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INTRODUÇÃO
ÀS CIÊNCIAS
SOCIAIS
LEMOS FILHO, Arnaldo. O surgimento da Sociologia como ciência , idem
ibidem
COSTA, Cristina, Sociologia, uma introdução à Sociedade.
4ªedição.São Paulo:Ed. Atual, 2010
OLIVEIRA, L. F.-COSTA, R. Sociologia para jovens do século
XXI. Rio,2ª edição Ed. Imperial Novo Milenium, 2010
BRYM, Robert et alii. Sociologia, sua bússola para um novo mundo.
São Paulo: Thomson Learning, 2007
BIBLIOGRAFIA
SCHAEFER, Richard. Sociologia, 6ª edição. São Paulo:
McGraw-Hill, 2006
GIDDENS, Anthony., 6ªedição. Porto Alegre: ArtMed, 2012
LEMOS FILHO, Arnaldo - JUNIOR, José Theodoro, As Ciências
Humanas, in Lemos Filho, Arnaldo et alii. Sociologia Geral e do
Direito. 6ª edição. Campinas, Ed. Alínea, 2014
BOMENY, Helena e outros. Tempos Modernos, Tempos de
Sociologia. Rio, Fundação Getulio Vargas ,2010.
1. Para que
estudar Ciências
Sociais?
OS MACACOS E AS BANANAS
https://youtu.be/iOJkTPiU3XY
‘Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro pôs
uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas
lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo
tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subiu mais a escada, apesar da
tentação das bananas. Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente
retirado pelo outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo
integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o
mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na
surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto, e finalmente, o ultimo
dos veteranos foi substituído.Os cientistas ficaram, então, com um grupo de
cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a
bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a
algum deles porque batia em quem tentasse subir a escada, com certeza a
resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”
(Texto atribuído a Albert Einstein)
In Sociologia para jovens do século XXI, Luiz F. de Oliveira/Ricardo C.
Costa, Ed, Novo Milenio, 2ª edição, 2010)
OS SÁBIOS E O ELEFANTE
https://youtu.be/fpCyDKUStj4
OS SETE SÁBIOS CEGOS
Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como seus conselhos eram
sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas os consultavam.
Embora fossem amigos, havia certa rivalidade entre eles que, de vez em quando,
discutiam sobre qual seria o mais sábio.
Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não
chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar
sozinho numa caverna na montanha. Disse aos companheiros: - Somos cegos para
que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade
da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando como se
quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora.
No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante
imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao
encontro dele.
O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou: - Trata-se de um ser
gigantesco e muito forte! Posso tocar os seus músculos e eles não se movem;
parecem paredes... –
Vejam só! - Todos vocês estão completamente errados! - irritou-se o sexto
sábio, tocando a pequena cauda do elefante - Este animal é como uma
rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso até me pendurar nele.
E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o
sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido
por uma criança. Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse
no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho,
percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo
tempo. Agradeceu ao menino e afirmou: - Assim os homens se
comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o
todo, e continuam tolos...! Lenda Hindu. Aletriam – Contos e Histórias
Que bobagem! - disse o segundo sábio, tocando na presa do elefante - Este
animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra... –
Ambos se enganam - retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do
elefante. - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque
não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia...
- Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia as
orelhas do elefante - Este animal não se parece com nenhum outro. Seus
movimentos são ondeantes, como se seu corpo fosse uma enorme cortina
ambulante... –
O que a história dos macacos
e a história dos sábios e o
elefante têm a ver com as
Ciências Sociais ?
E o que as Ciências Sociais
tem a ver comigo ou com a
minha vida?
Veja no site: TEXTOS/SOCIOLOGIA
GERAL
OS MACACOS E AS BANANAS
As Ciências Sociais se debruçam sobre
fenômenos sociais que nos afetam em
nosso dia a dia.
Por que a vida em sociedade é como é?
Por que uns têm tanto e outros têm
pouco?
Por que obedecemos ou contestamos?
Por que as pessoas se reúnem ou se
tornam rivais?
O que nos é proibido e o que nos é
imposto por obrigação?
