ou 1 hora livre todo dia?” As respostas foram significativas... Muitos abriram mão do dinheiro. Na mesma edição, pergunta-se a al- guns milionários: “Se estão satisfeitos com a vida plena de di- nheiro, poder, fama e status?” “Não”, é a resposta da maioria. Será que são sinceros ao justificarem-se ou se sentem vazios e carentes de novas oportunidades que os desafiem a realizar algo diferente e que mexa com suas potencialidades. Ainda, segundo a referida matéria, há na vida dois tipos de insatis- fação: a “insatisfação do possuir” e a “insatisfação da aspira- ção”. Deus costumava dizer coisas desnorteadas, como: “Dou aos meus filhos enquanto dormem... (Salmos 127:2), “pois, de que adianta se preocupar com o dia de hoje ou de amanhã, se você não pode acrescentar um só fio de cabelo à sua cabeça.” ou “de que te vale conquistar o mundo inteiro se vieres a te perder de ti mesmo?” Oh Senhor, meu Deus! Exaltar-Te-ei e Louvar-Te-ei. Quão Grande és Tu. «»«» “A verdade é dura como o diamante e frágil como a flor de pêssego.” (The Story of my Experiments with Truth I, 346, op. cit) «»«»
  • 34. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 33 Contra o livro não adiantam perseguições. Nem os exér- citos, nem o ouro, nem as chamas podem contra ele. Podeis fazer desaparecer um livro, mas não podeis cortar as cabeças que aprenderam com ele, porque são milhares... Nas palavras de Rita Padoin: “Aleitura ainda é o melhore o mais confortável veículo de inspiração, levando os seus passageiros ao destino planejado e aos seus sonhos idealizados.” O livro ensina e diverte. Nos faz lembrar e esquecer al- gumas coisas... Outros nos levam ao infinito. Outros nos fa- zem cair na real ou sonhar... O livro é o seu companheiro? Sim. Na viagem, no con- sultório médico. O livro não é a solução para todos os nossos problemas ou males. Mas, convenhamos em algumas cir- cunstâncias após a leitura funcionam como antídoto. Nas palavras de Tagore (Poeta, romancista, músico e dramaturgo – 1861/1941): “ Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera, esquecido, uma alma que perdoa; destruido um coração que chora”. Eu, particularmente, considero “o livro” um amigo do ser humano. Livros há que basta começar a ler e fica difícil soltar. Mutatis mutandis, o livro traz experiências e erudição. Acre- dito que sem ele a humanidade não teria conhecimentos acu- mulados... Aquele que não gosta de ler desconhece algumas exuberâncias da vida. Namodernidadenãohánecessidadedocontatofísicocom o livro que, em sua versão mais moderna, tornou-se e-book, também chamado de livro eletrônico ou livro digital, onde não vivenciamos a sensação devirarpáginas e o cheiro do papel. Dizem que ler um livro é de certa forma, ultrapassar e compreender a mensagem por ele transmitida. Será que ca- bem controvérsias?
  • 35. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 34 Antes de completar 16 anos eu não gostava de ler. De- pois daquela idade a “ficha caiu”, descobri o seu grande va- lor... Desde que escrevi o primeiro livro, procuro ser coerente com as minhas verdades sobre os assuntos abordados, es- pargindo em meu ser a convicção de que a moral é o funda- mento de todas as coisas. Com o tempo me dei conta de que os momentos gastos com tais escritos foram aqueles que, em tese, me comuniquei com Deus. Por fim, quem cultua o hábito da leitura tem consciên- cia de que o “ler um livro” o torna uma pessoa diferente e muitas vezes até com requintes intelectuais. O livro merece mais respeito do que aquele que a hu- manidade até hoje o dedicou. Convenhamos, uma pessoa que não lê, mal fala, ouve e mal lê. «»«» Você será herói de si mesmo se conseguir romper a bar- reira da “preguiça de ler” e conquistar algo que ninguém po- derá subtrair de você: o conhecimento. «»«» “...Tão misericordioso é Deus, que nos dá oportunidade de corrigir erros, começar de novo, fazer o dia de hoje melhor que o dia de ontem.” (Otimismo em Gotas – R.O Dantas)
  • 36. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 35 Pessoas há que pensam controlar a vida alheia... Que- rer fazê-lo é como controlar um “tidal wave” ou “tsunami”. Outras mais passivas acomodam-se porque acham que tudo está destinado. A verdade está aquém da nossa capacidade de compreensão, a resposta oculta-se entre várias possibi- lidades... Algumas forças intervém e os acontecimentos sur- gem sem nenhuma previsão. Olhando para o destino como as cartas que nos são da- das e para o livre-arbítrio, com eles o que fazemos? São o nosso corpo, sexo, situação econômica, estado psicológico, doenças graves; são as pessoas que encontramos e, por úl- timo: a imprevisível data da morte. A percentagem de livre-arbítrio reduz de acordo com o nosso entendimento individual e como vamos a ele reagin- do. Se reagimos aumentamos o nosso livre-arbítrio, se não reagimos o nosso grau de liberdade vai diminuindo. Muitas vezes passamos a vida toda sem nos lembrarmos disso e até mesmo sem aprendermos. Principalmente se é algo que rejeitamos como a nossa realidade ou algo que não quere- mos experienciar. Na vida não há santos e nem vilões, mui- tas vezes os papéis estão invertidos apenas para sentirmos como é estar do outro lado. Livre-arbítrio é propriedade de cada ser humano, por isso devemos respeitar quando ou caso alguém pense e aja diferente. Não temos o direito de impor nada a ninguém.
