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Informativo Nr. 113
Responsável: Ir Jerônimo Borges
(Loja Templários da Nova Era - GLSC)
Florianópolis (SC) 21 de dezembro de 2010
2. Adquira o seu exemplar ao valor de apenas R$ 10,00 (+R$ 3,00 postagem) através do e-mail
nahc@globaltech-sys.com.brEnriqueça sua cultura maçônica, evolua e saia
do marasmo vigente... Assuntos relacionados no SEMEAR: A Docência
Maçônica; O Futuro da Maçonaria; Carta a um jovem Maçom; Resinificar a
Maçonaria; Maçonaria: diálogo com os segredos; Paradigmas Maçônicos e os
Princípios da Universalidade e da Liberdade de Consciência; Liderança
Servidora na Maçonaria; Semeando: Solidariedade, Fraternidade e
Benemerência; Essências da Liderança em Maçonaria; Conversa com os
Aprendizes; Sugestões às Lojas; Landmarques / Landmarks; Caridade; REAA –
1804 Guide des Maçons Écossais = Ir Marco Antonio Perottoni - MI Loja Cônego Antonio
das Mercês e Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisa Maçônicas(Chico da Botica) - GORGS - Porto Alegre – RS
1. Almanaque
2. Por que São João nosso Padroeiro? (Ir. José Castellani)
3. O tempo e os calendários (Ir Angelo Spoladore)
4. Destaques JB
5.
3. Hoje, 21 de dezembro é o 355º dia do ano no calendário
gregoriano. Faltam 10 para acabar o ano.
Eventos Históricos
235 - Eleito o Papa Antero, 19º papa.
1124 - Eleito o Papa Honório II, 164º papa.
1471 - João de Santarém e Pedro Escobar descobrem as ilhas de São Tomé e Príncipe.
1620 - Período colonial dos Estados Unidos da América: Colonos estabelecem um
assentamento permanente, onde atualmente localiza-se a cidade de Plymouth
1829 - Fundação do Condado de Rabun
1844 - Um grupo de 28 tecelões de Rochdale, na região de Manchester, Inglaterra, lançou
ao mundo a semente do sistema econômico do Cooperativismo
1903 - Primeira edição do Prêmio Goncourt de literatura francesa
1942 - Projecto Manhattan: início da primeira reacção nuclear em cadeia auto-sustentada.
1945 - Equador e Iraque são admitidos como Estados-Membros da ONU
1959 - O código Q, como é conhecido o Código Fonético Internacional é aprovado pela
Convenção Internacional de Telecomunicações em Genebra
1961 - Fundação do município de Alfredo Wagner
1968 - Lançamento da missão Apollo 8
1970 - Primeiro vôo da aeronave F-14 Tomcat
1991 - Criação da Comunidade de Estados Independentes
2012 - Fim do calendário Maia
2008 - Final do Mundial Interclubes da FIFA de 2008
Nascimentos
1118 - Thomas Becket, juiz supremo e arcebispo de Canterbury (m. 1170).
1778 - Anders Sandøe Ørsted, foi primeiro-ministro da Dinamarca (m. 1860).
1804 - Benjamin Disraeli, político, escritor (m. 1881).
1815 - Thomas Couture, pintor e professor francês (m. 1879).
1843 - Thomas Bracken, poeta da Nova Zelândia (m. 1898).
1859 - Gustave Kahn, poeta simbolista francês (m. 1936).
1872 - Albert Payson Terhune, autor americano (m. 1942).
1876 - Jack Lang, político australiano (m. 1975).
1878 - Jan Łukasiewicz, filósofo, matemático (m. 1956).
1879 - Josef Stalin, ditador soviético. (m. 1953).
1889 - Sewall Wright, biólogo norte-americano (m. 1988).
4. 1890 - Hermann Joseph Muller, geneticista estadunidense (m. 1967).
1892
o Walter Hagen, campeão de golfe norte-americano (m. 1969).
o Rebecca West, escritora americana (m. 1983).
1908 - Pat Weaver, pioneiro da televisão (m. 2002).
1914 - Ivan Generalić, pintor croata de arte naïf (m. 1992).
1917 - Heinrich Böll, autor, ganhador do prêmio Nobel em 1972 (m. 1985).
1918
o Donald Regan, Chefe de estado-maior e Secretário do Tesouro dos EUA (m.
2003).
o Kurt Waldheim, Secretário Geral das Nações Unidas.
1924 - Altamiro Carrilho, flaustista brasileiro.
1926 - Joe Paterno, técnico de futebol americano.
1931
o Ivan Cândido, ator brasileiro.
o Wesley Duke Lee, pintor brasileiro.
1935
o John G. Avildsen, diretor e editor.
o Phil Donahue, apresentador de programa de entrevistas.
1936
o Joelmir Beting, jornalista brasileiro.
o Jonas Abib, religioso brasileiro.
1937
o Elomar Figueira, músico brasileiro.
o Jane Fonda, atriz estadunidense.
1940 - Frank Zappa, músico estadunidense (m. 1993).
1944
o Michael Tilson Thomas, maestro norte-americano.
o Taylor Hackford, cineasta estadunidense.
1946 - Carl Wilson, músico .
1947
o Paco de Lucía, guitarrista e compositor de flamenco espanhol.
o Esperidião Amin Helou Filho, político brasileiro.
Oriente Eterno
1375 - Giovanni Boccaccio, escritor e humanista italiano (n. 1313).
1781 - Gregorio Mayáns y Siscar, erudito espanhol.
1805 - Bocage, poeta português (n. 1765).
1807 - John Newton clérigo, compositor (n. 1725).
1822 - José Francisco Ortiz Sanz, escritor e religioso espanhol.
1882 - Francesco Hayez, pintor italiano (n. 1791).