Por que os governos se organizam de
uma forma ou de outra?
Para que estudar Ciências
Sociais?
Por que estudar a sociedade
em que vivemos?
Não basta vivê-la?
É possível conhecer a
sociedade cientificamente?
As Ciências Sociais servem
para quê?
Os “achados” das Ciências Sociais não
nos dizem nada além do que já
sabemos ou, o que é pior, vestem com
linguagem técnica o que é
perfeitamente familiar na terminologia
de todos os dias”.
As Ciências Sociais tratam do que
todo mundo já sabe em uma
linguagem que ninguém entende.
Anthony Giddens
“O negocio dos cientistas é mesmo
lidar com o obvio. O que a ciência faz é
ir tirando os véus, desvendando a
realidade, a fim de revelar a obviedade
do óbvio.” (Darcy Ribeiro)
A Sociologia é a “ciência do obvio”
Nelson Rodrigues
A função das Ciências Sociais, como a
de todas as ciências, é revelar o que está
escondido
( Pierre Bourdieu)
põem em duvida as certezas que
temos
AS CIÊNCIAS
SOCIAIS
questionam nossas opiniões
mais arraigadas
modificam nossa percepção
sobre o que vivemos em nossa
rotina
contribuem para alterar a maneira de
vermos nossa própria vida e o mundo
que nos cerca.
“A maior parte do tempo, o sociólogo aborda
aspectos da experiência que lhe são perfeitamente
familiares, assim como à maioria dos seus
compatriotas e contemporâneos. Estuda grupos ,
instituições, atividades que os jornais falam todos os
dias. Mas as suas investigações comportam outro
tipo de paixão da descoberta. Não é a emoção da
descoberta de uma realidade familiar mudar de
significação aos nossos olhos. A sedução da
sociologia provem de ela nos fazer ver sob uma outra
luz o mundo da vida cotidiana no qual todos
vivemos.
Peter Berger
mundo inundado de mudanças, tensões,
enormes conflitos e divisões sociais e ataque
destrutivo da tecnologia moderna ao
ambiente natural.
Século XXI
Preocupações dos
cientistas sociais
Possibilidades de controlar o nosso
destino e moldar nossas vidas muito
maiores do que as gerações anteriores.
Por que nossas condições de vida são tão
diferentes daquelas de nossos pais e avós?
Que direção as mudanças tomarão no
futuro?
porque somos o que somos e
porque agimos como agimos?
Ciênciais
Sociais
aquilo que encaramos como
natural, inevitável, bom ou
verdadeiro pode não ser bem
assim
os “dados” de nossas vidas
são influenciados por forças
sociais e históricas
As inovações
tecnológicas
trouxeram mudanças
sociais comparáveis
às produzidas pela
Revolução Industrial
O aumento da automação e da informatização
O crescimento do setor de serviços
o consumismo
Os avanços na comunicação e na mobilidade
As desigualdades sociais
A identidade cultural
Os efeitos da globalização
MARCAS DO
NOSSO TEMPO
CRISE
CRISE
política,
ética,
social,
econômica,
ambiental
jurídica.
as constantes e rápidas
transformações provocam rupturas,
incertezas e desafios cotidianamente.
A crise pode ser muito útil para rever
pressupostos e paradigmas
consolidados, apontar erros, acertos,
bem como dimensionar e propor
saídas e novas alternativas.
a dinâmica da crise também pode nos
colocar em armadilhas e
encruzilhadas difíceis de sair, tanto
do ponto de vista teórico-
interpretativo, quanto das situações
concretas.
http://professorcabrera.blogspot.com.br/
Leia:
Crise ( do grego κρίσις,-
εως,ἡ translit. krisis; em
português, distinção,
decisão, sentença, juízo,
separação) é um conceito
utilizado na sociologia, na
política, na economia, na
medicina, na psicopatologia,
entre outras áreas de
conhecimento
PÓS-
VERDADE
superficialidade nos discursos e perda de significados.
A crise de paradigmas desmonta uma estrutura consolidada
e rompe com os significados anteriormente estabelecidos,
As categorias perdem seus significados evidenciando
uma profunda crise conceitual.