  • 37. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 36 Destino ou livre-arbítrio, pouco importa. Muitas vezes os esforços para isso e os resultados que obtemos são na proporção do esforço que fizermos: – Por exemplo, no meu caso o primeiro emprego Ajudante da Expedição da extinta Papelaria Modelo (Rua da Quitanda-RJ), depois ingressei nas fileiras da Marinha do Brasil, residi fora do Brasil e aproveitei a oportunidade para não mais residir na Baixada Fluminente do Rio de Janeiro e após mais de 30 anos de efetivo servi- ço pela Marinha do Brasil me aposentei e cá estou, sempre, tentando ser amanhã melhor do que hoje. «»«» “Nosso livre-arbítrio nos faz plantar estrelas ou sumir na poeira delas...” (Mhario Lincoln)
  • 38. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 37 Às vezes os pais se queixam quando os filhos não lhes dão ouvidos ou não se comportam como deveriam. É preciso entender que ensinar é apenas uma parte da educação. O mais importante é dar o exemplo. Se a pes- soa não age conforme prega: - Como pode ser respeitada? Nesta linha de raciocínio não devemos esquecer da “lei de causa e efeito”, isto é, às vezes há algo, de um ou outro lado, para ser resgatado. Devemos viver a vida conforme recomendamos aos outros, nunca seguir o ditado popular: “Faça o que eu digo. Não faça o que eu faço ou o que eu já fiz.” É preciso lembrar o que encontramos na Bíblia em Ezequiel 18,2: “Pais que comeram uvas azedas têm filhos de dentes afiados.” «»«» “Os dias prósperos não vêm por acaso; nascem de muita fadiga e muita persistência.” (Henry Ford)
  • 39. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 38 A lamentação é a fixação no ponto infeliz de um deter- minado problema. Se nos prendermos a este ponto, não veri- ficaremos outros pontos positivos e outras possibilidades de êxito... A mente fechar-se-á na negatividade e, por consequ- ência, as chances de atrair o que for negativo serão maiores. Não focalize o fracasso, a dor ou a dificuldade. Apren- damos com as situações em nossa volta, façamos o que pre- cisar for para sairmos vitoriosos naquele porfiado combate... Lamentar é adiar - nada melhora. Troquemos a quei- xa pelo aprendizado da experiência. Em qualquer problema, sempre, haverá uma porta aberta do lado que não esperamos. A lamentação colocará a nossa visão em direção à por- ta fechada. Lamentar é investir no fracasso e se afastar de suas possibilidades de vitória. Vamos estancar as lágrimas? Fonte Livro: Sempre Melhor Autor: José Carlos de Lucca Editora: InterLitera «»«» Nas palavras de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) foi um escritor, ilustrador e piloto francês, é o au- tor de um clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, escrito em 1943. “Aqueles que passam por nós vão sós.Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
  • 40. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 39 Fraternidade... Cada vez mais os pais procuram se preparar para a ado- lescência dos filhos. As informações são muitas e de fácil acesso. Como podem pais e filhos - aspirar um destino me- lhor? Retraçarcaminhos da liberdade ou prevenirproblemas? Será preciso algo grandioso? Mais do que nunca precisamos serpais que se dão o respeito. Não mais existe o “darlimites”... Com isto não estou dizendo que a forma radical do passado deva voltar. Refiro-me aos limites sociais dentro da família. Não devemos pensar que os adolescentes são só con- fusão. Pensando bem, as suas transgressões , de certa for- ma, contribuem para o aprendizado. As orientações que re- cebem e, em última instância, pelos erros cometidos devem ser considerados como momentos importantes à evolução. Não esqueça da quantidade de vida que eles trazem para o seu lar. Lembre-se que um dia serão adultos. Sem querer tomar partido, muitas vezes os pais se atrapalham... Só dê castigos que façam sentido e transpareçam justiça. Penas longas perdem o efeito. Injustiças só causam mais revoltas. Na relação crime e castigo, culpado ou inocente, fez ou não fez, fuja da chantagem afetiva e não faça ameaças radicais. Na dúvida recorra às orientações de um profissional. Seu filho entrou na adolescência ou como queiram ou- tros na “aborrecência”? Não se despere. Sentimentos à par- te... Lembre-se que todo ser humano, teve a sua fase de ado- lescente ou de “aborrrecente”: eu e você, todos nós. «»«» “Eduquem-se as crianças... E não será preciso castigar os adultos.” (Pitágoras)
  • 41. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 40 Não se pode confundir fim com objetivo. Objetivo é um alvo que o ser humano se propõe a alcançar pelos seus es- forços. Nestes termos o fim do ser humano é o de realizar, pelo exercício de sua liberdade. Desde milênios, o ser humano vem acumulando uma sabedoria que se mostra eficaz à realização de sua perfei- ção pessoal. Se cada geração fosse obrigada a redescobrir os núme- ros e suas faculdades, as normas do bom viver, as descober- tas científicas etc etc, ainda, seríamos trogloditas e nosso nível evolucional estaria beirando ao nada. Sem o acúmulo de conhecimentos a humanidade começaria a decair e o ser humano degradaria. Cabendo destacar que apesar da quase total inversão de valores, a degeneradação social, constataremos que o saber da humanidade se acumula e se renova de geração em geração desde o início dos tempos. «»«» “Não vemos as coisas como são. Mas como somos.” (Anais Nin – escritora americana)