1907 - Klara Hitler, mãe de Adolf Hitler (n. 1860).
1933 - Knud Rasmussen, explorador dinamarquês (n. 1879).
1937 - Frank Billings Kellogg, estadunidense, prêmio Nobel da Paz em 1929 (n. 1856).
1940 - F. Scott Fitzgerald, escritor estadunidense (n. 1896).
5. 1941 - Tomás Vargas Osorio, poeta e jornalista colombiano.
1945 - George S. Patton, general dos EUA (n. 1885).
1935 - Kurt Tucholsky, jornalista e escritor satírico (n. 1890).
1956 - Lewis Madison Terman, psicólogo americano (n. 1877).
1958 - Lion Feuchtwanger, romancista, dramaturgo e escritor alemão (n. 1884).
1964 - Carl van Vechten, escritor e fotógrafo americano. (n. 1880).
1980 - Nelson Rodrigues, dramaturgo e escritor brasileiro. (n. 1912).
1988 - Nikolaas Tinbergen, etologista dos Países Baixos (n. 1907).
1991 - José Miguel Barandiarán, etnólogo e arqueólogo espanhol.
1992:
o Albert King, guitarrista e cantor estadunidense de blues (n. 1923).
o Alfonso García-Gallo, jurista, historiador, catedrático e acadêmico espanhol.
o José María González Sinde, cineasta espanhol.
o Nathan Milstein, violinista ucraniano (n. 1903).
o Stella Adler, atriz estadunidense (n. 1901).
1995 - Carl Unger, pintor austríaco.
1997 - Teo Escamilla, diretor de fotografía espanhol.
2001 - Dick Schaap, jornalista de esportes (n. 1931)
2002:
o Giò Pomodoro, escultor italiano.
o José Hierro, poeta espanhol.
Feriados e eventos cíclicos
Festeja-se o Yule, nome dado ao Solstício de Inverno pelos neo-pagãos.
Dia do Atleta.
Dia dos Artistas Profissionais.
Solstício de dezembro: verão no hemisfério sul e inverno no hemisfério norte.
Fatos Históricos de Santa Catarina
1740 Chega a Desterro a esquadra do comandante inglês George
Anson, composta de seis navios com 232 canhões e cerca de
1.500 homens. Sobre sua permanência, aqui foi publicado
posteriormente um relato.
1785 Nasce no bairro Trindade, na ilha de Santa Catarina,
Feliciano Nunes Pires. Foi governador da Província entre os
anos de 1831 e 1835.
1803 De passagem para o Pacífico, aportam na ilha de Santa
Catarina os barcos russos “Neva” e “Nadesha”, comandados
pelo Barão de Krusensten. Da expedição fazia parte o
naturalista Langsdorff que, em face de reparos que
prenderam as embarcações aqui por vários meses, realizou
6. observações na ilha e no continente fronteiro, tendo depois
publicado um relato sobre a terrra e a gente catarinense
daquela época.
1870 Morre em Desterro, o marechal Guilherme Xavier de Souza.
Participou da Guerra do Paraguai, tendo, quando da
ocupação de Assunção, assumido interinamente o Comando-
Chefe do Exército Nacional.
1947 Nasce em Florianópolis o político catarinense Esperidião
Amim Helou Filho.
1961 Lei Nr. 806, desta data, criou o município de Alfredo
Wagner, desmembrado de Bom Retiro.
Calendário Maçônico do Dia:
1882 Unem-se o Grande Oriente Unido (de Saldanha Marinho) e
o Grande Oriente do Brasil.
1912 Tratado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja
Unida da Inglaterra, onde ficou estabelecida a criação do
Grand Council of Craft Masonry (Grande Conselho da
Maçonaria Simbólica do Brasil)
7. Ir José Castellani
Além de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço, com
um movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma
elipse, de acordo com as leis de Kepler. Para o observador situado na
Terra, todavia, é como se esta fosse fixa e o Sol se movesse em torno
dela, seguindo um caminho, que, como já foi visto, é chamado de eclíptica.
Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará
mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo ---
147 milhões de quilômetros --- é o periélio; o mais afastado --- 152 milhões
de quilômetros --- é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação,
girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas
diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a
temperatura seria sempre constante, em cada uma delas. Mas, como o
eixo é inclinado, em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios
solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia
que passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão, outono,
inverno e primavera.
Como os planos do equador terrestre e da eclíptica não coincidem, tendo
uma inclinação, um em relação ao outro, de 23 graus e 27 minutos, eles se
cortam ao longo de uma linha, que toca a eclíptica em dois pontos: são os
equinócios. O Sol, em sua órbita aparente, cruza esses pontos, ao passar
de um hemisfério celeste para outro; a passagem de Sul a Norte, marca o
início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul; a
passagem do Norte para o Sul, marca o início do outono no hemisfério
Norte e da primavera no hemisfério Sul. Esses são os equinócios de
primavera e de outono.
8. Por outro lado, nos momentos em que o Sol atinge sua maior distância
angular do equador terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua
declinação, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho
e a 21 de dezembro; a primeira data marca a passagem do Sol pelo
primeiro ponto do trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a
passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Capricórnio. No
primeiro caso, o Sol está em afélio e é solstício de verão no hemisfério
Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está em periélio e
é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul.
Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no
hemisfério Sul, ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal
(Norte), enquanto que o solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno
no hemisfério Norte, ocorre quando o Sol está em sua posição mais austral
(Sul).
Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que,
tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática
chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja
sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de
junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São
João Batista --- 24 de junho --- e de São João Evangelista --- 27 de
dezembro --- elas acabaram por se confundir com estas, entre os
operativos, chegando à atualidade. Hoje, a posse dos Grão-Mestres das
Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho,
ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira
Obediência maçônica do mundo, como já foi visto, foi fundada em 1717, no
dia de São João Batista.
Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor
para cada um desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois
São João como padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna
Maçonaria, onde existem, segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São
João, que abrem os seus trabalhos "à glória do Grande Arquiteto do
Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso padroeiro", englobando, aí,
os dois santos.
No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num
símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este
significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que
a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam
os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João.
Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade
de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de
9. acesso ao conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da
vida, no zodíaco, pelo eixo Capricórnio-Câncer, já que Capricórnio
corresponde, ao solstício de inverno e Câncer ao de verão (no hemisfério
Norte, com inversão para o Sul). A porta corresponde ao início, ou ao
ponto ideal de partida, na elíptica do nosso planeta, nos calendários
gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário
sideral.
O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e
uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar
o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o
Sol sendo proclamado --- como fonte de calor e de luz --- o rei dos céus e
o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e
crenças posteriores da humanidade. E, desde a época das antigas
civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas do
céu, como portas, por onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso,
em cada círculo tropical.
A personificação de tal conceito, no panteão romano, foi o deus Janus,
representado como divindade bifásica, graças à sua marcha pendular
entre os trópicos; o seu próprio nome mostra essa implicação, já que
deriva de janua, palavra latina que significa porta. Por isso, ele era,
também, conhecido como Janitur, ou seja, porteiro, sendo representado
com um molho de chaves na mão, como guardião das portas do céu.
Posteriormente, essa alegoria passaria, através da tradição popular cristã,
para São Pedro, mas sem qualquer relação com o solstício.
Janus era um deus bicéfalo, com duas faces simetricamente opostas, cujo
significado simbolizava a tradição de olhar, uma das faces,
constantemente, para o passado, e a outra, para o futuro. Os Césares da
Roma imperial, em suas celebrações e para dar ingresso ao Sol nos dois
hemisférios celestes, antepunham o deus Janus, para presidir todos os
começos de iniciação, por atribuir-lhe a guarda das chaves.
Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o
solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão
no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas
almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o
solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João
Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a
porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos
Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer (Porta dos
Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o
consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia
10. desses povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo
extraterreno (51).
A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser
encontrada com o auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as
festas dos solstícios são, em última análise, as festas de São João Batista
e de São João Evangelista. São dois São João e há, aí, uma evidente
relação com o deus romano Janus e suas duas faces: o futuro e o
passado, o futuro que deve ser construído à luz do passado. Sob uma
visão simbólica, os dois encontram-se num momento de transição, com o
fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca o
nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua
palavra. Foi a semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que,
em hebraico é Ieho-hannam = graça de Deus) que facilitou a troca do
Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição
"pagã", que se chocava com o cristianismo. E foi desta maneira que os
dois São João foram associados aos solstícios e presidem às festas
solsticiais.
Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio;
diante dos dias mais longos, do verão, os dias mais curtos, do inverno;
diante de São João "do inverno", com as trevas, Capricórnio e a Porta de
Deus, o São João "do verão", com a luz, Câncer e a Porta dos Homens
(vale recordar que, para os maçons, simbolicamente, as condições
geográficas são, sempre, as do hemisférios Norte).
Dentro dessa mesma visão simbólica, podemos considerar a configuração
da constelação de Câncer. Suas duas estrelas principais tomam o nome
de Aselos (do latim Asellus, i = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento,
burrico). Na tradição hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot
Nakodish, ou seja, animais de santidade, designados pelas duas primeiras
letras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth, correspondentes ao asno e ao
boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado de estrelas, denominado,
em latim, Praesepe, que significa presépio, estrebaria, curral, manjedoura,
e que, em francês, é crèche, também com o significado de presépio,
manjedoura, berço. Essa palavra créche já foi, inclusive, incorporada a
idiomas latinos, com o significado de local onde crianças novas são
acolhidas, temporariamente.
Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de
dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno,
sendo colocado em uma manjedoura, entre um asno e um boi.
Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os
primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer, quando
11. os dias são mais longos no hemisfério Norte. O sentido cristão, no plano
simbólico, abordaria, então, apenas a Porta dos Homens e, assim, só
haveria a compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas Jesus é o
ungido, o messias, o Cristo --- segundo a teologia cristã --- e o outro polo,
obrigatoriamente complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de
Capricórnio, tornando a dualidade compreensível.
Dois elementos, entretanto, um material e um religioso, viriam a influir na
determinação da data de 25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos
dos antigos cristãos e o religioso, ao mitraismo da antiga Pérsia, adotado
por Roma:
Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às perseguições,
criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas
dedicadas ao deus Baco, quando os romanos, ocupados com os folguedos
e orgias, os deixavam em paz.
Mas a origem mitraica é a que é mais plausível para explicar essa data
totalmente fictícia: os adeptos do mitraismo costumavam se reunir na noite
de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa
festividade chamada --- no mitraismo romano --- de Natalis Invicti Solis
(nascimento do Sol triunfante). Durante toda a fria noite, ficavam fazendo
oferendas e preces propiciatórias, pela volta da luz e do calor do Sol,
assimilado ao deus Mitra. O cristianismo, ao fixar essa data para o
nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge
depois das prolongadas trevas.
Ir Angelo Spoladore Data: 21/07/2004
12. “Não tem sido fácil para o Homem encarar o tempo”. Alguns, “na tentativa de
elucidar aspectos do abismo do tempo” acabaram caindo no abismo da ignorância
(Claude C. Albritton, The Abyss of time)
Algumas vezes nos deparamos com números incrivelmente
grandes, outras com espaços enormes. Não é raro ouvirmos alguma coisa
sobre o átomo ou outra partícula qualquer infimamente pequena Será que
de fato entendemos o que essas dimensões significam?. De uma maneira
em geral, quando nos deparamos com dimensões com que não estamos
acostumados, temos dificuldade em expandir a nossa concepção de
realidade e entender o significado do que vemos ou ouvimos.