Os significados e significações passam a se tornar maleáveis
às interpretações pessoais de cada pessoa ou grupo (sem
haver necessariamente correspondência com a realidade)
circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos
influência sobre a opinião pública do que apelos à emoção e
a crenças pessoais".
Leia no site Pós Verdade A palavra que definiu 2016
Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica,
mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe
conferem aparência de verdade.
Coloca em xeque todas as demais notícias
Há a criação de um novo “mercado” com as empresas que
produzem e disseminam Fake News constituindo verdadeiras
indústrias que "caçam" cliques a qualquer custo, se utilizando de
todos os recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas
que sequer sabem que estão sendo utilizadas como peça chave
dessa difusão.
Aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato
com uma verdadeira notícia, passam – ainda que sem
perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas
notícias falsas.
Não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e
cuidados que colaboram para mudar este cenário, sendo a
educação digital uma ferramenta para fortalecer ainda mais a
liberdade de expressão e o uso democrático da internet.
https://www.comunicacaoecrise.com/site/index.php/artigos/
983-fake-news-ameaca-a-credibilidade-da-midia-e-a-
democracia
Leia
A Verdade
Autor: Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com o mesmo perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
2. Imaginação
Sociológica
abrangência
desde a análise de
encontros ocasionais entre
indivíduos na rua até a
investigação de processos
sociais globais
Aprender a
pensar
sociologica
mente
cultivar a
imaginação
Libertar-se do
imediatismo
das
circunstâncias
pessoais e ver as
coisas num
contexto mais
amplo.
2. Imaginação Sociológica
O que é “imaginação” sociológica?
A imaginação Sociológica é título do livro, publicado
pela primeira vez em 1959, pelo sociólogo norte-
americano Wright Mills. .
O que é “raciocínio” sociológico?
Como podemos desenvolver com os alunos a
“imaginação”, o “raciocínio”, as “formas de pensar”
sociologicamente?
O Raciocínio Sociológico é titulo do livro, publicado
em 1991, pelo sociólogo francês Jean-Claude
Passeron
“A imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o
cenário histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida
intima e para a carreira exterior de numerosos indivíduos. Permite-lhe
levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência diária,
adquirem frequentemente uma consciência falsa de suas posições
sociais. Dentro dessa agitação, busca-se a estrutura da sociedade
moderna e dentro dessa estrutura são formuladas as psicologias de
diferentes homens e mulheres. Através disso, a ansiedade pessoal dos
indivíduos é focalizada sobre fatos explícitos e a indiferença do público se
transforma em participação nas questões públicas.
O primeiro fruto dessa imaginação _ e a primeira lição da ciência social
que incorpora _ é a idéia de que o individuo só pode compreender sua
própria experiência e avaliar seu próprio destino localizando-se dentro
de seu período; só pode conhecer suas possibilidades na vida tornando-
se cônscio das possibilidades de todas as pessoas, nas mesmas
circunstâncias em que ele. (...) A imaginação sociológica nos permite
compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro
da sociedade. Essa é sua tarefa e sua promessa. A marca do analista
social clássico é o reconhecimento delas [...].” (Mills, 1975, p.11-12,
grifos meus)
Exemplo: considere o simples ato de tomar o café da manhã.
A imaginação sociológica (Wright Mills)
No capitalismo, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede
de trabalho e trabalhadores
Veja as suas dimensões:
O café tem um valor simbólico
O café é uma droga
O café cria relacionamentos sociais e
econômicos
Há um processo histórico de desenvolvimento social
e econômico
O café está ligado à globalização, comercio internacional,
direitos humanos e destruição ambiental
O café não é somente uma bebida.
Ele possui um valor simbólico. às
vezes o ritual associado a beber café
é muito mais importante do que o ato
de consumir a bebida.
Considere o seu ritual ao longo
do dia nas suas interações sociais.
Valor simbólico
O café é uma droga por conter
cafeína que tem um efeito
estimulante sobre o cérebro. Cria
dependência mas é uma droga
socialmente aceita, ao contrário,
por exemplo, da maconha.