  • 42. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 41 O tempo voa... O tempo é um tesouro precioso. Ah...O tempo é um vilão ingrato... Ao amigo o melhor presente? Dar-lhe um pouco do seu tempo que voa... À família dediquemos o nosso tempo que voa... Mas, quem é o dono do tempo? Deus. Com Fé determinemos o hoje e escrevamos o amanhã. Apressar não adianta. Tudo vem ao seu tempo. O tempo voa para todos nós. A última palavra será do Dono do tempo. «»«» Certas derrotas nos preparam para grandes vitórias. Grandes desafios: >> Viver segundo os ditames da honra, praticar a justiça, amar ao próximo, trabalhar pela felicidade do gênero humano. >> Combater a ignorânica, os preconceitos, o orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, os privilégios e a hipocrisia. >> Libertar da tirania a humanidade e do fanatismo a consciência humana. >> Repelir com sinceridade o egoísmo e a imoralidade. «»«» “Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.” (Chico Xavier)
  • 43. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 42 Aldravias Mas, o que é aldravia? Trata-se de um poema sintético capaz de inverter ideias correntes de que a poesia está num beco sem saída. Aldravia é uma nova forma de demonstrar a poesia. É constituída numa linométrica de 6 (seis) palavras-verso. O li- mite de palavras se dá de forma aleatória, preocupada com a produção de um poema que condense significação conforme o espírito poundiano, sem que isso signifique extremo esforço para sua elaboração. Aqui agradeço aos participantes do Movimento Aldra- vista pelo ensinamentos a mim transmitidos, pela fraternal e cavalheiresca amizade.. Vamos que vamos... nas inundações rios alteram seus feitios tempos modernos amor distorcido decepção separação
  • 44. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 43 doce desejo querer ardente cegos sentimentos o orgulho escraviza o medo aprisiona tempo e acaso a todos atinge
  • 45. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 44 mãe presente afaga ausente sorri chora sou sombra caos sinônimo fantasma rebeldia tempo simples complicado tempo conto rugas
  • 46. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 45 entender silêncios guardar segredos secar lágrimas vida breve ilusão esperança silêncio desprezo sucesso queda raríssimos amigos pouquíssimos conhecidos
  • 47. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 46 viva o presente esqueça o passado difíceis momentos consciência limpa novos tempos levante os caídos vença a indiferença
  • 48. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 47 esperança frustação caminhos sonhos conclusão realização distância ingratidão recordações saudades tempos passados calçadas passos ruas carros igrejas confissão
  • 49. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 48 passarinho ninho canto coração amores empoleirados paixão desejo inveja sentimentos desilusão separação criatividade capacidade participação princípio sucesso conquistas
  • 50. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 49 partidas idas vindas desencontros elos partidos exercícios vigor hábito leitura vida saudável trovões chuvas destruição desabrigados fome mortes
  • 51. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 50 inclusão instrução educação saúde justiça cidadania viver sonhar fantasia desequilíbrio realidade divã «»«» “As três coisas que mais almejamos na vida: felicidade, liberdade e paz de espírito: - São sempre alcança- das quando as oferecemos a outras pessoas.” (Peyton Conway March)
  • 52. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 51 Poesias A poesia tem asas imaginárias, que voam para bem lon- ge e em questão de segundos chega a lugares que até o pró- prio autor duvida. A poesia transforma, liberta, aflora; chora, conquista sorrisos. A poesia é muito mais que isso, ela é uma eterna companheira. Poesia moderna são sentimentos, inquietudes e até misteriosas afirmações que fascinam alguns seres hu- manos desde muito tempo. As poesias de minha autoria funcionam como uma vál- vula de escape, um desabafo e são escritas em estilo moder- no... Versos feitos sem pretensão literária... Nas palavras de Mario Quintana: “Ser poeta não é uma maneira de escrever. É uma maneira de ser. O leitor de poesia é também um poeta.” «»«» Nas palavras de Mhario Lincoln (Advogado, jornalista profissional, autor de vários livros e Presidente da Academia Poética Brasileira) “A beleza da criação poética não se reduz a hermenêuticas pertinentes a escolas literárias, nem ao rigor da ortografia. Mas, à linguagem do coração, tão somente...”
  • 53. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 52 Induções de um Marujo... Entre os grandes procurei ser sábio, Entre os iguais procurei ser nobre. Sincero aos amigos E afável aos pobres. Praticando a verdade Abominei a vilania. Por vezes, polêmico Em outras, voluntarioso. Aos quinze anos, A Marinha abracei. Chegadas e partidas Tanto porto e tanto mar. Procurei não me seduzir pela vaidade. Convivi com sábios e ignorantes Com ricos e pobres Não me fascinaram as honrarias. Não me exalçei às glórias vãs. Saudoso... Vibrando no peito Mantenho o orgulho De um dia ter sido marujo.