Talvez tal fato seja mais marcante quando temos de criar uma
concepção de tempo que vá além daquela que nossa mente nos coloca
como passado, presente e futuro. Devido a nossa vida relativamente curta,
estamos acostumados a pensar em 10 ou 20 anos. Um século (100 anos)
costuma ser uma referência de um longo período de tempo. Todavia,
considerando a história da Terra, 100 anos representam apenas um breve
instante.
Entretanto, temos de nos lembrar de que a nossa história, e quando
digo isso me refiro a história do nosso planeta e da raça humana, vai muito
mais além do que os livros nos contam. Para chegarmos até aqui, muita
coisa se passou ficando posteriormente esquecida ou perdida no abismo
do tempo.
13. Devemos nos lembrar então que existem períodos de tempo muito
maiores. Assim, devemos pensar em de milhões e bilhões de anos.
Mas, como podemos quantificar o tempo? Como medir esses
longos períodos temporais? Existem métodos ou sistemas adequados para
a contagem do tempo? O que é o tempo? O tempo existe ou é apenas
mais uma das invenções humanas? O nosso sistema de contagem de
tempo, ou em outras palavras, o nosso calendário, está correto? Teria
ocorrido realmente o nascimento de Jesus na data de 25 de dezembro?
O tempo é entendido e medido por mudanças.
Estamos todos sujeitos ao crescimento e às mudanças físicas e
biológicas. Dessa forma é que percebemos o tempo. O tempo é medido
por mudanças, e as mudanças ocorrem em muitas escalas. Existem
muitas formas de marcar o tempo como por exemplo o pêndulo, relógio de
areia, movimento da Lua ao redor da Terra e da Terra ao redor do Sol.
Tratam-se de fenômenos físicos cíclicos ou periódicos, ou seja, se repetem
em períodos determinados e sempre iguais. Podemos utilizar como
marcadores de tempo até mesmo os intervalos biológicos cíclicos, em
outras palavras, períodos entre fenômenos biológicos tais como o sono, a
fome, a menstruação, dentre outros.
A Terra é seu próprio marcador de tempo. Nela vemos mudanças
nos dias, estações, anos, etc. Determinar a idade da Terra é basicamente
determinar o tempo que a ela está girando ao redor do sol, o que para nós
seria então o início do tempo.
O relógio (marcador cronológico) é um mecanismo usado para a
contagem do tempo. Normalmente estamos acostumados a relógios
mecânicos construídos para medir horas, minutos; todavia, existe uma
grande quantidade de relógios naturais que fornecem bons parâmetros
para se medir o tempo. Com eles podemos medir pequenos ou grandes
intervalos de tempo. Vibrações dos átomos, por exemplo, fornecem
intervalos pequenos com incrível precisão. Já as órbitas dos planetas e
outros corpos do espaço sideral servem para marcar períodos de tempo
maiores.
Por calendário (do latim calendae que significando primeiro dia do
ano no calendário romano que por sinal era o dia em que as contas eram
pagas) entende-se que seja o sistema de divisão do tempo em que se
14. aplica um conjunto de regras baseadas na astronomia e em convenções
próprias, capazes de fixar a duração do ano civil e de suas diferentes
datas.
Em outras palavras, os calendários seriam formas, esquemas ou
sistemas feitos pelo homem, obedecendo determinadas regras, utilizados
para a contagem do tempo, tentando organizar e medir da melhor maneira
possível o tempo conhecido.
Resumidamente, o calendário pode ser definido como sendo um
sistema de divisão e contagem do tempo através da aplicação de uma
série de normas e regras normalmente baseadas na astronomia.
O homem sempre tentou medir o tempo para saber a sua própria
idade e também para saber a idade da Terra, sendo que várias formulas e
metodologias para a medição e quantificação do tempo já foram propostas.
Para tal, utilizou-se dos relógios naturais, ou marcadores cronológicos
periódicos existentes na natureza. Uma vez quantificado, o tempo passou-
se então para a tarefa de organização dos chamados calendários.
Falemos um pouco sobre a nossa noção de tempo e de como ela
se desenvolveu.
Inicialmente a civilização ocidental pensava que a Terra seria tão
velha quanto os seres humanos, possuindo aproximadamente 6000 anos.
Em outras palavras, Tudo teria sido criado, inclusive o tempo, a
aproximadamente 6000 anos.
O fato de que a Terra e o tempo eram mais antigos do que se
pensava foi “descoberto” em Edimburgo, mais ou menos em 1770, por
estudiosos liderado por James Hutton. Esses homens, estudando as
rochas da região costeira da Escócia, perceberam que cada pedra, sem
importar a idade, era formada por fragmentos de outras pedras mais
velhas.
Esta foi talvez a descoberta mais importante do século XVIII, pois
mudou o pensamento e a forma de encarar a Terra, os planetas, o Sol e
outras estrelas, e, como conseqüência, a forma de olharmos para nós
mesmos.
15. Da interpretação de que as rochas são produtos e registros de
eventos ocorridos na história da Terra gerou-se a idéia de que as leis da
natureza não mudam com o tempo.
Hutton viu ainda evidências de que a Terra teria tido uma evolução
uniforme e por processos lentos e graduais que atuavam durante um longo
período de tempo. Da mesma forma que uma P B através do desgaste
lento e gradual, é trabalhada até se transformar em P P , a Terra evolui e
rios pequenos podem erodir por completo toda uma cordilheira de
montanhas, se lhe for dado tempo suficiente.