Uma droga
Um indivíduo que bebe uma xícara
de café cria uma trama de
relacionamentos sociais que se
estendem pelo mundo. O café é uma
bebida que conecta as pessoas das
mais ricas e das mais pobres: é
consumido nos países ricos mas
cultivado nos países pobres.
Relacionamentos sociais
Ao lado do petróleo, o café é
uma das mercadorias mais
valiosas no comercio
internacional.
Relacionamentos econômicos
Relacionamentos econômicos
A produção supõe o plantio,
a colheita, a secagem, o
transporte e a distribuição
que requerem relações
contínuas entre pessoas a
milhares de quilômetros de
distância do consumidor.
Colheita e secagem na Fazenda
Cabral- Jacui – MG-2009
O ato de beber café pressupõe
todo um processo passado de
desenvolvimento social e
econômico. O café só passou a
ser consumido em larga escala
a partir dos fins do século XIX.
O legado colonial tem tido um
impacto enorme no
desenvolvimento do comercio
mundial do café.
Processo histórico de desenvolvimento social e econômico
Processo histórico de desenvolvimento social e econômico
No Brasil, no Vale da Paraíba, foi em
torno da fazenda, como unidade
básica da agricultura mercantil, que
se articulou a vida social .
A produção do café permaneceu
dentro dos moldes coloniais,
baseada no trabalho escravo e no
plantio de grandes extensões de
terra, segundo técnicas agrícolas
rudimentares.
Processo histórico de desenvolvimento social e econômico
A expansão da cultura do café pelos
“Oestes” paulistas, a partir de 1870, foi
um momento fundamental para a
formação da sociedade brasileira
contemporânea.
Provocou a decadência do trabalho
escravo e a introdução do trabalho
livre.
As riquezas acumuladas pelo café, o
capital cafeeiro, foram o motor do
desenvolvimento capitalista no Brasil
O café é um produto que permanece no centro dos
debates contemporâneos sobre a globalização, direitos
humanos e destruição ambiental. Passou a ser uma
“marca” e foi politizado. Os consumidores podem
boicotar o café que vem de paises que violam os
direitos humanos e acordos ambientais
Globalização,Comercio Internacional, Direitos Humanos e
Destruição Ambiental
Trigo
Sal
Água
Fermento
Trigo
Plantio
Colheita
Moagem
Comercialização
Sal
Retirada do mar
Processamento
Embalagem
Água
Fermento
Captação
Tratamento
Distribuição
Produção
Comercialização
Distribuição
Equipamentos
Máquina para preparar a
massa
Forno para assar o pão
Fabricados em
indústrias
Matéria prima
Tipo de energia
Fogo
Madeira
Carvão
Energia
elétrica
Linhas de
transmissão
Consumidor
Tempo de trabalho Tempo de trabalho
Comparação de trabalho
humano
Equivalência
Se para tomar uma café da
manhã, há tanta gente envolvida,
direta ou indiretamente, você
pode imaginar quanto trabalho é
necessário para a fabricação de
ônibus, bicicleta, automóvel,
para a construção da casa em
que você vive ou da
Universidade onde estuda.
IMAGINAÇAO
SOCIOLÓGICA
capacidade de a pessoa poder ver a
sua própria sociedade como uma
pessoa de fora o faria, em vez de fazê-
lo apenas da perspectiva das
experiências pessoais e dos
preconceitos culturais
permite ir além das experiências e
observações pessoais para
compreender as questões com maior
amplitude.
é uma ferramenta que nos
proporciona poder, pois nos permite
olhar para além de uma compreensão
limitada do comportamento humano.
IMAGINAÇAO
SOCIOLÓGICA
Permite-nos ver que muitos
acontecimentos que parecem dizer
respeito somente aos indivíduos, na
verdade, refletem questões sociais
mais amplas. Ex. o divorcio, o
desemprego, etc.
Embora sejamos influenciados pelo
contexto social em que nos
encontramos, nenhum de nós está
determinado em nosso comportamento
por aquele contexto. Possuímos e
criamos a nossa própria individualidade.