  • 54. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 53 O tempo que voa... O tempo passa depressa... Oh! Tempo surdo-mudo Tudo surpresa Como as pessoas esquecem. Oh! Tempo Soturno cocheiro Deste carro fúnebre: A vida. Passa logo... Passa depressa... Espera! Eu não notei! Oh! O tempo que voa sem volta Passou... 26/9/1980 (Ao completar meus 40 anos)
  • 55. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 54 Sonhe... Chorando... Implorando... Querendo... Sonhe... Na aventura humana Sonhar é sentir... Sonhe fantasias ou devaneios. Sonhe...
  • 56. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 55 Avante marujos! Avante marujos! Com orgulho e altivez A Esquadra vos espera Para o bem servir a Pátria. Pelos mares da vida Não importa a tormenta Naveguem... Com honra, força, coragem e empenho. Brasil! Teu povo é forte Como é grande a tua terra! Glórias aos que elevam a Pátria! Glórias aos homens e mulheres do mar. «»«» A todos os homens e mulheres do mar que tal qual es- puma chegando na areia, nas chegadas e nas partidas, um dia cruzaram o meu caminho. Momentos de ilusão ou realidade? Pouco importa. Foram oportunidades de posicionamentos e crescimento profissional perante alguns percalços e gran- dezas de vida. Bravo Zulu
  • 57. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 56 Sentimentos Homens e mulheres no passado interagiam fantasias... Hoje entre farpas e mentiras tratam-se meu bem... Depois! Meus bens... Dando vazão a sentimentos outros... escolhendo o melhor... Conscientes entre altos e baixos em nome do amor sentimentos subsistirão...
  • 58. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 57 Delírio de sonhos... Nos meus sonhos Nada me pertence... Nada nítido... Viajando em meus sonhos Com palavras mutiladas Entre lágrimas e suores me inundo... Tudo passa... Deixando voar minha imaginação A dor transpassa... Ao delírio me entrego...
  • 59. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 58 Alegria És a flor... vinda dos céus És a luz... que me irradia És a chama... que me dá calor És muito mais! És meu sonho e quimera... És a minha fada Sou teu bruxo e mago... É preciso crer! É preciso crer! Nas confidências e juras Nestes versos porejam sentimentos... É preciso crer! És a felicidade perene! És a alegria que me anima.
  • 60. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 59 Façam suas apostas No jogo da vida Não há cartas marcadas A roleta não é traiçoeira No jogo da vida buscando a felicidade devemos arriscar... Mesmo sem saber onde está. Apostas devemos fazer... Na esperança de obtê-la... Façam suas apostas.
  • 61. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 60 Lembranças... No asfalto cintilam gotas do noturno pranto. Na estreita rua me faço presente. No vazio das calçadas meus passos perambulam. Nas sombras daquele chão o quê encontro? A nossa amizade. E magistrais lembranças...
  • 62. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 61 Momentos e momentos... Momentos felizes? Foram aqueles momentos. Momentos desejados? Foram outros momentos. No momento não os consigo poetar.
  • 63. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 62 Tudo cede ao bem querer... Neste quarto de prazer Não há lugar para tensão Na embriaguez de abraços... No afago de carinhos... Tudo cede ao bem querer...
  • 64. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 63 Novos caminhos... Quero entender as coisas... Quero possuir as alegrias do poder... Com isto com o mundo crescer. Tudo evolui e a própria vida tece novas surpresas glórias e láureas... Quando uma nova senda se descobre: novos caminhos aos nossos pés se abrem.
  • 65. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 64 Prossigo singrando... Qual gaivota coroando o espaço... Entre encontros e desencontros, alegrias e tristezas... Prossigo singrando... No meu caminhar avanço...
  • 66. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 65 Sou... Estou aqui Não escolhi E nem pedi. Dia a dia... Recolhendo pedaços... Sigo o meu destino... Não sou melhor porque me elogiam... Nem pior porque me criticam... Aos olhos de Deus e à luz de minha consciência Sou aquilo que sou...
  • 67. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 66 Mergulho final... Ainda me resta Algum vigor Malgrado a idade A culminância E exemplos a dar... Resta no coração algum afeto Dos anos somados? Os cabelos brancos estão a pintar O dotes físicos? Estão rumo ao mergulho final... «»«» “Afeto no ato de ouvir é a caridade da atenção... Afeto na ati- tude de valorizar o esforço alheio é a caridade do incentivo... Afeto na saudação é a caridade da cordialidade... Afeto na de- legação é a caridade da cooperação... Afeto na palavra, cari- dade da brandura... Afeto na tolerância, caridade da indulgência...” Do livro “Laços de Afeto” (Wanderley S. de Oliveira) (Ditado por Ermance Dufax - nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau - França. Médium que colaborou com os tra- balhos de Allan Kardec.)
  • 68. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 67 Ecos da noite Voltar no tempo impossível... Da noite para o dia... Passa o tempo fugaz. Na alegria... Na tristeza... Vai o tempo escoando... Do dia para a noite Logo tudo será saudade... Ah! Se eu pudesse no tempo voltar... Viver do passado? Nem no lamento. Os ecos da noite... Deixaram saudades...