As obras importantes que se seguiram, como por exemplo o celebre
trabalho de Sir Charles Darwin que tratou da evolução das espécies,
utilizaram estes conceitos.
As idéias de Hutton foram muito criticadas e demoraram para serem
aceitas. Até o final do século XVIII a história da Terra bem o tempo eram
contados baseando-se na Bíblia. Acreditava-se que a Terra e tudo o que
nela existe, tal como ela é hoje, teria sido criada em apenas 6 dias por
obra direta e pela vontade de um Deus Criador. A criação em tão pouco
tempo, mesmo considerando um Criador, envolveria forças de tremenda
violência, ultrapassando qualquer coisa experimentada pela natureza. Esta
teoria ficou conhecida como teoria do catastrofismo sendo proposta
oficialmente pelo Barão George Cuvier (1769-1832) - naturalista francês.
Com relação à idade da Terra, várias foram as tentativas de
quantificação bem como saber há quando tempo existe a raça humana.
Uma tentativa de quantificação importante posto que ainda é considerada
em calendários de alguns Ritos até os nossos dias, é aquela feita em
1654, por um arcebispo irlandês que calculou, tendo por bases dados
bíblicos, que a Terra teria sido criada 4004 anos antes de Cristo, no dia 26
de outubro, as nove horas da manhã.
Um outro cálculo foi feito pelo pastor anglicano James Usher
chegou a uma idade para a criação da Terra de 4000 anos antes de Cristo.
Atualmente, além dos calendários para a contagem e organização
do tempo, utilizamos dois conceitos diferentes de tempo e duas
metodologias distintas a quantificação do tempo: a datação relativa (que
nada mais é senão a simples determinação de uma ordem cronológica de
16. uma seqüência de eventos) e a datação absoluta (estabelece idades em
termos quantitativos, ou seja, anos, séculos, milhões ou bilhões de anos,
através dos métodos C14
, U/Pb, K/Ar, dentre outros).
Estabeleceu-se assim a idade da Terra a qual teria se formado a
aproximadamente 5,0 bilhões de anos. As rochas mais antigas datam de
4,5 bilhões de anos e que a vida humana surgiu a apenas a
aproximadamente 2 milhões de anos.
Para termos uma idéia do esses números significam, se a idade da
Terra fosse igual a um ano, o homem teria surgido no dia 31 de dezembro
às 23 horas e 55 minutos. Portando, os registros históricos que possuímos
representam uma gota de água em um oceano, e mesmo neste pequeno
intervalo, demorou-se para chegar um uma forma razoavelmente
adequada de quantificação e organização cronológica.
Conformo verificamos anteriormente, a idéia do tempo tal qual
conhecemos hoje, tem suas origens relacionadas à estudos das rochas e
da Terra em sí.
Com relação aos calendários, várias são as tentativas de
elaboração de sistemas baseando-se em fenômenos astronômicos
especialmente àqueles envolvendo a posição e movimento do Sol e da
Lua.
De acordo com o fenômeno adotado, podemos ter o calendário
lunar, o solar e o lunissolar. Um calendário solar é um calendário
organizado com vista especificamente à revolução da Terra em torno do
Sol. Já o calendário lunar é organizado com base específica na revolução
lunar enquanto que o calendário lunissolar leva em conta simultaneamente
as revoluções da Lua em torno da Terra e desta em torno do Sol.
Os primeiros calendários tentavam marcar o início e o fim do
inverno e verão. Estes períodos eram importantes posto que representam
respectivamente épocas de escassez e abundância de alimentos. O
homem logo percebeu que em determinadas épocas do ano o Sol estaria
mais próximo ou mais afastado da Terra. Assim foram definidos os
chamados equinócios (21 de março e 23 de setembro - datas do ano em
que o dia e a noite são exatamente iguais em duração correspondendo ao
cruzamento entre a elíptica - movimento aparente do Sol - e a projeção do
equador in “A Voz de Kronus/set. 96) e solstício (22 ou 23 de junho e 22 ou
17. 23 de dezembro - datas do ano em que são desiguais ao extremo a
duração do dia e da noite são desiguais em decorrência da máxima
distância entre a elíptica e o equador celeste in “A Voz de Kronus/set. 96).
Uma forma simples e eficiente bastante utilizada pelos povos antigos para
saber da aproximação da nova estação era elaborar construções
“alinhadas” com o local no horizonte onde o Sol nasceria nas datas dos
equinócios de inverno e verão. Com o passar dos tempos o sistema de
contagem de tempo ficou mais sofisticado.
Vejamos alguns exemplos de diferentes calendários utilizados ao
longo de nossa história (extraídos de trabalhos dos IIrm Hércule
Spoladore, Mário A. Cardoso, José Castellani e ainda do Dicionário
Aurélio):
Calendário civil - Aquele em que se considera o ano como
formado de um número inteiro de dias e meses, segundo as
regras próprias de cada povo ou nação.
Calendário egípcio - Calendário usado no antigo Egito,
formado por anos de 365 dias grupados em 12 meses de 30
dias e cinco dias epagômenos que o completavam. O início
deste calendário ocorre quando o Sol entre no signo Zodiacal
de Leo, quando Siriús entra em conjugação com o Sol
coincidindo com a canícula a 20 à 22 de julho às 11 horas. Esta
data coincide com as cheias do Rio Nilo. O primeiro mês é
chamado de Thot. Alguns autores apontam este como o
primeiro calendário solar. As estações eram divididas em:
18. inundações ou cheias (Akket), semeaduras (Pen) e colheitas
(Shemu).