Tente aplicar este tipo de
perspectiva à sua própria vida. Use
sua imaginação sociológica em
relação a uma realidade social.
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Bertold Brecht
Quem construiu Tebas de sete portas?
Nos livros estão os nomes dos reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída,
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
da Lima Dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a
Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio
tinha somente os palácios para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida
os que se afogavam gritaram por seus escravos
na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos uma grande homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões
O açúcar – Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
EXERCICIOS
“ILHA DAS FLORES”, Brasil, Jorge Furtado (documentario) veja no
site sociologialemos.pro.br/VIDEOS-MUSICA
“RELATOS SELVAGENS”, Argentina, Damian Szifron”, segundo
episodio

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  • 2. LEMOS FILHO, Arnaldo. O surgimento da Sociologia como ciência , idem ibidem COSTA, Cristina, Sociologia, uma introdução à Sociedade. 4ªedição.São Paulo:Ed. Atual, 2010 OLIVEIRA, L. F.-COSTA, R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio,2ª edição Ed. Imperial Novo Milenium, 2010 BRYM, Robert et alii. Sociologia, sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2007 BIBLIOGRAFIA SCHAEFER, Richard. Sociologia, 6ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2006 GIDDENS, Anthony., 6ªedição. Porto Alegre: ArtMed, 2012 LEMOS FILHO, Arnaldo - JUNIOR, José Theodoro, As Ciências Humanas, in Lemos Filho, Arnaldo et alii. Sociologia Geral e do Direito. 6ª edição. Campinas, Ed. Alínea, 2014 BOMENY, Helena e outros. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. Rio, Fundação Getulio Vargas ,2010.
  • 3. 1. Para que estudar Ciências Sociais?
  • 4. OS MACACOS E AS BANANAS https://youtu.be/iOJkTPiU3XY
  • 5. ‘Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro pôs uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subiu mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelo outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto, e finalmente, o ultimo dos veteranos foi substituído.Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batia em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...” (Texto atribuído a Albert Einstein) In Sociologia para jovens do século XXI, Luiz F. de Oliveira/Ricardo C. Costa, Ed, Novo Milenio, 2ª edição, 2010)
  • 6. OS SÁBIOS E O ELEFANTE https://youtu.be/fpCyDKUStj4
  • 7. OS SETE SÁBIOS CEGOS Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas os consultavam. Embora fossem amigos, havia certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre qual seria o mais sábio. Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna na montanha. Disse aos companheiros: - Somos cegos para que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando como se quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora. No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele. O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou: - Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar os seus músculos e eles não se movem; parecem paredes... –
  • 8. Vejam só! - Todos vocês estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante - Este animal é como uma rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso até me pendurar nele. E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança. Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou: - Assim os homens se comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos...! Lenda Hindu. Aletriam – Contos e Histórias Que bobagem! - disse o segundo sábio, tocando na presa do elefante - Este animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra... – Ambos se enganam - retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia... - Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia as orelhas do elefante - Este animal não se parece com nenhum outro. Seus movimentos são ondeantes, como se seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante... –
  • 9. O que a história dos macacos e a história dos sábios e o elefante têm a ver com as Ciências Sociais ? E o que as Ciências Sociais tem a ver comigo ou com a minha vida? Veja no site: TEXTOS/SOCIOLOGIA GERAL OS MACACOS E AS BANANAS
  • 10. As Ciências Sociais se debruçam sobre fenômenos sociais que nos afetam em nosso dia a dia. Por que a vida em sociedade é como é? Por que uns têm tanto e outros têm pouco? Por que obedecemos ou contestamos? Por que as pessoas se reúnem ou se tornam rivais? O que nos é proibido e o que nos é imposto por obrigação? Por que os governos se organizam de uma forma ou de outra?
  • 11. Para que estudar Ciências Sociais? Por que estudar a sociedade em que vivemos? Não basta vivê-la? É possível conhecer a sociedade cientificamente? As Ciências Sociais servem para quê?