  • 69. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 68 A tão desejada paz... Crise migratória de refugiados Somando óbitos Na travessia dos mares Na busca da Paz. Milhões de pessoas Fugindo das guerras e perseguições Deixando tudo para trás... As incertezas dos mares preferem. A tão desejada Paz... Deixando um rastro... Um rastro de mortes. Na morte de plantão Quando será dado um basta? Quando haverá A tão desejada Paz...
  • 70. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 69 Aos profissionais da saúde Dentista, Médico Farmacêutico ou Enfermeiro Psicólogos, Fisioterapeutas Fonoaudiólogos, Nutricionistas Assistentes Sociais, Técnicos de Radiologia, etc. Pouco importa. Dedicados e operosos Por direito Por razão Neste 12 de maio Saúdo os Profissionais da aréa da Saúde. (Escrita e lida na solenidade do “Dia do Profissional da Saú- de” realizada no Laboratório Farmacêutico da Marinha em 12/5/2005) ◄►◄►◄►◄► Atualmente, no dia 12 de maio, é lembrado o Dia do Profissional da Saúde. Nem sempre foi assim, antes, era comemorado o Dia da Enfermagem, pois se tratava de uma homenagem à Florence Nightingale, uma inglesa considera- da a idealizadora da enfermagem moderna. A mudança faz sentido, uma vez que no início do século XIX, mal existiam os hospitais como nós conhecemos hoje, quanto mais enfer- meiros, médicos e outros profissionais de saúde. Assim sen- do, é justo que se comemore o Dia do Profissional da Saúde e não só dos enfermeiros.
  • 71. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 70 Entendamos como profissional da saúde todo o corpo técnico que trabalha em benefício do paciente. Profissionais que são a alma dos hospitais e que realmente cuidam do paciente, consolam as suas famílias e, raramente, têm suas profissões reconhecidas dentro do estabelecimento de saúde que trabalham. Parabéns, em particular aos profissionais da saúde do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD) que um dia solenemente juraram “...Dedicar a vida profissional a serviço da humanida- de, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana...” Que Deus, sempre esteja presente nas intervenções cirúrgi- cas e atendimentos. Aqui registro o meu agradecimento pela dedicação, efi- ciência, carinho com que, sempre, fui distinguido nas clínicas de ortopedia, cardiologia, urologia, neurologia e neurocirur- gia, gastroenterologia, radioterapia, imagens (ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, etc), exames labo- ratoriais e atendimentos na Emergência do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD).
  • 72. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 71 A colheita... Nascer... Viver dignamente... O tempo passa... Deixando no rosto A marca do tempo implacável... Imagem que não engana. Eis a velhice chegando. Um dia a alma abandonará o corpo... O semeado... Colherás.
  • 73. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 72 Filosofar Sei que tudo é utopia... Não me custa sonhar... Eu quero é filosofar...
  • 74. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 73 Escrevendo uma história... Como um sonho surgiste... Fui atrás... Fui refugado. Triste sina de quem em tua “malha” caiu. Estranho! Parece algo de louco. Coisa do destino? Ou de alguma mandinga? Acredite! Nesta armadilha vou me atirar... Apenas para em versos... esta história escrever...
  • 75. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 74 Estar feliz... É simples... É pessoal... Sorrir... Lembrar... Apenas querer... Nada mais.
  • 76. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 75 Ouça a minha voz... Escrevendo... Compondo... Extravasando inspiração... Exponho-me aos leitores... Cada vez que escrevo Após horas de trabalho Mesmo em horas de recreio Que aperreio! Espero que alguém Ouça a minha voz... Que fraqueza! Que tortura algoz!
  • 77. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 76 Sonhos, medos e loucuras Saber da existência da água. O que é a água? O porquê da água? Saber o que é a vida. Um sonho! Uma realidade! Ou uma imagem vã... de sonhos, medos e loucuras.
  • 78. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 77 Chegou a hora de assumir... Na harmonia dos murmúrios Envolto em mistérios Encontro realidades Sonhadas, belas e vividas... Na realidade da vida Entrecortam-se ânsias e conflitos Sorrisos e lágrimas... Amores e desamores... Seria tudo mais fácil sem conflitos e discórdias Porém não é assim que as coisas acontecem. A minha realidade? Sonhos na partida. No final, se a vitória não colho, Restarão lembranças... Por isso, chegou a hora de assumir... «»«» “A força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.” (Mahatma Gandhi)
  • 79. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 78 Ser poeta Ser poeta é andar pelos caminhos do pensamento, por terras misteriosas... É ouvir, mesmo sozinho, o murmúrio de silenciosas palavras. Ser poeta é colher pelas estradas retalhos de um sonho que ficou... É relembrar nas noites estreladas alguém que já partiu. Ser poeta é voltar à mocidade É brincar com o luar rasgando a imensa dor da saudade... Sorrindo! Chorando! Ser poeta é ver versos nas espumas das águas pela popa do navio. É ver o belo nas velas da escuma da vida... Ser poeta é voltar a ser criança. É voltar aos tempos que não voltam mais... É ser feliz na tristeza e na bonança Ser poeta é morrer fazendo versos! «»«» Alguns poetas fazem das palavras a razão de ser e de viver. «»«» Nas palavras de Friedrich Nietzsche (filósofo, filólogo, poeta e escritor prussioano do Século XIX) “Os poetas são impudicos para com as suas vivências: Explo- ram-nas.”