Calendário Babilônico - Calendário lunar com 354 dias
divididos 12 meses de 29 ou 30 dias sendo que o início era
assinalado pela lua nova. Devido ao fato do calendário ser
lunar, ao final de 3 anos existiria uma defasagem de
aproximadamente um mês em relação ao calendário solar.
Para solucionar este problema, ao final de cada 3 anos foi
acrescentado um mês complementar.
Calendário grego - Calendário usado na Grécia antiga,
originário de Atenas, com um ano do tipo lunissolar. Era
formado de 12 meses de 29 e 30 dias, alternados, começando
próximo do solstíscio do verão. É mais curto cerca de 11 dias
que o ano solar. Esta diferença se acumulava de modo que em
cada oito anos havia um excesso de 87 dias, que eram
19. compensados com o aparecimento de três anos de 13 meses,
os denominados anos embolísmicos de 383 dias.
Calendário romano - Calendário utilizado na antiga Roma
antes da criação do calendário juliano, e que não obedecia a
regras fixas, sendo o ano dividido em 10 meses de 20 ou de 55
dias, variando de acordo com os trabalhos da agricultura e as
idéias políticas e religiosas dominantes.
Calendário juliano - Chama-se de calendário juliano ao
resultante da reforma do calendário romano. Foi introduzida por
Júlio César no ano de 45 a.C. mediante conselhos do
astrônomo Sosígenes. Tal mudança foi realizada pois o antigo
calendário romana era muito confuso. No calendário juliano em
cada quatro anos existiria um ano bissexto, de 366 dias. Este
20. calendário apresentava séria discrepância entre o ano civil e o
ano trópico.
Calendário Hindu - Calendário com 12 meses de 30 dias cada
e seis estações (primavera, verão, chuvas, outono inverno e
orvalho). Devido a defasagem em relação ao calendário solar,
a cada cinco anos era acrescentado um mês suplementar.
Calendário gregoriano - O chamado calendário gregoriano é
resultante da reforma do calendário juliano e foi introduzido
pelo Papa Gregório XIII (1502-1585). Neste calendário em cada
quatro anos existe um ano bissexto, com exceção dos anos
seculares, em que o número formado pelos algarismos das
centenas e dos milhares não é divisível por 4. Para efeito de
21. acerto para implantação, foi estabelecido na ocasião que o dia
04/10/1562 passaria a ser 15/10/1562.
Calendário eclesiástico ou litúrgico - O baseado nas festas
das igrejas cristãs, todavia seu objetivo principal era a
determinação da Páscoa. Este calendário, cujo cálculo é muito
complexo, foi muito utilizado na idade média sendo elaborado
no Concílio de Nicéia em 325 d.C. e é utilizado até os nossos
dias pela Igreja Católica.
Calendário muçulmano - Calendário lunar constituído de 12
meses de 30 e 29 dias, que principiam sempre na lua nova. O
ano civil muçulmano tem 354 ou 355 dias, e o início do ano
retrograda de 10 a 11 dias em relação ao ano do calendário
22. gregoriano. Ele é considerado a partir da Hégira no ano de 622
da nossa era, quando o Profeta Maomé partiu de Medina. Esta
se celebra no primeiro dia do terceiro mês e o Ramadã é
comemorado no nono mês.
Calendário maia - O calendário maia consiste em três
sistemas simultâneos de contagem de dias: um, de interesse
civil, com um período de 365 dias; outro, religioso, de 260 dias;
e um terceiro de longo curso.
Calendário republicano ou francês - Calendário instituído na
França pela Convenção, na Revolução Francesa, a
24/10/1793, pelo qual o ano tinha 12 meses de 30 dias cada
um, acrescidos de cinco dias complementares, dedicados às
23. festas republicanas, e começava no equinócio do outono do
hemisfério norte (22 de setembro). Os meses tinham nomes um
tanto que curiosos. Eis, por ordem, os nomes dos meses:
vendemiário, brumário, frimário, nivoso, pluvioso, ventoso,
germinal, floreal, prairial, messidor, termidor e frutidor.
Convencionou-se que o ano I da República teria começo em 22
de setembro de 1792. Era um calendário anti-clerical.
Calendário israelita ou hebraico - Calendário hebraico é lunar
e solar ao mesmo tempo. É constituído de 12 ou 13 meses de
29 e 30 dias, que principiam sempre na lua nova. Tal fato
ocorre pois os 12 meses lunares (com 354 dias) não englobam
o ano solar (365 dias), ocorrendo assim uma diferença de 11
dias, criando assim, de tempo em tempo um mês a mais. Os
meses com 29 e 30 dias ocorrem pois o período de cada
lunação é de 29 dias, 12 horas e 40 minutos. Como cada dia e
cada mês começa e termina a meia noite, haverá uma
diferença que após um período criará um mês com 30 dias.
Este calendário leva em consideração o ano agrícola, religioso
e o civil (ou econômico). Se considerarmos o ano agrícola e o
religioso, o ano hebraico se inicia no mês de Nissam
(correspondente a março/abril). Considerando o ano econômico
ou civil, o ano tem início em Tishiri (setembro / outubro).
O ano civil israelita tem 354 dias, e para fazê-lo coincidir com o
ano solar se introduzem sete anos embolísmicos de 13 meses
em cada grupo de 19 anos. Para se calcular o ano no
24. calendário hebraico basta somar ao ano da E V o número
3760.
Este calendário é, aparentemente, complexo e de difícil
compreensão, sendo utilizado normalmente através de tabelas.
Calendário maçônico gregoriano - O ano tem início em 21 de
março sendo dividido em 12 meses com 30 ou 31 dias. O 12°
mês possui apenas 28 dias. Tanto os meses como os dias não
recebem denominações especiais. Trata-se na verdade de uma
mistura entre os calendários gregoriano e hebraico. Para se
saber o ano, acrescenta-se o número 4000 ao ano da E V .