  • 12. Os “achados” das Ciências Sociais não nos dizem nada além do que já sabemos ou, o que é pior, vestem com linguagem técnica o que é perfeitamente familiar na terminologia de todos os dias”. As Ciências Sociais tratam do que todo mundo já sabe em uma linguagem que ninguém entende. Anthony Giddens
  • 13. “O negocio dos cientistas é mesmo lidar com o obvio. O que a ciência faz é ir tirando os véus, desvendando a realidade, a fim de revelar a obviedade do óbvio.” (Darcy Ribeiro) A Sociologia é a “ciência do obvio” Nelson Rodrigues A função das Ciências Sociais, como a de todas as ciências, é revelar o que está escondido ( Pierre Bourdieu)
  • 14. põem em duvida as certezas que temos AS CIÊNCIAS SOCIAIS questionam nossas opiniões mais arraigadas modificam nossa percepção sobre o que vivemos em nossa rotina contribuem para alterar a maneira de vermos nossa própria vida e o mundo que nos cerca.
  • 15. “A maior parte do tempo, o sociólogo aborda aspectos da experiência que lhe são perfeitamente familiares, assim como à maioria dos seus compatriotas e contemporâneos. Estuda grupos , instituições, atividades que os jornais falam todos os dias. Mas as suas investigações comportam outro tipo de paixão da descoberta. Não é a emoção da descoberta de uma realidade familiar mudar de significação aos nossos olhos. A sedução da sociologia provem de ela nos fazer ver sob uma outra luz o mundo da vida cotidiana no qual todos vivemos. Peter Berger
  • 16. mundo inundado de mudanças, tensões, enormes conflitos e divisões sociais e ataque destrutivo da tecnologia moderna ao ambiente natural. Século XXI Preocupações dos cientistas sociais Possibilidades de controlar o nosso destino e moldar nossas vidas muito maiores do que as gerações anteriores. Por que nossas condições de vida são tão diferentes daquelas de nossos pais e avós? Que direção as mudanças tomarão no futuro?
  • 17. porque somos o que somos e porque agimos como agimos? Ciênciais Sociais aquilo que encaramos como natural, inevitável, bom ou verdadeiro pode não ser bem assim os “dados” de nossas vidas são influenciados por forças sociais e históricas
  • 18. As inovações tecnológicas trouxeram mudanças sociais comparáveis às produzidas pela Revolução Industrial O aumento da automação e da informatização O crescimento do setor de serviços o consumismo Os avanços na comunicação e na mobilidade As desigualdades sociais A identidade cultural Os efeitos da globalização
  • 20. CRISE política, ética, social, econômica, ambiental jurídica. as constantes e rápidas transformações provocam rupturas, incertezas e desafios cotidianamente. A crise pode ser muito útil para rever pressupostos e paradigmas consolidados, apontar erros, acertos, bem como dimensionar e propor saídas e novas alternativas. a dinâmica da crise também pode nos colocar em armadilhas e encruzilhadas difíceis de sair, tanto do ponto de vista teórico- interpretativo, quanto das situações concretas. http://professorcabrera.blogspot.com.br/ Leia: Crise ( do grego κρίσις,- εως,ἡ translit. krisis; em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação) é um conceito utilizado na sociologia, na política, na economia, na medicina, na psicopatologia, entre outras áreas de conhecimento
  • 21. PÓS- VERDADE superficialidade nos discursos e perda de significados. A crise de paradigmas desmonta uma estrutura consolidada e rompe com os significados anteriormente estabelecidos, As categorias perdem seus significados evidenciando uma profunda crise conceitual. Os significados e significações passam a se tornar maleáveis às interpretações pessoais de cada pessoa ou grupo (sem haver necessariamente correspondência com a realidade) circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos influência sobre a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais". Leia no site Pós Verdade A palavra que definiu 2016
  • 22. Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade. Coloca em xeque todas as demais notícias Há a criação de um novo “mercado” com as empresas que produzem e disseminam Fake News constituindo verdadeiras indústrias que "caçam" cliques a qualquer custo, se utilizando de todos os recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas que sequer sabem que estão sendo utilizadas como peça chave dessa difusão. Aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato com uma verdadeira notícia, passam – ainda que sem perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias falsas. Não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados que colaboram para mudar este cenário, sendo a educação digital uma ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da internet. https://www.comunicacaoecrise.com/site/index.php/artigos/ 983-fake-news-ameaca-a-credibilidade-da-midia-e-a- democracia Leia
  • 23. A Verdade Autor: Carlos Drummond de Andrade A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava só trazia o perfil de meia verdade. E sua segunda metade voltava igualmente com o mesmo perfil. E os meios perfis não coincidiam.