  • 80. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 79 Máscaras... As máscaras não servem para nada? Claro que sim. Escondem a verdade. Que verdade? A verdade de cada face. Máscaras são meios atrás das quais cada ser humano esconde suas verdades. «»«» Em tese entre “amigos” podemos tirar a máscara e nos permi- tir o exercício da simplicidade e da verdade. Entre eles (ami- gos) podemos nos despir das mentiras sociais, da polidez convencional e da hipocrisia do mundo em que vivemos.
  • 81. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 80 Sem rumo... Olhares transmitem tristezas e sofrimentos... às vezes esperanças... Sem rumo... Fecho os olhos... Sem rumo... meu coração sem timoneiro pelos meandros do passado veleja...
  • 82. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 81 Gelo no coração... Perdoemos a mão que nos prende a tropeços pelo caminho. A rosa se defende com espinhos. A vida continua... Quando ouço o sussurrar do vento Vejo reluzir o firmamento Testemunho o purpurino manto da aurora... Momentos que sinto minha alma alar. Oh natureza! Extasiado... Divagando vou só... Inspirado, componho versos... Num misto de prazeres ou amarguras. A vida continua... Melhor poesias na cabeça que gelo no coração.
  • 83. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 82 Bolas de sabão Aflição... Solidão... Silêncio... Alma sofrida. Face triste. Um vazio sangra minh’alma Quimeras... Bolas de sabão...
  • 84. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 83 Se eu fosse vento Que ninguém viva O que vivo agora.... No meu peito pouco restou... Trago a saudade. Nesta escuridão Fico quieto. Se eu fosse vento. Ah! Se eu fosse vento te traria de volta...
  • 85. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 84 Tempo e eternidade... Voltar o tempo impossível... Passa o tempo fugaz Gotejando tal uma torneira Parecendo areia de ampulheta Vai o tempo escoando... Não somos eternidade... Logo tudo será saudade Não há como as horas enganar... Ah! Se eu pudesse no tempo voltar... Para futuro daria um prazo... Lutando contra o tempo... Não viveria do passado... Dele não sentiria saudade. Mas quem não sente Tempo e eternidade... passar... voar...
  • 86. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 85 O marujo Tudo começou com a matrícula, em 04/02/1957, na Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina (EAMSC) Formação profissional num ambiente de estudo, rotina, disciplina e trabalho. Como se fossem pipas coloridas... dou asas às lembranças... Não esqueci os tempos dos meus ontens... Ao ouvir os solfejos da maré: minha face se “criançola”... Recordar é dar vida ao silêncio... é viajar pelo pretérito... Há pedaços de ontem na lembrança... Me sinto livre como um vento sem pressa... Descubro que o longe fica a uma curva além do quase perto... Ainda bebo na garrafa da esperança... «»«» Uma carreira é para sempre! Um emprego é passageiro! «»«» Servir à Marinha: Uma visão! Um sonho! Uma vida!
  • 87. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 86 Celebremos a vida... A vida não é passageira ilusão. A morte é bendita Quando traz a libertação. Seria possível viver sem a morte? A vida é passageira. Se fosse eterna Ninguém teria preocupações E muito menos provações... Celebremos a vida... Celebremos a ressurreição... Pois quando da volta à Casa do Pai... Os filhos se encontrarão... Lembremos no céu não há tristezas... Nem dores ou sombras... Lá o prêmio da Fé É a certeza de viver Feliz com o Senhor. (Quando do falecimento de meu pai Aldrovando Burity) Publicada no livro de minha autoria “GOTAS POÉTICAS”. Registro 374.355 – Biblioteca Nacional 10/4/2005
  • 88. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 87 Minha mãe Partiste cedo... Deixando uma lacuna Imensas saudades... Mãe que saudades... Dos teus conselhos Dos abraços Da conversa amiga. Saudades dos teus anelos Da tua voz Daquele teu sorriso Minha mãe de ti Sinto saudades... «»«» “Saudade é o amor que fica.” (Rogério Brandão - médico oncologista)
  • 89. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 88 NOLI FORAS IRE, REDI AD TI IPSUM IN INTERIORI HOMINI HABITAT VERITAS!!! (Não vá para fora, volte-se para si mesmo, no interior do homem habita a verdade!!!) «»«» Conviva com pessoas que façam seu dia ser brilhante. Afaste-se de quem tem aquela nuvenzinha preta pai- rando em cima da cabeça. Cerque-se de quem te motiva. Abra a janela vai ver o sol. Não tem sol? Vai ver a chuva, refrescante, inspiradora. Está sozinho??? Cerque-se de você mesmo, toma um café, leia um livro... Na marcha do nosso tempo... Lembremos do ensina- mento ocultista que diz: “O coração concebe, o cérebro planeja, mas as mãos têm que executar.” Quem é que não erra. O próprio Cristo falou: “... quem não tiver pecado que atire a primeira pedra.” «»«» “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...” (Fernando Pessoa)
  • 90. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 89 Uma vez escutei que as experiências da vida são como círculos que se fecham, cada um a seu tempo. Uns círculos são pequenos e se fecham rápido. Outros demoram meses ou anos para que cheguem a completarem-se. Quando um círcu- lo se fecha temos a compreensão do que significa a experiên- cia. Antes disso, muito dificilmente, pois faltam elementos de entendimento. Só que ficamos ansiosos durante o processo, ávidos por entesourar... É necessário paciência. Quando um outro círculo se fecha surge uma energia extra, inesperada, que serve para continuar a vida... Traçamos novos círculos... O ciclo se repete... São vários desenhos, uns dentro de outros, experiências menores no contexto de experiências maiores. Alguns círculos certamente tangenciam outros, alguns estão interpenetrados. Há inclusive os concêntricos – estes, supo- nho, são os que se integram dentro de um eixo de significa- dos, num fluxo de acontecimentos com uma ordem especial. Pode-se imaginartodas as circunfe- rências dentro de uma bem grande: a pró- pria vida. O que quer dizer que somente entenderemos tudo da nossa vida após ela mesma se fechar, se interromper, para, por que não dizer, dar início a outro estado, fora do corpo. Eu acredito nisso. Eu gosto de gente que reza, que tem fé, que oferece o bem e fica feliz quando o outro conquista algo almejado...