25. Calendário perpétuo - Calendário formado de tal maneira que
as datas do ano são fixas em relação aos dias da semana. Este
tipo de calendário já foi proposto várias vezes, sob diversas
formas, todavia, ainda não foi adotado, em razão das
dificuldades que viriam com uma reforma a nível mundial que
teria de ser realizada para a implantação do mesmo.
A Maçonaria criou novos calendários ou modificou os já existentes
gerando dessa forma calendários particulares que podem variar de acordo
com o Rito ou com a Potência. Vejamos alguns exemplos.
O Rito de Menfis se utiliza do calendário egípcio de mesma forma
que a maioria dos Ritos orientais.
Já o Rito do Real Arco utiliza um calendário próprio pelo qual é
acrescentado a ano da E V o número 530. De acordo com este
calendário, o ano zero seria o ano da fundação do segundo Templo de
Jerusalém (ou Templo de Zorobabel).
O Rito da Estrita Observância considera o início de seu calendário
no ano 1314 ou o ano da destruição da Ordem do Templo. Neste caso ano
invés de acrescentar um determinado número no ano a E V , é
subtraído o número 1314 da mesma.
O Rito de Misrain soma ao ano da era vulgar o número 4004 pois o
calendário deste Rito considera a datação citada anteriormente pela qual a
Terra teria sido criada no ano 4004 a.C. .
26. O Rito Adonhiramita se utiliza de um calendário muito próximo do
calendário hebraico desde 1815.
O Rito Escocês Antigo e Aceito utiliza nos Graus Superiores o
calendário hebraico devido ao fato deste Rito ter sido fundado por Irmãos
de origem judaica. Este mesmo Rito utiliza no Brasil um calendário
baseado no hebraico com início em 21 de março (Missan) acrescentando-
se ao ano da E V o número 4000.
O calendário do Rito Moderno atribui aos meses igual número de
dias que o calendário gregoriano, acrescentando o número 4000 ao ano da
E V . Antigamente, este calendário tinha seu início no dia 21 de março.
Todavia em 1774, o Grande Or da França mudou o início do ano para 1°
de março alegando que a antiga data (21 de março) causava muita
confusão.
O Rito de York utiliza um calendário próprio e simples sendo que
apenas é acrescentado o número 4000 ao ano da E V .
Rito Brasileiro usa o calendário maçônico gregoriano
Da mesma forma que o calendário pode variar, variam também as
expressões que acompanham o ano. Assim, o Rito do Real Arco
acrescenta a expressão A Inv (Anno Invencio) enquanto que o Rito de
York utiliza A L (Anno Lucis). Para os Ritos Moderno e Brasileiro é
utilizada a expressão V L (Verdadeira Luz ou Vera Lucis). Para os Ritos
que utilizam o calendário hebraico a expressão é A M (Anno Mundi).
Apesar dos Ritos adotarem oficialmente um determinado
calendário, nem sempre essa determinação é seguida.
Conforme relatos de diversos IIrm dentre eles os IIrm Hércule
Spoladore e José Castellani, quando da fundação do então Grande
Oriente Brasiliano foi adotado o calendário utilizado pelo Rito Adonhiramita
posto que este Rito era o adotado pela Potência.
Sabe-se também que o Supremo Conselho de Montezuma utilizava
o calendário do Rito Moderno. Quando posteriormente este Supremo
Conselho, em 1855, uniu-se ao Grande Oriente do Brasil, possa ter
influenciado a adoção, por parte do GOB, do calendário do Rito Moderno.
Todavia, segundo o Ir Hércule Spoladore e o Irm Kurt Prober, o
27. calendário do Rito Moderno nem sempre era obedecido existindo
alternância entre a utilização dos calendários dos Ritos Francês e
Adonhiramita e até mesmo o gregoriano de acordo com o Grão-Mestre no
poder conforme segue abaixo.
De acordo com diversos documentos analisados pelo Irm Kurt
Prober e também pelo Irm Gomes e posteriormente citados pelo Irm
Hércule Spoladore, oficialmente, o calendário do Rito moderno foi utilizado
pelo GOB entre os anos de 1856 e 1870 quando então passou-se a usar o
calendário gregoriano. No período correspondente aos anos de 1871 à
1876 foi utilizado o calendário Adonhiramita e a partir de 1876 até 1889 foi
utilizado novamente o calendário gregoriano.
Entre novembro de 1889 a março de 1890 foi utilizado o calendário
do Rito Moderno quando então voltou-se a seguir o calendário gregoriano.
Foi somente a partir de fevereiro de 1892 que o Grande Oriente do
Brasil passou a utilizar o calendário do Rito Moderno sendo que este é o
calendário oficial até os nossos dias.
Ainda de acordo com os IIrm citados anteriormente, o Supremo
Conselho do Brasil, aproximadamente em 1898, passou a utilizar o
calendário hebraico para os graus 31 à 33. Posteriormente, depois do
cisma de 1927, o Supremo Conselho adotou este calendário para todos os
graus filosóficos.
As Grandes Lojas Brasileiras utilizam até os nossos dias, o
calendário do Rito Moderno ou Francês.
Tantas mudanças e tantos calendários assim podem causar
problemas principalmente quando pessoas pouco avisadas tentam
manuseá-los e interpretá-los.
No Brasil é célebre a confusão causada pela má interpretação e
pelo desconhecimento histórico e sobre calendários por parte de certos
pesquisadores. A confusão diz respeito a data de fundação do Grande
Oriente do Brasil, da iniciação e a posse como Grão Mestre de D. Pedro I
e na data da famosa 14ª Sessão quando é tido que o Ir Gonçalves Ledo
teria proclamado a Independência do Brasil.