  • 24. Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta. Chegaram ao lugar luminoso onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela. E carecia optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
  • 26. abrangência desde a análise de encontros ocasionais entre indivíduos na rua até a investigação de processos sociais globais Aprender a pensar sociologica mente cultivar a imaginação Libertar-se do imediatismo das circunstâncias pessoais e ver as coisas num contexto mais amplo. 2. Imaginação Sociológica
  • 27. O que é “imaginação” sociológica? A imaginação Sociológica é título do livro, publicado pela primeira vez em 1959, pelo sociólogo norte- americano Wright Mills. . O que é “raciocínio” sociológico? Como podemos desenvolver com os alunos a “imaginação”, o “raciocínio”, as “formas de pensar” sociologicamente? O Raciocínio Sociológico é titulo do livro, publicado em 1991, pelo sociólogo francês Jean-Claude Passeron
  • 28. “A imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida intima e para a carreira exterior de numerosos indivíduos. Permite-lhe levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência diária, adquirem frequentemente uma consciência falsa de suas posições sociais. Dentro dessa agitação, busca-se a estrutura da sociedade moderna e dentro dessa estrutura são formuladas as psicologias de diferentes homens e mulheres. Através disso, a ansiedade pessoal dos indivíduos é focalizada sobre fatos explícitos e a indiferença do público se transforma em participação nas questões públicas. O primeiro fruto dessa imaginação _ e a primeira lição da ciência social que incorpora _ é a idéia de que o individuo só pode compreender sua própria experiência e avaliar seu próprio destino localizando-se dentro de seu período; só pode conhecer suas possibilidades na vida tornando- se cônscio das possibilidades de todas as pessoas, nas mesmas circunstâncias em que ele. (...) A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, dentro da sociedade. Essa é sua tarefa e sua promessa. A marca do analista social clássico é o reconhecimento delas [...].” (Mills, 1975, p.11-12, grifos meus)
  • 29. Exemplo: considere o simples ato de tomar o café da manhã. A imaginação sociológica (Wright Mills) No capitalismo, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e trabalhadores
  • 30. Veja as suas dimensões: O café tem um valor simbólico O café é uma droga O café cria relacionamentos sociais e econômicos Há um processo histórico de desenvolvimento social e econômico O café está ligado à globalização, comercio internacional, direitos humanos e destruição ambiental
  • 31. O café não é somente uma bebida. Ele possui um valor simbólico. às vezes o ritual associado a beber café é muito mais importante do que o ato de consumir a bebida. Considere o seu ritual ao longo do dia nas suas interações sociais. Valor simbólico
  • 32. O café é uma droga por conter cafeína que tem um efeito estimulante sobre o cérebro. Cria dependência mas é uma droga socialmente aceita, ao contrário, por exemplo, da maconha. Uma droga
  • 33. Um indivíduo que bebe uma xícara de café cria uma trama de relacionamentos sociais que se estendem pelo mundo. O café é uma bebida que conecta as pessoas das mais ricas e das mais pobres: é consumido nos países ricos mas cultivado nos países pobres. Relacionamentos sociais
  • 34. Ao lado do petróleo, o café é uma das mercadorias mais valiosas no comercio internacional. Relacionamentos econômicos
  • 35. Relacionamentos econômicos A produção supõe o plantio, a colheita, a secagem, o transporte e a distribuição que requerem relações contínuas entre pessoas a milhares de quilômetros de distância do consumidor. Colheita e secagem na Fazenda Cabral- Jacui – MG-2009
  • 36. O ato de beber café pressupõe todo um processo passado de desenvolvimento social e econômico. O café só passou a ser consumido em larga escala a partir dos fins do século XIX. O legado colonial tem tido um impacto enorme no desenvolvimento do comercio mundial do café. Processo histórico de desenvolvimento social e econômico
  • 37. Processo histórico de desenvolvimento social e econômico No Brasil, no Vale da Paraíba, foi em torno da fazenda, como unidade básica da agricultura mercantil, que se articulou a vida social . A produção do café permaneceu dentro dos moldes coloniais, baseada no trabalho escravo e no plantio de grandes extensões de terra, segundo técnicas agrícolas rudimentares.