  • 91. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 90 Procuro não compartilhar das ações de quem critica a religião ou a fé alheia. Gosto de quem elogia... De quem ilumina... De gente com alto astral e que me coloca para cima e alto te diz: - Tu vais vencer! Gosto de gente que não me faz sofrer... Muitas vezes perdi muito tempo em algo que sabia nunca daria certo. Coisas que são imutáveis, temperamentos, por exemplo, quem é calmo será calmo em qualquer situação, quem é nervoso, agressivo, ciumento, assim o será em qualquer situação. Inúmeras vezes precisei parar de agir para alguma coisa funcionar, pois quanto mais agia, mais desconforto gerava. A prudente atitude? Dei um tempo. Um dia entendi que a vida é muito mais que carregar fardinhos diários... Muitas vezes o imperativo foi libertar-me daquilo que pesava... Assim a vida ficou mais leve e me senti muito melhor. A vida é como uma ferrovia... Muitos trilhos de idas e vindas... Aproveitemos cada momento... Esqueçamos os solavancos... Curtamos as paisa- gens... Os momentos de alegrias são únicos... Não sabemos quando será a nossa parada para desembarcar. Todos, um dia, deixaremos o trem chamado vida !!!! Então, jogue fora as tristezas e os momentos de desilusão... Nas idas e vindas da vida... Aprendi ser mais forte...
  • 92. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 91 As idas mostraram que pude perseverar... As vindas sem desespero aguardei... Nas idas evindas percebitudo o que avida pode me dar... Percebi que tudo que vai... volta... Ao chegar ao final deste livro, resta-me agradecer a Deus por estar: Vivo, acordado e energizado. «»«» “A vida é uma viagem, o pensamento é o itinerário”. (Victor Hugo [1902-1963], escritor americano) Namastê“ “Quando descobrirmos que absolutamente nada é definitivo inclusive a vida. Compreendemos a inutilidade do orgulho, a tolice das disputas, a estupidez da ganância e a incoerência das tolas mágoas...” (Chico Xavier)
  • 93. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 92 Dizem que na vida o que importa é a jornada... Convi- vi com regras absurdas... Seguindo conselhos, muitas vezes tive que fazer “cara de paisagem” para conquistar um espa- ço e a ele ter direito. Oh! Quão paradoxo é conviver com “panelinhas”, onde, apesar do “arrivismo”, também, encontramos inexpugnáveis legiões de lúcidos. Muitas vezes, em nome da sobrevivência, transformamos a inteligência numa espécie de desvantagem perante avida. Ao completar 80 anos, daqui para frente a esperança não será o único elemento de avaliação de minha alegria quanto ao andamento das aspirações. A alegria será o com- bustível para manter o alto astral na capacidade de batalhar por algo de bom que melhor atenda as minhas necessida- des... Daqui para frente a minha jornada será a soma de ver- sões que o tempo formatará, porém, sempre permanecerá o que é meu... Seguirei olhando para frente e muito além de mim – aceitando o novo, sem corromper os meus princípios diante do moderno. Ficará a certeza de que velho é aque- le que perdeu o entusiasmo e o interesse por aprender e se adaptar. Ter e manter a Fé - os desígnios de Deus são maio- res que a minha vontade. HUMANI NIHIL, A ME ALIENUM PUTO. (Nada do que é humano – que pertence ao homem – julgo alheio a mim.) «»«» “A pessoa capaz de sentir prazer com o próprio passado vive duas vezes.” Marcial (40-102), poeta e aforista hispano-latino
  • 94. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 93 Exortação!!! Que eu não seja servil. Mas obediente... Que eu não seja temerário. Mas prudente... Que eu escute a voz da minha consciência e só aceite a verdade qualquer que ela seja. Que eu prossiga a minha jornada, sem preconceitos e sem orgulho, entendendo que a natureza não está somente na matéria, mas, também, no espiritual. Que eu exercite a prática da bondade, da tolerância e do amor que tornam os seres humanos iguais. Que eu possa afirmar, praticar e vivenciar: “Oh! Quão bom e suave é que os irmãosvivam em união.” Que o meu andar seja junto à verdade de Deus – a única absoluta de que não preciso duvidar. Que eu continue fazendo dos meus pensamentos um balão libertário que flue ao vento de perenes recordações... Que eu, uma frágil criatura: - Cuja vida nada mais é que um ponto colocado entre duas extremidades, com um presen- te momentâneo e um infinito porvir, possa distinguiro bem do mal e manter no coração as duas virtudes indispensáveis a um ser humano: a Fé... e a Esperança... que me fazem crer no incrível, ver o invisível e, muitas vezes, realizaroimpossível.Suportarcompaciênciaoinfortúnioeagir com retidão em todos os momentos... E assim ao dar o último suspiro que eu possa olhar para trás e dizer: valeu a pena. «»«» “A luz que ultrapassa as barreiras da incerteza, traz a certeza do que se quer buscar.” (Rita Padoin – do livro “A Cor do Infinito”)