28. Uma das decorrências dessas confusões, além de discussões
apaixonadas, foi a instituição em 1957 do 20 de agosto como sendo o “Dia
do Maçom”, data esta, comemorada e por uns e criticada por outros posto
que nesta data não houve sessão no Grande Oriente do Brasil. Dessa
forma, o 20/08 não teria significado maçônico sendo apenas fruto de
interpretações errôneas de IIr pouco avisados.
Este assunto já foi muito bem discutido pelos IIrm Hércule
Spoladore, José Castellani Manoel Gomes e João Alberto de Carvalho.
Todavia, devido ao pouco interesse por cultura maçônico da maioria dos
Obreiros da nossa Real Ordem, muitos ignoram os verdadeiros fatos,
assumindo o 20 de agosto como verdadeiro ou o que é pior, não sabe ao
menos o porque que esta data foi estipulada como sendo o Dia do Maçom.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CARDOSO, M.A. (1996) - A Maçonaria no Computador.
2. CARVALHO, J.A. (1986) - Dia 20 de agosto de 1822: equívoco histórico. Bol. n° 7 do Grande
Oriente de Minas Gerais.
3. CASTELLANI, J. (1986) - Dia 20 de agosto de 1822 : Não houve sessão na maçonaria. Bol. n° 7
do Grande Oriente de Minas Gerais.
4. Dicionário Aurélio Eletrônico
5. GOMES, M.(1986) - 20 de agosto ou 9 de setembro. Bol. n° 7 do Grande Oriente de Minas
Gerais.
6. Periódico: A VOZ DE KRONUS, n° 06 / set. 96.
7. PROBER, K. Coletânia Bigorna, n° 1 e 2.
8. SPOLADORE, H. (1991) - Calendários e Maçonaria. 3° Encontro de Membros Correspondentes
da Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil.
29. Muito bem aceito o qualitativo trabalho do Ir Ir. Walter Pacheco Jr. que
está sendo editado pelo JB News e postado no Portal JB.
Chegando o jornal eletrônico maçônico “Tres Pontos” edição nr. 46. Clique
no PDF acima.
Esta veio do Ir Ulisses de Araujo Guimarães:
PARABÉNS PELO NOSSO DIA!!!!
Para todos aqueles que são lindos de paz,
Lindos de coração
Lindos de espírito
Lindos de sabedoria
Lindos de inteligência
Lindos de alegria
Lindos que contagiam
Lindos de simpatia
30. Lindos por agradecer a Deus todos os dias pela sua vida! E
lindos por reconhecerem que errou e que serão lindos por
perdoarem
E LINDOS PORQUE A VIDA É LINDA, LINDO DEUS QUE NOS
DEU TUDO E NUNCA NOS COBROU NADA.
QUE VC TENHA UM LINDOOO DIA.
MUITA LUZ NA SUA VIDA.
Humor Maçônico
Carta de um profano a outro
Zé, Priciso ti contá esta história.
Tava eu numa noite dessas procurando uma loja de coisas da tua profissão prá comprá
o seu presente de Natal, quando encontrei um predião que me apontaram, tudo aceso,
cheio de gente. Eta turma boa.
Perguntei: "Aqui é loja de pedreiros?"- Invés de resposta, só foi abraço. Descobriram
logo que sou mecânico, Zé, porque todo mundo me perguntava onde ficava a minha
oficina.
Lojona bonita aquela, com quadros, tapetes, ventiladores, até livro de visitas tinha que
assiná. Gozado, com aquele calorão doido, queriam saber quantos graus estava
fazendo e não tinha termômetro. Devia tá mais de 30, então "carquei" lá no livrão: 33.
Acho que acertei na mosca, porque todo mundo me abraçava bastante.
Depois todo mundo entrou pro salão onde tava as mercadorias. Tinha cuié de pedreiro,
prumo, nível, esquadro, alavanca, compasso, régua, até pedra. Tinha também mesas e
cadeiras que não acabava mais. Acho que algumas dessas mesas tava com o tampo
solto porque os caras pegaram uns martelinhos e começaram a batê. Até a porta devia
está emperrada, porque um sujeito começou a batê com o cabo de um espeto.
Depois pensei que um indivíduo lá era cego. Perguntou onde sentava fulano…, onde
sentava o sicrano…, queria saber que horas eram…, coitado! Teve um espírito de
porco que falou prá ele que era meio-dia em ponto. E não é que ele acreditou!
Depois outro sujeito foi perto dele e começaram a cochichar aqui e ali. Um deles
reclamou de um tal de Arão que fez um estrago com óleo. Disse que derramou na
cabeça, na barba e no vestido de uma tal de Dona Orla. Confirmei qie o cara era cego
porque ele falou que a loja tava aberta e então olhei e vi que tava fechada. Nessa hora
notei que até lá você era conhecido. Sentiram sua falta e começaram a perguntar: "e o
Zé?, e o Zé?, e o Zé?".
Depois aguentei um tempão um sujeito falá umas baboseiras que não entendí nada e,
até que enfim, mandaram fazer as propostas. Veio outro sujeito recolher elas com
saquinho e então mandei a minha: dava cinqüenta mangos naquela corda pindurada lá
em cima, toda enroscada.
Sabe?
31. O cara tava se fazendo mesmo de cego. Ele leu a minha proposta e não disse nada.
Acho que fui munheca demais. Aí inventaram que estava chovendo, que tinha goteira
na loja e acabaram me pondo prá fora.
Tá certo, Zé, era justo, era perfeito. Mas se acharam pouco o valor que eu escreví, bem
que podiam fazer uma contraproposta, não acha?
Pra fechar a cortina:
Campo de futebol na década de 1960,
onde hoje é o Estádio Orlando Scarpelli, do Figueirense.