  • 38. Processo histórico de desenvolvimento social e econômico A expansão da cultura do café pelos “Oestes” paulistas, a partir de 1870, foi um momento fundamental para a formação da sociedade brasileira contemporânea. Provocou a decadência do trabalho escravo e a introdução do trabalho livre. As riquezas acumuladas pelo café, o capital cafeeiro, foram o motor do desenvolvimento capitalista no Brasil
  • 39. O café é um produto que permanece no centro dos debates contemporâneos sobre a globalização, direitos humanos e destruição ambiental. Passou a ser uma “marca” e foi politizado. Os consumidores podem boicotar o café que vem de paises que violam os direitos humanos e acordos ambientais Globalização,Comercio Internacional, Direitos Humanos e Destruição Ambiental
  • 43. Equipamentos Máquina para preparar a massa Forno para assar o pão Fabricados em indústrias Matéria prima Tipo de energia Fogo Madeira Carvão Energia elétrica Linhas de transmissão
  • 45. Tempo de trabalho Tempo de trabalho Comparação de trabalho humano Equivalência
  • 46. Se para tomar uma café da manhã, há tanta gente envolvida, direta ou indiretamente, você pode imaginar quanto trabalho é necessário para a fabricação de ônibus, bicicleta, automóvel, para a construção da casa em que você vive ou da Universidade onde estuda.
  • 47. IMAGINAÇAO SOCIOLÓGICA capacidade de a pessoa poder ver a sua própria sociedade como uma pessoa de fora o faria, em vez de fazê- lo apenas da perspectiva das experiências pessoais e dos preconceitos culturais permite ir além das experiências e observações pessoais para compreender as questões com maior amplitude. é uma ferramenta que nos proporciona poder, pois nos permite olhar para além de uma compreensão limitada do comportamento humano.
  • 48. IMAGINAÇAO SOCIOLÓGICA Permite-nos ver que muitos acontecimentos que parecem dizer respeito somente aos indivíduos, na verdade, refletem questões sociais mais amplas. Ex. o divorcio, o desemprego, etc. Embora sejamos influenciados pelo contexto social em que nos encontramos, nenhum de nós está determinado em nosso comportamento por aquele contexto. Possuímos e criamos a nossa própria individualidade. Tente aplicar este tipo de perspectiva à sua própria vida. Use sua imaginação sociológica em relação a uma realidade social.
  • 49. PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ Bertold Brecht Quem construiu Tebas de sete portas? Nos livros estão os nomes dos reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a Babilônia várias vezes destruída, Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas da Lima Dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio tinha somente os palácios para seus habitantes? Mesmo na legendária Atlântida os que se afogavam gritaram por seus escravos na noite em que o mar a tragou.
  • 50. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho? César bateu os gauleses. Não levava sequer um cozinheiro? Felipe da Espanha chorou quando sua armada Naufragou. Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a guerra dos Sete Anos. Quem venceu além dele? Cada página uma vitória. Quem cozinhava o banquete? A cada dez anos uma grande homem. Quem pagava a conta? Tantas histórias. Tantas questões
  • 51. O açúcar – Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina.
  • 52. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
  • 53. EXERCICIOS “ILHA DAS FLORES”, Brasil, Jorge Furtado (documentario) veja no site sociologialemos.pro.br/VIDEOS-MUSICA “RELATOS SELVAGENS”, Argentina, Damian Szifron”, segundo episodio