  • 95. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 94 Louvação do Autor Bendito sejas meu Deus do universo criador! Que não me negues nunca a vossa mão. Queestejas,sempreaindicar-meocaminho útil ao meu progresso material e espiritual. Que minhas produções escritas vos glorifi- quem e enalteçam as virtudes humanas. Que eu saiba enaltecer o explendor do Teu reino e saiba proclamar o Teu infinito poder. Que eu jamais esqueça de ser: bom, caridoso, justo e que, ja- mais, cause mal ao meu semelhante. Que eu jamais perca a referência do justo e do perfeito... Que nos extremos lances da minha vida eu mantenha a reti- dão do esquadro. Que eu me mantenha no nível e no prumo das linhas da vida. Que eu possa suportar com paciência o infortúnio e agir com retidão em todos os momentos. Oh! Senhor meu Deus, obrigado por todas as coisas e dons que tens, a mim, concedido - Eu vos dou graças. Amém!!! «»«» NON IN SOLO PANE VIVIT HOMO. (Nem só de pão vive o homem, ou seja, o homem não deve preocupar-se unicamente com as coisas materiais, dedicando-se também às espirituais.) Frase com mais de três mil anos, citada pelo Senhor Jesus, no deserto, depois de quarenta dias sem comer, numa terrível tentação pelo príncipe dos infernos.
  • 96. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 95 Posfácio Pego de surpresa por um convite nada fácil, me ponho entre o coração e o lápis na tentativa deste posfácio. A faci- lidade diminui ainda mais, já que primeira é a vez. E mais di- fícil fica a explicar ou advertir, pois, completa, a obra já o fez. Pobre posfácio que perde todo o seu teor. Explicar o quê? O que o coração do poeta sempre transbordou? Entre boas e bem-vindas palavras harmoniosamente juntadas, somos conduzidos por caminhos sem desvios, sem obstáculos, sem encruzilhadas. Retas intermináveis de Amor, curvas acentu- adas de Alegria, retornos em respeito aos erros que sempre nos levam à sabedoria. As poesias se apoderam das palavras que o poeta viu com encantamento. As crônicas compilam os fatos apresen- tados segundo a ordem de sucessão no tempo. As aldravias, assim como os retalhos, de seis em seis são costuradas para formar uma linda colcha cheia de significados. Ao dividir sua jornada, o Autor, Amigo e Irmão, demons- tra sempre ter curvado seu espírito a uma grande afeição. Revela não ter concebido senão ideias sólidas de virtude e bondade, regulando seus costumes pela moral e dando a sua alma o tão buscado equilíbrio de força e sensibilidade. Em resumo, “JORNADA EM RETALHOS” de Elvandro Burity, é uma fonte de verdades de uma vida de verdade em busca da verdade. Paulo Garnier dos Anjos Almeida Membro da Loja Marquês do Herval 1624 – GOB-RJ
  • 97. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 96 Folhas presas. Páginas afiveladas. Livros torrentes de pensamentos... NULLA DIES SINE LINEA. (Nenhum dia sem uma linha) - A Dinâmica dos Trabalhos - FBN 41.637 - 1987 - Loja Cayrú 100 Anos de Glórias - Revivendo o Passado... - FBN 277.471 - Ecos do Centenário - Caminhos do Ontem - Fatos e Reflexões... - Contos e Fatos - 30 Anos de Trabalhos à Perfeição - Em Loja! - Ao Orador de uma Loja - Dito Feito (FBN 354.520) - Coletânea para um Mestre Maçom - Companheiro Maçom
  • 98. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 97 - O DesafioVersejar...Viajando pela Imaginação - FBN 359.618 - Ao Secretário de uma Loja... Alguns Procedimentos - É Preciso Saber Viver... - Só Poetrix - Glossário Maçônico - Cronologia Maçônica - Gotas Poéticas - FBN 374.355 - Marujo? Sim... Com Muito Orgulho... - FBN 377.251 - Uma Conversa Diferente - Na Trilha do Social - Mestre Instalado - Um Pequeno Ensaio - O Príncipe dos Jornalistas - Pequena Antologia de Carlos de Laet - Maçons do Passado - Pequeno Dicionário Prático Maçônico - EU, poetificando... – XIV Bienal do Livro - RioCentro – RJ - Somente Aldravias - Rien que des Aldravias - em francês - Salão do Livro em Paris - Expressões da Alma - Novos Rumos - ISBN 97885835220122 - Simples... Mas Complicado – ISBN 9768583530263 - Rotas da Liberdade - ISBN 9788583520474 - 2018
  • 99. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 98
  • 100. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 99
  • 101. Jornada em retalhos - Crônicas, Aldravias e Poesias 100